Mudaram de DP pra manter a tradição de cada filme ter um visual distinto. Mas cacete! Pra quê esses flares o tempo todo? Que porra é essa? E eu tenho astigmatismo, o que deixa essa caralha ainda mais irritante. Gosto que a equipe teve o cuidado de dar uma identidade ao filme, mas o resultado final não me agradou muito. As cenas em ambientes abertos são ok. As em ambientes fechados, na semiobscuridade, melhores. Mas as vezes o filme cai pra um tom cinza, com marrom/vermelho, que coisa feia. Parece filtro de rede social.
E senti falta do Brandt. A maldita da Disney nos atrapalha até nisso.
Rogue Nation consegue aliar o que os dois anteriores fazem bem, ainda que não alcance os picos emocionais do filme do J.J., tem em Ilsa Faust uma personagem mil vezes mais rica e as interações dela com Ethan são bem mais interessantes. Christopher McQuarrie também consegue fazer o que nenhum diretor antes dele conseguiu: trazer personagens novos sem abandonar os remanescentes.
E Robert Elswit resolveu marcar presença nesse. Como é lindo esse filme!
O roteiro não trabalha o emocional do Ethan tão bem quanto poderia, então por boa parte do filme me senti distante do protagonista. Mas o vilão é que mais deixa a desejar. E fica ainda pior quando se assiste Ghost Protocol imediatamente depois de assistir o terceiro. E é justamente nesse aspecto que o filme do J.J. Abrams mais acerta.
Acerta em absolutamente tudo que o segundo erra. O ritmo é 200% melhor. E o plot é muito mais visceral uma vez que é mais próximo dos personagens. Sim, sim, Davian ameaça a segurança mundial. Mas é tentando destruir a felicidade pessoal do Ethan que ele se torna mais aterrorizante que qualquer outro vilão na franquia. E é o Philip Seymour Hoffman. Cruise entrega sua melhor performance também.
Assistir Face Off torna compreensível a escolha do John Woo para dirigir esse filme. Mas falta ao roteiro polimento que conferisse urgência à história. Do jeito que é, enquanto em Face Off o épico (ora, até mesmo a poesia...) complementa a narrativa, aqui serve apenas para criar momentos constrangedores. Desde juras que não soam verdadeiras (e em nada por culpa dos atores) até sequências de ação que beiram o ridículo, e tudo isso arrastando o ritmo do filme.
E outra coisa: acho que a equipe aqui deixou muito a desejar. A dinâmica entre Ethan e os companheiros é parte fundamental do primeiro e (principalmente) nos demais filmes da franquia e aqui... nada demais.
Fica um tantinho piegas lá pro final e a solução pro Gong Gong é fácil demais. Mas é muito bom. E engraçado, só que é o tipo do humor que se você não gosta pode estragar o filme, pela natureza dele, claro, e também porque algumas piadas se estendem mais do que deveriam.
Gosto. Gosto muito, inclusive, pela primeira meia hora. Acho que os twists na história que, nem são lá grandes coisas, perdem ainda mais força em revisitas e o roteiro não faz o suficiente com eles para os pay-offs serem realmente satisfatórios, especialmente tudo envolvendo a Claire.
A cena mais icônica sofre da síndrome de Scream. Foi tão satirizada ao longo dos anos que a original perde impacto quando você finalmente assiste.
O desespero com que o roteiro expõe suas ideias torna Hatching um terror completamente desprovido de tensão e um drama que perde tempo com símbolos de outro gênero.
Difícil ter um filme que parece ter sido mais feito especialmente para mim que Fire Walk with Me. Cenas se estendem. Isso dá vida aos personagens, arranca as amarras de meros enfeites para cenários, ferramentas para o plot e torna a atmosfera palpável. Simplesmente respiram. O que pode ser um problema para outras pessoas, pois torna o ritmo vagaroso, especialmente no inicio, assim como a montagem que parece amadora, tornando o filme um tanto episódico, às vezes. Mas como já escrevi aqui tempos atrás, isso é intencional. Lynch brincando com a linguagem da TV da época, que tanto restringiu Twin Peaks.
Sheryl Lee deveria ter sido indicada ao Oscar. No mínimo. E Moira Kelly é uma Donna melhor que a Lara Flynn Boyle, pois confere mais contraste a personagem em relação a Laura. E consegue isso sem torná-la sem graça. Se o Lynch sair da aposentadoria e escrever algo com a Donna, espero que ela retorne.
O quanto você gosta de In Bruges vai depender do quanto a comédia funciona pra você. E a comédia vai desde os diálogos, claro, a trilha melodramática, passando pela entrega primorosa do elenco. E é impressionante como o roteiro consegue navegar entre isso e um drama. As vezes um provocando o outro.
Filme é tão ruim que me dá até preguiça de escrever sobre. Mas como tenho me forçado a escrever sobre todo filme que assisto. Aqui vai alguns pontos:
- Edição péssima. Principalmente no inicio e nas cenas de ação. - Não existe atmosfera de mistério. - Não dá pra se importar com a protagonista. Ou com a amiga. Ou com o marido. Ou com o Don Juan das Arabias. A indiferença mata qualquer ligação com o que está acontecendo. - Tem cenas em que a personagem está em tendo crise de nervos e não pude segurar o riso, tanto pela atuação da Leighton Meester quanto pelo texto que cria interações ridículas.
não sou muito inteligente, estou com sono, comi chocolate demais e estou me sentindo culpado, não estou no melhor dos estados mentais, mas como a câmera não pegou o marido com a kate na rua? como a beth não viu o marido ao olhar as imagens?
Meu primeiro Tarkovski. Dizem ser o filme mais acessível dele, mas nem por isso é uma obra qualquer. O filme transita entre o onírico e o real com uma naturalidade e suavidade impares. Em muito por se situar durante o pesadelo completo da guerra.
Nikolay Burlyaev tem o rosto mais expressivo que encontro num filme em muito tempo. A pouca idade dele aqui só torna o trabalho mais assombroso. Estou devidamente encantado.
Quanto ao plot em si, não oferece nada demais a quem já assistiu a muitos filmes do gênero. Talvez a premissa seja o único ponto que o distingue (além da direção e cinematografia impecáveis, é claro). Então, esteja avisado, se o que mais importa pra ti num filme é a histórinha, talvez termine este aqui achando ele fraco.
X é um filme sobre mentiras. As que nos contam e as que contamos a nós mesmos, essa última muitas vezes em decorrência da primeira. Os jovens aqui enxergam os idosos decrépitos, ao ponto que os idosos os veem como um bando de perdidos, sem vergonha, putas e maloqueiros. E (quase) todos se forçam a exercerem seus papeis. Em algum nível eles tem consciência disso, mas são incapazes de escapar.
Infelizmente o filme não conta com sutileza alguma esfregando suas ideias na cara de quem assiste. E se orgulha disso - corte entre gados e um grupo de fiéis, insira meme acho que o twitter vai gostar kkk. As intromissões do pregador, que também é protagonista de um twist bastante clichê, de novo, saído do baú de memes, dão cara e voz a isso, culminando no total boicote ao clímax da história.
O filme não é ruim, longe disso. Também não sei o considero, de fato, um slasher. É mais um filme sobre filmes que um participante ativo do gênero. Um Cabin in the Woods com referências mais restritas, sem humor, um tanto mais pretensioso, mas com atores e diretor bem melhores. Ou seja, um filme com o selo A24.
O filme só acontece por uma série de conveniências que o realizadores nem tentam esconder. O que poderia ser perdoado se o restante do filme se sustentasse, o que definitivamente não ocorre. O exercício do Nic Cage em atuar sem diálogo algum é interessante - é a única coisa no filme que pode assim ser descrita -, e também não deixa de ser um livramento, pois, a julgar pelos terríveis diálogos escritos para os adolescentes, acho que nem Cage conseguiria fazê-los funcionar minimamente.
Em momento algum as interações entre o grupo de jovens consegue transmitir algo que não seja artificialidade, atores tentando entregar suas falas o mais rápido possível sem que as cenas tenham tempo para respirar. O conflito entre eles é inteiramente criado e exposto por falas mal escritas. Se numa cena estão todos de acordo e nada leva a crer que há divergências sobre o objetivo da missão. Noutra, um personagem nos diz, que, Sim, estou aqui obrigado, essa mina é uma otária mandona. E não, ela não vai dar para aquele cara ali.
Não me sentei pra assistir Willy's Wonderland esperando um filme bom. Mas esperava encontrar um entretenimento que se fizesse por meio do ridículo e, salvo momentos esporádicos, isso não aconteceu.
Frames, gifs e frases de Vampire's Kiss são reproduzidas internet afora com objetivo de ridicularizar o Nicolas Cage. Algumas pessoas compartilham isso sem pensar, e tudo bem. Mas quem realmente quer usar esse filme para negar os méritos do cara como ator, deveria... assisti-lo? A atuação dele está em total acordo com a proposta do longa, com o que o personagem pede e o texto está completamente ciente do quão insano é.
Na moral, se você assistir Vampire's Kiss e achar que o Nicolas Cage não está bem nele, a gente simplesmente tem ideias fundamentalmente diferentes sobre o que é uma boa atuação e como ela serve e complementa a obra na qual está inserida.
As cinco estrelas são em protesto ao linchamento virtual do Cage e a média baixa aqui.
Se por um lado acho que Jack Nicholson como par romântico não funciona muito, pois é creepy pra caramba, tanto pela idade avançada, como pelo personagem ser bastante asqueroso, e também não conseguir se livrar da vibe do Coringa na maior parte do tempo - sério, sempre que ele sorria a imagem dele em Batman se sobrepunha ao que estava vendo na tela -, por outro, isso confere ao personagem a aspereza necessária e algum charme um tanto fascinante, um tanto repulsivo, que é inerente ao próprio Nicholson, e isso torna Melvin Udall um personagem mais rico. Talvez isso tenho sido o motivo do Oscar de Melhor ator, o trabalho isoladamente não é nada de impressionante na filmografia dele, mas num filme tão formulaico, é a única coisa que se sobressai. O Oscar de Melhor Atriz para a Helen Hunt não chega a ser injusto, mas é uma interpretação somente correta.
edit: Ia me esquecendo, esse filme tem uma barriga gigante. Dava pra cortar uns 30 minutos, no mínimo.
Dos raros filmes que terminam e me deixam querendo mais daquele mundo, saber mais dos personagens. E consegue fazer isso mesmo tendo um voice-over que por vezes sufoca os personagens, mas nos momentos em que funciona, ou se afasta, cria o que sem dúvida nenhuma já é um dos meus coming of age preferidos porque evoca, ainda que com equivalentes norte-americanos, cenários da minha própria adolescência/infância..
Depois de Boyhood, Linklater só fez filmes mais ou menos, ter um filme bom dele me deixa muito feliz. E com a noticia de que estão discutindo ideias para um quarto filme da série Before, fico aliviado de saber que o homem ainda tem lenha pra queimar.
O filme brilha mesmo no segundo ato, porque a meia hora inicial de JSA é bem fraquinha. Muito por conta dos diálogos em inglês, mesmo que o texto em si não seja ruim, a entrega dos atores é um tanto desastrosa, faltou cuidado para trabalharem em volta disso ou que tivessem abandonado o inglês completamente. No entanto, o filme melhora consideravelmente quando foca na construção da relação entre os soldados do Norte e Sul, e como o conflito na região possibilita e condena a amizade entre eles. Até mesmo a direção do Park Chan Wook se torna mais inspirada.
Gosto muito de Drive, acho que o único problema me saltou aos... ouvidos(!) nessa revisita é a trilha que literalmente diz o que os personagens estão sentindo. Mas ao mesmo tempo contribui muito na construção da atmosfera. E são boas, então...
Edit: Rolei a página e encontrei comentários (previsíveis) criticando as atuações, que são perfeitas pela sutileza. E se disse que a trilha ajuda a construir a atmosfera, os silêncios, também criticados por amiguinhos, tem igual importância nesse aspecto. Além de criar e ser uma extensão do protagonista, seu instrumento para intimidar. E no silêncio se mostrar vulnerável.
"Quer ser um Tarantino", acusou outro. Primeiro, o que em Drive levou a pessoa a pensar no Tarantino? A explosão de violência, talvez? Ele patenteou isso? Mas Taranta a glorifica, aqui, o silêncio (poxa, sempre ele, também alvo de criticas), acentua o horror da coisa. Além disso, Tarantino nunca que conseguiria criar tamanha tensão afetiva como a que Winding Refn, junto de Gosling e Mulligan e do pequeno Kaden Leos, criam sem verborragia, pelo contrário, na troca de olhares e nos gestos.
Assistindo filme de 47 não pude deixar de pensar que o Del Toro o superaria, é um grande filme, o original, sem dúvidas, mas falta algo. Faltava àquele mundo... respirar? E nesse aspecto, tinha razão. Tecnicamente esse filme é impecavel, ou quase, faltou cortar uns 20 minutos...
Um filme de 2021 sai na frente para contar essa história, mas ainda assim o de 47 me parece mais tormentoso, insinua mais, apesar deste aqui ser mais gráfico. Del Toro (Del Toro!!!) abandona qualquer sugestão de algo mais, enquanto o original, se não deixa em aberto, em momentos chave, faz com que nos questionemos, assim como os personagens. É muito triste. Del Toro construiu o cenário perfeito para uma jornada onírica e apostou no ordinário.
Do elenco, Willem Defoe e Toni Collette estão muito bem, e Cate Blanchett, em momentos, principalmente mais para o final, não deixa nada a desejar se comparada a Helen Walker (embora ainda prefira essa última). Em compensação, Bradley Cooper e Rooney Mara exalam apatia. Não via a Rooney tão apagada desde outro pesadelo, aquele remake desastroso de Elm Street. Chega a ser sacanagem colocar este Stan que o Cooper dá vida ao de Tyrone Power. Todo charme e ambiguidade se perde.
O filme não é ruim, nem o original é perfeito. Ambos sofrem com o segundo ato, mas todas as mudanças que Del Toro e Morgan promoveram aqui ajudam a tornar esse remake mil vezes mais indolente.
Não dou play num filme desse esperando personagens bem construídos, pelo contrario. Mas em Bloody Valentine encontramos um caso curioso. Vejam bem, filmes de terror que tem "adolescentes" sendo burros, se safam de algumas criticas justamente por isso. "Poxa, são burros, mas aos 16, quem não era?). Pois aqui temos um bando de marmanjo que trabalha numa mina agindo feito adolescentes, e dos mais irritantes.
Mas o filme não se utiliza disso para nos divertir. Tenta fazer com que nos importemos com um romancezinho ordinário entre dois cusões e uma sem sal. Tenta nos fazer rir com um abestado que me fez questionar se valia de fato manter meus olhos ou arrancá-los e dar com a cabeça na parede. A moça sem sal tem uma amiga histérica e ambas são inúteis, claro. De novo, o filme não pega essa gentinha desgraçada e mata de forma a nos provocar qualquer tipo de reação que não seja a indiferença.
Enfim, My Bloody Valentine tem todos os problemas dos slashers da época e nenhuma das virtudes dos que se sobressaiam. Falha em construir qualquer tipo de tensão.
Moscou Contra 007
3.7 198 Assista Agora007 Contra Organização BENZEMA.
Missão: Impossível - Efeito Fallout
3.9 788Mudaram de DP pra manter a tradição de cada filme ter um visual distinto. Mas cacete! Pra quê esses flares o tempo todo? Que porra é essa? E eu tenho astigmatismo, o que deixa essa caralha ainda mais irritante. Gosto que a equipe teve o cuidado de dar uma identidade ao filme, mas o resultado final não me agradou muito. As cenas em ambientes abertos são ok. As em ambientes fechados, na semiobscuridade, melhores. Mas as vezes o filme cai pra um tom cinza, com marrom/vermelho, que coisa feia. Parece filtro de rede social.
E senti falta do Brandt. A maldita da Disney nos atrapalha até nisso.
Missão: Impossível - Nação Secreta
3.7 805 Assista AgoraRogue Nation consegue aliar o que os dois anteriores fazem bem, ainda que não alcance os picos emocionais do filme do J.J., tem em Ilsa Faust uma personagem mil vezes mais rica e as interações dela com Ethan são bem mais interessantes. Christopher McQuarrie também consegue fazer o que nenhum diretor antes dele conseguiu: trazer personagens novos sem abandonar os remanescentes.
E Robert Elswit resolveu marcar presença nesse. Como é lindo esse filme!
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
3.7 1,7K Assista AgoraO roteiro não trabalha o emocional do Ethan tão bem quanto poderia, então por boa parte do filme me senti distante do protagonista. Mas o vilão é que mais deixa a desejar. E fica ainda pior quando se assiste Ghost Protocol imediatamente depois de assistir o terceiro. E é justamente nesse aspecto que o filme do J.J. Abrams mais acerta.
Missão: Impossível 3
3.4 513 Assista AgoraAcerta em absolutamente tudo que o segundo erra. O ritmo é 200% melhor. E o plot é muito mais visceral uma vez que é mais próximo dos personagens. Sim, sim, Davian ameaça a segurança mundial. Mas é tentando destruir a felicidade pessoal do Ethan que ele se torna mais aterrorizante que qualquer outro vilão na franquia. E é o Philip Seymour Hoffman. Cruise entrega sua melhor performance também.
Missão: Impossível 2
3.1 491 Assista AgoraAssistir Face Off torna compreensível a escolha do John Woo para dirigir esse filme. Mas falta ao roteiro polimento que conferisse urgência à história. Do jeito que é, enquanto em Face Off o épico (ora, até mesmo a poesia...) complementa a narrativa, aqui serve apenas para criar momentos constrangedores. Desde juras que não soam verdadeiras (e em nada por culpa dos atores) até sequências de ação que beiram o ridículo, e tudo isso arrastando o ritmo do filme.
E outra coisa: acho que a equipe aqui deixou muito a desejar. A dinâmica entre Ethan e os companheiros é parte fundamental do primeiro e (principalmente) nos demais filmes da franquia e aqui... nada demais.
A Outra Face
3.7 700 Assista AgoraO que falta de cérebro ao roteiro sobra em coração. E muito, muito mesmo. Que maravilha de filme. Obra prima do cinema de ação.
Travolta e Cage, só aplausos. Que isso. Chatos citam overacting de forma negativa.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraFica um tantinho piegas lá pro final e a solução pro Gong Gong é fácil demais. Mas é muito bom. E engraçado, só que é o tipo do humor que se você não gosta pode estragar o filme, pela natureza dele, claro, e também porque algumas piadas se estendem mais do que deveriam.
O elenco é todo excelente.
Missão: Impossível
3.5 516 Assista AgoraGosto. Gosto muito, inclusive, pela primeira meia hora. Acho que os twists na história que, nem são lá grandes coisas, perdem ainda mais força em revisitas e o roteiro não faz o suficiente com eles para os pay-offs serem realmente satisfatórios, especialmente tudo envolvendo a Claire.
A cena mais icônica sofre da síndrome de Scream. Foi tão satirizada ao longo dos anos que a original perde impacto quando você finalmente assiste.
Ninho do Mal
3.4 139 Assista AgoraO desespero com que o roteiro expõe suas ideias torna Hatching um terror completamente desprovido de tensão e um drama que perde tempo com símbolos de outro gênero.
Filme, no máximo, ok.
Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer
3.9 273 Assista AgoraDifícil ter um filme que parece ter sido mais feito especialmente para mim que Fire Walk with Me. Cenas se estendem. Isso dá vida aos personagens, arranca as amarras de meros enfeites para cenários, ferramentas para o plot e torna a atmosfera palpável. Simplesmente respiram. O que pode ser um problema para outras pessoas, pois torna o ritmo vagaroso, especialmente no inicio, assim como a montagem que parece amadora, tornando o filme um tanto episódico, às vezes. Mas como já escrevi aqui tempos atrás, isso é intencional. Lynch brincando com a linguagem da TV da época, que tanto restringiu Twin Peaks.
Sheryl Lee deveria ter sido indicada ao Oscar. No mínimo. E Moira Kelly é uma Donna melhor que a Lara Flynn Boyle, pois confere mais contraste a personagem em relação a Laura. E consegue isso sem torná-la sem graça. Se o Lynch sair da aposentadoria e escrever algo com a Donna, espero que ela retorne.
Na Mira do Chefe
3.7 360O quanto você gosta de In Bruges vai depender do quanto a comédia funciona pra você. E a comédia vai desde os diálogos, claro, a trilha melodramática, passando pela entrega primorosa do elenco. E é impressionante como o roteiro consegue navegar entre isso e um drama. As vezes um provocando o outro.
Aula.
Juventude Transviada
3.9 546 Assista AgoraProcura-se um Daddy
Naquele Fim de Semana
2.8 277 Assista AgoraFilme é tão ruim que me dá até preguiça de escrever sobre. Mas como tenho me forçado a escrever sobre todo filme que assisto. Aqui vai alguns pontos:
- Edição péssima. Principalmente no inicio e nas cenas de ação.
- Não existe atmosfera de mistério.
- Não dá pra se importar com a protagonista. Ou com a amiga. Ou com o marido. Ou com o Don Juan das Arabias. A indiferença mata qualquer ligação com o que está acontecendo.
- Tem cenas em que a personagem está em tendo crise de nervos e não pude segurar o riso, tanto pela atuação da Leighton Meester quanto pelo texto que cria interações ridículas.
Sobre o twist final...
não sou muito inteligente, estou com sono, comi chocolate demais e estou me sentindo culpado, não estou no melhor dos estados mentais, mas como a câmera não pegou o marido com a kate na rua? como a beth não viu o marido ao olhar as imagens?
A Infância de Ivan
4.3 156 Assista AgoraMeu primeiro Tarkovski. Dizem ser o filme mais acessível dele, mas nem por isso é uma obra qualquer. O filme transita entre o onírico e o real com uma naturalidade e suavidade impares. Em muito por se situar durante o pesadelo completo da guerra.
Nikolay Burlyaev tem o rosto mais expressivo que encontro num filme em muito tempo. A pouca idade dele aqui só torna o trabalho mais assombroso. Estou devidamente encantado.
Quanto ao plot em si, não oferece nada demais a quem já assistiu a muitos filmes do gênero. Talvez a premissa seja o único ponto que o distingue (além da direção e cinematografia impecáveis, é claro). Então, esteja avisado, se o que mais importa pra ti num filme é a histórinha, talvez termine este aqui achando ele fraco.
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraX é um filme sobre mentiras. As que nos contam e as que contamos a nós mesmos, essa última muitas vezes em decorrência da primeira. Os jovens aqui enxergam os idosos decrépitos, ao ponto que os idosos os veem como um bando de perdidos, sem vergonha, putas e maloqueiros. E (quase) todos se forçam a exercerem seus papeis. Em algum nível eles tem consciência disso, mas são incapazes de escapar.
Infelizmente o filme não conta com sutileza alguma esfregando suas ideias na cara de quem assiste. E se orgulha disso - corte entre gados e um grupo de fiéis, insira meme acho que o twitter vai gostar kkk. As intromissões do pregador, que também é protagonista de um twist bastante clichê, de novo, saído do baú de memes, dão cara e voz a isso, culminando no total boicote ao clímax da história.
O filme não é ruim, longe disso. Também não sei o considero, de fato, um slasher. É mais um filme sobre filmes que um participante ativo do gênero. Um Cabin in the Woods com referências mais restritas, sem humor, um tanto mais pretensioso, mas com atores e diretor bem melhores. Ou seja, um filme com o selo A24.
Willy's Wonderland: Parque Maldito
2.8 209 Assista AgoraO filme só acontece por uma série de conveniências que o realizadores nem tentam esconder. O que poderia ser perdoado se o restante do filme se sustentasse, o que definitivamente não ocorre. O exercício do Nic Cage em atuar sem diálogo algum é interessante - é a única coisa no filme que pode assim ser descrita -, e também não deixa de ser um livramento, pois, a julgar pelos terríveis diálogos escritos para os adolescentes, acho que nem Cage conseguiria fazê-los funcionar minimamente.
Em momento algum as interações entre o grupo de jovens consegue transmitir algo que não seja artificialidade, atores tentando entregar suas falas o mais rápido possível sem que as cenas tenham tempo para respirar. O conflito entre eles é inteiramente criado e exposto por falas mal escritas. Se numa cena estão todos de acordo e nada leva a crer que há divergências sobre o objetivo da missão. Noutra, um personagem nos diz, que, Sim, estou aqui obrigado, essa mina é uma otária mandona. E não, ela não vai dar para aquele cara ali.
Não me sentei pra assistir Willy's Wonderland esperando um filme bom. Mas esperava encontrar um entretenimento que se fizesse por meio do ridículo e, salvo momentos esporádicos, isso não aconteceu.
Um Estranho Vampiro
3.0 72 Assista AgoraFrames, gifs e frases de Vampire's Kiss são reproduzidas internet afora com objetivo de ridicularizar o Nicolas Cage. Algumas pessoas compartilham isso sem pensar, e tudo bem. Mas quem realmente quer usar esse filme para negar os méritos do cara como ator, deveria... assisti-lo? A atuação dele está em total acordo com a proposta do longa, com o que o personagem pede e o texto está completamente ciente do quão insano é.
Na moral, se você assistir Vampire's Kiss e achar que o Nicolas Cage não está bem nele, a gente simplesmente tem ideias fundamentalmente diferentes sobre o que é uma boa atuação e como ela serve e complementa a obra na qual está inserida.
As cinco estrelas são em protesto ao linchamento virtual do Cage e a média baixa aqui.
Melhor É Impossível
4.0 684 Assista AgoraSe por um lado acho que Jack Nicholson como par romântico não funciona muito, pois é creepy pra caramba, tanto pela idade avançada, como pelo personagem ser bastante asqueroso, e também não conseguir se livrar da vibe do Coringa na maior parte do tempo - sério, sempre que ele sorria a imagem dele em Batman se sobrepunha ao que estava vendo na tela -, por outro, isso confere ao personagem a aspereza necessária e algum charme um tanto fascinante, um tanto repulsivo, que é inerente ao próprio Nicholson, e isso torna Melvin Udall um personagem mais rico. Talvez isso tenho sido o motivo do Oscar de Melhor ator, o trabalho isoladamente não é nada de impressionante na filmografia dele, mas num filme tão formulaico, é a única coisa que se sobressai. O Oscar de Melhor Atriz para a Helen Hunt não chega a ser injusto, mas é uma interpretação somente correta.
edit: Ia me esquecendo, esse filme tem uma barriga gigante. Dava pra cortar uns 30 minutos, no mínimo.
Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial
3.7 56 Assista AgoraDos raros filmes que terminam e me deixam querendo mais daquele mundo, saber mais dos personagens. E consegue fazer isso mesmo tendo um voice-over que por vezes sufoca os personagens, mas nos momentos em que funciona, ou se afasta, cria o que sem dúvida nenhuma já é um dos meus coming of age preferidos porque evoca, ainda que com equivalentes norte-americanos, cenários da minha própria adolescência/infância..
Depois de Boyhood, Linklater só fez filmes mais ou menos, ter um filme bom dele me deixa muito feliz. E com a noticia de que estão discutindo ideias para um quarto filme da série Before, fico aliviado de saber que o homem ainda tem lenha pra queimar.
Zona de Risco
4.1 82 Assista AgoraO filme brilha mesmo no segundo ato, porque a meia hora inicial de JSA é bem fraquinha. Muito por conta dos diálogos em inglês, mesmo que o texto em si não seja ruim, a entrega dos atores é um tanto desastrosa, faltou cuidado para trabalharem em volta disso ou que tivessem abandonado o inglês completamente. No entanto, o filme melhora consideravelmente quando foca na construção da relação entre os soldados do Norte e Sul, e como o conflito na região possibilita e condena a amizade entre eles. Até mesmo a direção do Park Chan Wook se torna mais inspirada.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraGosto muito de Drive, acho que o único problema me saltou aos... ouvidos(!) nessa revisita é a trilha que literalmente diz o que os personagens estão sentindo. Mas ao mesmo tempo contribui muito na construção da atmosfera. E são boas, então...
Edit: Rolei a página e encontrei comentários (previsíveis) criticando as atuações, que são perfeitas pela sutileza. E se disse que a trilha ajuda a construir a atmosfera, os silêncios, também criticados por amiguinhos, tem igual importância nesse aspecto. Além de criar e ser uma extensão do protagonista, seu instrumento para intimidar. E no silêncio se mostrar vulnerável.
"Quer ser um Tarantino", acusou outro. Primeiro, o que em Drive levou a pessoa a pensar no Tarantino? A explosão de violência, talvez? Ele patenteou isso? Mas Taranta a glorifica, aqui, o silêncio (poxa, sempre ele, também alvo de criticas), acentua o horror da coisa. Além disso, Tarantino nunca que conseguiria criar tamanha tensão afetiva como a que Winding Refn, junto de Gosling e Mulligan e do pequeno Kaden Leos, criam sem verborragia, pelo contrário, na troca de olhares e nos gestos.
O Beco do Pesadelo
3.5 496 Assista AgoraAssistindo filme de 47 não pude deixar de pensar que o Del Toro o superaria, é um grande filme, o original, sem dúvidas, mas falta algo. Faltava àquele mundo... respirar? E nesse aspecto, tinha razão. Tecnicamente esse filme é impecavel, ou quase, faltou cortar uns 20 minutos...
Um filme de 2021 sai na frente para contar essa história, mas ainda assim o de 47 me parece mais tormentoso, insinua mais, apesar deste aqui ser mais gráfico. Del Toro (Del Toro!!!) abandona qualquer sugestão de algo mais, enquanto o original, se não deixa em aberto, em momentos chave, faz com que nos questionemos, assim como os personagens. É muito triste. Del Toro construiu o cenário perfeito para uma jornada onírica e apostou no ordinário.
Do elenco, Willem Defoe e Toni Collette estão muito bem, e Cate Blanchett, em momentos, principalmente mais para o final, não deixa nada a desejar se comparada a Helen Walker (embora ainda prefira essa última). Em compensação, Bradley Cooper e Rooney Mara exalam apatia. Não via a Rooney tão apagada desde outro pesadelo, aquele remake desastroso de Elm Street. Chega a ser sacanagem colocar este Stan que o Cooper dá vida ao de Tyrone Power. Todo charme e ambiguidade se perde.
O filme não é ruim, nem o original é perfeito. Ambos sofrem com o segundo ato, mas todas as mudanças que Del Toro e Morgan promoveram aqui ajudam a tornar esse remake mil vezes mais indolente.
O Dia dos Namorados Macabro
3.0 228Não dou play num filme desse esperando personagens bem construídos, pelo contrario. Mas em Bloody Valentine encontramos um caso curioso. Vejam bem, filmes de terror que tem "adolescentes" sendo burros, se safam de algumas criticas justamente por isso. "Poxa, são burros, mas aos 16, quem não era?). Pois aqui temos um bando de marmanjo que trabalha numa mina agindo feito adolescentes, e dos mais irritantes.
Mas o filme não se utiliza disso para nos divertir. Tenta fazer com que nos importemos com um romancezinho ordinário entre dois cusões e uma sem sal. Tenta nos fazer rir com um abestado que me fez questionar se valia de fato manter meus olhos ou arrancá-los e dar com a cabeça na parede. A moça sem sal tem uma amiga histérica e ambas são inúteis, claro. De novo, o filme não pega essa gentinha desgraçada e mata de forma a nos provocar qualquer tipo de reação que não seja a indiferença.
Enfim, My Bloody Valentine tem todos os problemas dos slashers da época e nenhuma das virtudes dos que se sobressaiam. Falha em construir qualquer tipo de tensão.