A decadência. A sujeira. O limbo. O fundo do poço. O podre. O fim de carreira. O poder da cachaça.
O bar também é um personagem. A turma toda reunida lembra o bar do Moe dos Simpsons, e um ótimo filme brasileiro, "Bar Esperança" do Hugo Carvana, 1982.
Nesse mar de podridão poderia surgir um tipo de vilão diferente do ex-SS do Bar Luva Dourada? O bicho faz lembrar um Darth Vader.
Esse é o reduto do protagonista: boêmio (mas sem romantismo) e criminoso (também sem romantismo).
Os Fuzis, de Ruy Guerra, filme do ano de 1964, considerado integrante da ‘’Trilogia de Ouro’ ’ do Cinema Novo, juntamente com Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos) e Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha), aborda a questão social do Brasil, tratada cinematograficamente através da chegada de uma junta do Exército no sertão baiano, em missão, a fim de promover a segurança do armazém de seu proprietário, ameaçada de ser saqueada pela população faminta deste local.
Durante a chegada do exército no sertão, ao longo da trama, acaba se desenvolvendo uma contraposição de idéias em alguns soldados. Em exemplo, no Mário, baiano litorâneo, que vem nesta missão, iludido pelo pseudo-patriotismo, e de estar cumprindo com a legalidade. Sentimento este, comum nas emoções pueris e reacionárias originárias do militarismo pactuante com a classe dominante.
Mário apercebe-se da inércia exaustiva presente no povo do sertão, esfomeados, sem meios para a subsistência. A dialética e o clímax vácuo-constante encontram-se justamente no encarregamento de sua missão de proteger o detentor dos alimentos, enquanto a partilha do povo encontra-se em situação lastimável. Gaúcho, seu amigo, ex-integrante do exército, é morador da região, vivendo do trabalho de motorista, mas na mesma situação de seus conterrâneos. Este, que foi precedido pela mesma idéia de agora do Mário, decidiu largar o exército.
O trabalho da direção vale pela boa narrativa arrastando um roteiro com problemas. As tomadas com os americanos lembrando os blockbusters de filmes de ação são interessantes.. O confronto ‘’americanos brancos versus brasileiros’’ apresenta uma crítica de lugar-comum na ideologia da esquerda de hoje, abordada de uma forma pouco criativa pelos realizadores deste filme. Respeito a opinião de quem acha este filme genial, mas não vi nada de novidade ou genialidade. Está muito longe de ser um melhores filmes brasileiros já feitos.
Glauber também sabe fazer CINEMA MARGINAL... Mestre do cinema BRAZYLEYRO. Sem dúvidas. A situação dos ares tratada na fita continua na mesma até hoje. Ou seja, regredimos. O panorama BOÇALNARISTA e com tudo mais jogou isso aos nossos olhos. Reflitamos...
É o Brazyl na sala escura - udigrudi até o último - sinal de objetos voadores não identificados. Cultura pop com erudita. Geléia Geral no Cinema! A mente de Sganzerla sacou e colocou na tela não só a atmosfera urbana da metrópole São São Paulo, mas a ideia geral da cultura brasileira, utilizando-se do conceito antropofágico de Oswald de Andrade. A câmera de Rogério nos mostra inúmeras referências à Welles e Godard. A visão pitoresca dos filmes da Atlântida, ao gosto popular por filmes como o western italiano, pornochanchadas, e outras inúmeras bossas são elementos que fazem jus ao conceito oswaldiano - POIS DEVEMOS VER COM OLHOS LIVRES!... Isso por si só já é uma ruptura com o cinema-novo-pós 67. Rogério e Glauber são poucos que conseguem transmitir de maneira extremamente genial a cultura brasileira...
Não se trata de uma estétyka do lixo, como o conceito proposto pela vanguarda do nosso cinema nos anos 60/70. Contudo, a cidade de Gotham City imersa na montoeira de lixo é o quadro do caos e da Terra contemporânea. O aspecto da decadência do mundo é a medula que dita e constrói o vilão.
Com a tecnologia avançadíssima, e o orçamento volumoso do Cinemão norte-americano, fica difícil não se impressionar com o som e a imagem desta película. Ainda mais, quando visto na sala de cinema, é claro. Porque Cinema deve ser visto no cinema.
Mas defeitos, o filme também possui. Como espectador, por falta de cuidado dos produtores, acredito que o filme em momentos não sabe o que quer - é realismo ou é fantasia? A falta de detalhes em razão da continuidade da narrativa me desperta tal pergunta.
A última cena, no hospício, assim como outras, é uma encheção de linguiça. Acredito que se o filme terminasse com o Coringão sendo aclamado pelo povo, seria um final muito mais emblemático.
O Coringa é um personagem interessantíssimo da cultura pop ocidental. Neste aspecto, a valorização demasiada do realismo no filme pode fugir da estética relacionada à essência das HQs. Mas este é um problema do espectador, e não da obra em si, embora isso aconteça parcialmente.
Ah! E Joaquin Phoenix foi genial no seu papel. Excelente.
Macumba, gritaria, miséria, esculhambação... Eis o cenário de Copacabana Mon Amour, obra genial do genial Sgan-zerlá. Sonia Silk é a protagonista da película, interpretada pela musa Helena Ignez, da qual contracena com Otoniel Serra, que interpreta o irmão da rainha oxigenada, que por sua vez é bicha, macumbeiro e apaixonado pelo patrão. E a macumba é o fio condutor do filme. Os filmes do Sganzerla, assim como os da época ‘’Marginal’’ não possuem um roteiro linear. Essa é a sua característica tropicalista. Rogério sabe criticar a ‘’brasileirice’’, seja pela forma e conteúdo de suas obras, como pela sua inquietude no campo da sétima arte. ‘’Paiszinho metido a besta...’’
Paulo Francis é um tipo de figura que faz uma grande falta ao jornalismo brasileiro. A sua contradição era uma coisa que o fazia irreverente, e até engraçado, em algumas das vezes. É raro encontrar essa excentricidade nos profissionais de hoje. Uma lástima que o mais não-usual do momento seja o Olavo de Carvalho. Talvez seja por isso que sua popularidade ascendeu bastante nos últimos tempos, mesmo sendo um imbecil muita das vezes... Contudo, a história do Francis, em minha opinião, é muito mais interessante que a dele. Como não sou crítico de cinema, penso que esse sentimentalismo extremo com a trilha sonora tendo a morte do Paulo Francis e do bichano, Alzira, não caiu muito bem, não. Acredito que não combina muito com a personalidade que era o jornalista. De qualquer forma, o documentário é interessante, em nenhum momento se tornou chato, gostaria até que fosse mais longo e preenchido.
Este é o primeiro filme de Chaplin que vejo. E em minha simplória noção de cinema posso dizer que Chaplin é um gênio. Seus gestos, feições e mímicas fazem jus ao conceito que eu lhe dou, inclusive, por ser o responsável pela direção, roteiro e protagonismo desta obra-prima.
Mais uma das inúmeras chanchadas produzidas pela Atlântida, a grande produtora de cinema no Brasil entre as décadas de 40 e 50. Aviso Aos Navegantes é um filme desta época, com uma boa porção de musicais, piadas, malandragem, caos e etc. O roteiro deixa muito à desejar, inclusive para quem não se interessa em ao menos em assistir para conhecer este período do cinema tupiniquim. Contudo, Oscarito é um gênio nas suas atuações, junto com o mestre Grande Otelo formam uma dupla que dá ao filme um valor maior. Destaque também para Adelaide Chiozzo, charmosíssima em suas apresentações musicais. Em suma, para quem tem interesse em conhecer o cinema brasileiro, vale a pena assistir este filme, pois trata-se de um título muito querido ao público desta época, todavia, não se trata aqui de uma obra prima do período da chanchada.
Ternos, chapéus, cigarros, armas e tiroteio. Esse é o cenário de Scarface – A Vergonha de Uma Nação, dirigido pela lenda hollywoodiana Howard Hawks. O filme é tão bom de assistir quanto o de 1983, do Brian de Palma. E também creio que a interpretação do personagem Tony pelo Al Pacino é completamente extraordinária, inigualável. Não faço aqui um julgamento qualitativo, apenas uma constatação pessoal. Enfim, como todo clássico do Cinema, Scarface de Howard Hawks é indispensável.
Grande obra sobre a vida de Sigmund Freud. Ótimas atuações e um roteiro muito bem trabalhado, escrito por Jean Paul Sartre que preferiu não expor seu nome nos créditos por causa de um desentendimento com o diretor. O retrato sobre a luta de Freud no início da elaboração das suas teorias é interessantíssimo. Huston não tratou de mitificá-lo, e sim de trabalhar com a vida do ser humano como ela é. O filme é uma boa para quem ainda não conhece um pouco sobre Freud, pois, ao ver o filme, não é difícil de entender minimamente o cerne de suas idéias.
Há tempos que eu estava para ver este filme do Bertolucci. O clima parisiense de 68 está presente na obra; movimento político inflamado, alta dose de ideologia libertária, cinefilia francesa acalorada, entre outras coisas... O transbordamento de acontecimentos do trio que envolve os irmãos e o estudante norte-americano consegue prender a atenção do espectador com seus atos e diálogos. Talvez o Bertolucci tenha sido chamado de reacionário por alguns críticos no Festival de Veneza pelo diálogo entre Theo e Mattew, quando o último expõe ao primeiro que não partilha dos seus delírios pequeno-burgueses quando se fala na hipótese de Mao como diretor de um filme: ‘’os milhões de atores guardas vermelhos seriam co-adjuvantes ‘’; ‘’se você realmente acreditasse no que diz, não estaria aqui bebendo vinho caro em seu apartamento, estaria lá fora, nas ruas’’. Alguns críticos também chamaram o filme de ingênuo, e acho que eles têm um pouco de razão.
O Bang-Bang que de bang-bang, leia-se, western, não tem nada. São 90 minutos de anti-filme. A falta de uma narrativa linear é mais uma marca deste (mal)dito período de desconstrução e ruptura com o Cinema Novo. A falta de perspectiva a uma mudança social e política é expressa nos filmes do dito Cinema Marginal, dando sentido à frase épica do protagonista de O Bandido da Luz Vermelha, ‘’quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha... avacalha e se esculhamba! ‘’. É uma obra importantíssima para entender o contexto histórico em que a sétima arte tupiniquim estava passando.
Imensidão Azul
3.9 74Trilha sonora bem louca...
O Bar Luva Dourada
3.6 340A decadência. A sujeira. O limbo. O fundo do poço. O podre. O fim de carreira. O poder da cachaça.
O bar também é um personagem. A turma toda reunida lembra o bar do Moe dos Simpsons, e um ótimo filme brasileiro, "Bar Esperança" do Hugo Carvana, 1982.
Nesse mar de podridão poderia surgir um tipo de vilão diferente do ex-SS do Bar Luva Dourada? O bicho faz lembrar um Darth Vader.
Esse é o reduto do protagonista: boêmio (mas sem romantismo) e criminoso (também sem romantismo).
Os Fuzis
4.1 71O POVO PRECISA DE COMIDA, E NÃO DE FUZIS
Os Fuzis, de Ruy Guerra, filme do ano de 1964, considerado integrante da ‘’Trilogia de Ouro’ ’ do Cinema Novo, juntamente com Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos) e Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha), aborda a questão social do Brasil, tratada cinematograficamente através da chegada de uma junta do Exército no sertão baiano, em missão, a fim de promover a segurança do armazém de seu proprietário, ameaçada de ser saqueada pela população faminta deste local.
Durante a chegada do exército no sertão, ao longo da trama, acaba se desenvolvendo uma contraposição de idéias em alguns soldados. Em exemplo, no Mário, baiano litorâneo, que vem nesta missão, iludido pelo pseudo-patriotismo, e de estar cumprindo com a legalidade. Sentimento este, comum nas emoções pueris e reacionárias originárias do militarismo pactuante com a classe dominante.
Mário apercebe-se da inércia exaustiva presente no povo do sertão, esfomeados, sem meios para a subsistência. A dialética e o clímax vácuo-constante encontram-se justamente no encarregamento de sua missão de proteger o detentor dos alimentos, enquanto a partilha do povo encontra-se em situação lastimável. Gaúcho, seu amigo, ex-integrante do exército, é morador da região, vivendo do trabalho de motorista, mas na mesma situação de seus conterrâneos. Este, que foi precedido pela mesma idéia de agora do Mário, decidiu largar o exército.
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraO general soube da conspiração do fluor através do WhatsApp.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraO trabalho da direção vale pela boa narrativa arrastando um roteiro com problemas. As tomadas com os americanos lembrando os blockbusters de filmes de ação são interessantes.. O confronto ‘’americanos brancos versus brasileiros’’ apresenta uma crítica de lugar-comum na ideologia da esquerda de hoje, abordada de uma forma pouco criativa pelos realizadores deste filme. Respeito a opinião de quem acha este filme genial, mas não vi nada de novidade ou genialidade. Está muito longe de ser um melhores filmes brasileiros já feitos.
Câncer
3.7 21Glauber também sabe fazer CINEMA MARGINAL... Mestre do cinema BRAZYLEYRO. Sem dúvidas.
A situação dos ares tratada na fita continua na mesma até hoje. Ou seja, regredimos. O panorama BOÇALNARISTA e com tudo mais jogou isso aos nossos olhos. Reflitamos...
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 264 Assista AgoraÉ o Brazyl na sala escura - udigrudi até o último - sinal de objetos voadores não identificados.
Cultura pop com erudita. Geléia Geral no Cinema!
A mente de Sganzerla sacou e colocou na tela não só a atmosfera urbana da metrópole São São Paulo, mas a ideia geral da cultura brasileira, utilizando-se do conceito antropofágico de Oswald de Andrade. A câmera de Rogério nos mostra inúmeras referências à Welles e Godard. A visão pitoresca dos filmes da Atlântida, ao gosto popular por filmes como o western italiano, pornochanchadas, e outras inúmeras bossas são elementos que fazem jus ao conceito oswaldiano - POIS DEVEMOS VER COM OLHOS LIVRES!... Isso por si só já é uma ruptura com o cinema-novo-pós 67.
Rogério e Glauber são poucos que conseguem transmitir de maneira extremamente genial a cultura brasileira...
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraO meio é o lixo
Não se trata de uma estétyka do lixo, como o conceito proposto pela vanguarda do nosso cinema nos anos 60/70.
Contudo, a cidade de Gotham City imersa na montoeira de lixo é o quadro do caos e da Terra contemporânea.
O aspecto da decadência do mundo é a medula que dita e constrói o vilão.
Com a tecnologia avançadíssima, e o orçamento volumoso do Cinemão norte-americano, fica difícil não se impressionar com o som e a imagem desta película. Ainda mais, quando visto na sala de cinema, é claro. Porque Cinema deve ser visto no cinema.
Mas defeitos, o filme também possui. Como espectador, por falta de cuidado dos produtores, acredito que o filme em momentos não sabe o que quer - é realismo ou é fantasia? A falta de detalhes em razão da continuidade da narrativa me desperta tal pergunta.
A última cena, no hospício, assim como outras, é uma encheção de linguiça. Acredito que se o filme terminasse com o Coringão sendo aclamado pelo povo, seria um final muito mais emblemático.
O Coringa é um personagem interessantíssimo da cultura pop ocidental. Neste aspecto, a valorização demasiada do realismo no filme pode fugir da estética relacionada à essência das HQs. Mas este é um problema do espectador, e não da obra em si, embora isso aconteça parcialmente.
Ah! E Joaquin Phoenix foi genial no seu papel. Excelente.
Copacabana Mon Amour
3.9 77Macumba, gritaria, miséria, esculhambação... Eis o cenário de Copacabana Mon Amour, obra genial do genial Sgan-zerlá. Sonia Silk é a protagonista da película, interpretada pela musa Helena Ignez, da qual contracena com Otoniel Serra, que interpreta o irmão da rainha oxigenada, que por sua vez é bicha, macumbeiro e apaixonado pelo patrão. E a macumba é o fio condutor do filme.
Os filmes do Sganzerla, assim como os da época ‘’Marginal’’ não possuem um roteiro linear. Essa é a sua característica tropicalista. Rogério sabe criticar a ‘’brasileirice’’, seja pela forma e conteúdo de suas obras, como pela sua inquietude no campo da sétima arte. ‘’Paiszinho metido a besta...’’
Caro Francis
3.6 17Paulo Francis é um tipo de figura que faz uma grande falta ao jornalismo brasileiro. A sua contradição era uma coisa que o fazia irreverente, e até engraçado, em algumas das vezes. É raro encontrar essa excentricidade nos profissionais de hoje. Uma lástima que o mais não-usual do momento seja o Olavo de Carvalho. Talvez seja por isso que sua popularidade ascendeu bastante nos últimos tempos, mesmo sendo um imbecil muita das vezes... Contudo, a história do Francis, em minha opinião, é muito mais interessante que a dele.
Como não sou crítico de cinema, penso que esse sentimentalismo extremo com a trilha sonora tendo a morte do Paulo Francis e do bichano, Alzira, não caiu muito bem, não. Acredito que não combina muito com a personalidade que era o jornalista. De qualquer forma, o documentário é interessante, em nenhum momento se tornou chato, gostaria até que fosse mais longo e preenchido.
O Circo
4.4 227 Assista AgoraEste é o primeiro filme de Chaplin que vejo. E em minha simplória noção de cinema posso dizer que Chaplin é um gênio. Seus gestos, feições e mímicas fazem jus ao conceito que eu lhe dou, inclusive, por ser o responsável pela direção, roteiro e protagonismo desta obra-prima.
Aviso aos Navegantes
3.6 13Mais uma das inúmeras chanchadas produzidas pela Atlântida, a grande produtora de cinema no Brasil entre as décadas de 40 e 50.
Aviso Aos Navegantes é um filme desta época, com uma boa porção de musicais, piadas, malandragem, caos e etc. O roteiro deixa muito à desejar, inclusive para quem não se interessa em ao menos em assistir para conhecer este período do cinema tupiniquim. Contudo, Oscarito é um gênio nas suas atuações, junto com o mestre Grande Otelo formam uma dupla que dá ao filme um valor maior. Destaque também para Adelaide Chiozzo, charmosíssima em suas apresentações musicais.
Em suma, para quem tem interesse em conhecer o cinema brasileiro, vale a pena assistir este filme, pois trata-se de um título muito querido ao público desta época, todavia, não se trata aqui de uma obra prima do período da chanchada.
Scarface, a Vergonha de uma Nação
4.0 117 Assista AgoraTernos, chapéus, cigarros, armas e tiroteio. Esse é o cenário de Scarface – A Vergonha de Uma Nação, dirigido pela lenda hollywoodiana Howard Hawks. O filme é tão bom de assistir quanto o de 1983, do Brian de Palma. E também creio que a interpretação do personagem Tony pelo Al Pacino é completamente extraordinária, inigualável. Não faço aqui um julgamento qualitativo, apenas uma constatação pessoal. Enfim, como todo clássico do Cinema, Scarface de Howard Hawks é indispensável.
Freud, Além da Alma
3.9 175 Assista AgoraGrande obra sobre a vida de Sigmund Freud. Ótimas atuações e um roteiro muito bem trabalhado, escrito por Jean Paul Sartre que preferiu não expor seu nome nos créditos por causa de um desentendimento com o diretor. O retrato sobre a luta de Freud no início da elaboração das suas teorias é interessantíssimo. Huston não tratou de mitificá-lo, e sim de trabalhar com a vida do ser humano como ela é. O filme é uma boa para quem ainda não conhece um pouco sobre Freud, pois, ao ver o filme, não é difícil de entender minimamente o cerne de suas idéias.
Os Sonhadores
4.1 1,9K Assista AgoraHá tempos que eu estava para ver este filme do Bertolucci. O clima parisiense de 68 está presente na obra; movimento político inflamado, alta dose de ideologia libertária, cinefilia francesa acalorada, entre outras coisas... O transbordamento de acontecimentos do trio que envolve os irmãos e o estudante norte-americano consegue prender a atenção do espectador com seus atos e diálogos. Talvez o Bertolucci tenha sido chamado de reacionário por alguns críticos no Festival de Veneza pelo diálogo entre Theo e Mattew, quando o último expõe ao primeiro que não partilha dos seus delírios pequeno-burgueses quando se fala na hipótese de Mao como diretor de um filme: ‘’os milhões de atores guardas vermelhos seriam co-adjuvantes ‘’; ‘’se você realmente acreditasse no que diz, não estaria aqui bebendo vinho caro em seu apartamento, estaria lá fora, nas ruas’’. Alguns críticos também chamaram o filme de ingênuo, e acho que eles têm um pouco de razão.
Bang Bang
3.9 48O Bang-Bang que de bang-bang, leia-se, western, não tem nada. São 90 minutos de anti-filme. A falta de uma narrativa linear é mais uma marca deste (mal)dito período de desconstrução e ruptura com o Cinema Novo. A falta de perspectiva a uma mudança social e política é expressa nos filmes do dito Cinema Marginal, dando sentido à frase épica do protagonista de O Bandido da Luz Vermelha, ‘’quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha... avacalha e se esculhamba! ‘’. É uma obra importantíssima para entender o contexto histórico em que a sétima arte tupiniquim estava passando.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraUm filme que bagunçou minha mente...