Esdras Matheus Magadan

Assisti pelo Netflix. Argentina, 14 de marzo de 1983.O filme começa discreto, mostrando a rotina de uma professora de História ( Alícia Ibáñez) em Buenos Aires dos anos 1980. Diante das afrontas de um aluno ( Horácio Costa), dos depoimentos de uma amiga e a realidade das manifestações das Madres de La Plaza de Mayo ( leiam sobre), Alícia sai do seu mundo hermético e percebe os bastidores do regime militar do seu país. Mas do começo ao fim o filme traz sutilezas e mensagens entre bandeira nacional e canções infantis.Muito bom para conhecer a devastação militarista que assolou a América Latina.

Uma família organizada que recebe um hóspede que rompe o padrão equilibrado da rotina de todos. Um filme delicado, sensível, que aborda questões juvenis, dilemas da adolescência. O ator Angelo Mutti que interpreta Lorenzo dá muita veracidade aos conflitos internos. A cena dele aguachado no chão é de uma dor que rasga as veias. Simples no roteiro, mas de uma sutileza...Os filmes latinos tem outra pegada e precisamos valorar as propostas.

As agruras de um homem quarentão diante da profissão, da família, do divórcio, da masculinidade e da vida. Celeste é a poesia, dando sentido a rotina dele. A relação dele com a filha, a paisagem urbana do Uruguai e as pinturas que revelam sua angústia, são os pontos fortes do filme. Não espere grandes enlaces. Assim como a vida, a película traz simplicidade das coisas e deixa no ar outros assuntos, mais sutis.