"Sete Dias com Marilyn" é um filme de muitas qualidades, mas o que mais chama atenção são as atuações de Michelle Williams e Kenneth Branagh. Williams concebe aquela que talvez seja a melhor personificação de Monroe: além de apaixonante, a atriz se destaca naquela que é a maior característica do mito: uma mescla de anjo inocente e anjo caído. É incrível como Michelle consegue mostrar o lado doce e frágil de Marilyn e o lado que destrói corações, que usa seus brinquedos jogando-os fora assim que estes perdem a graça. É estranho constatar, portanto, que Colin é apenas um dos prováveis vários jovens que já se apaixonaram, foram usados e descartados por ela.
Séries britânicas como "Sherlock" e "Wallander" têm três episódios cada; todos eles duram aproximadamente uma hora e meia, mesma duração de "Page Eight". O que isso tem a ver com o filme? Basicamente nada; o que quero dizer é que todos os episódios dessas séries funcionam perfeitamente; essas minisséries entregam um história coerente por semana, entregam um filme por semana (as duas têm, basicamente, três filmes por ano; todos muito bons) "Page Eight" é apenas UM filme e não se sustenta em seus noventa minutos.
"Hemingway & Gellhorn" infelizmente possui vários problemas em sua estrutura técnica e narrativa. A começar pela direção problemática de Philip Kaufman, que já se mostrara infinitamente melhor em obras como "Contos Proibidos do Marquês de Sade": Kaufman simplesmente não sabe o tom que quer dar ao filme, e usa certos artifícios técnicos que não funcionam; o que mais impressiona é a decisão do diretor acerca das transições de tempo, espaço e climatização através de uma mudança de cores, mudando do preto e branco para o colorido e vice e versa - passando também pelo sépia - construindo, assim, uma galeria estranha de estilos que não combinam um com o outro.
O mais frustrante, porém, é notar que essa decisão acaba se revelando não uma opção, mas uma necessidade. Explico: percebam que várias vezes imagens reais são fundidas ao filme - o que também se mostra falho várias vezes -, e para isso Kaufman e sua equipe precisam que a cor de sua obra mude de cor para acompanhar as imagens verídicas; logo, houve a necessidade de mudar o rumo estético do filme. O problema é que para tentar equilibrar essas mudanças, várias outras cenas possuem fotografia em preto e branco ou sépia desnecessariamente, e o pior: sem propósito. Se de início apenas as cenas de guerra são diferentes, ao longo da fita percebemos que outros momentos recebem tratamento diferenciado sem motivo claro.
E esse mesmo problema afeta outro ponto: a edição. Ainda que muitos momentos sejam belos e brilhantemente montados (as imagens refletidas na retina de um pássaro ou de Gellhorn ou nas vidraças das janelas), outros são constrangedores e desnecessários (como aquele em que vemos um personagem caminhando entre as pessoas reais de uma filmagem real, ou então quando Hemingway conversa com alguém real de uma filmagem real). Além disso, as transições do preto e branco/sépia para o colorido raramente funcionam, mudando de repente e sem benefício para com a narrativa ou o visual em si. Em suma, a edição também falha de uma forma mais abrangente, na mudança temporal dos acontecimentos e na simples construção dos capítulos da história do casal.
Mas nem tudo é falho em "Hemingway & Gellhorn": as atuações de Clive Owen e Nicole Kidman merecem aplausos e a trilha sonora é linda.
Sobre as chances do filme no Emmy, são remotas. "Game Change", também da HBO, parece ter mais favoritismo. Além disso, as britânicas "Sherlock" e "Luther" têm grandes chances. "H & G" parece ter chances nas categorias técnicas e de atuação.
É isso pessoal; não me condenem por não gostar do filme. Vejo que muitos gostaram do resultado e respeito isso totalmente. Podemos debater, mas não me crucifiquem! rsrsrs
Calcado no minimalismo, Demián Bichir entrega uma atuação tocante, comovente, sobre um ser humano, um homem cheio de falhas e segredos que quer, ao menos, uma vida com diferentes perspectivas para ele e seu filho. A simplicidade da trama é, ao contrário do que se pode pensar, um ponto positivo da fita. Focado nas reações dos personagens, na interação entre eles e suas vidas, o que importa aqui são os detalhes. Perceba, por exemplo, o momento em que, ao lado do filho em uma espécie de rodeio, Carlos parece feliz, mas muda sutilmente o olhar ao lembrar do passado e assimilar toda a realidade em que vive ao escutar uma música. Uma troca de olhar tão simples, mas tão profunda em seu contexto, que eleva a atuação de Bichir como uma das melhores do ano.
Outra prova que temos aqui, é que Chris Weitz se sai bem melhor quando contido e envolvido num simples drama - seus melhores filmes são "Um Grande Garoto" e este "Uma Vida Melhor", enquanto suas grandes falhas encontram-se em "A Bússola de Ouro e, principalmente, "Lua Nova". Torcemos que continue nesse caminho, escolhendo bons dramas com bons roteiros.
Que me perdoem os fãs da atriz, mas Knightley está absolutamente exagerada. Atuação carregada e constrangedora: por que raios, por exemplo, ele coloca a mandíbula para frente, ficando com o queixo grotescamente gigante? Por que ela se contorce toda, colocando braços para trás e se curvando...? Por que ela gagueja por nada? Por que ela treme o lábio inferior quando está em terapia?
Alguém pode me dizer que alguém no estado dela faz isso. Pode fazer, mas não do jeito que Keira faz. Só ela coloca o queixo pra frente daquele jeito. rs
Os saltos temporais causam estranheza no início, pois acontecem rápido e abruptamente; porém, com o andar da trama, constata-se que o formato é muito bem conduzido e lógico. Outro fato que merece respeito é o de que a fita não se torna episódica, pulando de um ano para outro de forma fragmentada e perdida. Lone Scherfig, que sabotara seu "Educação" na cena final, aqui ameaça fazer a mesma coisa, mas surpreende ao conceber uma linda sequência, rica em simbolismos e ironia; tão bela e tão forte que desperta no espectador a vontade de voltar e assistir tudo novamente.
Se a ideia fosse bem aproveitada, "A Hora da Escuridão" seria bem mais interessante: mudar o foco dos EUA para a Rússia é bacana, afinal, não se tem a desculpa de que os aliens só invadem a atacam os americanos, por outro lado, essa mesma abordagem é besta, afinal, acompanhamos quatro norte-americanos durante a trama, grupo este que, sempre que pode, fala mal da Rússia. É mania daquele povo sempre criticar os outros países e seus habitantes. Por que fazer um filme em outro lugar apenas para manter a estrutura narrativa e ser ofensivo? Além disso, todos os russos do filme falam inglês. Não é uma danada coincidência? Há também encontros inexplicáveis: pessoas estando exatamente no mesmo lugar na mesma hora...
Não procure um roteiro complexo e perfeito (embora este seja muito bom), nem filosofias profundas sobre identidade e toda aquela história de pessoalidade envolvendo heróis. Espere, sim, muita diversão e técnica impecável. Elenco em sintonia (todos têm seu tempo e espaço), direção surpreendente (não esperava um trabalho tão virtuoso de Joss Whedon) e efeitos espetaculares. Está longe de qualquer "Transformers"; este aqui é uma ode aos nerds e aos heróis do Cinema, uma cuidadosa obra criada para agradar fãs e não-fãs.
Não há erros de continuidade, furos na trama, obstruções e omissões no roteiro como um todo; pode não ser um grande texto, ou um filme perfeito, mas é o melhor que poderia ser, o mais correto que se poderia imaginar.
Uma das coisas mais grotescas que tive o desprazer de assistir. Quando um filme do tipo se presta a dar as caras, o mínimo que se espera são bons efeitos e uma ação bacana. Não há nada disso. O roteiro... bem, o roteiro... é... há roteiro? As coisas boas do primeiro são esquecidas e as ruins elevadas à enésima potência.
Pode ser difícil acreditar, mas mesmo com toda a barulheira e explosões e gritaria, dormi as duas primeiras vezes que tentei assistir. Na terceira, tive que ver por partes.
Ser torturado por prestações, afinal, talvez seja "menos pior".
Precisamos Falar sobre o Kevin é um complexo estudo de personagem que insere o público dentro de sua história para que este tire suas conclusões. Longe de ser maniqueísta, o longa indaga: quem, afinal, é o culpado de tudo que acontece com os personagens da história? Há culpados? A personalidade de Kevin, o garoto problema do título, é natural? Seria ela proveniente da própria mãe? Seriam suas atitudes reflexos da decisões de sua mãe? É claro em várias situações que Kevin viera como uma criança indesejável pela mulher, logo, portanto, é sintomático pensar que tudo que ela sofre é uma espécie de punição pela sua possível falta de amor. Há, por outro lado, uma maldade tão grande no garoto, desde os primeiros anos, que torna-se inegável dizer que alguém é culpado por ele ser um monstro. O título, Precisamos Falar sobre o Kevin, ao contrário do que possa pensar, não trás um casal tentando conversar acerca do próprio filho, aqui, na verdade, somos convidados a dialogar sobre cada personagem visto na tela; nós, enfim, precisamos falar e analisar o Kevin e sua família por um momento. Além de tudo, a direção de Lynne Ramsey e a atuação soberba de Tilda Swinton são atrativos mais do que suficientes para assistir essa pequena jóia que o Cinema concebeu ano passado.
A elegância de O Espião que Sabia Demais é implacável. É daqueles filmes cuja imagem é essencial e perfeita. Cada quadro esbanja uma beleza ausente na maioria das obras feitas hoje em dia. Muito se deve, além da direção estupenda de Thomas Alfredson, à direção de arte. A fotografia também merece atenção e a trilha sonora, espécie de retrato sonoro fiel da fita, é contida, mas marcante. O roteiro cuidadoso, e às vezes confuso, descortina um profundo estudo de personagem enquanto tece uma complexa rede de intrigas e reviravoltas. Com atuação magnífica de Gary Oldman, O Espião que Sabia Demais é um exemplo a ser seguido.
Tudo pelo Poder, ao contrário de Boa Noite e Boa Sorte (outra investida de George Clooney como diretor), trata de um tema complexo, muitas vezes considerado chato, sem perder o ritmo. Se na fita em preto e branco que tinha como plano de fundo, superficialmente falando, o jornalismo e a política, o andamento da trama não fluía satisfatoriamente, aqui, onde a política e seus esquemas são o cerne da história, o ritmo é intenso e bem conduzido. Clooney capricha na direção e no roteiro, e o elenco, um dos melhores e mais afiados do ano passado, merece destaque. Ryan Gosling e Philip Seymour Hoffman brilham.
Este curioso romance tem, entre outros, dois momentos marcantes, notáveis: um é quando Terry, ao se escorar numa porta de vidro, abre-a e reflete a imagem do Empire State; o outro, no cruzeiro, é quando os dois se beijam pela primeira vez. Podemos vê-los apenas dos ombros para baixo. O diretor, numa escolha inteligente, resolve esconder do espectador o primeiro e tão esperado beijo. Também pudera: um momento tão singular, tão pessoal, deve ser dividido apenas entre aquelas almas apaixonadas; ninguém mais deve espionar, ser testemunha. Era um momento deles, de mais ninguém.
Tirando as duas quase intermináveis sequências envolvendo as crianças cantando e o absurdo de algumas situações, é um lindo filme.
A Órfã
3.6 3,4K Assista AgoraEsse final foi difícil de engolir...
Triângulo do Medo
3.5 1,3K Assista AgoraNa metade do filme um dos personagens conta a história de Sísifo durante uma conversa. Ali ela entregava a grande sacada da trama.
Sem saber, "ganhamos" um spoiler do próprio filme. rs
O Abrigo
3.0 414Visitem:
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraBatman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista Agora"Your punishment must be more severe"
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraThis is epic.
Just that.
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraObra-prima.
Sete Dias com Marilyn
3.7 1,7K Assista Agora"Sete Dias com Marilyn" é um filme de muitas qualidades, mas o que mais chama atenção são as atuações de Michelle Williams e Kenneth Branagh. Williams concebe aquela que talvez seja a melhor personificação de Monroe: além de apaixonante, a atriz se destaca naquela que é a maior característica do mito: uma mescla de anjo inocente e anjo caído. É incrível como Michelle consegue mostrar o lado doce e frágil de Marilyn e o lado que destrói corações, que usa seus brinquedos jogando-os fora assim que estes perdem a graça. É estranho constatar, portanto, que Colin é apenas um dos prováveis vários jovens que já se apaixonaram, foram usados e descartados por ela.
Um lindo filme.
A Oitava Página
3.1 39 Assista AgoraSéries britânicas como "Sherlock" e "Wallander" têm três episódios cada; todos eles duram aproximadamente uma hora e meia, mesma duração de "Page Eight". O que isso tem a ver com o filme? Basicamente nada; o que quero dizer é que todos os episódios dessas séries funcionam perfeitamente; essas minisséries entregam um história coerente por semana, entregam um filme por semana (as duas têm, basicamente, três filmes por ano; todos muito bons) "Page Eight" é apenas UM filme e não se sustenta em seus noventa minutos.
É bom, mas podia ser melhor.
Hemingway & Martha
3.5 121 Assista Agora"Hemingway & Gellhorn" infelizmente possui vários problemas em sua estrutura técnica e narrativa. A começar pela direção problemática de Philip Kaufman, que já se mostrara infinitamente melhor em obras como "Contos Proibidos do Marquês de Sade": Kaufman simplesmente não sabe o tom que quer dar ao filme, e usa certos artifícios técnicos que não funcionam; o que mais impressiona é a decisão do diretor acerca das transições de tempo, espaço e climatização através de uma mudança de cores, mudando do preto e branco para o colorido e vice e versa - passando também pelo sépia - construindo, assim, uma galeria estranha de estilos que não combinam um com o outro.
O mais frustrante, porém, é notar que essa decisão acaba se revelando não uma opção, mas uma necessidade. Explico: percebam que várias vezes imagens reais são fundidas ao filme - o que também se mostra falho várias vezes -, e para isso Kaufman e sua equipe precisam que a cor de sua obra mude de cor para acompanhar as imagens verídicas; logo, houve a necessidade de mudar o rumo estético do filme. O problema é que para tentar equilibrar essas mudanças, várias outras cenas possuem fotografia em preto e branco ou sépia desnecessariamente, e o pior: sem propósito. Se de início apenas as cenas de guerra são diferentes, ao longo da fita percebemos que outros momentos recebem tratamento diferenciado sem motivo claro.
E esse mesmo problema afeta outro ponto: a edição. Ainda que muitos momentos sejam belos e brilhantemente montados (as imagens refletidas na retina de um pássaro ou de Gellhorn ou nas vidraças das janelas), outros são constrangedores e desnecessários (como aquele em que vemos um personagem caminhando entre as pessoas reais de uma filmagem real, ou então quando Hemingway conversa com alguém real de uma filmagem real). Além disso, as transições do preto e branco/sépia para o colorido raramente funcionam, mudando de repente e sem benefício para com a narrativa ou o visual em si. Em suma, a edição também falha de uma forma mais abrangente, na mudança temporal dos acontecimentos e na simples construção dos capítulos da história do casal.
Mas nem tudo é falho em "Hemingway & Gellhorn": as atuações de Clive Owen e Nicole Kidman merecem aplausos e a trilha sonora é linda.
Sobre as chances do filme no Emmy, são remotas. "Game Change", também da HBO, parece ter mais favoritismo. Além disso, as britânicas "Sherlock" e "Luther" têm grandes chances. "H & G" parece ter chances nas categorias técnicas e de atuação.
É isso pessoal; não me condenem por não gostar do filme. Vejo que muitos gostaram do resultado e respeito isso totalmente. Podemos debater, mas não me crucifiquem! rsrsrs
Abraço a todos!
Deus da Carnificina
3.8 1,4KO elenco todo é excelente, mas John C. Reilly se sobressai, chegando a ofuscar seus colegas em alguns pontos.
É um Polanski menor, mais contido, mas ainda assim incisivo.
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KLouco. Totalmente louco!
Direito de Amar
4.0 1,1K Assista AgoraO filme mais elegante de 2010 (ano que foi lançado aqui no Brasil). A atuação mais impactante e complexa daquele ano. Colin Firth arrebenta.
Uma Vida Melhor
3.6 159 Assista AgoraCalcado no minimalismo, Demián Bichir entrega uma atuação tocante, comovente, sobre um ser humano, um homem cheio de falhas e segredos que quer, ao menos, uma vida com diferentes perspectivas para ele e seu filho. A simplicidade da trama é, ao contrário do que se pode pensar, um ponto positivo da fita. Focado nas reações dos personagens, na interação entre eles e suas vidas, o que importa aqui são os detalhes. Perceba, por exemplo, o momento em que, ao lado do filho em uma espécie de rodeio, Carlos parece feliz, mas muda sutilmente o olhar ao lembrar do passado e assimilar toda a realidade em que vive ao escutar uma música. Uma troca de olhar tão simples, mas tão profunda em seu contexto, que eleva a atuação de Bichir como uma das melhores do ano.
Outra prova que temos aqui, é que Chris Weitz se sai bem melhor quando contido e envolvido num simples drama - seus melhores filmes são "Um Grande Garoto" e este "Uma Vida Melhor", enquanto suas grandes falhas encontram-se em "A Bússola de Ouro e, principalmente, "Lua Nova". Torcemos que continue nesse caminho, escolhendo bons dramas com bons roteiros.
Um Método Perigoso
3.5 1,1KQue me perdoem os fãs da atriz, mas Knightley está absolutamente exagerada. Atuação carregada e constrangedora: por que raios, por exemplo, ele coloca a mandíbula para frente, ficando com o queixo grotescamente gigante? Por que ela se contorce toda, colocando braços para trás e se curvando...? Por que ela gagueja por nada? Por que ela treme o lábio inferior quando está em terapia?
Alguém pode me dizer que alguém no estado dela faz isso. Pode fazer, mas não do jeito que Keira faz. Só ela coloca o queixo pra frente daquele jeito. rs
Um Dia
3.9 3,5K Assista AgoraOs saltos temporais causam estranheza no início, pois acontecem rápido e abruptamente; porém, com o andar da trama, constata-se que o formato é muito bem conduzido e lógico. Outro fato que merece respeito é o de que a fita não se torna episódica, pulando de um ano para outro de forma fragmentada e perdida. Lone Scherfig, que sabotara seu "Educação" na cena final, aqui ameaça fazer a mesma coisa, mas surpreende ao conceber uma linda sequência, rica em simbolismos e ironia; tão bela e tão forte que desperta no espectador a vontade de voltar e assistir tudo novamente.
A Hora da Escuridão
2.4 842 Assista AgoraSe a ideia fosse bem aproveitada, "A Hora da Escuridão" seria bem mais interessante: mudar o foco dos EUA para a Rússia é bacana, afinal, não se tem a desculpa de que os aliens só invadem a atacam os americanos, por outro lado, essa mesma abordagem é besta, afinal, acompanhamos quatro norte-americanos durante a trama, grupo este que, sempre que pode, fala mal da Rússia. É mania daquele povo sempre criticar os outros países e seus habitantes. Por que fazer um filme em outro lugar apenas para manter a estrutura narrativa e ser ofensivo? Além disso, todos os russos do filme falam inglês. Não é uma danada coincidência? Há também encontros inexplicáveis: pessoas estando exatamente no mesmo lugar na mesma hora...
Guerra é Guerra!
3.3 1,5K Assista AgoraO filme sobrevive, basicamente, de duas coisas: as cenas de ação bacanas e o carisma do trio principal, principalmente de Hardy e Pine.
Não é um Shakespeare, mas um Dan Brown pra passar o tempo e esquecer logo depois.
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraNão procure um roteiro complexo e perfeito (embora este seja muito bom), nem filosofias profundas sobre identidade e toda aquela história de pessoalidade envolvendo heróis. Espere, sim, muita diversão e técnica impecável. Elenco em sintonia (todos têm seu tempo e espaço), direção surpreendente (não esperava um trabalho tão virtuoso de Joss Whedon) e efeitos espetaculares. Está longe de qualquer "Transformers"; este aqui é uma ode aos nerds e aos heróis do Cinema, uma cuidadosa obra criada para agradar fãs e não-fãs.
Não há erros de continuidade, furos na trama, obstruções e omissões no roteiro como um todo; pode não ser um grande texto, ou um filme perfeito, mas é o melhor que poderia ser, o mais correto que se poderia imaginar.
O mais divertido - ao menos - do ano até agora.
Transformers: A Vingança dos Derrotados
3.1 1,3K Assista AgoraUma das coisas mais grotescas que tive o desprazer de assistir. Quando um filme do tipo se presta a dar as caras, o mínimo que se espera são bons efeitos e uma ação bacana. Não há nada disso. O roteiro... bem, o roteiro... é... há roteiro? As coisas boas do primeiro são esquecidas e as ruins elevadas à enésima potência.
Pode ser difícil acreditar, mas mesmo com toda a barulheira e explosões e gritaria, dormi as duas primeiras vezes que tentei assistir. Na terceira, tive que ver por partes.
Ser torturado por prestações, afinal, talvez seja "menos pior".
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraPrecisamos Falar sobre o Kevin é um complexo estudo de personagem que insere o público dentro de sua história para que este tire suas conclusões. Longe de ser maniqueísta, o longa indaga: quem, afinal, é o culpado de tudo que acontece com os personagens da história? Há culpados? A personalidade de Kevin, o garoto problema do título, é natural? Seria ela proveniente da própria mãe? Seriam suas atitudes reflexos da decisões de sua mãe? É claro em várias situações que Kevin viera como uma criança indesejável pela mulher, logo, portanto, é sintomático pensar que tudo que ela sofre é uma espécie de punição pela sua possível falta de amor. Há, por outro lado, uma maldade tão grande no garoto, desde os primeiros anos, que torna-se inegável dizer que alguém é culpado por ele ser um monstro. O título, Precisamos Falar sobre o Kevin, ao contrário do que possa pensar, não trás um casal tentando conversar acerca do próprio filho, aqui, na verdade, somos convidados a dialogar sobre cada personagem visto na tela; nós, enfim, precisamos falar e analisar o Kevin e sua família por um momento. Além de tudo, a direção de Lynne Ramsey e a atuação soberba de Tilda Swinton são atrativos mais do que suficientes para assistir essa pequena jóia que o Cinema concebeu ano passado.
O Espião que Sabia Demais
3.4 744 Assista AgoraA elegância de O Espião que Sabia Demais é implacável. É daqueles filmes cuja imagem é essencial e perfeita. Cada quadro esbanja uma beleza ausente na maioria das obras feitas hoje em dia. Muito se deve, além da direção estupenda de Thomas Alfredson, à direção de arte. A fotografia também merece atenção e a trilha sonora, espécie de retrato sonoro fiel da fita, é contida, mas marcante. O roteiro cuidadoso, e às vezes confuso, descortina um profundo estudo de personagem enquanto tece uma complexa rede de intrigas e reviravoltas. Com atuação magnífica de Gary Oldman, O Espião que Sabia Demais é um exemplo a ser seguido.
Tudo pelo Poder
3.8 764 Assista AgoraTudo pelo Poder, ao contrário de Boa Noite e Boa Sorte (outra investida de George Clooney como diretor), trata de um tema complexo, muitas vezes considerado chato, sem perder o ritmo. Se na fita em preto e branco que tinha como plano de fundo, superficialmente falando, o jornalismo e a política, o andamento da trama não fluía satisfatoriamente, aqui, onde a política e seus esquemas são o cerne da história, o ritmo é intenso e bem conduzido. Clooney capricha na direção e no roteiro, e o elenco, um dos melhores e mais afiados do ano passado, merece destaque. Ryan Gosling e Philip Seymour Hoffman brilham.
Tarde Demais para Esquecer
4.1 151 Assista AgoraEste curioso romance tem, entre outros, dois momentos marcantes, notáveis: um é quando Terry, ao se escorar numa porta de vidro, abre-a e reflete a imagem do Empire State; o outro, no cruzeiro, é quando os dois se beijam pela primeira vez. Podemos vê-los apenas dos ombros para baixo. O diretor, numa escolha inteligente, resolve esconder do espectador o primeiro e tão esperado beijo. Também pudera: um momento tão singular, tão pessoal, deve ser dividido apenas entre aquelas almas apaixonadas; ninguém mais deve espionar, ser testemunha. Era um momento deles, de mais ninguém.
Tirando as duas quase intermináveis sequências envolvendo as crianças cantando e o absurdo de algumas situações, é um lindo filme.