Terminei de ver a 2ª Temporada de Cidade Invisível (2023) de Carlos Saldanha na Netflix. Eu amo essa série, amei a primeira temporada. Os personagens são tirados do folclore brasileiro. Essa temporada tem só 5 episódios, lembro de ler sobre dificuldades nas gravações, mas gostei bastante. Os cartazes são deslumbrantes. Essa começa com a lenda da Matinta Perê interpretada por várias atrizes, uma delas é Letícia Spiller. Manu Dieguez, que faz a filha do protagonista, está mais linda que nunca. Ela e Alessandra Negrini são lindas demais, em cenas deslumbrantes no Pará. Há cenas em natureza, barcos, lago, muito mágicas. Elas seguem atrás da pista do pai. É aí que a filha faz um pacto com a Matinta Perê. Muito da série é sombria, à noite e bem escura. Senti falta das cenas na exuberante beleza das matas e do Pará. A série passa a falar bastante dos povos originários, da preservação da natureza, fiquei profundamente emocionada. Indígenas que passam a lembrar de suas histórias e ver o seu passado de violência e mortes provocadas pelos brancos, pelo garimpo. Nesse núcleo estão Ermelinda Yepário e Zahy Guajajara (Maria Caninana). Zahy Tentehar integra esse elenco. Eu gosto muito que a série fala que todos nós somos diferentes, que os poderes de cada um não é uma maldição e sim uma dádiva. As cenas são muito mágicas e bonitas. Fiquei triste que muito provavelmente os personagens da Alessandra Negrini e do Marco Pigossi não seguem pra próxima temporada. Nesse surgem a Mula sem Cabeça (Simone Spoladore), Zaori (Mestre Sebá) e o Menino Lobo (Tomás de França).
Assisti a série Rota 66: A Polícia que Mata (2022) de Philippe Barcinsky e Diego Martins na Globoplay. Sabia que não seria fácil já que tinha lido há muito tempo o livro. A série é muito bem realizada. Humberto Carrão está muito bem como o Caco Barcellos. A adaptação é de Maria Camargo e Teodoro Poppovic.Caco Barcellos pesquisou por muito tempo as inúmeras mortes pela polícia da Rota 66, uma polícia altamente letal. A investigação mostrou que dos 4200 mortos, 2200 eram inocentes. Infelizmente a pena de morte continua por alguns policiais, que sem ao menos saber quem é a pessoa que está na frente deles, julga, sentencia e mata em segundos, em uma grande maioria das vezes sem nem mesmo as pessoas estarem armadas como o caso da família que ia ao batizado ou da comerciante que tentou interferir na violência da polícia com suspeitos desarmados e pisaram no pescoço dela. Além de inúmeros outros casos. O livro fala da investigação do jornalista que teve vários processos por calúnia e difamação, Caco Barcellos foi inocentado de todos.A série mostra as pessoas, as famílias, a vida pessoal do jornalista que foi sistematicamente ameaçado e intimidado. Assustadora a hostilização armada no dia do lançamento do livro. O personagem do Aílton Graça era um policial da Rota 66, até que seu filho é executado quando ia comemorar sua formatura em direito. O elenco é incrível, muito corajosos os atores que aceitaram interpretar os monstros da Rota 66: Rômulo Braga, Ricardo Gelli e Rafael Lozano. A série fala das mortes pelos olhares das mães, esposas, avós que passam a procurar seus parentes desaparecidos, ou a conviver com a denúncia de que eram bandidos. É muito doloroso ver o sofrimento dessas mulheres e das crianças. A série mostra a difícil trajetória de reconstrução de suas vidas e histórias, após essas tragédias. O elenco é incrível: Lara Tremonoux, Juan Queiroz, Wesley Guimarães, Adriano Garib, Magali Biff, Naruna Costa, Ariclenes Barroso, Gabriel Godoy, Nizo Neto, Adriana Lessa, Ana Cecília Costa, Virgínia Rosa e Augusto Madeira. Participam: Martha Meola e Maria Manoella. Eu tinha me esquecido que o Caco Barcellos tinha feito a cobertura no massacre do Carandiru. A tropa de choque entrou e impediram familiares e a imprensa de entrar no local. Só conseguiram entrar depois. Recentemente tentaram perdoar os policiais do massacre, por sorte reverteram essa arbitrariedade e impunidade A série mostra mais o Humberto Carrão como repórter, no final que aparecem alguns trechos de matérias da época com o Caco Barcellos.
Assisti a série The First Lady (2022) de Aaron Cooley no Paramount+. A direção é de Susanne Bier. Eu só via elogios das minhas amigas a série. Corri pra ver e que grata surpresa. Uma das melhores séries que já vi na vida. Tudo brilhante, a começar pela abertura. The First Lady conta a história de três primeiras damas dos Estados Unidos, Eleannor Roosevelt (1929-1932), Betty Ford (1973-1974) e Michelle Obama (2009-2017). Três primeiras damas revolucionárias e a frente do seu tempo. Todas as três atrizes estão impressionantes: Gillian Anderson, Michelle Pfeiffer e Viola Davis. Só a história da Michelle eu conhecia mais antes e depois de ler o livro dela. A edição e os fatos escolhidos são impecáveis. As três histórias são contadas ao mesmo tempo, estranhamente tiveram fatos parecidos. No começo mais óbvio, o casamento, ser primeira dama. Mas tem os menos óbvios como os engajamentos, as tragédias. Todas as três igualmente foram desacreditadas em suas funções de primeira dama. Os assessores dos presidentes faziam de tudo para neutralizá-las e deixá-las restrita a ala doméstica da casa branca. Cada uma desacreditada por um preconceito diferente. Eu não conhecia nada de Eleannor Roosevelt. Ela era muito estudiosa e diferente das jovens da sua idade, não queria casar. Acabou conhecendo Franklin e se tornando grandes parceiros intelectuais de vida. Ela sempre auxiliava ele nos discursos, nos posicionamentos, sempre que algo muito complexo acontecia, ele a procurava. Ela se uniu as sufragistas pelo direito ao voto. Peitou o marido ferrenhamente quando ele impediu que refugiados judeus desembarcassem nos Estados Unidos. Após a morte de Roosevelt, ela elaborou a Declaração Universal de Direitos Humanos e presidiu a ONU de 1946 a 1952. Quando Eleanor é traída pelo marido, a sogra impede ela do divórcio, mas eles se afastam como marido e mulher. Ela então tem um romance bastante longo com uma jornalista sufragista. Os detetives da casa branca descobrem, avisam o marido que continuava tendo casos, só as mulheres são vigiadas. O marido, altamente compreensível, emprega a jornalista, ela passa a viajar muito, mas ter um quarto ao lado do da Primeira Dama que se acessava por uma porta secreta. Ford assumiu quando Nixon foi acusado de corrupção. O casamento com Ford foi o segundo de Betty. Ela era divorciada, tanto que ficou afastada dele até assumi-la depois quando concorreu a cargos políticos. Antes de ser primeira dama ela já tinha sido dependente química. Nessa época tinha-se remédio pra tudo, pra ficar desperta, pra dormir, receitava-se sem o menor cuidado, que Betty misturava compulsivamente com bebida. Mas na casa branca, mesmo bebendo bastante, as atividades a mantiveram focada. Ela teve câncer de mama quando era primeira dama e apesar de todas as pressões pra esconder, ela falou abertamente com os americanos, impulsionou inúmeras mamografias. Que mulher forte. Quando Ford perdeu a eleição eles se aposentaram em uma casa no campo, mas Ford a largava o tempo todo em conferências, viagens, ela se afundou novamente nas pílulas e bebida. Orgulhosa, forte e determinada, recusou muito tempo que precisava de ajuda, mas quando aceitou, se tornou uma grande porta voz na causa. Criou e construiu na região onde morava uma clínica para dependentes. Interessante que na série o pensamento das filhas de Michelle aparecem muito. O quanto a família sempre promovia novos olhares, cobranças e posicionamentos. Michelle corretamente poupou as filhas no livro, mas gostei muito de conhecer o pensamento delas pela série. Fiquei admirada. Sim, filhas de dois grandes estudiosos, advogados e estadistas, não poderiam ser diferente, mas foi lindo de ver.São dez episódios e os dois últimos muito tristes. Há a Segunda Guerra no primeiro, a dependência química da Betty e a eleição de Trump. Mostraram claramente a luta de Michelle e Obama para que Hillary vencesse, mesmo que eles não gostassem dela, mas o atraso veio mesmo assim. O elenco enorme e incrível. Franklin (Kiefer Sutherland), Ford (Aaron Eckhart) e Obama (O-T Fagebenle). Alguns outros são: Dakota Fanning, Regina Taylor, Lily Rabe, Clea Duvall, Lexi Underwood, Jayme Lawson, Michael Potts e Ellen Burstyn. E sim, Betty Ford dançou na mesa oficial da casa branca. Foto no álbum!!!
Assisti a segunda temporada de Coisa Mais Linda (2020) de Giuliano Cedrone e Heather Roth na Netflix. Eu tinha gostado muito da primeira que comentei aqui e que acaba de modo catártico. No Ano Novo, na praia, o marido (Gustavo Vaz) de Lígia (Fernanda Vasconcellos) atira nela e na amiga. Começa a segunda temporada com Maria Luíza (Maria Casadevall) acordando depois de quase ter morrido e descobrindo que sua melhor amiga não resistiu ao tiro. A série fala muito de questões femininas, mais difíceis ainda na época que é ambientada. A mulher que se separa, mas na verdade o homem que desapareceu a que canta na noite, a mãe que é dona de um clube noturno, enfim, são muitos temas delicados e profundos. Thereza acaba indo trabalhar em uma rádio dirigida pelo personagem do Eduardo Semerjian. O outro radialista é interpretado por Alejandro Claveaux. Aparecem nessa temporada os personagens de Kiko Bertholoni e Ângelo Paes Leme. Continuam no elenco Alexandre Cioletti, Esther Góes, Ondina Clais, Gustavo Machado, Sarah Vitória e Leandro Lima. Surge uma nova cantora, Ivone, irmã de Adélia (Pathy de Jesus). Como Larissa Nunes canta. Nesse núcleo aparece o pai delas interpretado por outro ator que adoro Val Perré. Nesse núcleo tem ainda Ícaro Silva e Eliana Pittman. Eu amo essa série que novamente acaba catártica. Tinham confirmado a terceira temporada, mas agora, só depois da pandemia é que vamos conseguir saber quais projetos vão resistir a esse tsunami, mas espero sinceramente que volte.
Assisti Capitu (2008) de Luiz Fernando Carvalho na TV Globo. Essa maravilhosa minissérie foi baseada na obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Esse diretor está entre os meus preferidos, suas criações são verdadeiras obras de arte e com Capitu não foi diferente. Ele escolheu contar em um formato mais parecido ao teatro que a televisão. Também utilizou o narrador como o autor escreveu. Então tivemos todas aquelas frases surpreendentes de Machado de Assis, que fala com seu leitor e só nos desconcerta. Eu li Dom Casmurro há vários anos e é minha obra preferida de Machado de Assis. Tudo foi impecável, figurinos, elenco, edição. Capitu jovem marcou a estréia da belíssima Letícia Persiles. Eu gosto muito do ator que fez o Bentinho jovem, o César Cardadeiro, eu já gostava dele em Malhação. E ele também esteve no elenco de o Sítio do Picapau Amarelo A Capitu adulta foi interpretada pela bela e talentosa Maria Fernanda Cândido e o Bentinho por Michel Melamed, que arrasou. O belo Escobar foi interpretado por Pierre Baitelli. Adorei os personagens que circundavam Bentinho interpretados por incríveis atores: Eliane Giardini, Antônio Karnewale, Izabella Bicalho, Rita Elmôr, Charles Fricks, Sandro Christopher, Bellatrix e Alan Scarpari. Gostei muito da música principal e da trilha sonora. Só em alguns momentos que utilizaram algumas músicas pop muito conhecidas, podiam ser igualmente originais com as principais. Os figurinos belíssimos foram concebidos por Beth Filipecki.
Assisti a série Cidade Invisível (2021) de Carlos Saldanha na Netflix. Nossa, que série! Não queria parar de ver. Mal estreou já está entre as séries mais vistas. Saldanha é sempre genial, ele cria histórias que tem em seu cerne a história do país, mas principalmente sobre florestas e meio ambiente, na importância da preservação do meio ambiente. Nos filmes anteriores falou com as crianças, colocando animais em extinção como protagonistas. Agora colocou lendas como personagens. Eu tinha lido que Marco Pigossi tinha aceito participar de uma produção da Netflix. Ele é um policial, sua esposa trabalha em uma comunidade na floresta. Em uma festa, a floresta pega fogo e ela morre. Ele começa a investigar e coisas estranhas começam a acontecer. Um boto cor-de-rosa aparece morto em uma praia do Rio de Janeiro. Há muita surrealidade, realismo fantástico, que eu adoro. As histórias são baseadas nas lendas da Cuca, Tutú Marambá, Saci, Curupira e Iara. Muito bacana! Os seres que estão no meio dos mistérios são as lendas. Incrível o Curupira que quando se muda para a cidade se perde, acaba a sua identidade, se marginaliza. O Saci vai viver em uma ocupação. A miséria os atacam. Muito bom também mostrar que o antigo caçador e destruidor da mata tem um filho (Rubens Caribé), responsável por um empreendimento que jura que vai preservar a mata enquanto constrói. E uma comunidade começa a ser pressionada a aceitar a indenização e largar as suas casas. Apesar de temas tão densos a série é muito envolvente, cheia de mistérios, lendas, não queria fazer outra coisa. E que elenco! Lindíssima a Iara, Jessica Cores. Alessandra Negrini interpreta a Cuca, Fábio Lago, o Curupira, Wesley Guimarães o simpático Saci, Victor Sparapane o Boto Cor-de-Rosa, Jimmy London e Corpo-Seco, Eduardo Chagas. Essas lendas sempre estiveram no meu imaginário, não porque eram contadas em casa, mas porque li um pouco Monteiro Lobado e amava o Sítio do Picapau Amarelo. Linda demais a menina que faz a filha do casal, Manu Dieguez. Gosto muito das atrizes que interpretam a mãe da menina, Julia Konrad e a avó, Thais Perez. O elenco é incrível. A policial que trabalha com ele é interpretada por Áurea Maranhão, o chefe por Samuel Sieg. José Dumont interpreta um personagem que mora na floresta e tenta preservá-la, diferente de seu filho interpretado por Samuel de Assis. A jovem grávida por Tainá Medina. Fazem participações Ivan de Almeida, Nica Bonfim e Teca Pereira.
Assisti a série Bom Dia Verônica (2020) de Raphael Montes na Netflix. Essa série vem sendo muito elogiada. Adoro o elenco, queria muito ver. É incrível mesmo, mas muito, muito violenta. Verônica é uma escrivã. Começa com o caso de mulheres que são dopadas com boa noite Cinderela. Verônica resolve falar na televisão e colocar o telefone da polícia, da sua mesa, para as mulheres que sofrem violência. Janete liga. A história da Janete é muito, mas muito insuportável. Tanto Tainá Muller, quando Camila Morgado e Eduardo Moscovis estão impressionantes, que atores. No começo pensamos e percebemos o quanto ela sofre violência doméstica, mas seu marido é muito pior do que imaginamos, se é que é possível. Verônica percebe que a polícia não tem interesse em investigar o caso. O marido violento é policial. Seu chefe, interpretado por Antonio Grassi, quer se aposentar, então o tempo todo diz que não há provas suficientes. O pouco que conhecemos da polícia brasileira, quando há alguém importante envolvido, concordamos com ele. E vamos conhecendo a trágica história da Verônica. Seu pai matou sua mãe e tentou se suicidar. Era o melhor amigo do chefe dela. Boa parte do elenco policial continua na segunda temporada: Silvio Guindane, Elisa Volpatto e Adriano Garib. Adoro o ator que faz o marido da Verônica, César Mello. Ótimos também os atores que fazem os filhos da Verônica: DJ Amorim e Alice Valverde. Cassio Pandolfi faz o pai da Verônica. Muitos atores fazem participações: Aline Borges, Marina Provenzanno, José Rubens Chachá, Pally Siqueira, Juliana Lohmann, Sacha Bali, Rosa Marya Colin, Vanja Freitas e Julia Ianina.
Assisti a primeira temporada da série Coisa Mais Linda (2019) de Giuliano Cedrone e Heather Roth na Netflix. Eu queria muito ver essa série e vi a conta gotas, finalmente consegui terminar. Gostei demais! É a história de quatro mulheres no final da década de 50. Eu adoro essas atrizes: Maria Casadevall, Pathy de Jesus, Fernanda Vasconcellos e Mel Lisboa. Arrasam! Começa com Malu chegando ao Rio de Janeiro. Ela é da alta sociedade paulistana e combinou com o marido que iriam ter uma casa noturna no Rio de Janeiro. Ela envia todo o dinheiro pra ele e quando chega no Rio ele sumiu e com o dinheiro dela. Arrasada, revoltada, recebe a ajuda de Adélia. E resolve seguir com o sonho de montar uma casa noturna, só que agora em sociedade com Adélia e sofre todo o tipo de preconceito. Lígia ama cantar e faz escondido do marido violento. Ela é apaixonadíssima pelo marido, mas ele é um verdadeiro monstro. A série tem muita música, jazz, bossa nova, a ótima trilha sonora está no Spotify. Sua cunhada é a quarta protagonista feminina da série. Jornalista, ela é muito bem casada. Eles tem um relacionamento aberto. A série debate tantos, mas tantos temas, incrível. Fala de emancipação da mulher, dificuldade de entrar no mercado de trabalho designado a homens, relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, racismo, machismo e aborto. As quatro tem uma dificuldade enorme de serem respeitadas como profissionais talentosas, são o tempo todo questionadas ou até mesmo podadas pelos homens da trama, sejam pais, chefes, críticos, profissionais ou maridos. O elenco todo é muito talentoso: Ícaro Silva, Leandro Lima, Gustavo Machado, Thaila Ayala, Alexandre Cioletti, Gustavo Vaz, Ondina Clais, João Bourbonnais, Esthér Goes, Paulo Tiefenthaler e Nilton Bicudo. A série termina na passagem de ano para a década de 60. O final é catártico deixando inúmeros ganchos pra segunda temporada que vou demorar pra ver.
Assisti a minissérie Grande Sertão Veredas (1985) de Guimarães Rosa na TV Globo. Tenho até vergonha de confessar, mas essa obra desse autor eu não li, li outros, mas essa obra ainda não me redimi com o Brasil e com ele. O livro de Guimarães Rosa é de 1956. Gostei muito da minissérie! A direção é do maravilhoso Walter Avancini. Ele sempre foi ousado, genial, é um diretor que faz falta. Há pouco tempo li que as minisséries dessa época precisavam ser mais longas e por isso eram esticadas demasiadamente, é o que acontece com Grande Sertão Veredas. O primeiro DVD é lento demais. Acho que perceberam que não devia estar agradando que ficou menos lenta nos próximos DVDs. Essa minissérie recebeu muitos elogios, então minha mãe pediu muito que eu comprasse logo que soube que foi lançado. Ela agora me pede Tenda dos Milagres, mas até agora a Globo Marcas não lançou. Tony Ramos e Bruna Lombardi estão impecáveis. O texto é de difícil compreensão, que dirá falado, e é genial. O cuidado dessa minissérie em cada detalhe é incrível. O elenco também é maravilhoso! Além dos atores principais, há muita participação especial de um grande elenco. O malvado é o Tarcísio Meira que está irreconhecível. Outro que demorei para reconhecer é o ator que se torna protetor do Tatarana, Umberto Magnani. José Dumont arrasa em seu personagem controverso. Os jagunços são ótimos atores. Taumaturgo Ferreira está ótimo, bem como o excelente João Signorelli e Wilson Fragoso. Fazem participações os incríveis Rubens de Falco, Mário Lago, Maria Gladys, Linneu Dias, Neusa Borges, Sebastião Vasconcellos, José Augusto Branco e Denise Milfont. A bela Silvana Lopes faz a mulher do Hermógenes, parece que foi o último trabalho dessa bela atriz. Uma história é contada no meio da minissérie e tem só grandes atores. Yoná Magalhães, sempre linda e muito jovem, outro que está é o Ney Latorraca e ainda o grande Reinaldo Gonzaga. A trilha sonora é de Júlio Medaglia. Eu fiquei imaginando o cansaço que deve ter sido o período de gravações. São horas e horas de minissérie, nos DVDs são 4, todos de mais de 3 horas de duração. A maior parte do tempo eles estão em lutas, no cavalo, andando. Não deve ter sido fácil a realização tanto para a equipe como para o elenco. Belo projeto!
Assisti Treze Dias Longe do Sol (2017) de Luciano Moura na TV Globo. Estava ansiosa por essa série. A Carla assistiu antes no GloboPlay e tinha gostado muito. Sim, as chamadas me lembraram muito Supermaxe a série também. Um grupo fica preso em um lugar todo cinza, com muitas dificuldades, tendo que cada um lidar com as alterações de humores dos outros em situações extremas. E depois que comecei a ver me lembrou Os 33, onde mineiros ficam presos após o desabamento, essa a semelhança foi com a cobertura internacional do acidente Apesar das semelhanças também amei a série e o roteiro é muito bom e ligado a nossa realidade brasileira, infelizmente. Logo no início o prédio desaba como aconteceu com o Palace 2 por motivos muito semelhantes, ganância de construtoras. Há tantos anos tivemos o incidente do Palace 2 e as construtoras continuam fazendo o que querem com o Brasil em parceria vergonhosa com políticos. Sim, os motivos do engenheiro chefe e da diretora financeira eram nobres. O dono da construtora tinha morrido e eles queriam levantar dinheiro para comprá-la. Muito provavelmente não conseguiriam honestamente pelo volume de dinheiro e eles tem a infeliz ideia de fazer um prédio com redução de 20% do material. Já é horrível essa decisão, mas a ganância vai mais longe e o engenheiro chefe vai reduzindo mais ainda a compra de material como ferros que foram reduzidos em 40%. Bastou uma chuva forte para o prédio desabar, antes mesmo de ser inaugurado. Déborah Bloch está incrível, outra personagem cheia de camadas. Ela fica possessa com os exageros do engenheiro, mas aceitou antes a redução de 20% do material. Muito triste a cena do pai dela na estrada, interpretado pelo incrível Emiliano Queiroz. Nada justifica o que ela fez, mas a solidão dessa personagem corta o coração. Como em Supermax, os que ficam no subsolo precisam lidar uns com os outros em situações limites. Incrível a construção dos personagens, muito ricos em características e ótimos atores. Além dos atores que adoro e mais conhecidos como Selton Mello, Carolina Dieckman, Lima Duarte, Maria Manoella, Enrique Diaz e Teca Pereira. Incríveis os outros, principalmente os operários. Bem complexos os operários, inclusive os que eram um casal interpretados brilhantemente por Démick Lopes e Pedro Wagner. Se amavam muito, mas eram agressivos com o mundo externo duas pessoas de difícil socialização. Os atores estão incríveis. Gostei que os personagens tinham vários lados. Como o chefe de obra, Antônio Fábio, que era respeitado por todos, inclusive pelo engenheiro chefe, mas abandonou anos a filha, Camila Márdila, sem ligar para ela. Fabrício Boliveira merece um bloco só sobre ele. Entre os melhores atores de sua geração, entre meus atores preferidos, brilhou como o chefe dos bombeiros. Ele teve um incidente anterior de fracasso, está de licença, mas o enviam para liderar o grupo. Está nas buscas por sobreviventes, mas outro superior chega, Eucir de Souza, e diz que estão encerradas as buscas. É emocionante quando ele descobre que há pessoas no subsolo, ou mesmo quando fazem contato por um equipamento eletrônico. Fabrício arrasa em todos os momentos. Gostei do desfecho. O Brasil é um país que faz uma construtora ainda ter alto valor de venda no mercado mesmo depois de um fracasso e de tanta corrupção. O herdeiro, Paulo Vilhena, consegue vender a construtora por um bom valor para um ávido interessado, Luciano Chirolli, até porque logo esquecem o absurdo do desabamento, farão um marketing que agora a empresa será séria pra tudo continuar mais do mesmo e com alto apoio político e alta corrupção política. Construtoras estão no topo com todo tipo de regalia. Qualquer empresa por muito menos teria falido, mas no Brasil construtoras são objeto de luxo.
Assistir a minissérie Sansão e Dalila da TV Record, adorei! Essa é a segunda minissérie bíblica da Rede. Mas falemos então agora de Sansão e Dalila. Como já disse gostei muito da minissérie. Foi um trabalho caprichado, de produção com variadas locações externas pelo Brasil, cenários muitíssimo bem construídos, sem mencionar figurino e maquiagem cinematográfica. Foi um prazer ver que existe uma televisão que consegue obter esse nível de qualidade aqui no Brasil. Não que a Rede Globo não o consiga, mas ela prefere se abster de investir em séries ou novelas de um cunho histórico mais geral. Ou seja, quase sempre o mais longe na história que as novelas da série da Globo vão é o tempo dos escravos. Que eu me lembre a Globo nunca fez uma novela ou série, por exemplo, passada em Roma com histórias sobre romanos e suas aventuras e desventuras. Por que a Rede Globo não faz isso? Por falta de audiência não é porque Sansão e Dalila obteve excelentes níveis de audiência, chegando a ficar em primeiro lugar alguns dias. Na minha opinião isso se chama medo de arriscar e perder alguns pontinhos de audiência que é, uma verdadeira estupidez. Mas não falemos sobre isso. Prefiro exaltar as qualidades de Sansão e Dalila. Na maioria, ótimos atores, bem escolhidos para os papéis, principalmente Fernando Pavão (Sansão), Mel Lisboa (Dalila), Claudio Gabriel (Héber), Thais Fersoza (Samara), Joana Balanger (Yunet), Luiza Curvo (Myra) e Abbas (Milhem Cortaz). Pararei por aqui porque teria que citar quase todo o elenco. Na minha opinião os únicos destaques negativos foram o fraco desempenho de Miguel Thiré (Faruq) que não convenceu ninguém na sua atuação e no seu sotaque filisteu de Ipanema. E Karen Junqueira (Taís) que achou que fazer papel de vilã é ficar com cara de brava. Sobre o roteiro no geral a qualidade foi boa mesmo sendo uma história universalmente conhecida, o autor foi criativo suficiente para prender a atenção até o final. (Apesar do excesso de caminhadas pelo deserto de Sansão). Então só tenho a louvar o excelente trabalho da Rede Record, enquanto espero ansiosamente para assistir outras produções. Uma Nota Eu tinha acompanhado as matérias sobre essa minissérie e tinha ficado encantada com a superprodução, figurinos, locações, adoro vários atores do elenco.
Assisti em DVD a minissérie Riacho Doce (1990) de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn. A direção é de Paulo Ubiratan. Minha irmã que me emprestou esse DVD, essa minissérie é baseada na obra de José Lins do Rêgo que não li, infelizmente. É uma bela minissérie, as cenas externas foram filmadas em Fernando de Noronha e são belíssimas. A direção de fotografia é de Dante Leccioli. Os atores estão no seu auge de talento e beleza, Carlos Alberto Riccelli, Vera Fischer e Luíza Tomé. Na época que os atores interferiam menos em sua figura, menos intervenções estéticas, portanto muito mais bonitos e menos plastificados. Vera Fischer está deslumbrante com suas formas voluptuosas, com seus culotes e coxas naturais. Hoje exigiriam muita malhação e intervenções cirúrgicas de redução. Triste, a beleza de cada um é que é a mais bela. Suzy Rêgo também está lindíssima! Recentemente começaram a discutir sobre a diminuição dos capítulos das minisséries, que tirariam enrolações. Eu não sentia isso, tinha visto histórias que tinham até muito mais a contar nos 5 ou 6 DVDs como Chiquinha Gonzaga, JK e Um Só Coração, minisséries que passaram pela história, tinham núcleos ficcionais que ajudavam a entender o contexto. Riacho Doce foi a primeira minissérie que entendi essa discussão. Eu acho que a arte não pode ter amarras demais. A TV Globo pode programar a grade de programação, o tema da minissérie é decidido muito antecipadamente e pode ter dois modelos, os mais longos e os mais curtos, dependendo da obra que vão adaptar ou criar. Em Riacho Doce muitas cenas são esticadas a exaustão. É uma bela minissérie, mas a trama fica arrastada em vários momentos. As cenas em Fernando de Noronha são deslumbrantes, aproveitam para esticar bem as imagens, mas em alguns momentos a trama fica bem cansativa. Na minissérie um casal que morava na Suécia vai para Riacho Doce. Ela frágil é brasileira, no livro ela é sueca, o nome no livro também é outro. Carlos é interpretado pelo Herson Capri. A Vó Manuela é interpretada brilhantemente pela Fernanda Montenegro. Eu tenho dificuldade de embarcar na obra. Riacho Doce ainda não é das produções da TV Globo com tanta perfeição. Achava estranho que a primeira vez do casal é em cima de um morro, com o mar de paisagem, sendo que ela traía o marido e os pescadores poderiam estar no mar. Não conseguia entrar na cena e apreciar imaginando que alguém pudesse vê-los. Também há uma pequena quebra nas cenas em estúdio das externas, algo que hoje sentimos menos. Embora seja uma época que a moda não favoreça, os figurinos da Eduarda são belíssimos e são concebidos por Beth Filipeck, o elenco é incrível:
Assisti em DVD a minissérie Desejo (1990) de Gloria Perez. Direção de Wolf Maia e Denise Sarraceni. Minha irmã me emprestou esse DVD, ela adora essa minisséries e tem várias, recentemente o marido de uma amiga também tomou gosto desses produtos e também vem adquirindo e vendo, eu gosto muito também. Esse é muito difícil de assistir, a Tragédia de Piedade como ficou conhecido é muito indigesta. É a história trágica da família de Euclides da Cunha. Sua mulher, Anna da Cunha, enquanto ele passa um ano no Acre, se apaixona por um rapaz de 17 anos e eles têm uma paixão fulminante. No começo achei que seria da parte desse rapaz, Dilermando de Assis, uma paixão juvenil, mas mesmo ele passando um ano no Rio Grande do Sul, ele volta para ela e esse vai e vêm é constante. Eles vivem 18 anos esse amor, não era só uma paixão juvenil, era realmente um grande amor. Ana viveu com Euclides da Cunha uns 20 anos, foi feliz a moda antiga. Ele um homem austero e mais frio, ela uma mulher emotiva e intensa. Ela vive esse romance extra conjugal anos, tinha realmente duas casas e já filhos com os dois. Mas mesmo hoje uma mulher teria que largar tudo para viver um romance. O rapaz, de 17 anos, mesmo com 20, não teria condições financeiras de assumir o seu amor e seus 4 filhos, um dele já. Então essa mulher acaba ficando com os dois. Euclides, depois de ir para a Guerra de Canudos, fica querendo fazer algo pelos desvalidos e sua obsessão pelo trabalho o leva ao Acre. Sua esposa passa então muitas dificuldades financeiras e vai viver em uma pensão onde conhece Dilermando. Euclides fica obcecado pelos seus estudos e livros e a solidão da mulher facilita esse amor. Mas deve ter sido intenso, eles passam tantos horrores e mesmo assim perdoam e permanecem juntos. Foi uma minissérie difícil de ver, levei muito tempo para assistir. Me incomodava muito tantos segredos e quando veio a violência não melhorou. Tanta disseminação de ódio por tantos anos, tanta violência, desatino, muito triste. Dificilmente, até mesmo hoje, uma mulher teria coragem de largar os filhos pra trás e viver esse amor. Sem saída, sem independência financeira, ela acaba traindo por anos o marido, que quando tem certeza, ele sempre teve dúvida, já que "seu" último filho era loiro, ele vai defender sua honra. Dilermando era premiado em tiros no exército. Não tinha ideia que foi um tiroteio. Transtornado, Euclides, possivelmente em febre, já que estava com tuberculose avançada, atirou inclusive no irmão de Dilermando. Como alguém lava a honra atirando em um inocente? E essa ideia de lavar a honra é machista demais. Dilermando se defende e em vez de só fazer Euclides parar, atirando em mãos ou pernas, atira muitas vezes e mata o famoso Euclides. Começa então um interesse absurdo da imprensa sensacionalista, e um ódio absurdo de parentes de Euclides que insuflam de forma criminosa os filhos de Euclides ao ódio e a vingança. E não só no período do trágico tiroteio, mas por anos a fio. Anna casa com Dilermando, tem 6 filhos com ele. Fora os seus 3 filhos com Euclides, fora os dois filhos que perdeu, um de cada um. Até que, adulto, um filho do Euclides atira muito em Dilermando que igualmente perde a cabeça e atira muito, inclusive na cabeça do filho de Ana que depois perdoa o amado e voltam a viver juntos. É uma triste parte de nossa história, de vidas cheias de ódio, vingança e uma ideia equivocada de honra. Raras são as mulheres que vão defender sua honra atirando nas amantes de seus maridos, não entendo essa ideia machista de que alguém precisa matar o outro para não ser corno. País atrasado e machista. Fiquei chocada também com a convivência dos filhos com Euclides tuberculoso, ele tossia, cuspia sangue e os filhos por ali. Os filhos de Anna viviam muito doentes e conviviam demais com um pai tuberculoso que fumava muito, escrevia muito e mal se cuidava. Vera Fischer está linda como Anna, Dilermando é Guilherme Fontes, Euclides da Cunha o incrível Tarcísio Meira. Os filhos de Ana são só atores ótimos, em início de carreira, ou mesmo crianças como Marcos Palmeira, Marcelo Serrado e Caio Junqueira. Marcos Winter faz o irmão de Dilermando, outro que sofreu as consequências nefastas daquele tiroteio. Ele era jogador de futebol, ficou incapaz para jogar pela cirurgia que tirou a bala que Euclides colocou em suas costas, foi morar na rua e ficou alcoólatra até se jogar no mar. Deborah Evelyn faz a irmã de Ana, Natlhália Timberg a mãe, Thaís de Campos a cunhada. Léa Garcia a empregada. Outros ótimos atores participam da minissérie: Claudio Cavalcante, Leonardo Villar, Eliane Giardini, Vera Holtz, Vera Zimmerman, Hélio Ary, Wolf Maia, Carlos Gregório, Luíz Salem, Thelma Reston, Enrique Diaz, Carolyna Aguiar, Eri Johnson, Nildo Parente e Edney Giovenazzi. A pesquisa para a realização da minissérie Desejo foi extensa, aparece nos créditos que pesquisaram os processos criminais do inventário de Euclides da Cunha, o livro da filha da Ana com Dilermando, Judith, Ana de Assis, os jornais da época que estão na Biblioteca Nacional, os livros de Dilermando de Assis, Um Nome, Uma Vida e Uma Obra, Conselho de Guerra e Tragédia da Piedade. o livro de Elói Pontes, Vida Dramática de Euclides, o do Silvio Rabello, Euclides e o de Umberto Peregrino, Desastre Amoroso de Euclides da Cunha. Só pela bibliografia vemos o quanto tragédias interessam ao mercado ávido por esse tipo de notícia. Enquanto alguns brasileiros incríveis não tem uma única biografia, essa tragédia tem várias.
Assisti em DVD a minissérie JK (2006) de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira. A direção é de Dennis Carvalho. A minha irmã me emprestou e vinha assistindo há um tempo. São 5 primorosos DVDs contando esse importante período histórico brasileiro antes mesmo do Juscelino Kubitschek ficar conhecido no próprio Brasil. Gostei muito, a produção é impecável, passa por várias décadas o que demandam muitos estilo de moda diferentes. Gostei muito dos dois atores que interpretaram JK, José Wilker e Wagner Moura e também das duas atrizes que interpretaram a esposa de JK, Sara, Marília Pêra e Débora Fallabela. JK foi um brilhante médico, mesmo de origem humilde, ele conseguiu estudar, trabalhando à noite no telégrafo para se sustentar e pagar os estudos. JK sempre foi um homem obstinado, que parecia gostar muito de dinheiro, não por ser um homem ganancioso, mas por ser um homem ambicioso. Acho que se apaixonou realmente pela Sara, mas acho que ele não olharia para uma mulher mau vestida, sem elegância, ele sempre gostou de tudo o que era bom. A minissérie transformou JK em herói e acho que é um dos poucos pecados dessa obra. Seus feitos e tudo o que passou já eram suficientes para admirar essa personalidade, mas ele tinha defeitos também e seu desejo de fazer muito, fazia ele exagerar em obras em seus governos desde o início. Ainda tentaram minimizar as traições de JK em uma única amante, quando no mínimo foram três. E tentaram romantizar demais a traição para não turvar a imagem de JK e ficou forçado. Esse olhar exagerado já fica claro quando ele congela o noivado e vai praticamente sem dinheiro a Paris e faz uma viagem enorme, inclusive nas pirâmides do Egito. Ele nunca se contentava com pouco nem quando não tinha dinheiro. Não seria diferente com Brasília. Havia na constituição a mudança da capital federal que JK fez questão de construir. É uma bela cidade, com belas arquiteturas, promoveram excesso de dívidas ao Brasil, mas eu ainda acho que não foi uma boa ideia levar os políticos tão longe dos eleitores. Sempre que falam que deveríamos cobrar quem votamos eu penso como, se eles ficam tão distantes. E também o fato deles ficarem mais só entre eles, sem o convívio com a maioria da população, os deixa livres demais e acabam achando tudo normal, já que todo o grupo age da mesma forma. Se estivessem em uma cidade que tivesse uma vida além da política, nas ruas poderiam ser abordados e questionados, o que seria bem melhor. Gostei de algumas histórias paralelas, outras nem tanto. Acho importante haver ficção mesclada com a realidade porque mostra o momento político em que estavam inseridos, dando contexto. No início o Coronel Licurgo, interpretado pelo magistral Luís Melo, mostra como os coronéis decidiam em quem seria votado e ganhar, mas depois exageraram um pouco em sua história, bem como a da Salomé, interpretada pela Deborah Evelyn. Como a minissérie passa em vários períodos e estados, há muitas personalidades históricas, o elenco é enorme e excelente. Eu não conhecia o poeta Augusto Schmidt, um dos grandes personagens dessa minissérie interpretado magistralmente pelo Antonio Calloni. Sua bela esposa foi interpretada pela ótima Alessandra Negrini. Gostei muito também do elenco da pensão, a dona da pensão é a maravilhosa Nathalia Timberg, uma mulher nobre, que teve muito dinheiro, mas para sobreviver monta uma pensão em sua casa enorme e luxuosa, como muitos ricos na época. Na pensão circulam jornalistas e principalmente atores e cantores que cantavam em casas noturnas, depois no rádio e em seguida na televisão. Nesse elenco estão: Débora Bloch, Camila Morgado, Claudia Netto, Ana Carbatti, Patrícia Werneck, Domingos Meira, Betty Goffman e Lucci Ferreira. A caracterização e interpretação dos personagens históricos estavam incríveis, alguns deles foram: Carlos Lacerda (José de Abreu), José Maria Alckmin (Paulo Betti e Ranieri Gonzales), Oscar Niemeyer (Rodrigo Penna), as filhas de JK (Samara Fellipo e Andréia Horta), a mãe de JK (Júlia Lemmertz e Ariclê Peres), a irmã de JK (Denise Del Vecchio e Juliana Mesquita). O elenco primoroso continua: Letícia Sabatella, Hugo Carvana, Caco Ciocler, Dan Stulbach, Cássia Kiss, Paulo Goulart, Xuxa Lopes, Guilhermina Guinle, Otávio Augusto, Mila Moreira, Paulo Nigro, Regina Braga, Dudu Azevedo, Tato Gabus Mendes, Cássio Gabus Mendes, Mariana Ximenes, André Frateschi, Sérgio Viotti, Mateus Solano, Bukassa Kabengele e Louise Cardoso
Assisti em DVD a minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003) de Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão. Direção de Jayme Monjardim e Marcos Schetman. A Casa das Sete Mulheres é inspirado no livro de Letícia Wiezchowski. Essa minissérie foi exibida na TV Globo reexibida no Canal Viva. Eu gostei bastante e acho muito criativa a criação de um enredo pelas mulheres que ficavam aguardando em casa seus homens na guerra. E também gosto que a minissérie conte um pouco do que foi a triste Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul. Mas eu me incomodo com a licença poética de algumas pessoas que realmente viveram nesse período. Gosto de personagens ficcionais entre os reais, mas que os reais tenham uma história muito diferente da real eu não gosto. O elenco é enorme e incrível. As mulheres dessa família são atrizes incríveis: Camila Morgado, Mariana Ximenez, Daniela Escobar, Eliane Giardini, Bete Mendes, Nívea Maria e Samara Felippo O elenco masculino também é incrível: Werner Schünemann, Murilo Rosa, Rodrigo Faro, Antônio Pompeo, Tarcísio Filho, Thiago Fragoso, Marcello Novaes, José de Abreu, Bukassa Kabengele, Zé Victor Castiel, Luís Melo, Theodoro Cochrane, Dado Donabella, Bruno Gagliasso, Zé Carlos Machado, Douglas Simon, Carmo Dalla Vecchia e Maurício Gonçalves. A Casa das Sete Mulheres tem uma fotografia belíssima. São incríveis as cenas de guerra, são muitas cenas de batalhas, imagino a exaustão que deve ter sido realizá-las. A quantidade de figurantes é monumental. Os figurinos são impecáveis e belíssimos. No núcleo italiano, chegam para incorporar a luta o lendário Giuseppe Garibaldi interpretado pelo Thiago Lacerda e seu companheiro interpretado por Dalton Vigh. Giuseppe Garibaldi se apaixona por Anita, que se torna outra figura lendária, a Anita Garibaldi interpretada por Giovanna Antonelli. Imagino que algumas histórias sobre essas figuras lendárias nos deixem na dúvida de sua veracidade já que ídolos e lendas ampliam os fatos. Giuseppe Garibaldi era um herói da liberdade. Me incomodei muito com as histórias ficcionais das personagens Rosário e Manuela. A da Manuela me incomodou mais porque é baseada em uma pessoa real. As duas atrizes estão ótimas, mas as personagens são muito chatas. Enquanto a família toda sofria com as agruras da guerra e muitas mortes na família as duas só sabiam chorar e suspirar por suas mesquinharias. Essa minissérie precisou ser muito longa e se arrasta em alguns momentos. O elenco é extenso e com muitas participações. Alguns destaques do elenco são: Rosi Campos, Christiane Triceri, Viviane Porto, Ana Beatriz Nogueira, Jandira Martini, Amandha Lee, Carla Diaz, Heitor Martinez, Arieta Correa, Mary Sheila e Carla Regina. Fazem participações: Sabrina Greve, Ney Latorraca, Ariclê Perez, Tarciana Saad, Juliana Paes e Roberto Bomtempo.
Assisti Chernobyl (2019) de Craig Mazin na HBOGo. Eu queria muito ver essa série, mas relutei porque sabia que provocaria muito sofrimento. Acho muito importante conhecer a história. Já tinha lido sobre dois filmes que falavam um pouco do horror que foi esse acidente: A Terra Ultrajada e O Tradutor. Que tenho interesse em assistir. Depois terminando de ver a série, fui ler matérias, falam de algumas licenças poéticas, mas continua sendo uma grande série e tudo o que disseram sobre ela. E fundamental, porque aqueles horrores não podem ser esquecidos, para que novos não aconteçam. Estranhamente acabei vendo quando um outro país ditador tenta encobertar tragédias. Sim, foi horrível, violento, catastrófico, mas eles poderiam ter evitado muitas mortes. Logo que a explosão do núcleo aconteceu não evacuaram a cidade que inclusive não tinha um treinamento específico por viver perto de uma usina nuclear. Só quando os outros países verificaram por satélite, pela radiação que caminhou aos países vizinhos, e o mundo todo ficou sabendo, que começaram a evacuar, tarde demais. Países ditatoriais são monstruosos porque querem esconder suas tragédias e provocam muitas outras. Mas interesses econômicos também. O ser humano é torpe. Chernobyl concentra-se na equipe que foi a cidade tentar diminuir os estragos. São reais Valery Legasov (Jared Harris) e Boris Schcherbina (Stellan Skarsgard). Emily Watson representou os inúmeros cientistas incansáveis que tentavam descobrir o que aconteceu mesmo correndo todos os riscos e ameaças do governo. Os cientistas sabiam que precisavam entender o que provocou o acidente para evitar outros. Achei que Lyudmilla Ignatenko (Jessie Buckley) era uma personagem fictícia, mas não. Ela realmente era esposa de um dos primeiros bombeiros, Vasily Ignatenko (Adam Naigatis), que foram para a usina achando que era um incêndio e não radiação. Ele sofreu barbaramente com a deterioração do corpo. Muitos moradores de Chernobyl não tinham ideia dos riscos da radiação, também não foram informados que não era um incêndio e sim a explosão do núcleo, Lyudmilla achava mesmo que o marido sofria das graves queimaduras e não que a radiação comia o seu corpo. Ela ficou então ao lado dele mesmo todos proibindo e estava grávida. Seu filho absorveu toda a radiação, morreu uns dias após o parto e ela sobreviveu. Disseram que ela nunca mais engravidaria, não só engravidou como não morreu e vive com o filho. A série tem 5 episódios e é muito bem realizada, mereceu mesmo os prêmios que vem abarcando como Globo de Ouro de Melhor Série.
"Eu saberei, eu sei coisas sobre a morte" O ano é 1814, o país é a Inglaterra, a família são os Delaney e a surpresa? A surpresa é a aparição de James Keziah Delaney no enterro de seu pai, após 10 anos desaparecido na África e tido como morto por sua meia-irmã. É isso que sabemos da trama da nova minissérie da BBC One em parceria com o FOX. Tom Hardy interpreta o (aparentemente nada bom) filho que retorno à sua casa para a surpresa de todos. Vou deixar claro aqui que 99% do meu interesse nessa produção se devia à esse nome. Pouco pesquisei sobre a trama e outros personagens, me bastou saber que o astro de Mad Max estaria na Inglaterra do século XIX que já estava assistindo. E não me decepcionei! Já no piloto você vê que é o tipo de personagem que casa com o padrão de atuação de Tom Hardy! Nesse primeiro episódio tivemos poucas informações relevantes em sua maioria. Não foi aquele piloto que joga tudo para você já de cara, pelo contrário. Taboo se preocupou mais em mostrar pequenas referências ao que está por vir, com as ilusões de James, o medo de sua irmã Zilpha e a cobiça dos homens da Companhia das Índias Orientais. Vemos que o protagonista terá vários problemas pela frente, mas que ele também causará alguns. A relação com sua irmã deve ser algo bem mais explorada com o passar dos episódios, uma vez que aqui tivemos poucos momentos com eles em tela, mas de muita tensão. Segredos devem ser revelados nos momentos oportunos e isso levará à reações de seu marido. Além disso a relação de James com seu mordomo e amigo deve se mostrar de grande importância para a trama. Mas o foco, pelo menos aparentemente, deve ser no interesse da Companhia pelas terras deixadas por seu pai. James já mostrou de cara que sabe muito mais do que qualquer um imaginava, desde sobre seu passado até sobre os motivos do interesse nas terras. Além disso seu lado mais sombrio deve ser colocado à prova conforme necessário. Não acredito que as ameaças feitas no piloto sejam vazias. Taboo vale a chance, ainda mais por ser uma minissérie de apenas 8 episódios. Pense nela como um grande filme de época, que irá juntar intrigas políticas e familiares, um protagonista descontrolado e algum misticismo em uma grande trama!
Exibição Programa: 17/04/1999 Assisti a última temporada do Tá no Ar de Marcelo Adnete Marcius Melhem na TV Globo. Eu gosto muito desse programa, mas achei inteligente que acabaram antes de um desgaste. Gosto dessa novidade atual de fazer os produtos por um período e sair no auge. Adorei a vila do Chaves, foi muito inteligente em mostrar a truculência e a ignorância através de um outro programa que tem esse mesmo aspecto só que de maneira inocente. Pena que o público ame alguns quadros e eles não conseguiam tirar. Nunca curti muito o Tony Karlakian, mas como o público amava teve bastante nessa temporada. Pelo menos inovaram um pouco no Jardim Urgente. Fizeram merchandising de brinquedos perigosos para as crianças, muito engraçado. Eu adoro o Poligod, mas é outro que em muitas temporadas poderia ficar cansativo. Os números musicais são sempre ótimos, sempre com muita crítica social e muito bem realizados. Também adoro as participações especiais, nessa temporada estavam Thiago Lacerda, Fernanda Paes Leme, Pedro Bial e Karol Conká. Vai deixar saudade!
Assisti em DVD O Tempo e o Vento (1985) de Érico Veríssimo da TV Globo. Foi a primeira minissérie que reassistir em DVD, minha irmã alugou quando ainda existia locadoras. A obra foi adaptada por Regina Braga e Doc Comparato. É magestral, mas ainda não tinha a tecnologia e experiência de hoje. Há umas belas licenças poéticas, alguns momentos não costumeiros da televisão, música e imagens, mas ao mesmo tempo não tem a edição e ordem dos dias de hoje. Eu ainda não li essa obra de Érico Veríssimo, eu adoro esse autor, mas essa obra não li. Me animei tanto que comprei o primeiro, O Continente. São três episódios, deveriam ser quatro, soube fazendo esse post que infeliz-mente cortaram um do DVD: Ana Terra, Capitão Rodrigo e o Sobrado. Eu gostei demais de Ana Terra, Glória Pires novinha de tudo faz a bela Ana Terra. Sempre me impressiono o quanto era difícil viver em um lugar descampado. Para piorar haviam os conflitos entre os espanhóis e portugueses (brasileiros). E o povo ficava a mercê de tanta violência, as mulheres eram as que mais sofriam. Depois segue para o Capitão Rodrigo com o belíssimo e jovem Tarcísio Meira, já com seus 50 anos, mas aparentando muito menos. A mulher que ele ama é interpretada pela bela e jovem Louise Cardoso. A terceira história, O Sobrado é a que menos agradou, tanto eu como a minha mãe. No DVD deram um salto muito grande da segunda para a terceira. Li agora que há mais uma parte que não tem nesse DVD, por isso o salto. Esse foi um dos primeiros DVDs lançados, acho que a TV Globo ainda achava que não teria saída um DVD muito extenso, porque fica mais caro, por sorte os que lançam atualmente têm saído na íntegra. Não sabia se o personagem do saudoso Armando Bógus era filho da Bibiana, fui descobrir ao longo da trama que era o neto, mas não sabia filho de quem. O terceiro veio meio atropelado, ficou só no sobrado cercado, não deu tempo de nos afeiçoarmos aos personagens. O elenco todo é muito bom. No primeiro episódio aparece o Lima Duarte, o Camilo Bevilacqua e o Marcos Breda, novinho de tudo. No segundo há mais atores conhecidos como o Cláudio Mamberti. Outro que está muito jovem é o José de Abreu e o José Mayer. O padre do segundo é o maravilhoso Mário Lago, ele está magistral, ele faz um ranzinza padre, que ator generoso. Paulo José aparece no último episódio que traz ainda Bete Mendes, José Lewgoy, Lélia Abramo, Odilon Wagner, Ediney Giovenazzi, Renato Consorte e Bárbara Bruno.
Assisti em Canal Futura a minissérie Chiquinha Gonzaga (1999) de Lauro César Muniz da TV Globo. A direção é de Jaymie Monjardim. Eu queria muito revê essa minissérie. Gostei muito! Queria conhecer um pouco mais sobre essa compositora. Sei que nem sempre o que ouvimos de personalidades foi realmente daquele jeito e há sempre segredos, mas é bom conhecer um pouco. A minissérie é impecável. Gabriela Duarte e Regina Duarte interpretam Chiquinha Gonzaga. A compositora foi uma mulher a frente do seu tempo. Se separou do marido, foi viver com outro homem, se separou novamente e adotou um garoto para calar as pessoas, mas viveu maritalmente com o rapaz. Foi a primeira regente mulher no Brasil. Mesmo que a minissérie não tenha sido excessivamente fiel aos detalhes afetivos, até porque entre quatro paredes sabemos pouco das famílias ,ainda mais naquela época. Chiquinha Gonzaga parecia ter dificuldade de lidar com as relações. Escolhia também mal os seus relacionamentos. Parecia que teve uma infância muito austera. Se não fosse a rebeldia dela de não aceitar as ordens talvez não tivéssemos as obras maravilhosas dessa compositora. Ela teria se resignado ao primeiro marido e nunca mais tocado piano ou somente o que era aceito, na família. Mulheres não se apresentavam em público. Chiquinha Gonzaga teve pouco contato com os filhos. Só conseguiu criar o João Gualberto. Se até hoje mulheres que abandonam o lar podem perder a guarda dos filhos, que dirá naquela época. O elenco é primoroso. Há aquela confusão em envelhecer ou mudar o ator então em alguns casos fica estranho, mesmo a maquiagem já sendo melhor atualmente. Uns são envelhecidos, outros não, aí dá um certo descompasso. Marcelo Novaes faz o primeiro marido de Chiquinha Gonzaga, Carlos Alberto Riccelli o segundo e o último é interpretado pelo Caio Blat que estreia na televisão na minissérie. O elenco é todo excelente. Eu escolhi ver essa minissérie recentemente e por coincidência li depois que assisti que foi lançado um site sobre a compositora e com partituras. Tentei deixar o id para quem quisesse conhecer, mas a plataforma aqui não permite.
Assisti Memorial de Maria Moura (1994) em DVD. A direção artística é do Carlos Manga e a direção é de Denise Saraceni, Mauro Mendonça Filho, Marcelo de Barreto e Roberto Farias. É a história da saga da Maria Moura e foi uma saga para eu assistir. Comecei a ver na casa da minha mãe. Vi em pedaços. Talvez já conte uns dois anos nessa saga. Agora terminei de ver aqui. Memorial de Maria Moura foi uma série maravilhosa da TV Globo que agora é lançada em DVD. São três CDs enormes com todos os capítulos maravilhosos! Eu tinha lido o livro que foi inspirado da maravilhosa Rachel de Queiroz, que dei pra minha amiga de presente. Sempre ouvia entrevistas dos atores dizendo que teria sido o melhor trabalho da vida deles. Falavam isso em quase todas as entrevistas, até hoje. Glória Pires e Chico Diaz encabeçam a série. E Glória Pires está fascinante! É a estréia na TV da Cléo Pires, ela faz a Maria Moura criança. Era uma criança alegre e feliz, até que na infância ela vê matarem barbaramente o seu pai. Ela muda um pouco, fica mais desconfiada, mas ainda é cheia de vida e bela, já na pele da atriz Glória Pires. Aí a vida vai endurecendo essa mulher e a transformação da Glória Pires, aos poucos, é impressionante! Que atriz! A trilha sonora é belíssima! Também gostei muito da canção que o Orlando Morais fez para a Maria Moura, emocionante! A belíssima fotografia tem vários nomes na direção: Mário Carneiro, Antonio Penido e Elton Menezes. Nos extras há uma entrevista com a Rachel de Queiroz. E matérias de bastidores que foram realizadas no Video Show.
Assisti Dalva e Herivelto (2010) de Maria Adelaide Amaral na TV Globo. A direção é de Dennis Carvalho. Queria muito ver essa minissérie, gosto muito de histórias de grandes artistas brasileiros e embora conhecesse muito as belíssimas canções do Herivelto Martins e algumas interpretações da Dalva de Oliveira, pouco conhecia a história. Dalva de Oliveira era de origem humilde, quando conheceu Herivelto é que ingressou no Trio de Ouro e começaram a fazer sucesso. Também era uma época muito promissora para grandes cantores, a era do rádio, dos cassinos.A reprodução de época da mini-série estava majestosa. Tinha estranhado que o Herivelto chamava a Dalva de neguinha e fui procurar fotos e levei um susto com a caracterização da Adriana Esteves, idêntica. Os trejeitos já me surpreendiam, havia um jeito de cantar, um jeito de interpretar muito da época e ela estava impecável. Fábio Assunção também está excelente. É muito triste a separação do casal,além de ser barulhenta como foi a relação, eles ainda se deixaram usar pela mídia e gravadoras que gostavam do embate musical que faziam. Herivelto é o que mais foi influenciado. Ele descobriu na época da separação que a Dalva o traiu, embora ele tenha traído ela sistematicamente, até na casa deles, o rancor que ele adquiriu por descobrir que ela também traiu no final da relação beira o insuportável. A atitude dele só ajudou o talento de Dalva, que ganhou fãs e apoiadores. Ele passou a se incomodar profundamente com o sucesso que ela faz.Ele acreditava que ela não iria sobreviver musicalmente sem ele e sem o Trio de Ouro e fica com muita raiva que ela faz muito sucesso, inclusive internacional. Concordo quando o Fábio Assunção diz que para entender o Herivelto precisamos entender o período.Ele era muito mulherengo, mas também devia ser muito assediado quando começou afazer sucesso. Muitas cantoras que queriam o estrelato deviam assediá-lo. Nada justifica ele se envolver com a maioria, mas concordo que para um homem que ascendeu financeiramente, devia ser um deslumbramento ser procurado por tantas belas mulheres. E enquanto o Fábio Assunção é belíssimo, o Herivelto não era tão estonteante assim. A Dalva e o Herivelto tinham um relacionamento muito conturbado, cheio de ciúmes e brigas. Depois ele se apaixonou por uma aeromoça e foi viver com ela. Dalva desgostosa se viciou em bebidas o que acabou matando-a muito jovem. Achei lindo o relacionamento que ela teve com um barman, seu último amor. Até brigaram bastante no começo, mas a maturidade trouxe a serenidade e parece que foram muito felizes. O elenco é excelente, mas apesar dos negros terem papel de destaque, tanto nos créditos como no site seus nomes ficam em segundo plano e próximos dos que tiveram participações. O ator negro que interpreta o integrante do trio de ouro é Maurício Xavier. Adoro o ator que interpretou o Grande Otelo, Nando Cunha, eu já tinha adorado o trabalho dele em Desejo Proibido, apesar dele ser bastante alto, a caracterização e a interpretação foi idêntica.
Assisti em DVD a minissérie Agosto (1993) da TV Globo. Direção de Paulo José, baseado no romance de Rubem Fonseca, adaptado por Jorge Furtado. Eu tinha lido o livro há vários anos e queria muito ver a minissérie. Concordo com a minha irmã Bete que assim que começamos a ver queremos saber o que vai acontecer. Vi muito rapidamente, apesar de ser em várias horas. A direção de arte é impecável. Tudo cuidado nos mínimos detalhes para a ambientação na década de 50. O elenco é incrível. José Mayer é o policial honesto, utópico, que tem uma úlcera. É angustiante a má alimentação dele. As duas mulheres que o atormentam são interpretadas pela Vera Fischer e Letícia Sabatella. Estão lindíssimas! Igualmente bela a Lúcia Veríssimo como a esposa do homem assassinado. Belíssimo ainda Norton Nascimento. Tony Tornado arrasa como Gregório Fortunato. A minissérie se passa no final da vida de Getúlio Vargas, quando acontece o atentado a Carlos Lacerda. Muito bem relatada a parte histórica que anda em paralelo e até se confunde com a trama principal e ficcional. Ótimos os policiais interpretados por outros dois grandes atores Elias Gleizer, Carlos Vereza e Stênio Garcia. Mário Lago está majestoso como o chefe dos bicheiros que trás outros atores incríveis como Claudio Corrêa e Castro. Marcos Winter está excelente como o empresário perturbado. Incrível a realização da cena do suicídio. José Wilker é o outro empresário. Hugo Carvana um político influente. Sérgio Mamberti está maravilhoso como um senador, contracena com ele brilhantemente Rodolfo Bottino. Othon Bastos como um advogado do poder e do dinheiro. Lima Duarte como um matador. Ainda aparecem outros atores que adoro Milton Gonçalves, Léa Garcia, Ivan Cândido, Sylvia Bandeira, Antônio Petrin, Clemente Viscaíno e Nelson Dantas. A minissérie faz uma homenagem a Paulo Gracindo. O DVD traz ainda uma entrevista com Paulo José e Carlos Manga. E matérias sobre a realização. Chamada de Estréia da Minissérie AGOSTO. Tv Globo, 1993.
Assisti a série Justiça (2016) de Manuela Diasna TV Globo. Direção geral e artística José Luiz Villamarin. Apesar de algumas incoerências, foi incrível. Começa com quatro prisões, depois a cada dia da semana uma história é contada. Muito interessante como às tramas se cruzam ou se confundem. Em uma entrevista a autora disse que precisamos debater o tema. E Justiça mostra vários lados, várias soluções, para debate. Eu reparava que cada um percebia uma questão, ou perdoava e entendia outra, e era categórico em outros, mas surgia alguém com uma visão diferente. Ambientada em Recife, a série tinha um tratamento mais realista. Lugares mais escuros, não tão belos, sujos, mas não sujeira inventada, mais natural. Adorei que cada dia tinha uma abertura nova, um prédio pardieiro, um pescador com uma rede, uma criança em um parquinho, corredor em um hospital. Tudo esteticamente realista. A segunda é de Vicente. Um playboy ciumento que namora a filha de Elisa, interpretada pela linda Mariana Ruy Barbosa, ele por Jesuíta Barbosa e Elisa por Deborah Bloch. Logo no início já vemos o perfil dele que chega em um iate de jekski quase provocando um acidente. Elisa fala ao pai do moço a irresponsabilidade do rapaz e o pai diz que a juventude é assim. Como se ser jovem é cometer crimes. O pai é interpretado por Luiz Carlos Vasconcelos. E Vicente comete um crime, pega a namorada na casa da mãe com um ex no chuveiro e a mata. Em uma licença poética, todos os 4 saem da prisão no mesmo dia. Vicente será morto a tiros por Elisa. Mas na hora que ela vai atirar, ela vê a filha dele pequena e recua.Nesse núcleo ainda estão Camila Márdila, Pedro Nercessian, Cássio Gabus Mendes, Pedro Lamin, Priscila Steinman eGiovana Echeverria. Na terça era a história de Fátima. Ela é a diarista da Elisa. Na segunda já vimos a Elisa negando a Fátima de ir buscar os filhos por um motivo fútil. Tinha um pintor no apartamento, mas tanto a Elisa, bem como a filha dela podiam cuidar já que estavam em casa. Elisa esquece de Fátima depois também quando desmonta o quarto da filha e manda para doação os objetos. Elisa inclusive ficou devendo a Fátima, mas nunca se deu ao trabalho de encontrá-la para pagar. Fátima sempre viveu em um ambiente violento, o marido era estourado, foi o marido que intensificou a velocidade e a raiva do Antenor para atropelar a dançarina. Ele foi esfaqueado em uma briga em um bar, era briguento, queria brigar com o vizinho. O cachorro do vizinho faz vários estragos, mas quando machuca o filho pequeno de Fátima, ela mata o cachorro. A autora se inspirou em uma história que leu no jornal de um homem que mata o cachorro do vizinho. O vizinho era policial, arma um flagrante para a polícia achar droga no quintal de Fátima e ela é presa. Fátima é uma linda personagem, há um texto dela que resume bem seu perfil. Que cada um escolhe o destino que quer. A filha desejou ser prostituta para vingar a vizinha. Mas Fátima resolve reconstruir sua vida com honestidade. Ela tem muita raiva do vizinho, mas aos poucos vai passando e eles se tornam amigos. Adriana Estevesestá majestosa. E incríveis todos desse núcleo: Enrique Diaz, Leandra Leal, Tobias Carriere, Julia Dalavia irreconhecível e Júlio Andrade. O marido de Fátima é interpretado pelo Angelo Antonio. Há algumas incoerências nessa trama, a maior é o fato de Fátima não saber o que aconteceu com os filhos quando sai da prisão 7 anos depois. Hoje consegue-se saber o que quer na prisão. Mas de qualquer forma, os filhos não iriam visitá-la, porque sendo menores, iriam para algum orfanato. Inclusive demais os atores que fazem os filhos da Fátima crianças: Letícia Braga e Bernardo Berruezo. A trama que menos nos identificamos foi a de quinta, interpretada brilhantemente por Luisa Arraes. A amiga Rose por Jéssica Ellen que é presa. No dia que faria 18 anos, a muito amiga Débora marca um luau na praia. As duas compras várias balinhas de droga com Celso. Só a Rose é revistada e presa por 7 anos. Rose não sabia fugir do perigo, sai e volta a se relacionar com Celso. Quando as duas se encontram, Débora tinha sido estuprada e é essa trama que ganha força, não a da amiga que sai da prisão. Débora é casada com um egoísta, interpretado por Igor Angelkorte. Ele não quer perder o conforto da relação, quer colocar o estupro da esposa embaixo do tapete. A mãe da Débora é jornalista e deseja o mesmo. A mãe é uma covarde, fica aliciando os amigos de Débora, para que eles convençam a filha do contrário, mas nunca senta e conversa claramente o que pensa com a filha. É a amiga Rose que entende que essa história tem que ter justiça. Mas Débora confunde o tempo todo justiça e vingança. O público achou estranho Débora colocar um desconhecido para dormir em sua casa, mesmo sabendo que no mínimo ele era ladrão. Mas eu achei coerente. Pessoas sem proteção cometem muitos desatinos. E sim, corre riscos. E pelo jeito era familiar, porque a mãe que tanto condenou a filha não pensou duas vezes em levar a esposa de um político corrupto para dar entrevista no apartamento da filha. A mãe foi interpretada por Fernanda Vianna. Vladimir Brichta está incrível como Celso. Ele aparece em todas as tramas, na maioria das vezes fazendo mal as pessoas, até mesmo quando quer ajudar. Diferente das minhas amigas, achei coerente Débora ir pedir carona, se expondo ao risco mais uma vez, e pegando carona com o personagem do Cauã Reymond, um mal caráter e explorador de mulheres. A última trama foi do Cauã Reymond. O Maurício era um contador casado com uma bailarina, interpretado pela Marjorie Estiano. Ela é atropelada, vai ficar tetraplégica e pede que ele faça eutanásia nela. Ele faz e fica 7 anos preso. Entendo que ela poderia viver como tetraplégica, mas a trama, proposital ou não, mostrou a fragilidade da saúde brasileira. O médico dá o diagnóstico para o marido, mas nenhum psicólogo vai ajudá-los a lidar com o trauma. Quem a atropela é o personagem do Antônio Calloni, o Antenor, casado com a Vânia, personagem da Drica Moraes, uma alcoólatra. Na prisão, com a ajuda do Celso, Maurício é contador de bandidos e fica rico. Abre uma sauna administrada por Kellen e Celso. Maurício passou a ser um explorador de mulheres. Não se incomoda de aumentar o seu patrimônio explorando mulheres e meninas na prostituição. E não tem escrúpulos em usar a mulher do Antenor para atingi-lo. Maurício é o responsável da morte da Vânia. Ele mesmo diz a Vânia que ela precisa procurar proteção, mas não se preocupa em ajudá-la. Não é a toa que a Débora pega carona com um homem que explorava mulheres. A trilha sonora era incrível. Gostei muito de várias tramas aparecerem no final no cemitério. Inclusive várias tramas ficaram em aberto, podendo ter uma continuação ou mesmo uma aparição de fundo em uma segunda temporada.
Cidade Invisível (2ª Temporada)
3.4 188 Assista AgoraTerminei de ver a 2ª Temporada de Cidade Invisível (2023) de Carlos Saldanha na Netflix. Eu amo essa série, amei a primeira temporada. Os personagens são tirados do folclore brasileiro. Essa temporada tem só 5 episódios, lembro de ler sobre dificuldades nas gravações, mas gostei bastante. Os cartazes são deslumbrantes.
Essa começa com a lenda da Matinta Perê interpretada por várias atrizes, uma delas é Letícia Spiller.
Manu Dieguez, que faz a filha do protagonista, está mais linda que nunca. Ela e Alessandra Negrini são lindas demais, em cenas deslumbrantes no Pará. Há cenas em natureza, barcos, lago, muito mágicas.
Elas seguem atrás da pista do pai. É aí que a filha faz um pacto com a Matinta Perê. Muito da série é sombria, à noite e bem escura. Senti falta das cenas na exuberante beleza das matas e do Pará.
A série passa a falar bastante dos povos originários, da preservação da natureza, fiquei profundamente emocionada. Indígenas que passam a lembrar de suas histórias e ver o seu passado de violência e mortes provocadas pelos brancos, pelo garimpo. Nesse núcleo estão Ermelinda Yepário e Zahy Guajajara (Maria Caninana).
Zahy Tentehar integra esse elenco. Eu gosto muito que a série fala que todos nós somos diferentes, que os poderes de cada um não é uma maldição e sim uma dádiva.
As cenas são muito mágicas e bonitas. Fiquei triste que muito provavelmente os personagens da Alessandra Negrini e do Marco Pigossi não seguem pra próxima temporada. Nesse surgem a Mula sem Cabeça (Simone Spoladore), Zaori (Mestre Sebá) e o Menino Lobo (Tomás de França).
Rota 66: A Polícia que Mata (1ª Temporada)
4.3 32Assisti a série Rota 66: A Polícia que Mata (2022) de Philippe Barcinsky e Diego Martins na Globoplay. Sabia que não seria fácil já que tinha lido há muito tempo o livro. A série é muito bem realizada. Humberto Carrão está muito bem como o Caco Barcellos. A adaptação é de Maria Camargo e Teodoro Poppovic.Caco Barcellos pesquisou por muito tempo as inúmeras mortes pela polícia da Rota 66, uma polícia altamente letal. A investigação mostrou que dos 4200 mortos, 2200 eram inocentes. Infelizmente a pena de morte continua por alguns policiais, que sem ao menos saber quem é a pessoa que está na frente deles, julga, sentencia e mata em segundos, em uma grande maioria das vezes sem nem mesmo as pessoas estarem armadas como o caso da família que ia ao batizado ou da comerciante que tentou interferir na violência da polícia com suspeitos desarmados e pisaram no pescoço dela. Além de inúmeros outros casos. O livro fala da investigação do jornalista que teve vários processos por calúnia e difamação, Caco Barcellos foi inocentado de todos.A série mostra as pessoas, as famílias, a vida pessoal do jornalista que foi sistematicamente ameaçado e intimidado. Assustadora a hostilização armada no dia do lançamento do livro. O personagem do Aílton Graça era um policial da Rota 66, até que seu filho é executado quando ia comemorar sua formatura em direito. O elenco é incrível, muito corajosos os atores que aceitaram interpretar os monstros da Rota 66: Rômulo Braga, Ricardo Gelli e Rafael Lozano. A série fala das mortes pelos olhares das mães, esposas, avós que passam a procurar seus parentes desaparecidos, ou a conviver com a denúncia de que eram bandidos. É muito doloroso ver o sofrimento dessas mulheres e das crianças. A série mostra a difícil trajetória de reconstrução de suas vidas e histórias, após essas tragédias. O elenco é incrível: Lara Tremonoux, Juan Queiroz, Wesley Guimarães, Adriano Garib, Magali Biff, Naruna Costa, Ariclenes Barroso, Gabriel Godoy, Nizo Neto, Adriana Lessa, Ana Cecília Costa, Virgínia Rosa e Augusto Madeira. Participam: Martha Meola e Maria Manoella. Eu tinha me esquecido que o Caco Barcellos tinha feito a cobertura no massacre do Carandiru. A tropa de choque entrou e impediram familiares e a imprensa de entrar no local. Só conseguiram entrar depois. Recentemente tentaram perdoar os policiais do massacre, por sorte reverteram essa arbitrariedade e impunidade A série mostra mais o Humberto Carrão como repórter, no final que aparecem alguns trechos de matérias da época com o Caco Barcellos.
The First Lady
3.8 15Assisti a série The First Lady (2022) de Aaron Cooley no Paramount+. A direção é de Susanne Bier. Eu só via elogios das minhas amigas a série. Corri pra ver e que grata surpresa. Uma das melhores séries que já vi na vida. Tudo brilhante, a começar pela abertura. The First Lady conta a história de três primeiras damas dos Estados Unidos, Eleannor Roosevelt (1929-1932), Betty Ford (1973-1974) e Michelle Obama (2009-2017). Três primeiras damas revolucionárias e a frente do seu tempo. Todas as três atrizes estão impressionantes: Gillian Anderson, Michelle Pfeiffer e Viola Davis. Só a história da Michelle eu conhecia mais antes e depois de ler o livro dela. A edição e os fatos escolhidos são impecáveis. As três histórias são contadas ao mesmo tempo, estranhamente tiveram fatos parecidos. No começo mais óbvio, o casamento, ser primeira dama. Mas tem os menos óbvios como os engajamentos, as tragédias. Todas as três igualmente foram desacreditadas em suas funções de primeira dama. Os assessores dos presidentes faziam de tudo para neutralizá-las e deixá-las restrita a ala doméstica da casa branca. Cada uma desacreditada por um preconceito diferente. Eu não conhecia nada de Eleannor Roosevelt. Ela era muito estudiosa e diferente das jovens da sua idade, não queria casar. Acabou conhecendo Franklin e se tornando grandes parceiros intelectuais de vida. Ela sempre auxiliava ele nos discursos, nos posicionamentos, sempre que algo muito complexo acontecia, ele a procurava. Ela se uniu as sufragistas pelo direito ao voto. Peitou o marido ferrenhamente quando ele impediu que refugiados judeus desembarcassem nos Estados Unidos. Após a morte de Roosevelt, ela elaborou a Declaração Universal de Direitos Humanos e presidiu a ONU de 1946 a 1952. Quando Eleanor é traída pelo marido, a sogra impede ela do divórcio, mas eles se afastam como marido e mulher. Ela então tem um romance bastante longo com uma jornalista sufragista. Os detetives da casa branca descobrem, avisam o marido que continuava tendo casos, só as mulheres são vigiadas. O marido, altamente compreensível, emprega a jornalista, ela passa a viajar muito, mas ter um quarto ao lado do da Primeira Dama que se acessava por uma porta secreta. Ford assumiu quando Nixon foi acusado de corrupção. O casamento com Ford foi o segundo de Betty. Ela era divorciada, tanto que ficou afastada dele até assumi-la depois quando concorreu a cargos políticos. Antes de ser primeira dama ela já tinha sido dependente química. Nessa época tinha-se remédio pra tudo, pra ficar desperta, pra dormir, receitava-se sem o menor cuidado, que Betty misturava compulsivamente com bebida. Mas na casa branca, mesmo bebendo bastante, as atividades a mantiveram focada. Ela teve câncer de mama quando era primeira dama e apesar de todas as pressões pra esconder, ela falou abertamente com os americanos, impulsionou inúmeras mamografias. Que mulher forte. Quando Ford perdeu a eleição eles se aposentaram em uma casa no campo, mas Ford a largava o tempo todo em conferências, viagens, ela se afundou novamente nas pílulas e bebida. Orgulhosa, forte e determinada, recusou muito tempo que precisava de ajuda, mas quando aceitou, se tornou uma grande porta voz na causa. Criou e construiu na região onde morava uma clínica para dependentes. Interessante que na série o pensamento das filhas de Michelle aparecem muito. O quanto a família sempre promovia novos olhares, cobranças e posicionamentos. Michelle corretamente poupou as filhas no livro, mas gostei muito de conhecer o pensamento delas pela série. Fiquei admirada. Sim, filhas de dois grandes estudiosos, advogados e estadistas, não poderiam ser diferente, mas foi lindo de ver.São dez episódios e os dois últimos muito tristes. Há a Segunda Guerra no primeiro, a dependência química da Betty e a eleição de Trump. Mostraram claramente a luta de Michelle e Obama para que Hillary vencesse, mesmo que eles não gostassem dela, mas o atraso veio mesmo assim. O elenco enorme e incrível. Franklin (Kiefer Sutherland), Ford (Aaron Eckhart) e Obama (O-T Fagebenle). Alguns outros são: Dakota Fanning, Regina Taylor, Lily Rabe, Clea Duvall, Lexi Underwood, Jayme Lawson, Michael Potts e Ellen Burstyn. E sim, Betty Ford dançou na mesa oficial da casa branca. Foto no álbum!!!
Coisa Mais Linda (2ª Temporada)
4.1 225Assisti a segunda temporada de Coisa Mais Linda (2020) de Giuliano Cedrone e Heather Roth na Netflix. Eu tinha gostado muito da primeira que comentei aqui e que acaba de modo catártico. No Ano Novo, na praia, o marido (Gustavo Vaz) de Lígia (Fernanda Vasconcellos) atira nela e na amiga. Começa a segunda temporada com Maria Luíza (Maria Casadevall) acordando depois de quase ter morrido e descobrindo que sua melhor amiga não resistiu ao tiro. A série fala muito de questões femininas, mais difíceis ainda na época que é ambientada. A mulher que se separa, mas na verdade o homem que desapareceu a que canta na noite, a mãe que é dona de um clube noturno, enfim, são muitos temas delicados e profundos. Thereza acaba indo trabalhar em uma rádio dirigida pelo personagem do Eduardo Semerjian. O outro radialista é interpretado por Alejandro Claveaux. Aparecem nessa temporada os personagens de Kiko Bertholoni e Ângelo Paes Leme. Continuam no elenco Alexandre Cioletti, Esther Góes, Ondina Clais, Gustavo Machado, Sarah Vitória e Leandro Lima. Surge uma nova cantora, Ivone, irmã de Adélia (Pathy de Jesus). Como Larissa Nunes canta. Nesse núcleo aparece o pai delas interpretado por outro ator que adoro Val Perré. Nesse núcleo tem ainda Ícaro Silva e Eliana Pittman. Eu amo essa série que novamente acaba catártica. Tinham confirmado a terceira temporada, mas agora, só depois da pandemia é que vamos conseguir saber quais projetos vão resistir a esse tsunami, mas espero sinceramente que volte.
Capitu
4.5 628Assisti Capitu (2008) de Luiz Fernando Carvalho na TV Globo. Essa maravilhosa minissérie foi baseada na obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Esse diretor está entre os meus preferidos, suas criações são verdadeiras obras de arte e com Capitu não foi diferente. Ele escolheu contar em um formato mais parecido ao teatro que a televisão. Também utilizou o narrador como o autor escreveu. Então tivemos todas aquelas frases surpreendentes de Machado de Assis, que fala com seu leitor e só nos desconcerta. Eu li Dom Casmurro há vários anos e é minha obra preferida de Machado de Assis. Tudo foi impecável, figurinos, elenco, edição. Capitu jovem marcou a estréia da belíssima Letícia Persiles. Eu gosto muito do ator que fez o Bentinho jovem, o César Cardadeiro, eu já gostava dele em Malhação. E ele também esteve no elenco de o Sítio do Picapau Amarelo A Capitu adulta foi interpretada pela bela e talentosa Maria Fernanda Cândido e o Bentinho por Michel Melamed, que arrasou. O belo Escobar foi interpretado por Pierre Baitelli. Adorei os personagens que circundavam Bentinho interpretados por incríveis atores: Eliane Giardini, Antônio Karnewale, Izabella Bicalho, Rita Elmôr, Charles Fricks, Sandro Christopher, Bellatrix e Alan Scarpari. Gostei muito da música principal e da trilha sonora. Só em alguns momentos que utilizaram algumas músicas pop muito conhecidas, podiam ser igualmente originais com as principais. Os figurinos belíssimos foram concebidos por Beth Filipecki.
Cidade Invisível (1ª Temporada)
4.0 749Assisti a série Cidade Invisível (2021) de Carlos Saldanha na Netflix. Nossa, que série! Não queria parar de ver. Mal estreou já está entre as séries mais vistas. Saldanha é sempre genial, ele cria histórias que tem em seu cerne a história do país, mas principalmente sobre florestas e meio ambiente, na importância da preservação do meio ambiente. Nos filmes anteriores falou com as crianças, colocando animais em extinção como protagonistas. Agora colocou lendas como personagens. Eu tinha lido que Marco Pigossi tinha aceito participar de uma produção da Netflix. Ele é um policial, sua esposa trabalha em uma comunidade na floresta. Em uma festa, a floresta pega fogo e ela morre. Ele começa a investigar e coisas estranhas começam a acontecer. Um boto cor-de-rosa aparece morto em uma praia do Rio de Janeiro. Há muita surrealidade, realismo fantástico, que eu adoro. As histórias são baseadas nas lendas da Cuca, Tutú Marambá, Saci, Curupira e Iara. Muito bacana! Os seres que estão no meio dos mistérios são as lendas. Incrível o Curupira que quando se muda para a cidade se perde, acaba a sua identidade, se marginaliza. O Saci vai viver em uma ocupação. A miséria os atacam. Muito bom também mostrar que o antigo caçador e destruidor da mata tem um filho (Rubens Caribé), responsável por um empreendimento que jura que vai preservar a mata enquanto constrói. E uma comunidade começa a ser pressionada a aceitar a indenização e largar as suas casas. Apesar de temas tão densos a série é muito envolvente, cheia de mistérios, lendas, não queria fazer outra coisa. E que elenco! Lindíssima a Iara, Jessica Cores. Alessandra Negrini interpreta a Cuca, Fábio Lago, o Curupira, Wesley Guimarães o simpático Saci, Victor Sparapane o Boto Cor-de-Rosa, Jimmy London e Corpo-Seco, Eduardo Chagas. Essas lendas sempre estiveram no meu imaginário, não porque eram contadas em casa, mas porque li um pouco Monteiro Lobado e amava o Sítio do Picapau Amarelo. Linda demais a menina que faz a filha do casal, Manu Dieguez. Gosto muito das atrizes que interpretam a mãe da menina, Julia Konrad e a avó, Thais Perez. O elenco é incrível. A policial que trabalha com ele é interpretada por Áurea Maranhão, o chefe por Samuel Sieg. José Dumont interpreta um personagem que mora na floresta e tenta preservá-la, diferente de seu filho interpretado por Samuel de Assis. A jovem grávida por Tainá Medina. Fazem participações Ivan de Almeida, Nica Bonfim e Teca Pereira.
Bom Dia, Verônica (1ª Temporada)
4.2 767 Assista AgoraAssisti a série Bom Dia Verônica (2020) de Raphael Montes na Netflix. Essa série vem sendo muito elogiada. Adoro o elenco, queria muito ver. É incrível mesmo, mas muito, muito violenta. Verônica é uma escrivã. Começa com o caso de mulheres que são dopadas com boa noite Cinderela. Verônica resolve falar na televisão e colocar o telefone da polícia, da sua mesa, para as mulheres que sofrem violência. Janete liga. A história da Janete é muito, mas muito insuportável. Tanto Tainá Muller, quando Camila Morgado e Eduardo Moscovis estão impressionantes, que atores. No começo pensamos e percebemos o quanto ela sofre violência doméstica, mas seu marido é muito pior do que imaginamos, se é que é possível. Verônica percebe que a polícia não tem interesse em investigar o caso. O marido violento é policial. Seu chefe, interpretado por Antonio Grassi, quer se aposentar, então o tempo todo diz que não há provas suficientes. O pouco que conhecemos da polícia brasileira, quando há alguém importante envolvido, concordamos com ele. E vamos conhecendo a trágica história da Verônica. Seu pai matou sua mãe e tentou se suicidar. Era o melhor amigo do chefe dela. Boa parte do elenco policial continua na segunda temporada: Silvio Guindane, Elisa Volpatto e Adriano Garib. Adoro o ator que faz o marido da Verônica, César Mello. Ótimos também os atores que fazem os filhos da Verônica: DJ Amorim e Alice Valverde. Cassio Pandolfi faz o pai da Verônica. Muitos atores fazem participações: Aline Borges, Marina Provenzanno, José Rubens Chachá, Pally Siqueira, Juliana Lohmann, Sacha Bali, Rosa Marya Colin, Vanja Freitas e Julia Ianina.
Coisa Mais Linda (1ª Temporada)
4.2 400 Assista AgoraAssisti a primeira temporada da série Coisa Mais Linda (2019) de Giuliano Cedrone e Heather Roth na Netflix. Eu queria muito ver essa série e vi a conta gotas, finalmente consegui terminar. Gostei demais! É a história de quatro mulheres no final da década de 50. Eu adoro essas atrizes: Maria Casadevall, Pathy de Jesus, Fernanda Vasconcellos e Mel Lisboa. Arrasam!
Começa com Malu chegando ao Rio de Janeiro. Ela é da alta sociedade paulistana e combinou com o marido que iriam ter uma casa noturna no Rio de Janeiro. Ela envia todo o dinheiro pra ele e quando chega no Rio ele sumiu e com o dinheiro dela. Arrasada, revoltada, recebe a ajuda de Adélia. E resolve seguir com o sonho de montar uma casa noturna, só que agora em sociedade com Adélia e sofre todo o tipo de preconceito.
Lígia ama cantar e faz escondido do marido violento. Ela é apaixonadíssima pelo marido, mas ele é um verdadeiro monstro. A série tem muita música, jazz, bossa nova, a ótima trilha sonora está no Spotify.
Sua cunhada é a quarta protagonista feminina da série. Jornalista, ela é muito bem casada. Eles tem um relacionamento aberto. A série debate tantos, mas tantos temas, incrível. Fala de emancipação da mulher, dificuldade de entrar no mercado de trabalho designado a homens, relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, racismo, machismo e aborto. As quatro tem uma dificuldade enorme de serem respeitadas como profissionais talentosas, são o tempo todo questionadas ou até mesmo podadas pelos homens da trama, sejam pais, chefes, críticos, profissionais ou maridos.
O elenco todo é muito talentoso: Ícaro Silva, Leandro Lima, Gustavo Machado, Thaila Ayala, Alexandre Cioletti, Gustavo Vaz, Ondina Clais, João Bourbonnais, Esthér Goes, Paulo Tiefenthaler e Nilton Bicudo. A série termina na passagem de ano para a década de 60. O final é catártico deixando inúmeros ganchos pra segunda temporada que vou demorar pra ver.
Grande Sertão: Veredas
4.1 24Assisti a minissérie Grande Sertão Veredas (1985) de Guimarães Rosa na TV Globo. Tenho até vergonha de confessar, mas essa obra desse autor eu não li, li outros, mas essa obra ainda não me redimi com o Brasil e com ele. O livro de Guimarães Rosa é de 1956. Gostei muito da minissérie! A direção é do maravilhoso Walter Avancini. Ele sempre foi ousado, genial, é um diretor que faz falta. Há pouco tempo li que as minisséries dessa época precisavam ser mais longas e por isso eram esticadas demasiadamente, é o que acontece com Grande Sertão Veredas. O primeiro DVD é lento demais. Acho que perceberam que não devia estar agradando que ficou menos lenta nos próximos DVDs. Essa minissérie recebeu muitos elogios, então minha mãe pediu muito que eu comprasse logo que soube que foi lançado. Ela agora me pede Tenda dos Milagres, mas até agora a Globo Marcas não lançou. Tony Ramos e Bruna Lombardi estão impecáveis. O texto é de difícil compreensão, que dirá falado, e é genial. O cuidado dessa minissérie em cada detalhe é incrível. O elenco também é maravilhoso! Além dos atores principais, há muita participação especial de um grande elenco. O malvado é o Tarcísio Meira que está irreconhecível. Outro que demorei para reconhecer é o ator que se torna protetor do Tatarana, Umberto Magnani. José Dumont arrasa em seu personagem controverso. Os jagunços são ótimos atores. Taumaturgo Ferreira está ótimo, bem como o excelente João Signorelli e Wilson Fragoso. Fazem participações os incríveis Rubens de Falco, Mário Lago, Maria Gladys, Linneu Dias, Neusa Borges, Sebastião Vasconcellos, José Augusto Branco e Denise Milfont. A bela Silvana Lopes faz a mulher do Hermógenes, parece que foi o último trabalho dessa bela atriz. Uma história é contada no meio da minissérie e tem só grandes atores. Yoná Magalhães, sempre linda e muito jovem, outro que está é o Ney Latorraca e ainda o grande Reinaldo Gonzaga. A trilha sonora é de Júlio Medaglia. Eu fiquei imaginando o cansaço que deve ter sido o período de gravações. São horas e horas de minissérie, nos DVDs são 4, todos de mais de 3 horas de duração. A maior parte do tempo eles estão em lutas, no cavalo, andando. Não deve ter sido fácil a realização tanto para a equipe como para o elenco. Belo projeto!
Treze Dias Longe do Sol
3.1 34Assisti Treze Dias Longe do Sol (2017) de Luciano Moura na TV Globo. Estava ansiosa por essa série. A Carla assistiu antes no GloboPlay e tinha gostado muito. Sim, as chamadas me lembraram muito Supermaxe a série também. Um grupo fica preso em um lugar todo cinza, com muitas dificuldades, tendo que cada um lidar com as alterações de humores dos outros em situações extremas. E depois que comecei a ver me lembrou Os 33, onde mineiros ficam presos após o desabamento, essa a semelhança foi com a cobertura internacional do acidente Apesar das semelhanças também amei a série e o roteiro é muito bom e ligado a nossa realidade brasileira, infelizmente. Logo no início o prédio desaba como aconteceu com o Palace 2 por motivos muito semelhantes, ganância de construtoras. Há tantos anos tivemos o incidente do Palace 2 e as construtoras continuam fazendo o que querem com o Brasil em parceria vergonhosa com políticos. Sim, os motivos do engenheiro chefe e da diretora financeira eram nobres. O dono da construtora tinha morrido e eles queriam levantar dinheiro para comprá-la. Muito provavelmente não conseguiriam honestamente pelo volume de dinheiro e eles tem a infeliz ideia de fazer um prédio com redução de 20% do material. Já é horrível essa decisão, mas a ganância vai mais longe e o engenheiro chefe vai reduzindo mais ainda a compra de material como ferros que foram reduzidos em 40%. Bastou uma chuva forte para o prédio desabar, antes mesmo de ser inaugurado. Déborah Bloch está incrível, outra personagem cheia de camadas. Ela fica possessa com os exageros do engenheiro, mas aceitou antes a redução de 20% do material. Muito triste a cena do pai dela na estrada, interpretado pelo incrível Emiliano Queiroz. Nada justifica o que ela fez, mas a solidão dessa personagem corta o coração. Como em Supermax, os que ficam no subsolo precisam lidar uns com os outros em situações limites. Incrível a construção dos personagens, muito ricos em características e ótimos atores. Além dos atores que adoro e mais conhecidos como Selton Mello, Carolina Dieckman, Lima Duarte, Maria Manoella, Enrique Diaz e Teca Pereira. Incríveis os outros, principalmente os operários. Bem complexos os operários, inclusive os que eram um casal interpretados brilhantemente por Démick Lopes e Pedro Wagner. Se amavam muito, mas eram agressivos com o mundo externo duas pessoas de difícil socialização. Os atores estão incríveis. Gostei que os personagens tinham vários lados. Como o chefe de obra, Antônio Fábio, que era respeitado por todos, inclusive pelo engenheiro chefe, mas abandonou anos a filha, Camila Márdila, sem ligar para ela. Fabrício Boliveira merece um bloco só sobre ele. Entre os melhores atores de sua geração, entre meus atores preferidos, brilhou como o chefe dos bombeiros. Ele teve um incidente anterior de fracasso, está de licença, mas o enviam para liderar o grupo. Está nas buscas por sobreviventes, mas outro superior chega, Eucir de Souza, e diz que estão encerradas as buscas. É emocionante quando ele descobre que há pessoas no subsolo, ou mesmo quando fazem contato por um equipamento eletrônico. Fabrício arrasa em todos os momentos. Gostei do desfecho. O Brasil é um país que faz uma construtora ainda ter alto valor de venda no mercado mesmo depois de um fracasso e de tanta corrupção. O herdeiro, Paulo Vilhena, consegue vender a construtora por um bom valor para um ávido interessado, Luciano Chirolli, até porque logo esquecem o absurdo do desabamento, farão um marketing que agora a empresa será séria pra tudo continuar mais do mesmo e com alto apoio político e alta corrupção política. Construtoras estão no topo com todo tipo de regalia. Qualquer empresa por muito menos teria falido, mas no Brasil construtoras são objeto de luxo.
Sansão e Dalila
3.6 107Assistir a minissérie Sansão e Dalila da TV Record, adorei! Essa é a segunda minissérie bíblica da Rede. Mas falemos então agora de Sansão e Dalila. Como já disse gostei muito da minissérie. Foi um trabalho caprichado, de produção com variadas locações externas pelo Brasil, cenários muitíssimo bem construídos, sem mencionar figurino e maquiagem cinematográfica. Foi um prazer ver que existe uma televisão que consegue obter esse nível de qualidade aqui no Brasil. Não que a Rede Globo não o consiga, mas ela prefere se abster de investir em séries ou novelas de um cunho histórico mais geral. Ou seja, quase sempre o mais longe na história que as novelas da série da Globo vão é o tempo dos escravos. Que eu me lembre a Globo nunca fez uma novela ou série, por exemplo, passada em Roma com histórias sobre romanos e suas aventuras e desventuras. Por que a Rede Globo não faz isso? Por falta de audiência não é porque Sansão e Dalila obteve excelentes níveis de audiência, chegando a ficar em primeiro lugar alguns dias. Na minha opinião isso se chama medo de arriscar e perder alguns pontinhos de audiência que é, uma verdadeira estupidez. Mas não falemos sobre isso. Prefiro exaltar as qualidades de Sansão e Dalila. Na maioria, ótimos atores, bem escolhidos para os papéis, principalmente Fernando Pavão (Sansão), Mel Lisboa (Dalila), Claudio Gabriel (Héber), Thais Fersoza (Samara), Joana Balanger (Yunet), Luiza Curvo (Myra) e Abbas (Milhem Cortaz). Pararei por aqui porque teria que citar quase todo o elenco. Na minha opinião os únicos destaques negativos foram o fraco desempenho de Miguel Thiré (Faruq) que não convenceu ninguém na sua atuação e no seu sotaque filisteu de Ipanema. E Karen Junqueira (Taís) que achou que fazer papel de vilã é ficar com cara de brava. Sobre o roteiro no geral a qualidade foi boa mesmo sendo uma história universalmente conhecida, o autor foi criativo suficiente para prender a atenção até o final. (Apesar do excesso de caminhadas pelo deserto de Sansão). Então só tenho a louvar o excelente trabalho da Rede Record, enquanto espero ansiosamente para assistir outras produções. Uma Nota Eu tinha acompanhado as matérias sobre essa minissérie e tinha ficado encantada com a superprodução, figurinos, locações, adoro vários atores do elenco.
Riacho Doce
3.5 21Assisti em DVD a minissérie Riacho Doce (1990) de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn. A direção é de Paulo Ubiratan. Minha irmã que me emprestou esse DVD, essa minissérie é baseada na obra de José Lins do Rêgo que não li, infelizmente. É uma bela minissérie, as cenas externas foram filmadas em Fernando de Noronha e são belíssimas. A direção de fotografia é de Dante Leccioli. Os atores estão no seu auge de talento e beleza, Carlos Alberto Riccelli, Vera Fischer e Luíza Tomé. Na época que os atores interferiam menos em sua figura, menos intervenções estéticas, portanto muito mais bonitos e menos plastificados. Vera Fischer está deslumbrante com suas formas voluptuosas, com seus culotes e coxas naturais. Hoje exigiriam muita malhação e intervenções cirúrgicas de redução. Triste, a beleza de cada um é que é a mais bela. Suzy Rêgo também está lindíssima! Recentemente começaram a discutir sobre a diminuição dos capítulos das minisséries, que tirariam enrolações. Eu não sentia isso, tinha visto histórias que tinham até muito mais a contar nos 5 ou 6 DVDs como Chiquinha Gonzaga, JK e Um Só Coração, minisséries que passaram pela história, tinham núcleos ficcionais que ajudavam a entender o contexto. Riacho Doce foi a primeira minissérie que entendi essa discussão. Eu acho que a arte não pode ter amarras demais. A TV Globo pode programar a grade de programação, o tema da minissérie é decidido muito antecipadamente e pode ter dois modelos, os mais longos e os mais curtos, dependendo da obra que vão adaptar ou criar. Em Riacho Doce muitas cenas são esticadas a exaustão. É uma bela minissérie, mas a trama fica arrastada em vários momentos. As cenas em Fernando de Noronha são deslumbrantes, aproveitam para esticar bem as imagens, mas em alguns momentos a trama fica bem cansativa. Na minissérie um casal que morava na Suécia vai para Riacho Doce. Ela frágil é brasileira, no livro ela é sueca, o nome no livro também é outro. Carlos é interpretado pelo Herson Capri. A Vó Manuela é interpretada brilhantemente pela Fernanda Montenegro. Eu tenho dificuldade de embarcar na obra. Riacho Doce ainda não é das produções da TV Globo com tanta perfeição. Achava estranho que a primeira vez do casal é em cima de um morro, com o mar de paisagem, sendo que ela traía o marido e os pescadores poderiam estar no mar. Não conseguia entrar na cena e apreciar imaginando que alguém pudesse vê-los. Também há uma pequena quebra nas cenas em estúdio das externas, algo que hoje sentimos menos. Embora seja uma época que a moda não favoreça, os figurinos da Eduarda são belíssimos e são concebidos por Beth Filipeck, o elenco é incrível:
Desejo
3.9 11Assisti em DVD a minissérie Desejo (1990) de Gloria Perez. Direção de Wolf Maia e Denise Sarraceni. Minha irmã me emprestou esse DVD, ela adora essa minisséries e tem várias, recentemente o marido de uma amiga também tomou gosto desses produtos e também vem adquirindo e vendo, eu gosto muito também. Esse é muito difícil de assistir, a Tragédia de Piedade como ficou conhecido é muito indigesta. É a história trágica da família de Euclides da Cunha. Sua mulher, Anna da Cunha, enquanto ele passa um ano no Acre, se apaixona por um rapaz de 17 anos e eles têm uma paixão fulminante. No começo achei que seria da parte desse rapaz, Dilermando de Assis, uma paixão juvenil, mas mesmo ele passando um ano no Rio Grande do Sul, ele volta para ela e esse vai e vêm é constante. Eles vivem 18 anos esse amor, não era só uma paixão juvenil, era realmente um grande amor. Ana viveu com Euclides da Cunha uns 20 anos, foi feliz a moda antiga. Ele um homem austero e mais frio, ela uma mulher emotiva e intensa. Ela vive esse romance extra conjugal anos, tinha realmente duas casas e já filhos com os dois. Mas mesmo hoje uma mulher teria que largar tudo para viver um romance. O rapaz, de 17 anos, mesmo com 20, não teria condições financeiras de assumir o seu amor e seus 4 filhos, um dele já. Então essa mulher acaba ficando com os dois. Euclides, depois de ir para a Guerra de Canudos, fica querendo fazer algo pelos desvalidos e sua obsessão pelo trabalho o leva ao Acre. Sua esposa passa então muitas dificuldades financeiras e vai viver em uma pensão onde conhece Dilermando. Euclides fica obcecado pelos seus estudos e livros e a solidão da mulher facilita esse amor. Mas deve ter sido intenso, eles passam tantos horrores e mesmo assim perdoam e permanecem juntos. Foi uma minissérie difícil de ver, levei muito tempo para assistir. Me incomodava muito tantos segredos e quando veio a violência não melhorou. Tanta disseminação de ódio por tantos anos, tanta violência, desatino, muito triste. Dificilmente, até mesmo hoje, uma mulher teria coragem de largar os filhos pra trás e viver esse amor. Sem saída, sem independência financeira, ela acaba traindo por anos o marido, que quando tem certeza, ele sempre teve dúvida, já que "seu" último filho era loiro, ele vai defender sua honra. Dilermando era premiado em tiros no exército. Não tinha ideia que foi um tiroteio. Transtornado, Euclides, possivelmente em febre, já que estava com tuberculose avançada, atirou inclusive no irmão de Dilermando. Como alguém lava a honra atirando em um inocente? E essa ideia de lavar a honra é machista demais. Dilermando se defende e em vez de só fazer Euclides parar, atirando em mãos ou pernas, atira muitas vezes e mata o famoso Euclides. Começa então um interesse absurdo da imprensa sensacionalista, e um ódio absurdo de parentes de Euclides que insuflam de forma criminosa os filhos de Euclides ao ódio e a vingança. E não só no período do trágico tiroteio, mas por anos a fio. Anna casa com Dilermando, tem 6 filhos com ele. Fora os seus 3 filhos com Euclides, fora os dois filhos que perdeu, um de cada um. Até que, adulto, um filho do Euclides atira muito em Dilermando que igualmente perde a cabeça e atira muito, inclusive na cabeça do filho de Ana que depois perdoa o amado e voltam a viver juntos. É uma triste parte de nossa história, de vidas cheias de ódio, vingança e uma ideia equivocada de honra. Raras são as mulheres que vão defender sua honra atirando nas amantes de seus maridos, não entendo essa ideia machista de que alguém precisa matar o outro para não ser corno. País atrasado e machista. Fiquei chocada também com a convivência dos filhos com Euclides tuberculoso, ele tossia, cuspia sangue e os filhos por ali. Os filhos de Anna viviam muito doentes e conviviam demais com um pai tuberculoso que fumava muito, escrevia muito e mal se cuidava. Vera Fischer está linda como Anna, Dilermando é Guilherme Fontes, Euclides da Cunha o incrível Tarcísio Meira. Os filhos de Ana são só atores ótimos, em início de carreira, ou mesmo crianças como Marcos Palmeira, Marcelo Serrado e Caio Junqueira. Marcos Winter faz o irmão de Dilermando, outro que sofreu as consequências nefastas daquele tiroteio. Ele era jogador de futebol, ficou incapaz para jogar pela cirurgia que tirou a bala que Euclides colocou em suas costas, foi morar na rua e ficou alcoólatra até se jogar no mar. Deborah Evelyn faz a irmã de Ana, Natlhália Timberg a mãe, Thaís de Campos a cunhada. Léa Garcia a empregada. Outros ótimos atores participam da minissérie: Claudio Cavalcante, Leonardo Villar, Eliane Giardini, Vera Holtz, Vera Zimmerman, Hélio Ary, Wolf Maia, Carlos Gregório, Luíz Salem, Thelma Reston, Enrique Diaz, Carolyna Aguiar, Eri Johnson, Nildo Parente e Edney Giovenazzi. A pesquisa para a realização da minissérie Desejo foi extensa, aparece nos créditos que pesquisaram os processos criminais do inventário de Euclides da Cunha, o livro da filha da Ana com Dilermando, Judith, Ana de Assis, os jornais da época que estão na Biblioteca Nacional, os livros de Dilermando de Assis, Um Nome, Uma Vida e Uma Obra, Conselho de Guerra e Tragédia da Piedade. o livro de Elói Pontes, Vida Dramática de Euclides, o do Silvio Rabello, Euclides e o de Umberto Peregrino, Desastre Amoroso de Euclides da Cunha. Só pela bibliografia vemos o quanto tragédias interessam ao mercado ávido por esse tipo de notícia. Enquanto alguns brasileiros incríveis não tem uma única biografia, essa tragédia tem várias.
JK
3.8 47Assisti em DVD a minissérie JK (2006) de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira. A direção é de Dennis Carvalho. A minha irmã me emprestou e vinha assistindo há um tempo. São 5 primorosos DVDs contando esse importante período histórico brasileiro antes mesmo do Juscelino Kubitschek ficar conhecido no próprio Brasil. Gostei muito, a produção é impecável, passa por várias décadas o que demandam muitos estilo de moda diferentes. Gostei muito dos dois atores que interpretaram JK, José Wilker e Wagner Moura e também das duas atrizes que interpretaram a esposa de JK, Sara, Marília Pêra e Débora Fallabela.
JK foi um brilhante médico, mesmo de origem humilde, ele conseguiu estudar, trabalhando à noite no telégrafo para se sustentar e pagar os estudos. JK sempre foi um homem obstinado, que parecia gostar muito de dinheiro, não por ser um homem ganancioso, mas por ser um homem ambicioso. Acho que se apaixonou realmente pela Sara, mas acho que ele não olharia para uma mulher mau vestida, sem elegância, ele sempre gostou de tudo o que era bom. A minissérie transformou JK em herói e acho que é um dos poucos pecados dessa obra. Seus feitos e tudo o que passou já eram suficientes para admirar essa personalidade, mas ele tinha defeitos também e seu desejo de fazer muito, fazia ele exagerar em obras em seus governos desde o início. Ainda tentaram minimizar as traições de JK em uma única amante, quando no mínimo foram três. E tentaram romantizar demais a traição para não turvar a imagem de JK e ficou forçado.
Esse olhar exagerado já fica claro quando ele congela o noivado e vai praticamente sem dinheiro a Paris e faz uma viagem enorme, inclusive nas pirâmides do Egito. Ele nunca se contentava com pouco nem quando não tinha dinheiro. Não seria diferente com Brasília. Havia na constituição a mudança da capital federal que JK fez questão de construir. É uma bela cidade, com belas arquiteturas, promoveram excesso de dívidas ao Brasil, mas eu ainda acho que não foi uma boa ideia levar os políticos tão longe dos eleitores. Sempre que falam que deveríamos cobrar quem votamos eu penso como, se eles ficam tão distantes. E também o fato deles ficarem mais só entre eles, sem o convívio com a maioria da população, os deixa livres demais e acabam achando tudo normal, já que todo o grupo age da mesma forma. Se estivessem em uma cidade que tivesse uma vida além da política, nas ruas poderiam ser abordados e questionados, o que seria bem melhor.
Gostei de algumas histórias paralelas, outras nem tanto. Acho importante haver ficção mesclada com a realidade porque mostra o momento político em que estavam inseridos, dando contexto. No início o Coronel Licurgo, interpretado pelo magistral Luís Melo, mostra como os coronéis decidiam em quem seria votado e ganhar, mas depois exageraram um pouco em sua história, bem como a da Salomé, interpretada pela Deborah Evelyn.
Como a minissérie passa em vários períodos e estados, há muitas personalidades históricas, o elenco é enorme e excelente. Eu não conhecia o poeta Augusto Schmidt, um dos grandes personagens dessa minissérie interpretado magistralmente pelo Antonio Calloni. Sua bela esposa foi interpretada pela ótima Alessandra Negrini. Gostei muito também do elenco da pensão, a dona da pensão é a maravilhosa Nathalia Timberg, uma mulher nobre, que teve muito dinheiro, mas para sobreviver monta uma pensão em sua casa enorme e luxuosa, como muitos ricos na época. Na pensão circulam jornalistas e principalmente atores e cantores que cantavam em casas noturnas, depois no rádio e em seguida na televisão. Nesse elenco estão: Débora Bloch, Camila Morgado, Claudia Netto, Ana Carbatti, Patrícia Werneck, Domingos Meira, Betty Goffman e Lucci Ferreira.
A caracterização e interpretação dos personagens históricos estavam incríveis, alguns deles foram: Carlos Lacerda (José de Abreu), José Maria Alckmin (Paulo Betti e Ranieri Gonzales), Oscar Niemeyer (Rodrigo Penna), as filhas de JK (Samara Fellipo e Andréia Horta), a mãe de JK (Júlia Lemmertz e Ariclê Peres), a irmã de JK (Denise Del Vecchio e Juliana Mesquita).
O elenco primoroso continua: Letícia Sabatella, Hugo Carvana, Caco Ciocler, Dan Stulbach, Cássia Kiss, Paulo Goulart, Xuxa Lopes, Guilhermina Guinle, Otávio Augusto, Mila Moreira, Paulo Nigro, Regina Braga, Dudu Azevedo, Tato Gabus Mendes, Cássio Gabus Mendes, Mariana Ximenes, André Frateschi, Sérgio Viotti, Mateus Solano, Bukassa Kabengele e Louise Cardoso
A Casa das Sete Mulheres
4.2 220Assisti em DVD a minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003) de Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão. Direção de Jayme Monjardim e Marcos Schetman. A Casa das Sete Mulheres é inspirado no livro de Letícia Wiezchowski. Essa minissérie foi exibida na TV Globo reexibida no Canal Viva. Eu gostei bastante e acho muito criativa a criação de um enredo pelas mulheres que ficavam aguardando em casa seus homens na guerra. E também gosto que a minissérie conte um pouco do que foi a triste Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul. Mas eu me incomodo com a licença poética de algumas pessoas que realmente viveram nesse período. Gosto de personagens ficcionais entre os reais, mas que os reais tenham uma história muito diferente da real eu não gosto. O elenco é enorme e incrível. As mulheres dessa família são atrizes incríveis: Camila Morgado, Mariana Ximenez, Daniela Escobar, Eliane Giardini, Bete Mendes, Nívea Maria e Samara Felippo O elenco masculino também é incrível: Werner Schünemann, Murilo Rosa, Rodrigo Faro, Antônio Pompeo, Tarcísio Filho, Thiago Fragoso, Marcello Novaes, José de Abreu, Bukassa Kabengele, Zé Victor Castiel, Luís Melo, Theodoro Cochrane, Dado Donabella, Bruno Gagliasso, Zé Carlos Machado, Douglas Simon, Carmo Dalla Vecchia e Maurício Gonçalves. A Casa das Sete Mulheres tem uma fotografia belíssima. São incríveis as cenas de guerra, são muitas cenas de batalhas, imagino a exaustão que deve ter sido realizá-las. A quantidade de figurantes é monumental. Os figurinos são impecáveis e belíssimos. No núcleo italiano, chegam para incorporar a luta o lendário Giuseppe Garibaldi interpretado pelo Thiago Lacerda e seu companheiro interpretado por Dalton Vigh. Giuseppe Garibaldi se apaixona por Anita, que se torna outra figura lendária, a Anita Garibaldi interpretada por Giovanna Antonelli. Imagino que algumas histórias sobre essas figuras lendárias nos deixem na dúvida de sua veracidade já que ídolos e lendas ampliam os fatos. Giuseppe Garibaldi era um herói da liberdade. Me incomodei muito com as histórias ficcionais das personagens Rosário e Manuela. A da Manuela me incomodou mais porque é baseada em uma pessoa real. As duas atrizes estão ótimas, mas as personagens são muito chatas. Enquanto a família toda sofria com as agruras da guerra e muitas mortes na família as duas só sabiam chorar e suspirar por suas mesquinharias. Essa minissérie precisou ser muito longa e se arrasta em alguns momentos. O elenco é extenso e com muitas participações. Alguns destaques do elenco são: Rosi Campos, Christiane Triceri, Viviane Porto, Ana Beatriz Nogueira, Jandira Martini, Amandha Lee, Carla Diaz, Heitor Martinez, Arieta Correa, Mary Sheila e Carla Regina. Fazem participações: Sabrina Greve, Ney Latorraca, Ariclê Perez, Tarciana Saad, Juliana Paes e Roberto Bomtempo.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraAssisti Chernobyl (2019) de Craig Mazin na HBOGo. Eu queria muito ver essa série, mas relutei porque sabia que provocaria muito sofrimento. Acho muito importante conhecer a história. Já tinha lido sobre dois filmes que falavam um pouco do horror que foi esse acidente: A Terra Ultrajada e O Tradutor. Que tenho interesse em assistir. Depois terminando de ver a série, fui ler matérias, falam de algumas licenças poéticas, mas continua sendo uma grande série e tudo o que disseram sobre ela. E fundamental, porque aqueles horrores não podem ser esquecidos, para que novos não aconteçam. Estranhamente acabei vendo quando um outro país ditador tenta encobertar tragédias.
Sim, foi horrível, violento, catastrófico, mas eles poderiam ter evitado muitas mortes. Logo que a explosão do núcleo aconteceu não evacuaram a cidade que inclusive não tinha um treinamento específico por viver perto de uma usina nuclear. Só quando os outros países verificaram por satélite, pela radiação que caminhou aos países vizinhos, e o mundo todo ficou sabendo, que começaram a evacuar, tarde demais. Países ditatoriais são monstruosos porque querem esconder suas tragédias e provocam muitas outras. Mas interesses econômicos também. O ser humano é torpe. Chernobyl concentra-se na equipe que foi a cidade tentar diminuir os estragos. São reais Valery Legasov (Jared Harris) e Boris Schcherbina (Stellan Skarsgard). Emily Watson representou os inúmeros cientistas incansáveis que tentavam descobrir o que aconteceu mesmo correndo todos os riscos e ameaças do governo. Os cientistas sabiam que precisavam entender o que provocou o acidente para evitar outros.
Achei que Lyudmilla Ignatenko (Jessie Buckley) era uma personagem fictícia, mas não. Ela realmente era esposa de um dos primeiros bombeiros, Vasily Ignatenko (Adam Naigatis), que foram para a usina achando que era um incêndio e não radiação. Ele sofreu barbaramente com a deterioração do corpo. Muitos moradores de Chernobyl não tinham ideia dos riscos da radiação, também não foram informados que não era um incêndio e sim a explosão do núcleo, Lyudmilla achava mesmo que o marido sofria das graves queimaduras e não que a radiação comia o seu corpo. Ela ficou então ao lado dele mesmo todos proibindo e estava grávida. Seu filho absorveu toda a radiação, morreu uns dias após o parto e ela sobreviveu. Disseram que ela nunca mais engravidaria, não só engravidou como não morreu e vive com o filho.
A série tem 5 episódios e é muito bem realizada, mereceu mesmo os prêmios que vem abarcando como Globo de Ouro de Melhor Série.
Taboo (1ª Temporada)
4.1 128 Assista Agora"Eu saberei, eu sei coisas sobre a morte"
O ano é 1814, o país é a Inglaterra, a família são os Delaney e a surpresa? A surpresa é a aparição de James Keziah Delaney no enterro de seu pai, após 10 anos desaparecido na África e tido como morto por sua meia-irmã. É isso que sabemos da trama da nova minissérie da BBC One em parceria com o FOX.
Tom Hardy interpreta o (aparentemente nada bom) filho que retorno à sua casa para a surpresa de todos. Vou deixar claro aqui que 99% do meu interesse nessa produção se devia à esse nome. Pouco pesquisei sobre a trama e outros personagens, me bastou saber que o astro de Mad Max estaria na Inglaterra do século XIX que já estava assistindo. E não me decepcionei! Já no piloto você vê que é o tipo de personagem que casa com o padrão de atuação de Tom Hardy!
Nesse primeiro episódio tivemos poucas informações relevantes em sua maioria. Não foi aquele piloto que joga tudo para você já de cara, pelo contrário. Taboo se preocupou mais em mostrar pequenas referências ao que está por vir, com as ilusões de James, o medo de sua irmã Zilpha e a cobiça dos homens da Companhia das Índias Orientais. Vemos que o protagonista terá vários problemas pela frente, mas que ele também causará alguns.
A relação com sua irmã deve ser algo bem mais explorada com o passar dos episódios, uma vez que aqui tivemos poucos momentos com eles em tela, mas de muita tensão. Segredos devem ser revelados nos momentos oportunos e isso levará à reações de seu marido. Além disso a relação de James com seu mordomo e amigo deve se mostrar de grande importância para a trama.
Mas o foco, pelo menos aparentemente, deve ser no interesse da Companhia pelas terras deixadas por seu pai. James já mostrou de cara que sabe muito mais do que qualquer um imaginava, desde sobre seu passado até sobre os motivos do interesse nas terras. Além disso seu lado mais sombrio deve ser colocado à prova conforme necessário. Não acredito que as ameaças feitas no piloto sejam vazias.
Taboo vale a chance, ainda mais por ser uma minissérie de apenas 8 episódios. Pense nela como um grande filme de época, que irá juntar intrigas políticas e familiares, um protagonista descontrolado e algum misticismo em uma grande trama!
Tá no Ar: A TV na TV (6ª Temporada)
3.7 4Exibição Programa: 17/04/1999
Assisti a última temporada do Tá no Ar de Marcelo Adnete Marcius Melhem na TV Globo. Eu gosto muito desse programa, mas achei inteligente que acabaram antes de um desgaste. Gosto dessa novidade atual de fazer os produtos por um período e sair no auge.
Adorei a vila do Chaves, foi muito inteligente em mostrar a truculência e a ignorância através de um outro programa que tem esse mesmo aspecto só que de maneira inocente. Pena que o público ame alguns quadros e eles não conseguiam tirar. Nunca curti muito o Tony Karlakian, mas como o público amava teve bastante nessa temporada. Pelo menos inovaram um pouco no Jardim Urgente. Fizeram merchandising de brinquedos perigosos para as crianças, muito engraçado. Eu adoro o Poligod, mas é outro que em muitas temporadas poderia ficar cansativo.
Os números musicais são sempre ótimos, sempre com muita crítica social e muito bem realizados. Também adoro as participações especiais, nessa temporada estavam Thiago Lacerda, Fernanda Paes Leme, Pedro Bial e Karol Conká. Vai deixar saudade!
O Tempo e o Vento
4.1 29Assisti em DVD O Tempo e o Vento (1985) de Érico Veríssimo da TV Globo. Foi a primeira minissérie que reassistir em DVD, minha irmã alugou quando ainda existia locadoras. A obra foi adaptada por Regina Braga e Doc Comparato. É magestral, mas ainda não tinha a tecnologia e experiência de hoje. Há umas belas licenças poéticas, alguns momentos não costumeiros da televisão, música e imagens, mas ao mesmo tempo não tem a edição e ordem dos dias de hoje. Eu ainda não li essa obra de Érico Veríssimo, eu adoro esse autor, mas essa obra não li. Me animei tanto que comprei o primeiro, O Continente.
São três episódios, deveriam ser quatro, soube fazendo esse post que infeliz-mente cortaram um do DVD: Ana Terra, Capitão Rodrigo e o Sobrado. Eu gostei demais de Ana Terra, Glória Pires novinha de tudo faz a bela Ana Terra. Sempre me impressiono o quanto era difícil viver em um lugar descampado. Para piorar haviam os conflitos entre os espanhóis e portugueses (brasileiros). E o povo ficava a mercê de tanta violência, as mulheres eram as que mais sofriam. Depois segue para o Capitão Rodrigo com o belíssimo e jovem Tarcísio Meira, já com seus 50 anos, mas aparentando muito menos. A mulher que ele ama é interpretada pela bela e jovem Louise Cardoso. A terceira história, O Sobrado é a que menos agradou, tanto eu como a minha mãe. No DVD deram um salto muito grande da segunda para a terceira. Li agora que há mais uma parte que não tem nesse DVD, por isso o salto. Esse foi um dos primeiros DVDs lançados, acho que a TV Globo ainda achava que não teria saída um DVD muito extenso, porque fica mais caro, por sorte os que lançam atualmente têm saído na íntegra. Não sabia se o personagem do saudoso Armando Bógus era filho da Bibiana, fui descobrir ao longo da trama que era o neto, mas não sabia filho de quem. O terceiro veio meio atropelado, ficou só no sobrado cercado, não deu tempo de nos afeiçoarmos aos personagens.
O elenco todo é muito bom. No primeiro episódio aparece o Lima Duarte, o Camilo Bevilacqua e o Marcos Breda, novinho de tudo. No segundo há mais atores conhecidos como o Cláudio Mamberti. Outro que está muito jovem é o José de Abreu e o José Mayer. O padre do segundo é o maravilhoso Mário Lago, ele está magistral, ele faz um ranzinza padre, que ator generoso. Paulo José aparece no último episódio que traz ainda Bete Mendes, José Lewgoy, Lélia Abramo, Odilon Wagner, Ediney Giovenazzi, Renato Consorte e Bárbara Bruno.
Chiquinha Gonzaga
3.8 35Assisti em Canal Futura a minissérie Chiquinha Gonzaga (1999) de Lauro César Muniz da TV Globo. A direção é de Jaymie Monjardim. Eu queria muito revê essa minissérie. Gostei muito! Queria conhecer um pouco mais sobre essa compositora. Sei que nem sempre o que ouvimos de personalidades foi realmente daquele jeito e há sempre segredos, mas é bom conhecer um pouco. A minissérie é impecável. Gabriela Duarte e Regina Duarte interpretam Chiquinha Gonzaga. A compositora foi uma mulher a frente do seu tempo. Se separou do marido, foi viver com outro homem, se separou novamente e adotou um garoto para calar as pessoas, mas viveu maritalmente com o rapaz. Foi a primeira regente mulher no Brasil.
Mesmo que a minissérie não tenha sido excessivamente fiel aos detalhes afetivos, até porque entre quatro paredes sabemos pouco das famílias ,ainda mais naquela época. Chiquinha Gonzaga parecia ter dificuldade de lidar com as relações. Escolhia também mal os seus relacionamentos. Parecia que teve uma infância muito austera. Se não fosse a rebeldia dela de não aceitar as ordens talvez não tivéssemos as obras maravilhosas dessa compositora. Ela teria se resignado ao primeiro marido e nunca mais tocado piano ou somente o que era aceito, na família. Mulheres não se apresentavam em público. Chiquinha Gonzaga teve pouco contato com os filhos. Só conseguiu criar o João Gualberto. Se até hoje mulheres que abandonam o lar podem perder a guarda dos filhos, que dirá naquela época.
O elenco é primoroso. Há aquela confusão em envelhecer ou mudar o ator então em alguns casos fica estranho, mesmo a maquiagem já sendo melhor atualmente. Uns são envelhecidos, outros não, aí dá um certo descompasso. Marcelo Novaes faz o primeiro marido de Chiquinha Gonzaga, Carlos Alberto Riccelli o segundo e o último é interpretado pelo Caio Blat que estreia na televisão na minissérie. O elenco é todo excelente. Eu escolhi ver essa minissérie recentemente e por coincidência li depois que assisti que foi lançado um site sobre a compositora e com partituras. Tentei deixar o id para quem quisesse conhecer, mas a plataforma aqui não permite.
Memorial de Maria Moura
3.9 20Assisti Memorial de Maria Moura (1994) em DVD. A direção artística é do Carlos Manga e a direção é de Denise Saraceni, Mauro Mendonça Filho, Marcelo de Barreto e Roberto Farias. É a história da saga da Maria Moura e foi uma saga para eu assistir. Comecei a ver na casa da minha mãe. Vi em pedaços. Talvez já conte uns dois anos nessa saga. Agora terminei de ver aqui. Memorial de Maria Moura foi uma série maravilhosa da TV Globo que agora é lançada em DVD. São três CDs enormes com todos os capítulos maravilhosos! Eu tinha lido o livro que foi inspirado da maravilhosa Rachel de Queiroz, que dei pra minha amiga de presente. Sempre ouvia entrevistas dos atores dizendo que teria sido o melhor trabalho da vida deles. Falavam isso em quase todas as entrevistas, até hoje. Glória Pires e Chico Diaz encabeçam a série. E Glória Pires está fascinante! É a estréia na TV da Cléo Pires, ela faz a Maria Moura criança. Era uma criança alegre e feliz, até que na infância ela vê matarem barbaramente o seu pai. Ela muda um pouco, fica mais desconfiada, mas ainda é cheia de vida e bela, já na pele da atriz Glória Pires. Aí a vida vai endurecendo essa mulher e a transformação da Glória Pires, aos poucos, é impressionante! Que atriz!
A trilha sonora é belíssima! Também gostei muito da canção que o Orlando Morais fez para a Maria Moura, emocionante! A belíssima fotografia tem vários nomes na direção: Mário Carneiro, Antonio Penido e Elton Menezes. Nos extras há uma entrevista com a Rachel de Queiroz. E matérias de bastidores que foram realizadas no Video Show.
Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor
3.9 102Assisti Dalva e Herivelto (2010) de Maria Adelaide Amaral na TV Globo. A direção é de Dennis Carvalho. Queria muito ver essa minissérie, gosto muito de histórias de grandes artistas brasileiros e embora conhecesse muito as belíssimas canções do Herivelto Martins e algumas interpretações da Dalva de Oliveira, pouco conhecia a história.
Dalva de Oliveira era de origem humilde, quando conheceu Herivelto é que ingressou no Trio de Ouro e começaram a fazer sucesso. Também era uma época muito promissora para grandes cantores, a era do rádio, dos cassinos.A reprodução de época da mini-série estava majestosa. Tinha estranhado que o Herivelto chamava a Dalva de neguinha e fui procurar fotos e levei um susto com a caracterização da Adriana Esteves, idêntica. Os trejeitos já me surpreendiam, havia um jeito de cantar, um jeito de interpretar muito da época e ela estava impecável. Fábio Assunção também está excelente.
É muito triste a separação do casal,além de ser barulhenta como foi a relação, eles ainda se deixaram usar pela mídia e gravadoras que gostavam do embate musical que faziam. Herivelto é o que mais foi influenciado. Ele descobriu na época da separação que a Dalva o traiu, embora ele tenha traído ela sistematicamente, até na casa deles, o rancor que ele adquiriu por descobrir que ela também traiu no final da relação beira o insuportável. A atitude dele só ajudou o talento de Dalva, que ganhou fãs e apoiadores. Ele passou a se incomodar profundamente com o sucesso que ela faz.Ele acreditava que ela não iria sobreviver musicalmente sem ele e sem o Trio de Ouro e fica com muita raiva que ela faz muito sucesso, inclusive internacional.
Concordo quando o Fábio Assunção diz que para entender o Herivelto precisamos entender o período.Ele era muito mulherengo, mas também devia ser muito assediado quando começou afazer sucesso. Muitas cantoras que queriam o estrelato deviam assediá-lo. Nada justifica ele se envolver com a maioria, mas concordo que para um homem que ascendeu financeiramente, devia ser um deslumbramento ser procurado por tantas belas mulheres. E enquanto o Fábio Assunção é belíssimo, o Herivelto não era tão estonteante assim. A Dalva e o Herivelto tinham um relacionamento muito conturbado, cheio de ciúmes e brigas. Depois ele se apaixonou por uma aeromoça e foi viver com ela. Dalva desgostosa se viciou em bebidas o que acabou matando-a muito jovem. Achei lindo o relacionamento que ela teve com um barman, seu último amor. Até brigaram bastante no começo, mas a maturidade trouxe a serenidade e parece que foram muito felizes.
O elenco é excelente, mas apesar dos negros terem papel de destaque, tanto nos créditos como no site seus nomes ficam em segundo plano e próximos dos que tiveram participações. O ator negro que interpreta o integrante do trio de ouro é Maurício Xavier. Adoro o ator que interpretou o Grande Otelo, Nando Cunha, eu já tinha adorado o trabalho dele em Desejo Proibido, apesar dele ser bastante alto, a caracterização e a interpretação foi idêntica.
Agosto
3.9 13Assisti em DVD a minissérie Agosto (1993) da TV Globo. Direção de Paulo José, baseado no romance de Rubem Fonseca, adaptado por Jorge Furtado. Eu tinha lido o livro há vários anos e queria muito ver a minissérie. Concordo com a minha irmã Bete que assim que começamos a ver queremos saber o que vai acontecer. Vi muito rapidamente, apesar de ser em várias horas.
A direção de arte é impecável. Tudo cuidado nos mínimos detalhes para a ambientação na década de 50. O elenco é incrível. José Mayer é o policial honesto, utópico, que tem uma úlcera. É angustiante a má alimentação dele. As duas mulheres que o atormentam são interpretadas pela Vera Fischer e Letícia Sabatella. Estão lindíssimas! Igualmente bela a Lúcia Veríssimo como a esposa do homem assassinado. Belíssimo ainda Norton Nascimento.
Tony Tornado arrasa como Gregório Fortunato. A minissérie se passa no final da vida de Getúlio Vargas, quando acontece o atentado a Carlos Lacerda. Muito bem relatada a parte histórica que anda em paralelo e até se confunde com a trama principal e ficcional. Ótimos os policiais interpretados por outros dois grandes atores Elias Gleizer, Carlos Vereza e Stênio Garcia. Mário Lago está majestoso como o chefe dos bicheiros que trás outros atores incríveis como Claudio Corrêa e Castro.
Marcos Winter está excelente como o empresário perturbado. Incrível a realização da cena do suicídio. José Wilker é o outro empresário. Hugo Carvana um político influente. Sérgio Mamberti está maravilhoso como um senador, contracena com ele brilhantemente Rodolfo Bottino. Othon Bastos como um advogado do poder e do dinheiro. Lima Duarte como um matador. Ainda aparecem outros atores que adoro Milton Gonçalves, Léa Garcia, Ivan Cândido, Sylvia Bandeira, Antônio Petrin, Clemente Viscaíno e Nelson Dantas. A minissérie faz uma homenagem a Paulo Gracindo.
O DVD traz ainda uma entrevista com Paulo José e Carlos Manga. E matérias sobre a realização. Chamada de Estréia da Minissérie AGOSTO. Tv Globo, 1993.
Justiça (1ª Temporada)
4.3 330Assisti a série Justiça (2016) de Manuela Diasna TV Globo. Direção geral e artística José Luiz Villamarin. Apesar de algumas incoerências, foi incrível. Começa com quatro prisões, depois a cada dia da semana uma história é contada. Muito interessante como às tramas se cruzam ou se confundem. Em uma entrevista a autora disse que precisamos debater o tema. E Justiça mostra vários lados, várias soluções, para debate. Eu reparava que cada um percebia uma questão, ou perdoava e entendia outra, e era categórico em outros, mas surgia alguém com uma visão diferente. Ambientada em Recife, a série tinha um tratamento mais realista. Lugares mais escuros, não tão belos, sujos, mas não sujeira inventada, mais natural. Adorei que cada dia tinha uma abertura nova, um prédio pardieiro, um pescador com uma rede, uma criança em um parquinho, corredor em um hospital. Tudo esteticamente realista.
A segunda é de Vicente. Um playboy ciumento que namora a filha de Elisa, interpretada pela linda Mariana Ruy Barbosa, ele por Jesuíta Barbosa e Elisa por Deborah Bloch. Logo no início já vemos o perfil dele que chega em um iate de jekski quase provocando um acidente. Elisa fala ao pai do moço a irresponsabilidade do rapaz e o pai diz que a juventude é assim. Como se ser jovem é cometer crimes. O pai é interpretado por Luiz Carlos Vasconcelos. E Vicente comete um crime, pega a namorada na casa da mãe com um ex no chuveiro e a mata. Em uma licença poética, todos os 4 saem da prisão no mesmo dia. Vicente será morto a tiros por Elisa. Mas na hora que ela vai atirar, ela vê a filha dele pequena e recua.Nesse núcleo ainda estão Camila Márdila, Pedro Nercessian, Cássio Gabus Mendes, Pedro Lamin, Priscila Steinman eGiovana Echeverria.
Na terça era a história de Fátima. Ela é a diarista da Elisa. Na segunda já vimos a Elisa negando a Fátima de ir buscar os filhos por um motivo fútil. Tinha um pintor no apartamento, mas tanto a Elisa, bem como a filha dela podiam cuidar já que estavam em casa. Elisa esquece de Fátima depois também quando desmonta o quarto da filha e manda para doação os objetos. Elisa inclusive ficou devendo a Fátima, mas nunca se deu ao trabalho de encontrá-la para pagar. Fátima sempre viveu em um ambiente violento, o marido era estourado, foi o marido que intensificou a velocidade e a raiva do Antenor para atropelar a dançarina. Ele foi esfaqueado em uma briga em um bar, era briguento, queria brigar com o vizinho. O cachorro do vizinho faz vários estragos, mas quando machuca o filho pequeno de Fátima, ela mata o cachorro. A autora se inspirou em uma história que leu no jornal de um homem que mata o cachorro do vizinho. O vizinho era policial, arma um flagrante para a polícia achar droga no quintal de Fátima e ela é presa. Fátima é uma linda personagem, há um texto dela que resume bem seu perfil. Que cada um escolhe o destino que quer. A filha desejou ser prostituta para vingar a vizinha. Mas Fátima resolve reconstruir sua vida com honestidade. Ela tem muita raiva do vizinho, mas aos poucos vai passando e eles se tornam amigos. Adriana Estevesestá majestosa. E incríveis todos desse núcleo: Enrique Diaz, Leandra Leal, Tobias Carriere, Julia Dalavia irreconhecível e Júlio Andrade. O marido de Fátima é interpretado pelo Angelo Antonio. Há algumas incoerências nessa trama, a maior é o fato de Fátima não saber o que aconteceu com os filhos quando sai da prisão 7 anos depois. Hoje consegue-se saber o que quer na prisão. Mas de qualquer forma, os filhos não iriam visitá-la, porque sendo menores, iriam para algum orfanato. Inclusive demais os atores que fazem os filhos da Fátima crianças: Letícia Braga e Bernardo Berruezo.
A trama que menos nos identificamos foi a de quinta, interpretada brilhantemente por Luisa Arraes. A amiga Rose por Jéssica Ellen que é presa. No dia que faria 18 anos, a muito amiga Débora marca um luau na praia. As duas compras várias balinhas de droga com Celso. Só a Rose é revistada e presa por 7 anos. Rose não sabia fugir do perigo, sai e volta a se relacionar com Celso. Quando as duas se encontram, Débora tinha sido estuprada e é essa trama que ganha força, não a da amiga que sai da prisão. Débora é casada com um egoísta, interpretado por Igor Angelkorte. Ele não quer perder o conforto da relação, quer colocar o estupro da esposa embaixo do tapete. A mãe da Débora é jornalista e deseja o mesmo. A mãe é uma covarde, fica aliciando os amigos de Débora, para que eles convençam a filha do contrário, mas nunca senta e conversa claramente o que pensa com a filha. É a amiga Rose que entende que essa história tem que ter justiça. Mas Débora confunde o tempo todo justiça e vingança. O público achou estranho Débora colocar um desconhecido para dormir em sua casa, mesmo sabendo que no mínimo ele era ladrão. Mas eu achei coerente. Pessoas sem proteção cometem muitos desatinos. E sim, corre riscos. E pelo jeito era familiar, porque a mãe que tanto condenou a filha não pensou duas vezes em levar a esposa de um político corrupto para dar entrevista no apartamento da filha. A mãe foi interpretada por Fernanda Vianna. Vladimir Brichta está incrível como Celso. Ele aparece em todas as tramas, na maioria das vezes fazendo mal as pessoas, até mesmo quando quer ajudar. Diferente das minhas amigas, achei coerente Débora ir pedir carona, se expondo ao risco mais uma vez, e pegando carona com o personagem do Cauã Reymond, um mal caráter e explorador de mulheres.
A última trama foi do Cauã Reymond. O Maurício era um contador casado com uma bailarina, interpretado pela Marjorie Estiano. Ela é atropelada, vai ficar tetraplégica e pede que ele faça eutanásia nela. Ele faz e fica 7 anos preso. Entendo que ela poderia viver como tetraplégica, mas a trama, proposital ou não, mostrou a fragilidade da saúde brasileira. O médico dá o diagnóstico para o marido, mas nenhum psicólogo vai ajudá-los a lidar com o trauma. Quem a atropela é o personagem do Antônio Calloni, o Antenor, casado com a Vânia, personagem da Drica Moraes, uma alcoólatra. Na prisão, com a ajuda do Celso, Maurício é contador de bandidos e fica rico. Abre uma sauna administrada por Kellen e Celso. Maurício passou a ser um explorador de mulheres. Não se incomoda de aumentar o seu patrimônio explorando mulheres e meninas na prostituição. E não tem escrúpulos em usar a mulher do Antenor para atingi-lo. Maurício é o responsável da morte da Vânia. Ele mesmo diz a Vânia que ela precisa procurar proteção, mas não se preocupa em ajudá-la. Não é a toa que a Débora pega carona com um homem que explorava mulheres. A trilha sonora era incrível. Gostei muito de várias tramas aparecerem no final no cemitério. Inclusive várias tramas ficaram em aberto, podendo ter uma continuação ou mesmo uma aparição de fundo em uma segunda temporada.