Logo no início aparece o nome de Robert Duvall. massa! O filme quase no fim e eu encucado q ele n aparecia...Pensei: pô, será q teve participação curta ou tava descaracterizado...desisti de encontrá-lo. Qnd ele apareceu, foi realmente emocionante. Nunca imaginaria. A minha inocente adivinhação, querendo reconhecer o rosto famoso de tantos outros filmes, potencializou uma cena q já era forte por si só🙂 Um ótimo filme. Quero ler o livro, mas mesmo sem tê-lo feito, já posso afirmar que se trata de uma grande adaptação. o conceito "to kill a mockingbird" refere-se diretamente ao Tom Robinson e ao Arthur Radley, mas me remeteu ao longo de todo filme, especialmente às crianças, à Scout principalmente, inocente sendo inevitavelmente exposta ao mundo cruel em que foi colocada. E ao fim da história continua sendo essa a principal imagem que guardo do título.
. Acho que o ponto forte desses grandes clássicos de Hollywood das primeiras décadas pós-guerra, e que muitas vezes se assemelham na estética, é que eles te pegam quando você não esperava.
Tudo parecia caminhar para o fim com a avaliação sendo a de “um filme agradável”, mas não excepcional, aquém das minhas expectativas. Mas nos últimos 5 minutos, quando um personagem - embora entusiasmado no início, gradualmente se torna resignado e contido em relação à sua própria história - nos surpreende com uma felicidade tão eufórica e genuína que nos contagia, e faz o abraço à sua família uma Prova do refúgio que o amor representa em nossas vidas.
Discordei das atitudes do George em relação à empresa do pai, por mais que possa ser uma atitude nobre, contrastava frontalmente com o que ele desejava. Suas tentativas de se provar um herdeiro competente, sem ter um diretor ou alguém de confiança para substituí-lo, me fizeram identificar uma natureza bem diferente da minha; embora muitas outras pessoas possam ter aplaudido seus gestos.
Contudo, no momento em que ele percebe que voltou a ser George Bailey, foi impossível eu deixar de me identificar e até o último momento sentir que eu era um pouco ele: correndo para casa; ignorando os carrascos; abraçando as crianças e a esposa; pasmo diante da movimentação das pessoas; ao ver o livro do anjo premiado que lhe ressignificou (refrescou, deu restart) a vida.
Não é a coisa mais difícil do mundo um filme me envolver tanto ao ponto de me emocionar, mas esse eu não esperava, as lágrimas -q caíram copiosamente- n se prepararam, devem até ter vindo frias. As histórias normalmente aproveitam uma longa “sentença”, com poucas vírgulas, pra dar um ritmo que te prepare para o grande impacto.
A narrativa desse filme faz tranquilamente um acompanhamento do personagem e com facilidade pula para um outro “parágrafo” e em uma simples “mudança de caligrafia” te faz perceber tudo aquilo de outra maneira. Uma grande técnica, que valorizei ainda mais ao notar que grande parte dos comentários aqui revela – pra minha surpresa, pois eu levei muito para um lado pessoal: uma experiência como essa faz muito sentido para mim nesse moment - terem sentido a mesma emoção que eu.
Mais uma vez a criticada estética hollywoodiana me mostrando que embora haja limitações, a criatividade narrativa – e técnica, às vezes - consegue transformar boas histórias em grandes clássicos
Em clima de corrida espacial a missão de Bond é descobrir a autoria de ataques a naves soviéticas e americanas, para impedir que esses países entrem em guerra. Bond, mais uma vez, irresistível para as mulheres, dessa vez é surpreendido, ou nos surpreende, com sua morte, que expõe sua fragilidade diante de mulheres atraentes. Mas, como nos adianta o título: a primeira morte é cortesia.
As locações, sempre uma característica excitante da série, desta vez fica por conta de lindas paisagens japonesas. O mar e as tradições da cultura japonesa marcam o filme, com lutas de sumô, ninjas e uma cerimônia de casamento local.
O icônico vilão Blomfield, antes apenas retratado como nº1, dá as caras pela primeira vez, e mostra o caráter megalomaníaco da organização Spectre, capaz de se associar a gigantes da indústria química para alcançar seu objetivo de dominar a mundo. E, não fosse Bond, seus planos não seriam tão impossíveis, já que algo pequeno pode ser estopim de uma crise entre as duas potências mundiais.
Mais uma vez: um artefato salva o dia (um cigarro que atira), o filme termina com uma luta com o capanga chefe gigante, ele em um barco com a bela mocinha que o ajudou a salvar o dia, muita ação, muita luta e o charme impossível de James Bond, todos os ingredientes aqui, mais uma vez a série não decepciona.
Considero este, You Only Live Twice, um filme mais sóbrio e maduro na série. As cenas de explosões são mais equilibradas e calculadas; Bond é menos piadista e mais concentrado; a trama é desenrolada de forma menos enigmática e mais prática. O auge, na cena da invasão da sede localizada sob o vulcão é um sucesso, grande momento, que corresponde às expectativas.
Mas tenho como ponto mais memorável a música de abertura, a música tema, homônima ao filme, interpretada por Nancy Sinatra, uma das maiores artistas da época, que marcou uma geração com tantos clássicos, dá ao filme uma marcante, encantadora e super condizente ao personagem principal, trilha sonora. Percebi a força da canção quando estava assistindo à última cena da season 5 de Mad Men, e, automaticamente, reconheci a harmonia, misteriosa e com um “Q” oriental.
Thunderball destaca-se dos filmes de ação atuais. Há uma maior demora nos corte, e um recheio de descobertas pequenas para montar a grande solução.
Com uma trama central bastante simples, 007 e a ameaça atômica, fica devendo em dar continuidade aos filmes anteriores, cada vez mais ágeis e explosivos. Mas, compensa em criatividade, explorando os "elementos Bond" clássicos, como as ferramentas modernas, as piadas, e as famigeradas Bond girls (realmente o charme deve ser sua habilidade mais bem treinada, as mulheres não têm sequer uma chance de resistência, como já dito na abertura maravilhosa, e marcante, interpretada por Tom Jones "Any woman he wants he will get". Meio grosseiro).
Apesar do ritmo relativamente cansativo, a atenção não é desperdiçada porque os momentos especiais são muito destacados. O início de tirar o fôlego, com poucos diálogos e muita atenção, não foi exatamente a dinâmica adotada para depois.
As explosões habituais estavam lá, as lutas corpo a corpo não poderiam faltar, mas o clímax do grande embate foi feito sob a água, e é aí que Thunderball se destaca com uma grande esperteza na reprodução da agitada disputa aquática, refreada pela pressão da água. E, apesar da limitação das formas de lutas, usou de armas e elementos para atenderem ao fulgor necessário e para que atraísse a atenção. Com os esforços com respostas atrasadas, achou uma grande maneira de envolver o expectador em uma tensão ansiosa, que adorei. Noto, esse é um filme que deve ter custado muita grana (muitas explosões e lindas cenas subaquáticas).
Ressalto os 2 momentos na piscina de tubarões, e a perseguição em meio ao carnaval (fazendo lembrar muito o último 007, contra Spectre), momentos saborosos, acompanhados de belas paisagens do caribe. Obs: -O agente da CIA assistiu de camarote a eficiência de Bond. -A grande revelação é a aparição do n° 1 da Spectre (Blofeld). -Os vilões são burros: se denunciam com anéis de polvo. - Final em grandíssimo estilo.
Texto sobre o filme: "O ataque do homem com sua tecnologia ao território selvagem é contraposto pela luta de Glass (DiCaprio), que se vê sem recursos, exposto como uma criatura frágil, e recebe um tratamento “humano” da natureza."
Colar o link no navegador ou Google: /2016/02/critica-o-regresso-revenant-2016.html
Texto sobre o filme: "A troca de “identidades” em uma festa, com uma fazendo o que a outra normalmente faria. E no fim passam a valorizar uma a outra, tendo aprendido com a lição."
Colem o link no google: /2016/02/critica-sister.html
Texto sobre o filme: "Macbeth diz que os primeiros desejos de seu coração serão os de suas mãos. E na sede de obter integralmente o poder de seu país, mergulha-o no caos." Premiere line - críticas
. Pra mim tem um valor especial escrever sobre Star Wars aqui, não poderia deixar de fazê-lo. Há cerca de 2 anos entrei aqui, no Filmow, e comecei escrevendo sobre a saga de Star Wars. Foi ótimo, teve boa repercussão e continuei com esse hábito. Agora volto, dizendo que a emoção de ver a abertura com letras correndo ao contrário com a música tema da série de filmes na telona, é uma emoção indescritível.
Star Wars confirma sua tendência de estar a frente de seu tempo. Não somente (como se fosse pouco) tecnologicamente, e criativamente. Dessa vez, esse gigante de mercado tem uma iniciativa incomum, embora fantástica, na introdução de personagens. Imaginei Don Drapper assistindo à incrível Rey, pelos trailers cogitada como uma nova Léia, se tornar a sucessora de Skywalker. E ao Finn, o que seria o bom do riso, se sai um Han Solo ainda melhor, nas funções de engraçadinho e herói, sem ser cafajeste. Pasmem, um homem negro e uma mulher. Don Drapper, o mundo já não é mais o mesmo. A divulgação não foi tão explicita, como os teasers e trailers devem ser, mas o fato é que o bom gosto é atraído, invariavelmente, por coisas boas, boas histórias.
Embora seja um assunto repetitivo não pode ser ignorado. Quero começar o texto assim, porque logo de cara já fui cativado pela personagem Rey. Independente e decidida, ela surpreende a todos, dá um esporo em boa parte dos filmes de ação anteriores a esse já feitos, é verdade de fato: “mulheres conseguem correr sem estar de mãos dadas”. Daí já mostrou o quão incrível viria a ser e o filme soube construir isso de modo impecável.
Finn começou se auto intitulando como “Resistência” visivelmente afetado pelo interesse romântico pela beleza de Rey. O que foi a partir dali desfeito aos poucos, até então surgir um abraço no reencontro após tê-la encontrado sob domínio da Primeira Ordem, deixando claríssimo o ar fraternal que, se não por ele, ela soube empregar e definir na relação. John Boyega tem um timing de humor bastante destacável, sem grande estripulias arranca facilmente risos, e seu jeito travesso contribue para o personagem ser o sucessor de Han Solo, como o herói brincalhão e carismático, com a visível diferença de não ser mulherengo, característica que talvez esteja caindo em desuso. Dito desuso, espero um movimento reverso na atitude de colocar negros em papéis relevantes de filmes populares, não apenas como alivio cômico, mas cada vez mais presentes. Assim como o Poe, personagem latino que promete ainda ser muito importante, se fez interessante nesse filme.
Já que citei Han Solo quero comentar sobre sua morte. Achei desnecessária, criou mais revolta que envolvimento emocional. Naquele momento me veio toda sua relevância para a saga de filmes, e conclui que não acrescenta emoção bônus ao filme e exclui uma peça canônica do universo. Mas, enfim, é uma demonstração respeitosa com o Harrison Ford, que provavelmente não faria outras vezes o personagem, e assim enterra os dois no cinema, em star wars. Talvez essa revolta seja pelo movimento das séries manterem os personagens principais a todo custo, estou desacostumado a perder grandes nomes.
Meus olhos suaram em algumas partes. Principalmente quando surgiram no enredo Han, Leia e Luke, atores originais e tudo mais. Assim como a moradia de Rey, aquela máquina, herança das guerras clônicas, carcaça no deserto. Fiquei feliz com as referências que percebi, em algum momento em tom de homenagem, outras visivelmente uma reprodução adaptada, como o ataque à Estrela da Morte e a luta entre Vader e Luke, o bb8 fugindo com a informação, assim como R2-D2 outrora, o que não atrapalha ou diminue a relevância do filme. C-3PO, foi um choque vê-lo depois de tanto tempo. Mas, continua sendo meu favorito. Ainda assisto Big Bang Theory buscando no Sheldon o aprofundamento nele que nunca tivemos.
Gostaria também de citar o trato que a Disney deu ao filme, as diferenças que percebi na natureza do universo. Claramente o apelo ao cômico foi uma ferramenta valorizadissima, embora Han e 3PO tenham tido essa função também, considero que nesse filme isso foi elevado, e que a tendência é ser mantido. Outra questão importante é a maneira da Disney de lidar com grandes projetos. O filme é uma grande obra, é um grande feito. Que caminha entre o muito bom e o ótimo, dependendo do fã. Contudo, me parece visível o cuidado para não arriscar. As soluções encontradas para as possíveis lacunas desde o terceiro filme são simples, e as resoluções tomadas nesse enredo também não configuram uma revolução na série. Cauteloso, porém, novamente, não compromete a qualidade. E incluo aqui o bônus de eu ter achado avançado e inteligente o desenvolvimento dos personagens. Até mesmo do Kylo Ren. Tenho visto reclamações por ele não ser tão intimidador como Vader, ou algo assim. Não concordo, acho um personagem muito bom e gostei do ator, embora realmente tenha cara de menino, soube dar expressividade ao drama com o pai etc.
Considero esse filme charmoso, principalmente. Até ao ligar a nave, Han Solo transpirava charme e nostalgia. Todo o design do filme, as referências estéticas ao filme anterior, a presença de grandes atores, novamente enfatizando Daisy Ridley (maravilhosa, com sotaque e tudo) e Boyega, as estrelas da vez. Fiquei feliz ao ver a personagem da Lupita Nyong’o, Andy Serkis, ótimo ouvir a voz de Daniel Craig. Enfim, só faço a ressalva que, aquela maquina que captura a energia solar poderia ser mais bem usada, se seu poder não fosse usado tão cruelmente de maneira irreversível e grave. Desse modo não teria outra forma de manter os filmes que não fosse a destruindo, uma pena.
Atendeu minhas expectativas de ser a melhor pedida do ano. Só não a isolo por Mad Max ter sido além da conta, acima da média. De qualquer forma atendeu meu gosto e foi um grande prazer ter visto. Espero ter mais de Luke e Rey, logo!
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
Como não poderia ser diferente as cenas de ação destruíram td. Bom, já vou revelando que sou suspeito a falar porque tenho, a cada filme, aumentado meu apreço pela franquia acompanhando a era Connery, mas esse filme em particular me deixou encantado, e não consigo ver diferente senão como um admirador. O filme é muito bem feito visualmente embora possam haver contestações sobre parte ou outra do roteiro. É uma gigantesca franquia comercial, mas ela criou uma identidade tão grande, uma inovação de belas paisagens, atrizes, desafios para a elegância de Bond a cada filme, que entre todos os blockbusters, pra mim, essa franquia consegue se diferenciar belamente.
Não sei por onde começo, mas acho que tenho que falar sobre a abertura. Acho que vou criar esse padrão, assim como os filmes, de comentar sobre a abertura. E essa é outra das inovações que 007 traz a cada filme, uma busca, muito artística até, para as aberturas dos filmes. E desse filme em especial me encantou. Não achei a melhor de todas, mas sem duvida disputa firme. A parte visual todinha, cheia de metáforas e desmanche e reconstrução de novas imagens, sempre remetendo ao personagem e seus desafios, achei arrasador. O Sam Smith cantando eu gostei, achei muito marcante, ele é perfeito, porém dele já não tenho tantos elogios a tecer. Achei que correspondeu ao esperado e nada mais.
Desde o inicio, no México, já temos a afirmação da identidade do filme, o dia dos mortos, uma sequencia lindíssima do Bond cheio de sensualidade de máscara com uma moça, e daí ele subindo no telhado, e destruindo o prédio ao lado até cair sentado num sofá, te dá toda a sinopse da história do 007, você nem precisa ver mais nada. É o cara que você precisa ser: sedutor, um verdadeiro conquistador de gatas, ele é o maioral, foda, desfilando como numa passarela todo suave, mas estando sobre uma altura imensa, pulando de um prédio para o outro. Uma habilidade no uso de armas, acerta o alvo com uma facilidade incrível, ou seja, muito bom no que faz. Depois a destreza pra fugir da explosão até cair com todo um charme, cômico, mas charmoso, e um ar gortoso... Você quer tar em Londres sentindo a garoa, o Bond é a propaganda perfeita do estereótipo do inglês que pregam pra gente.
Quero ressaltar as cenas de ação que fazem qualquer um se contorcer na cadeira. Vou citar a cena no helicóptero que me fez ficar empolgado pra cacete. Eita sequência boa da bixiga; você quer aquela bagaça no chão, e logo! rss. Outro momento de euforia foi quando ele chega secretamente na reunião da Spectre e depois é seguido pelas ruas de Roma, que pancada, cara. Uma das perseguições mais lindas dos últimos tempos. Que sequência foda, até o fim você fica antenado para cacete, eu não parava na cadeira, um pulo a cada minuto. Eu até tava sonolento, porque fui ver a noite, etc. mas depois disso eu pilhei num ponto que vi todo o resto do filme todo agitado. Quando ele vai atrás da doutora e os caras da Espectre a capturam é outra sambada. Aquela perseguição de avião pela Aústria, o que é aquilo? E de novo, ele lutando com aquele grandalhão dentro do trem, porra que paulera. Porra, cara. Tenho que confessar que o filme já me tinha pra ele nessa hora, “haja o que houver to com você”, eu disse.
Agora, olhando a trama, como foi contada a história. Bom, Daniel Craig é um dos melhores Bonds, pra mim. Um ator gigantesco. Não vi alguns Bonds, mas já acho ele nível Connery e tudo mais. Ele declarou que é seu último filme como 007. É uma pena, mas sou até a favor, o cara tá no topo, deve buscar coisas novas mesmo. Independente do que faça ele vai ser foda, então tem que variar a carreira, ele pode escolher. Tendo isso em consideração, achei que dá um baita fechamento de arco. Tudo que se passou nos filmes anteriores fechou igual um embrulho de bem casado. Todas as merdas foram colocadas sobre o ombro do vilão Franz Oberhauser e da organização Spectre. Um cara a ser odiado e de um poder grandioso, um bom antagonismo. Embora eu tenha tido dificuldade em entender uma passagem de cena pra outra, tipo de como Bond foi tentado a encontrar Franz, e daí eu dou um pequeno crédito a quem disse que o roteiro tem alguns buracos.
Sobre a figura do vilão, como disse, achei representativa o suficiente pra fazer o filme valer, mas a personificação achei pouca. É o seguinte, sou um admirador confessor do Christoph Waltz, acho ele um dos melhores atores da atualidade. O que acontece é que achei o personagem do Franz pequeno pra ele, embora haja representatividade dentro do contexto 007, é um cara meio caricato, e pouco expressivo. Talvez eu esteja exigindo demais do papel, mas é que ele coloca no bolso cada papel gigantesco como em Bastardo inglórios, que nessa tive a impressão que ele foi pouco exigido, um desperdício. Poderiam colocar um ator comum com uma cara mais feia que dava tão certo quanto. Quando tem Waltz no elenco é um convite reforçado pra você conferir, e eu que esperava tanto não fui surpreendido. Não por ele, que é magnífico, mas como o conduziram (em 5º plano), depois do Bond, da complicação dos 00 em Londres, da Madeleine Swann, da descoberta da Spectre pra depois vir ele em si. Uma reclamação de fã mesmo.
Um adendo sobre o que percebi, o M, fala ao “C”Denbigh, dominado no prédio da Online, sobre a dificuldade de matar, de decidir sobre o que fazer nos segundos entre atirar ou não. Uma prévia do final e a “piedade” de Bond. Mas, no decorrer do filme ele mostrou uma frieza assustadora. Desde os tiros no prédio vizinho que explodiu tudo, (foda-se o resto do prédio), no helicóptero ele chuta os caras pra fora, como se desfizesse do lixo, que eu percebi no momento a força das cenas. E mesmo depois ele matou pra caralho, desenfreado, e no fim aquele papo de não assassinar o vilão pela dificuldade que isso representa, e ainda do cara ser alguém “próximo de infância”, sei lá, não curti muito.
Enfim, achei um sucesso o filme. Visual lindíssimo! Fosse focado no fato do “C” ser associado a uma organização terrorista e tentando derrubar o serviço secreto dos “00” já seria um filmaço, e ainda tinha o plus da Spectre que foi justificada como a causadora de muitos maus sofridos no passado ou vice versa, acho que uma tirou o espaço da outra, poderia ser o centro de 2 filmes, sem ter que um roubar espaço do outro.
De todo charme e elegância transmitidos pelo Craig, um 007 colossal. O desfecho com a insinuação da desgraça moral do Oberhauser, acabando só, enquanto o bonitão saia acompanhado, achei meio palhaçada, mas funcionou. E depois o personagem recorrendo ao grande Q, e acabando, como muitas outras vezes, passeando com a gata.
Obs.: -Uma coisa recorrente em 007, embora usado de forma sútil, que me incomoda, é sempre esse fato do herói salvando a mocinha, fórmula velha, mesmo os clássicos podem ceder um pouco e trabalhar com isso.
-Faço coro ao pedido de Craig por um próximo Bond negro.
- Quando ele disse: “Não!” E o vilão simplesmente achou melhor desistir da tentativa de ataque, foi natural a ponto de não ficar exagerado e você acabar rindo da situação.
- E como sempre costumo ressaltar: Que Léa Seydoux gata! Impressionante o charme que Sam Mendes dá a essa mulher. Comento das Bond Girls, mas não por costume, as vezes é difícil deixar passar.rs
Por fim, não sou especialista em 007, está expressa aqui apenas a opinião pessoal de um apreciador de cinema. *Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
Recomendações de textos: http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2015/10/30/mesmo-com-avancos-007-ainda-e-um-filho-da-mae-machista-que-amamos-odiar.htm#fotoNav=27 http://www.cinemaemcena.com.br/Critica/Filme/8212/007-contra-spectre
Que máximo! Ele junta tudo de mais especial que pode ter num filme: Muitos recursos cinematográficos, atuações convincentes, visual fantástico, enredo encantador feito de um contexto histórico real e uma ficção misteriosa com um desfecho comovente.
Esse período retratado, próximo à guerra civil espanhola, é muito interessante. Embora não repercuta historicamente como as grandes guerras ou revoluções que deram certo é um momento importante, assim como a historia espanhola nesses últimos dois séculos cheia de agitações. E o filme foca num duelo mais que conhecido, as forças fascistas do regime de Franco contra os guerrilheiros rojos. Rebeldes de uma causa quase perdida se misturam à floresta como seres místicos com a promessa de um projeto de mundo melhor.
Ao mesmo passo que se configura a imagem dos homens perdidos, Ofélia passa a conviver com o frio capitão que mostra um mundo sombrio e assustador em que uma jovem desprotegida -com a mãe doente- não teria a oportunidade de uma vida melhor, não fosse uma descoberta mágica. O fauno é uma figura chave ao nos mostrar como a esperança pode ser determinante em uma vida virtualmente comprometida, além de bondade e inocência -mesmo tendo tudo para odiar seu irmão ela demonstra querer protegê-lo em todos os momentos- transformam-se em chave para o paraíso secreto (uma forma lindíssima de se ver as coisas).
As visitas de Mercedes ao “submundo” dos marginais procurados por seu patrão rendeu um segredo com a menina que ao saber da situação comprometeu-se em nunca traí-la. Ao mesmo tempo o fauno a tentava com promessas de um submundo (autêntico) onde ela seria uma princesa que deveria assumir o trono, proposta sedutora, e a menina fez por onde para conquistá-la, seguindo os passos indicados.
Enfim, atingido esse objetivo por Ofélia temos uma revelação belíssima. Que rondou o filme todo, uma revelação não definitiva. O filme apesar de toda sua poesia visível deixa algo a nosso critério; definirmos o ponto em que está cravada a verdade de Ofélia; “que está registrada nos pequenos rastros de sua passagem pelo mundo, visíveis só àqueles que sabem onde olhar”.
Em seu tom sombrio e fantástico o filme nos faz perguntar até que ponto a realidade precisa da fantasia, assim como faz Peter Pan e O pequeno príncipe, nas histórias clássicas e nos filmes recentemente lançados. Obra perfeita de Del Toro, que deixa várias possibilidades de leitura, apesar da coesão do resultado final. Obra prima!
*Obs: - Uma atenção ao final do filme, a flor que floresce como sinal da conquista da vitória, uma homenagem àqueles inocentes sacrificados, e também como uma ode às belezas simples da vida, o lado belo das coisas.
- Depois de tudo que o filme mostrou, o ódio imediato da menina pelo padrasto e todo contexto, como quando terminado o filme com: “Reinou com justiça e bondade”, perguntei-me o que será que lia a pequena menina? Seriam mesmo apenas contos de fada?
O que me leva a pensar a isso é o começo do filme, a princesa que descontente fugiu de sua realidade acreditando em poder conhecer algo melhor, e, burlando as regras entrou em contato com o novo mundo se esquecendo de quem era e como vivia. Passado essa fase de dificuldades e a morte da princesa, essa forte “personalidade” voltaria, e o rei esperaria até que o mundo parasse de girar. Hmm, interessante. Uma ameaça vermelha?
- Aquela técnica para transição que o Del toro insistiu em usar, da passagem por trás da arvore que levava a outra cena me incomodou pela repetição insistente, mas depois que acostumei comecei a imaginar que era a mão do diretor chamando atenção para o trabalho incrível que ele fez, um exemplo de filme que, realmente, é sucesso em uma porção gigantesca graças ao talento de quem o comandou.
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita
Quanta ironia. Eu não achei o que hoje nós conhecemos como “time” do humor, o tempo que calcula basicamente, quando vai cair a ficha, vamos rir e estaremos preparados para um novo riso. Nesse filme não encontramos esse recurso. O humor é discreto, exposto apenas em suas piadas extremamente articuladas embora conotativas. Fora uma ou outra grande pilheria, como as ligações memoráveis entre o presidente americano e o premier Dimitri. As coisas são suaves e mais referenciais que escancaradas.
Claramente um humor negro, tendo em vista o período de tensão vivido ao redor do mundo, com duas potencias mundiais se estranhando e depois de visto o que houve no Japão as expectativas de um confronto era algo terrível, um medo muito presente e plausível, já que a guerra fria estava no auge e muito se falava nos avanços tecnológicos de ambos os países: URSS e USA.
Os generais Ripper e Turgidson encarnam os exaltados do período. Nacionalistas malucos que acham o custo do final do mundo razoável, tendo em vista a destruição dos comunistas, mesmo que isso indique seu próprio fim automaticamente. O presidente Merkin Muffley e o Mandrake são os símbolos da paz, da ponderação e que hoje podemos considerar os que garantiram que o mundo chegasse onde está, já que nenhuma bomba explodiu, e que eram responsáveis por apaziguar os ânimos. Algo muito bem feito vide as conversas por telefone com o inimigo.
E ainda, enquanto a confusão rolava na sala de guerra e uma batalha horrenda acontecia no quartel do general Ripper, o avião americano avançava sobre solo Russo prestes a despertar o zap dos orientais. Uma explosão estratégica ocorreria ao redor do mundo excluindo qualquer vestígio da passagem humana pela terra. Algo pensado pelo doutor fantástico (Dr. Strangelove), um cientista alemão maluco. Um visível apoiador do ideal alemão de limpar o mundo, assim comungando das ideias de Ripper e Turgidson, o curioso é que ele é deficiente, uma das vitimas do regime que ele defende.
No bombardeiro b-52, que deve ser parado imediatamente, as comunicações foram cortadas e outro nacionalista é o estereotipo de um homem alienado: um sulista que mesmo com todos os contratempos com a nave, as dificuldades da empreitada e o irreversível comprometimento de sua vida, se sente feliz e comemora até o ultimo momento de estar servindo a seu país, e quem sabe o mundo. Esse é o comandante Kong. O responsável por acionar a bomba nuclear que cairá sobre os russos.
A desgraça está feita, e aí voltam: a tensão histórica do período em que o filme foi feito e o dr Strangelove ao protagonismo. O filme termina com uma musica de Johnny Cash, We’ll meet again (nos encontraremos de novo), enquanto bombas e mais bombas são detonadas em lugares diferentes, um show de horrores, iniciado pela euforia em realizar o desejo do general Ripper. E completa a bizarrice o Dr. Strangelove tentando levantar-se de sua cadeira e demonstrando ao seu Fuhrer que poderia andar –tentando ser aceito- explicando o titulo e a “paixão estranha” desse homem, que parou de se preocupar –com as pessoas e sua condição- e começou a amar as bombas.
As ironias do filme, como na cena da maquina de refrigerante, a Coca como soberana em um mundo controlado pelos poderosos, e a proibição de brigas na sala de guerra, são o auge do humor que o filme usa bem.
Não consideraria meu estilo preferido, não consigo dissociar das pessoas simples e sem poder que sofriam nesse período com a instabilidade política e a incerteza de paz. Mas não deixo de admirar a qualidade do roteiro e a inteligência do sarcasmo, assim como a coragem de lançar esse filme em um período que soava como ofensa aos retratados, que com certeza assistiriam ao filme, os políticos americanos.
Destaques para o ator Peter Sellers, muito aclamado e merecidamente, os três personagens são construídos de forma bastante original e convincente.
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
Agora mostram realmente como ele é mulherengo! Eu, particularmente, adorei esse filme. Achei uma diversão tremenda as perseguições de carro. Especialmente pela linda visão no cenário Suiço.
Achei que o fato do Goldfinger conservar a vida do Bond cria uma sensação de poder opressivo, e de certa forma cria uma tensão sobre o antagonista, embora seus planos tenham sido facilmente contidos. Uma questão muito menos política que a outra, apesar do fato de quererem roubar o ouro do cofre americano, você se envolve muito mais a partir do momento em que a vida dos circundantes fica comprometida pelo uso do gás.
Não achei a história mais frutífera no sentido de grandes cenas, mas encontrei uma facilidade na compreensão, por a história ser mais simples, mas muito bem executada. Pra mim, até agora, a Shirley Eaton (Jill), está sendo a melhor bondgirl. Incrivelmente bela e sedutora. E o acréscimo dos assessórios tecnológicos aos recursos do habilidoso agente é interessante, embora aparente ser mais um recurso de roteiro para suporte às coisas inacreditáveis que ele faz. Mais campo para ser explorado. Não me incomoda.
A abertura também é uma das melhores. Muito interessante a relação da mulher pintada de ouro com toda a trama. E, interessante, também, a verdadeira heroína (para mim) ter sido a pilota, pelo fato de ter trocado os gases.
Consegui perceber de onde surgiu a importância de Dean. Realmente é uma figura interessantíssima. Tem características impares. Um cinismo no olhar, uma malandragem na fala e nos gestos.
O enredo em si não é nada glamuroso. É simples, mas dentro da simplicidade há algo a ser observado. Um desenho curioso de uma juventude diferente da geração anterior. O filme demonstra as transformações vigentes no comportamento e no pensamento dos americanos nesse período de reconstrução de identidades pós uma guerra de dimensões estrondosas.
Sem essa observação não passa de um blockbuster divertido, com certa dramaticidade e por uma violência desmedida. Jovens com vidas instáveis são capazes de atitudes destemidas com desfechos imponderados.
E uma mocinha (Judy - Natalie Wood) que demonstra bem qual o sentimento confuso em voga. Com o grupo de rebeldes e praticantes de bullying, não há limites para as travessuras e a diversão. Mas, a solidão traz uma realidade sem graça, opaca, onde a racionalidade em excesso traz características mais sóbrias, como se apaixonar. Claro que o filme demonstrou que aderir à dura realidade é o mais sensato com o final trágico do filme, mas nunca foi admito que também aqueles jovens estiveram errado, qual mais solução eles teriam?
Piratas circenses. Roubaram as crianças como uma bela apresentação do Cirque du Soleil, e atiravam em nativos que viravam pós coloridos. Uma Genesis bem feita. Gostei de como escreveram. Recorreram muito a fugir da história original, mas conseguiram, dentro do limite de tempo, construir uma boa explicação, com o roteiro se encaixando bem, sem errar ao divertir e distrair.
O começo me incomodou um pouco enquanto aos diálogos, como quando Peter e seu amigo decidem se esconder para observar o que acontecia às crianças que sumiam durante a noite e poucos segundos depois: “péssima ideia, vamos sair daqui”, considerei totalmente forçoso, e outras situações, menos ressaltadas que essa (como logo depois, a brincadeira de o barco estar sendo perseguido por aviões de guerra), não me deixaram entrar de vez na história. Mas, ao chegar à terra do nunca ao som de Nirvana o filme hiper te convida a curtir, e você entra na vibe divertida e sem tanta exigência de ser um “braço” definitivo do clássico Peter Pan.
E a liberdade do diretor continua com a introdução do: Indiana Jones-James gancho e Smigle. Personagens de forte tom cômico, que faltou um pouco em Peter (costumeiro piadista). Contudo, souberam manter um bom humor durante o filme. Entretanto, fiquei decepcionado ao deixarem aquela incógnita do fatídico desentendimento entre Peter e Gancho. Fiquei calculando os momentos para descobrir a possível fagulha que despertaria a fogueira do desentendimento, mas optaram pela dúvida, talvez deixando aberta uma oportunidade de novo filme. Forçada de barra. Perderam uma grande oportunidade. Poderiam ter enxugado um pouco outras partes e finalizado com ao menos uma dica.
Apesar de eu sentir falta de uma ambientação mais abstrata na moradia das fadas, por exemplo, foi divertido a descoberta de Peter como sendo “o escolhido”. E todo o clima de aventura do ultimo ato me agradou muito. Da história original eu senti falta de ser um pouco mais explorado, e que caberia sem afetar a ideia aplicada pelo roteirista, explicar um pouco mais o lance do tempo que não passa na terra do nunca, as pessoas que não envelhecem e tal. E faltou uma princesa tigrinha nativa americana, apesar de a atriz que a fez ser lindíssima ficou como um ponto a ser cuidado com mais honestidade.
Encontrei bastantes referências ao primeiro. E até prejudica a compreensão de quem não o viu, pois é citada a existência de um parque anterior, mas sem explicar maiores detalhes, como o que houve.
Como eu havia visto não me prendi a isso. Referenciazinhas ao filme 1, desde a primeira cena, quando é focado a pata do pássaro, que parece a de um dinossauro, o que faz lembrar do paleontólogo (Dr. Alan Grant) da fita pioneira de Jurassic, que explicou bem sua teoria, baseado nos formatos dos ossos do velociraptor comparado ao de uma ave, que justificaria os repteis não serem descendentes diretos dos dinossauros, e sim as aves, e esse é um mero exemplo, existem outros, escancarados ou não.
De todo modo, gostei bastante, achei a história coesa e coerente. Mas cheguei à conclusão que Chris Pratt é um mero coadjuvante apesar de anunciado como protagonista. Se levarmos em consideração que os heróis desse filme são os raptors e o T-rex, em segundo plano vem a trama da “moça dos saltos” com os sobrinhos, para depois do sangue em si e a pequena crítica ao nosso comportamento massificado, deixando as coisas tornarem-se comuns e transformando tudo aquilo em diversão (ficando claro quando as pessoas tiram foto daquele pavoroso bicho aquático), daí sim vem o Chris Pratt. Ele tem mais uma função de informar o que está acontecendo no filme, o que os dinossauros precisam ou o que vão fazer, uma função que “humaniza” os bichões, parecido com o primeiro filme que os mostra como feras, entretanto, também demonstram que estão unicamente seguindo seus instintos. Um filme feito por fãs.
Achei um filmaço. E tenho pequenas observações a fazer. Sempre soube do potencial do Day Lewis, não é a toa que é tão premiado e tão bem falado. Mas neste filme foi a primeira vez que encontrei uma atuação em que eu, amadurecido de sua característica de atuação, depois de ter me encantado com Sangue Negro, aplaudi de pé, um trabalho lindo e que me arrebatou de fato.
A trama do Amsterdam com o Bill, o açougueiro de nada interessam senão seguir uma sequencia cinematográfica para o roteiro não fugir do gênero histórico e não acabar se tornar um documentário. É muito importante que cineastas americanos mostrem o que estava muito em voga nos states esse período, um “manifesto declarado”, em que, se considerando uma raça superior, usavam de todos os recursos para humilharem e exporem seu desgosto com o desembarque Irlandes, por exemplo. Um país de tendência católica. Enfim, não bastasse a tensão religiosa, há um ensaio artístico maravilhoso, em que figurino e cenário são fascinantes.
O filme já começa derrubando seu queixo, com aquela cena linda dos Coelhos Mortos e outras gangues postadas diante das forças nacionalista lideradas pelo Açougueiro. E dali e boa parte do primeiro ato nós somos pegos pela surpresa de conhecer uma Nova York tão irreconhecível, um lugar onde a civilização parece que não foi sempre tão presente.
Com a aproximação de Amsterdam do assassino de seu pai e todo o segundo ato, provou que o esse personagem era pequeno para o talento do Di Caprio, bem, essa é minha opinião, mas há um pequeno dilema de ideias: seria o personagem muito pequeno, ou seria inatingível maior brilho em um filme ofuscado pelo luminoso protagonista? É essa outra possibilidade que levo em consideração. Gostei da segunda parte, também pela forma que se desenvolve a relação do gangster poderoso com o politico corrupto, e como parece bastante clara a relação de poder entre os dois.
Mas o ato final surpreende com a reviravolta do filho do padre irlandês, e o retorno dos coelhos mortos, com seu candidato a prefeito. E por fim o motim, que talvez seja o ponto alto do filme. Um motim que culminou em diversas chacinas, uma guerra civil dentro de outra. E o fim esquecido de muitos nova iorquinos, que como se fosse Pompeia teve sua sociedade pobre, violenta e subordinada a gangues xenófobas transformada em pó, e “apagada da historia” reluzente de um grande estado americano.
Agora, a questão que eu senti no momento em que as balas do canhão atingiam a cidade era: E quem estava o tempo no poder, quem era o detentor de toda liberdade do açougueiro? A verdade é que, situações de ódio, violência e terror são mantidas para um interesse politico. Que com toda sua soberania extirpou toda esse formato carniceiro e assustador no momento em que quis.
Cenas memoráveis: - Logo no princípio: as gangues defrontadas, como havia dito antes, belíssimo, com a voz do Açougueiro ressoando em toda sua imposição e clareza. - A primeira noite em que Amsterdam passa com a Everdeane, e antes disso ela se rebate em tapas furiosa, ele a acalma, enquanto ela ameaça morde-lo e o beijo explode em uma cena quente e harmônica. - Na mesma noite Amsterdam acorda com o açougueiro sentado, envolto pela bandeira americana de um ângulo um tanto quanto sugestivo. Apesar de ele não saber sobre a verdade do rapaz, foi lindo e inspirado o discurso do Day Lewis sobre a honra de seu grande inimigo. - Assim como o momento em que os coelhos mortos demonstraram sua volta com um coelho pendurado, a quem o açougueiro dedicou suas falsas lágrimas: “This poor little rabbit”. E despejou mais um balde de talento sobre nossos olhos. “”E para concluir, uma trilha sonora das mais lindas que poderia ser, o U2 arrebentou na criação. Linda mesmo.
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
Interessante como há uma narrativa ambígua, contudo muito consistente em suas duas linhas. O filme te entrega todos os indícios para você suspeitar da sanidade do protagonista, mas de uma forma secundária, não explicitando os gestos, ou frases como evidencias essenciais da narrativa.
Pelo contrário, utilizam elementos narrativos em um primeiro plano, constituindo o que era convicção do Teddy, tão convincentes que quando se revela no fim que era tudo piração você desacredita, e é tão forte e coeso esse caminho que o filme te leva para que você acredite que estão conspirando contra ele, que quando se mostra a “verdade de seu parceiro e do doutor” como uma tentativa de convencer o protagonista da irrealidade das coisas que ele acredita, vocÊ pira. E o filme termina como uma sugestão de que te confundiu, ou que você julgará a verdade.
Eu não resisti e assisti tudo outra vez, atento aos detalhes.Percebi diversos (em todas as cenas), elementos que depunham a favor da insanidade do Dicaprio, e que ele fazia parte de um jogo de encenação por parte do Chuck e do Dr. John Cawley. Mas vou confessar, me envolvi tanto com a primeira vez que assisti, que continuo com uma tremenda pulga atrás da orelha, querendo muito acreditar que ele se rendeu ao fato de não ter escapatória daquela ilha, e não de que estava, de fato, sem o juízo.
Gostei muito do formato e das escolhas, a luz, as atuações, os insights do protagonista, flash backs, e a dramaticidade com que foi retratada a sociedade opaca, enfadonha, escura e triste.
Bacana como isso contrastou com a ideia distante de vida que os protagonistas cobiçaram. Os insights, ou visões daquele terreno relevo e gramado sugeriram uma fuga de sensibilidade ao filme, que por natureza seria áspero e firme.
Considero uma adaptação de alto nível. Há a criação de uma atmosfera muito bem definida. Nos transmite como o clima é pesado. Como a manipulação é violenta e o estágio mega avançado que a alienação atingiu, mostrando um resquício bastante desfigurado de pessoas como nós conhecemos hoje, com suas liberdades e diferenças.
A lentidão que o filme toma, o caso amoroso, a articulação para criar uma emboscada para os amantes. Tudo isso foi criado para compor a historia e expor a ideia original do filme. E acredito que conseguiram adaptar bem, projetando a essência do livro. Fez-me recordar de Laranja Mecanica e Farenheit, dois outros cânones do gênero.
A narrativa é realmente impressionante. A forma que te aproxima da Vera mostrando sua feminilidade, beleza, fragilidade etc. E, depois aos poucos vão mostrando as etapas da transformação do Vicente até torná-lo naquela moça que o inicio do filme tinha mostrado tão bem como uma alma feminina, embora houvesse o segredo -do porquê o medico a trancafiava e tal-. Enfim, quando se revela o segredo da Vera, temos completa compreensão do titulo, e nos sentimos todo o restante do filme desconfortáveis, com a sensação de não pertencer, sequer reconhecer aquele como um corpo, outrora, masculino. Eu que havia conhecido o Banderas pelos filmes infantis, a serie do pequenos espiões, gostei muito de sua atuação. Foi um medico convincente. Uma Espanha lindíssima através da lente de Almodóvar.
Gostaria de ficar horas escrevendo porque adorei esse filme, mas a afobação espantou as palavras e vou dizer rapidamente para não deixar escapar um pequeno registro que seja. Achei mega fofo, com uma pitada de esperança, educativo e com atrativos de ficção. Muito bom realmente. E Raffey Cassidy, que sucesso. Espero vê-la em muitos filmes bons porque talento ela demonstrou ter muito.
Fui à pré estréia de Divertida Mente, porque adoro desenhos, e esse prometia ser dos bons, e é. O fato é que, desde então, em todas minhas reações fico tentando imaginar por qual dessas emoções foi gerada, e quando tenho que pensar numa resposta decido a vontade de qual deve prevalecer kkkk Na vdd o filme é mais pros pais q querem entender a loucura de seus filhos. Há quem ache o filme protecionista pelo fato de as criança serem todas uns demônios e que não deveria haver desculpa de sentimentos operando todas as cagadas que elas fazem. Bom, sempre há mais de uma forma de se ver as coisas rss
>Não acho um cânone do cinema como muita gente acha. Gosto da premissa do Ciborgue vindo do futuro, um mocinho tentando salvar a vida da donzela, mas alguma coisa não encaixa. A primeira hora de filme é praticamente toda dedicada a explicar o motivo da vinda do Kyle, junto à demonstração de força e poder de destruição do exterminador. A trama começa a se desenvolver de fato nos últimos 47 minutos finais com o envolvimento de Sarah com Kyle e o ato final de perseguição dentro da indústria, em que é mostrado a ironia do mundo das máquinas (e da vida humana), uma destruindo a outra.
>É curioso o fato de um rapaz contemporâneo do John Connor ser o pai dele, consegui imaginar duas possibilidades para que isso pudesse acontecer: 1ª- O passado e o futuro tinham que acontecer ao mesmo tempo para que desse certo. Isso se a vida de Sarah tivesse acontecido só um a vez. 2ª- Se aconteceu duas vezes, ou seja, ela teve um filho e deu tudo certo, mas como tentaram voltar para destruí-la. _Se ela vivesse duas vezes não daria certo, porque John não teria pai. Se foi uma vez só e isso aconteceu logo na única vida de Sarah, o futuro acontece ao mesmo tempo que o passado para que pudessem no futuro ter a noção da necessidade de mandá-lo[Kyle], do mesmo modo que ela estava prestes a engravidar. *Complexo isso, se alguém entendeu, pf um help. rss
>Meus momentos preferidos são: todo o ato da abordagem de Sarah no bar, a intervenção de Reeve até o momento em que o carro bate contra o muro, e os dois são pegos pela policia. E quando o Terminator invade a delegacia é top ao extremo.
O Sol É Para Todos
4.3 414 Assista AgoraLogo no início aparece o nome de Robert Duvall. massa! O filme quase no fim e eu encucado q ele n aparecia...Pensei: pô, será q teve participação curta ou tava descaracterizado...desisti de encontrá-lo. Qnd ele apareceu, foi realmente emocionante. Nunca imaginaria. A minha inocente adivinhação, querendo reconhecer o rosto famoso de tantos outros filmes, potencializou uma cena q já era forte por si só🙂
Um ótimo filme. Quero ler o livro, mas mesmo sem tê-lo feito, já posso afirmar que se trata de uma grande adaptação. o conceito "to kill a mockingbird" refere-se diretamente ao Tom Robinson e ao Arthur Radley, mas me remeteu ao longo de todo filme, especialmente às crianças, à Scout principalmente, inocente sendo inevitavelmente exposta ao mundo cruel em que foi colocada. E ao fim da história continua sendo essa a principal imagem que guardo do título.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista Agora.
Acho que o ponto forte desses grandes clássicos de Hollywood das primeiras décadas pós-guerra, e que muitas vezes se assemelham na estética, é que eles te pegam quando você não esperava.
Tudo parecia caminhar para o fim com a avaliação sendo a de “um filme agradável”, mas não excepcional, aquém das minhas expectativas. Mas nos últimos 5 minutos, quando um personagem - embora entusiasmado no início, gradualmente se torna resignado e contido em relação à sua própria história - nos surpreende com uma felicidade tão eufórica e genuína que nos contagia, e faz o abraço à sua família uma Prova do refúgio que o amor representa em nossas vidas.
Discordei das atitudes do George em relação à empresa do pai, por mais que possa ser uma atitude nobre, contrastava frontalmente com o que ele desejava. Suas tentativas de se provar um herdeiro competente, sem ter um diretor ou alguém de confiança para substituí-lo, me fizeram identificar uma natureza bem diferente da minha; embora muitas outras pessoas possam ter aplaudido seus gestos.
Contudo, no momento em que ele percebe que voltou a ser George Bailey, foi impossível eu deixar de me identificar e até o último momento sentir que eu era um pouco ele: correndo para casa; ignorando os carrascos; abraçando as crianças e a esposa; pasmo diante da movimentação das pessoas; ao ver o livro do anjo premiado que lhe ressignificou (refrescou, deu restart) a vida.
Não é a coisa mais difícil do mundo um filme me envolver tanto ao ponto de me emocionar, mas esse eu não esperava, as lágrimas -q caíram copiosamente- n se prepararam, devem até ter vindo frias. As histórias normalmente aproveitam uma longa “sentença”, com poucas vírgulas, pra dar um ritmo que te prepare para o grande impacto.
A narrativa desse filme faz tranquilamente um acompanhamento do personagem e com facilidade pula para um outro “parágrafo” e em uma simples “mudança de caligrafia” te faz perceber tudo aquilo de outra maneira. Uma grande técnica, que valorizei ainda mais ao notar que grande parte dos comentários aqui revela – pra minha surpresa, pois eu levei muito para um lado pessoal: uma experiência como essa faz muito sentido para mim nesse moment - terem sentido a mesma emoção que eu.
Mais uma vez a criticada estética hollywoodiana me mostrando que embora haja limitações, a criatividade narrativa – e técnica, às vezes - consegue transformar boas histórias em grandes clássicos
(como em Crepúsculo dos deuses e Cidadão Kane).
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
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A Verdade sobre Marlon Brando
4.4 71 Assista AgoraAchei um tanto quanto inspirador!
Com 007 Só Se Vive Duas Vezes
3.5 156 Assista Agora"You only live twice, Mr. Bond"
Em clima de corrida espacial a missão de Bond é descobrir a autoria de ataques a naves soviéticas e americanas, para impedir que esses países entrem em guerra.
Bond, mais uma vez, irresistível para as mulheres, dessa vez é surpreendido, ou nos surpreende, com sua morte, que expõe sua fragilidade diante de mulheres atraentes. Mas, como nos adianta o título: a primeira morte é cortesia.
As locações, sempre uma característica excitante da série, desta vez fica por conta de lindas paisagens japonesas. O mar e as tradições da cultura japonesa marcam o filme, com lutas de sumô, ninjas e uma cerimônia de casamento local.
O icônico vilão Blomfield, antes apenas retratado como nº1, dá as caras pela primeira vez, e mostra o caráter megalomaníaco da organização Spectre, capaz de se associar a gigantes da indústria química para alcançar seu objetivo de dominar a mundo. E, não fosse Bond, seus planos não seriam tão impossíveis, já que algo pequeno pode ser estopim de uma crise entre as duas potências mundiais.
Mais uma vez: um artefato salva o dia (um cigarro que atira), o filme termina com uma luta com o capanga chefe gigante, ele em um barco com a bela mocinha que o ajudou a salvar o dia, muita ação, muita luta e o charme impossível de James Bond, todos os ingredientes aqui, mais uma vez a série não decepciona.
Considero este, You Only Live Twice, um filme mais sóbrio e maduro na série. As cenas de explosões são mais equilibradas e calculadas; Bond é menos piadista e mais concentrado; a trama é desenrolada de forma menos enigmática e mais prática. O auge, na cena da invasão da sede localizada sob o vulcão é um sucesso, grande momento, que corresponde às expectativas.
Mas tenho como ponto mais memorável a música de abertura, a música tema, homônima ao filme, interpretada por Nancy Sinatra, uma das maiores artistas da época, que marcou uma geração com tantos clássicos, dá ao filme uma marcante, encantadora e super condizente ao personagem principal, trilha sonora. Percebi a força da canção quando estava assistindo à última cena da season 5 de Mad Men, e, automaticamente, reconheci a harmonia, misteriosa e com um “Q” oriental.
Enfim, Gostei bastante do filme!
007 Contra a Chantagem Atômica
3.5 160 Assista Agora"Entende de armas? Não, mas entendo um pouco de mulheres".
Thunderball destaca-se dos filmes de ação atuais. Há uma maior demora nos corte, e um recheio de descobertas pequenas para montar a grande solução.
Com uma trama central bastante simples, 007 e a ameaça atômica, fica devendo em dar continuidade aos filmes anteriores, cada vez mais ágeis e explosivos. Mas, compensa em criatividade, explorando os "elementos Bond" clássicos, como as ferramentas modernas, as piadas, e as famigeradas Bond girls (realmente o charme deve ser sua habilidade mais bem treinada, as mulheres não têm sequer uma chance de resistência, como já dito na abertura maravilhosa, e marcante, interpretada por Tom Jones "Any woman he wants he will get". Meio grosseiro).
Apesar do ritmo relativamente cansativo, a atenção não é desperdiçada porque os momentos especiais são muito destacados. O início de tirar o fôlego, com poucos diálogos e muita atenção, não foi exatamente a dinâmica adotada para depois.
As explosões habituais estavam lá, as lutas corpo a corpo não poderiam faltar, mas o clímax do grande embate foi feito sob a água, e é aí que Thunderball se destaca com uma grande esperteza na reprodução da agitada disputa aquática, refreada pela pressão da água. E, apesar da limitação das formas de lutas, usou de armas e elementos para atenderem ao fulgor necessário e para que atraísse a atenção. Com os esforços com respostas atrasadas, achou uma grande maneira de envolver o expectador em uma tensão ansiosa, que adorei. Noto, esse é um filme que deve ter custado muita grana (muitas explosões e lindas cenas subaquáticas).
Ressalto os 2 momentos na piscina de tubarões, e a perseguição em meio ao carnaval (fazendo lembrar muito o último 007, contra Spectre), momentos saborosos, acompanhados de belas paisagens do caribe.
Obs: -O agente da CIA assistiu de camarote a eficiência de Bond.
-A grande revelação é a aparição do n° 1 da Spectre (Blofeld).
-Os vilões são burros: se denunciam com anéis de polvo.
- Final em grandíssimo estilo.
Barry
3.1 85 Assista AgoraImpressionante a semelhança física do ator com o Obama.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraTexto sobre o filme:
"O ataque do homem com sua tecnologia ao território selvagem é contraposto pela luta de Glass (DiCaprio), que se vê sem recursos, exposto como uma criatura frágil, e recebe um tratamento “humano” da natureza."
Colar o link no navegador ou Google:
/2016/02/critica-o-regresso-revenant-2016.html
Premiere line - críticas
Irmãs
3.0 210 Assista AgoraTexto sobre o filme:
"A troca de “identidades” em uma festa, com uma fazendo o que a outra normalmente faria. E no fim passam a valorizar uma a outra, tendo aprendido com a lição."
Colem o link no google:
/2016/02/critica-sister.html
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista AgoraTexto sobre o filme:
"Macbeth diz que os primeiros desejos de seu coração serão os de suas mãos. E na sede de obter integralmente o poder de seu país, mergulha-o no caos."
Premiere line - críticas
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista Agora.
Pra mim tem um valor especial escrever sobre Star Wars aqui, não poderia deixar de fazê-lo. Há cerca de 2 anos entrei aqui, no Filmow, e comecei escrevendo sobre a saga de Star Wars. Foi ótimo, teve boa repercussão e continuei com esse hábito. Agora volto, dizendo que a emoção de ver a abertura com letras correndo ao contrário com a música tema da série de filmes na telona, é uma emoção indescritível.
Star Wars confirma sua tendência de estar a frente de seu tempo. Não somente (como se fosse pouco) tecnologicamente, e criativamente. Dessa vez, esse gigante de mercado tem uma iniciativa incomum, embora fantástica, na introdução de personagens. Imaginei Don Drapper assistindo à incrível Rey, pelos trailers cogitada como uma nova Léia, se tornar a sucessora de Skywalker. E ao Finn, o que seria o bom do riso, se sai um Han Solo ainda melhor, nas funções de engraçadinho e herói, sem ser cafajeste. Pasmem, um homem negro e uma mulher. Don Drapper, o mundo já não é mais o mesmo. A divulgação não foi tão explicita, como os teasers e trailers devem ser, mas o fato é que o bom gosto é atraído, invariavelmente, por coisas boas, boas histórias.
Embora seja um assunto repetitivo não pode ser ignorado. Quero começar o texto assim, porque logo de cara já fui cativado pela personagem Rey. Independente e decidida, ela surpreende a todos, dá um esporo em boa parte dos filmes de ação anteriores a esse já feitos, é verdade de fato: “mulheres conseguem correr sem estar de mãos dadas”. Daí já mostrou o quão incrível viria a ser e o filme soube construir isso de modo impecável.
Finn começou se auto intitulando como “Resistência” visivelmente afetado pelo interesse romântico pela beleza de Rey. O que foi a partir dali desfeito aos poucos, até então surgir um abraço no reencontro após tê-la encontrado sob domínio da Primeira Ordem, deixando claríssimo o ar fraternal que, se não por ele, ela soube empregar e definir na relação. John Boyega tem um timing de humor bastante destacável, sem grande estripulias arranca facilmente risos, e seu jeito travesso contribue para o personagem ser o sucessor de Han Solo, como o herói brincalhão e carismático, com a visível diferença de não ser mulherengo, característica que talvez esteja caindo em desuso. Dito desuso, espero um movimento reverso na atitude de colocar negros em papéis relevantes de filmes populares, não apenas como alivio cômico, mas cada vez mais presentes. Assim como o Poe, personagem latino que promete ainda ser muito importante, se fez interessante nesse filme.
Já que citei Han Solo quero comentar sobre sua morte. Achei desnecessária, criou mais revolta que envolvimento emocional. Naquele momento me veio toda sua relevância para a saga de filmes, e conclui que não acrescenta emoção bônus ao filme e exclui uma peça canônica do universo. Mas, enfim, é uma demonstração respeitosa com o Harrison Ford, que provavelmente não faria outras vezes o personagem, e assim enterra os dois no cinema, em star wars. Talvez essa revolta seja pelo movimento das séries manterem os personagens principais a todo custo, estou desacostumado a perder grandes nomes.
Meus olhos suaram em algumas partes. Principalmente quando surgiram no enredo Han, Leia e Luke, atores originais e tudo mais. Assim como a moradia de Rey, aquela máquina, herança das guerras clônicas, carcaça no deserto. Fiquei feliz com as referências que percebi, em algum momento em tom de homenagem, outras visivelmente uma reprodução adaptada, como o ataque à Estrela da Morte e a luta entre Vader e Luke, o bb8 fugindo com a informação, assim como R2-D2 outrora, o que não atrapalha ou diminue a relevância do filme. C-3PO, foi um choque vê-lo depois de tanto tempo. Mas, continua sendo meu favorito. Ainda assisto Big Bang Theory buscando no Sheldon o aprofundamento nele que nunca tivemos.
Gostaria também de citar o trato que a Disney deu ao filme, as diferenças que percebi na natureza do universo. Claramente o apelo ao cômico foi uma ferramenta valorizadissima, embora Han e 3PO tenham tido essa função também, considero que nesse filme isso foi elevado, e que a tendência é ser mantido. Outra questão importante é a maneira da Disney de lidar com grandes projetos. O filme é uma grande obra, é um grande feito. Que caminha entre o muito bom e o ótimo, dependendo do fã. Contudo, me parece visível o cuidado para não arriscar. As soluções encontradas para as possíveis lacunas desde o terceiro filme são simples, e as resoluções tomadas nesse enredo também não configuram uma revolução na série. Cauteloso, porém, novamente, não compromete a qualidade. E incluo aqui o bônus de eu ter achado avançado e inteligente o desenvolvimento dos personagens. Até mesmo do Kylo Ren. Tenho visto reclamações por ele não ser tão intimidador como Vader, ou algo assim. Não concordo, acho um personagem muito bom e gostei do ator, embora realmente tenha cara de menino, soube dar expressividade ao drama com o pai etc.
Considero esse filme charmoso, principalmente. Até ao ligar a nave, Han Solo transpirava charme e nostalgia. Todo o design do filme, as referências estéticas ao filme anterior, a presença de grandes atores, novamente enfatizando Daisy Ridley (maravilhosa, com sotaque e tudo) e Boyega, as estrelas da vez. Fiquei feliz ao ver a personagem da Lupita Nyong’o, Andy Serkis, ótimo ouvir a voz de Daniel Craig. Enfim, só faço a ressalva que, aquela maquina que captura a energia solar poderia ser mais bem usada, se seu poder não fosse usado tão cruelmente de maneira irreversível e grave. Desse modo não teria outra forma de manter os filmes que não fosse a destruindo, uma pena.
Atendeu minhas expectativas de ser a melhor pedida do ano. Só não a isolo por Mad Max ter sido além da conta, acima da média. De qualquer forma atendeu meu gosto e foi um grande prazer ter visto. Espero ter mais de Luke e Rey, logo!
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista AgoraComo não poderia ser diferente as cenas de ação destruíram td. Bom, já vou revelando que sou suspeito a falar porque tenho, a cada filme, aumentado meu apreço pela franquia acompanhando a era Connery, mas esse filme em particular me deixou encantado, e não consigo ver diferente senão como um admirador. O filme é muito bem feito visualmente embora possam haver contestações sobre parte ou outra do roteiro. É uma gigantesca franquia comercial, mas ela criou uma identidade tão grande, uma inovação de belas paisagens, atrizes, desafios para a elegância de Bond a cada filme, que entre todos os blockbusters, pra mim, essa franquia consegue se diferenciar belamente.
Não sei por onde começo, mas acho que tenho que falar sobre a abertura. Acho que vou criar esse padrão, assim como os filmes, de comentar sobre a abertura. E essa é outra das inovações que 007 traz a cada filme, uma busca, muito artística até, para as aberturas dos filmes. E desse filme em especial me encantou. Não achei a melhor de todas, mas sem duvida disputa firme. A parte visual todinha, cheia de metáforas e desmanche e reconstrução de novas imagens, sempre remetendo ao personagem e seus desafios, achei arrasador. O Sam Smith cantando eu gostei, achei muito marcante, ele é perfeito, porém dele já não tenho tantos elogios a tecer. Achei que correspondeu ao esperado e nada mais.
Desde o inicio, no México, já temos a afirmação da identidade do filme, o dia dos mortos, uma sequencia lindíssima do Bond cheio de sensualidade de máscara com uma moça, e daí ele subindo no telhado, e destruindo o prédio ao lado até cair sentado num sofá, te dá toda a sinopse da história do 007, você nem precisa ver mais nada. É o cara que você precisa ser: sedutor, um verdadeiro conquistador de gatas, ele é o maioral, foda, desfilando como numa passarela todo suave, mas estando sobre uma altura imensa, pulando de um prédio para o outro. Uma habilidade no uso de armas, acerta o alvo com uma facilidade incrível, ou seja, muito bom no que faz. Depois a destreza pra fugir da explosão até cair com todo um charme, cômico, mas charmoso, e um ar gortoso... Você quer tar em Londres sentindo a garoa, o Bond é a propaganda perfeita do estereótipo do inglês que pregam pra gente.
Quero ressaltar as cenas de ação que fazem qualquer um se contorcer na cadeira. Vou citar a cena no helicóptero que me fez ficar empolgado pra cacete. Eita sequência boa da bixiga; você quer aquela bagaça no chão, e logo! rss. Outro momento de euforia foi quando ele chega secretamente na reunião da Spectre e depois é seguido pelas ruas de Roma, que pancada, cara. Uma das perseguições mais lindas dos últimos tempos. Que sequência foda, até o fim você fica antenado para cacete, eu não parava na cadeira, um pulo a cada minuto. Eu até tava sonolento, porque fui ver a noite, etc. mas depois disso eu pilhei num ponto que vi todo o resto do filme todo agitado. Quando ele vai atrás da doutora e os caras da Espectre a capturam é outra sambada. Aquela perseguição de avião pela Aústria, o que é aquilo? E de novo, ele lutando com aquele grandalhão dentro do trem, porra que paulera. Porra, cara. Tenho que confessar que o filme já me tinha pra ele nessa hora, “haja o que houver to com você”, eu disse.
Agora, olhando a trama, como foi contada a história. Bom, Daniel Craig é um dos melhores Bonds, pra mim. Um ator gigantesco. Não vi alguns Bonds, mas já acho ele nível Connery e tudo mais. Ele declarou que é seu último filme como 007. É uma pena, mas sou até a favor, o cara tá no topo, deve buscar coisas novas mesmo. Independente do que faça ele vai ser foda, então tem que variar a carreira, ele pode escolher. Tendo isso em consideração, achei que dá um baita fechamento de arco. Tudo que se passou nos filmes anteriores fechou igual um embrulho de bem casado. Todas as merdas foram colocadas sobre o ombro do vilão Franz Oberhauser e da organização Spectre. Um cara a ser odiado e de um poder grandioso, um bom antagonismo. Embora eu tenha tido dificuldade em entender uma passagem de cena pra outra, tipo de como Bond foi tentado a encontrar Franz, e daí eu dou um pequeno crédito a quem disse que o roteiro tem alguns buracos.
Sobre a figura do vilão, como disse, achei representativa o suficiente pra fazer o filme valer, mas a personificação achei pouca. É o seguinte, sou um admirador confessor do Christoph Waltz, acho ele um dos melhores atores da atualidade. O que acontece é que achei o personagem do Franz pequeno pra ele, embora haja representatividade dentro do contexto 007, é um cara meio caricato, e pouco expressivo. Talvez eu esteja exigindo demais do papel, mas é que ele coloca no bolso cada papel gigantesco como em Bastardo inglórios, que nessa tive a impressão que ele foi pouco exigido, um desperdício. Poderiam colocar um ator comum com uma cara mais feia que dava tão certo quanto. Quando tem Waltz no elenco é um convite reforçado pra você conferir, e eu que esperava tanto não fui surpreendido. Não por ele, que é magnífico, mas como o conduziram (em 5º plano), depois do Bond, da complicação dos 00 em Londres, da Madeleine Swann, da descoberta da Spectre pra depois vir ele em si. Uma reclamação de fã mesmo.
Um adendo sobre o que percebi, o M, fala ao “C”Denbigh, dominado no prédio da Online, sobre a dificuldade de matar, de decidir sobre o que fazer nos segundos entre atirar ou não. Uma prévia do final e a “piedade” de Bond. Mas, no decorrer do filme ele mostrou uma frieza assustadora. Desde os tiros no prédio vizinho que explodiu tudo, (foda-se o resto do prédio), no helicóptero ele chuta os caras pra fora, como se desfizesse do lixo, que eu percebi no momento a força das cenas. E mesmo depois ele matou pra caralho, desenfreado, e no fim aquele papo de não assassinar o vilão pela dificuldade que isso representa, e ainda do cara ser alguém “próximo de infância”, sei lá, não curti muito.
Enfim, achei um sucesso o filme. Visual lindíssimo! Fosse focado no fato do “C” ser associado a uma organização terrorista e tentando derrubar o serviço secreto dos “00” já seria um filmaço, e ainda tinha o plus da Spectre que foi justificada como a causadora de muitos maus sofridos no passado ou vice versa, acho que uma tirou o espaço da outra, poderia ser o centro de 2 filmes, sem ter que um roubar espaço do outro.
De todo charme e elegância transmitidos pelo Craig, um 007 colossal. O desfecho com a insinuação da desgraça moral do Oberhauser, acabando só, enquanto o bonitão saia acompanhado, achei meio palhaçada, mas funcionou. E depois o personagem recorrendo ao grande Q, e acabando, como muitas outras vezes, passeando com a gata.
Obs.:
-Uma coisa recorrente em 007, embora usado de forma sútil, que me incomoda, é sempre esse fato do herói salvando a mocinha, fórmula velha, mesmo os clássicos podem ceder um pouco e trabalhar com isso.
-Faço coro ao pedido de Craig por um próximo Bond negro.
- Quando ele disse: “Não!” E o vilão simplesmente achou melhor desistir da tentativa de ataque, foi natural a ponto de não ficar exagerado e você acabar rindo da situação.
- E como sempre costumo ressaltar: Que Léa Seydoux gata! Impressionante o charme que Sam Mendes dá a essa mulher. Comento das Bond Girls, mas não por costume, as vezes é difícil deixar passar.rs
Por fim, não sou especialista em 007, está expressa aqui apenas a opinião pessoal de um apreciador de cinema.
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
Recomendações de textos:
http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2015/10/30/mesmo-com-avancos-007-ainda-e-um-filho-da-mae-machista-que-amamos-odiar.htm#fotoNav=27
http://www.cinemaemcena.com.br/Critica/Filme/8212/007-contra-spectre
O Labirinto do Fauno
4.2 2,9KQue máximo! Ele junta tudo de mais especial que pode ter num filme: Muitos recursos cinematográficos, atuações convincentes, visual fantástico, enredo encantador feito de um contexto histórico real e uma ficção misteriosa com um desfecho comovente.
Esse período retratado, próximo à guerra civil espanhola, é muito interessante. Embora não repercuta historicamente como as grandes guerras ou revoluções que deram certo é um momento importante, assim como a historia espanhola nesses últimos dois séculos cheia de agitações. E o filme foca num duelo mais que conhecido, as forças fascistas do regime de Franco contra os guerrilheiros rojos. Rebeldes de uma causa quase perdida se misturam à floresta como seres místicos com a promessa de um projeto de mundo melhor.
Ao mesmo passo que se configura a imagem dos homens perdidos, Ofélia passa a conviver com o frio capitão que mostra um mundo sombrio e assustador em que uma jovem desprotegida -com a mãe doente- não teria a oportunidade de uma vida melhor, não fosse uma descoberta mágica. O fauno é uma figura chave ao nos mostrar como a esperança pode ser determinante em uma vida virtualmente comprometida, além de bondade e inocência -mesmo tendo tudo para odiar seu irmão ela demonstra querer protegê-lo em todos os momentos- transformam-se em chave para o paraíso secreto (uma forma lindíssima de se ver as coisas).
As visitas de Mercedes ao “submundo” dos marginais procurados por seu patrão rendeu um segredo com a menina que ao saber da situação comprometeu-se em nunca traí-la. Ao mesmo tempo o fauno a tentava com promessas de um submundo (autêntico) onde ela seria uma princesa que deveria assumir o trono, proposta sedutora, e a menina fez por onde para conquistá-la, seguindo os passos indicados.
Enfim, atingido esse objetivo por Ofélia temos uma revelação belíssima. Que rondou o filme todo, uma revelação não definitiva. O filme apesar de toda sua poesia visível deixa algo a nosso critério; definirmos o ponto em que está cravada a verdade de Ofélia; “que está registrada nos pequenos rastros de sua passagem pelo mundo, visíveis só àqueles que sabem onde olhar”.
Em seu tom sombrio e fantástico o filme nos faz perguntar até que ponto a realidade precisa da fantasia, assim como faz Peter Pan e O pequeno príncipe, nas histórias clássicas e nos filmes recentemente lançados.
Obra perfeita de Del Toro, que deixa várias possibilidades de leitura, apesar da coesão do resultado final. Obra prima!
*Obs:
- Uma atenção ao final do filme, a flor que floresce como sinal da conquista da vitória, uma homenagem àqueles inocentes sacrificados, e também como uma ode às belezas simples da vida, o lado belo das coisas.
- Depois de tudo que o filme mostrou, o ódio imediato da menina pelo padrasto e todo contexto, como quando terminado o filme com: “Reinou com justiça e bondade”, perguntei-me o que será que lia a pequena menina? Seriam mesmo apenas contos de fada?
O que me leva a pensar a isso é o começo do filme, a princesa que descontente fugiu de sua realidade acreditando em poder conhecer algo melhor, e, burlando as regras entrou em contato com o novo mundo se esquecendo de quem era e como vivia. Passado essa fase de dificuldades e a morte da princesa, essa forte “personalidade” voltaria, e o rei esperaria até que o mundo parasse de girar. Hmm, interessante. Uma ameaça vermelha?
- Aquela técnica para transição que o Del toro insistiu em usar, da passagem por trás da arvore que levava a outra cena me incomodou pela repetição insistente, mas depois que acostumei comecei a imaginar que era a mão do diretor chamando atenção para o trabalho incrível que ele fez, um exemplo de filme que, realmente, é sucesso em uma porção gigantesca graças ao talento de quem o comandou.
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraQuanta ironia. Eu não achei o que hoje nós conhecemos como “time” do humor, o tempo que calcula basicamente, quando vai cair a ficha, vamos rir e estaremos preparados para um novo riso. Nesse filme não encontramos esse recurso. O humor é discreto, exposto apenas em suas piadas extremamente articuladas embora conotativas. Fora uma ou outra grande pilheria, como as ligações memoráveis entre o presidente americano e o premier Dimitri. As coisas são suaves e mais referenciais que escancaradas.
Claramente um humor negro, tendo em vista o período de tensão vivido ao redor do mundo, com duas potencias mundiais se estranhando e depois de visto o que houve no Japão as expectativas de um confronto era algo terrível, um medo muito presente e plausível, já que a guerra fria estava no auge e muito se falava nos avanços tecnológicos de ambos os países: URSS e USA.
Os generais Ripper e Turgidson encarnam os exaltados do período. Nacionalistas malucos que acham o custo do final do mundo razoável, tendo em vista a destruição dos comunistas, mesmo que isso indique seu próprio fim automaticamente. O presidente Merkin Muffley e o Mandrake são os símbolos da paz, da ponderação e que hoje podemos considerar os que garantiram que o mundo chegasse onde está, já que nenhuma bomba explodiu, e que eram responsáveis por apaziguar os ânimos. Algo muito bem feito vide as conversas por telefone com o inimigo.
E ainda, enquanto a confusão rolava na sala de guerra e uma batalha horrenda acontecia no quartel do general Ripper, o avião americano avançava sobre solo Russo prestes a despertar o zap dos orientais. Uma explosão estratégica ocorreria ao redor do mundo excluindo qualquer vestígio da passagem humana pela terra. Algo pensado pelo doutor fantástico (Dr. Strangelove), um cientista alemão maluco. Um visível apoiador do ideal alemão de limpar o mundo, assim comungando das ideias de Ripper e Turgidson, o curioso é que ele é deficiente, uma das vitimas do regime que ele defende.
No bombardeiro b-52, que deve ser parado imediatamente, as comunicações foram cortadas e outro nacionalista é o estereotipo de um homem alienado: um sulista que mesmo com todos os contratempos com a nave, as dificuldades da empreitada e o irreversível comprometimento de sua vida, se sente feliz e comemora até o ultimo momento de estar servindo a seu país, e quem sabe o mundo. Esse é o comandante Kong. O responsável por acionar a bomba nuclear que cairá sobre os russos.
A desgraça está feita, e aí voltam: a tensão histórica do período em que o filme foi feito e o dr Strangelove ao protagonismo. O filme termina com uma musica de Johnny Cash, We’ll meet again (nos encontraremos de novo), enquanto bombas e mais bombas são detonadas em lugares diferentes, um show de horrores, iniciado pela euforia em realizar o desejo do general Ripper. E completa a bizarrice o Dr. Strangelove tentando levantar-se de sua cadeira e demonstrando ao seu Fuhrer que poderia andar –tentando ser aceito- explicando o titulo e a “paixão estranha” desse homem, que parou de se preocupar –com as pessoas e sua condição- e começou a amar as bombas.
As ironias do filme, como na cena da maquina de refrigerante, a Coca como soberana em um mundo controlado pelos poderosos, e a proibição de brigas na sala de guerra, são o auge do humor que o filme usa bem.
Não consideraria meu estilo preferido, não consigo dissociar das pessoas simples e sem poder que sofriam nesse período com a instabilidade política e a incerteza de paz. Mas não deixo de admirar a qualidade do roteiro e a inteligência do sarcasmo, assim como a coragem de lançar esse filme em um período que soava como ofensa aos retratados, que com certeza assistiriam ao filme, os políticos americanos.
Destaques para o ator Peter Sellers, muito aclamado e merecidamente, os três personagens são construídos de forma bastante original e convincente.
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
007 Contra Goldfinger
3.8 255 Assista AgoraAgora mostram realmente como ele é mulherengo! Eu, particularmente, adorei esse filme. Achei uma diversão tremenda as perseguições de carro. Especialmente pela linda visão no cenário Suiço.
Achei que o fato do Goldfinger conservar a vida do Bond cria uma sensação de poder opressivo, e de certa forma cria uma tensão sobre o antagonista, embora seus planos tenham sido facilmente contidos.
Uma questão muito menos política que a outra, apesar do fato de quererem roubar o ouro do cofre americano, você se envolve muito mais a partir do momento em que a vida dos circundantes fica comprometida pelo uso do gás.
Não achei a história mais frutífera no sentido de grandes cenas, mas encontrei uma facilidade na compreensão, por a história ser mais simples, mas muito bem executada.
Pra mim, até agora, a Shirley Eaton (Jill), está sendo a melhor bondgirl. Incrivelmente bela e sedutora. E o acréscimo dos assessórios tecnológicos aos recursos do habilidoso agente é interessante, embora aparente ser mais um recurso de roteiro para suporte às coisas inacreditáveis que ele faz. Mais campo para ser explorado. Não me incomoda.
A abertura também é uma das melhores. Muito interessante a relação da mulher pintada de ouro com toda a trama. E, interessante, também, a verdadeira heroína (para mim) ter sido a pilota, pelo fato de ter trocado os gases.
Juventude Transviada
3.9 546 Assista AgoraConsegui perceber de onde surgiu a importância de Dean. Realmente é uma figura interessantíssima. Tem características impares. Um cinismo no olhar, uma malandragem na fala e nos gestos.
O enredo em si não é nada glamuroso. É simples, mas dentro da simplicidade há algo a ser observado. Um desenho curioso de uma juventude diferente da geração anterior. O filme demonstra as transformações vigentes no comportamento e no pensamento dos americanos nesse período de reconstrução de identidades pós uma guerra de dimensões estrondosas.
Sem essa observação não passa de um blockbuster divertido, com certa dramaticidade e por uma violência desmedida. Jovens com vidas instáveis são capazes de atitudes destemidas com desfechos imponderados.
E uma mocinha (Judy - Natalie Wood) que demonstra bem qual o sentimento confuso em voga. Com o grupo de rebeldes e praticantes de bullying, não há limites para as travessuras e a diversão. Mas, a solidão traz uma realidade sem graça, opaca, onde a racionalidade em excesso traz características mais sóbrias, como se apaixonar. Claro que o filme demonstrou que aderir à dura realidade é o mais sensato com o final trágico do filme, mas nunca foi admito que também aqueles jovens estiveram errado, qual mais solução eles teriam?
Peter Pan
3.2 559 Assista AgoraPiratas circenses. Roubaram as crianças como uma bela apresentação do Cirque du Soleil, e atiravam em nativos que viravam pós coloridos.
Uma Genesis bem feita. Gostei de como escreveram. Recorreram muito a fugir da história original, mas conseguiram, dentro do limite de tempo, construir uma boa explicação, com o roteiro se encaixando bem, sem errar ao divertir e distrair.
O começo me incomodou um pouco enquanto aos diálogos, como quando Peter e seu amigo decidem se esconder para observar o que acontecia às crianças que sumiam durante a noite e poucos segundos depois: “péssima ideia, vamos sair daqui”, considerei totalmente forçoso, e outras situações, menos ressaltadas que essa (como logo depois, a brincadeira de o barco estar sendo perseguido por aviões de guerra), não me deixaram entrar de vez na história. Mas, ao chegar à terra do nunca ao som de Nirvana o filme hiper te convida a curtir, e você entra na vibe divertida e sem tanta exigência de ser um “braço” definitivo do clássico Peter Pan.
E a liberdade do diretor continua com a introdução do: Indiana Jones-James gancho e Smigle. Personagens de forte tom cômico, que faltou um pouco em Peter (costumeiro piadista). Contudo, souberam manter um bom humor durante o filme. Entretanto, fiquei decepcionado ao deixarem aquela incógnita do fatídico desentendimento entre Peter e Gancho. Fiquei calculando os momentos para descobrir a possível fagulha que despertaria a fogueira do desentendimento, mas optaram pela dúvida, talvez deixando aberta uma oportunidade de novo filme. Forçada de barra. Perderam uma grande oportunidade. Poderiam ter enxugado um pouco outras partes e finalizado com ao menos uma dica.
Apesar de eu sentir falta de uma ambientação mais abstrata na moradia das fadas, por exemplo, foi divertido a descoberta de Peter como sendo “o escolhido”. E todo o clima de aventura do ultimo ato me agradou muito.
Da história original eu senti falta de ser um pouco mais explorado, e que caberia sem afetar a ideia aplicada pelo roteirista, explicar um pouco mais o lance do tempo que não passa na terra do nunca, as pessoas que não envelhecem e tal. E faltou uma princesa tigrinha nativa americana, apesar de a atriz que a fez ser lindíssima ficou como um ponto a ser cuidado com mais honestidade.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraEncontrei bastantes referências ao primeiro. E até prejudica a compreensão de quem não o viu, pois é citada a existência de um parque anterior, mas sem explicar maiores detalhes, como o que houve.
Como eu havia visto não me prendi a isso. Referenciazinhas ao filme 1, desde a primeira cena, quando é focado a pata do pássaro, que parece a de um dinossauro, o que faz lembrar do paleontólogo (Dr. Alan Grant) da fita pioneira de Jurassic, que explicou bem sua teoria, baseado nos formatos dos ossos do velociraptor comparado ao de uma ave, que justificaria os repteis não serem descendentes diretos dos dinossauros, e sim as aves, e esse é um mero exemplo, existem outros, escancarados ou não.
De todo modo, gostei bastante, achei a história coesa e coerente. Mas cheguei à conclusão que Chris Pratt é um mero coadjuvante apesar de anunciado como protagonista. Se levarmos em consideração que os heróis desse filme são os raptors e o T-rex, em segundo plano vem a trama da “moça dos saltos” com os sobrinhos, para depois do sangue em si e a pequena crítica ao nosso comportamento massificado, deixando as coisas tornarem-se comuns e transformando tudo aquilo em diversão (ficando claro quando as pessoas tiram foto daquele pavoroso bicho aquático), daí sim vem o Chris Pratt.
Ele tem mais uma função de informar o que está acontecendo no filme, o que os dinossauros precisam ou o que vão fazer, uma função que “humaniza” os bichões, parecido com o primeiro filme que os mostra como feras, entretanto, também demonstram que estão unicamente seguindo seus instintos. Um filme feito por fãs.
Gangues de Nova York
3.8 790Achei um filmaço. E tenho pequenas observações a fazer.
Sempre soube do potencial do Day Lewis, não é a toa que é tão premiado e tão bem falado. Mas neste filme foi a primeira vez que encontrei uma atuação em que eu, amadurecido de sua característica de atuação, depois de ter me encantado com Sangue Negro, aplaudi de pé, um trabalho lindo e que me arrebatou de fato.
A trama do Amsterdam com o Bill, o açougueiro de nada interessam senão seguir uma sequencia cinematográfica para o roteiro não fugir do gênero histórico e não acabar se tornar um documentário.
É muito importante que cineastas americanos mostrem o que estava muito em voga nos states esse período, um “manifesto declarado”, em que, se considerando uma raça superior, usavam de todos os recursos para humilharem e exporem seu desgosto com o desembarque Irlandes, por exemplo. Um país de tendência católica.
Enfim, não bastasse a tensão religiosa, há um ensaio artístico maravilhoso, em que figurino e cenário são fascinantes.
O filme já começa derrubando seu queixo, com aquela cena linda dos Coelhos Mortos e outras gangues postadas diante das forças nacionalista lideradas pelo Açougueiro. E dali e boa parte do primeiro ato nós somos pegos pela surpresa de conhecer uma Nova York tão irreconhecível, um lugar onde a civilização parece que não foi sempre tão presente.
Com a aproximação de Amsterdam do assassino de seu pai e todo o segundo ato, provou que o esse personagem era pequeno para o talento do Di Caprio, bem, essa é minha opinião, mas há um pequeno dilema de ideias: seria o personagem muito pequeno, ou seria inatingível maior brilho em um filme ofuscado pelo luminoso protagonista? É essa outra possibilidade que levo em consideração.
Gostei da segunda parte, também pela forma que se desenvolve a relação do gangster poderoso com o politico corrupto, e como parece bastante clara a relação de poder entre os dois.
Mas o ato final surpreende com a reviravolta do filho do padre irlandês, e o retorno dos coelhos mortos, com seu candidato a prefeito. E por fim o motim, que talvez seja o ponto alto do filme. Um motim que culminou em diversas chacinas, uma guerra civil dentro de outra. E o fim esquecido de muitos nova iorquinos, que como se fosse Pompeia teve sua sociedade pobre, violenta e subordinada a gangues xenófobas transformada em pó, e “apagada da historia” reluzente de um grande estado americano.
Agora, a questão que eu senti no momento em que as balas do canhão atingiam a cidade era: E quem estava o tempo no poder, quem era o detentor de toda liberdade do açougueiro? A verdade é que, situações de ódio, violência e terror são mantidas para um interesse politico. Que com toda sua soberania extirpou toda esse formato carniceiro e assustador no momento em que quis.
Cenas memoráveis:
- Logo no princípio: as gangues defrontadas, como havia dito antes, belíssimo, com a voz do Açougueiro ressoando em toda sua imposição e clareza.
- A primeira noite em que Amsterdam passa com a Everdeane, e antes disso ela se rebate em tapas furiosa, ele a acalma, enquanto ela ameaça morde-lo e o beijo explode em uma cena quente e harmônica.
- Na mesma noite Amsterdam acorda com o açougueiro sentado, envolto pela bandeira americana de um ângulo um tanto quanto sugestivo. Apesar de ele não saber sobre a verdade do rapaz, foi lindo e inspirado o discurso do Day Lewis sobre a honra de seu grande inimigo.
- Assim como o momento em que os coelhos mortos demonstraram sua volta com um coelho pendurado, a quem o açougueiro dedicou suas falsas lágrimas: “This poor little rabbit”. E despejou mais um balde de talento sobre nossos olhos.
“”E para concluir, uma trilha sonora das mais lindas que poderia ser, o U2 arrebentou na criação. Linda mesmo.
*Texto escrito apenas como registro pessoal, mesmo compartilhado -por não haver outra opção-, e prática da escrita.
Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista AgoraInteressante como há uma narrativa ambígua, contudo muito consistente em suas duas linhas. O filme te entrega todos os indícios para você suspeitar da sanidade do protagonista, mas de uma forma secundária, não explicitando os gestos, ou frases como evidencias essenciais da narrativa.
Pelo contrário, utilizam elementos narrativos em um primeiro plano, constituindo o que era convicção do Teddy, tão convincentes que quando se revela no fim que era tudo piração você desacredita, e é tão forte e coeso esse caminho que o filme te leva para que você acredite que estão conspirando contra ele, que quando se mostra a “verdade de seu parceiro e do doutor” como uma tentativa de convencer o protagonista da irrealidade das coisas que ele acredita, vocÊ pira. E o filme termina como uma sugestão de que te confundiu, ou que você julgará a verdade.
Eu não resisti e assisti tudo outra vez, atento aos detalhes.Percebi diversos (em todas as cenas), elementos que depunham a favor da insanidade do Dicaprio, e que ele fazia parte de um jogo de encenação por parte do Chuck e do Dr. John Cawley. Mas vou confessar, me envolvi tanto com a primeira vez que assisti, que continuo com uma tremenda pulga atrás da orelha, querendo muito acreditar que ele se rendeu ao fato de não ter escapatória daquela ilha, e não de que estava, de fato, sem o juízo.
1984
3.7 544 Assista AgoraGostei muito do formato e das escolhas, a luz, as atuações, os insights do protagonista, flash backs, e a dramaticidade com que foi retratada a sociedade opaca, enfadonha, escura e triste.
Bacana como isso contrastou com a ideia distante de vida que os protagonistas cobiçaram. Os insights, ou visões daquele terreno relevo e gramado sugeriram uma fuga de sensibilidade ao filme, que por natureza seria áspero e firme.
Considero uma adaptação de alto nível. Há a criação de uma atmosfera muito bem definida. Nos transmite como o clima é pesado. Como a manipulação é violenta e o estágio mega avançado que a alienação atingiu, mostrando um resquício bastante desfigurado de pessoas como nós conhecemos hoje, com suas liberdades e diferenças.
A lentidão que o filme toma, o caso amoroso, a articulação para criar uma emboscada para os amantes. Tudo isso foi criado para compor a historia e expor a ideia original do filme. E acredito que conseguiram adaptar bem, projetando a essência do livro.
Fez-me recordar de Laranja Mecanica e Farenheit, dois outros cânones do gênero.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraA narrativa é realmente impressionante. A forma que te aproxima da Vera mostrando sua feminilidade, beleza, fragilidade etc. E, depois aos poucos vão mostrando as etapas da transformação do Vicente até torná-lo naquela moça que o inicio do filme tinha mostrado tão bem como uma alma feminina, embora houvesse o segredo -do porquê o medico a trancafiava e tal-. Enfim, quando se revela o segredo da Vera, temos completa compreensão do titulo, e nos sentimos todo o restante do filme desconfortáveis, com a sensação de não pertencer, sequer reconhecer aquele como um corpo, outrora, masculino.
Eu que havia conhecido o Banderas pelos filmes infantis, a serie do pequenos espiões, gostei muito de sua atuação. Foi um medico convincente.
Uma Espanha lindíssima através da lente de Almodóvar.
Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível
3.2 738 Assista AgoraGostaria de ficar horas escrevendo porque adorei esse filme, mas a afobação espantou as palavras e vou dizer rapidamente para não deixar escapar um pequeno registro que seja.
Achei mega fofo, com uma pitada de esperança, educativo e com atrativos de ficção. Muito bom realmente.
E Raffey Cassidy, que sucesso. Espero vê-la em muitos filmes bons porque talento ela demonstrou ter muito.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraFui à pré estréia de Divertida Mente, porque adoro desenhos, e esse prometia ser dos bons, e é. O fato é que, desde então, em todas minhas reações fico tentando imaginar por qual dessas emoções foi gerada, e quando tenho que pensar numa resposta decido a vontade de qual deve prevalecer kkkk
Na vdd o filme é mais pros pais q querem entender a loucura de seus filhos. Há quem ache o filme protecionista pelo fato de as criança serem todas uns demônios e que não deveria haver desculpa de sentimentos operando todas as cagadas que elas fazem. Bom, sempre há mais de uma forma de se ver as coisas rss
O Exterminador do Futuro
3.8 899 Assista Agora>Não acho um cânone do cinema como muita gente acha. Gosto da premissa do Ciborgue vindo do futuro, um mocinho tentando salvar a vida da donzela, mas alguma coisa não encaixa. A primeira hora de filme é praticamente toda dedicada a explicar o motivo da vinda do Kyle, junto à demonstração de força e poder de destruição do exterminador.
A trama começa a se desenvolver de fato nos últimos 47 minutos finais com o envolvimento de Sarah com Kyle e o ato final de perseguição dentro da indústria, em que é mostrado a ironia do mundo das máquinas (e da vida humana), uma destruindo a outra.
>É curioso o fato de um rapaz contemporâneo do John Connor ser o pai dele, consegui imaginar duas possibilidades para que isso pudesse acontecer:
1ª- O passado e o futuro tinham que acontecer ao mesmo tempo para que desse certo. Isso se a vida de Sarah tivesse acontecido só um a vez.
2ª- Se aconteceu duas vezes, ou seja, ela teve um filho e deu tudo certo, mas como tentaram voltar para destruí-la.
_Se ela vivesse duas vezes não daria certo, porque John não teria pai. Se foi uma vez só e isso aconteceu logo na única vida de Sarah, o futuro acontece ao mesmo tempo que o passado para que pudessem no futuro ter a noção da necessidade de mandá-lo[Kyle], do mesmo modo que ela estava prestes a engravidar.
*Complexo isso, se alguém entendeu, pf um help. rss
>Meus momentos preferidos são: todo o ato da abordagem de Sarah no bar, a intervenção de Reeve até o momento em que o carro bate contra o muro, e os dois são pegos pela policia. E quando o Terminator invade a delegacia é top ao extremo.