Helena Macri

As ausências, os encobrimentos e principalmente o poder da Igreja Católica são do conhecimento público desde o famoso Feudalismo, na Idade Média. O filme gira em torno de algo muito maior e muito mais sombrio, o concentimento popular em vista da ignorância ou do medo.
A Igreja não é o único grupo alvo desta obra, mas a comunidade como um todo, a humanidade no geral. Por falta de interesse ou por puro conformismo, silênciamos inúmeros casos de estupro, não somente físico como também psicológico.
Contanto com um elenco extremamente forte e vívido, o filme não poderia ser menos do que grandioso, mas observo que o mesmo não recebe a merecida atenção ou crítica.
Aconselho o filme para pessoas de todas as religiões e também para os ateus, pois no final de tudo, todos nós somos responsáveis pelas nossas crianças. O nosso futuro.

Esse filme mostra que lidar com as adversidades da vida não precisa ser somente pesar, e uma frase clichê o representa muito bem: "Quando uma porta se fecha, outra se abre". Aproveitar todas as oportunidades que a vida nos entrega faz parte do aprendizado de todo o ser humano, mesmo que enxerga-las e segui-las seja extremamente complexo. Um trecho de uma das músicas da setlist nos mostra como nossa geração esquece de viver por motivos fúteis e imaturos: "Youth is wasted on the young".

Esse filme para mim é uma das grandes jóias raras do cinema, mesmo mostrando um tema extremamente batido. Porém de uma maneira que todas as facetas e personalidades sejam apresentadas.
Esta obra é brilhante, mostra o ser humano em toda a sua amplitude e dualidade, ambos os extremos que conseguimos chegar de acordo com nossos pensamentos. Boaz Yakin mostra que não é preciso muito para se provocar uma grande mudança, e até mesmo em passos pequenos, pode se gerar conflitos e controvérsias.
A atuação de Denzel Washington foi marcante e extremamente necessária para que toda a ideia foi transmitida, digna de Oscar. Esperava que mais pessoas tivessem visto, e recomendo a todos.