Apostando em uma nova linha, Miyazaki fez Vidas ao Vento com um teor muito mais duro do que os outros filmes que eu vi até então em sua filmografia, largando mão um tanto das estruturas fantásticas dos outros filmes dele, criando assim um romance bem adulto, mas o interessante é que ainda assim, em uma temática dura e com um roteiro duro, Miyazaki consegue abrir brecha pra ser tenro, tenro nos sonhos, tenro no vento e, principalmente, tenro no amor e essas brechas do filme me soam como a maneira como a gente escapa da dureza da vida adulta e relembra um pouco a infância, o fantástico, amor e sonhos são uma forma de re-experimentar o fantástico na vida adulta, um jeito de escapar disso e ser leve como o vento, voando pelos céus tentando sobreviver.
Mais um filme caralhoso sobre o maior conflito da existência humana, a luta entre semear o desespero ou a vida e combater toda forma de desespero que nos leva a criar demônios e fantasmas aterrorizantes dentro da nossa cabeça, os nossos próprios infernos, mas é só um pesadelo, só um pesadelo.
AÊ CARAI QUE FILME FANTÁSTICO, MERMÃO! E o mais incrível é que o extraordinário, o fantástico, o explosivo está TODO intrínseco nas coisas simples, cotidianas, rotineiras. Fico imaginando uma dona de casa assistindo a esse filme ou lendo a obra de Virginia Woolf, o destroço não é pouco. O filme trás uma mensagem fortíssima sobre "encarar as coisas de frente", peitar mesmo, seja em uma vida pacata em uma cidade interiorana, no cotidiano da família cerca branca nos subúrbios ou mesmo vivendo a história dentro de um livro. O filme é sobre desespero e esperança, o filme é sobre se deixar levar ou lutar contra isso até chegar o dia em que você vai abrir as janelas e vai sentir O momento, a felicidade chegando e inundando cada parte do seu corpo e tudo vai parecer possível, todo o suor, todo o cansaço inteiramente esgotados para esse momento pleno que logo se perde, mas a lembrança é eterna e a vontade de acordar todos os dias e escancarar as mesmas janelas esperando que algum dia, por acaso, aquilo volte a ser sentido. Era a morte e elas escolheram a vida, porque não se dá pra viver em paz evitando a vida e no meu final, ninguém precisa morrer pro outro sobreviver.
Acho que uma das observações mais interessantes que eu notei ao decorrer do anime é que é incrível como a Madoka passa o anime inteiro sendo muito sensível e sofrendo bastante, então se nota a mudança clara dela quando ela entende o processo todo e resolve ser a esperança pra evitar o desespero, quando enfim ela resolve tomar uma posição pra enfrentar essa dor e proteger quem ela ama, ela se torna a personagem mais serena do anime sem ter que se tornar insensível pra isso. É um nível transcendental muito bonito de se ver, porque quanto pra uns seria insuportável a ideia de ser esquecido e perder tudo o que tinha, ela entende que o negócio é muito maior e ela nunca sofreria por isso.
PS.: ressalvas as montagens gráficas do anime que são espetaculares.
get busy living or get busy dying, quando você é um pássaro enjaulado, você simplesmente escolhe entre definhar ou se debater dentro da jaula até uma oportunidade de sair voando com as asas bem abertas e é sobre isso o filme inteiro: get busy living or get busy dying, escolhas.
E é isso, Californication acabou da maneira Californication, não deixando de seguir a linearidade proposta pela série desde o início. E o máximo é justamente esse, a série por mais voltas que tenha dado sobre possibilidades e caminhos interrompidos, acabou da mesma forma que começou: Charlie e Marcy, Hank e Karen. E é tão clichê e repetitivo quanto a própria vida, quanto as nossas próprias histórias de amor que são por muitas vezes redundantes e uma completa bagunça, enquanto nós tentamos consertá-las e só fodemos mais ainda. Acho realmente que essa é a grande mensagem da série e de que temos que entender isso e lidar de uma maneira produtiva e positiva, pelo menos a tentativa de alcançar isso já é alguma coisa no fim das contas. Sobre uma série que andou e andou sem sair do canto e foi ok.
Caras, que temporada sensacional, cada vez mais Shameless vai evoluindo de uma forma madura e consistente com um roteiro puta fiel à história da vida suburbana norte-americana, não só retratando as experiências comuns a todos eles, mas mostrando o impacto daquilo na ideologia de cada personagem que se dá de forma diferente, mas sempre girando em torno de um ponto em comum, deixando de lado essa ideologia barata de denúncia aos pobres miseráveis como se fossem só um bando de vítimas, mas mostra eles como participadores e construtores da sua realidade e isso é muito massa.
Lars Von Trier por fim escancara o seu objetivo com esse último filme da trilogia, trazendo abertamente a questão de gênero e a opressão do sexo feminino pela sociedade, um filme que serve como uma denúncia à injustiça que a mulher sofre e um alerta aos seus desejos, que além de mulher também é ser humano, e passando longe da ideia de igualdade, mas de respeito às diferenças, mas sempre lembrando:
"A pessoa que consegue esconder a sua sexualidade a vida inteira, merece uma medalha"... Sobre a cena final: foi, de fato, muito forte e impactante, mas me pergunto se valeu realmente o sacrifício do personagem Seligman por causa do choque.
A história de um casal de pré-adolescentes vivenciando o amor ao outro de uma maneira tão verídica que vai muito além de um monte de normas sociais e preconceito fútil.
Começa com uma existência indiferente, uma narração que te guia e que te vai emergindo naquela neutralidade, naquele cinza, naquela atmosfera densa e perdida, que vai te sussurrando palavras de forma objetiva, rápida, padronizada até que você se nota assistindo o filme já afundado no sofá, seguindo o fluxo do movimento do filme, as meias, o espelho, a gota da torneira, o barulho vizinho e seguindo uma trilha sonora quase branca, quase morta, quase fossilizada. Até que você nota que tudo era uma farsa, porque "o que você pode fazer para se proteger dos seus sonhos?" e tudo desperta, a narração começa a se tornar uma voz de angústia, de desespero, vibrante, em frenesi uma narração que freme que se movimenta descontinuadamente revelando um personagem que rói as unhas até os dedos ficarem extremamente doloridos revela o movimento da cidade dos carros o barulho ensurdecedor a solidão assustadora os trajetos que não te levam a canto nenhum as ruas que se dividem ao meio o fogo invisível que sobe as escadas até que não sobra mais nada de pé, exceto um homem e a sua caminhada.
Sem dúvidas uma das melhores obras de animação que eu já vi, desde às técnicas utilizadas quanto a construção dos personagens e enredo. No meio do anime fiquei com receio de que ocorresse aquela repetição de "todo dia, eu salvo uma pessoa diferente" e começasse a ficar batido, mas o autor conseguiu retornar ao fio em que se iniciou. O final é magnífico, mas como eu já li aqui, realmente ficou um buraco na história da Shinobu.
Muito melhor do que eu, com o meu preconceito besta, esperava de um filme de tráfico com os atores das novelas da Globo, vale sim a pena conferir, além de ser um bom filme, o suspense tem continuidade no filme inteiro de maneira bem concisa e com um fluxo muito bom.
A emoção que o filme consegue transmitir é quase da natureza de uma ciência exata, de tão pontual e poeticamente profundo na própria construção da personagem e das relações que ela desenvolveu à sua volta. O diretor consegue passar muito longe dos clichês estereotipados do cotidiano americano e da família "fodida" norte-americana, indo bem mais a fundo com o que os personagens tem a transmitir. Uma história que realmente vale a pena ser passada em diante e, de fato, tocante, mas sem aquele apelo já demasiadamente explorado no ramo. A história e o percurso da personagem me lembra muito A Hora da Estrela, aquela coisa "asquerosa e burra" que repetem o tempo inteiro e que vive sonhando ser estrela, mas que tem um fim muito positivo ao invés do drama irresoluto de Clarice Lispector. E enfatizando também as fantásticas atuações de Precious e sua mãe, completamente atordoantes.
O filme superou muito a minha expectativa, da transformação de um drama tão intenso e bonito em um dramalhão norte-americano, conseguindo ser por vezes bem fiel à obra original.
Hayao Miyazaki com seu dom de sempre transformar histórias tão simples em filmes mágicos... Uma história de fantasia aplicada ao cotidiano e, nisso, a habilidade de contemplar a cultura japonesa de uma forma tão densa que dá uma vontade de, ao final do filme, partir pra morar em uma cidade interiorana de lá.
Vidas ao Vento
4.1 603 Assista AgoraApostando em uma nova linha, Miyazaki fez Vidas ao Vento com um teor muito mais duro do que os outros filmes que eu vi até então em sua filmografia, largando mão um tanto das estruturas fantásticas dos outros filmes dele, criando assim um romance bem adulto, mas o interessante é que ainda assim, em uma temática dura e com um roteiro duro, Miyazaki consegue abrir brecha pra ser tenro, tenro nos sonhos, tenro no vento e, principalmente, tenro no amor e essas brechas do filme me soam como a maneira como a gente escapa da dureza da vida adulta e relembra um pouco a infância, o fantástico, amor e sonhos são uma forma de re-experimentar o fantástico na vida adulta, um jeito de escapar disso e ser leve como o vento, voando pelos céus tentando sobreviver.
Terror em Silent Hill
3.5 1,5K Assista AgoraMais um filme caralhoso sobre o maior conflito da existência humana, a luta entre semear o desespero ou a vida e combater toda forma de desespero que nos leva a criar demônios e fantasmas aterrorizantes dentro da nossa cabeça, os nossos próprios infernos, mas é só um pesadelo, só um pesadelo.
As Horas
4.2 1,4KAÊ CARAI QUE FILME FANTÁSTICO, MERMÃO!
E o mais incrível é que o extraordinário, o fantástico, o explosivo está TODO intrínseco nas coisas simples, cotidianas, rotineiras. Fico imaginando uma dona de casa assistindo a esse filme ou lendo a obra de Virginia Woolf, o destroço não é pouco. O filme trás uma mensagem fortíssima sobre "encarar as coisas de frente", peitar mesmo, seja em uma vida pacata em uma cidade interiorana, no cotidiano da família cerca branca nos subúrbios ou mesmo vivendo a história dentro de um livro. O filme é sobre desespero e esperança, o filme é sobre se deixar levar ou lutar contra isso até chegar o dia em que você vai abrir as janelas e vai sentir O momento, a felicidade chegando e inundando cada parte do seu corpo e tudo vai parecer possível, todo o suor, todo o cansaço inteiramente esgotados para esse momento pleno que logo se perde, mas a lembrança é eterna e a vontade de acordar todos os dias e escancarar as mesmas janelas esperando que algum dia, por acaso, aquilo volte a ser sentido. Era a morte e elas escolheram a vida, porque não se dá pra viver em paz evitando a vida e no meu final, ninguém precisa morrer pro outro sobreviver.
Puella Magi Madoka Magica
4.4 106Acho que uma das observações mais interessantes que eu notei ao decorrer do anime é que é incrível como a Madoka passa o anime inteiro sendo muito sensível e sofrendo bastante, então se nota a mudança clara dela quando ela entende o processo todo e resolve ser a esperança pra evitar o desespero, quando enfim ela resolve tomar uma posição pra enfrentar essa dor e proteger quem ela ama, ela se torna a personagem mais serena do anime sem ter que se tornar insensível pra isso. É um nível transcendental muito bonito de se ver, porque quanto pra uns seria insuportável a ideia de ser esquecido e perder tudo o que tinha, ela entende que o negócio é muito maior e ela nunca sofreria por isso.
PS.: ressalvas as montagens gráficas do anime que são espetaculares.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista Agoraget busy living or get busy dying, quando você é um pássaro enjaulado, você simplesmente escolhe entre definhar ou se debater dentro da jaula até uma oportunidade de sair voando com as asas bem abertas e é sobre isso o filme inteiro: get busy living or get busy dying, escolhas.
O Desprezo
4.0 267https://scontent-a-gru.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/v/t1.0-9/10411035_10152663310554933_6114700947203921567_n.jpg?oh=b75db4e7470fb3192848c286d9404d16&oe=5463E471
O Desprezo
4.0 267Uma tragédia digna de um troiano.
Californication (7ª Temporada)
3.8 139E é isso, Californication acabou da maneira Californication, não deixando de seguir a linearidade proposta pela série desde o início. E o máximo é justamente esse, a série por mais voltas que tenha dado sobre possibilidades e caminhos interrompidos, acabou da mesma forma que começou: Charlie e Marcy, Hank e Karen. E é tão clichê e repetitivo quanto a própria vida, quanto as nossas próprias histórias de amor que são por muitas vezes redundantes e uma completa bagunça, enquanto nós tentamos consertá-las e só fodemos mais ainda. Acho realmente que essa é a grande mensagem da série e de que temos que entender isso e lidar de uma maneira produtiva e positiva, pelo menos a tentativa de alcançar isso já é alguma coisa no fim das contas. Sobre uma série que andou e andou sem sair do canto e foi ok.
A Revolução Dos Bichos
3.8 111Mais do que político, é um filme sobre essência.
Praia do Futuro
3.4 935 Assista AgoraO filme todo te trás umas imagens que você não para de ser puxado por elas e jogado pra um sentimento de liberdade infinita.
Crianças Lobo
4.4 339L
I
N
D
Õ
E
S
O Castelo Animado
4.4 1,3K Assista AgoraOs demônios também tem coração.
Sharknado
2.0 832 Assista AgoraQuem fez isso é o zoão mais gênio que eu conheci em toda a minha vida.
Shameless (US) (4ª Temporada)
4.6 251 Assista AgoraCaras, que temporada sensacional, cada vez mais Shameless vai evoluindo de uma forma madura e consistente com um roteiro puta fiel à história da vida suburbana norte-americana, não só retratando as experiências comuns a todos eles, mas mostrando o impacto daquilo na ideologia de cada personagem que se dá de forma diferente, mas sempre girando em torno de um ponto em comum, deixando de lado essa ideologia barata de denúncia aos pobres miseráveis como se fossem só um bando de vítimas, mas mostra eles como participadores e construtores da sua realidade e isso é muito massa.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraLars Von Trier por fim escancara o seu objetivo com esse último filme da trilogia, trazendo abertamente a questão de gênero e a opressão do sexo feminino pela sociedade, um filme que serve como uma denúncia à injustiça que a mulher sofre e um alerta aos seus desejos, que além de mulher também é ser humano, e passando longe da ideia de igualdade, mas de respeito às diferenças, mas sempre lembrando:
"A pessoa que consegue esconder a sua sexualidade a vida inteira, merece uma medalha"... Sobre a cena final: foi, de fato, muito forte e impactante, mas me pergunto se valeu realmente o sacrifício do personagem Seligman por causa do choque.
Uma História de Amor Sueca
3.6 56 Assista AgoraA história de um casal de pré-adolescentes vivenciando o amor ao outro de uma maneira tão verídica que vai muito além de um monte de normas sociais e preconceito fútil.
Um Homem que Dorme
4.4 195Começa com uma existência indiferente, uma narração que te guia e que te vai emergindo naquela neutralidade, naquele cinza, naquela atmosfera densa e perdida, que vai te sussurrando palavras de forma objetiva, rápida, padronizada até que você se nota assistindo o filme já afundado no sofá, seguindo o fluxo do movimento do filme, as meias, o espelho, a gota da torneira, o barulho vizinho e seguindo uma trilha sonora quase branca, quase morta, quase fossilizada. Até que você nota que tudo era uma farsa, porque "o que você pode fazer para se proteger dos seus sonhos?" e tudo desperta, a narração começa a se tornar uma voz de angústia, de desespero, vibrante, em frenesi uma narração que freme que se movimenta descontinuadamente revelando um personagem que rói as unhas até os dedos ficarem extremamente doloridos revela o movimento da cidade dos carros o barulho ensurdecedor a solidão assustadora os trajetos que não te levam a canto nenhum as ruas que se dividem ao meio o fogo invisível que sobe as escadas até que não sobra mais nada de pé, exceto um homem e a sua caminhada.
Bakemonogatari
4.2 26Sem dúvidas uma das melhores obras de animação que eu já vi, desde às técnicas utilizadas quanto a construção dos personagens e enredo. No meio do anime fiquei com receio de que ocorresse aquela repetição de "todo dia, eu salvo uma pessoa diferente" e começasse a ficar batido, mas o autor conseguiu retornar ao fio em que se iniciou. O final é magnífico, mas como eu já li aqui, realmente ficou um buraco na história da Shinobu.
PS: O mundo precisa assistir isso.
Um Dia
3.9 3,5K Assista AgoraVai se foder, que lindos eles eram.
Alemão
2.8 380Muito melhor do que eu, com o meu preconceito besta, esperava de um filme de tráfico com os atores das novelas da Globo, vale sim a pena conferir, além de ser um bom filme, o suspense tem continuidade no filme inteiro de maneira bem concisa e com um fluxo muito bom.
Preciosa: Uma História de Esperança
4.0 2,0K Assista AgoraA emoção que o filme consegue transmitir é quase da natureza de uma ciência exata, de tão pontual e poeticamente profundo na própria construção da personagem e das relações que ela desenvolveu à sua volta. O diretor consegue passar muito longe dos clichês estereotipados do cotidiano americano e da família "fodida" norte-americana, indo bem mais a fundo com o que os personagens tem a transmitir. Uma história que realmente vale a pena ser passada em diante e, de fato, tocante, mas sem aquele apelo já demasiadamente explorado no ramo. A história e o percurso da personagem me lembra muito A Hora da Estrela, aquela coisa "asquerosa e burra" que repetem o tempo inteiro e que vive sonhando ser estrela, mas que tem um fim muito positivo ao invés do drama irresoluto de Clarice Lispector. E enfatizando também as fantásticas atuações de Precious e sua mãe, completamente atordoantes.
A Menina que Roubava Livros
4.0 3,4K Assista AgoraO filme superou muito a minha expectativa, da transformação de um drama tão intenso e bonito em um dramalhão norte-americano, conseguindo ser por vezes bem fiel à obra original.
O Serviço de Entregas da Kiki
4.3 778 Assista AgoraHayao Miyazaki com seu dom de sempre transformar histórias tão simples em filmes mágicos... Uma história de fantasia aplicada ao cotidiano e, nisso, a habilidade de contemplar a cultura japonesa de uma forma tão densa que dá uma vontade de, ao final do filme, partir pra morar em uma cidade interiorana de lá.
Zero
4.3 137the beginning