Nos anos 90, um filme que tivesse Harrison Ford, Gary Oldman e Richard Dreyfuss no elenco seria quase certeza de um filme bom. Não é o que acontece aqui, mesmo o filme contando com uma boa produção e a intenção de ser um "thriller de suspense e ação para os dias de hoje".
O primeiro erro está na direção, que ficou a cargo de um diretor mais acostumado com comédias românticas, que mesmo tentando fazer um filme mais sério, deixou claro sua falta de mão em algumas cenas.
O segundo erro está na escalação do casal principal, que apesar de serem dois dos mais belos rostos da Hollywood atual não desenvolveram uma química convincente nem foram capaz de desempenhar atuações que chegassem sequer perto da qualidade que os veteranos à sua volta conseguem.
O terceiro erro foi escalar o tenebroso Julian "Doctor Doom" McMahon para o papel de capanga-mor do vilão do filme.
O quarto erro está no roteiro, que parece ao mesmo tempo querer lembrar os bons filmes do gênero na trama, mas atualizar o estilo para a geração atual, tornando o filme extremamente emburrecido, com falas totalmente dispensáveis, situações explicadas demais e colocando um protagonista que diz ter 27 anos mas se comporta como um adolescente de 17.
O quinto erro, bom... esse foi tão e somente meu... de ter resolvido assistir essa bomba até o final.
Bom por ser despretensioso, com atuações de razoáveis pra boas, e ter um roteiro pouco óbvio mas sem exagerar nas invencionices. É o tipo de filme que demora um pouco pra engrenar mas consegue deixar tudo bem amarrado até o final chegar. Dá pra divertir se assistido com a expectativa baixa.
É triste constatar que um mesmo diretor capaz de fazer bons filmes como Blade Runner, Alien e Gladiador consegue chegar tão baixo e realizar uma bagaça como esse filme. O fato de ser uma produção bem cuidada, e de ter vários atores do primeiríssimo time do cinema mundial só me fez ao invés de dar um desconto, baixar mais ainda minha nota.
Um roteiro pretensamente profundo, com divagações pseudofilosóficas sem sentido algum, com tentativas de ensaiar uma simbologia que só consegue esbarrar na masturbação mental. E pra finalizar, temos que nos frustrar com personagens até interessantes não sendo desenvolvidos, personagens péssimos utilizados demais, e um casal de adultos envolvidos num romance tão inocente e inverossímil que nem em um casal de adolescentes de 15 anos soaria convincente...
Bem fraco. Esperava mais de um filme com duas atrizes que gosto muitíssimo, Jennifer Lawrence e Elisabeth Shue, mas com um roteiro desses, fica difícil.
Um filme que consegue equilibrar com tanta habilidade uma situação restrita e potencialmente claustrofóbica, efeitos especiais de primeiríssima linha sem gratuidade alguma e 100% a favor do roteiro, atuações comprometidas e convincentes e uma grande preocupação com manter-se o mais próximo da realidade técnica quanto possível, merece realmente o destaque que Gravidade teve. Só lamento não ter podido assistir no 3D, o que com certeza seria uma experiência a mais.
Um competentíssimo filme baseado em fatos reais. A direção consegue segurar a tensão com qualidade mesmo em momentos em que algumas situações longas poderiam deixar o filme chato ou arrastado. O elenco afinado, com Tom Hanks em boa atuação, mas com destaque total pra trupe de atores africanos, bastante convincentes em suas performances "a la Cidade de Deus/Tropa de Elite". Destaca-se nesse grupo o excelente trabalho de Barkhad Abdi, que conseguiu compor um pirata mais sinistro, mais realista e por vezes até mais assustador que o próprio pirata Muse do caso real. Tem as fotos na internet, a comparação pode ser facilmente feita.
Boas atuações, história interessante e envolvente mas com um final extremamente covarde e broxante. Valeria um três e meio mas com esse final fica com dois e tá muito bom.
Um dos raros casos em que o diretor conseguiu criar uma obra bastante diversa do livro em que foi baseado e ainda assim torná-la memorável. Uma conjunção raríssima de fatores, genialidades, atuações, produção, roteiro, ritmo, resultando num dos filmes mais emblemáticos do século XX. Há quem goste mais, há quem goste menos, há quem seja fã, há quem não seja, mas que faça-se justiça: é impossível ignorar essa obra emblemática de Stanley Kubrick.
Há muito tempo eu não via um filme de baixo orçamento com uma "relação custo-benefício" tão boa. O fato de ser um filme claramente barato não impede a direção e o roteiro de equilibrar elementos que poderiam cair facilmente no clichê com elementos bizarros, inesperados e até caóticos. Esse equilíbrio bem construído fez com que a minha atenção ficasse presa na história, estimulando a curiosidade em descobrir o desenrolar da trama.
"A mulher" é o tipo de filme que cria e administra durante todo o tempo em que o assistimos uma sensação ímpar de desconforto. Principalmente à medida que a história avança e se descobre que os personagens não estão, pelos clichês mais clássicos, exatamente nas posições em que estamos habituados a vê-los. Por mais que as situações-limite sejam revoltantes, o filme consegue criar um clima que faz com que desejemos ir adiante, ver onde aquilo vai dar, ter um fechamento para aquele desconforto. Nem que seja de uma forma violenta.
Apesar de termos atores quase desconhecidos, e severas limitações de orçamento, a produção conseguiu não só fazer um filme curioso e macabro, mas também embutir uma discreta, porém muito presente crítica ao conservadorismo americano, e suas ligações com o armamentismo, o machismo, a noção distorcida de família, religiosidade e educação dos filhos e os efeitos nocivos e psicopáticos desses aspectos na sociedade.
A trilha sonora é bastante imaginativa para um filme desse tipo, e os atores, apesar de nada espetaculares, dão conta do recado. Temos aí um filme que tinha tudo pra ser uma bomba e surpreende muito quando mostra o contrário. Mas aviso: não é pra qualquer um.
Não desenvolveram bem alguns personagens. O que é o Dr. Selvig? Uma hora o cara é um gênio, outra hora é alívio cômico? O que (tirando o fato de ser a Natalie Portman) a Jane Foster fez pra que o Thor ficasse a fim dela? Faltou desenvolver muuuuito esse ponto da história, porque o resultado final é fraquíssimo e inconsistente. E por fim... o que é essa personagem Darcy? Que criatura chata, parece o Scooby Loo, sobrinho do Scooby-Doo! Cheguei a ver num site gringo que ela integrou uma lista tipo "os 10 coadjuvantes mais horrorosamente chatos dos filmes de herói"... Achei justo ela faze parte dessa lista.
Melhor que o primero mas ainda teve algumas falhas que o impediram de chegar ao ponto ser um filme bem melhor, por mérito próprio, independente de fazer parte de uma saga de herói. Teve seus prós e contras, que após pesados, deixam como resultado um filme mais honesto que o primeiro.
Como prós: a atuação do Chris Hemsworth melhorou bastante (não no sentido de merecer um Oscar, pelo amor de Odin), o suficiente para fazer o personagem funcionar melhor em conjunto com os outros, principalmente o notadamente bom-de-atuação Tom Hiddleston e seu Loki. O próprio deus dos 171s novamente fez sua parte como no primeiro filme, uma atuação de ótimo nível. O fato de mostrar Asgard e seus personagens com mais destaque que no primeiro filme também foi um ponto positivo do filme, que evocou com isso algumas das sagas de Thor nos quadrinhos onde a Terra pouco aparece, o bagulho é cósmico mesmo.
Como contras: o ritmo do filme é por vezes um tanto cansativo, com muitos saltos de mundo para mundo, e às vezes fazendo uma viagem interdimensional parecer algo fácil ou banal demais.
A morte da mãe do Thor também foi uma baita forçação de barra, algo desnecessários, e que mercecia, caso realmente tivesse que acontecer, mais destaque. Em uma cena a mulher morre, dali a 2 cenas está todo mundo conversando como se nada tivesse acontecido.
Outro contra gigante, que vem desde o primeiro filme é o núcleo dos cientistas: Apesar de Natalie Portman não atuar mal, sua Jane Foster é uma cientista muito mal escrita... em momento algum ela parece ser genial ou demonstra algum valor ou sacada genial que pudesse fazer com que um asgardiano dito "superior" se apaixonasse por ela (além do fato de ela ser bonita, apenas). As cenas babacas em que colocam o Dr. Erik sem calças, internado como maluco, e assumidamente out-of-mind também não condizem com um cara que várias vezes sai com uma solução para uma crise cósmica. As próprias soluções que esse pessoal encontra para as questões interdimensionais parecem extremamente fáceis, algo que com um aparelho de controle remoto você conseguiria resolver. E por fim, a personagem ridícula de Kat Dennings, o namoradinho tão idiota quanto que arrumaram pra ela nesse filme, e as trapalhadas que eles aprontam, fazem essa parte do filme lembrar algo saído de Scooby-doo e não de um filme da Marvel.
No fim deixei com três estrelas... se não fosse esses contras aí que citei, tinha ganho quatro, de repente até quatro e meia!
Muito bem produzido e atuado... só a história de amorzinho adolescente é que enjoa às vezes, mas como isso é algo que vem do livro, acho louvável a capacidade que a equipe que o adaptou para o cinema ter conseguido tornar o que poderia ser uma palhaçada no estilo Crepúsculo virar uma franquia interessante e manter o apelo tanto para os adolescentes (e mulheres adultas com mente de) quanto para os adultos. Uma realização e tanto.
Dou um crédito: a história, o enredo é razoavelmente envolvente. Mas a praga da mania de todo mundo querer fazer filmes no estilo "found footage" acabou com qualquer outra qualidade que esse filme pudesse aspirar. Se os produtores tivessem sido menos covardes, e investido mais no lado "Bebê de Rosemary" e menos no lado "Atividade Paranormal", poderíamos ter um filme interessante, e não o amontoado de clichês, a mesmice e o incômodo visual da desgastadíssima onda do found footage.
Um belo, finamente bem produzido e muito bem dirigido estudo sobre a rivalidade, a determinação, a mente e a alma de duas lendas em seu tempo. Uma bela amostragem de um período, um filme ao mesmo tempo intimista e grandioso, pra entrar para o hall da fama dos grandes "filmes de esporte". Um ótimo trabalho de composição de personagem da dupla de protagonistas, com destaque para o primoroso Niki Lauda de Daniel Brühl.
Uma verdadeira tour-de-force do Christian Bale. Tem outras ótimas atuações no filme, mas ele brilha tanto que você quase (eu disse quase) esquece todo o resto. Um ótimo filme.
Achei bem médio, mesmo dando o desconto do gênero. Talvez tenha sido a expectativa alta. Depois de passar a infância e adolescência assistindo os clássicos do cinema-brucutu capitaneados por Sly e Arnold, acabei esperando que o primeiro filme a mostrar os dois gigantes como protagonistas fosse visceral como o último Rambo, superlativamente explosivo como os filmes da série Os Mercenários, ou ao menos capaz de causar alguma simpatia pelo protagonista como "O Último Desafio" do Schwarza.
Rota de Fuga não chega a ser tão ruim, mas peca por ter um roteiro furado demais até pra um filme do gênero, onde poderia haver mais cenas de ação e uma violência mais gráfica como em Rambo, se perde em explicações ruins onde não precisava. E há um excesso de falta de explicações onde seria bom haver alguma. Em alguns momentos, a primeira metade do filme lembra o piloto de uma série ruim de TV (do tipo que fazem a primeira temporada mas que não renovam para a segunda) sobre uma equipe que descobre falhas no esquema de segurança de prisões. Em alguns momentos, parecia que estava assistindo ao desenho do Rambo... tinha a equipe formada pela mulher charmosa-porém-fodona, o negão da tecnologia, o cara que cuida da parte burocrática, e o Sly.
O vilão arrumadinho do ex-Jesus Jim Caviezel também é muito clichê, até que nada errado ser vilão clichê nesse estilo de filme, mas faltou roteiro pra ele também. Temos como antagonista principal um cara que só usa um belo terno e mais nada. Não demonstra desafio, não é mais inteligente ou especialmente mais cruel, nem dá a impressão de ser um gênio do crime. É apenas um cara. Se fosse um vilão exagerado como o "Vilain" de Van Damme no Mercenários 2, seria até mais aceitável pela autoeferência de estilo, pela galhofa da coisa, mas não... foi só vazio mesmo.
E no fim, a tentativa de fazer o filme realmente parecer mais um filme de fuga de prisão do que uma aventura de ação com Sly e Arnold acabou por ser a escolha errada. As poucas cenas onde rola alguma referência ou brincadeira interna à carreira dos dois, ou as inevitáveis brigas que em algum momento teriam que ocorrer, acabam sendo tão poucas (quase todas apareceram já nos trailers antes do filme estrear, e teve pouco mais que aquilo) que desanima um pouco quem queria ter visto mais do cinema brucutu.
No fim, levando em conta o estilo de filme e a exigência que se faz a esse gênero, eu não digo que o filme é ruim. Quem gosta do estilo, até pode gostar desse. Só deixo a advertência: para quem esperava um milk shake, esse filme está mais pra leite desnatado com achocolatado light. Os ingredientes estão todos lá, mas beeem menos concentrados.
Observações preciosas que, após assistir a esse filme, devo anotar para referência futura:
1 - Nunca mais assistir um filme em que o Val Kilmer participe. (Pelo menos enquanto ele estiver fazendo questão de, ao invés de apenas envelhecer, se transformar no avatar da decadência
2 - Jamais achar que o fato de um filme ter o nome do Francis Ford Coppola no cartaz em algo que não seja a direção signifique automaticamente que esse filme vá ser bom.
Isso dito, deixo apenas claro aqui que essa tentativa de fazer um filme de suspense que não é suspense, e que sugere um terror que não tem coragem de ser terror, pareceu ter sido dirigida nos intervalos de uma gravação de comercial de empresa de telefonia... pelo pessoal da produção, enquanto o diretor tirava um cochilo no trailer. A única coisa impressionante aqui é como um filme com a participação de alguns profissionais que tem ou tiveram algum renome (pelo menos em algum momento de suas carreiras) como Bruce Dern, o próprio Kilmer, e Ben Chaplin consegue ser tão pífio e mal realizado.
(publicado por mim originalmente no blog http://quefilmebosta.blogspot.com.br/ em 26/06/2012)
Vi, mas gostaria de não ter visto. A produção tem muitas falhas, o nível é muito mais próximo do de um programa de TV mediano. Já vi especiais de fim de ano na Globo com qualidade melhor que a desse filme.
A presença simpaticíssima do cão-protagonista e dos outros cãezinhos que figuram graciosamente no filme não consegue amenizar os problemas que incomodam e que listo a seguir:
• O som é péssimo. Na maioria do filme, os efeitos sonoros e músicas são muito mais audíveis que a voz dos atores. Não sei se é problema de dicção, se foi questão de equalização, de engenharia de som, mas é péssimo ver um filme brasileiro de 2013 ainda carregando essa característica tão marcante da pobreza do cinema nacional do passado. Uma das poucas coisas boas é o fato de que as músicas ficam em evidência, sendo que a trilha sonora é uma das poucas coisas do filme que escapam da mediocridade.
• O roteiro é fraquíssimo, pior que muitas produções televisivas sejam da TV aberta ou por assinatura.
• O personagem de Bruno Gagliasso é profundamente, extremamente, completamente idiota. Por mais que seja um filme leve, uma comédia romântica, é abissal a diferença de realidades entre o par romântico. A personagem de Leandra Leal é muito mais real, esperta, atual e simpática, próxima de uma pessoa verossímil. O personagem de Bruno, assim como seu primo, interpretado por Danilo Gentili, faz com que gere uma estranheza de como uma moça interessante como a Zoé de Leandra consegue se interessar por um total paspalho como o Deco de Bruno (e olha que nem o acho mau ator nem tenho nenhuma antipatia por ele, o personagem é que é imbecil demais.)
O maior motivo a me fazer gostar desse filme é poder olhar com um certo orgulho para o cinema dos nossos vizinhos, que à moda do cinema espanhol contemporâneo, tem sabido produzir filmes com temas universais e com boa qualidade. A argentina e a espanha tem produzido bons filmes, que poderiam se passar (e terem sido feitos) em qualquer país, filmes que aproveitam algumas das tecnicalidades e acertos cinema americano, mas que evitam muito do seu "pipoquismo" exagerado e desnecessário. Também são filmes que fogem aos vícios regionalistas como o cinema brasileiro ainda insiste em fazer. Nesse ponto, na capacidade de fazer um cinema universal e cosmopolita, nossos hermanos estão quilômetros à nossa frente. Talvez quando nossos diretores aprenderem que cinema não é só faculdade de sociologia filmada, talvez cheguemos mais perto deles.
Pontos fortes: bom gosto na direção de imagens, atores mandando bem, atmosfera correta.
Pontos fracos: cenas de ação (as poucas que tem o filme) pessimamente coreografadas, parecendo coisa de novelas da globo, queda absurda da qualidade do roteiro na parte final do filme.
A segunda parte da saga de Bilbo Baggins me surpreendeu positivamente. Eu já tinha achado o primeiro tecnicamente competente, com uma ou outra perda de ritmo, talvez movida pela compreensível descrença na adaptação de um livro apenas para 3 filmes. Mas no primeiro filme, a equipe de roteiro conseguiu não só estruturar a história de maneira a fazer com que rendesse, como também equilibrar o conteúdo oferecido tanto ao gosto dos fãs novatos (que conhecem a saga da Terra Média muito mais pelo cinema que pelos livros) quanto para os fãs velhos (como eu, que leu O Hobbit e O Senhor dos Anéis em suas primeiras edições brasileiras, livros que saíram lá nos anos 70 pela perdida editora Artenova).
No segundo filme, o ritmo da história ficou um pouco mais uniforme, a introdução de novos personagens foi bastante aceitável em alguns casos (Bard, por exemplo, que no livro teve importância mas não teve background, coisa que o filme soube explorar bem) e dispensável em outros, como o improvável romancezinho estilo crepúsculo(!!!) entre uma elfa (!!!!!) e um anão com pinta de galã (!!!!!!!)... Tolkien deve ter se remexido na tumba, mas as pré-adolescentes tem que ter sua cota de suspiros, e pra ganhar dinheiro um filme tem que agradar à geração "romance idiotizado" não tem jeito.
O dragão Smaug com a voz de Benedict Cumberbatch foi um show à parte... Um belo acerto, talvez o mais belo, convincente e intimidador dragão que os efeitos especiais pra cinema já produziram.
Poder ver os elfos, notadamente nosso velho conhecido Legolas em ação mais tempo foi uma outra boa surpresa. Qual fã de RPG ou literatura de fantasia nunca quis ver uma cena de porradaria de Elfo contra Orc retratada no cinema? É por esse tipo de detalhe que acredito que mesmo com um erro aqui ou acolá, a saga segue bem, e continua equilibrando o gosto dos fãs velhos e dos novos.
Remakes são sempre complicados. É muito difícil se evitar o caminho fácil de comparar com a versão anterior, mesmo quando se está reinterpretando um livro, e não o filme anterior necessariamente.
Achei honesta a readaptação de Carrie para os dias de hoje. Seria absurdo comparar um trabalho tão autoral quanto o de Brian de Palma em 1976 com este de agora. Onde não havia toda a gama de efeitos especiais disponíveis hoje, o diretor de então utilizou-se de outro foco na história, o que acabou alterando a adaptação do livro mais em forma, apesar de não tanto em conteúdo.
A versão atual, escolhendo acertadamente um caminho diferente da anterior, procurou utilizar-se da tecnologia disponível para mostrar de maneira mais próxima os eventos mais fantásticos e impressionantes do livro, todo o deflagrar de acontecimentos após a festa de formatura e de maneira bem semelhante ao livro, deixar claro que o ocorrido foi um evento notável que chegou a ser investigado em instância governamental.
Apesar de a direção não ser o ponto forte do filme, discordo de alguns que comentaram antes, detonando a atuação da protagonista. Chloë conseguiu convencer ao interpretar uma Carrie muito mais reprimida (fiel ao retratado no livro) do que esquisita como Sissy Spacek nos anos 70. Vê-se ali uma menina que poderia ter sido normal, caso não tivesse sido criada da forma como foi, pela mãe que teve.
Julianne Moore também entrega uma performance convincente e competente como Margaret White.
Não é uma obra-prima, mas consegue fazer uma versão honesta do livro, e pode ser muito melhor apreciada se for referenciada diretamente a ele, e não ao filme de 1976.
Após o primeiro filme, que teve excelentes desempenhos de Bruce Willis, Helen Mirren, John Malkovich e companhia, imaginei que num segundo filme iriam corrigir o roteiro fraco e os diálogos pobres que quase estragaram o primeiro filme, não fosse o carisma e o charme dos veteranos, competentes em seus papéis como eram seus personagens no mundo da espionagem.
Mas a dupla de roteiristas que quase conseguiu estragar o primeiro filme continuava lá, o que fez com que RED 2 se tornasse quase uma repetição do primeiro, tanto nos erros quanto nos acertos.
Mantiveram-se as boas atuações, com todo mundo à vontade, dando aquela impressão de estarem divertindo-se em seus papéis. Até mais que no primeiro filme. A dinâmica (ou não-dinâmica) da relação entre Frank Moses e sua namorada foi bem aproveitada, mas a incapacidade dos roteiristas em imprimir ritmo às cenas em certos momentos fazia com que boas situações se tornassem curtas demais, e em outros, esticava certas tramas além do necessário.
Acabamos ampliando o espectro de ação dos agentes, que dessa vez, à moda dos filmes clássicos de espionagem fizeram um tour por vários países, mas ao mesmo tempo conseguiram fazer com que certas transições de país para país passassem quase desapercebidas ou a coisa parecesse um tanto corrida demais.
Já disseram que vão fazer um terceiro filme da série... minha maior esperança é que a equipe de roteiro seja trocada. Aí sim poderei dar uma nota à altura que esses "bons velhinhos" merecem.
A premissa do filme (baseado numa história em quadrinhos do excelente roteirista Warren Ellis) é ótima, os atores envolvidos e a produção em si, são muito boas. Mas o roteiro é extremamente destoante. Os diálogos são truncados, e alguns personagens não rendem tudo que poderiam render na mão de atores tão bons principalmente por conta da mão pesada dos roteiristas Jon e Erich Hoeber, pouco experientes e só com filmes ruins até porem as mãos neste trabalho.
No fim, o carisma dos "velhinhos" (destacando Bruce Willis e Helen Mirren) consegue manter o filme acima do medíocre, embora não seja nem de longe tão bom quanto poderia se tivesse um roteiro mais competente e que fizesse jus à competência de Warren Ellis nas HQs que escreve.
Conexão Perigosa
3.0 143Nos anos 90, um filme que tivesse Harrison Ford, Gary Oldman e Richard Dreyfuss no elenco seria quase certeza de um filme bom. Não é o que acontece aqui, mesmo o filme contando com uma boa produção e a intenção de ser um "thriller de suspense e ação para os dias de hoje".
O primeiro erro está na direção, que ficou a cargo de um diretor mais acostumado com comédias românticas, que mesmo tentando fazer um filme mais sério, deixou claro sua falta de mão em algumas cenas.
O segundo erro está na escalação do casal principal, que apesar de serem dois dos mais belos rostos da Hollywood atual não desenvolveram uma química convincente nem foram capaz de desempenhar atuações que chegassem sequer perto da qualidade que os veteranos à sua volta conseguem.
O terceiro erro foi escalar o tenebroso Julian "Doctor Doom" McMahon para o papel de capanga-mor do vilão do filme.
O quarto erro está no roteiro, que parece ao mesmo tempo querer lembrar os bons filmes do gênero na trama, mas atualizar o estilo para a geração atual, tornando o filme extremamente emburrecido, com falas totalmente dispensáveis, situações explicadas demais e colocando um protagonista que diz ter 27 anos mas se comporta como um adolescente de 17.
O quinto erro, bom... esse foi tão e somente meu... de ter resolvido assistir essa bomba até o final.
Tumba Aberta
3.1 333Bom por ser despretensioso, com atuações de razoáveis pra boas, e ter um roteiro pouco óbvio mas sem exagerar nas invencionices. É o tipo de filme que demora um pouco pra engrenar mas consegue deixar tudo bem amarrado até o final chegar. Dá pra divertir se assistido com a expectativa baixa.
O Conselheiro do Crime
2.4 584É triste constatar que um mesmo diretor capaz de fazer bons filmes como Blade Runner, Alien e Gladiador consegue chegar tão baixo e realizar uma bagaça como esse filme. O fato de ser uma produção bem cuidada, e de ter vários atores do primeiríssimo time do cinema mundial só me fez ao invés de dar um desconto, baixar mais ainda minha nota.
Um roteiro pretensamente profundo, com divagações pseudofilosóficas sem sentido algum, com tentativas de ensaiar uma simbologia que só consegue esbarrar na masturbação mental. E pra finalizar, temos que nos frustrar com personagens até interessantes não sendo desenvolvidos, personagens péssimos utilizados demais, e um casal de adultos envolvidos num romance tão inocente e inverossímil que nem em um casal de adolescentes de 15 anos soaria convincente...
Uma verdadeira bosta!
A Última Casa da Rua
3.0 1,6K Assista AgoraBem fraco. Esperava mais de um filme com duas atrizes que gosto muitíssimo, Jennifer Lawrence e Elisabeth Shue, mas com um roteiro desses, fica difícil.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraUm filme que consegue equilibrar com tanta habilidade uma situação restrita e potencialmente claustrofóbica, efeitos especiais de primeiríssima linha sem gratuidade alguma e 100% a favor do roteiro, atuações comprometidas e convincentes e uma grande preocupação com manter-se o mais próximo da realidade técnica quanto possível, merece realmente o destaque que Gravidade teve. Só lamento não ter podido assistir no 3D, o que com certeza seria uma experiência a mais.
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraUm competentíssimo filme baseado em fatos reais. A direção consegue segurar a tensão com qualidade mesmo em momentos em que algumas situações longas poderiam deixar o filme chato ou arrastado. O elenco afinado, com Tom Hanks em boa atuação, mas com destaque total pra trupe de atores africanos, bastante convincentes em suas performances "a la Cidade de Deus/Tropa de Elite". Destaca-se nesse grupo o excelente trabalho de Barkhad Abdi, que conseguiu compor um pirata mais sinistro, mais realista e por vezes até mais assustador que o próprio pirata Muse do caso real. Tem as fotos na internet, a comparação pode ser facilmente feita.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraUm show de direção de Scorsese emoldurando uma verdadeira tour de force de DiCaprio. Mais um daqueles filmes que devia passar no colégio para mostrar
pra galerinha a merd@ que fica a vida quando o cara se vicia em drogas, por mais grana que tenha...
Circuito Fechado
3.1 89 Assista AgoraBoas atuações, história interessante e envolvente mas com um final extremamente covarde e broxante. Valeria um três e meio mas com esse final fica com dois e tá muito bom.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraUm dos raros casos em que o diretor conseguiu criar uma obra bastante diversa do livro em que foi baseado e ainda assim torná-la memorável. Uma conjunção raríssima de fatores, genialidades, atuações, produção, roteiro, ritmo, resultando num dos filmes mais emblemáticos do século XX. Há quem goste mais, há quem goste menos, há quem seja fã, há quem não seja, mas que faça-se justiça: é impossível ignorar essa obra emblemática de Stanley Kubrick.
A Mulher do Pântano
2.9 305 Assista AgoraHá muito tempo eu não via um filme de baixo orçamento com uma "relação custo-benefício" tão boa. O fato de ser um filme claramente barato não impede a direção e o roteiro de equilibrar elementos que poderiam cair facilmente no clichê com elementos bizarros, inesperados e até caóticos. Esse equilíbrio bem construído fez com que a minha atenção ficasse presa na história, estimulando a curiosidade em descobrir o desenrolar da trama.
"A mulher" é o tipo de filme que cria e administra durante todo o tempo em que o assistimos uma sensação ímpar de desconforto. Principalmente à medida que a história avança e se descobre que os personagens não estão, pelos clichês mais clássicos, exatamente nas posições em que estamos habituados a vê-los. Por mais que as situações-limite sejam revoltantes, o filme consegue criar um clima que faz com que desejemos ir adiante, ver onde aquilo vai dar, ter um fechamento para aquele desconforto. Nem que seja de uma forma violenta.
Apesar de termos atores quase desconhecidos, e severas limitações de orçamento, a produção conseguiu não só fazer um filme curioso e macabro, mas também embutir uma discreta, porém muito presente crítica ao conservadorismo americano, e suas ligações com o armamentismo, o machismo, a noção distorcida de família, religiosidade e educação dos filhos e os efeitos nocivos e psicopáticos desses aspectos na sociedade.
A trilha sonora é bastante imaginativa para um filme desse tipo, e os atores, apesar de nada espetaculares, dão conta do recado. Temos aí um filme que tinha tudo pra ser uma bomba e surpreende muito quando mostra o contrário. Mas aviso: não é pra qualquer um.
Thor
3.3 3,1K Assista AgoraNão desenvolveram bem alguns personagens. O que é o Dr. Selvig? Uma hora o cara é um gênio, outra hora é alívio cômico? O que (tirando o fato de ser a Natalie Portman) a Jane Foster fez pra que o Thor ficasse a fim dela? Faltou desenvolver muuuuito esse ponto da história, porque o resultado final é fraquíssimo e inconsistente. E por fim... o que é essa personagem Darcy? Que criatura chata, parece o Scooby Loo, sobrinho do Scooby-Doo! Cheguei a ver num site gringo que ela integrou uma lista tipo "os 10 coadjuvantes mais horrorosamente chatos dos filmes de herói"... Achei justo ela faze parte dessa lista.
Thor: O Mundo Sombrio
3.4 2,3K Assista AgoraMelhor que o primero mas ainda teve algumas falhas que o impediram de chegar ao ponto ser um filme bem melhor, por mérito próprio, independente de fazer parte de uma saga de herói. Teve seus prós e contras, que após pesados, deixam como resultado um filme mais honesto que o primeiro.
Como prós: a atuação do Chris Hemsworth melhorou bastante (não no sentido de merecer um Oscar, pelo amor de Odin), o suficiente para fazer o personagem funcionar melhor em conjunto com os outros, principalmente o notadamente bom-de-atuação Tom Hiddleston e seu Loki. O próprio deus dos 171s novamente fez sua parte como no primeiro filme, uma atuação de ótimo nível. O fato de mostrar Asgard e seus personagens com mais destaque que no primeiro filme também foi um ponto positivo do filme, que evocou com isso algumas das sagas de Thor nos quadrinhos onde a Terra pouco aparece, o bagulho é cósmico mesmo.
Como contras: o ritmo do filme é por vezes um tanto cansativo, com muitos saltos de mundo para mundo, e às vezes fazendo uma viagem interdimensional parecer algo fácil ou banal demais.
A morte da mãe do Thor também foi uma baita forçação de barra, algo desnecessários, e que mercecia, caso realmente tivesse que acontecer, mais destaque. Em uma cena a mulher morre, dali a 2 cenas está todo mundo conversando como se nada tivesse acontecido.
Outro contra gigante, que vem desde o primeiro filme é o núcleo dos cientistas: Apesar de Natalie Portman não atuar mal, sua Jane Foster é uma cientista muito mal escrita... em momento algum ela parece ser genial ou demonstra algum valor ou sacada genial que pudesse fazer com que um asgardiano dito "superior" se apaixonasse por ela (além do fato de ela ser bonita, apenas). As cenas babacas em que colocam o Dr. Erik sem calças, internado como maluco, e assumidamente out-of-mind também não condizem com um cara que várias vezes sai com uma solução para uma crise cósmica. As próprias soluções que esse pessoal encontra para as questões interdimensionais parecem extremamente fáceis, algo que com um aparelho de controle remoto você conseguiria resolver. E por fim, a personagem ridícula de Kat Dennings, o namoradinho tão idiota quanto que arrumaram pra ela nesse filme, e as trapalhadas que eles aprontam, fazem essa parte do filme lembrar algo saído de Scooby-doo e não de um filme da Marvel.
No fim deixei com três estrelas... se não fosse esses contras aí que citei, tinha ganho quatro, de repente até quatro e meia!
Jogos Vorazes: Em Chamas
4.0 3,3K Assista AgoraMuito bem produzido e atuado... só a história de amorzinho adolescente é que enjoa às vezes, mas como isso é algo que vem do livro, acho louvável a capacidade que a equipe que o adaptou para o cinema ter conseguido tornar o que poderia ser uma palhaçada no estilo Crepúsculo virar uma franquia interessante e manter o apelo tanto para os adolescentes (e mulheres adultas com mente de) quanto para os adultos. Uma realização e tanto.
O Herdeiro do Diabo
1.7 547Dou um crédito: a história, o enredo é razoavelmente envolvente. Mas a praga da mania de todo mundo querer fazer filmes no estilo "found footage" acabou com qualquer outra qualidade que esse filme pudesse aspirar.
Se os produtores tivessem sido menos covardes, e investido mais no lado "Bebê de Rosemary" e menos no lado "Atividade Paranormal", poderíamos ter um filme interessante, e não o amontoado de clichês, a mesmice e o incômodo visual da desgastadíssima onda do found footage.
Rush: No Limite da Emoção
4.2 1,3K Assista AgoraUm belo, finamente bem produzido e muito bem dirigido estudo sobre a rivalidade, a determinação, a mente e a alma de duas lendas em seu tempo. Uma bela amostragem de um período, um filme ao mesmo tempo intimista e grandioso, pra entrar para o hall da fama dos grandes "filmes de esporte". Um ótimo trabalho de composição de personagem da dupla de protagonistas, com destaque para o primoroso Niki Lauda de Daniel Brühl.
O Vencedor
4.0 1,3K Assista AgoraUma verdadeira tour-de-force do Christian Bale. Tem outras ótimas atuações no filme, mas ele brilha tanto que você quase (eu disse quase) esquece todo o resto. Um ótimo filme.
Rota de Fuga
3.5 824 Assista AgoraAchei bem médio, mesmo dando o desconto do gênero. Talvez tenha sido a expectativa alta. Depois de passar a infância e adolescência assistindo os clássicos do cinema-brucutu capitaneados por Sly e Arnold, acabei esperando que o primeiro filme a mostrar os dois gigantes como protagonistas fosse visceral como o último Rambo, superlativamente explosivo como os filmes da série Os Mercenários, ou ao menos capaz de causar alguma simpatia pelo protagonista como "O Último Desafio" do Schwarza.
Rota de Fuga não chega a ser tão ruim, mas peca por ter um roteiro furado demais até pra um filme do gênero, onde poderia haver mais cenas de ação e uma violência mais gráfica como em Rambo, se perde em explicações ruins onde não precisava. E há um excesso de falta de explicações onde seria bom haver alguma. Em alguns momentos, a primeira metade do filme lembra o piloto de uma série ruim de TV (do tipo que fazem a primeira temporada mas que não renovam para a segunda) sobre uma equipe que descobre falhas no esquema de segurança de prisões. Em alguns momentos, parecia que estava assistindo ao desenho do Rambo... tinha a equipe formada pela mulher charmosa-porém-fodona, o negão da tecnologia, o cara que cuida da parte burocrática, e o Sly.
O vilão arrumadinho do ex-Jesus Jim Caviezel também é muito clichê, até que nada errado ser vilão clichê nesse estilo de filme, mas faltou roteiro pra ele também. Temos como antagonista principal um cara que só usa um belo terno e mais nada. Não demonstra desafio, não é mais inteligente ou especialmente mais cruel, nem dá a impressão de ser um gênio do crime. É apenas um cara. Se fosse um vilão exagerado como o "Vilain" de Van Damme no Mercenários 2, seria até mais aceitável pela autoeferência de estilo, pela galhofa da coisa, mas não... foi só vazio mesmo.
E no fim, a tentativa de fazer o filme realmente parecer mais um filme de fuga de prisão do que uma aventura de ação com Sly e Arnold acabou por ser a escolha errada. As poucas cenas onde rola alguma referência ou brincadeira interna à carreira dos dois, ou as inevitáveis brigas que em algum momento teriam que ocorrer, acabam sendo tão poucas (quase todas apareceram já nos trailers antes do filme estrear, e teve pouco mais que aquilo) que desanima um pouco quem queria ter visto mais do cinema brucutu.
No fim, levando em conta o estilo de filme e a exigência que se faz a esse gênero, eu não digo que o filme é ruim. Quem gosta do estilo, até pode gostar desse. Só deixo a advertência: para quem esperava um milk shake, esse filme está mais pra leite desnatado com achocolatado light. Os ingredientes estão todos lá, mas beeem menos concentrados.
Virgínia
2.3 256 Assista AgoraObservações preciosas que, após assistir a esse filme, devo anotar para referência futura:
1 - Nunca mais assistir um filme em que o Val Kilmer participe. (Pelo menos enquanto ele estiver fazendo questão de, ao invés de apenas envelhecer, se transformar no avatar da decadência
2 - Jamais achar que o fato de um filme ter o nome do Francis Ford Coppola no cartaz em algo que não seja a direção signifique automaticamente que esse filme vá ser bom.
Isso dito, deixo apenas claro aqui que essa tentativa de fazer um filme de suspense que não é suspense, e que sugere um terror que não tem coragem de ser terror, pareceu ter sido dirigida nos intervalos de uma gravação de comercial de empresa de telefonia... pelo pessoal da produção, enquanto o diretor tirava um cochilo no trailer. A única coisa impressionante aqui é como um filme com a participação de alguns profissionais que tem ou tiveram algum renome (pelo menos em algum momento de suas carreiras) como Bruce Dern, o próprio Kilmer, e Ben Chaplin consegue ser tão pífio e mal realizado.
(publicado por mim originalmente no blog http://quefilmebosta.blogspot.com.br/ em 26/06/2012)
Mato Sem Cachorro
3.0 544Vi, mas gostaria de não ter visto. A produção tem muitas falhas, o nível é muito mais próximo do de um programa de TV mediano. Já vi especiais de fim de ano na Globo com qualidade melhor que a desse filme.
A presença simpaticíssima do cão-protagonista e dos outros cãezinhos que figuram graciosamente no filme não consegue amenizar os problemas que incomodam e que listo a seguir:
• O som é péssimo. Na maioria do filme, os efeitos sonoros e músicas são muito mais audíveis que a voz dos atores. Não sei se é problema de dicção, se foi questão de equalização, de engenharia de som, mas é péssimo ver um filme brasileiro de 2013 ainda carregando essa característica tão marcante da pobreza do cinema nacional do passado. Uma das poucas coisas boas é o fato de que as músicas ficam em evidência, sendo que a trilha sonora é uma das poucas coisas do filme que escapam da mediocridade.
• O roteiro é fraquíssimo, pior que muitas produções televisivas sejam da TV aberta ou por assinatura.
• O personagem de Bruno Gagliasso é profundamente, extremamente, completamente idiota. Por mais que seja um filme leve, uma comédia romântica, é abissal a diferença de realidades entre o par romântico. A personagem de Leandra Leal é muito mais real, esperta, atual e simpática, próxima de uma pessoa verossímil. O personagem de Bruno, assim como seu primo, interpretado por Danilo Gentili, faz com que gere uma estranheza de como uma moça interessante como a Zoé de Leandra consegue se interessar por um total paspalho como o Deco de Bruno (e olha que nem o acho mau ator nem tenho nenhuma antipatia por ele, o personagem é que é imbecil demais.)
Tese Sobre um Homicídio
3.4 310 Assista AgoraO maior motivo a me fazer gostar desse filme é poder olhar com um certo orgulho para o cinema dos nossos vizinhos, que à moda do cinema espanhol contemporâneo, tem sabido produzir filmes com temas universais e com boa qualidade. A argentina e a espanha tem produzido bons filmes, que poderiam se passar (e terem sido feitos) em qualquer país, filmes que aproveitam algumas das tecnicalidades e acertos cinema americano, mas que evitam muito do seu "pipoquismo" exagerado e desnecessário. Também são filmes que fogem aos vícios regionalistas como o cinema brasileiro ainda insiste em fazer. Nesse ponto, na capacidade de fazer um cinema universal e cosmopolita, nossos hermanos estão quilômetros à nossa frente. Talvez quando nossos diretores aprenderem que cinema não é só faculdade de sociologia filmada, talvez cheguemos mais perto deles.
Pontos fortes: bom gosto na direção de imagens, atores mandando bem, atmosfera correta.
Pontos fracos: cenas de ação (as poucas que tem o filme) pessimamente coreografadas, parecendo coisa de novelas da globo, queda absurda da qualidade do roteiro na parte final do filme.
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista AgoraA segunda parte da saga de Bilbo Baggins me surpreendeu positivamente. Eu já tinha achado o primeiro tecnicamente competente, com uma ou outra perda de ritmo, talvez movida pela compreensível descrença na adaptação de um livro apenas para 3 filmes. Mas no primeiro filme, a equipe de roteiro conseguiu não só estruturar a história de maneira a fazer com que rendesse, como também equilibrar o conteúdo oferecido tanto ao gosto dos fãs novatos (que conhecem a saga da Terra Média muito mais pelo cinema que pelos livros) quanto para os fãs velhos (como eu, que leu O Hobbit e O Senhor dos Anéis em suas primeiras edições brasileiras, livros que saíram lá nos anos 70 pela perdida editora Artenova).
No segundo filme, o ritmo da história ficou um pouco mais uniforme, a introdução de novos personagens foi bastante aceitável em alguns casos (Bard, por exemplo, que no livro teve importância mas não teve background, coisa que o filme soube explorar bem) e dispensável em outros, como o improvável romancezinho estilo crepúsculo(!!!) entre uma elfa (!!!!!) e um anão com pinta de galã (!!!!!!!)... Tolkien deve ter se remexido na tumba, mas as pré-adolescentes tem que ter sua cota de suspiros, e pra ganhar dinheiro um filme tem que agradar à geração "romance idiotizado" não tem jeito.
O dragão Smaug com a voz de Benedict Cumberbatch foi um show à parte... Um belo acerto, talvez o mais belo, convincente e intimidador dragão que os efeitos especiais pra cinema já produziram.
Poder ver os elfos, notadamente nosso velho conhecido Legolas em ação mais tempo foi uma outra boa surpresa. Qual fã de RPG ou literatura de fantasia nunca quis ver uma cena de porradaria de Elfo contra Orc retratada no cinema? É por esse tipo de detalhe que acredito que mesmo com um erro aqui ou acolá, a saga segue bem, e continua equilibrando o gosto dos fãs velhos e dos novos.
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraRemakes são sempre complicados. É muito difícil se evitar o caminho fácil de comparar com a versão anterior, mesmo quando se está reinterpretando um livro, e não o filme anterior necessariamente.
Achei honesta a readaptação de Carrie para os dias de hoje. Seria absurdo comparar um trabalho tão autoral quanto o de Brian de Palma em 1976 com este de agora. Onde não havia toda a gama de efeitos especiais disponíveis hoje, o diretor de então utilizou-se de outro foco na história, o que acabou alterando a adaptação do livro mais em forma, apesar de não tanto em conteúdo.
A versão atual, escolhendo acertadamente um caminho diferente da anterior, procurou utilizar-se da tecnologia disponível para mostrar de maneira mais próxima os eventos mais fantásticos e impressionantes do livro, todo o deflagrar de acontecimentos após a festa de formatura e de maneira bem semelhante ao livro, deixar claro que o ocorrido foi um evento notável que chegou a ser investigado em instância governamental.
Apesar de a direção não ser o ponto forte do filme, discordo de alguns que comentaram antes, detonando a atuação da protagonista. Chloë conseguiu convencer ao interpretar uma Carrie muito mais reprimida (fiel ao retratado no livro) do que esquisita como Sissy Spacek nos anos 70. Vê-se ali uma menina que poderia ter sido normal, caso não tivesse sido criada da forma como foi, pela mãe que teve.
Julianne Moore também entrega uma performance convincente e competente como Margaret White.
Não é uma obra-prima, mas consegue fazer uma versão honesta do livro, e pode ser muito melhor apreciada se for referenciada diretamente a ele, e não ao filme de 1976.
RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos
3.4 454 Assista AgoraApós o primeiro filme, que teve excelentes desempenhos de Bruce Willis, Helen Mirren, John Malkovich e companhia, imaginei que num segundo filme iriam corrigir o roteiro fraco e os diálogos pobres que quase estragaram o primeiro filme, não fosse o carisma e o charme dos veteranos, competentes em seus papéis como eram seus personagens no mundo da espionagem.
Mas a dupla de roteiristas que quase conseguiu estragar o primeiro filme continuava lá, o que fez com que RED 2 se tornasse quase uma repetição do primeiro, tanto nos erros quanto nos acertos.
Mantiveram-se as boas atuações, com todo mundo à vontade, dando aquela impressão de estarem divertindo-se em seus papéis. Até mais que no primeiro filme. A dinâmica (ou não-dinâmica) da relação entre Frank Moses e sua namorada foi bem aproveitada, mas a incapacidade dos roteiristas em imprimir ritmo às cenas em certos momentos fazia com que boas situações se tornassem curtas demais, e em outros, esticava certas tramas além do necessário.
Acabamos ampliando o espectro de ação dos agentes, que dessa vez, à moda dos filmes clássicos de espionagem fizeram um tour por vários países, mas ao mesmo tempo conseguiram fazer com que certas transições de país para país passassem quase desapercebidas ou a coisa parecesse um tanto corrida demais.
Já disseram que vão fazer um terceiro filme da série... minha maior esperança é que a equipe de roteiro seja trocada. Aí sim poderei dar uma nota à altura que esses "bons velhinhos" merecem.
Red: Aposentados e Perigosos
3.5 1,2K Assista AgoraA premissa do filme (baseado numa história em quadrinhos do excelente roteirista Warren Ellis) é ótima, os atores envolvidos e a produção em si, são muito boas. Mas o roteiro é extremamente destoante. Os diálogos são truncados, e alguns personagens não rendem tudo que poderiam render na mão de atores tão bons principalmente por conta da mão pesada dos roteiristas Jon e Erich Hoeber, pouco experientes e só com filmes ruins até porem as mãos neste trabalho.
No fim, o carisma dos "velhinhos" (destacando Bruce Willis e Helen Mirren) consegue manter o filme acima do medíocre, embora não seja nem de longe tão bom quanto poderia se tivesse um roteiro mais competente e que fizesse jus à competência de Warren Ellis nas HQs que escreve.