Um dos filmes da franquia mais recheados de cenas de ação. Ethan Hunt faz coisas que o rivalizam com 007. Tudo a serviço de um bom roteiro. Peca por relegar os demais envolvidos na missão a plano muito secundário e o confronto final, embora eletrizante, é um pouco exagerado. Fotografia e trilha sonora aqui são elementos essenciais para o bom resultado da produção. "Efeito Fallout" demonstra que o velho Hunt ainda tem fôlego de sobra.
Walter Hugo Khouri é o poeta da insaciabilidade. Seu personagem recorrente (ou um alter ego, quem sabe) é um inconstante visceral. Em sua angustiada procura, ele se tortura e acaba eventualmente fazendo mal aos outros. O fotografia saturada, a música climática de Rogério Duprat e um elenco feminino de encher os olhos são alguns dos pontos altos desse marco da filmografia Khouriana.
Ao pensar nesse filme lembrei de uma canção de Guilherme Arantes que tem um verso marcante: "bandido, mocinho é tudo farinha do mesmo saco". Aqui os dois principais personagens que vivem um jogo de gato e rato são assim: não são classificáveis como bandido e mocinho. O filme nos coloca fora da casinha o maniqueísmo .
A abertura é até promissora, satirizando a abertura de filmes como 007. O personagem tem grande potencial. Algumas piadas metalinguísticas até que funcionam. O problema é que, para fazer graça, o filme quase sempre se apoia no humor rasteiro, que inclui piadinhas de cunho sexual e escatológicas. De resto, o que sobra é um filme de super-herói convencional disfarçado. Dizem o que segundo é melhor. Vou conferir.
O maior problema com "Olga" e que fizeram um retrato sem estofo humano. Em que pese o esforço interpretativo de Camila Morgado, um filme parece retratar uma máquina ideológica e não um personagem real.
"Bingo" é um belo exemplar de cinema comercial com ambições maiores do que apenas entreter. Tem momentos divertidos e pesados envolvendo o personagem principal Bingo / Augusto. Vladimir Brichta tem memorável atuação tanto nos momentos em que enverga a fantasia de palhaço como nas sequências que mostram seu inferno interior, mergulhado no álcool e nas drogas. O filme de estréia do montador Daniel Rezende é um cortante retrato ascensão e queda de um artista e, de quebra faz uma crítica ao esquecimento ao qual são relegados certos artistas nessa indústria que cada vez mais valoriza a juventude e o descartável.
Por muitos, WHK era chamado de “O Ingmar Bergman brasileiro”, por preferir tratar de angústias individuais em seus filmes. No entanto ele recusava o rótulo, afirmando que seu cinema se aproxima mais de Antonioni do que do cineasta sueco. Khoury é o poeta da solidão e da insaciabilidade. Seus personagens masculinos sempre estão em busca de mais e mais. “Noite Vazia” (bem como “As Amorosas”, ”Eros” e “Eu”) sintetiza essa busca desesperada que move os atormentados da galeira Khouriana. No primoroso elenco, reinam soberanas Norma Bengel e Odete Lara, ambas no auge da beleza e abundantes de talento.
Inicialmente o que me atraiu no filme foram as resenhas elogiosas. Depois foi a identificação com certas características do personagem: uso muito fones de ouvido, amo música e sofro de zumbido no ouvido. No entanto não sou muito ligado em carros. "Baby Driver" (título original) é prodigioso na combinação de música com a ação. A montagem combina o andamento das canções (a trilha é estupenda) com o ritmo das sequências. O resultado é eletrizante. Tanto o "herói" quanto as pessoas que ele encontra pelo caminho em sua rota de fuga são carismáticos e engraçados. Um passatempo despretencioso e divertido.
Michael Haneke conseguiu fazer um filme comovente apesar de sóbrio em todos os momentos. Atuações magistrais de Emanuelle Riva e Jean-Luis Trintignant.
A diretora Leandra Leal demonstra enorme carinho e respeito pelos personagens retratados. Há momentos divertidos e outros emocionantes como o depoimento do companheiro de Jane Di Castro, Fujica cantando sobre a voz de Roberto Carlos e o arrebatador discurso de Marquesa ao final. De quebra, Leandra homenageia o avô e presta uma homenagem ao teatro.
Com uma estrutura fragmentada e criativo uso do som, o filme vai justapondo temas como a desumanização do homem, a insegurança (que faz com que o cidadão passe a viver encarcerado em seu próprio lar e fique a mercê da milícia), a solidão e o saudosismo (a cena de um casal visitando um cinema em ruínas é belíssima), o coronelismo urbano e o autoritarismo na relação patrão-empregado. O diretor Kleber Mendonça Filho tece um painel de nossos tristes tempos, onde resquícios do passado vão sendo pisoteados pela expansão imobiliária.
Sublime adaptação da obra-prima de Graciliano Ramos. Nelson Pereiro transporta a aridez exalada no livro para as telas com rigor formal e perfeita sintonia com o material que tinha nas mãos. Atila Iório soberbo com o seu Fabiano. A sequência da morte da cachorra baleia é antológica.
Sem os excessos do melodrama e com enorme sensibilidade, a diretora Carla Simón vai mostrando o processo de adaptação de uma criança a um novo lugar e a uma nova família. As miudezas cotidianas tem a mesma importância que os conflitos da pequena Frida (Laia Artigas, fantástica). O final é comovente.
De Palma mescla as influências hitchcockianas a seu estilo sensual, brutal e sangrento. A dimensão psicológica é forte aqui, tal como é em "Psicose", do mestre inglês. O expectador fica entre a excitação e o medo sendo que qualquer detalhe pode revelar alguma coisa. Não se trata aqui de copiar mas de retrabalhar os elementos em prol de uma marca própria.
“Morangos” possui um rigor formal se abrir mão da sensibilidade. Trata-se de um filme sobre o envelhecimento e as perdas que ele traz. Com extrema habilidade Bergman põe no mesmo plano passado e presente para mostrar como os eventos passados marcaram sobremaneira a vida do protagonista (vivido magistralmente por Victor Sjostrom). Um marco na filmografia do diretor sueco.
Filmão de mistério e suspense, com ecos de Hitchcock e Brian de Palma. A medida que cada peça que é movida nesse tabuleiro mas abaladas se tornam as convicções iniciais do espectador. A excepcional trilha sonora de Fernando Velázquez emula Bernard Hermann, habitual colaborador do diretor de “Psicose” e é responsável em grande parte pelo clima de tensão e expectativa ao nível da exasperação. Toda essa excelência conflui para um final arrebatador. Um obra-prima no gênero.
O diretor Jonathan Demme (de "O Silêncio dos Inocentes") utiliza a fórmula do filme de tribunal e do melodrama em prol de um libelo contra o preconceito, mostrando o efeito social da AIDS. As sequência final, ao som de uma canção de Neil Young, é um grande apelo à emoção.
Tensão e suspense em alta voltagem com poucas chances de respiro. O personagem vivido por Dennis Weaver vive um verdadeiro inferno, perseguido por uma misteriosa carreta. Atmosfera opressiva reforçada por um belo trabalho de fotografia. E um jovem Spielberg na direção. Um clássico, cuja fórmula daria origem a outro "cult": "O Carro - A Máquina do Diabo", de Elliot Silverstein, de 1977.
Em uma entrevista da época, o diretor Robert Altman declarou que "quanto maior é uma cerimônia de casamento, mais ridícula fica". E nesse filme ele é impiedoso com seus personagens. Um critíca ácida entregue por um diretor em grande forma na época.
O filme é repleto de sacadas visuais interessantes como mostrar o jogo na tela com definição pobre e a "realidade" dos "bastidores", ou seja a vida "real" dos personagens como definição sofisticada. A interação entre personagens de games diferentes rende momentos divertidos. No entanto a trama é previsível e sofre com algumas quedas de ritmo e interesse. Inicialmente movido pela vaidade, Ralph leva a tradicional lição de moral. Mas aí é regra deixar mensagens positivas.
Embora aborde a intolerância racial, "Em Pedaços" tem como tema central a dor da perda. O diretor Fatih Akin nos mostra de maneira cirúrgica o processo pelo qual passa a personagem Katja (Diane Kruger, extrairdinária), desde a profunda depressão, a tentativa de suicídio até o impeto de vingança contra os supostos autores do atentado que lhe tirou a família. O diretor alemão de origem turca combina drama psicológico, filme de tribunal e thriller com maestria e ainda entrega um pungente libelo contra o ódio racial.
O diretor Sean Baker demonstra enorme carinho com seus personagens, em especial com as crianças. Sem julgamentos morais, ele vai mostrando os dramas e pequenas alegrias de um galeria humana à margem das luxuriantes disneylândias que exercem seu apelo de maneira tão fisicamente tão próxima e ao mesmo tempo tão distante da realidade desses párias. Um contraste violento que o diretor mostra com sutileza.
O tom naturalista que predomina é quebrado vez por outra pela ampliação do som de um helicóptero. Quase não há trilha incidental (exceto na emocionante sequência final). Ah, sim, a música "Celebration", do Kool and the Gang, que e utilizada durante os letreiros de abertura, me pareceu mais um toque irônico ou uma celebração à alegria infantil. A canção significativamente é interrompida bruscamente quando some o último crédito como se tivesse nos jogando na cara "ok, agora vamos a realidade crua!"
No elenco excepcional, a atriz mirim Brooklin Prince Mostra uma espontaneidade impressionante, como Moonee. A atriz Bria Vinaite, nascida na Lituânia (aqui em seu primeiro trabalho no cinema), vive a amoral mãe da menina com sangue nos olhos. Willem Dafoe está absolutamente a vontade no papel de Bobby, que, mais do que um gerente de hotel, age como um "paizão" onde consegue.
Missão: Impossível - Efeito Fallout
3.9 788Um dos filmes da franquia mais recheados de cenas de ação. Ethan Hunt faz coisas que o rivalizam com 007. Tudo a serviço de um bom roteiro. Peca por relegar os demais envolvidos na missão a plano muito secundário e o confronto final, embora eletrizante, é um pouco exagerado. Fotografia e trilha sonora aqui são elementos essenciais para o bom resultado da produção. "Efeito Fallout" demonstra que o velho Hunt ainda tem fôlego de sobra.
Eros, O Deus do Amor
3.3 12Walter Hugo Khouri é o poeta da insaciabilidade. Seu personagem recorrente (ou um alter ego, quem sabe) é um inconstante visceral. Em sua angustiada procura, ele se tortura e acaba eventualmente fazendo mal aos outros. O fotografia saturada, a música climática de Rogério Duprat e um elenco feminino de encher os olhos são alguns dos pontos altos desse marco da filmografia Khouriana.
Viver e Morrer em Los Angeles
3.8 91 Assista AgoraAo pensar nesse filme lembrei de uma canção de Guilherme Arantes que tem um verso marcante: "bandido, mocinho é tudo farinha do mesmo saco". Aqui os dois principais personagens que vivem um jogo de gato e rato são assim: não são classificáveis como bandido e mocinho. O filme nos coloca fora da casinha o maniqueísmo .
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraA abertura é até promissora, satirizando a abertura de filmes como 007. O personagem tem grande potencial. Algumas piadas metalinguísticas até que funcionam. O problema é que, para fazer graça, o filme quase sempre se apoia no humor rasteiro, que inclui piadinhas de cunho sexual e escatológicas. De resto, o que sobra é um filme de super-herói convencional disfarçado. Dizem o que segundo é melhor. Vou conferir.
Olga
3.8 1,3K Assista AgoraO maior problema com "Olga" e que fizeram um retrato sem estofo humano. Em que pese o esforço interpretativo de Camila Morgado, um filme parece retratar uma máquina ideológica e não um personagem real.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista Agora"Bingo" é um belo exemplar de cinema comercial com ambições maiores do que apenas entreter. Tem momentos divertidos e pesados envolvendo o personagem principal Bingo / Augusto. Vladimir Brichta tem memorável atuação tanto nos momentos em que enverga a fantasia de palhaço como nas sequências que mostram seu inferno interior, mergulhado no álcool e nas drogas. O filme de estréia do montador Daniel Rezende é um cortante retrato ascensão e queda de um artista e, de quebra faz uma crítica ao esquecimento ao qual são relegados certos artistas nessa indústria que cada vez mais valoriza a juventude e o descartável.
O Pagador de Promessas
4.3 363 Assista AgoraO filme une rigor estético com uma candente mensagem política infelizmente atual até hoje.
Noite Vazia
4.1 88Por muitos, WHK era chamado de “O Ingmar Bergman brasileiro”, por preferir tratar de angústias individuais em seus filmes. No entanto ele recusava o rótulo, afirmando que seu cinema se aproxima mais de Antonioni do que do cineasta sueco. Khoury é o poeta da solidão e da insaciabilidade. Seus personagens masculinos sempre estão em busca de mais e mais. “Noite Vazia” (bem como “As Amorosas”, ”Eros” e “Eu”) sintetiza essa busca desesperada que move os atormentados da galeira Khouriana. No primoroso elenco, reinam soberanas Norma Bengel e Odete Lara, ambas no auge da beleza e abundantes de talento.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraInicialmente o que me atraiu no filme foram as resenhas elogiosas. Depois foi a identificação com certas características do personagem: uso muito fones de ouvido, amo música e sofro de zumbido no ouvido. No entanto não sou muito ligado em carros. "Baby Driver" (título original) é prodigioso na combinação de música com a ação. A montagem combina o andamento das canções (a trilha é estupenda) com o ritmo das sequências. O resultado é eletrizante. Tanto o "herói" quanto as pessoas que ele encontra pelo caminho em sua rota de fuga são carismáticos e engraçados. Um passatempo despretencioso e divertido.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraMichael Haneke conseguiu fazer um filme comovente apesar de sóbrio em todos os momentos. Atuações magistrais de Emanuelle Riva e Jean-Luis Trintignant.
Divinas Divas
4.3 133 Assista AgoraA diretora Leandra Leal demonstra enorme carinho e respeito pelos personagens retratados. Há momentos divertidos e outros emocionantes como o depoimento do companheiro de Jane Di Castro, Fujica cantando sobre a voz de Roberto Carlos e o arrebatador discurso de Marquesa ao final. De quebra, Leandra homenageia o avô e presta uma homenagem ao teatro.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraCom uma estrutura fragmentada e criativo uso do som, o filme vai justapondo temas como a desumanização do homem, a insegurança (que faz com que o cidadão passe a viver encarcerado em seu próprio lar e fique a mercê da milícia), a solidão e o saudosismo (a cena de um casal visitando um cinema em ruínas é belíssima), o coronelismo urbano e o autoritarismo na relação patrão-empregado. O diretor Kleber Mendonça Filho tece um painel de nossos tristes tempos, onde resquícios do passado vão sendo pisoteados pela expansão imobiliária.
Vidas Secas
3.9 276Sublime adaptação da obra-prima de Graciliano Ramos. Nelson Pereiro transporta a aridez exalada no livro para as telas com rigor formal e perfeita sintonia com o material que tinha nas mãos. Atila Iório soberbo com o seu Fabiano. A sequência da morte da cachorra baleia é antológica.
Verão 1993
3.8 45 Assista AgoraSem os excessos do melodrama e com enorme sensibilidade, a diretora Carla Simón vai mostrando o processo de adaptação de uma criança a um novo lugar e a uma nova família. As miudezas cotidianas tem a mesma importância que os conflitos da pequena Frida (Laia Artigas, fantástica). O final é comovente.
Vestida Para Matar
3.8 252 Assista AgoraDe Palma mescla as influências hitchcockianas a seu estilo sensual, brutal e sangrento. A dimensão psicológica é forte aqui, tal como é em "Psicose", do mestre inglês. O expectador fica entre a excitação e o medo sendo que qualquer detalhe pode revelar alguma coisa. Não se trata aqui de copiar mas de retrabalhar os elementos em prol de uma marca própria.
Morangos Silvestres
4.4 656“Morangos” possui um rigor formal se abrir mão da sensibilidade. Trata-se de um filme sobre o envelhecimento e as perdas que ele traz. Com extrema habilidade Bergman põe no mesmo plano passado e presente para mostrar como os eventos passados marcaram sobremaneira a vida do protagonista (vivido magistralmente por Victor Sjostrom). Um marco na filmografia do diretor sueco.
Um Contratempo
4.2 2,0KFilmão de mistério e suspense, com ecos de Hitchcock e Brian de Palma. A medida que cada peça que é movida nesse tabuleiro mas abaladas se tornam as convicções iniciais do espectador. A excepcional trilha sonora de Fernando Velázquez emula Bernard Hermann, habitual colaborador do diretor de “Psicose” e é responsável em grande parte pelo clima de tensão e expectativa ao nível da exasperação. Toda essa excelência conflui para um final arrebatador. Um obra-prima no gênero.
Filadélfia
4.2 907 Assista AgoraO diretor Jonathan Demme (de "O Silêncio dos Inocentes") utiliza a fórmula do filme de tribunal e do melodrama em prol de um libelo contra o preconceito, mostrando o efeito social da AIDS. As sequência final, ao som de uma canção de Neil Young, é um grande apelo à emoção.
Encurralado
3.9 432 Assista AgoraTensão e suspense em alta voltagem com poucas chances de respiro. O personagem vivido por Dennis Weaver vive um verdadeiro inferno, perseguido por uma misteriosa carreta. Atmosfera opressiva reforçada por um belo trabalho de fotografia. E um jovem Spielberg na direção. Um clássico, cuja fórmula daria origem a outro "cult": "O Carro - A Máquina do Diabo", de Elliot Silverstein, de 1977.
Cerimônia de Casamento
4.0 9Em uma entrevista da época, o diretor Robert Altman declarou que "quanto maior é uma cerimônia de casamento, mais ridícula fica". E nesse filme ele é impiedoso com seus personagens. Um critíca ácida entregue por um diretor em grande forma na época.
Apenas o Vento
3.6 14O filme tem uma atmosfera exasperante, por causa de um constante clima de medo que envolve os personagens. Um tocante libelo contra o racismo.
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraO filme é repleto de sacadas visuais interessantes como mostrar o jogo na tela com definição pobre e a "realidade" dos "bastidores", ou seja a vida "real" dos personagens como definição sofisticada. A interação entre personagens de games diferentes rende momentos divertidos. No entanto a trama é previsível e sofre com algumas quedas de ritmo e interesse. Inicialmente movido pela vaidade, Ralph leva a tradicional lição de moral. Mas aí é regra deixar mensagens positivas.
Em Pedaços
3.9 235 Assista AgoraEmbora aborde a intolerância racial, "Em Pedaços" tem como tema central a dor da perda. O diretor Fatih Akin nos mostra de maneira cirúrgica o processo pelo qual passa a personagem Katja (Diane Kruger, extrairdinária), desde a profunda depressão, a tentativa de suicídio até o impeto de vingança contra os supostos autores do atentado que lhe tirou a família. O diretor alemão de origem turca combina drama psicológico, filme de tribunal e thriller com maestria e ainda entrega um pungente libelo contra o ódio racial.
Projeto Flórida
4.1 1,0KO diretor Sean Baker demonstra enorme carinho com seus personagens, em especial com as crianças. Sem julgamentos morais, ele vai mostrando os dramas e pequenas alegrias de um galeria humana à margem das luxuriantes disneylândias que exercem seu apelo de maneira tão fisicamente tão próxima e ao mesmo tempo tão distante da realidade desses párias. Um contraste violento que o diretor mostra com sutileza.
O tom naturalista que predomina é quebrado vez por outra pela ampliação do som de um helicóptero. Quase não há trilha incidental (exceto na emocionante sequência final). Ah, sim, a música "Celebration", do Kool and the Gang, que e utilizada durante os letreiros de abertura, me pareceu mais um toque irônico ou uma celebração à alegria infantil. A canção significativamente é interrompida bruscamente quando some o último crédito como se tivesse nos jogando na cara "ok, agora vamos a realidade crua!"
No elenco excepcional, a atriz mirim Brooklin Prince Mostra uma espontaneidade impressionante, como Moonee. A atriz Bria Vinaite, nascida na Lituânia (aqui em seu primeiro trabalho no cinema), vive a amoral mãe da menina com sangue nos olhos. Willem Dafoe está absolutamente a vontade no papel de Bobby, que, mais do que um gerente de hotel, age como um "paizão" onde consegue.