Para quem gosta de filmes sobre espionagem, "O anjo do Mossad" é um ótimo filme. Interessante ler sobre quem foi Ashraf Marwan. Sobre o longa, o mesmo relata fatos históricos, que vão além da vida de Ashraf Marwan, como a guerra dos seis dias, a tomada de território egípcio por Israel, a influência da Líbia, sabemos um pouco mais sobre o líder líbio Muammar Gaddafi e alguns detalhes daquela conturbada fase do oriente Médio, o tratado de paz entre Egito e Israel e outras informações, ainda que "en passant", sobre como era e ainda é, a complicada, complexa e quase indecifrável situação no Oriente Médio. Recomendo.
À princípio, imaginei ser um filme sobre uma família tradicional japonesa, com problemas "comuns", assim como alguns que já vi e que não demonstraram tanta veemência nos contrastes dentro do núcleo familiar e fora dele. Porém, ao ler a sinopse e alguns comentários aqui, deduzi que não se tratava "apenas" disso, mas sim, de uma interpretação muito mais complexa e até em relação ao entendimento do longa, em seus detalhes, não mostrados ou que passaram despercebidos por mim. Excelentes interpretações, história triste de um Japão pouco lembrado, mas muito existente, de mentes perturbadas e conflitos interiores intensos e perturbadores.
Uma parte da história eu não entendi e quem a entendeu, se puder explicar, agradeço: Quando Hatsue (a avó) vai à casa dos pais de Aki, vê um porta-retrato, a foto de uma jovem, que segundo os pais, era a filha mais velha que teria ido para a Austrália. Mas na verdade, Aki já morava com a "avó" (entre aspas, pq,na verdade, talvez nem Hatsue fosse a avó verdadeira). Deduzi que o pai combinou a história da Austrália com a "avó", sem que a mãe soubesse, dava dinheiro para Hatsue por conta do roubo que tinha cometido contra o ex-marido dela e que nem o pai e nem a mãe de Aki se importaram em saber onde a filha realmente estava (era uma garota de programa). Não lembro em que parte aparece Aki tomando a decisão de sair de casa e ir parar em um show erótico, pode ser implícito essa questão. Enfim, como quase tudo naquela família é uma mentira (a não ser o amor de Aki pela "avó" e o apego, finalmente de Shota por Osamu, qualquer dúvida me parece comum. Obrigado pra quem leu até aqui.
Em caso de alguma dúvida de quem foi melhor, o filme ou Anthony Hopkins, cinco estrelas para os dois. Mais uma magistral interpretação de Hopkins, absolutamente inigualável.O filme, uma obra-prima sobre uma doença que atinge à todos, um dos grandes males da Humanidade. Excepcional.
Sem entrar no mérito do aborto, tema sempre polêmico, controverso, o filme “Nunca, raramente, às vezes, sempre” , traz o retrato angustiante, de tantas mulheres, jovens ou não, quando enfrentam uma tomada de decisão referente ao assunto. O filme, mais um, fala de escolhas e essas, dão o significado às nossas vidas, em várias medidas, pois,a partir das escolhas que fazemos, os desdobramentos, inevitáveis, carregamos para o resto da vida, seja de uma forma consciente ou não. E a escolha que Autumn fez, ao sair de uma cidade provinciana da Pensilvania com sua prima Skylar de procurar em Nova Iorque, uma solução para uma gravidez indesejada, torna-se para ela, apesar do aparente ar de solidez em sua resolução, uma “odisseia”, não apenas literal, em meio à uma megalópole que não conhecia, mas interiormente falando. Há momentos de absoluta convicção, mas há momentos de incertezas e inseguranças, compreensíveis, uma jovem de dezessete anos. O filme passa também, a solidez de uma amizade,e a diretora faz questão de deixar isso bem evidente, em momentos que, em função das circunstâncias e pela idade de ambas, Autumn poderia ser deixada à sós. Mas ambas seguem, no propósito de tentar interromper a gravidez e em cenas de extrema sensibilidade artística, percebemos o quão frágil podemos ser, no meio do “caos intimista”, se não tivermos, às vezes de forma literal, a mão amiga ou desconhecida para nos amparar e nos assegurar de que, o que fazemos, em meio ao turbilhão de pensamentos da juventude, não é errado: É sobre o nosso corpo, a nossa vontade e sobretudo, como, quem e o que acarretou aquilo tudo. A expressão de Sidney Flanigan ao ser questionada em assuntos íntimos, dá o tom da dor, angústia e sofrimento pelo que vivenciou e por consequência, pelo que a levou a procura pela tentativa do aborto. A cena, quando uma das respostas dá nome ao longa,é uma das mais marcantes do cinema e mostra que, apesar de jovem, Sidney Flanigan, é uma atriz promissora e faz um papel introspectivo impressionante. Recomendo.
Os filmes espanhóis são geralmente muito bons. Tendo um elenco como “Durante a tormenta”, espera-se que seja um melhor ainda, embora, nem todo elenco, ainda que “estelar” (que não é o caso aqui), conduza algum filme ao título de “ótimo”. Gosto muito da Adriana Ugarte (além de muito bonita, uma boa atriz) e do Álvaro Morte, o eterno professor de “La casa de papel”. Porém, este filme é uma verdadeira viagem, literalmente, no tempo e no espaço, onde surgem vidas paralelas, passados, presentes e futuro, até que fiquei, em alguns momentos, confuso, porque talvez, propositadamente, o diretor Oriol Paulo, o mesmo do excelente “Um contratempo”, criou três histórias que se misturam na cabeça de Vera Durán (Ugarte), depois de uma conversa por uma televisão com um garoto,provocando desdobramentos que modificariam os seus passados e incertezas quanto à volta à “realidade presente”. O tema de viagem no tempo sempre me fascinou, mas tratando-se, para meu gosto, bem que se diga, de “condições normais”, como ,para quem já não é tão jovem, o seriado “O túnel do tempo”, a trilogia “De volta para o futuro”, “Click” e “Efeito borboleta”, sendo que este último esteja, a meu ver, mais próximo, no que tange às consequências dos nossos atos para a definição, não apenas do presente, mas do futuro. O longa “Durante a tormenta” segue uma linha com três histórias, que confesso, preciso rever, porque em alguns momentos fiquei em dúvida quanto ao caráter de alguns personagens e principalmente, qual papel que eles desempenhavam em cada história e sobretudo, qual era, efetivamente, a verdadeira. Enfim, para quem gosta de filmes onde misturam-se drama, suspense e ficção científica em grau puro, é um bom filme.
Quando vi a altíssima nota para o filme, fiquei mais curioso ainda para assistir. Vi e gostei muito, a ponto de comprar, o único trabalho que conheci até então do diretor Peter Bogdanovich : “The Last Picture Show”, “A última sessão de cinema”, também em preto e branco, a meu ver, uma obra prima. No entanto, “Paper moon” (Lua de papel), não me fez sentir a mesma “comoção”, embora há alguns aspectos positivos no longa, tais como as atuações excelentes de Ryan O'Neal e Tatum O'Neal, pai e filha na vida real e que no filme, representam quase isso também, embora não fique explícita essa relação tão íntima. A filmagem em p & b ajuda muito na fotografia, bem como ao retratar os famosos e tristes anos 30 americanos. Um “road movie” envolvente, pela inicial ingenuidade de Addie e pela falta de escrúpulos de Moses. Merecidíssimo prêmio de melhor atriz coadjuvante para Tatum O'Neal, a garotinha com nove anos à época. Os diálogos também foram muito bem produzidos e dirigidos, o enredo bem acertado, destacando até com certa obviedade, a carência e a necessidade de Addie ter um pai, ou até mesmo uma família, porém, a vida que teve, até encontrar Moses, “aperfeiçoou” nela, um outro instinto, que poderia soar pueril pela idade e época, porém, tornou-se quase perverso, sob pontos de vistas legais, porque ela participou de tudo o que Moses fez de errado. O final, a meu ver, foi até certo ponto previsível, o que frustrou um pouco a minha expectativa. Talvez tenha que revê-lo, para tentar entender uma nota tão alta, fato raro e que chama a atenção, respeitando sempre, as opiniões contrárias que viram no filme, a "masterpiece" que não consegui enxergar.
Foram dez indicações ao Oscar 2014, com sete premiações, sendo seis, técnicas: Efeitos visuais, mixagem de som, edição de som, trilha sonora original, montagem e fotografia.Além do prêmio de melhor direção.Como achar um filme deste, ruim? Podemos classificá-lo não como um grande filme, sem uma história inesquecível, por exemplo, mas nunca como um mau filme. E houve uma história sim, por trás de toda aquela coisa "mágica" dos prêmios técnicos: Explicitamente o filme falou da coragem e da fraqueza do ser humano.De enfrentar ou não os problemas "lá embaixo" ou ficar "aqui em cima", longe de tudo e de todos.Uma fuga para o "lugar algum", Literalmente preferir, ou não, ficar no espaço sideral, sem lidar com os humanos e seus dramas.Enfrentar o que fatalmente seria uma luta para a sobrevivência ao voltar para a Terra, ou ficar ali, inerte, na imensidão do nada, demonstração de uma atitude egocêntrica e aparentemente confortável, em frente a um sério revés da vida. Ou seja: o filme retrata, ainda que não em seu todo, ao menos em partes, mais uma vez, a questão das escolhas.Que invariavelmente fazemos na vida.O "ficar no vazio", no "silêncio absoluto" é viver intrínsicamente, sem a coragem para passar por aquilo que nos afronta, nos aflige. E quem nunca teve esta dúvida de pelo menos em alguma situação, preferir a imensidão do nada? Boa atuação de Bullock. Clooney cumpriu o que qualquer outro ator faria.Recomendo.
Filme excelente que trata de sentimentos comuns, embora alguns apareçam subjetivos na trama, como vingança, frustração, hipocrisia, inveja,sarcasmo; todos presentes, ou no personagem central , magnificamente interpretado por Oscar Martinez como o escritor que ganha o Nobel de Literatura, Daniel Mantonvani, ou nas pessoas que encontrará em Sallas, sua terra natal, no sul da Argentina, ao receber um convite para ser prestigiado e ao mesmo tempo, “dar a notícia ao mundo”, que aquela provinciana cidade existe. Neste contexto de prestigio recíproco, afloram-se aqueles sentimentos nada humanitários, que farão Mantovani pensar que, em meio a inúmeros convites no universo literário, dentro e fora da Espanha onde vive, o porquê de escolher a cidade onde cresceu e foi criado. Em um misto de educação e simpatia com ironias e realidades tão distintas, o filme escancara que certas coisas do passado, ou o próprio, inteiramente, deve ser esquecido. Se não tanto, algumas situações, lugares e pessoas deveriam ser olvidados, para o nosso bem estar emocional. Recomendo.
Infelizmente não consegui assistir até o final. Digo infelizmente, porque os atores estão bem e a direção me parecia firme. Porém, não é a melhor fotografia em branco e preto que já vi e a história, contada e mantida por dois personagens,está, a meu ver, longe de ser atraente, como em outros filmes, de grandes diretores.Extremamente lento, cansativo, talvez, no meu caso, pelo horário que assisti. Mas não vou tentar revê-lo. Respeito quem gostou, mas para mim, ficam na memória apenas as grandes interpretações de Willem Dafoe (que nunca foi novidade, ele é mesmo um grande ator) e Robert Pattinson, "deslocando-se" completamente do "eterno" Crespúsculo. No mais, não gosto de dizer, mas um filme chato.
Uma das maiores injustiças na premiação do Oscar, foi com a obra prima do diretor Steven Spielberg, “A cor púrpura”. Este belíssimo filme foi indicado a onze estatuetas e não levou uma sequer. Com interpretações memoráveis, o longa conta a história de Celie (Whoopi Goldberg ), que na adolescência foi estuprada pelo pai, teve dois filhos , que assim que nasceram, foram levados por um casal. Celie torna-se, mais tarde, esposa de Mr Albert (Danny Glover ), que a vê apenas como uma empregada, com a missão exclusiva de o servir. Celie fica amiga quase inseparável de sua irmã, Nettie (Akosua Busia), até Mr Albert expulsá-la de casa, ficando assim, Celie cada vez mais exposta à condição de serviçal, sem proteção. Spielberg, aqui, com outra direção impecável, faz um verdadeiro drama humano, vivido por personagens marcantes e histórias de emocionar. Com belíssimas atuações de Goldberg (indicada como melhor atriz), Glover e Oprah Winfrey , fazendo sua estréia nos cinemas(indicada como melhor atriz coadjuvante), o longa mostra toda a opressão, humilhação, machismo , preconceito e a ausência de direitos, explicitando de forma extraordinária, a condição feminina entre negros, no início do século XX. Com exuberante fotografia e trilha sonora marcante, como “Miss Celie's Blues “, de Quincy Jones, interpretada por Margaret Avery , “A cor púrpura” é um daqueles filmes que ficam na memória por muito tempo, pelo prazer de constatar que, atrizes e atores, jovens à época, iriam se consagrar como grandes personalidades no mundo das artes, pela dedicação de corpo e alma às suas personagens e que Steven Spielberg sabe dar vida não apenas à ficção, propriamente dita, mas dirige, com maestria, grandes adaptações de roteiro. Altamente recomendado.
O filme, além dos movimentos rápidos da protagonista ( e põe rápido nisso), propõe, claramente que, na vida, nem sempre temos a oportunidade de escolher opções.A história de Lola mostra que, dentre outras coisas, tomar decisões erradas ou precipitar-se ao toma-las, pode gerar consequências imprevisíveis, tanto para a personagem (para nós, também, claro), como para outros. Podemos mudar, até de uma forma drástica, nossa vida e de quem nos cerca, conhecidos ou não, dependendo do que escolhemos e de que forma. Por isso, a necessidade de pensarmos bem (caso haja tempo pra isso), antes de termos inciativa em algo que demanda tanta importância, que é o caso de Lola e seu namorado. No filme, Lola tem que que ter uma atitude em curto espaço de tempo e com isso, não leva em conta, o que pode acarretar em sua vida e na das outras pessoas. Porém, diferentemente da vida real, ela ainda tem algumas oportunidades que são mostradas com clareza, na tentativa de solucionar um problema crítico. Para isso, usa todas as formas de conseguir seu objetivo, de maneira quase irracional, correndo , literal e desesperadamente contra o tempo, acompanhada por uma trilha sonora de tirar o fôlego, que faz do filme, um “frenesi” total, de cenas que deixa o telespectador ansioso por qual meio ela consegue, ou não ,terminar sua “missão”. Aparentemente despretensioso, o filme é uma pequena amostra de que na vida, escolhas são fundamentais. E nem sempre temos mais de uma oportunidade para fazê-las.
O filme passa em uma “nova ordem mundial”, onde o planeta, que se configura como um lugar extremamente crítico em disponibilizar alimentos e condições dignas de vida, governantes, ou especificamente, uma organização, cria uma lei, onde cada família só pode ter um (a) filho(a).O controle populacional então, se faz necessário, porém, com métodos extremamente ortodoxos, criados pela "Lei de Alocação de Crianças" ,onde são levados os filhos(as) cuja famílias têm mais de um(a). Uma dessas famílias,é duramente atingida por essa medida e controle rígido, porque é formada por sete irmãs, que ao nascerem, cada uma leva o nome de cada dia da semana e tentam manter-se incógnitas perante o governo, tarefa nada fácil e que leva, naturalmente o filme a alguns erros,mas que, como divertimento, destacando as várias cenas de ação,é um “prato cheio”. Filme com forte apelo distópico, porém, não surreal, uma vez que é possível , em futuro distante, a continuar as políticas de despreocupação com a Natureza, termos a situação do crescimento da população e suas consequências, como algo verdadeiro, claro, distante das medidas tomadas no filme, que a meu ver, lembra, guardadas todas as devidas proporções, a excepcional série, The Handmaid's Tale. As sete irmãs, “dão vida” às suas personagens, a ponto de esquecermos, em alguns momentos, o ponto central, que é a política, impregnada de forma nada sutil,mas que passa despercebida, em função das atuações e peripécias das “meninas”. Para quem gosta de ação, sem se preocupar em detalhes políticos/técnicos do longa, divertimento garantido.
Belíssimo filme de Sergio Castellitto, intenso, tenso, dramático, devastador e perturbador. que fala em angústias, traição, arrependimento, imposições, diferenças sociais, acomodações, vida apaixonante e morte como solução única, sexualidade exacerbada, necessidade imperiosa do prazer através do sexo selvagem, bruto, sem sentimentalismo, até Timóteo e Itália perceberem que podem oferecer mais que isso, um ao outro.A partir daí, o filme ganha contornos de uma dramaticidade que afetará a vida de todos. Fotografia esplêndida, direção impecável do próprio Sérgio Castellitto e Penélope Cruz, em uma das suas melhores atuações. E para os desavisados, que criticaram e/ou não entenderam o porquê da atriz estar feia e tão desarrumada, o filme, a história exigia isso: a caracterização de uma mulher ingênua, pobre, sem perspectiva, vivendo à margem da vida, em um casebre quase promíscuo. E é essa caracterização física de Penélope Cruz, que dá à ela,a oportunidade de interpretar, com maestria um dos papéis mais difíceis de sua carreira. Super recomendo. Obs: Cuidado que nos comentários abaixo, há "spoilers", sem avisos.
Vinicius, ia ver o filme com expectativa imensa, porém, ao ler teu comentário, a expectativa diminui em noventa por cento. Cara, você fez alguns "spoilers" que simplesmente não deveria, embora tenha o direito de escrever o que quiser, porém, ao citar partes do filme que nem na sinopse estão em ninguém até agora contou, você estraga a surpresa. Embora você tenha direitos, entenda que os outros usuários também têm.E um deles, aqui neste site, pelo menos, é contar com bom senso de quem assistiu, faz a sua crítica, porém, sem contar detalhes literais e objetivos dos filmes. Abraços.
Filme com características de "thriller psicológico" do que propriamente um drama e mais que um filme policial, "Marcas da violência" nos mostra como podemos ter reações a certos acontecimentos, que supostamente não consegueríamos ter, sobretudo nas relaçoes pessoais/familiares, depois de traumas vivenciados de uma maneira brutal e inesperada. Mais uma vez o diretor David Cronenberg "acerta a mão" e nos traz uma película que nos faz pensar sobre nossas companhias, parceiros e naquilo que podemos fazer de bom e de ruim. Viggo Mortensen com uma atuação impactante e única.O que estranhei muito não ter sido nem indicado como melhor ator.A surpresa foi a indicação como melhor ator coadjuvante para William Hurt e Maria Belo, para melhor atriz no Globo de Ouro, Injustificáveis, a meu ver, em que pese papéis importantes na trama. Família, traumas, insegurança e perfil psicótico presentes. Recomendo.
Com alguns spoilers nos comentários logo abaixo, eu perco a vontade de dar minha opinião. O site, bem como os usuários, deveriam ter mais cuidado com isso. Afinal, ninguém quer saber o final do filme. No caso de "Guerra", deixaram claro que o comandante foi absolvido em seu julgamento, ponto alto da trama, É de doer.
Há quem diga que o luto pode ser eterno. Juntamente com a culpa e remorso, essa definição de eternidade é muito adequada e perceptível,quando assistimos ao filme "Manchester à beira-mar". Lee Chandler é um homem amargurado, mal-humorado, sem esperança de algo que possa acontecer de bom e bem sucedido em sua vida, porém, ele tem fortes razões para isso. Seu comportamento taciturno em praticamente todo o filme, não poderia ser diferente, em vista de tantos acontecimentos funestos e de difícil aceitação. E essa "não aceitação", por óbvios motivos, desencadeia em Chandler, uma espécie de "casca", de "casulo" onde tenta se proteger de pessoas e circunstâncias que podem levá-lo, novamente à situações que ele desesperadamente teme acontecer .Dentro desta visão, o longa nos mostra, de maneira "claustrofóbica", a vida de um homem perturbado pelo seu passado sombrio, de fortes dores e culpas, o que leva o personagem a "perambular" por lugares quase fechados, a manter os diálogos igualmente em ambientes pequenos,escuros, reflexos naturais de seu estado de espírito absurdamente introspectivo .Percebe-se claramente essa "claustrofobia", nas conversas que se passam boa parte dentro de um carro, no pequeno quarto onde Chandler morou ,nos bares e depois na casa simples e "fechada" para onde se mudou.E quando os diálogos saem às ruas, o sol não aparece.A única claridade que se observa, é a neve.O ambiente frio em todo o filme,nas tomadas externas, combina excepcionalmente com os diálogos que tem com seu sobrinho Patrick (trabalho excepcional de Lucas Hedges). Conversas curtas, frias e fortes como o clima que os cerca: muita neve, sem espaços para a luz, para o entendimento. Apenas o branco da nevasca que parece não ter fim, assim como o sofrimento de Chandler. E em uma única cena, extremamente forte emocionalmente falando, nos dá a mais nítida sensação pelo que passa o protagonista: de uma culpa infinita, de uma dor incalculável e que representa, em tese, o fim, a desesperança e a entrega total ao "nada". Se foi merecido Oscar a Casey Affleck ? Não sei. Se qualquer outro ator teria aquela fisionomia aparentemente "blasé" em todo o filme, que foi revertida em sofrimento? Talvez. Nesta questão, fico em dúvida para o maravilhoso trabalho de Denzel Washington. "Manchester à beira-mar" é um filme que com certeza, vale a pena ser visto. E a dor, compreendida.
Filme excepcional, mais um dirigido pelo competente Clint Eastwood. Para completar a singularidade do longa, ainda temos Sean Pean(Globo de Ouro e Oscar/melhor ator), Tim Robbins(Globo de Ouro e Oscar /melhor ator coadjuvante), Kevin Bacon e a também indicada ao Oscar por melhor atriz coadjuvante Marcia Gay Harden. O filme ainda recebeu o Palma de Ouro no Festival de Cannes(melhor diretor) e o Prêmio César como melhor filme de língua estrangeira. Sobre o filme: Forte, intenso, tenso e dramático, com ótimo roteiro adaptado e excelentes interpretações.Trama muito bem conduzida e feita de maneira a deixar o espectador sempre em alerta em descobrir o culpado. As performances de Sean Pean e de Tim Robbins são de arrepiar. As dúvidas deixadas na história nos prendem bastante.A cena final, do diálogo entre a esposa de Jimmy e o próprio, dentro do quarto,poderia ser descartada,não fosse a intenção do diretor em fazer cumprir o romance ou mesmo dar ênfase à personalidade igualmente perturbada da esposa de Jimmy,que durante o filme, já demonstrava frieza que se exacerbou no fim.Fazer justiça com "as próprias" mãos não é novidade em filmes policiais/dramas.Mas aqui, a tensão , a dúvida e o motivo se sobressaem, pela direção e pelas atuações ímpares.Recomendadíssimo.
Por ser Gus Van Sant o diretor, esperava mais. E pela história também. Clichê por clichê, fico com "A culpa é das estrelas", claro, respeitando o gosto de cada um por filmes que retratam esta "realidade". Preferi também "A culpa das estrelas",por conta das mensagens deixadas e pela combinação do casal, a meu ver, mais forte do que em "Inquietos". Como sempre, nesses filmes, o que fica, para mim, é o que fazemos do tempo que nos resta, o quanto de amor podemos dar e receber. O quanto de coragem para sairmos da nossa "zona de conforto" enquanto podemos. Há outros filmes cuja temática é a morte sobre outra perspectiva (não tão imediata),mas a comparação neste caso, é inevitável com o filme de Josh Boone, E a minha preferência, é pelo último.
Com seis indicações ao Oscar 2016 - melhor atriz, melhor atriz coadjuvante, melhor fotografia, melhor figurino, melhor roteiro adaptado e melhor trilha sonora original, "Carol" é um filme brilhante. Não apenas pelas indicações ,que foram justíssimas, mas por ser um filme que se enquadra em todas elas, além de falar sobre uma bela, intrigante e desafiadora hitória de amor, entre duas mulheres nos anos cinquenta. Cate Blanchett, mais uma vez, impecável, com sua elegância e charme transbordando , enquanto Rooney Mara "exala Audrey Hepburn" em muitas partes do filme, com competência e naturalidade.Não à toa, ambas concorreram ao Oscar de melhor atriz e coadjuvante, respectivamente. Fogorafia e trilha sonora impecáveis, amor entre duas mulheres antagônicas em muitos sentidos, a tensão criada em torno deste romance, às vezes sem rumo certo, o receio de se expor, os conflitos de ser mãe e mulher apaixonada, bem como a aflição de uma bela jovem envolvida de maneira tão sutil e excitante em um amor como sentimento quase proibido, fazem de "Carol" um filme inesquecível, sensível, forte, de cenas antológicas, perfomances maravilhosas e com siginificados pouco vistos no cinema. Digno de se ver e rever. Recomendo
Como já disseram e concordo, um filme que caberia em uma "Sessão da tarde". Duas estrelas por conta da atuação de Wagner Moura (em outra interpretação genial) e pela trilha sonora, que propositadamente também nos leva de volta aos anos 90. No mais, um filme menor. O cinema brasileiro já ousou muito mais e fez películas infinitamente melhores, inclusive no gênero cômico, que a meu ver, "O homem do futuro" se insere, com algumas "pitadas" de drama.
Para quem gosta de jazz e de música em geral, excelentes atores, ótima direção, intensidade, brilhantismo e perfeição, Whiplash é o filme. J.K.Simons, ótimo. Miles Teller, maravilhoso. História admirável sobre "luta de egos", superação e o amor pelo que se faz.Mais um belo filme sobre escolhas e suas consequências. Sobre como ensinar e como aprender. Como interpretar os métodos de aprendizagem e saber utilizá-los em busca do prazer não hedonista, mas o prazer pelo amor e satisfação de fazer o melhor que puder.Excêntrico na narrativa, nos diálogos e na abordagem pela procura do "ser perfeito". Um filme verdadeiramente desafiador.
Se não o melhor, mas um dos melhores filmes que assisti .Eddie Redmayne está absolutamente perfeito, vencedor com sobras de melhor ator. Fui um dos últimos a sair da sala de projeção: a perplexidade de "A teoria de tudo" foi intensa, refletiva e não esperada.Filme que sobe à lista dos meus favoritos e depois de várias tentativas de lembrar um longa semelhante, "Meu é esquerdo", com Daniel Day-Lewis, também é outra "obra prima". E em minha opinião, Oscar para fotografia, direção,melhor trilha sonora original,melhor roteiro adaptado e além claro melhor filme. "A teoria de tudo" pode ser considerado histórico, além de ser um marco do cinema.
O Anjo do Mossad
3.6 47 Assista AgoraPara quem gosta de filmes sobre espionagem, "O anjo do Mossad" é um ótimo filme. Interessante ler sobre quem foi Ashraf Marwan. Sobre o longa, o mesmo relata fatos históricos, que vão além da vida de Ashraf Marwan, como a guerra dos seis dias, a tomada de território egípcio por Israel, a influência da Líbia, sabemos um pouco mais sobre o líder líbio Muammar Gaddafi e alguns detalhes daquela conturbada fase do oriente Médio, o tratado de paz entre Egito e Israel e outras informações, ainda que "en passant", sobre como era e ainda é, a complicada, complexa e quase indecifrável situação no Oriente Médio. Recomendo.
Assunto de Família
4.2 400 Assista AgoraÀ princípio, imaginei ser um filme sobre uma família tradicional japonesa, com problemas "comuns", assim como alguns que já vi e que não demonstraram tanta veemência nos contrastes dentro do núcleo familiar e fora dele. Porém, ao ler a sinopse e alguns comentários aqui, deduzi que não se tratava "apenas" disso, mas sim, de uma interpretação muito mais complexa e até em relação ao entendimento do longa, em seus detalhes, não mostrados ou que passaram despercebidos por mim. Excelentes interpretações, história triste de um Japão pouco lembrado, mas muito existente, de mentes perturbadas e conflitos interiores intensos e perturbadores.
Uma parte da história eu não entendi e quem a entendeu, se puder explicar, agradeço: Quando Hatsue (a avó) vai à casa dos pais de Aki, vê um porta-retrato, a foto de uma jovem, que segundo os pais, era a filha mais velha que teria ido para a Austrália. Mas na verdade, Aki já morava com a "avó" (entre aspas, pq,na verdade, talvez nem Hatsue fosse a avó verdadeira). Deduzi que o pai combinou a história da Austrália com a "avó", sem que a mãe soubesse, dava dinheiro para Hatsue por conta do roubo que tinha cometido contra o ex-marido dela e que nem o pai e nem a mãe de Aki se importaram em saber onde a filha realmente estava (era uma garota de programa). Não lembro em que parte aparece Aki tomando a decisão de sair de casa e ir parar em um show erótico, pode ser implícito essa questão. Enfim, como quase tudo naquela família é uma mentira (a não ser o amor de Aki pela "avó" e o apego, finalmente de Shota por Osamu, qualquer dúvida me parece comum. Obrigado pra quem leu até aqui.
[spoiler][/spoiler]
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraEm caso de alguma dúvida de quem foi melhor, o filme ou Anthony Hopkins, cinco estrelas para os dois. Mais uma magistral interpretação de Hopkins, absolutamente inigualável.O filme, uma obra-prima sobre uma doença que atinge à todos, um dos grandes males da Humanidade. Excepcional.
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
4.0 215 Assista AgoraSem entrar no mérito do aborto, tema sempre polêmico, controverso, o filme “Nunca, raramente, às vezes, sempre” , traz o retrato angustiante, de tantas mulheres, jovens ou não, quando enfrentam uma tomada de decisão referente ao assunto. O filme, mais um, fala de escolhas e essas, dão o significado às nossas vidas, em várias medidas, pois,a partir das escolhas que fazemos, os desdobramentos, inevitáveis, carregamos para o resto da vida, seja de uma forma consciente ou não. E a escolha que Autumn fez, ao sair de uma cidade provinciana da Pensilvania com sua prima Skylar de procurar em Nova Iorque, uma solução para uma gravidez indesejada, torna-se para ela, apesar do aparente ar de solidez em sua resolução, uma “odisseia”, não apenas literal, em meio à uma megalópole que não conhecia, mas interiormente falando. Há momentos de absoluta convicção, mas há momentos de incertezas e inseguranças, compreensíveis, uma jovem de dezessete anos. O filme passa também, a solidez de uma amizade,e a diretora faz questão de deixar isso bem evidente, em momentos que, em função das circunstâncias e pela idade de ambas, Autumn poderia ser deixada à sós. Mas ambas seguem, no propósito de tentar interromper a gravidez e em cenas de extrema sensibilidade artística, percebemos o quão frágil podemos ser, no meio do “caos intimista”, se não tivermos, às vezes de forma literal, a mão amiga ou desconhecida para nos amparar e nos assegurar de que, o que fazemos, em meio ao turbilhão de pensamentos da juventude, não é errado: É sobre o nosso corpo, a nossa vontade e sobretudo, como, quem e o que acarretou aquilo tudo. A expressão de Sidney Flanigan ao ser questionada em assuntos íntimos, dá o tom da dor, angústia e sofrimento pelo que vivenciou e por consequência, pelo que a levou a procura pela tentativa do aborto. A cena, quando uma das respostas dá nome ao longa,é uma das mais marcantes do cinema e mostra que, apesar de jovem, Sidney Flanigan, é uma atriz promissora e faz um papel introspectivo impressionante. Recomendo.
Durante a Tormenta
4.0 894 Assista AgoraOs filmes espanhóis são geralmente muito bons. Tendo um elenco como “Durante a tormenta”, espera-se que seja um melhor ainda, embora, nem todo elenco, ainda que “estelar” (que não é o caso aqui), conduza algum filme ao título de “ótimo”. Gosto muito da Adriana Ugarte (além de muito bonita, uma boa atriz) e do Álvaro Morte, o eterno professor de “La casa de papel”. Porém, este filme é uma verdadeira viagem, literalmente, no tempo e no espaço, onde surgem vidas paralelas, passados, presentes e futuro, até que fiquei, em alguns momentos, confuso, porque talvez, propositadamente, o diretor Oriol Paulo, o mesmo do excelente “Um contratempo”, criou três histórias que se misturam na cabeça de Vera Durán (Ugarte), depois de uma conversa por uma televisão com um garoto,provocando desdobramentos que modificariam os seus passados e incertezas quanto à volta à “realidade presente”. O tema de viagem no tempo sempre me fascinou, mas tratando-se, para meu gosto, bem que se diga, de “condições normais”, como ,para quem já não é tão jovem, o seriado “O túnel do tempo”, a trilogia “De volta para o futuro”, “Click” e “Efeito borboleta”, sendo que este último esteja, a meu ver, mais próximo, no que tange às consequências dos nossos atos para a definição, não apenas do presente, mas do futuro. O longa “Durante a tormenta” segue uma linha com três histórias, que confesso, preciso rever, porque em alguns momentos fiquei em dúvida quanto ao caráter de alguns personagens e principalmente, qual papel que eles desempenhavam em cada história e sobretudo, qual era, efetivamente, a verdadeira. Enfim, para quem gosta de filmes onde misturam-se drama, suspense e ficção científica em grau puro, é um bom filme.
Lua de Papel
4.3 156 Assista AgoraQuando vi a altíssima nota para o filme, fiquei mais curioso ainda para assistir. Vi e gostei muito, a ponto de comprar, o único trabalho que conheci até então do diretor Peter Bogdanovich : “The Last Picture Show”, “A última sessão de cinema”, também em preto e branco, a meu ver, uma obra prima. No entanto, “Paper moon” (Lua de papel), não me fez sentir a mesma “comoção”, embora há alguns aspectos positivos no longa, tais como as atuações excelentes de Ryan O'Neal e Tatum O'Neal, pai e filha na vida real e que no filme, representam quase isso também, embora não fique explícita essa relação tão íntima. A filmagem em p & b ajuda muito na fotografia, bem como ao retratar os famosos e tristes anos 30 americanos. Um “road movie” envolvente, pela inicial ingenuidade de Addie e pela falta de escrúpulos de Moses. Merecidíssimo prêmio de melhor atriz coadjuvante para Tatum O'Neal, a garotinha com nove anos à época. Os diálogos também foram muito bem produzidos e dirigidos, o enredo bem acertado, destacando até com certa obviedade, a carência e a necessidade de Addie ter um pai, ou até mesmo uma família, porém, a vida que teve, até encontrar Moses, “aperfeiçoou” nela, um outro instinto, que poderia soar pueril pela idade e época, porém, tornou-se quase perverso, sob pontos de vistas legais, porque ela participou de tudo o que Moses fez de errado. O final, a meu ver, foi até certo ponto previsível, o que frustrou um pouco a minha expectativa. Talvez tenha que revê-lo, para tentar entender uma nota tão alta, fato raro e que chama a atenção, respeitando sempre, as opiniões contrárias que viram no filme, a "masterpiece" que não consegui enxergar.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraForam dez indicações ao Oscar 2014, com sete premiações, sendo seis, técnicas: Efeitos visuais, mixagem de som, edição de som, trilha sonora original, montagem e fotografia.Além do prêmio de melhor direção.Como achar um filme deste, ruim? Podemos classificá-lo não como um grande filme, sem uma história inesquecível, por exemplo, mas nunca como um mau filme. E houve uma história sim, por trás de toda aquela coisa "mágica" dos prêmios técnicos: Explicitamente o filme falou da coragem e da fraqueza do ser humano.De enfrentar ou não os problemas "lá embaixo" ou ficar "aqui em cima", longe de tudo e de todos.Uma fuga para o "lugar algum", Literalmente preferir, ou não, ficar no espaço sideral, sem lidar com os humanos e seus dramas.Enfrentar o que fatalmente seria uma luta para a sobrevivência ao voltar para a Terra, ou ficar ali, inerte, na imensidão do nada, demonstração de uma atitude egocêntrica e aparentemente confortável, em frente a um sério revés da vida. Ou seja: o filme retrata, ainda que não em seu todo, ao menos em partes, mais uma vez, a questão das escolhas.Que invariavelmente fazemos na vida.O "ficar no vazio", no "silêncio absoluto" é viver intrínsicamente, sem a coragem para passar por aquilo que nos afronta, nos aflige. E quem nunca teve esta dúvida de pelo menos em alguma situação, preferir a imensidão do nada? Boa atuação de Bullock. Clooney cumpriu o que qualquer outro ator faria.Recomendo.
O Cidadão Ilustre
4.0 198 Assista AgoraFilme excelente que trata de sentimentos comuns, embora alguns apareçam subjetivos na trama, como vingança, frustração, hipocrisia, inveja,sarcasmo; todos presentes, ou no personagem central , magnificamente interpretado por Oscar Martinez como o escritor que ganha o Nobel de Literatura, Daniel Mantonvani, ou nas pessoas que encontrará em Sallas, sua terra natal, no sul da Argentina, ao receber um convite para ser prestigiado e ao mesmo tempo, “dar a notícia ao mundo”, que aquela provinciana cidade existe. Neste contexto de prestigio recíproco, afloram-se aqueles sentimentos nada humanitários, que farão Mantovani pensar que, em meio a inúmeros convites no universo literário, dentro e fora da Espanha onde vive, o porquê de escolher a cidade onde cresceu e foi criado. Em um misto de educação e simpatia com ironias e realidades tão distintas, o filme escancara que certas coisas do passado, ou o próprio, inteiramente, deve ser esquecido. Se não tanto, algumas situações, lugares e pessoas deveriam ser olvidados, para o nosso bem estar emocional. Recomendo.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraInfelizmente não consegui assistir até o final. Digo infelizmente, porque os atores estão bem e a direção me parecia firme. Porém, não é a melhor fotografia em branco e preto que já vi e a história, contada e mantida por dois personagens,está, a meu ver, longe de ser atraente, como em outros filmes, de grandes diretores.Extremamente lento, cansativo, talvez, no meu caso, pelo horário que assisti. Mas não vou tentar revê-lo. Respeito quem gostou, mas para mim, ficam na memória apenas as grandes interpretações de Willem Dafoe (que nunca foi novidade, ele é mesmo um grande ator) e Robert Pattinson, "deslocando-se" completamente do "eterno" Crespúsculo. No mais, não gosto de dizer, mas um filme chato.
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista AgoraUma das maiores injustiças na premiação do Oscar, foi com a obra prima do diretor Steven Spielberg, “A cor púrpura”. Este belíssimo filme foi indicado a onze estatuetas e não levou uma sequer. Com interpretações memoráveis, o longa conta a história de Celie (Whoopi Goldberg ), que na adolescência foi estuprada pelo pai, teve dois filhos , que assim que nasceram, foram levados por um casal. Celie torna-se, mais tarde, esposa de Mr Albert (Danny Glover ), que a vê apenas como uma empregada, com a missão exclusiva de o servir. Celie fica amiga quase inseparável de sua irmã, Nettie (Akosua Busia), até Mr Albert expulsá-la de casa, ficando assim, Celie cada vez mais exposta à condição de serviçal, sem proteção. Spielberg, aqui, com outra direção impecável, faz um verdadeiro drama humano, vivido por personagens marcantes e histórias de emocionar. Com belíssimas atuações de Goldberg (indicada como melhor atriz), Glover e Oprah Winfrey , fazendo sua estréia nos cinemas(indicada como melhor atriz coadjuvante), o longa mostra toda a opressão, humilhação, machismo , preconceito e a ausência de direitos, explicitando de forma extraordinária, a condição feminina entre negros, no início do século XX. Com exuberante fotografia e trilha sonora marcante, como “Miss Celie's Blues “, de Quincy Jones, interpretada por Margaret Avery , “A cor púrpura” é um daqueles filmes que ficam na memória por muito tempo, pelo prazer de constatar que, atrizes e atores, jovens à época, iriam se consagrar como grandes personalidades no mundo das artes, pela dedicação de corpo e alma às suas personagens e que Steven Spielberg sabe dar vida não apenas à ficção, propriamente dita, mas dirige, com maestria, grandes adaptações de roteiro. Altamente recomendado.
Corra, Lola, Corra
3.8 1,1K Assista AgoraO filme, além dos movimentos rápidos da protagonista ( e põe rápido nisso), propõe, claramente que, na vida, nem sempre temos a oportunidade de escolher opções.A história de Lola mostra que, dentre outras coisas, tomar decisões erradas ou precipitar-se ao toma-las, pode gerar consequências imprevisíveis, tanto para a personagem (para nós, também, claro), como para outros. Podemos mudar, até de uma forma drástica, nossa vida e de quem nos cerca, conhecidos ou não, dependendo do que escolhemos e de que forma. Por isso, a necessidade de pensarmos bem (caso haja tempo pra isso), antes de termos inciativa em algo que demanda tanta importância, que é o caso de Lola e seu namorado. No filme, Lola tem que que ter uma atitude em curto espaço de tempo e com isso, não leva em conta, o que pode acarretar em sua vida e na das outras pessoas. Porém, diferentemente da vida real, ela ainda tem algumas oportunidades que são mostradas com clareza, na tentativa de solucionar um problema crítico. Para isso, usa todas as formas de conseguir seu objetivo, de maneira quase irracional, correndo , literal e desesperadamente contra o tempo, acompanhada por uma trilha sonora de tirar o fôlego, que faz do filme, um “frenesi” total, de cenas que deixa o telespectador ansioso por qual meio ela consegue, ou não ,terminar sua “missão”. Aparentemente despretensioso, o filme é uma pequena amostra de que na vida, escolhas são fundamentais. E nem sempre temos mais de uma oportunidade para fazê-las.
Onde Está Segunda?
3.6 1,3K Assista AgoraO filme passa em uma “nova ordem mundial”, onde o planeta, que se configura como um lugar extremamente crítico em disponibilizar alimentos e condições dignas de vida, governantes, ou especificamente, uma organização, cria uma lei, onde cada família só pode ter um (a) filho(a).O controle populacional então, se faz necessário, porém, com métodos extremamente ortodoxos, criados pela "Lei de Alocação de Crianças" ,onde são levados os filhos(as) cuja famílias têm mais de um(a). Uma dessas famílias,é duramente atingida por essa medida e controle rígido, porque é formada por sete irmãs, que ao nascerem, cada uma leva o nome de cada dia da semana e tentam manter-se incógnitas perante o governo, tarefa nada fácil e que leva, naturalmente o filme a alguns erros,mas que, como divertimento, destacando as várias cenas de ação,é um “prato cheio”. Filme com forte apelo distópico, porém, não surreal, uma vez que é possível , em futuro distante, a continuar as políticas de despreocupação com a Natureza, termos a situação do crescimento da população e suas consequências, como algo verdadeiro, claro, distante das medidas tomadas no filme, que a meu ver, lembra, guardadas todas as devidas proporções, a excepcional série, The Handmaid's Tale. As sete irmãs, “dão vida” às suas personagens, a ponto de esquecermos, em alguns momentos, o ponto central, que é a política, impregnada de forma nada sutil,mas que passa despercebida, em função das atuações e peripécias das “meninas”. Para quem gosta de ação, sem se preocupar em detalhes políticos/técnicos do longa, divertimento garantido.
Não Se Mova
3.7 60Belíssimo filme de Sergio Castellitto, intenso, tenso, dramático, devastador e perturbador. que fala em angústias, traição, arrependimento, imposições, diferenças sociais, acomodações, vida apaixonante e morte como solução única, sexualidade exacerbada, necessidade imperiosa do prazer através do sexo selvagem, bruto, sem sentimentalismo, até Timóteo e Itália perceberem que podem oferecer mais que isso, um ao outro.A partir daí, o filme ganha contornos de uma dramaticidade que afetará a vida de todos. Fotografia esplêndida, direção impecável do próprio Sérgio Castellitto e Penélope Cruz, em uma das suas melhores atuações. E para os desavisados, que criticaram e/ou não entenderam o porquê da atriz estar feia e tão desarrumada, o filme, a história exigia isso: a caracterização de uma mulher ingênua, pobre, sem perspectiva, vivendo à margem da vida, em um casebre quase promíscuo. E é essa caracterização física de Penélope Cruz, que dá à ela,a oportunidade de interpretar, com maestria um dos papéis mais difíceis de sua carreira. Super recomendo. Obs: Cuidado que nos comentários abaixo, há "spoilers", sem avisos.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraVinicius, ia ver o filme com expectativa imensa, porém, ao ler teu comentário, a expectativa diminui em noventa por cento. Cara, você fez alguns "spoilers" que simplesmente não deveria, embora tenha o direito de escrever o que quiser, porém, ao citar partes do filme que nem na sinopse estão em ninguém até agora contou, você estraga a surpresa. Embora você tenha direitos, entenda que os outros usuários também têm.E um deles, aqui neste site, pelo menos, é contar com bom senso de quem assistiu, faz a sua crítica, porém, sem contar detalhes literais e objetivos dos filmes. Abraços.
Marcas da Violência
3.8 399 Assista AgoraFilme com características de "thriller psicológico" do que propriamente um drama e mais que um filme policial, "Marcas da violência" nos mostra como podemos ter reações a certos acontecimentos, que supostamente não consegueríamos ter, sobretudo nas relaçoes pessoais/familiares, depois de traumas vivenciados de uma maneira brutal e inesperada. Mais uma vez o diretor David Cronenberg "acerta a mão" e nos traz uma película que nos faz pensar sobre nossas companhias, parceiros e naquilo que podemos fazer de bom e de ruim. Viggo Mortensen com uma atuação impactante e única.O que estranhei muito não ter sido nem indicado como melhor ator.A surpresa foi a indicação como melhor ator coadjuvante para William Hurt e Maria Belo, para melhor atriz no Globo de Ouro, Injustificáveis, a meu ver, em que pese papéis importantes na trama. Família, traumas, insegurança e perfil psicótico presentes. Recomendo.
Guerra
3.3 57Com alguns spoilers nos comentários logo abaixo, eu perco a vontade de dar minha opinião. O site, bem como os usuários, deveriam ter mais cuidado com isso. Afinal, ninguém quer saber o final do filme. No caso de "Guerra", deixaram claro que o comandante foi absolvido em seu julgamento, ponto alto da trama, É de doer.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraHá quem diga que o luto pode ser eterno. Juntamente com a culpa e remorso, essa definição de eternidade é muito adequada e perceptível,quando assistimos ao filme "Manchester à beira-mar". Lee Chandler é um homem amargurado, mal-humorado, sem esperança de algo que possa acontecer de bom e bem sucedido em sua vida, porém, ele tem fortes razões para isso. Seu comportamento taciturno em praticamente todo o filme, não poderia ser diferente, em vista de tantos acontecimentos funestos e de difícil aceitação. E essa "não aceitação", por óbvios motivos, desencadeia em Chandler, uma espécie de "casca", de "casulo" onde tenta se proteger de pessoas e circunstâncias que podem levá-lo, novamente à situações que ele desesperadamente teme acontecer .Dentro desta visão, o longa nos mostra, de maneira "claustrofóbica", a vida de um homem perturbado pelo seu passado sombrio, de fortes dores e culpas, o que leva o personagem a "perambular" por lugares quase fechados, a manter os diálogos igualmente em ambientes pequenos,escuros, reflexos naturais de seu estado de espírito absurdamente introspectivo .Percebe-se claramente essa "claustrofobia", nas conversas que se passam boa parte dentro de um carro, no pequeno quarto onde Chandler morou ,nos bares e depois na casa simples e "fechada" para onde se mudou.E quando os diálogos saem às ruas, o sol não aparece.A única claridade que se observa, é a neve.O ambiente frio em todo o filme,nas tomadas externas, combina excepcionalmente com os diálogos que tem com seu sobrinho Patrick (trabalho excepcional de Lucas Hedges). Conversas curtas, frias e fortes como o clima que os cerca: muita neve, sem espaços para a luz, para o entendimento. Apenas o branco da nevasca que parece não ter fim, assim como o sofrimento de Chandler. E em uma única cena, extremamente forte emocionalmente falando, nos dá a mais nítida sensação pelo que passa o protagonista: de uma culpa infinita, de uma dor incalculável e que representa, em tese, o fim, a desesperança e a entrega total ao "nada". Se foi merecido Oscar a Casey Affleck ? Não sei. Se qualquer outro ator teria aquela fisionomia aparentemente "blasé" em todo o filme, que foi revertida em sofrimento? Talvez. Nesta questão, fico em dúvida para o maravilhoso trabalho de Denzel Washington. "Manchester à beira-mar" é um filme que com certeza, vale a pena ser visto. E a dor, compreendida.
Sobre Meninos e Lobos
4.1 1,5K Assista AgoraFilme excepcional, mais um dirigido pelo competente Clint Eastwood. Para completar a singularidade do longa, ainda temos Sean Pean(Globo de Ouro e Oscar/melhor ator), Tim Robbins(Globo de Ouro e Oscar /melhor ator coadjuvante), Kevin Bacon e a também indicada ao Oscar por melhor atriz coadjuvante Marcia Gay Harden. O filme ainda recebeu o Palma de Ouro no Festival de Cannes(melhor diretor) e o Prêmio César como melhor filme de língua estrangeira. Sobre o filme: Forte, intenso, tenso e dramático, com ótimo roteiro adaptado e excelentes interpretações.Trama muito bem conduzida e feita de maneira a deixar o espectador sempre em alerta em descobrir o culpado. As performances de Sean Pean e de Tim Robbins são de arrepiar. As dúvidas deixadas na história nos prendem bastante.A cena final, do diálogo entre a esposa de Jimmy e o próprio, dentro do quarto,poderia ser descartada,não fosse a intenção do diretor em fazer cumprir o romance ou mesmo dar ênfase à personalidade igualmente perturbada da esposa de Jimmy,que durante o filme, já demonstrava frieza que se exacerbou no fim.Fazer justiça com "as próprias" mãos não é novidade em filmes policiais/dramas.Mas aqui, a tensão , a dúvida e o motivo se sobressaem, pela direção e pelas atuações ímpares.Recomendadíssimo.
Inquietos
3.9 1,6K Assista AgoraPor ser Gus Van Sant o diretor, esperava mais. E pela história também. Clichê por clichê, fico com "A culpa é das estrelas", claro, respeitando o gosto de cada um por filmes que retratam esta "realidade". Preferi também "A culpa das estrelas",por conta das mensagens deixadas e pela combinação do casal, a meu ver, mais forte do que em "Inquietos". Como sempre, nesses filmes, o que fica, para mim, é o que fazemos do tempo que nos resta, o quanto de amor podemos dar e receber. O quanto de coragem para sairmos da nossa "zona de conforto" enquanto podemos. Há outros filmes cuja temática é a morte sobre outra perspectiva (não tão imediata),mas a comparação neste caso, é inevitável com o filme de Josh Boone, E a minha preferência, é pelo último.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraCom seis indicações ao Oscar 2016 - melhor atriz, melhor atriz coadjuvante, melhor fotografia, melhor figurino, melhor roteiro adaptado e melhor trilha sonora original, "Carol" é um filme brilhante. Não apenas pelas indicações ,que foram justíssimas, mas por ser um filme que se enquadra em todas elas, além de falar sobre uma bela, intrigante e desafiadora hitória de amor, entre duas mulheres nos anos cinquenta. Cate Blanchett, mais uma vez, impecável, com sua elegância e charme transbordando , enquanto Rooney Mara "exala Audrey Hepburn" em muitas partes do filme, com competência e naturalidade.Não à toa, ambas concorreram ao Oscar de melhor atriz e coadjuvante, respectivamente. Fogorafia e trilha sonora impecáveis, amor entre duas mulheres antagônicas em muitos sentidos, a tensão criada em torno deste romance, às vezes sem rumo certo, o receio de se expor, os conflitos de ser mãe e mulher apaixonada, bem como a aflição de uma bela jovem envolvida de maneira tão sutil e excitante em um amor como sentimento quase proibido, fazem de "Carol" um filme inesquecível, sensível, forte, de cenas antológicas, perfomances maravilhosas e com siginificados pouco vistos no cinema. Digno de se ver e rever. Recomendo
Gêmeos: Mórbida Semelhança
3.7 193Magistral interpretação de Jeremy Irons !!Filme absurdamente surpreendente e perturbador. Recomendo.
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista AgoraComo já disseram e concordo, um filme que caberia em uma "Sessão da tarde". Duas estrelas por conta da atuação de Wagner Moura (em outra interpretação genial) e pela trilha sonora, que propositadamente também nos leva de volta aos anos 90. No mais, um filme menor. O cinema brasileiro já ousou muito mais e fez películas infinitamente melhores, inclusive no gênero cômico, que a meu ver, "O homem do futuro" se insere, com algumas "pitadas" de drama.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraPara quem gosta de jazz e de música em geral, excelentes atores, ótima direção, intensidade, brilhantismo e perfeição, Whiplash é o filme. J.K.Simons, ótimo. Miles Teller, maravilhoso. História admirável sobre "luta de egos", superação e o amor pelo que se faz.Mais um belo filme sobre escolhas e suas consequências. Sobre como ensinar e como aprender. Como interpretar os métodos de aprendizagem e saber utilizá-los em busca do prazer não hedonista, mas o prazer pelo amor e satisfação de fazer o melhor que puder.Excêntrico na narrativa, nos diálogos e na abordagem pela procura do "ser perfeito". Um filme verdadeiramente desafiador.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraSe não o melhor, mas um dos melhores filmes que assisti .Eddie Redmayne está absolutamente perfeito, vencedor com sobras de melhor ator. Fui um dos últimos a sair da sala de projeção: a perplexidade de "A teoria de tudo" foi intensa, refletiva e não esperada.Filme que sobe à lista dos meus favoritos e depois de várias tentativas de lembrar um longa semelhante, "Meu é esquerdo", com Daniel Day-Lewis, também é outra "obra prima". E em minha opinião, Oscar para fotografia, direção,melhor trilha sonora original,melhor roteiro adaptado e além claro melhor filme. "A teoria de tudo" pode ser considerado histórico, além de ser um marco do cinema.