Fazemos nossa própria sorte, acreditando ou não em maldições ... Em Que Culpa tem o Carma? conhecemos Sara, que desde a infância acredita ter sido amaldiçoada por Lucy, sua irmã mais nova, e por isso sempre sentiu uma espécie de carma a assombrando. Quando Lucy anuncia seu casamento, Sara descobre que o noivo da irmã é seu antigo melhor amigo de infância. ... Esta comédia romântica mexicana passa por todos aqueles clichês esperados, mas não se dá muito bem no romance ou humor, por outro lado acerta quando deixa se volta para as relações de amizade e cumplicidade entre os personagens.
Desde Indiana Jones que os filmes de aventura parecem ter perdido sua identidade para serem sempre comparados com o arqueólogo, Uncharted é a versão mais recente desse estilo que nasceu nos jogos digitais e agora ganhou as telonas. ... No filme acompanhamos um jovem órfão que prática alguns pequenos golpes no bar de alguém a classe que trabalha até ser "convocado" por um caçador de tesouros para reencontrar o irmão mais velho desaparecido e o lendário tesouro do navegador Fernão de Magalhães. ... Não joguei nenhum dos jogos, então nem posso buscar os paralelos ou ficar bravo com alguma eventual descaracterização, mas ainda assim temos aqui um belo exemplar de filme genérico. ... Toda a história se apoia no carisma de Tom Holland e Mark Wahlberg, que realmente são os melhores em tela, nos fazendo sentir pena de papéis como o interpretado pelo Antônio Banderas que de tão estereotipados e sem tempo para desenvolver chega a pensar que o ator só estava aproveitando um fim de semana em Barcelona. ... A parte da aventura, bem se você está pensando nos quebra-cabeças típicos para esse tipo de trama, eles existem, mas chega a ser surpreendente de como os segredos permaneceram ocultos por tanto tempo, já que tudo parecia uma grande fase tutorial. ... E aí chegamos na ação, onde temos lutas prejudicadas pelo excesso de cortes ou sequências que deveriam tirar o fôlego, mas é tão exagerada de efeito digital que atrapalham qualquer imersão (e aqui vale lembrar que estamos falando de uma super produção milionária). ... É perceptível a troca dos atores por "bonecos" de videogame que flutuam sem peso ou textura pela tela, e Uncharted começa com uma cena desta que ao invés de emoção, provoca desânimo. ... É possível se divertir, mas você esquecerá o que aconteceu assim que subir o elenco.
Podemos gostar de passados que não vivemos ou até curtirmos uma nostalgia de tempos que ficaram para trás, mas devemos ter cuidado com a idealização, pois as mais atraentes situações sempre escondem algo. ... No filme Noite Passada em Soho conhecemos Ellie, uma jovem do interior da Inglaterra que vai fazer faculdade de moda em Londres, mas ao não se adaptar à sua colega de quarto, aluga um apartamento em Soho. ... Apaixonada pela década de 1960, começa a sonhar (ou viver) a vida de uma outra garota, Sandie, uma estrela em ascensão da época que queria viver. O passado de glamour e sonho vai aos poucos se tornando tanto uma armadilha, como um pesadelo. ... O roteiro se apresenta em três atos muito bem pontuados e por uma boa parte da introdução temos a protagonista sofrendo sua no presente e se abrigando nos anos 1960. Parece uma espécie de versão mais jovem de Meia Noite em Paris ... Até que esse transito de tempos feito pela protagonista que traz o glamour sessentista para sua vida e até deseja pelo passado começa a também revelar seus problemas. Tudo isso com um ótimo trabalho de fotografia que abusa do neon e dos espelhos para brincar com nossa percepção e expor um horror que traz muitas referências do giallo. ... E como qualquer filme do Edgar Wright a música é muito presente, influenciando não apenas no tom das diferentes narrativas que são apresentadas, como também às invade, transformando-as muitas vezes numa espécie de musical espiritual.
Famílias perfeitas não existem, mas são nos momentos de crise que elas superam os problemas. Ou não? ... A Casa no Bayou vai acompanhar uma família de férias que viaja para uma casa enorme no meio do nada. Ok, é um filme de terror e essa premissa é bem recorrente, mas com um ligeiro diferencial, o marido traiu a esposa e a relação não está nada boa. ... A história vai ficando cada vez mais estranha, principalmente a partir da entrada de dois moradores locais, donos de um mercadinho que os personagens encontram para comprar mantimentos. ... O roteiro trabalha todo tempo provocando uma sensação de incômodo pelo estranho. Ele cresce cada vez mais com sugestões de que o sobrenatural está agindo, mas que acaba por subverter o esperado ao mostrar como a maldade ordinária pode sempre ser pior. ... Os personagens são estereotipados de propósito e ressaltam a banalidade da crise familiar ou dos "caipiras" do pântano para surpreender com alguns elementos e momentos de explosão emocional para cada ator mostrar a sua verdade.
Os contos de fadas trouxeram vários clichês que são incansavelmente repetidos, como o da princesa presa na torre/castelo/qualquer lugar que um príncipe precisa resgatar, mas e se pensássemos de outra forma? E se ela pudesse fugir por sua própria conta? ... O filme a Princesa vai nos apresentar uma princesa (pra deixar bem claro) que acorda em sua cama com os braços em grilhões, não sabemos como ela chegou nessa situação que será revelada aos poucos por flashbacks, mas não antes de mostrar seu principal objetivo: a luta. ... Acompanhamos então a protagonista lutando contra todos que se colocam na sua frente até chegar no arqui-inimigo, o pretendente ao qual sua mão teria sido prometida. E em paralelo as desventuras de um soldado acima do peso que tenta de toda forma atender seus senhores. ... É um roteiro extremamente simples e direto, uma fuga recheada de sequências de luta, que tomam um ar bastante cartunesco tamanha a irrealidade apresentada. Mas é um irreal que não incomoda, pois somos capturados pelo ritmo e coreografias bem combinadas (pelo menos na maior parte dos casos).
Inspirado numa produção de 1948, Beco do Pesadelo é muito mais que uma regravação, é a recriação de uma época pela ótica de seus piores momentos. ... Em Beco do Pesadelo acompanhamos Stan, um trapaceiro que ao se abrigar num circo aprende a arte da falsa telepatia e começa a praticar golpes maiores. Mas quando achava estar no controle de todos, uma psiquiatra abre portas que estavam fechadas e a ganância o faz ir além do que deveria. ... É um filme lento, que passa todo o primeiro ato nos apresentando cada um dos trabalhadores/moradores do micro universo do circo, suas funções dentro e fora do palco, as ambições, os sonhos impossíveis de um tempo de guerra e dificuldades. E então, com tudo estabelecido, avançamos dois anos para ver Stan utilizando suas habilidades para conquistar grandes lucros enganando milionários. ... Um suspense dramático sobre pessoas destruídas, com problemas além daqueles que poderiam controlar, e enquanto alguns tentam viver pequenas alegrias, outros se afogam na busca incansável por poder e influência. ... Nessa produção Guillermo del Toro mergulhou no noir por caminhos alternativos, não temos a clássica narrativa de detetive, mas um drama psicológico de cobiça que mostra a ascensão e queda de uma pessoa orgulhosa e ambiciosa. ... Tecnicamente Del Toro entrega uma mistura de real com pesadelo recriando a época com figurinos e cenografia, e trazendo artifícios da época como transições de cena e uma coloração amarelada que deixa a imagem quase em sépia, e traz a sensação de estarmos na década de 1940, mas também com um espelhamento narrativo com a primeira cena que define o protagonista.
De vez em quando caímos em armadilhas escolhemos um filme pelo potencial. ... Em Paradoxo, acompanhamos um grupo de bandidos procurando tesouros próximos a montanhas nevadas. Com poucos diálogos, Paradoxo é um filme conceitual musical do Neil Young que tem a intenção de contar a história de um assalto do bando. ... Embora o experimento seja um dos balizadores, ele inova pouco, como quando alterna as tomadas em câmeras convencionais e super 8 ou brinca com truques de ilusão de ótica e digitais. ... Mas não demora muito para descobrimos que trata-se mais da filmagem de um show com cenas aleatórias no campo que a tentativa de contar uma história, mas ao menos poderiam disfarçar um pouco ao se vender como uma mescla das duas coisas, pois não é?
Filmes catástrofe não são exclusividade dos EUA e a Escandinávia e Noruega traz a continuação da Onda com Terremoto para mostrar sua própria destruição. ... Acompanhamos Kristian Eikjord, um geólogo que já foi considerado um herói por evitar que um violento tsunami destruísse a Noruega. No entanto, novas atividades sísmicas deixam o recluso geólogo numa corrida para salvar Oslo. ... Apesar de ser uma continuação a narrativa não impede que o espectador assista a partir desta segunda parte, pois os elementos necessários para entendermos o protagonista e o temor que ele tem pelo desastre iminente é suficientemente bem apresentado. ... É interessante como o roteiro traça paralelos com um evento real ocorrido no início do século XX, extrapolando e ampliando a capacidade destrutiva do evento. No entanto, o filme caminha pela fórmula básica do gênero com um técnico que é ignorado e desacreditado por pessoas em posição de poder até que tudo começa a desmoronar. Sem contar o incomodo agravante de exagerar no melodrama.
A humanidade é movida por sonhos, mas neles reside o perigo de não nos contentarmos com a realidade ... No início do século XX os mapas ainda não estavam totalmente completos, dois grandes mistérios ainda não tinham sido conquistados: os polos sul e norte. Objetivos que viraram verdadeiras corridas entre aventureiros e seus respectivos países, e foi Roald Amundsen a chegar em ambos em 1911 e 1926. ... O filme sobre a biografia do explorador começa com seu fim, a queda de seu avião no meio das geleiras árticas, em seguida visitamos a vida do protagonista por meio das memórias de seu irmão em conversa com sua nora, ambos esperando por boas notícias. ... Neste drama biográfico acompanhamos a trajetória de uma pessoa obsessiva, que nunca se satisfazia com as conquistas. Temos uma perspectiva melancólica que nunca se satisfaz, por maiores que fossem as conquistas e as dificuldades vencidas. ... Mas apesar das grandes tomadas de planícies congeladas infinitas, é um roteiro que se volta para dentro do personagem sem dar muita vazão às possíveis reflexões, mas apenas ao drama pessoal e torna o desenvolvimento lento e cansativo.
Saber que o fim do mundo se encontra na próxima esquina pode ser realmente muito libertador, um convite a conversar consigo mesmo. ... Em Perto do Apocalipse conhecemos Liza, que no último dia antes de um cometa destruir o mundo, vai reencontrar pessoas que tinha se afastado antes da festa final, sempre acompanhada de sua versão metafísica mais jovem com quem dialoga. ... É uma produção de baixo orçamento filmada durante a Pandemia que, além de poucos atores, geralmente enquadrados com uma considerável distância, se ambienta pelas ruas desabitado do subúrbio de Los Angeles, com a dupla andando de um lugar para o outro encontrando velhos conhecido, excêntricos desconhecidos e confrontando a si mesma. ... É interessante como tal narrativa se constrói a partir das limitações que vivemos nesses anos de isolamento, pois o grande tema do filme é o enfrentamento dos arrependimentos e desentendimentos que nos distanciaram daqueles que nos importamos. ... Uma comédia dramática que reflete e busca reflexão com um pouco de sarcasmo sobre quem fomos e quem somos e como ambos os momentos são importantes, tudo imerso em muita melancolia.
Num futuro próximo a Pandemia não foi resolvida, mas novas cepas nasceram e o planeta se transformou num estado policial de controle constante. ... Espero que este não seja nosso futuro, mas é o cenário do filme Isolados - Medo Invisível, onde acompanhamos um entregador que cruza Los Angeles em sua bicicleta levando encomendas enquanto se desvia das barreiras as militares. ... Em paralelo conhecemos outras rotinas como uma família rica que ganha muito dinheiro vendendo fugas da cidade; uma influenciadora digital depressiva e outras pessoas que se adaptaram de forma forçada da maneira que dava. ... Tentando surfar na onde da Pandemia, muitas produções souberam capturar os sentimentos desses dias, tédio, medo e até esperança por tempos melhores. Mas este, que tem produção de Michael Bay e um elenco considerável, é um tédio sem fim, oitenta minutos de falta de tramas desinteressantes temperado com um melodrama barato na conclusão com direito até a câmeras lentas (?!?).
É incrível como filmes de terror tem a incrível capacidade de gerar continuações, e estas são geralmente cada vez piores. ... Criado por Clive Barker, Hellraizer já reúne dez filmes em seu catálogo, mas em 2011 foi onde eles chegaram mais fundo no poço com a produtora correndo para não perder os direitos dos cenobitas. ... A história se passa em dois tempos, o passado com dois adolescentes que foram curtir um fim de semana no México, mas abrem a Caixa dos Lamentos; e o presente com as duas famílias numa casa isolada em Los Angeles. ... O filme tem pouco mais de uma hora e tudo parece acontecer de forma supercondensada e rápida, mas ele é repetitivo, pois assistimos várias e várias vezes as mesmas cenas com acréscimos a cada nova repetição. ... Por outro, os efeitos práticos de maquiagem são suficientemente perturbadores.
Nova Orleans talvez seja uma das cidades mais intrigantes dos EUA, com uma cultura muito rica e plural, infelizmente é assolada por recorrentes catástrofes naturais e sociais coroadas pelo abandono político. ... Em Negra como a Noite acompanhamos Shawna, uma adolescente que se preocupa com a mãe que vive num conjunto habitacional prestes a ser demolido em meio às pressões da gentrificação. Então de repente, os desafios sociais e familiares em que vive se tornam ainda mais complicados com a aparição de uma gangue de vampiros na cidade. ... É um horror de baixo orçamento, que traz os vampiros como metáfora de uma população abandonada e segregada que não aguenta mais perder a liberdade. Protagonistas que sobrevivem apesar dos traumas acumulados por anos de racismo e abandono, no qual a catástrofe do Catrina é a cicatriz exposta que refletem feridas abertas desde a escravidão. ... Mas a escolha por assumir tons de Hora do Espanto torna tudo muito exagerado, as conexões com do passado escravista com o presente marcado por um abismo social tão grande que quase nenhum branco aparece é interessante, mas parece descolado do todo. E as interpretações novelescas também teimam em destruir qualquer credibilidade que a trama possa conceitualmente ter apresentado.
De vez em quando esquecemos, mas o cinema também é uma ferramenta de propaganda que apresenta e define narrativas. ... 1918 - Batalha de Kruty vai nos levar para uma resistência do exército ucraniano contra o avanço dos russos, meses depois de ter conquistado a autonomia com o fim da Primeira Guerra Mundial e do Império Austro-Hungaro. ... Uma batalha impossível no qual a maioria dos soldados era formada por universitários com pouco treinamento. Extremamente ufanista, não é a toa que foi lançado em 2018, pois as animosidades entre Ucrânia e Rússia vem crescendo até culminar no conflito armado atual. ... Assim, temos um roteiro que traz a construção narrativa clássica do herói, e assume alguns personagens como representantes da nação. Além disso, para ampliar o peso dramático, deixa bem claro a diferença entre o lado do bem e do mal, estereotipando os líderes do lado inimigo e exaltando as ações dos protagonistas. ... Manipulações que seria mais aceitáveis numa ficção, mas que enfraquece a história numa produção que se pretende basear em eventos reais. Inclusive criando uma subtrama de traição e espionagem confusa e os colocando cantando hinos nacionalistas que só seriam escritos mais de dez anos depois. ... Por outro lado consegue se destacar na ambientação e objetos de cena que, auxiliado pela fotografia em tons mais acinzentados, recompõe de forma satisfatória o cenário da época. ... Enfim, entre anacronismos e ufanismos, o filme ainda sofre com uma direção que pesa a mão no dramalhão de algumas passagens e que por fim, cansa mais que enaltece.
Nos anos 2000 Christopher Nolan trouxe sua interpretação sombrio-realista para o universo do Batman de forma a reverberar em outras mídias. Mas Matt Reeves foi além nesse conceito e apresentou uma interpretação ainda mais crua e perturbadora do vigilante e sua cidade. ... Em Batman, o assassinato do prefeito de Gotham serve como gatilho para uma investigação sobre as ligações entre o submundo e o poder político, mas um assassino independente começa a caçar todos que foram corrompidos pelo crime. ... É um filme longo de quase três horas de duração e que tenta se justificar ao apresentar duas histórias numa mesma produção, porém se por um lado temos tempo para o bom desenvolvimento do personagem e das necessárias pontes entre as histórias, por outro ensaia abordagens políticas que não decolam e ficam apenas na superficialidade. ... Assim, começamos com uma investigação sobre a máfia a qual descobrimos como suas garras estão intimamente ligadas à toda estrutura da cidade; em paralelo um assassino começa a matar os corruptos e falsos bastiões da moralidade desafiando a polícia e o Batman com charadas. ... Ele assume tons narrativos e estéticos do gênero noir, explorando o drama existencial e intimista do Batman, que já atua na cidade a pelo menos dois anos construindo sua lenda pelo medo. Logo, alguns eventos colocam o protagonista em confronto com seus ideais e o fazem questionar o quanto ele realmente ajuda a cidade, aprofundando inclusive o papel que seus pais tiveram no passado da metropole. ... Essa lenda aterrorizante o coloca como uma figura que ora assombra, ora inexiste para grade parte das pessoas e a todo momento parece que ele precisa provar sua lealdade e valor. Impactando inclusive na força policial que o trata como vigilante, de forma a ter boas relações apenas com Gordon como apoio institucional. ... E apesar desse mergulho quase monográfico, além do Gordon que funciona quase como um apoio narrativo, vários personagens o auxiliam na jornada como o Alfred que desvenda charadas e principalmente a Mulher Gato, que ganha cada vez mais importância ao longo do filme. ... Enfim, é um bom filme e que assume o lado detetive que ainda não tinha sido trabalhado no cinema. No entanto, ele é um tanto repetitivo e por não conseguir conectar os subtextos mais complexos à trama principal, sua carga dramática perde substância e o ritmo se arrasta.
A juventude é o principal momento em que descobrimos o mundo, principalmente se você for um Amish. ... Em Rumspringa acompanhamos um jovem Amish que ao atingir a maioridade faz o ritual de sair de sua comunidade para conhecer a sociedade exterior. Nessa jornada de amadurecimento ele entra em contato com uma cultura completamente estranha e experiências que farão questionar seu retorno. ... É uma comédia bem fraquinha, com personagens e situações muito bobas, mas que tem sua graça na brincadeira com os estereótipos. No entanto, o filme é muito mais longo do que deveria e quando resolve partir para momentos mais dramáticos, ele não se sustenta.
A época dos trotes por telefone já passou, eles perderam espaço para as ligações de vindas de presídios e telemarketing. ... Em Não Desligue acompanhamos um Youtuber que ganha visualização com trotes, até que ele liga para alguém que se vinga da "brincadeira". ... Para uma produção de baixo orçamento e despretensiosa ela apresenta um bom potencial inicial, mas vai perdendo força rapidamente e não sustenta nem a já reduzida duração de quase 80 minutos.
Concursos de música não são tão populares no Brasil como em outras partes do mundo, então devo confessar que a primeira vez que ouvi falar de Eurovision foi nesse filme do Will Ferrell, ainda que ele já ocorra desde 1956. ... Em Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars acompanhamos Lars e Sigrit que tem o sonho de participar e ganhar o concurso de música Eurovision. Desacreditados por todos, eles assim passam mais de 40 anos até que o Fire Saga finalmente é tem sua chance. ... A dupla é inicialmente escolhida para uma eliminatória local apenas para cumprir o número mínimo de participantes e, apesar de se saírem muito mal, um evento inesperado os leva para a final europeia. ... A partir de então temos a conhecida e recorrente jornada de histórias sobre músicos e bandas com seus autos e baixos, vitórias e derrotas, separações e arrependimentos. Uma comédia musical escrachada típica do Will Ferrell. ... E ele consegue se sair muito bem num nível de bobo que para ele foi até contido, mas definitivamente esse tipo de filme não faz o estilo de Rachel McAdams, que parece bem forçada e deslocada. ... Ainda assim, o nível de não se levar a sério possibilita esse descompasso e brilha ao apresentar números musicais que caminham entre o engraçado e o deslumbrante. Com a mescla de canções populares com originais que realmente roubam a cena e rendeu até uma indicação ao Oscar em 2021.
Existem projetos que saem do papel pela força e este é um deles. ... Em Rápida e Mortal acompanhamos uma pistoleira solitária que chega ao vilarejo de Redemption em busca de vingança e acaba participando de uma competição de duelos. Lá ela encontra varia estereótipos de atiradores como um garoto arrogante, um jogador, um padre arrependido, o "dono" da cidade. ... É um filme de clichês, que traz todos os tempos mais básicos do western que poderíamos esperar, e isso tanto do ponto de vista de roteiro como estético, então prepare-se para ver diversos closes com olhares malvados e mortes rápidas nos duelos, mas com a marca do diretor que não esconde sua autenticidade brincando com sequências e torcendo ângulos de câmera. ... E embora a trama já tenha sido utilizada à exaustão, ela ganha novos ares ao misturar com outros estilos e colocar uma mulher no papel de protagonista resultando em toda uma série de subtextos de embate contra a sociedade machista que poderíamos esperar. ... No entanto, a produção que ganha pelas trucagens falha do ponto de vista narrativo e se estende além do que deveria, pois por mais rápidos que sejam os confrontos, eles são muitos e tornam-se repetitivos com quase nenhuma surpresa. ... É interessante que o maior produtor/promotor deste filme foi sua protagonista, Sharon Stone que se encontrava no auge em meados da década de 1990 e escolheu o filme sua equipe, exigindo Sam Raimi na direção, assim como Gene Hackman e os ainda não muito conhecidos Leonardo de Caprio e Russel Crowe.
Que histórias com zumbis já cansaram, acho que todos concordamos, mas algumas vezes surge alguma novidade como Train to Busan. . Invasão Zumbi trouxe a claustrofobia de um trem de alta velocidade com mortos-vivos se alimentando a cada vagão. Foi um sucesso de 2016 que deu um novo fôlego para o tipo de filme. Então, em 2020 chegou a inevitável continuação: Península. . Depois de uma introdução interessante com refugiados da Coreia tentando chegar a um lugar seguro em transatlânticos, e saindo tudo errado. A história se transforma numa trama de assalto, onde sobreviventes que passaram a morar em Hong Kong precisam invadir a península para recuperar "tesouros". . Embora este filme tenha vindo antes, o diretor Scott Snyder recentemente retornou para seu cenário de zumbis com a mesma premissa, então soa repetitivo. Mas para facilitar um pouco o que no filme anterior mostrava ser um confronto impossível, descobrimos que as criaturas não se movimentam muito a noite. . Quando o grupo chega de volta à Coreia, além da missão de resgatar dinheiro encontramos uma nova sociedade criada por sobreviventes que a quatro anos perderam o contato com o exterior. . A estrutura apresentada é a de vídeo game, mas que funciona melhor quando estamos com o controle na mão. Os personagens também não tem lá muito carisma e depois das primeiras surpresas, perde-se aquele apelo necessário para continuarmos. Por outro lado, algumas sequências de ação são muito boas, em especial um "Mad Max" nas ruas da cidade. . A comparação com o primeiro filme é inevitável, e isso conspira contra essa continuação que, apesar de ainda trazer esse estilo de gênero híbrido coreano, que sabe misturar ação, aventura, terror, drama e comédia. Desta vez faltou equilibrar melhor, pois o drama quando aparece é excessivo e as crianças inseridas na trama a tornaram mais boba, não importando o quão violenta fossem as mortes. ... Mais fraco, mas ainda assim uma boa diversão que apresenta bom controle de ritmo, sem se tornar cansativo.
Os últimos anos do século XIX e os primeiros do XX ainda mantinham sua aura de descoberta para os aventureiros do ocidente. ... Em Rondon - o Desbravador, acompanhamos trechos da vida do explorador Cândido Rondon pelas suas memórias e alucinações enquanto conta sobre seu passado para um jornalista em seus últimos dias de vida. ... A tentativa foi valida e a qualidade de captação de áudio e vídeo de forma digital permite boas tomadas, mas isso não significa um bom filme, falta um desenvolvimento maior no tratamento do roteiro e uma pós produção com atenção à edição. ... A intenção é boa, mas a produção enfraquece com o uso de uma estética narrativa muito novelesca, além da linguagem enciclopédica que em muitos momentos parece que estamos assistindo um longa metragem do Telecurso 2000. ... Apesar disso, ao aceitarmos o caráter didático, podemos aproveitar a história e elementos como a utilização de imagens de arquivo das expedições do Rondon, documentos históricos muito interessantes.
Predadores sempre pensam esta no topo da cadeia, até que encontram algo pior. ... Em Invasores acompanhamos Anna, uma jovem agorafobica que cuida de seu irmão com uma doença terminal, até que ele morre e durante o velório sua casa é invadida por três bandidos. ... Mas não se engane, não é um simples filme de invasão, embora o título sugira, pois algo bem pior e inesperado acaba acontecendo na casa. ... Um suspense de baixo orçamento, mas com uma ótima somatória de direção, roteiro e atuação que surpreende.
O fim da guerra fria não significou o fim da espionagem, mas uma nova forma de problemas problemas e soluções. ... Um atentado terrorista num avião em Viena no ano de 2012 foi uma mácula na equipe da CIA que Henry Pelham participava, oito anos depois, com a prisão de um dos terroristas e a suspeitas de um espião no grupo, o caso foi reaberto. ... Em Um Jantar entre Espiões acompanhamos uma investigação sobre esse evento em três momentos narrativos: a época do atentado que é mostrada a partir dos relatos obtidos na investigação do presente e flashs de outros momentos que ajudam a conectar e entender as relações entre os personagens. ... Mas alinhe suas expectativas, pois muito longe de um filme com espiões cheio de explosões e troca de tiros, o próprio título nacional indica que as situações aqui serão resolvidas (ou não resolvidas) de forma muito menos explosivas e num ritmo lento, ainda que com boas viradas na trama. ... Ainda assim, esteticamente a fotografia vai a todo momento querer nos levar à iluminação e ambiência de cores que remetem aos anos 1970 quando esse tipo de produção era mais comum.
Chega um momento que até o melhor dos assassinos quer se aposentar, mas quem quer se livrar de um funcionário tão bom? ... Vamos lá, você já viu esse filme, mesmo que não tenha assistido antes, basicamente em Gemini Man conhecemos um matador que já cansou do trabalho, descobre que se os alvos não eram terroristas e antes de se aposentar será substituído por um clone. ... Esse filme é um projeto da Disney de meados da década de 1990 que foi aprovado, mas engavetado e só viu a luz anos depois pela Paramount. Mas por isso acaba com uma trama que ressalta tudo que já foi mostrado nesses anos entre final dos 90 e início de 2000 com uma história para lá de genérica. ... Assim temos sequências de luta e tiroteio muito bem dirigidas com coreografias realistas graças à preferência por efeitos práticos, mas que falha nos poucos momentos de CG como a luta contra a moto e algumas cenas do protagonista rejuvenescido. ... Vale pela curiosidade de ver Will Smith contra um Maluco no Pedaço na paisagem das ruas de Cartagena na Colômbia e do subterrâneo de Budapeste.
Que Culpa Tem o Carma?
2.5 14 Assista AgoraFazemos nossa própria sorte, acreditando ou não em maldições
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Em Que Culpa tem o Carma? conhecemos Sara, que desde a infância acredita ter sido amaldiçoada por Lucy, sua irmã mais nova, e por isso sempre sentiu uma espécie de carma a assombrando. Quando Lucy anuncia seu casamento, Sara descobre que o noivo da irmã é seu antigo melhor amigo de infância.
...
Esta comédia romântica mexicana passa por todos aqueles clichês esperados, mas não se dá muito bem no romance ou humor, por outro lado acerta quando deixa se volta para as relações de amizade e cumplicidade entre os personagens.
Uncharted: Fora do Mapa
3.1 450 Assista AgoraDesde Indiana Jones que os filmes de aventura parecem ter perdido sua identidade para serem sempre comparados com o arqueólogo, Uncharted é a versão mais recente desse estilo que nasceu nos jogos digitais e agora ganhou as telonas.
...
No filme acompanhamos um jovem órfão que prática alguns pequenos golpes no bar de alguém a classe que trabalha até ser "convocado" por um caçador de tesouros para reencontrar o irmão mais velho desaparecido e o lendário tesouro do navegador Fernão de Magalhães.
...
Não joguei nenhum dos jogos, então nem posso buscar os paralelos ou ficar bravo com alguma eventual descaracterização, mas ainda assim temos aqui um belo exemplar de filme genérico.
...
Toda a história se apoia no carisma de Tom Holland e Mark Wahlberg, que realmente são os melhores em tela, nos fazendo sentir pena de papéis como o interpretado pelo Antônio Banderas que de tão estereotipados e sem tempo para desenvolver chega a pensar que o ator só estava aproveitando um fim de semana em Barcelona.
...
A parte da aventura, bem se você está pensando nos quebra-cabeças típicos para esse tipo de trama, eles existem, mas chega a ser surpreendente de como os segredos permaneceram ocultos por tanto tempo, já que tudo parecia uma grande fase tutorial.
...
E aí chegamos na ação, onde temos lutas prejudicadas pelo excesso de cortes ou sequências que deveriam tirar o fôlego, mas é tão exagerada de efeito digital que atrapalham qualquer imersão (e aqui vale lembrar que estamos falando de uma super produção milionária).
...
É perceptível a troca dos atores por "bonecos" de videogame que flutuam sem peso ou textura pela tela, e Uncharted começa com uma cena desta que ao invés de emoção, provoca desânimo.
...
É possível se divertir, mas você esquecerá o que aconteceu assim que subir o elenco.
Noite Passada em Soho
3.5 741 Assista AgoraPodemos gostar de passados que não vivemos ou até curtirmos uma nostalgia de tempos que ficaram para trás, mas devemos ter cuidado com a idealização, pois as mais atraentes situações sempre escondem algo.
...
No filme Noite Passada em Soho conhecemos Ellie, uma jovem do interior da Inglaterra que vai fazer faculdade de moda em Londres, mas ao não se adaptar à sua colega de quarto, aluga um apartamento em Soho.
...
Apaixonada pela década de 1960, começa a sonhar (ou viver) a vida de uma outra garota, Sandie, uma estrela em ascensão da época que queria viver. O passado de glamour e sonho vai aos poucos se tornando tanto uma armadilha, como um pesadelo.
...
O roteiro se apresenta em três atos muito bem pontuados e por uma boa parte da introdução temos a protagonista sofrendo sua no presente e se abrigando nos anos 1960. Parece uma espécie de versão mais jovem de Meia Noite em Paris
...
Até que esse transito de tempos feito pela protagonista que traz o glamour sessentista para sua vida e até deseja pelo passado começa a também revelar seus problemas. Tudo isso com um ótimo trabalho de fotografia que abusa do neon e dos espelhos para brincar com nossa percepção e expor um horror que traz muitas referências do giallo.
...
E como qualquer filme do Edgar Wright a música é muito presente, influenciando não apenas no tom das diferentes narrativas que são apresentadas, como também às invade, transformando-as muitas vezes numa espécie de musical espiritual.
A Casa no Bayou
2.7 61 Assista AgoraFamílias perfeitas não existem, mas são nos momentos de crise que elas superam os problemas. Ou não?
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A Casa no Bayou vai acompanhar uma família de férias que viaja para uma casa enorme no meio do nada. Ok, é um filme de terror e essa premissa é bem recorrente, mas com um ligeiro diferencial, o marido traiu a esposa e a relação não está nada boa.
...
A história vai ficando cada vez mais estranha, principalmente a partir da entrada de dois moradores locais, donos de um mercadinho que os personagens encontram para comprar mantimentos.
...
O roteiro trabalha todo tempo provocando uma sensação de incômodo pelo estranho. Ele cresce cada vez mais com sugestões de que o sobrenatural está agindo, mas que acaba por subverter o esperado ao mostrar como a maldade ordinária pode sempre ser pior.
...
Os personagens são estereotipados de propósito e ressaltam a banalidade da crise familiar ou dos "caipiras" do pântano para surpreender com alguns elementos e momentos de explosão emocional para cada ator mostrar a sua verdade.
A Princesa
3.0 53Os contos de fadas trouxeram vários clichês que são incansavelmente repetidos, como o da princesa presa na torre/castelo/qualquer lugar que um príncipe precisa resgatar, mas e se pensássemos de outra forma? E se ela pudesse fugir por sua própria conta?
...
O filme a Princesa vai nos apresentar uma princesa (pra deixar bem claro) que acorda em sua cama com os braços em grilhões, não sabemos como ela chegou nessa situação que será revelada aos poucos por flashbacks, mas não antes de mostrar seu principal objetivo: a luta.
...
Acompanhamos então a protagonista lutando contra todos que se colocam na sua frente até chegar no arqui-inimigo, o pretendente ao qual sua mão teria sido prometida. E em paralelo as desventuras de um soldado acima do peso que tenta de toda forma atender seus senhores.
...
É um roteiro extremamente simples e direto, uma fuga recheada de sequências de luta, que tomam um ar bastante cartunesco tamanha a irrealidade apresentada. Mas é um irreal que não incomoda, pois somos capturados pelo ritmo e coreografias bem combinadas (pelo menos na maior parte dos casos).
O Beco do Pesadelo
3.5 496 Assista AgoraInspirado numa produção de 1948, Beco do Pesadelo é muito mais que uma regravação, é a recriação de uma época pela ótica de seus piores momentos.
...
Em Beco do Pesadelo acompanhamos Stan, um trapaceiro que ao se abrigar num circo aprende a arte da falsa telepatia e começa a praticar golpes maiores. Mas quando achava estar no controle de todos, uma psiquiatra abre portas que estavam fechadas e a ganância o faz ir além do que deveria.
...
É um filme lento, que passa todo o primeiro ato nos apresentando cada um dos trabalhadores/moradores do micro universo do circo, suas funções dentro e fora do palco, as ambições, os sonhos impossíveis de um tempo de guerra e dificuldades. E então, com tudo estabelecido, avançamos dois anos para ver Stan utilizando suas habilidades para conquistar grandes lucros enganando milionários.
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Um suspense dramático sobre pessoas destruídas, com problemas além daqueles que poderiam controlar, e enquanto alguns tentam viver pequenas alegrias, outros se afogam na busca incansável por poder e influência.
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Nessa produção Guillermo del Toro mergulhou no noir por caminhos alternativos, não temos a clássica narrativa de detetive, mas um drama psicológico de cobiça que mostra a ascensão e queda de uma pessoa orgulhosa e ambiciosa.
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Tecnicamente Del Toro entrega uma mistura de real com pesadelo recriando a época com figurinos e cenografia, e trazendo artifícios da época como transições de cena e uma coloração amarelada que deixa a imagem quase em sépia, e traz a sensação de estarmos na década de 1940, mas também com um espelhamento narrativo com a primeira cena que define o protagonista.
Paradox
2.9 9 Assista AgoraDe vez em quando caímos em armadilhas escolhemos um filme pelo potencial.
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Em Paradoxo, acompanhamos um grupo de bandidos procurando tesouros próximos a montanhas nevadas. Com poucos diálogos, Paradoxo é um filme conceitual musical do Neil Young que tem a intenção de contar a história de um assalto do bando.
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Embora o experimento seja um dos balizadores, ele inova pouco, como quando alterna as tomadas em câmeras convencionais e super 8 ou brinca com truques de ilusão de ótica e digitais.
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Mas não demora muito para descobrimos que trata-se mais da filmagem de um show com cenas aleatórias no campo que a tentativa de contar uma história, mas ao menos poderiam disfarçar um pouco ao se vender como uma mescla das duas coisas, pois não é?
Terremoto
2.7 108 Assista AgoraFilmes catástrofe não são exclusividade dos EUA e a Escandinávia e Noruega traz a continuação da Onda com Terremoto para mostrar sua própria destruição.
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Acompanhamos Kristian Eikjord, um geólogo que já foi considerado um herói por evitar que um violento tsunami destruísse a Noruega. No entanto, novas atividades sísmicas deixam o recluso geólogo numa corrida para salvar Oslo.
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Apesar de ser uma continuação a narrativa não impede que o espectador assista a partir desta segunda parte, pois os elementos necessários para entendermos o protagonista e o temor que ele tem pelo desastre iminente é suficientemente bem apresentado.
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É interessante como o roteiro traça paralelos com um evento real ocorrido no início do século XX, extrapolando e ampliando a capacidade destrutiva do evento. No entanto, o filme caminha pela fórmula básica do gênero com um técnico que é ignorado e desacreditado por pessoas em posição de poder até que tudo começa a desmoronar. Sem contar o incomodo agravante de exagerar no melodrama.
Amundsen, O Explorador
3.2 9 Assista AgoraA humanidade é movida por sonhos, mas neles reside o perigo de não nos contentarmos com a realidade
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No início do século XX os mapas ainda não estavam totalmente completos, dois grandes mistérios ainda não tinham sido conquistados: os polos sul e norte. Objetivos que viraram verdadeiras corridas entre aventureiros e seus respectivos países, e foi Roald Amundsen a chegar em ambos em 1911 e 1926.
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O filme sobre a biografia do explorador começa com seu fim, a queda de seu avião no meio das geleiras árticas, em seguida visitamos a vida do protagonista por meio das memórias de seu irmão em conversa com sua nora, ambos esperando por boas notícias.
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Neste drama biográfico acompanhamos a trajetória de uma pessoa obsessiva, que nunca se satisfazia com as conquistas. Temos uma perspectiva melancólica que nunca se satisfaz, por maiores que fossem as conquistas e as dificuldades vencidas.
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Mas apesar das grandes tomadas de planícies congeladas infinitas, é um roteiro que se volta para dentro do personagem sem dar muita vazão às possíveis reflexões, mas apenas ao drama pessoal e torna o desenvolvimento lento e cansativo.
Perto do Apocalipse
3.0 15Saber que o fim do mundo se encontra na próxima esquina pode ser realmente muito libertador, um convite a conversar consigo mesmo.
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Em Perto do Apocalipse conhecemos Liza, que no último dia antes de um cometa destruir o mundo, vai reencontrar pessoas que tinha se afastado antes da festa final, sempre acompanhada de sua versão metafísica mais jovem com quem dialoga.
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É uma produção de baixo orçamento filmada durante a Pandemia que, além de poucos atores, geralmente enquadrados com uma considerável distância, se ambienta pelas ruas desabitado do subúrbio de Los Angeles, com a dupla andando de um lugar para o outro encontrando velhos conhecido, excêntricos desconhecidos e confrontando a si mesma.
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É interessante como tal narrativa se constrói a partir das limitações que vivemos nesses anos de isolamento, pois o grande tema do filme é o enfrentamento dos arrependimentos e desentendimentos que nos distanciaram daqueles que nos importamos.
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Uma comédia dramática que reflete e busca reflexão com um pouco de sarcasmo sobre quem fomos e quem somos e como ambos os momentos são importantes, tudo imerso em muita melancolia.
Isolados: Medo Invisível
2.3 73 Assista AgoraNum futuro próximo a Pandemia não foi resolvida, mas novas cepas nasceram e o planeta se transformou num estado policial de controle constante.
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Espero que este não seja nosso futuro, mas é o cenário do filme Isolados - Medo Invisível, onde acompanhamos um entregador que cruza Los Angeles em sua bicicleta levando encomendas enquanto se desvia das barreiras as militares.
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Em paralelo conhecemos outras rotinas como uma família rica que ganha muito dinheiro vendendo fugas da cidade; uma influenciadora digital depressiva e outras pessoas que se adaptaram de forma forçada da maneira que dava.
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Tentando surfar na onde da Pandemia, muitas produções souberam capturar os sentimentos desses dias, tédio, medo e até esperança por tempos melhores. Mas este, que tem produção de Michael Bay e um elenco considerável, é um tédio sem fim, oitenta minutos de falta de tramas desinteressantes temperado com um melodrama barato na conclusão com direito até a câmeras lentas (?!?).
Hellraiser: Revelações
1.4 201 Assista AgoraÉ incrível como filmes de terror tem a incrível capacidade de gerar continuações, e estas são geralmente cada vez piores.
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Criado por Clive Barker, Hellraizer já reúne dez filmes em seu catálogo, mas em 2011 foi onde eles chegaram mais fundo no poço com a produtora correndo para não perder os direitos dos cenobitas.
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A história se passa em dois tempos, o passado com dois adolescentes que foram curtir um fim de semana no México, mas abrem a Caixa dos Lamentos; e o presente com as duas famílias numa casa isolada em Los Angeles.
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O filme tem pouco mais de uma hora e tudo parece acontecer de forma supercondensada e rápida, mas ele é repetitivo, pois assistimos várias e várias vezes as mesmas cenas com acréscimos a cada nova repetição.
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Por outro, os efeitos práticos de maquiagem são suficientemente perturbadores.
Negra Como a Noite
2.4 34Nova Orleans talvez seja uma das cidades mais intrigantes dos EUA, com uma cultura muito rica e plural, infelizmente é assolada por recorrentes catástrofes naturais e sociais coroadas pelo abandono político.
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Em Negra como a Noite acompanhamos Shawna, uma adolescente que se preocupa com a mãe que vive num conjunto habitacional prestes a ser demolido em meio às pressões da gentrificação. Então de repente, os desafios sociais e familiares em que vive se tornam ainda mais complicados com a aparição de uma gangue de vampiros na cidade.
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É um horror de baixo orçamento, que traz os vampiros como metáfora de uma população abandonada e segregada que não aguenta mais perder a liberdade. Protagonistas que sobrevivem apesar dos traumas acumulados por anos de racismo e abandono, no qual a catástrofe do Catrina é a cicatriz exposta que refletem feridas abertas desde a escravidão.
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Mas a escolha por assumir tons de Hora do Espanto torna tudo muito exagerado, as conexões com do passado escravista com o presente marcado por um abismo social tão grande que quase nenhum branco aparece é interessante, mas parece descolado do todo. E as interpretações novelescas também teimam em destruir qualquer credibilidade que a trama possa conceitualmente ter apresentado.
1918: A Batalha de Kruty
2.8 17 Assista AgoraDe vez em quando esquecemos, mas o cinema também é uma ferramenta de propaganda que apresenta e define narrativas.
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1918 - Batalha de Kruty vai nos levar para uma resistência do exército ucraniano contra o avanço dos russos, meses depois de ter conquistado a autonomia com o fim da Primeira Guerra Mundial e do Império Austro-Hungaro.
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Uma batalha impossível no qual a maioria dos soldados era formada por universitários com pouco treinamento. Extremamente ufanista, não é a toa que foi lançado em 2018, pois as animosidades entre Ucrânia e Rússia vem crescendo até culminar no conflito armado atual.
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Assim, temos um roteiro que traz a construção narrativa clássica do herói, e assume alguns personagens como representantes da nação. Além disso, para ampliar o peso dramático, deixa bem claro a diferença entre o lado do bem e do mal, estereotipando os líderes do lado inimigo e exaltando as ações dos protagonistas.
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Manipulações que seria mais aceitáveis numa ficção, mas que enfraquece a história numa produção que se pretende basear em eventos reais. Inclusive criando uma subtrama de traição e espionagem confusa e os colocando cantando hinos nacionalistas que só seriam escritos mais de dez anos depois.
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Por outro lado consegue se destacar na ambientação e objetos de cena que, auxiliado pela fotografia em tons mais acinzentados, recompõe de forma satisfatória o cenário da época.
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Enfim, entre anacronismos e ufanismos, o filme ainda sofre com uma direção que pesa a mão no dramalhão de algumas passagens e que por fim, cansa mais que enaltece.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraNos anos 2000 Christopher Nolan trouxe sua interpretação sombrio-realista para o universo do Batman de forma a reverberar em outras mídias. Mas Matt Reeves foi além nesse conceito e apresentou uma interpretação ainda mais crua e perturbadora do vigilante e sua cidade.
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Em Batman, o assassinato do prefeito de Gotham serve como gatilho para uma investigação sobre as ligações entre o submundo e o poder político, mas um assassino independente começa a caçar todos que foram corrompidos pelo crime.
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É um filme longo de quase três horas de duração e que tenta se justificar ao apresentar duas histórias numa mesma produção, porém se por um lado temos tempo para o bom desenvolvimento do personagem e das necessárias pontes entre as histórias, por outro ensaia abordagens políticas que não decolam e ficam apenas na superficialidade.
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Assim, começamos com uma investigação sobre a máfia a qual descobrimos como suas garras estão intimamente ligadas à toda estrutura da cidade; em paralelo um assassino começa a matar os corruptos e falsos bastiões da moralidade desafiando a polícia e o Batman com charadas.
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Ele assume tons narrativos e estéticos do gênero noir, explorando o drama existencial e intimista do Batman, que já atua na cidade a pelo menos dois anos construindo sua lenda pelo medo. Logo, alguns eventos colocam o protagonista em confronto com seus ideais e o fazem questionar o quanto ele realmente ajuda a cidade, aprofundando inclusive o papel que seus pais tiveram no passado da metropole.
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Essa lenda aterrorizante o coloca como uma figura que ora assombra, ora inexiste para grade parte das pessoas e a todo momento parece que ele precisa provar sua lealdade e valor. Impactando inclusive na força policial que o trata como vigilante, de forma a ter boas relações apenas com Gordon como apoio institucional.
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E apesar desse mergulho quase monográfico, além do Gordon que funciona quase como um apoio narrativo, vários personagens o auxiliam na jornada como o Alfred que desvenda charadas e principalmente a Mulher Gato, que ganha cada vez mais importância ao longo do filme.
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Enfim, é um bom filme e que assume o lado detetive que ainda não tinha sido trabalhado no cinema. No entanto, ele é um tanto repetitivo e por não conseguir conectar os subtextos mais complexos à trama principal, sua carga dramática perde substância e o ritmo se arrasta.
Rumspringa - Ein Amish in Berlin
3.0 15 Assista AgoraA juventude é o principal momento em que descobrimos o mundo, principalmente se você for um Amish.
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Em Rumspringa acompanhamos um jovem Amish que ao atingir a maioridade faz o ritual de sair de sua comunidade para conhecer a sociedade exterior. Nessa jornada de amadurecimento ele entra em contato com uma cultura completamente estranha e experiências que farão questionar seu retorno.
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É uma comédia bem fraquinha, com personagens e situações muito bobas, mas que tem sua graça na brincadeira com os estereótipos. No entanto, o filme é muito mais longo do que deveria e quando resolve partir para momentos mais dramáticos, ele não se sustenta.
Não Desligue
2.7 262 Assista AgoraA época dos trotes por telefone já passou, eles perderam espaço para as ligações de vindas de presídios e telemarketing.
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Em Não Desligue acompanhamos um Youtuber que ganha visualização com trotes, até que ele liga para alguém que se vinga da "brincadeira".
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Para uma produção de baixo orçamento e despretensiosa ela apresenta um bom potencial inicial, mas vai perdendo força rapidamente e não sustenta nem a já reduzida duração de quase 80 minutos.
Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
3.2 278Concursos de música não são tão populares no Brasil como em outras partes do mundo, então devo confessar que a primeira vez que ouvi falar de Eurovision foi nesse filme do Will Ferrell, ainda que ele já ocorra desde 1956.
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Em Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars acompanhamos Lars e Sigrit que tem o sonho de participar e ganhar o concurso de música Eurovision. Desacreditados por todos, eles assim passam mais de 40 anos até que o Fire Saga finalmente é tem sua chance.
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A dupla é inicialmente escolhida para uma eliminatória local apenas para cumprir o número mínimo de participantes e, apesar de se saírem muito mal, um evento inesperado os leva para a final europeia.
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A partir de então temos a conhecida e recorrente jornada de histórias sobre músicos e bandas com seus autos e baixos, vitórias e derrotas, separações e arrependimentos. Uma comédia musical escrachada típica do Will Ferrell.
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E ele consegue se sair muito bem num nível de bobo que para ele foi até contido, mas definitivamente esse tipo de filme não faz o estilo de Rachel McAdams, que parece bem forçada e deslocada.
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Ainda assim, o nível de não se levar a sério possibilita esse descompasso e brilha ao apresentar números musicais que caminham entre o engraçado e o deslumbrante. Com a mescla de canções populares com originais que realmente roubam a cena e rendeu até uma indicação ao Oscar em 2021.
Rápida e Mortal
3.1 179 Assista AgoraExistem projetos que saem do papel pela força e este é um deles.
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Em Rápida e Mortal acompanhamos uma pistoleira solitária que chega ao vilarejo de Redemption em busca de vingança e acaba participando de uma competição de duelos. Lá ela encontra varia estereótipos de atiradores como um garoto arrogante, um jogador, um padre arrependido, o "dono" da cidade.
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É um filme de clichês, que traz todos os tempos mais básicos do western que poderíamos esperar, e isso tanto do ponto de vista de roteiro como estético, então prepare-se para ver diversos closes com olhares malvados e mortes rápidas nos duelos, mas com a marca do diretor que não esconde sua autenticidade brincando com sequências e torcendo ângulos de câmera.
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E embora a trama já tenha sido utilizada à exaustão, ela ganha novos ares ao misturar com outros estilos e colocar uma mulher no papel de protagonista resultando em toda uma série de subtextos de embate contra a sociedade machista que poderíamos esperar.
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No entanto, a produção que ganha pelas trucagens falha do ponto de vista narrativo e se estende além do que deveria, pois por mais rápidos que sejam os confrontos, eles são muitos e tornam-se repetitivos com quase nenhuma surpresa.
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É interessante que o maior produtor/promotor deste filme foi sua protagonista, Sharon Stone que se encontrava no auge em meados da década de 1990 e escolheu o filme sua equipe, exigindo Sam Raimi na direção, assim como Gene Hackman e os ainda não muito conhecidos Leonardo de Caprio e Russel Crowe.
Invasão Zumbi 2: Península
2.4 391 Assista AgoraQue histórias com zumbis já cansaram, acho que todos concordamos, mas algumas vezes surge alguma novidade como Train to Busan.
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Invasão Zumbi trouxe a claustrofobia de um trem de alta velocidade com mortos-vivos se alimentando a cada vagão. Foi um sucesso de 2016 que deu um novo fôlego para o tipo de filme. Então, em 2020 chegou a inevitável continuação: Península.
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Depois de uma introdução interessante com refugiados da Coreia tentando chegar a um lugar seguro em transatlânticos, e saindo tudo errado. A história se transforma numa trama de assalto, onde sobreviventes que passaram a morar em Hong Kong precisam invadir a península para recuperar "tesouros".
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Embora este filme tenha vindo antes, o diretor Scott Snyder recentemente retornou para seu cenário de zumbis com a mesma premissa, então soa repetitivo. Mas para facilitar um pouco o que no filme anterior mostrava ser um confronto impossível, descobrimos que as criaturas não se movimentam muito a noite.
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Quando o grupo chega de volta à Coreia, além da missão de resgatar dinheiro encontramos uma nova sociedade criada por sobreviventes que a quatro anos perderam o contato com o exterior.
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A estrutura apresentada é a de vídeo game, mas que funciona melhor quando estamos com o controle na mão. Os personagens também não tem lá muito carisma e depois das primeiras surpresas, perde-se aquele apelo necessário para continuarmos. Por outro lado, algumas sequências de ação são muito boas, em especial um "Mad Max" nas ruas da cidade.
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A comparação com o primeiro filme é inevitável, e isso conspira contra essa continuação que, apesar de ainda trazer esse estilo de gênero híbrido coreano, que sabe misturar ação, aventura, terror, drama e comédia. Desta vez faltou equilibrar melhor, pois o drama quando aparece é excessivo e as crianças inseridas na trama a tornaram mais boba, não importando o quão violenta fossem as mortes.
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Mais fraco, mas ainda assim uma boa diversão que apresenta bom controle de ritmo, sem se tornar cansativo.
Rondon, O Desbravador
2.8 5Os últimos anos do século XIX e os primeiros do XX ainda mantinham sua aura de descoberta para os aventureiros do ocidente.
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Em Rondon - o Desbravador, acompanhamos trechos da vida do explorador Cândido Rondon pelas suas memórias e alucinações enquanto conta sobre seu passado para um jornalista em seus últimos dias de vida.
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A tentativa foi valida e a qualidade de captação de áudio e vídeo de forma digital permite boas tomadas, mas isso não significa um bom filme, falta um desenvolvimento maior no tratamento do roteiro e uma pós produção com atenção à edição.
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A intenção é boa, mas a produção enfraquece com o uso de uma estética narrativa muito novelesca, além da linguagem enciclopédica que em muitos momentos parece que estamos assistindo um longa metragem do Telecurso 2000.
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Apesar disso, ao aceitarmos o caráter didático, podemos aproveitar a história e elementos como a utilização de imagens de arquivo das expedições do Rondon, documentos históricos muito interessantes.
Invasores
2.6 188 Assista AgoraPredadores sempre pensam esta no topo da cadeia, até que encontram algo pior.
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Em Invasores acompanhamos Anna, uma jovem agorafobica que cuida de seu irmão com uma doença terminal, até que ele morre e durante o velório sua casa é invadida por três bandidos.
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Mas não se engane, não é um simples filme de invasão, embora o título sugira, pois algo bem pior e inesperado acaba acontecendo na casa.
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Um suspense de baixo orçamento, mas com uma ótima somatória de direção, roteiro e atuação que surpreende.
Um Jantar Entre Espiões
2.9 54 Assista AgoraO fim da guerra fria não significou o fim da espionagem, mas uma nova forma de problemas problemas e soluções.
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Um atentado terrorista num avião em Viena no ano de 2012 foi uma mácula na equipe da CIA que Henry Pelham participava, oito anos depois, com a prisão de um dos terroristas e a suspeitas de um espião no grupo, o caso foi reaberto.
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Em Um Jantar entre Espiões acompanhamos uma investigação sobre esse evento em três momentos narrativos: a época do atentado que é mostrada a partir dos relatos obtidos na investigação do presente e flashs de outros momentos que ajudam a conectar e entender as relações entre os personagens.
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Mas alinhe suas expectativas, pois muito longe de um filme com espiões cheio de explosões e troca de tiros, o próprio título nacional indica que as situações aqui serão resolvidas (ou não resolvidas) de forma muito menos explosivas e num ritmo lento, ainda que com boas viradas na trama.
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Ainda assim, esteticamente a fotografia vai a todo momento querer nos levar à iluminação e ambiência de cores que remetem aos anos 1970 quando esse tipo de produção era mais comum.
Projeto Gemini
2.8 460 Assista AgoraChega um momento que até o melhor dos assassinos quer se aposentar, mas quem quer se livrar de um funcionário tão bom?
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Vamos lá, você já viu esse filme, mesmo que não tenha assistido antes, basicamente em Gemini Man conhecemos um matador que já cansou do trabalho, descobre que se os alvos não eram terroristas e antes de se aposentar será substituído por um clone.
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Esse filme é um projeto da Disney de meados da década de 1990 que foi aprovado, mas engavetado e só viu a luz anos depois pela Paramount. Mas por isso acaba com uma trama que ressalta tudo que já foi mostrado nesses anos entre final dos 90 e início de 2000 com uma história para lá de genérica.
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Assim temos sequências de luta e tiroteio muito bem dirigidas com coreografias realistas graças à preferência por efeitos práticos, mas que falha nos poucos momentos de CG como a luta contra a moto e algumas cenas do protagonista rejuvenescido.
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Vale pela curiosidade de ver Will Smith contra um Maluco no Pedaço na paisagem das ruas de Cartagena na Colômbia e do subterrâneo de Budapeste.