Pesadelos quando criança foram a base para uma série de livros sobre bruxas que levou Emma ao estrelato, mas numa tarde de autógrafos do seu último livro uma amiga de infância revela que os pesadelos são reais. Os eventos que se seguem a forçam a voltar para sua casa de infância num vilarejo francês. ... Marianne é uma minissérie de horror jovem adulto (como o livro escrito pela protagonista) que sabe criar cenas perturbadoras de terror psicológico e gráfico, mas que se atrapalha quando tenta fazer graça em poucos momentos de alívio cômico. ... As referências vão de Alan Poe a Stephen King, a princípio eu pensava em Emma como uma mistura de King com J.K.Rowling, mas a medida que a história avança maiores são os ecos de It.
O que pode dar com uma serie de adolescentes com mais de 20 anos em um acampamento de verão que fica numa ilha isolada? Nada muito bom. ... A minissérie A-List, que estreou na #netflix recentemente, tinha tudo para ser mais uma besteira dispensável, ela superou minhas expectativas e se mostrou ainda pior. ... Temos então todos os estereótipos do #highschool elevados à décima potência com pitadas de #lost e focado no embate entre duas garotas que querem ser o centro das atenções. ... Enfim, poderia até funcionar se ao invés de 13 episódios tivesse apenas 1h30. Ok, as atuações não iriam melhorar de nenhuma forma. Mas como se isso já não fosse o suficiente, ela não termina e a #bbc deixa ganchos para mais uma temporada.
Nem todos gostaram, mas a série Gotham teve seu sucesso, então porque não tenta com o Superman? Ok, Smallville já foi feito, então era preciso recuar ainda mais no tempo, e assim surgiu Krypton. ... Na primeira temporada conhecemos o avô do Clark, Seg-El, ainda jovem lutando contra a opressão religiosa em Kandor. Dentre os personagens já conhecidos temos: ... Adam Strange com o conflito ético de viajar no tempo para garantir a existência do Superman, mas para isso precisa deixar o planeta ser destruído; Zod, também vindo do futuro, tenta salvar Kripton, mas implanta uma ditadura militar, e coloca o futuro do universo em risco; e Brainiac que só quer assimilar conhecimento e destruir planetas. ... Nesse segundo ano esses assuntos são mais uma vez explorados, mas com o acréscimo de uma guerra civil declarada em busca da liberdade. Foi uma boa temporada, que deixou os fãs na vontade de ver Apokolipse, Darkside e um spinoff do Lobo, mas que já sabemos que nunca irá acontecer.
O mundo da falsidade e dissimulação política ganha sua versão de sátira #highschool com a nova série de Ryan Murphy que estreou no #netflix . Em The Politician acompanhamos uma disputa para o cargo de presidente do grêmio estudantil de uma escola da classe alta americana. ... Sempre apresentando paralelos com o que seria uma eleição presidencial temos todas as polêmicas possíveis, assassinato, oportunismo, suborno, extorsão e exploração. Tudo num tom de comédia, principalmente na forma como os alunos encaram a disputa, como se aquilo valesse a vida deles. ... Os atores estão bem confortáveis com os papéis e por vezes exageram no tom do humor. Ainda assim, Murphy mais uma vez nos apresenta jovens enfrentando desafios que os tornam adultos. Com apenas 8 episódios, preciso ressaltar o quinto intitulado "Eleitor" onde traça um panorama do eleitor médio americano: indeciso, preconceituoso, machista e despolitizado. ... O oitavo episódio funciona como prólogo para a próxima temporada, ele vem com um avanço de três anos, leva os protagonistas à vida adulta e promete situações interessantes. ... Talvez alguns temas deveriam ser melhor trabalhados, o suicídio que ocorre logo no início da série não recebe a devida atenção e parece servir apenas como desculpa para iniciar os conflitos. Apesar disso, vale bastante a pena, dá para se divertir e traçar alguns paralelos com eventos recentes de polarização e ações inescrupulosas que ocorrem no Brasil e no mundo.
A selva amazônica é uma zona de constante conflito, povos que lutam pela sobrevivência entre si e contra invasores que buscam poder através da destruição. ... Em Frontera Verde acompanhamos Helena Poveda, uma policial federal enviada de Bogotá para investigar a morte de missionárias na selva. Dentre os mortos, um chama atenção por estar sem sangue e o coração ter sido retirado. ... A história se divide entre o presente com a policial e diferentes momentos do passado de um xamã e sua aprendiz que guardam segredos da floresta. A narrativa é lenta e os mistérios se revelam aos poucos e de forma envolvente, infelizmente falha na conclusão que deixa várias questões sem resposta. ... Tanto história como locações são na tríplice fronteira amazônica, entre Brasil, Colômbia e Peru. E assim, vários dos atores são amadores, variando bastante na qualidade da atuação, mas sem atrapalhar. Na realidade a presença de pessoas das comunidades do entorno tornaram a produção mais autêntica. ... O misticismo, presente desde as primeiras cenas, ganha força com o passar dos episódios e a magia se mostra como uma chave para a existência da floresta e da própria humanidade. ... Acho interessante ressaltar o subtexto crítico do enredo que levanta questões como exploração, trabalho escravo, submissão religiosa, desrespeitos e as agressões constantes que os pretensos intelectualmente superiores homens brancos sempre impõe a todos por onde passa.
Às vésperas da estreia da última temporada de Supernatural eu finalmente assisti os episódios do ano passado ... O ano começa com os irmãos mais uma vez separados, o antigo receptáculo do Lúcifer vivo e sofrendo com pesadelos, seu ex-megapoderoso filho percorrendo o pior caminho de auto conhecimento, e Sam com Castiel tentando descobrir uma forma de salvar Dean do arcanjo Miguel da realidade paralela apocalíptica. E esse cenário toma grande parte da temporada 14. ... Não deixamos de ter episódios memoráveis como um caso que acontece numa cidadezinha presa em algum seriado da década de 1950, ou o retorno do pai dos Winchester. Mas no geral eles estão repetitivos, a fórmula já se esgotou, por mais que os atores sejam carismáticos. ... Supernatural ainda emociona aqueles (que como eu) acompanha desde 2005 e o fim desse décimo quarto ano tem um sabor de despedida e agradecimento. O espectador é mais uma vez referenciado, agora na figura de uma entidade que faz as vias não apenas de roteirista/criador/espectador, e assim corresponsável por todas as mortes e decepções que os irmãos enfrentaram ao longo dos anos. ... Foi um final que eu gostei muito, e penso que talvez Supernatural pudesse ganhar fôlego com menos episódios, mas isso é o fã, acho que realmente chegou a hora de dizer tchau aos caçadores.
Baseado num podcast americano, Lore é uma série documental sobre temas sobrenaturais: espíritos, lobisomens, duplos malignos, diferentes crenças e criaturas são examinadas por meio de relatos e documentos oficiais que fundamentam a temporada. ... Cada episódio explora um assunto que é apresentado a partir de uma história principal dramatizada e outras complementares contadas apenas com a narração e imagens de arquivo, filmes e fotografias antigas ou animações feitas com as técnicas mais variadas. ... Por mais simples que possa parecer, atores conhecidos participam das histórias, não decepcionam e devem dar inveja a muita produção feita para o cinema.
Séries em ambientes escolares são bem comuns e para serem atrativas precisam se diferenciar de alguma forma, às vezes com vampiros, outras com especialistas em relacionamentos. ... Atypical acompanha Sam, um jovem dentro do espectro do autismo. Nesse terceiro ano Sam precisa se acostumar com a faculdade, a mudança de ambiente, fazer novos amigos, finalmente dar seus passos rumo à independência dos pais. ... Claro que Sam nunca está sozinho e sua condição impactou todos na família com uma irmã mais nova que foi deixada em segundo plano por muito tempo e agora passa por conflitos em relação à sua sexualidade, os pais que vivem uma crise no relacionamento por não terem lidado bem com filho e com o tempo se afastaram. ... Sempre com bom humor e de forma leve, a narrativa nos entrega conflitos típicos de qualquer família que precisam lidar com adolescente. Afinal, apesar de algumas peculiaridades e cuidados, todos só querem ser tratados com igualdade e normais.
Em tempos de exploração do trabalho e coachs motivacionais que vivem para te convencer a trabalhar ainda mais, muitas pessoas vivem cansadas e frustradas. Mas e se pudéssemos extrair o melhor de cada nós magicamente? Ou pelo menos por meio de experiências científicas bizarras? ... Esse é o plot inicial de Cara X Cara (a tradução do título ficou bem ridícula), na tentativa de um só a relaxante Paul Rudd é duplicado numa empresa coreana de fachada que produz cópias alteradas geneticamente para se tornarem mais produtivas, em seguida a matriz é eliminada. ... Em outras palavras, clones são criados e os originais enterrados vivos, o problema é que Miles sobrevive e passa a dividir a vida com o clone. A história bizarra que poderia gerar uma ficção científica com profundas discussões éticas serve como base para uma comédia e jornada de autoconhecimento. ... Paul Rudd rouba a cena completamente em suas duas personalidades, mas os outros atores não fazem feio ao vivenciarmos a humanidade do cotidiano nas situações e conflitos. ... A narrativa que fica um pouco confusa, pois acompanhamos o ponto de vista de ambos Rudds, além de outro personagem mais para o meio da temporada. Mas essa estrutura de idas e vindas é essencial para conhecermos cada um deles e seus dilemas. ... Me lembrei do filme do Michael Keaton "Eu, minha mulher e minhas cópias", embora o desenvolvimento seja completamente diferente. São 8 episódios de menos de 30 minutos, vale muito à pena.
Quando The End of The Fuking World foi lançada em 2017, tínhamos uma história divertida com dois adolescentes autodestrutivos. ... Ela terminou bem com seus sarcasmos e ironias encerrados numa cena de ação dramática. Não precisava continuar, mas eis que temos uma segunda temporada que até tem seus momentos, mas são poucos e não justificam mais oito episódios.
Quais os limites da lei quando o dinheiro fala mais alto e se torna uma ferramenta para amparar racistas e todas as perversidades do mundo moderno? ... Em Nós Somos a Onda acompanhamos um grupo de adolescentes que sofre com bully e preconceitos na escola e fora dela, até que um garoto novo chega e temos um grito por liberdade, a reação contra os opressores. ... O quinteto logo começa a fazer diferentes manifestações, mais ou menos violentas, contra o excesso do uso de embalagens de plástico, a indústria da moda, o machismo, a xenofobia. Sempre de forma pontual escondendo suas identidades, mas divulgando vídeos na internet para influenciar outras pessoas. ... Nos bastidores vemos a ascensão do nazifacismo que tem seus tentáculos na política e no departamento de polícia. ... É uma série voltada para o público adolescente e por isso vemos que certas situações se resolvem muito fácil, algo que para mim tirou um pouco da credibilidade do roteiro. Apesar disso, pode funcionar para seu real público alvo e provocá-los a pensar sobre seu próprio cotidiano e das pessoas a sua volta.
Que zumbis são sátiras sociais não é novidade, então para se destacar é preciso trazer um diferencial, no caso de Daybreak temos uma mistura de Walking Dead com Curtindo a Vida Adoidado. ... Na série os conflitos sociais/culturais/étnicos/ambientais/etc. causaram uma guerra e todos adultos morreram num ataque biológico. E então temos diversas referências compondo um caldeirão de bizarrices que no fim nos trás a velha história de amadurecimento e conflitos entre clubinhos escolares com uma nova roupagem. ... Estruturalmente temos duas linhas temporais, o presente pós explosão e o passado que desenvolve as relações cotidianas dos personagens, ainda com as mascaras sociais. Muitos dos episódios são narrados em primeira pessoa com a quarta parede funcionado quase como um papel de tão frágil. ... Embora tenhamos Josh como principal, o protagonismo acaba se alternando a cada episódio. Além dessa alternância, temos outros recursos narrativos que diversificam e dinamizam a história pulando entre os gêneros, mas sempre com um humor bizarro. ... Os atores também estão muito bem, alguns até um tanto over, mas mesmo com um bom Matthew Broderick ,(isso mesmo o Ferris Bueller virou diretor), quem rouba a cena é a Angelica e ela só tem 12 anos. Então curta versões de Mad Max, Laranja Mecânica, Supernatural, Breaking Bad, e tantos outros que nem cabe aqui.
Amigos imaginários não são incomuns até certa idade, o problema é quando um detetive solitário e fracassado começa a receber ajuda do amigo imaginário da filha. Esse é o tema de Feliz, um detetive com um unicórnio azul voador prendendo e matando bandidos. ... Premissa bizarra que apresentou bons momentos no primeiro ano, mas que nessa segunda temporada rapidamente se tornou tediosa. O mistério da vez ficou por conta da descoberta sobre o segredo das estranhas criaturas responsáveis pela orgia do primeiro ano. ... Tudo começa freiras explosivas na Times Square em Manhattan, para depois focar na relação familiar de Nic Sax e como coordenar a descoberta da filha com a investigação o trabalho nada comum. ... Gostei do primeiro ano, mas esse senti certo cansaço, acredito que a série poderia ter menos episódios ou eles serem menores, os fillers não ajudam muito e parece que muita coisa é só um somatório de bizarrices e escatologia que em Ash Vs.Evil Dead funcionava melhor.
Estamos chegando em dezembro e a temporada de filmes de natal esta apenas começando. Por que não um drama alemão em três partes que poderia muito bem ser um filme? ... O tempo é inevitável e nossas escolhas podem nos afastar mesmo de nossos familiares, mas nada como o natal para reunir a família. Em Holiday Secrets acompanhamos o reencontro de uma família que a muito tempo não se encontrava. ... Dividindo a narrativa em três momentos no tempo, conhecemos conflitos e segredos que se intercalam compondo a história dessa família de mulheres, onde os homens são apenas um estorvo. ... O ritmo é envolvente, com mistérios se revelando ao mesmo tempo que novos se apresentam. As atrizes levam muito bem as historias, mas não apenas isso, devo ressaltar a beleza da fotografia, a casa isolada no frio litoral da costa dinamarquesa são de encher os olhos.
A medicina pode ser chamada da arte da cura, mas quais os limites éticos para encontrar a solução de problemas de saúde? Atrocidades já foram cometidas em nome dessa nobre causa, que em geral elas não tem motivações tão nobres quanto dizem ser. ... Em Biohackers acompanhamos Mia, uma garota que acabou de entrar no curso de medicina e tem a ambição de trabalhar com uma grande cientista da área. Mas esse desejo não se restringe apenas às questões acadêmicas, pois escondem uma vingança cultivada desde a infância. ... O seriado se desenvolve em três narrativas com a principal mostrando os primeiros dias de aula de Mia; enquanto vislumbramos passagens duas semanas no futuro, com a morte de passageiros num trem (exceto a protagonista) e flashbacks da infância de Mia. ... A história é interessante e prende o espectador, quando menos você perceber os seis episódios já acabaram sem deixar pontas soltas além daquelas necessárias para uma segunda temporada. ... Mas toda essa agilidade trouxe uma fragilidade de roteiro muito incômoda, a passagem de tempo praticamente não existe e fica muito difícil de comprar a ideia que tudo se passou no período de duas semanas.
A humanidade persegue a imortalidade desde tempos imemoriais, mas será que ela sabe o que fazer quando conquistá-la? ... Ad Vitam é uma série francesa sobre um mundo onde encontramos cápsulas de regeneração em lojas de conveniência e estas garantem a imortalidade. Por outro lado surge também um grupo terrorista de jovens suicidas que se manifesta contra os imortais. ... Uma trama sobre conflito de gerações, mas que é tão lenta que fica difícil assistir os poucos seis episódios. Ainda assim temos alguns elementos interessantes e a série melhora a partir do terceiro episódio. ... Gostei da forma como trataram a tecnologia e a moda, elas pouco se alteraram tantos anos no futuro, uma metáfora da estagnação que o mundo pode se tornar ao não permitirmos as mudanças. Temos também algo já visto em filmes de vampiros principalmente, o hedonismo, o tédio da eternidade.
Quando Watchmen estreou na HBO me chamou atenção pela trama política e de crítica a todos esses movimentos fascistas e nazistas que vem tomando espaço no Brasil e no mundo. ... Ao final dos nove episódios, referência estrutural aos quadrinhos do Moore, sempre com seus nove quadros por página, tivemos um final fraco que não correspondeu a tudo que havia sido preparado. ... A trama dos supremacistas foi apenas uma cortina de fumaça para algo mais bobo, uma briga para quem seria o novo deus. Sendo otimista podemos dizer que o roteiro quer mostrar o quão ignorante são esses grupos que pensam ser o topo da humanidade, mas são apenas boçais. Eu não diria que funcionou muito bem... ... Mas o que mais me incomodou foram as resoluções telegrafadas, como comentei nas resenhas passadas, parece que tudo de relevante já tinha sido informado como iria acontecer, os poucos mistérios que permaneceram são irrelevantes e uma possível segunda temporada será no máximo algo comum, longe de todo potencial inicialmente sugerido. ... No fim, acredito que tenha sido uma temporada legal, mas que criou mais expectativa do que realmente entregou. ... Episódio 3.5/5 Temporada 4/5
A última grande promessa do ano do Netflix foi a série de fantasia The Witcher, mas valeu a pena? As comparações com Game of Thrones não poderiam estar mais erradas, sem mérito ou demérito, mas são produções completamente distintas, apenas se passam em universos fantásticos. .... Estruturalmente acompanhamos três narrativas, duas contínuas e uma episódica. Henry Cavill, que faz o bruxo Geralt divide seu protagonismo com a feiticeira Yennefer e a princesa Ciri. Estas duas últimas movem a trama e desenvolvem o cenário de guerra que tem no conselho de magos a balança que evita o massacre generalizado. ... Geralt praticamente se mantém no monstro da semana, onde os detalhes do mundo são explorados, como a expulsão dos elfos e apresentação de personagens que podem se tornar importantes, há também uma crítica à raça humana que parece estar sempre preparada para destruir tudo que vê pela frente, tudo que julga diferente, inclusive eles mesmos. .... Talvez a sensação GOT tenha vindo das inúmeras mortes que ocorrem nos primeiros episódios, mas aqui temos muito mais a ideia clássica de heroísmo (ainda que o herói nem sempre aceite). O tom é uma mistura de aventura com terror e não há vergonha em mostrar bastante sangue e tripas. ... Embora tenha apenas oito episódios, e eu não tiraria nenhum deles, pois gostei de cada história contada, mas a pouca continuidade na trama principal torna assistir tudo de uma vez cansativo. ... Com o encontro das narrativas no quinto episódio, aquele cansaço da desconexão é substituído por uma tensão crescente da guerra que parece perdida para o império expansionista, onde temos a sugestão de um fundamentalismo religioso. ... O grande problema da série? Esperar ate 2021 para a segunda temporada, felizmente ela já foi confirmada.
A vida de Anne sempre foi cheia de aventuras e muitos foram os desafios para a série conseguir uma terceira e última temporada. ... O grande tema de encerramento foi a família, manifestada nos seus diferentes formatos: um filho com ciúmes, uma longa dinastia, culturas diferentes, e como todo bom herói, Anne vai em busca de suas origens. ... Episódios mais dramáticos alternando com outros mais leves dão o ritmo do programa, ainda assim os roteiros não deixam de lado as questões sociais como o preconceito e a constante luta por igualdade e respeito. ... Negros, imigrantes, mulheres e agora indígenas sofrem com a nossa cultura ocidental que persegue aquilo que julgam ser diferente ou que possa ameaçar seus costumes. É inocente e esperançoso, mas também duro em suas críticas e no retrato de nossa sociedade de contradições. ... A série terminou bem com quase todas pontas soltas amarradas e deixando que Anne e seus amigos tenham sua vida por vir. Foram três emocionantes temporadas com adaptação de apenas o primeiro livro de uma série de 9 (e mais dois de contos). ... A única história deixada sem conclusão satisfatória foi da jovem Ka'kwet, sequestrada pelo governo canadense para "ensina-la" na cultura ocidental cristã. Uma das passagens sombrias da história que ainda se repete com a desculpa da evangelização. ... Sentirei saudades de Anne de Greengable e de todos em Avonlea.
Em meados de 2019 estreou a serie Nosferatu (ainda na minha lista) e agora a #netflix lança a minissérie Drácula, seria o retorno dos vampiros clássicos? ... Ambas produções são bem diferentes, pois se uma moderniza o filme expressionista do início do século XX, esta bebe no sangue de Bela Lugosi com referências à mitologia do vampiro romeno temperando passagens do livro de Bram Stoker. ... Com aquele incomodo humor inglês acompanhamos uma quase antologia de personagens recorrentes, a princípio obedece a estrutura do narrador que conduz a narrativa principal interrogado por um terceiro elemento, mas isso muda no episodio final. ... Temos então Jonathan Harker no castelo do conde; em seguida a misteriosa viagem de barco para Londres que mesmo no livro de Stoker apresenta poucos elementos, aqui ganha contornos de Agatha Christie; o terceiro episódio deixo a surpresa, assista e tire suas conclusões. ... É uma série que tem um humor estranho e pontual que se manifesta em situações e diálogos sarcásticos e absurdos com ritmos variáveis a cada novo episódio. Mas que por fim investiga como nossas crenças fundamentam nossos medos e o mistério máximo que é aceitar a finitude da vida.
A alma é um conceito religioso e filosófico debatido em muitos grupos, mas imagine que ela seja uma entidade semi-independente que interage na forma de um animal falante, os Daemon. ... Essa interação é o centro de Fronteiras do Universo, uma trilogia de livros escrito por Philip Pullman que em 2019 ganhou uma série pela HBO. Os livros já foram visitados no cinema, mas um boicote promovido por grupos religiosos impediu uma trilogia. ... Pullman a narrativa se constrói a partir da critica à igreja que discursa sobre a salvação, mas rouba a alma de seus seguidores e proíbe o conhecimento. ... Temas como predestinação, ganância de uma sociedade imperialista, expansionista e fundamentalista religiosa, se contrapõe à esperança, livre pensamento e realidades paralelas num roteiro de aventura e cutucadas sociais/religiosas. ... Como protagonista temos a eterna Laura de Old Man Logan que, junto com seu Daemon e seu melhor amigo dão conta de cativar o público. Ainda assim, vale pontuar que todo o elenco está muito bem, assim como os efeitos especiais suficientemente convincentes. ... A segunda temporada já foi confirmada para 2020 e espero que tenham planejado apenas três (como os livros) para não caírem na tentação de enrolar e ficarem perdidos, o envolvimento do autor dos livros me anima bastante. ...
Quando falamos de campos de concentração e Segunda Guerra Mundial logo lembramos da Alemanha nazista, mas poucos sabem que tais lugares existiam mesmo na "terra da liberdade". ... A segunda temporada de "The Terror" nos leva para 1941 onde acompanhamos um grupo de japoneses que perde seus direitos civis e passa a viver em campos de concentração. ... A série trabalha o racismo que permeia as leis de isolamento ganhando cada vez mais força com o avanço da guerra no Pacífico. E rapidamente temos a pobreza, desprezo, abuso, "desaparecidos" acusados de espionagem, confisco de bens e prisão. ... Como se não bastasse os horrores do preconceito e do totalitarismo travestido de segurança, um espírito ronda os episódios matando pessoas. ... Para além da guerra, conhecemos um pouco da cultura japonesa e a importância da família, dinastia, sangue vs criação. ... São 10 episódios feitos com extremo cuidado com uma equipe de ex-presos (George Takei entre eles) e descendentes trazendo não só um terror envolvente, como a memória de mais uma das máculas norte americanas. ... Com duas temporadas completamente diferentes, tanto em roteiro, como tema e estrutura, fico ansioso pelo terceiro ano.
Duas séries com tema de #vampiros estreou na #netflix esse início de ano, a primeira foi Drácula que eu já comentei aqui, a outra foi V Wars, foi a que eu assisti hoje. ... Uma doença ancestral desperta com o derretimento das calotas polares e uma série de mortes começam a ocorrer numa cidade dos EUA. ... O plot ambiental é ilusório (eu caí) desaparece na metade do primeiro episódio e a série se transforma numa perseguição policial com vampiros de origem biológica. ... Então, faltou muita coisa pra esse programa, mas o básico seria alguém ler o roteiro e cortar os excessos e os furos. ... São tantos núcleos desnecessários criados que não sabemos para onde a história quer seguir. Mas o pior são as regras dessa fantasia que são apresentadas e esquecidas na cena seguinte: alguém me diga qual é a via de transmissão da doença, foram tantas e tão aleatórias que não fazem sentido. ... Chegar ao fim foi uma vitória, porque é só ladeira abaixo, tenho dó dos atores que participaram disso.
Quando Expanse estreou em 2015 eu vibrei com a possibilidade de ver mais um scifi espacial, mas ao mesmo tempo temia por seu cancelamento, foi cancelada e depois salva pela Amazon. ... A quarta temporada estreou em meados de dezembro e deu um novo passo com a abertura se portais que acessam centenas de novos sistemas habitáveis espalhados no cosmo (uma espécie de Stargate gigante). ... Apesar da descoberta os conflitos entre nações continuam, terrestres, marcianos e belters (colonos do cinturão de asteroides) lutam entre si pelo domínio dos anéis de transporte e pelos possíveis novos planetas descobertos. ... Além de toda a politicagem e trairagem temos como diferencial de cenário uma substância alienígena que assombra a destruição de todos. ... São dez episódios bem desenvolvidos com quatro núcleos narrativos principais e outros menores em paralelo com mini arcos que convergem para algo maior e nem sempre corresponde à linha principal. ... Pelas múltiplas narrativas a série se torna cansativa para maratona, então aconselho ver no máximo 3 episódios por vez. Isso não é um problema, apenas destoa da estrutura que estamos acostumados atualmente.
Marianne (1ª Temporada)
3.5 249Pesadelos quando criança foram a base para uma série de livros sobre bruxas que levou Emma ao estrelato, mas numa tarde de autógrafos do seu último livro uma amiga de infância revela que os pesadelos são reais. Os eventos que se seguem a forçam a voltar para sua casa de infância num vilarejo francês.
...
Marianne é uma minissérie de horror jovem adulto (como o livro escrito pela protagonista) que sabe criar cenas perturbadoras de terror psicológico e gráfico, mas que se atrapalha quando tenta fazer graça em poucos momentos de alívio cômico.
...
As referências vão de Alan Poe a Stephen King, a princípio eu pensava em Emma como uma mistura de King com J.K.Rowling, mas a medida que a história avança maiores são os ecos de It.
The A List (1ª Temporada)
2.4 46 Assista AgoraO que pode dar com uma serie de adolescentes com mais de 20 anos em um acampamento de verão que fica numa ilha isolada? Nada muito bom.
...
A minissérie A-List, que estreou na #netflix recentemente, tinha tudo para ser mais uma besteira dispensável, ela superou minhas expectativas e se mostrou ainda pior.
...
Temos então todos os estereótipos do #highschool elevados à décima potência com pitadas de #lost e focado no embate entre duas garotas que querem ser o centro das atenções.
...
Enfim, poderia até funcionar se ao invés de 13 episódios tivesse apenas 1h30. Ok, as atuações não iriam melhorar de nenhuma forma. Mas como se isso já não fosse o suficiente, ela não termina e a #bbc deixa ganchos para mais uma temporada.
Krypton (2ª Temporada)
3.5 19 Assista AgoraNem todos gostaram, mas a série Gotham teve seu sucesso, então porque não tenta com o Superman? Ok, Smallville já foi feito, então era preciso recuar ainda mais no tempo, e assim surgiu Krypton.
...
Na primeira temporada conhecemos o avô do Clark, Seg-El, ainda jovem lutando contra a opressão religiosa em Kandor. Dentre os personagens já conhecidos temos:
...
Adam Strange com o conflito ético de viajar no tempo para garantir a existência do Superman, mas para isso precisa deixar o planeta ser destruído; Zod, também vindo do futuro, tenta salvar Kripton, mas implanta uma ditadura militar, e coloca o futuro do universo em risco; e Brainiac que só quer assimilar conhecimento e destruir planetas.
...
Nesse segundo ano esses assuntos são mais uma vez explorados, mas com o acréscimo de uma guerra civil declarada em busca da liberdade. Foi uma boa temporada, que deixou os fãs na vontade de ver Apokolipse, Darkside e um spinoff do Lobo, mas que já sabemos que nunca irá acontecer.
The Politician (1ª Temporada)
3.7 115O mundo da falsidade e dissimulação política ganha sua versão de sátira #highschool com a nova série de Ryan Murphy que estreou no #netflix . Em The Politician acompanhamos uma disputa para o cargo de presidente do grêmio estudantil de uma escola da classe alta americana.
...
Sempre apresentando paralelos com o que seria uma eleição presidencial temos todas as polêmicas possíveis, assassinato, oportunismo, suborno, extorsão e exploração. Tudo num tom de comédia, principalmente na forma como os alunos encaram a disputa, como se aquilo valesse a vida deles.
...
Os atores estão bem confortáveis com os papéis e por vezes exageram no tom do humor. Ainda assim, Murphy mais uma vez nos apresenta jovens enfrentando desafios que os tornam adultos. Com apenas 8 episódios, preciso ressaltar o quinto intitulado "Eleitor" onde traça um panorama do eleitor médio americano: indeciso, preconceituoso, machista e despolitizado.
...
O oitavo episódio funciona como prólogo para a próxima temporada, ele vem com um avanço de três anos, leva os protagonistas à vida adulta e promete situações interessantes.
...
Talvez alguns temas deveriam ser melhor trabalhados, o suicídio que ocorre logo no início da série não recebe a devida atenção e parece servir apenas como desculpa para iniciar os conflitos. Apesar disso, vale bastante a pena, dá para se divertir e traçar alguns paralelos com eventos recentes de polarização e ações inescrupulosas que ocorrem no Brasil e no mundo.
Frontera Verde (1ª Temporada)
4.0 29 Assista AgoraA selva amazônica é uma zona de constante conflito, povos que lutam pela sobrevivência entre si e contra invasores que buscam poder através da destruição.
...
Em Frontera Verde acompanhamos Helena Poveda, uma policial federal enviada de Bogotá para investigar a morte de missionárias na selva. Dentre os mortos, um chama atenção por estar sem sangue e o coração ter sido retirado.
...
A história se divide entre o presente com a policial e diferentes momentos do passado de um xamã e sua aprendiz que guardam segredos da floresta. A narrativa é lenta e os mistérios se revelam aos poucos e de forma envolvente, infelizmente falha na conclusão que deixa várias questões sem resposta.
...
Tanto história como locações são na tríplice fronteira amazônica, entre Brasil, Colômbia e Peru. E assim, vários dos atores são amadores, variando bastante na qualidade da atuação, mas sem atrapalhar. Na realidade a presença de pessoas das comunidades do entorno tornaram a produção mais autêntica.
...
O misticismo, presente desde as primeiras cenas, ganha força com o passar dos episódios e a magia se mostra como uma chave para a existência da floresta e da própria humanidade.
...
Acho interessante ressaltar o subtexto crítico do enredo que levanta questões como exploração, trabalho escravo, submissão religiosa, desrespeitos e as agressões constantes que os pretensos intelectualmente superiores homens brancos sempre impõe a todos por onde passa.
Sobrenatural (14ª Temporada)
4.0 141 Assista AgoraÀs vésperas da estreia da última temporada de Supernatural eu finalmente assisti os episódios do ano passado
...
O ano começa com os irmãos mais uma vez separados, o antigo receptáculo do Lúcifer vivo e sofrendo com pesadelos, seu ex-megapoderoso filho percorrendo o pior caminho de auto conhecimento, e Sam com Castiel tentando descobrir uma forma de salvar Dean do arcanjo Miguel da realidade paralela apocalíptica. E esse cenário toma grande parte da temporada 14.
...
Não deixamos de ter episódios memoráveis como um caso que acontece numa cidadezinha presa em algum seriado da década de 1950, ou o retorno do pai dos Winchester. Mas no geral eles estão repetitivos, a fórmula já se esgotou, por mais que os atores sejam carismáticos.
...
Supernatural ainda emociona aqueles (que como eu) acompanha desde 2005 e o fim desse décimo quarto ano tem um sabor de despedida e agradecimento. O espectador é mais uma vez referenciado, agora na figura de uma entidade que faz as vias não apenas de roteirista/criador/espectador, e assim corresponsável por todas as mortes e decepções que os irmãos enfrentaram ao longo dos anos.
...
Foi um final que eu gostei muito, e penso que talvez Supernatural pudesse ganhar fôlego com menos episódios, mas isso é o fã, acho que realmente chegou a hora de dizer tchau aos caçadores.
Crenças - Histórias de Horror (1ª Temporada)
3.8 69 Assista AgoraBaseado num podcast americano, Lore é uma série documental sobre temas sobrenaturais: espíritos, lobisomens, duplos malignos, diferentes crenças e criaturas são examinadas por meio de relatos e documentos oficiais que fundamentam a temporada.
...
Cada episódio explora um assunto que é apresentado a partir de uma história principal dramatizada e outras complementares contadas apenas com a narração e imagens de arquivo, filmes e fotografias antigas ou animações feitas com as técnicas mais variadas.
...
Por mais simples que possa parecer, atores conhecidos participam das histórias, não decepcionam e devem dar inveja a muita produção feita para o cinema.
Atypical (3ª Temporada)
4.4 343 Assista AgoraSéries em ambientes escolares são bem comuns e para serem atrativas precisam se diferenciar de alguma forma, às vezes com vampiros, outras com especialistas em relacionamentos.
...
Atypical acompanha Sam, um jovem dentro do espectro do autismo. Nesse terceiro ano Sam precisa se acostumar com a faculdade, a mudança de ambiente, fazer novos amigos, finalmente dar seus passos rumo à independência dos pais.
...
Claro que Sam nunca está sozinho e sua condição impactou todos na família com uma irmã mais nova que foi deixada em segundo plano por muito tempo e agora passa por conflitos em relação à sua sexualidade, os pais que vivem uma crise no relacionamento por não terem lidado bem com filho e com o tempo se afastaram.
...
Sempre com bom humor e de forma leve, a narrativa nos entrega conflitos típicos de qualquer família que precisam lidar com adolescente. Afinal, apesar de algumas peculiaridades e cuidados, todos só querem ser tratados com igualdade e normais.
Cara x Cara (1ª Temporada)
3.3 78 Assista AgoraEm tempos de exploração do trabalho e coachs motivacionais que vivem para te convencer a trabalhar ainda mais, muitas pessoas vivem cansadas e frustradas. Mas e se pudéssemos extrair o melhor de cada nós magicamente? Ou pelo menos por meio de experiências científicas bizarras?
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Esse é o plot inicial de Cara X Cara (a tradução do título ficou bem ridícula), na tentativa de um só a relaxante Paul Rudd é duplicado numa empresa coreana de fachada que produz cópias alteradas geneticamente para se tornarem mais produtivas, em seguida a matriz é eliminada.
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Em outras palavras, clones são criados e os originais enterrados vivos, o problema é que Miles sobrevive e passa a dividir a vida com o clone. A história bizarra que poderia gerar uma ficção científica com profundas discussões éticas serve como base para uma comédia e jornada de autoconhecimento.
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Paul Rudd rouba a cena completamente em suas duas personalidades, mas os outros atores não fazem feio ao vivenciarmos a humanidade do cotidiano nas situações e conflitos.
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A narrativa que fica um pouco confusa, pois acompanhamos o ponto de vista de ambos Rudds, além de outro personagem mais para o meio da temporada. Mas essa estrutura de idas e vindas é essencial para conhecermos cada um deles e seus dilemas.
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Me lembrei do filme do Michael Keaton "Eu, minha mulher e minhas cópias", embora o desenvolvimento seja completamente diferente. São 8 episódios de menos de 30 minutos, vale muito à pena.
The End of the F***ing World (2ª Temporada)
3.9 315Quando The End of The Fuking World foi lançada em 2017, tínhamos uma história divertida com dois adolescentes autodestrutivos.
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Ela terminou bem com seus sarcasmos e ironias encerrados numa cena de ação dramática. Não precisava continuar, mas eis que temos uma segunda temporada que até tem seus momentos, mas são poucos e não justificam mais oito episódios.
Nós Somos a Onda (1ª Temporada)
3.1 36 Assista AgoraQuais os limites da lei quando o dinheiro fala mais alto e se torna uma ferramenta para amparar racistas e todas as perversidades do mundo moderno?
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Em Nós Somos a Onda acompanhamos um grupo de adolescentes que sofre com bully e preconceitos na escola e fora dela, até que um garoto novo chega e temos um grito por liberdade, a reação contra os opressores.
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O quinteto logo começa a fazer diferentes manifestações, mais ou menos violentas, contra o excesso do uso de embalagens de plástico, a indústria da moda, o machismo, a xenofobia. Sempre de forma pontual escondendo suas identidades, mas divulgando vídeos na internet para influenciar outras pessoas.
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Nos bastidores vemos a ascensão do nazifacismo que tem seus tentáculos na política e no departamento de polícia.
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É uma série voltada para o público adolescente e por isso vemos que certas situações se resolvem muito fácil, algo que para mim tirou um pouco da credibilidade do roteiro. Apesar disso, pode funcionar para seu real público alvo e provocá-los a pensar sobre seu próprio cotidiano e das pessoas a sua volta.
Daybreak (1ª Temporada)
3.2 101 Assista AgoraQue zumbis são sátiras sociais não é novidade, então para se destacar é preciso trazer um diferencial, no caso de Daybreak temos uma mistura de Walking Dead com Curtindo a Vida Adoidado.
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Na série os conflitos sociais/culturais/étnicos/ambientais/etc. causaram uma guerra e todos adultos morreram num ataque biológico. E então temos diversas referências compondo um caldeirão de bizarrices que no fim nos trás a velha história de amadurecimento e conflitos entre clubinhos escolares com uma nova roupagem.
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Estruturalmente temos duas linhas temporais, o presente pós explosão e o passado que desenvolve as relações cotidianas dos personagens, ainda com as mascaras sociais. Muitos dos episódios são narrados em primeira pessoa com a quarta parede funcionado quase como um papel de tão frágil.
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Embora tenhamos Josh como principal, o protagonismo acaba se alternando a cada episódio. Além dessa alternância, temos outros recursos narrativos que diversificam e dinamizam a história pulando entre os gêneros, mas sempre com um humor bizarro.
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Os atores também estão muito bem, alguns até um tanto over, mas mesmo com um bom Matthew Broderick ,(isso mesmo o Ferris Bueller virou diretor), quem rouba a cena é a Angelica e ela só tem 12 anos. Então curta versões de Mad Max, Laranja Mecânica, Supernatural, Breaking Bad, e tantos outros que nem cabe aqui.
Feliz! (2ª Temporada)
3.6 30 Assista AgoraAmigos imaginários não são incomuns até certa idade, o problema é quando um detetive solitário e fracassado começa a receber ajuda do amigo imaginário da filha. Esse é o tema de Feliz, um detetive com um unicórnio azul voador prendendo e matando bandidos.
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Premissa bizarra que apresentou bons momentos no primeiro ano, mas que nessa segunda temporada rapidamente se tornou tediosa. O mistério da vez ficou por conta da descoberta sobre o segredo das estranhas criaturas responsáveis pela orgia do primeiro ano.
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Tudo começa freiras explosivas na Times Square em Manhattan, para depois focar na relação familiar de Nic Sax e como coordenar a descoberta da filha com a investigação o trabalho nada comum.
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Gostei do primeiro ano, mas esse senti certo cansaço, acredito que a série poderia ter menos episódios ou eles serem menores, os fillers não ajudam muito e parece que muita coisa é só um somatório de bizarrices e escatologia que em Ash Vs.Evil Dead funcionava melhor.
Segredos de Natal
3.5 21 Assista AgoraEstamos chegando em dezembro e a temporada de filmes de natal esta apenas começando. Por que não um drama alemão em três partes que poderia muito bem ser um filme?
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O tempo é inevitável e nossas escolhas podem nos afastar mesmo de nossos familiares, mas nada como o natal para reunir a família. Em Holiday Secrets acompanhamos o reencontro de uma família que a muito tempo não se encontrava.
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Dividindo a narrativa em três momentos no tempo, conhecemos conflitos e segredos que se intercalam compondo a história dessa família de mulheres, onde os homens são apenas um estorvo.
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O ritmo é envolvente, com mistérios se revelando ao mesmo tempo que novos se apresentam. As atrizes levam muito bem as historias, mas não apenas isso, devo ressaltar a beleza da fotografia, a casa isolada no frio litoral da costa dinamarquesa são de encher os olhos.
Biohackers (1ª Temporada)
3.5 61A medicina pode ser chamada da arte da cura, mas quais os limites éticos para encontrar a solução de problemas de saúde? Atrocidades já foram cometidas em nome dessa nobre causa, que em geral elas não tem motivações tão nobres quanto dizem ser.
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Em Biohackers acompanhamos Mia, uma garota que acabou de entrar no curso de medicina e tem a ambição de trabalhar com uma grande cientista da área. Mas esse desejo não se restringe apenas às questões acadêmicas, pois escondem uma vingança cultivada desde a infância.
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O seriado se desenvolve em três narrativas com a principal mostrando os primeiros dias de aula de Mia; enquanto vislumbramos passagens duas semanas no futuro, com a morte de passageiros num trem (exceto a protagonista) e flashbacks da infância de Mia.
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A história é interessante e prende o espectador, quando menos você perceber os seis episódios já acabaram sem deixar pontas soltas além daquelas necessárias para uma segunda temporada.
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Mas toda essa agilidade trouxe uma fragilidade de roteiro muito incômoda, a passagem de tempo praticamente não existe e fica muito difícil de comprar a ideia que tudo se passou no período de duas semanas.
Ad Vitam (1ª Temporada)
3.3 26A humanidade persegue a imortalidade desde tempos imemoriais, mas será que ela sabe o que fazer quando conquistá-la?
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Ad Vitam é uma série francesa sobre um mundo onde encontramos cápsulas de regeneração em lojas de conveniência e estas garantem a imortalidade. Por outro lado surge também um grupo terrorista de jovens suicidas que se manifesta contra os imortais.
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Uma trama sobre conflito de gerações, mas que é tão lenta que fica difícil assistir os poucos seis episódios. Ainda assim temos alguns elementos interessantes e a série melhora a partir do terceiro episódio.
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Gostei da forma como trataram a tecnologia e a moda, elas pouco se alteraram tantos anos no futuro, uma metáfora da estagnação que o mundo pode se tornar ao não permitirmos as mudanças. Temos também algo já visto em filmes de vampiros principalmente, o hedonismo, o tédio da eternidade.
Watchmen
4.4 562 Assista AgoraQuando Watchmen estreou na HBO me chamou atenção pela trama política e de crítica a todos esses movimentos fascistas e nazistas que vem tomando espaço no Brasil e no mundo.
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Ao final dos nove episódios, referência estrutural aos quadrinhos do Moore, sempre com seus nove quadros por página, tivemos um final fraco que não correspondeu a tudo que havia sido preparado.
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A trama dos supremacistas foi apenas uma cortina de fumaça para algo mais bobo, uma briga para quem seria o novo deus. Sendo otimista podemos dizer que o roteiro quer mostrar o quão ignorante são esses grupos que pensam ser o topo da humanidade, mas são apenas boçais. Eu não diria que funcionou muito bem...
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Mas o que mais me incomodou foram as resoluções telegrafadas, como comentei nas resenhas passadas, parece que tudo de relevante já tinha sido informado como iria acontecer, os poucos mistérios que permaneceram são irrelevantes e uma possível segunda temporada será no máximo algo comum, longe de todo potencial inicialmente sugerido.
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No fim, acredito que tenha sido uma temporada legal, mas que criou mais expectativa do que realmente entregou.
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Episódio 3.5/5
Temporada 4/5
The Witcher (1ª Temporada)
3.9 926 Assista AgoraA última grande promessa do ano do Netflix foi a série de fantasia The Witcher, mas valeu a pena? As comparações com Game of Thrones não poderiam estar mais erradas, sem mérito ou demérito, mas são produções completamente distintas, apenas se passam em universos fantásticos.
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Estruturalmente acompanhamos três narrativas, duas contínuas e uma episódica. Henry Cavill, que faz o bruxo Geralt divide seu protagonismo com a feiticeira Yennefer e a princesa Ciri. Estas duas últimas movem a trama e desenvolvem o cenário de guerra que tem no conselho de magos a balança que evita o massacre generalizado.
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Geralt praticamente se mantém no monstro da semana, onde os detalhes do mundo são explorados, como a expulsão dos elfos e apresentação de personagens que podem se tornar importantes, há também uma crítica à raça humana que parece estar sempre preparada para destruir tudo que vê pela frente, tudo que julga diferente, inclusive eles mesmos.
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Talvez a sensação GOT tenha vindo das inúmeras mortes que ocorrem nos primeiros episódios, mas aqui temos muito mais a ideia clássica de heroísmo (ainda que o herói nem sempre aceite). O tom é uma mistura de aventura com terror e não há vergonha em mostrar bastante sangue e tripas.
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Embora tenha apenas oito episódios, e eu não tiraria nenhum deles, pois gostei de cada história contada, mas a pouca continuidade na trama principal torna assistir tudo de uma vez cansativo.
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Com o encontro das narrativas no quinto episódio, aquele cansaço da desconexão é substituído por uma tensão crescente da guerra que parece perdida para o império expansionista, onde temos a sugestão de um fundamentalismo religioso.
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O grande problema da série? Esperar ate 2021 para a segunda temporada, felizmente ela já foi confirmada.
Anne com um E (3ª Temporada)
4.6 571 Assista AgoraA vida de Anne sempre foi cheia de aventuras e muitos foram os desafios para a série conseguir uma terceira e última temporada.
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O grande tema de encerramento foi a família, manifestada nos seus diferentes formatos: um filho com ciúmes, uma longa dinastia, culturas diferentes, e como todo bom herói, Anne vai em busca de suas origens.
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Episódios mais dramáticos alternando com outros mais leves dão o ritmo do programa, ainda assim os roteiros não deixam de lado as questões sociais como o preconceito e a constante luta por igualdade e respeito.
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Negros, imigrantes, mulheres e agora indígenas sofrem com a nossa cultura ocidental que persegue aquilo que julgam ser diferente ou que possa ameaçar seus costumes. É inocente e esperançoso, mas também duro em suas críticas e no retrato de nossa sociedade de contradições.
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A série terminou bem com quase todas pontas soltas amarradas e deixando que Anne e seus amigos tenham sua vida por vir. Foram três emocionantes temporadas com adaptação de apenas o primeiro livro de uma série de 9 (e mais dois de contos).
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A única história deixada sem conclusão satisfatória foi da jovem Ka'kwet, sequestrada pelo governo canadense para "ensina-la" na cultura ocidental cristã. Uma das passagens sombrias da história que ainda se repete com a desculpa da evangelização.
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Sentirei saudades de Anne de Greengable e de todos em Avonlea.
Drácula (1ª Temporada)
3.1 420Em meados de 2019 estreou a serie Nosferatu (ainda na minha lista) e agora a #netflix lança a minissérie Drácula, seria o retorno dos vampiros clássicos?
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Ambas produções são bem diferentes, pois se uma moderniza o filme expressionista do início do século XX, esta bebe no sangue de Bela Lugosi com referências à mitologia do vampiro romeno temperando passagens do livro de Bram Stoker.
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Com aquele incomodo humor inglês acompanhamos uma quase antologia de personagens recorrentes, a princípio obedece a estrutura do narrador que conduz a narrativa principal interrogado por um terceiro elemento, mas isso muda no episodio final.
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Temos então Jonathan Harker no castelo do conde; em seguida a misteriosa viagem de barco para Londres que mesmo no livro de Stoker apresenta poucos elementos, aqui ganha contornos de Agatha Christie; o terceiro episódio deixo a surpresa, assista e tire suas conclusões.
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É uma série que tem um humor estranho e pontual que se manifesta em situações e diálogos sarcásticos e absurdos com ritmos variáveis a cada novo episódio. Mas que por fim investiga como nossas crenças fundamentam nossos medos e o mistério máximo que é aceitar a finitude da vida.
His Dark Materials - Fronteiras do Universo (1ª Temporada)
4.0 166 Assista AgoraA alma é um conceito religioso e filosófico debatido em muitos grupos, mas imagine que ela seja uma entidade semi-independente que interage na forma de um animal falante, os Daemon.
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Essa interação é o centro de Fronteiras do Universo, uma trilogia de livros escrito por Philip Pullman que em 2019 ganhou uma série pela HBO. Os livros já foram visitados no cinema, mas um boicote promovido por grupos religiosos impediu uma trilogia.
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Pullman a narrativa se constrói a partir da critica à igreja que discursa sobre a salvação, mas rouba a alma de seus seguidores e proíbe o conhecimento.
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Temas como predestinação, ganância de uma sociedade imperialista, expansionista e fundamentalista religiosa, se contrapõe à esperança, livre pensamento e realidades paralelas num roteiro de aventura e cutucadas sociais/religiosas.
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Como protagonista temos a eterna Laura de Old Man Logan que, junto com seu Daemon e seu melhor amigo dão conta de cativar o público. Ainda assim, vale pontuar que todo o elenco está muito bem, assim como os efeitos especiais suficientemente convincentes.
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A segunda temporada já foi confirmada para 2020 e espero que tenham planejado apenas três (como os livros) para não caírem na tentação de enrolar e ficarem perdidos, o envolvimento do autor dos livros me anima bastante. ...
The Terror: Infamy (2ª Temporada)
3.2 52Quando falamos de campos de concentração e Segunda Guerra Mundial logo lembramos da Alemanha nazista, mas poucos sabem que tais lugares existiam mesmo na "terra da liberdade".
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A segunda temporada de "The Terror" nos leva para 1941 onde acompanhamos um grupo de japoneses que perde seus direitos civis e passa a viver em campos de concentração.
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A série trabalha o racismo que permeia as leis de isolamento ganhando cada vez mais força com o avanço da guerra no Pacífico. E rapidamente temos a pobreza, desprezo, abuso, "desaparecidos" acusados de espionagem, confisco de bens e prisão.
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Como se não bastasse os horrores do preconceito e do totalitarismo travestido de segurança, um espírito ronda os episódios matando pessoas.
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Para além da guerra, conhecemos um pouco da cultura japonesa e a importância da família, dinastia, sangue vs criação.
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São 10 episódios feitos com extremo cuidado com uma equipe de ex-presos (George Takei entre eles) e descendentes trazendo não só um terror envolvente, como a memória de mais uma das máculas norte americanas.
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Com duas temporadas completamente diferentes, tanto em roteiro, como tema e estrutura, fico ansioso pelo terceiro ano.
Apocalipse V (1ª Temporada)
2.7 77 Assista AgoraDuas séries com tema de #vampiros estreou na #netflix esse início de ano, a primeira foi Drácula que eu já comentei aqui, a outra foi V Wars, foi a que eu assisti hoje.
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Uma doença ancestral desperta com o derretimento das calotas polares e uma série de mortes começam a ocorrer numa cidade dos EUA.
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O plot ambiental é ilusório (eu caí) desaparece na metade do primeiro episódio e a série se transforma numa perseguição policial com vampiros de origem biológica.
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Então, faltou muita coisa pra esse programa, mas o básico seria alguém ler o roteiro e cortar os excessos e os furos.
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São tantos núcleos desnecessários criados que não sabemos para onde a história quer seguir. Mas o pior são as regras dessa fantasia que são apresentadas e esquecidas na cena seguinte: alguém me diga qual é a via de transmissão da doença, foram tantas e tão aleatórias que não fazem sentido.
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Chegar ao fim foi uma vitória, porque é só ladeira abaixo, tenho dó dos atores que participaram disso.
The Expanse (4ª Temporada)
4.0 26 Assista AgoraQuando Expanse estreou em 2015 eu vibrei com a possibilidade de ver mais um scifi espacial, mas ao mesmo tempo temia por seu cancelamento, foi cancelada e depois salva pela Amazon.
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A quarta temporada estreou em meados de dezembro e deu um novo passo com a abertura se portais que acessam centenas de novos sistemas habitáveis espalhados no cosmo (uma espécie de Stargate gigante).
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Apesar da descoberta os conflitos entre nações continuam, terrestres, marcianos e belters (colonos do cinturão de asteroides) lutam entre si pelo domínio dos anéis de transporte e pelos possíveis novos planetas descobertos.
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Além de toda a politicagem e trairagem temos como diferencial de cenário uma substância alienígena que assombra a destruição de todos.
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São dez episódios bem desenvolvidos com quatro núcleos narrativos principais e outros menores em paralelo com mini arcos que convergem para algo maior e nem sempre corresponde à linha principal.
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Pelas múltiplas narrativas a série se torna cansativa para maratona, então aconselho ver no máximo 3 episódios por vez. Isso não é um problema, apenas destoa da estrutura que estamos acostumados atualmente.