paulo roberto thomé

Assistir até o final não foi tarefa das mais fáceis mas consegui e ficou um pouco de desgosto pois achei que o filme poderia ser mais interessante. Mas enfim é algo que dá para assistir e esquecer.

Filme talvez para ser assistido mais de uma vez. Dirigido de forma minuciosa dando valor aos detalhes como cenário e os gestos dos atores. Filme construído não para dar gargalhadas mas muito para se fazer sorrir com o cantinho da boca. Parece obra de um arquiteto que monta suas cenas na sutileza das ações do movimento de câmera como na construção dos cenários, tudo pensado, organizado e executado como o autor pretendia? O filme parece demonstrar isso, é pouco improviso percebido. É uma aula que nos faz lembrar o cinema mudo do que há de melhor: os detalhes na simplicidade.

Fazer experiências, contar estórias não contadas mas com ritmo, ser previsível na
imprevisibilidade, a busca pelo enquadramento tanto do belo, quanto do absurdo, esse cinema ainda depois de décadas incomoda. Espero que continue assim, eu gosto do movimento cinema novo mas depois da guerra fria muito dele perdeu o frescor, mas esse cinema rotulado como marginal vive a margem das nossas consciências até hoje com seu estranhamento e na falta de um horizonte.