Fica à altura do livro, ou seja, não é genial mas tampouco mediano. Jeremy Irons (ídolo) faz tudo ficar melhor. A cena inicial é muito boa por causa dele, por causa da impressionante declamação – sim, é quase uma poesia. As cenas íntimas não são propriamente felizes como as a céu aberto – bacana quando ela volta do carro e pula sobre ele. Prefiro qualquer coisa a Kubrick.
Desde o início se anuncia que o que estamos vendo não é o que parece ser. Se fosse antes de Jacob's Ladder (Alucinações do passado) e Sexto-sentido, até teria algum impacto – que é o que o filme teria de melhor a oferecer, ainda que as duas atrizes sejam ótimas. Mas essa tradução é que é de morrer...
Na linha bem asiática da violência que se justifica (ou a crítica dela talvez), e do sexo idem, tem grandes momentos e alguns absolutamente lamentáveis. Mas num todo, foi posível gostar
Tem filmes que são injustiçados nas premiações. Tem outros que são superestimados. “A rede social” ganhou prêmios demais e indicações demais. Mesmo para quem só vai ver por pura curiosidade de saber o que está por detrás desses sites gratuitos, dá de cara com um amontoado de informações nem sempre bem construídas (como informação mesmo) , num ritmo por demais veloz – possivelmente para tratar a trama com a mesma ligeireza com que tudo é tratado na internet. A cena inicial é interessante, até levada para um contexto maior, como alguém que escreve uma obra-prima por causa de uma rejeição (Dante?). Mas é só, ou bem pouco mais que isso.
Aliás, quando ele vai pedir perdão e é de novo rechaçado,
surge de novo um bom momento do filme. Pouco. Sem contar que a tal realidade de que trata (ai, a nossa...) é feia, muito feia... A narrativa em flash-back/toward consegue fazer dessa técnica o que ela não devia ser: pra lá de óbvia. Mas gostei d
Por algum tempo estive concordando com as opiniões abaixo enquanto via. Mas a partir de determinado momento, mudou o meu prisma. Ora, o que partes de nossa vida tem a ver com outras? Pq um filme deve ter tal coerência? Pq a vida deveria? Mas o que mudou mesmo foi perceber que quando um filme sobre o amor chega a grandes alturas está necessariamente fora da realidade, que é feita antes de um dia-a-dia rasteiro em que os momentos sublimes estão quase que alijados. Se um deve manter o sublime e ser verossímil precisa de ingredientes como os de Tempos que mudam porque consegue manter o tema e a maneira de abordá-lo realistas, românticas e originais – e no caso ainda levar em conta a decadência física dos dois (grandes) atores. Deu tudo dentro do esperado, acho. A cena da menina e do ex- da Catherine nas pedras tem essas conotações. A última porém é um final perfeito, sem maiores concessões à fantasia.
Na neblina, a cidade derrete no silêncio. As ruas cansadas, cheirando a desprezo, estão mortas. Sentada na beira da cama. A vivência não haverá de seguir com as nuvens mas ficará com a estrela. Música. Injustiça. Música. Silêncio. Música.
Um caminho feito de incisões seguidas a que se costuraram as semanas imediatamente anteriores às imediatamente seguintes, talvez porque nunca há, não mais, memória ampla o bastante para lembrar fatos de há muito acontecidos nem esperança tão larga que compreendesse um futuro por demais distante. Então é o imediatismo absoluto: o mal, a vingança, tudo é para já, sem chance à reflexão de porquês, a saber, ao futuro.
Um dia parece insuportável que se tenha de permanecer pela terra quando a pessoa mais querida partiu, a amargura preenche todo o caminho. É assim com esse homem solitário, que descobriu que podia não ser solitário com um amor de pessoas invisíveis. A single man. Ou, com a criatividade infinita dos tradutores, “Direito de Amar”. O Oscar parece quase um castigo, o ator que viveu semelhante papel, tão denso, acabar hoje, com seu premio em O discurso do Rei, nas capas de revista de celebridades, o que lhe dará uma glória efêmera que de nada adiantará para o homem que Colin Flirt foi nesse filme ousado, cheio de estilo mas como um vestido de alta moda que as modelos vestem e caminham com leveza pela passarela, sem que o estilo lhes pese, pelo contrário, quase voam – o filme quase voa determinados momentos.
A cena em que pelo telefone sabe da morte. Toda a longa cena com Juliane Moore. E a última cena, naturalmente, quando tira o revolver do rapaz e desiste da morte, e é justamente quando ela chega
Ah que às vezes o destino de nossa primeira impressão! Deixei de ver Dogville até ontem, porque acreditava que o tal cenário sem paredes pudesse comprometer – como, se a maioria dos cenários é também de mentirinha? E todavia nessa sofisticação reside grande parte do encanto do filme. A luz recebe um papel especial e é especialmente trabalhada todo o tempo. É verdade que Lars aqui e ali não consegue evitar os excessos, como sempre. Mas, com o tempo os excessos perdem a relevância e o que deveria perdurar efetivamente perdura. É disso que são feitos os clássicos. Nicole Kidman dissolvida aqui – ela é sempre melhor quando encontra um ego maior que o dela e esplendidamente encontrou. Cenas todas. Luminosas. Em perfeito contraste com sombria a perversidade humana. Como disse alguém a meu lado: Melhor seria que ela tivesse caído nas mãos dos gângsteres. Porque a maldade das pessoas normais é tanto mais cruel quanto mais completamente inesperada.
m estado puro de luz e a ausência de esperança dissipam a ansiedade. Perdeu tudo e o que ganhou não é desejável. História forte, dilemas reais apesar de uma trama em tese fantasiosa.
Quando estiver disposto a ver uma coisa diferente, uma história de amor delicada, que envolve também velhice e trabalho, esse é o momento de O caminho para casa, bonito de doer.
Quantos faroestes e filmes tais, não necessariamente ruins mas tampouco geniais, terá Clint feito até chegar à independência financeira que permitiu que, aqui, passasse a se dedicar ao que realmente ama, a começar pela música. O fascínio por Charlie não impede que sua visão não seja romanceada a ponto de comprometer. A cena do programa que o faz rir tanto é das melhores do cinema. Flashbacks e toward à perfeição.
Circunstância de via após circunstância de vida constroem um futuro literário e dá rumos impensados à própria vida. Jane Austen. Existiria ela sem essas circunstâncias? Perfeito titulo original (becoming jane) se esvaia na criatividade sem limites dos tradutores.
Não serão momentos de pura diversão e nem mesmo o drama será de modo tal a que se chore. Mas bem estruturado numa visão delicada de literatura, política e amor, pode ser um filme que você nunca venha a se esquecer.
Quem irá desdenhar do encanto todo especial da brilhante câmera que se origina num livro tão preciso, levando-nos a deixar que o prazer estético diminua assim a questão do “gostei” “não gostei”. A cena final é doída, belamente doída.
Um artista da morte apoiado por uma webdesigner japonesa é no mínimo um ponto de partida original. E no máximo uma obra-prima. A cena em que ela não era ela...
pensei que tinha errado a página... ridículo? bem, uma vez alguém no livro O coração das trevas numa biblioteca - livro chatérrimo. Aí outro leitor escreveu embaixo: amigo, é Conrad... pois então, amigo, é o ET.
Lolita
3.7 824 Assista AgoraFica à altura do livro, ou seja, não é genial mas tampouco mediano. Jeremy Irons (ídolo) faz tudo ficar melhor. A cena inicial é muito boa por causa dele, por causa da impressionante declamação – sim, é quase uma poesia. As cenas íntimas não são propriamente felizes como as a céu aberto – bacana quando ela volta do carro e pula sobre ele. Prefiro qualquer coisa a Kubrick.
Sem Medo de Morrer
3.3 176Desde o início se anuncia que o que estamos vendo não é o que parece ser. Se fosse antes de Jacob's Ladder (Alucinações do passado) e Sexto-sentido, até teria algum impacto – que é o que o filme teria de melhor a oferecer, ainda que as duas atrizes sejam ótimas. Mas essa tradução é que é de morrer...
Lady Vingança
4.0 455Na linha bem asiática da violência que se justifica (ou a crítica dela talvez), e do sexo idem, tem grandes momentos e alguns absolutamente lamentáveis. Mas num todo, foi posível gostar
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraTem filmes que são injustiçados nas premiações. Tem outros que são superestimados. “A rede social” ganhou prêmios demais e indicações demais. Mesmo para quem só vai ver por pura curiosidade de saber o que está por detrás desses sites gratuitos, dá de cara com um amontoado de informações nem sempre bem construídas (como informação mesmo) , num ritmo por demais veloz – possivelmente para tratar a trama com a mesma ligeireza com que tudo é tratado na internet. A cena inicial é interessante, até levada para um contexto maior, como alguém que escreve uma obra-prima por causa de uma rejeição (Dante?). Mas é só, ou bem pouco mais que isso.
Aliás, quando ele vai pedir perdão e é de novo rechaçado,
ele atualizando, atualizando, depois de fazer o convite pra mina. Essa cena eu gostei...
PS. Esse monte d "incrível para nós da área da informática" significará o quê?
Tempos que mudam
2.8 11Por algum tempo estive concordando com as opiniões abaixo enquanto via. Mas a partir de determinado momento, mudou o meu prisma. Ora, o que partes de nossa vida tem a ver com outras? Pq um filme deve ter tal coerência? Pq a vida deveria? Mas o que mudou mesmo foi perceber que quando um filme sobre o amor chega a grandes alturas está necessariamente fora da realidade, que é feita antes de um dia-a-dia rasteiro em que os momentos sublimes estão quase que alijados. Se um deve manter o sublime e ser verossímil precisa de ingredientes como os de Tempos que mudam porque consegue manter o tema e a maneira de abordá-lo realistas, românticas e originais – e no caso ainda levar em conta a decadência física dos dois (grandes) atores. Deu tudo dentro do esperado, acho. A cena da menina e do ex- da Catherine nas pedras tem essas conotações. A última porém é um final perfeito, sem maiores concessões à fantasia.
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraNa neblina, a cidade derrete no silêncio. As ruas cansadas, cheirando a desprezo, estão mortas. Sentada na beira da cama. A vivência não haverá de seguir com as nuvens mas
ficará com a estrela. Música. Injustiça. Música. Silêncio. Música.
Menina Má.Com
3.3 1,2KUm caminho feito de incisões seguidas a que se costuraram as semanas imediatamente anteriores às imediatamente seguintes, talvez porque nunca há, não mais, memória
ampla o bastante para lembrar fatos de há muito acontecidos nem esperança tão larga que compreendesse um futuro por demais distante. Então é o imediatismo absoluto: o mal, a vingança, tudo é para já, sem chance à reflexão de porquês, a saber, ao futuro.
Direito de Amar
4.0 1,1K Assista AgoraUm dia parece insuportável que se tenha de permanecer pela terra quando a pessoa mais querida partiu, a amargura preenche todo o caminho. É assim com esse homem solitário, que descobriu que podia não ser solitário com um amor de pessoas invisíveis. A single man. Ou, com a criatividade infinita dos tradutores, “Direito de Amar”. O Oscar parece quase um castigo, o ator que viveu semelhante papel, tão denso, acabar hoje, com seu premio em O discurso do Rei, nas capas de revista de celebridades, o que lhe dará uma glória efêmera que de nada adiantará para o homem que Colin Flirt foi nesse filme ousado, cheio de estilo mas como um vestido de alta moda que as modelos vestem e caminham com leveza pela passarela, sem que o estilo lhes pese, pelo contrário, quase voam – o filme quase voa determinados momentos.
A cena em que pelo telefone sabe da morte. Toda a longa cena com Juliane Moore. E a última cena, naturalmente, quando tira o revolver do rapaz e desiste da morte, e é justamente quando ela chega
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraAh que às vezes o destino de nossa primeira impressão! Deixei de ver Dogville até ontem, porque acreditava que o tal cenário sem paredes pudesse comprometer – como, se a maioria dos cenários é também de mentirinha? E todavia nessa sofisticação reside grande parte do encanto do filme. A luz recebe um papel especial e é especialmente trabalhada todo o tempo. É verdade que Lars aqui e ali não consegue evitar os excessos, como sempre. Mas, com o tempo os excessos perdem a relevância e o que deveria perdurar efetivamente perdura. É disso que são feitos os clássicos. Nicole Kidman dissolvida aqui – ela é sempre melhor quando encontra um ego maior que o dela e esplendidamente encontrou. Cenas todas. Luminosas. Em perfeito contraste com sombria a perversidade humana. Como disse alguém a meu lado: Melhor seria que ela tivesse caído nas mãos dos gângsteres. Porque a maldade das pessoas normais é tanto mais cruel quanto mais completamente inesperada.
Na Hora da Zona Morta
3.6 323 Assista Agoram estado puro de luz e a ausência de esperança dissipam a ansiedade. Perdeu tudo e o que ganhou não é desejável. História forte, dilemas reais apesar de uma trama em tese fantasiosa.
A cena do amor entre os dois depois de tantos anos. [
Malena
3.9 406 Assista AgoraÉ Giuseppe Tornatore. É monica Beluchi. Muito tornatore e beluchi... =)
O Caminho para Casa
4.1 66 Assista AgoraQuando estiver disposto a ver uma coisa diferente, uma história de amor delicada, que envolve também velhice e trabalho, esse é o momento de O caminho para casa, bonito de doer.
Bird
3.9 45 Assista AgoraQuantos faroestes e filmes tais, não necessariamente ruins mas tampouco geniais, terá Clint feito até chegar à independência financeira que permitiu que, aqui, passasse a se dedicar ao que realmente ama, a começar pela música. O fascínio por Charlie não impede que sua visão não seja romanceada a ponto de comprometer. A cena do programa que o faz rir tanto é das melhores do cinema. Flashbacks e toward à perfeição.
Amor e Inocência
4.0 725Circunstância de via após circunstância de vida constroem um futuro literário e dá rumos impensados à própria vida. Jane Austen. Existiria ela sem essas circunstâncias? Perfeito titulo original (becoming jane) se esvaia na criatividade sem limites dos tradutores.
Balzac e a Costureirinha Chinesa
4.2 96 Assista AgoraNão serão momentos de pura diversão e nem mesmo o drama será de modo tal a que se chore. Mas bem estruturado numa visão delicada de literatura, política e amor, pode ser um filme que você nunca venha a se esquecer.
A Época da Inocência
3.5 249 Assista AgoraQuem irá desdenhar do encanto todo especial da brilhante câmera que se origina num livro tão preciso, levando-nos a deixar que o prazer estético diminua assim a questão do “gostei” “não gostei”. A cena final é doída, belamente doída.
A Partida
4.3 522 Assista AgoraUm artista da morte apoiado por uma webdesigner japonesa é no mínimo um ponto de partida original. E no máximo uma obra-prima. A cena em que ela não era ela...
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista Agorao primeiro filme que eu vi na sala os “bonequinhos” efetivamente aplaudirem. <3 cena da Julie imitando Nina Simone.
A Liberdade é Azul
4.1 649 Assista Agorajuliete binoche dirigida por Kieslovski. música de Preisner
A Fraternidade é Vermelha
4.2 439 Assista AgoraIrene Jacob em início de carreira
E.T.: O Extraterrestre
3.9 1,4K Assista Agorapensei que tinha errado a página... ridículo? bem, uma vez alguém no livro O coração das trevas numa biblioteca - livro chatérrimo. Aí outro leitor escreveu embaixo: amigo, é Conrad... pois então, amigo, é o ET.
O Sexto Sentido
4.2 2,4K Assista Agoravejo pessoas mortas.
como pessoas normais
Um Espírito Baixou em Mim
3.4 94 Assista Agorachorei de rir
Uma Secretária de Futuro
3.4 155ele se lavando no próprio escritório apenas envidraçado