A sequência inicial da gravação do filme em que Enea trabalha, com a mulher de vestido azul claro, acompanhada da criança, atirando nos homens dentro do carro, emula a clássica sequência de Gena Rowlands em "Glória" (1980), de John Cassavetes. (26/04/2024)
Documentário interessante, com ótimo tema, porém desequilibrado. Passa de forma rápida e rasteira por algumas épocas e canções, algumas são sequer citadas, e dedica tempo demasiado longo a mais recente, e enfastiante, "No Time to Die" de Billie Eilish.
Hoje tido como raro esse filme foi reprisado várias vezes no final dos anos 1990 e começo dos 2000 no Canal 21 de SP. Lembro da dica que ela tinha recebido de seu tio de que para não se perder na selva deveria achar e seguir a margem de algum rio, e sobretudo da famigerada e repulsiva cena dos insetos/vermes que eclodiam dos ovos alojados pelos mosquitos através das picadas nos cortes/ferimentos da pele da pobre sobrevivente do acidente.
Embora a transição entre o melodrama e a denúncia política não seja tão orgânica, a mensagem acerca da importância de revelar a verdade, ainda que dolorosa e tardia, prevalece como o mote convergente da obra. (19/02/2021)
James Wan se apropria de elementos de "Irmãs Diabólicas" (1972), "Os Olhos de Laura Mars" (1978) e "Basket Case" (1982) e cria um filme homenagem ao cinema B. O longa é previsível e demora um pouco a "pegar", mas oferece uma aura kitsch e boas sequências, como a da prisão. (04/12/2021)
Partindo da vida da freira Benedetta Carlini, Paul Verhoeven retoma seu "Conquista Sangrenta", subverte convenções do nunsploitation, e cria uma alegoria sobre nosso tempo: fanatismo religioso, intolerância, religião x poder, pandemia. Aos 83 anos Verhoeven demostra que não perdeu a verve, sua obra segue relevante e é bálsamo diante da mesmice do cinema atual. (18/11/2021)
Documentário sobre o filme "Cemitério Maldito" original (1989); que reúne a diretora, elenco e grande parte da equipe técnica. Infelizmente é um pouco prejudicado pela ausência de cenas, fotos, ou trailers oficiais do filme, talvez por questões orçamentárias do projeto ou decisão do próprio estúdio produtor do longa (Paramount).
Confesso que me surpreendi com o fato da personagem Zelda ter sido interpretada por um rapaz (Andrew Hubatsek).
Dentre as várias curiosidades, destaco o impressionante trabalho de cenografia que construiu, e depois, incendiou a fachada de uma casa construída em torno/sobre uma casa real.
A história polêmica e verídica tinha potencial para torná-lo uma espécie de "Boogie Nights - Prazer Sem Limites" como retrato dos meandros da industria pornô na primeira década do século 21, mas Justin Kelly não é Paul Thomas Anderson e não explora (por convencionalidade ou moralismo) os elementos explosivos da história que somados ao baixo orçamento e as atuações constrangedoras (Alicia Silverstone) acabam por entregar bem menos do que o tema prometia.
Bonito o modo cíclico da história que se inicia com a primeira menstruação e termina com a primeira transa da protagonista, ao som de "The Caterpillar" do The Cure.
As situações são tão forçadas e surreais que fiquei esperando o ´The Rock´ acordar no final e dizer que tudo não passou de um pesadelo; E a Kylie Minogue que aparece numa única cena e tem menos falas que a garçonete! Esse filme é tão tosco que faz aquele "Terremoto" da década de 1970, com o Charlton Heston, parecer filme de arte/cinema de autor pois ainda que seus efeitos especiais tenham envelhecido havia mais realismo e um clima pessimista, ao contrário desse que ainda nos `brinda´ com aquela cena final ufanista e patética da bandeira norte-americana com a mensagem de reconstrução.
Acho que a intenção de Eli Roth não era homenagear o ciclo italiano setentista de filmes de canibais, mas sim parodiá-lo criando uma espécie de “Todo Mundo em Pânico” da obra de Ruggero Deodato e Umberto Lenzi. Evidentemente quem se propõe a ver um título como “Canibais” não espera um roteiro sofisticado ou “cabeça”, só que as cenas pretensamente chocantes se apagam diante de sequências que beiram o nonsense:
como aquele saquinho de erva que era pra consumo do ruivo, ou de no máximo do grupo que estava com ele na aeronave, mas conseguiu chapar uma aldeia inteira com centenas de índios! ou as formigas gigantes em CGI tosco que possuíam o tamanho de baratas, além do fiapo de crítica torpe sobre ambientalismo; mas o principal defeito é não oferecer ao espectador a catarse de ver Alejandro morrer e ainda usá-lo como gancho para uma improvável continuação numa ridícula cena pós-créditos que consegue ser mais constrangedora que a do Esqueleto em “Mestres do Universo”, essa sim foi uma cagada maior do que a da loira no cativeiro.
Um roteiro completamente inverossímil e cheio de buracos pra mais um esgotado, e nada original, filme de rape/revenge (subgênero tão explorado desde os anos 1970) e cujo simplório propósito sequer é cumprido, pois a vingança ficou muito aquém da violência sofrida pela vitima, e o que sobra ao final são as muitas falhas:
- Como conseguiram levar Katie drogada dos EUA pra Bulgária? - Por quê na delegacia o policial entregou Katie tão facilmente à Ana? - Aquela caixa não quebrou quando a cova se abriu pro subterrâneo? como Katie a usou novamente para prender Ana? - A morte do vizinho de Katie não foi investigada? A polícia americana não procurou Katie, por conta das digitais forjadas? ela voltou tranquilamente para os EUA pela embaixada?
Mas o pior é que ao contrário do filme anterior a desforra da protagonista não foi completa,
Mais do que um simples 'exploitation', esse filme tem clima surreal marcado pela ausência de figuras de autoridades ou adultos (que aparecem apenas na sequência final), com alegoria política, já que o poder no colégio é exercido por um pequeno grupo que subjuga tanto a extrema direita (que picha suásticas em armários) quanto à esquerda (zombada por ainda viver num ranço sessentista de 'paz e amor'). Quando esse grupo é derrubado/eliminado pelo outsider David os conflitos e a luta pelo poder não se cessam, pelo contrário se intensificam até o caos tomar conta por completo do microcosmo representado pelo colégio.
É lamentável que a cultuada saga de V. C. Andrews tenha sido adaptada justamente pelo canal Lifetime conhecido por seus telefilmes anódinos e pasteurizados. Essa versão tem um roteiro burocrático que perde tempo com firulas e não explora, talvez por censura, as situações mais fortes do livro. A direção no piloto automático aliados à fraca produção, ao elenco sofrível e a "montagem" novelesca levariam o filme pro buraco se não fosse a força da estória original, que merecia uma adaptação mais fiel ao livro.
Uma obra de transição que marca o encontro do último suspiro de gênero noir, já desgastado após um longo (1941 -1955) ciclo de produção, com o auge da paranoia anticomunista e nuclear.
Kathleen Turner é desperdiçada aparecendo em uma única cena, é isso mesmo ?! Esse é um daqueles legítimos casos de filme "que de tão ruim é bom"; acho que só o tempo dirá se “A Enfermeira Assassina” se tornará um autêntico clássico do trash, ou apenas mais uma tentativa falha de fazer um pretenso cult como "Serpentes a Bordo".
Embora a premissa não seja de toda original: vide "Jules e Jim", "Três Formas de Amar" ou "Os Sonhadores", entre outros que também abordam o triângulo amoroso ainda que com ambientações distintas; o longa se vale mais do elenco interessante (que foge do padrão "Malhação") em especial o atraente trio principal com ótima sintonia; do que da reflexão rasa sobre reality shows e privacidade. Infelizmente fica a impressão de que a história, talvez por conservadorismo, ficou aquém das possibilidades.
É impossível registrar uma avaliação centrado apenas na obra em si quando se sabe da odisséia que foi a realização desse primeiro 'fan film' brasileiro. Superar os problemas e se lançar na quixotesca aventura de fazer por conta própria seu filme (e ainda por cima com um visual impressionante) merece mais do que cinco estrelas.
O fato de não vermos a octogenária Dietrich, que a princípio parece prejudicial ou estranho, acaba se transformando no verdadeiro trunfo da obra pois acabamos focados unicamente na voz e com apenas esse sentido conseguimos captar o temperamento explosiva da lenda; que como numa montanha russa é capaz de ir de momentos de doçura à acidez corrosiva. Um documentário que faz jus à retratada: diferente, original e fascinante.
Nuovo Olimpo
3.5 59 Assista AgoraA sequência inicial da gravação do filme em que Enea trabalha, com a mulher de vestido azul claro, acompanhada da criança, atirando nos homens dentro do carro, emula a clássica sequência de Gena Rowlands em "Glória" (1980), de John Cassavetes. (26/04/2024)
A Música de 007
3.9 13Documentário interessante, com ótimo tema, porém desequilibrado. Passa de forma rápida e rasteira por algumas épocas e canções, algumas são sequer citadas, e dedica tempo demasiado longo a mais recente, e enfastiante, "No Time to Die" de Billie Eilish.
Dez Dias de Agonia
2.5 1Hoje tido como raro esse filme foi reprisado várias vezes no final dos anos 1990 e começo dos 2000 no Canal 21 de SP. Lembro da dica que ela tinha recebido de seu tio de que para não se perder na selva deveria achar e seguir a margem de algum rio, e sobretudo da famigerada e repulsiva cena dos insetos/vermes que eclodiam dos ovos alojados pelos mosquitos através das picadas nos cortes/ferimentos da pele da pobre sobrevivente do acidente.
Mães Paralelas
3.7 411Embora a transição entre o melodrama e a denúncia política não seja tão orgânica, a mensagem acerca da importância de revelar a verdade, ainda que dolorosa e tardia, prevalece como o mote convergente da obra. (19/02/2021)
Maligno
3.3 1,2KJames Wan se apropria de elementos de "Irmãs Diabólicas" (1972), "Os Olhos de Laura Mars" (1978) e "Basket Case" (1982) e cria um filme homenagem ao cinema B. O longa é previsível e demora um pouco a "pegar", mas oferece uma aura kitsch e boas sequências, como a da prisão. (04/12/2021)
Benedetta
3.5 198 Assista AgoraPartindo da vida da freira Benedetta Carlini, Paul Verhoeven retoma seu "Conquista Sangrenta", subverte convenções do nunsploitation, e cria uma alegoria sobre nosso tempo: fanatismo religioso, intolerância, religião x poder, pandemia. Aos 83 anos Verhoeven demostra que não perdeu a verve, sua obra segue relevante e é bálsamo diante da mesmice do cinema atual. (18/11/2021)
Arranha-Céu: Coragem Sem Limite
3.1 459 Assista Agora"Duro de Matar" + "Inferno na Torre" com uma pitadinha de "A Dama de Shanghai" roteirizado por Monteiro Lobato.
Brinquedo Assassino
2.7 612 Assista AgoraBuddi/Chucky alexa contra os Stranger Things
Desenterrado & Não Contado: O Caminho Para o Cemitério Maldito
3.8 10Documentário sobre o filme "Cemitério Maldito" original (1989); que reúne a diretora, elenco e grande parte da equipe técnica. Infelizmente é um pouco prejudicado pela ausência de cenas, fotos, ou trailers oficiais do filme, talvez por questões orçamentárias do projeto ou decisão do próprio estúdio produtor do longa (Paramount).
Confesso que me surpreendi com o fato da personagem Zelda ter sido interpretada por um rapaz (Andrew Hubatsek).
Dentre as várias curiosidades, destaco o impressionante trabalho de cenografia que construiu, e depois, incendiou a fachada de uma casa construída em torno/sobre uma casa real.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraQuando "Adivinhe Quem Vem Para Jantar" encontra "The Stepford Wives".
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraÉ como vender Jequiti num frasco de Bvlgari.
King Cobra
2.6 254A história polêmica e verídica tinha potencial para torná-lo uma espécie de "Boogie Nights - Prazer Sem Limites" como retrato dos meandros da industria pornô na primeira década do século 21, mas Justin Kelly não é Paul Thomas Anderson e não explora (por convencionalidade ou moralismo) os elementos explosivos da história que somados ao baixo orçamento e as atuações constrangedoras (Alicia Silverstone) acabam por entregar bem menos do que o tema prometia.
Califórnia
3.5 302Bonito o modo cíclico da história que se inicia com a primeira menstruação e termina com a primeira transa da protagonista, ao som de "The Caterpillar" do The Cure.
Terremoto: A Falha de San Andreas
3.0 1,0K Assista AgoraAs situações são tão forçadas e surreais que fiquei esperando o ´The Rock´ acordar no final e dizer que tudo não passou de um pesadelo; E a Kylie Minogue que aparece numa única cena e tem menos falas que a garçonete! Esse filme é tão tosco que faz aquele "Terremoto" da década de 1970, com o Charlton Heston, parecer filme de arte/cinema de autor pois ainda que seus efeitos especiais tenham envelhecido havia mais realismo e um clima pessimista, ao contrário desse que ainda nos `brinda´ com aquela cena final ufanista e patética da bandeira norte-americana com a mensagem de reconstrução.
Canibais
2.6 518 Assista AgoraAcho que a intenção de Eli Roth não era homenagear o ciclo italiano setentista de filmes de canibais, mas sim parodiá-lo criando uma espécie de “Todo Mundo em Pânico” da obra de Ruggero Deodato e Umberto Lenzi. Evidentemente quem se propõe a ver um título como “Canibais” não espera um roteiro sofisticado ou “cabeça”, só que as cenas pretensamente chocantes se apagam diante de sequências que beiram o nonsense:
como aquele saquinho de erva que era pra consumo do ruivo, ou de no máximo do grupo que estava com ele na aeronave, mas conseguiu chapar uma aldeia inteira com centenas de índios! ou as formigas gigantes em CGI tosco que possuíam o tamanho de baratas, além do fiapo de crítica torpe sobre ambientalismo; mas o principal defeito é não oferecer ao espectador a catarse de ver Alejandro morrer e ainda usá-lo como gancho para uma improvável continuação numa ridícula cena pós-créditos que consegue ser mais constrangedora que a do Esqueleto em “Mestres do Universo”, essa sim foi uma cagada maior do que a da loira no cativeiro.
Copa de Elite
1.8 343Melhor (ou única) piada do filme: "O Brasil é hexa!".
Doce Vingança 2
3.0 832 Assista AgoraUm roteiro completamente inverossímil e cheio de buracos pra mais um esgotado, e nada original, filme de rape/revenge (subgênero tão explorado desde os anos 1970) e cujo simplório propósito sequer é cumprido, pois a vingança ficou muito aquém da violência sofrida pela vitima, e o que sobra ao final são as muitas falhas:
- Como conseguiram levar Katie drogada dos EUA pra Bulgária?
- Por quê na delegacia o policial entregou Katie tão facilmente à Ana?
- Aquela caixa não quebrou quando a cova se abriu pro subterrâneo? como Katie a usou novamente para prender Ana?
- A morte do vizinho de Katie não foi investigada? A polícia americana não procurou Katie, por conta das digitais forjadas? ela voltou tranquilamente para os EUA pela embaixada?
Mas o pior é que ao contrário do filme anterior a desforra da protagonista não foi completa,
pois numa reviravolta forçada e tipica de "Sexta-Feira 13" ela acabou precisando da ajuda do policial relapso para se safar,
Massacre no Colégio
3.0 29Mais do que um simples 'exploitation', esse filme tem clima surreal marcado pela ausência de figuras de autoridades ou adultos (que aparecem apenas na sequência final), com alegoria política, já que o poder no colégio é exercido por um pequeno grupo que subjuga tanto a extrema direita (que picha suásticas em armários) quanto à esquerda (zombada por ainda viver num ranço sessentista de 'paz e amor'). Quando esse grupo é derrubado/eliminado pelo outsider David os conflitos e a luta pelo poder não se cessam, pelo contrário se intensificam até o caos tomar conta por completo do microcosmo representado pelo colégio.
Pétalas ao Vento
3.1 87É lamentável que a cultuada saga de V. C. Andrews tenha sido adaptada justamente pelo canal Lifetime conhecido por seus telefilmes anódinos e pasteurizados. Essa versão tem um roteiro burocrático que perde tempo com firulas e não explora, talvez por censura, as situações mais fortes do livro. A direção no piloto automático aliados à fraca produção, ao elenco sofrível e a "montagem" novelesca levariam o filme pro buraco se não fosse a força da estória original, que merecia uma adaptação mais fiel ao livro.
A Morte num Beijo
3.8 60 Assista AgoraUma obra de transição que marca o encontro do último suspiro de gênero noir, já desgastado após um longo (1941 -1955) ciclo de produção, com o auge da paranoia anticomunista e nuclear.
A Enfermeira Assassina
2.5 209 Assista AgoraKathleen Turner é desperdiçada aparecendo em uma única cena, é isso mesmo ?! Esse é um daqueles legítimos casos de filme "que de tão ruim é bom"; acho que só o tempo dirá se “A Enfermeira Assassina” se tornará um autêntico clássico do trash, ou apenas mais uma tentativa falha de fazer um pretenso cult como "Serpentes a Bordo".
Os 3
3.4 561Embora a premissa não seja de toda original: vide "Jules e Jim", "Três Formas de Amar" ou "Os Sonhadores", entre outros que também abordam o triângulo amoroso ainda que com ambientações distintas; o longa se vale mais do elenco interessante (que foge do padrão "Malhação") em especial o atraente trio principal com ótima sintonia; do que da reflexão rasa sobre reality shows e privacidade. Infelizmente fica a impressão de que a história, talvez por conservadorismo, ficou aquém das possibilidades.
Um Conto De Batman: Na Psicose Do Ventríloquo
3.8 9 Assista AgoraÉ impossível registrar uma avaliação centrado apenas na obra em si quando se sabe da odisséia que foi a realização desse primeiro 'fan film' brasileiro. Superar os problemas e se lançar na quixotesca aventura de fazer por conta própria seu filme (e ainda por cima com um visual impressionante) merece mais do que cinco estrelas.
Marlene
4.4 3O fato de não vermos a octogenária Dietrich, que a princípio parece prejudicial ou estranho, acaba se transformando no verdadeiro trunfo da obra pois acabamos focados unicamente na voz e com apenas esse sentido conseguimos captar o temperamento explosiva da lenda; que como numa montanha russa é capaz de ir de momentos de doçura à acidez corrosiva. Um documentário que faz jus à retratada: diferente, original e fascinante.