Geisa Alves

Depois de ''curados'' sempre cairemos (presente no futuro...) nessa instabilidade de nossa(s) personalidade(s). Não adianta. Não fugiremos disso. Sempre vai existir um momento que nos sentimos confiantes, que o mundo não pode interferir nossas ações e vontades. A-há, daí chega aquele dia que caímos em depressão não sabendo quando e como começou e nos perguntamos o porquê dessa sensação estar existindo, uma vez que ''temos'' essa confiança (Oh, não faz sentido isto estar acontecendo). Tentamos, mas nunca conseguiremos fugir das relações sociais, humanas.

Pode ser uma visão simplista, mas como cinema é uma forma de arte e permite ''liberdade de impressão'', acredito que Allen conseguiu me passar isso, além de outras coisas que no fundo só a gente sabe o que sentiu.

A sensação de que existe um ''alguém'' com uma câmera amadora e filmando escondido o cotidiano de duas pessoas aleatórias. A vida é feita de pessoas, vidas e de histórias aleatórias. Recomendado, com toda a certeza.

Simplesmente adorei a estrutura não linear, onde cria uma expectativa e em nenhum momento (apenas o comecinho quando estamos ''entrando'' no filme) confunde o espectador, pelo contrário, parece que tudo se reorganiza como peças de quebra-cabeça. Como um filme pode trazer inúmeras interpretações, este me mostrou, complementando a sinopse, uma relação de três pessoas (sem ordem cronológica)

Trabalha também a questão de até que ponto a sua vida depende de outras. Tantos outros pensamentos que só serão repassados se assistirem ao filme. Recomendado com certeza!