um filme que nunca vai perder a cara de projeto. a cara de algo que deveria ser (com kubrick) e que não chegou a ser. ainda assim, nas suas imperfeições, uma das narrativas mais belas e terríveis que o cinema já teve, mexendo no que há de mais fundamental na existência. também acho que sesu VÁRIOS FINAIS mostram uma estrutura mal resolvida. mas o fato é que cada um deles é uma preciosidade.
foi esse filme que ensinou que não são só filmes de terror manjados que pregam peça na gente na hora de terminar. depois dele, nunca mais pude aceitar beijo com pôr do sol no final de novela.
há filmes que trazem o desejo infantil de correr numa paisagem bonita que ele mostra. outros dão, melancolia por a gente não viver aquele amor que é contado. outros sugerem uma aventura, uma viagem um tesouro que a gente gostaria de experimentar.
esse aqui me deu uma infinita vontade (que nunca passou) de estar naqueles sofás de shortbus vendo aquelas pessoas passarem e conversando com algumas que chegassem perto.
poucas vezes vi um filme com tanta vida. acho que foi isso que pegou.
tinha verdadeiro pavor quando criança de uma cena que, de tão absurda, ainda questiono se era só imaginação minha. algo como um cachorro com cabeça de gente que põe as patas no desesperado personagem principal. é isso mesmo?
não tem adjetivo mais exato: que filme bonito! mas não sei se alguém concorda: dá a impressão de que alguém bateu na porta do roteirista - que, aliás, fez um trabalho lindo - e avisou: tá na hora de entregar! e aí ele teve que terminar na pressa.
ah, mas assim se tem quem dê 3 estrelas porque o filme é bem falado parte do seu argumento é que ele merece 5 estrelas porqu eé bem falado (ou bem visto)...
curioso pensarmos nesse filme como "incoerente", como disse o colega aí embaixo. curioso pelo fato de que essa coerência simplesmente não é necessária se estamos diante do lirismo de algum filme de fantasia. porém esse NOSSO LAR não se pretende fantasia. pelo contrário: ele se constrói todo sobre uma ideia de lógica, de racionalidade. e aí acaba bebendo do próprio veneno. como o amigo identificou, cai na incoerência.
ah esse cinema que não consegue enxergar "o outro". que não consegue ter inteligência pra imaginar um mundo desconhecido que não siga as mesmas leis de sempre...
o filme é triste até perto do final. daí pra frente é outra coisa. deu tanto desespero que acabei sentindo raiva e queria descontar no lars von trier. odiei o lars von trier. e quer coisa mais brilhante do que um filme ter a capacidade de causar sentimentos tão fortes, de perturbar tanto?
esse talvez seja a obra mais ambiciosa da história. imagina! falar da evolução da humanidade desde antes dela existir até o futuro infinito dela... é verdade que kubrick ficou bem longe de conseguir isso. só que o projeto era tão absurdamente prepotente que o pouco que ele conseguiu já bastou para ser o filme mais completo que já surgiu.
sem querer bancar o iconoclasta, deixo uma sugestão de debate: será que essas incoerências das quais o colega aí embaixo falam não vêm do fato de que NOSSO LAR tenta pôr em imagens aquilo que não tem como ser representado em imagens?
sabe do que eu lembro nessas horas? do filme CONTATO, aquele em que a jodie foster vai ao encontro dos extraterrestres. filme bem ruinzinho, mas com uma coisa muito legal: quando ela chega ao "mundo" alienígena o que ela vê é uma praia. e o alienígena vem na forma do pai já falecido. então ele explica: sua imagem é tão inimaginável que essa forma familiar seria a única maneira de manter um contato.
agora assim: se coisas como essa, com seu imenso apelo popular, ajudarem a viabilizar economicamente o cinema nacional, sejam muito bem vindas. encham salas e indiretamente permitam que um eduardo coutinho, um bressane e uma sandra kogut continuem a produzir vida inteligente. melhor depender de chico xavier do que de xuxa.
é sempre delicado discutir uma obra que tem a pretensão de ser um ato de fé. mas como esse é um espaço pra discutir cinema e não o conteúdo religioso de um filme, fico pensando na pobreza cinematográfica devastadora desse filme (mais que as "planícies devastadas", aliás cheias de montanhas). como se pode tratar da temática do desapego com tanto apego a uma visão cultural, ideológica, filosófica? ironias à parte, tinha horas em NOSSO LAR que eu ficava imaginando como desencarnados zulus, esquimós, berberes e afins se sentiriam naquela brasília europeizada, cheia de rosas e estampas hippie.
A Rosa Púrpura do Cairo
4.1 591 Assista Agoranunca mais deixei de pensar quem eu tiraria de um filme ou em que filme eu entraria. E o próprio filme já oferece a opção singela de tirar cecilia.
A.I. Inteligência Artificial
3.9 2,0K Assista Agoraum filme que nunca vai perder a cara de projeto. a cara de algo que deveria ser (com kubrick) e que não chegou a ser. ainda assim, nas suas imperfeições, uma das narrativas mais belas e terríveis que o cinema já teve, mexendo no que há de mais fundamental na existência. também acho que sesu VÁRIOS FINAIS mostram uma estrutura mal resolvida. mas o fato é que cada um deles é uma preciosidade.
Gritos e Sussurros
4.3 472nunca se morreu tão esplendorosamente no cinema.
Bagdad Café
4.0 242 Assista Agorafoi esse filme que ensinou que não são só filmes de terror manjados que pregam peça na gente na hora de terminar. depois dele, nunca mais pude aceitar beijo com pôr do sol no final de novela.
Shortbus
3.7 548 Assista Agorahá filmes que trazem o desejo infantil de correr numa paisagem bonita que ele mostra. outros dão, melancolia por a gente não viver aquele amor que é contado. outros sugerem uma aventura, uma viagem um tesouro que a gente gostaria de experimentar.
esse aqui me deu uma infinita vontade (que nunca passou) de estar naqueles sofás de shortbus vendo aquelas pessoas passarem e conversando com algumas que chegassem perto.
poucas vezes vi um filme com tanta vida. acho que foi isso que pegou.
Os Invasores de Corpos
3.7 191 Assista Agoratinha verdadeiro pavor quando criança de uma cena que, de tão absurda, ainda questiono se era só imaginação minha. algo como um cachorro com cabeça de gente que põe as patas no desesperado personagem principal. é isso mesmo?
Nosso Lar
3.2 1,4K Assista Agoraah bom...eu entendi PERFEITAMENTE a "mensagem". porém a realização CINEMATOGRÁFICA é grotesca.
O Baile
4.3 73um daqueles casos em que a proposta, a ideia eram melhores do que a realização.
No Calor da Noite
4.0 139 Assista Agoranão tem adjetivo mais exato: que filme bonito! mas não sei se alguém concorda: dá a impressão de que alguém bateu na porta do roteirista - que, aliás, fez um trabalho lindo - e avisou: tá na hora de entregar! e aí ele teve que terminar na pressa.
ou estou enganado?
Histórias Reais
3.4 16não é?
Avatar
3.6 4,5K Assista Agoraah, mas assim se tem quem dê 3 estrelas porque o filme é bem falado parte do seu argumento é que ele merece 5 estrelas porqu eé bem falado (ou bem visto)...
Correio Sentimental
3.3 5um filme que começa pelo ponto de vista de um pão no forno não é pra ser desconsiderado. mas não é só isso...
A Ilha do Terror
3.3 18me perturbou muito na infância. muitas vezes esperei ser atacado por uma dessas taenia solium com carapaça de tartaruga na hora de levantar da cama.
Nosso Lar
3.2 1,4K Assista Agoracurioso pensarmos nesse filme como "incoerente", como disse o colega aí embaixo. curioso pelo fato de que essa coerência simplesmente não é necessária se estamos diante do lirismo de algum filme de fantasia. porém esse NOSSO LAR não se pretende fantasia. pelo contrário: ele se constrói todo sobre uma ideia de lógica, de racionalidade. e aí acaba bebendo do próprio veneno. como o amigo identificou, cai na incoerência.
Além da Linha Vermelha
3.9 382 Assista Agorapoesia escapista e necessária ao mesmo tempo. com esse eu me convenci que folhinhas delicadas conseguem nos salvar no fogo cruzado.
Andrei Rublev
4.3 131a guerra mais bem filmada. e, como se não bastasse, uns patos voando sobre a batalha conseguem ser ainda mais belos.
Avatar
3.6 4,5K Assista Agorademasiado humano...
ah esse cinema que não consegue enxergar "o outro". que não consegue ter inteligência pra imaginar um mundo desconhecido que não siga as mesmas leis de sempre...
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista Agorao filme é triste até perto do final. daí pra frente é outra coisa. deu tanto desespero que acabei sentindo raiva e queria descontar no lars von trier. odiei o lars von trier. e quer coisa mais brilhante do que um filme ter a capacidade de causar sentimentos tão fortes, de perturbar tanto?
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista Agoraum comentário bem exagerado como o filme:
esse talvez seja a obra mais ambiciosa da história. imagina! falar da evolução da humanidade desde antes dela existir até o futuro infinito dela... é verdade que kubrick ficou bem longe de conseguir isso. só que o projeto era tão absurdamente prepotente que o pouco que ele conseguiu já bastou para ser o filme mais completo que já surgiu.
Nosso Lar
3.2 1,4K Assista Agorasem querer bancar o iconoclasta, deixo uma sugestão de debate: será que essas incoerências das quais o colega aí embaixo falam não vêm do fato de que NOSSO LAR tenta pôr em imagens aquilo que não tem como ser representado em imagens?
sabe do que eu lembro nessas horas? do filme CONTATO, aquele em que a jodie foster vai ao encontro dos extraterrestres. filme bem ruinzinho, mas com uma coisa muito legal: quando ela chega ao "mundo" alienígena o que ela vê é uma praia. e o alienígena vem na forma do pai já falecido. então ele explica: sua imagem é tão inimaginável que essa forma familiar seria a única maneira de manter um contato.
Nosso Lar
3.2 1,4K Assista Agoraagora assim: se coisas como essa, com seu imenso apelo popular, ajudarem a viabilizar economicamente o cinema nacional, sejam muito bem vindas. encham salas e indiretamente permitam que um eduardo coutinho, um bressane e uma sandra kogut continuem a produzir vida inteligente. melhor depender de chico xavier do que de xuxa.
Nosso Lar
3.2 1,4K Assista Agoraé sempre delicado discutir uma obra que tem a pretensão de ser um ato de fé. mas como esse é um espaço pra discutir cinema e não o conteúdo religioso de um filme, fico pensando na pobreza cinematográfica devastadora desse filme (mais que as "planícies devastadas", aliás cheias de montanhas). como se pode tratar da temática do desapego com tanto apego a uma visão cultural, ideológica, filosófica? ironias à parte, tinha horas em NOSSO LAR que eu ficava imaginando como desencarnados zulus, esquimós, berberes e afins se sentiriam naquela brasília europeizada, cheia de rosas e estampas hippie.