Uma Alice no País das Maravilhas readaptada de maneira genial: as referências são as mais variegadas.
Enquanto Alice viaja no país das maravilhas, Coraline traz uma narrativa que flutua por vontades e expectativas que nutrem o nosso ser, mas que não constroem a realidade conforme nós desejamos, ou tudo poderia apenas se tratar de um pesadelo.
Coraline fala por metáforas: em uma terra que sonhos se tornam realidade sempre, a nossa alma, ou melhor, a nossa vera essência sempre estará em risco. A vida por vezes tediosa traz algumas recompensas pelo caminho: basta saber esperar.
Já vi esse filme várias vezes e só recentemente entendi que o filme basicamente fala o tempo todo sobre como lidamos com os rótulos. Esse filme é realmente incrível.
Eu adorava esse filme quando criança, mas assim como a maioria dos filmes de terror esse peca por infinitos fatores, entre eles o de não aproveitar bem o potencial da história. Uma pena.
Não sei como eu consigo gostar tanto desse filme sendo que ele é extremamente clichê e exagerado. O final sempre que eu revejo é ruim e eu fico torcendo pra acabar. Mas em geral ele sempre tá guardado no meu coração como um bom filme de terror.
Lembro que quando o vi pela primeira vez eu fiquei chocado porque os espíritos estavam na parede. hahaha Uma pena que essa surpresa só aconteça uma vez, porque é a melhor parte do filme.
Ademais, Evocando Espíritos é um bom filme pra se distrair.
Pensei que houvesse superestimado o filme quando vi pela primeira vez. No entanto cá estou vendo pela segunda e ele permanece sendo um excelente filme de exorcismo. Anthony Hopkins me deixa com a nuca eriçada desde Hannibal — pela atuação mais do que competente ao representar a maldade em si.
Agora o "baseado em fatos reais" é algo sempre engraçado nesse tipo de filme. (risos)
Pelo menos dessa vez eles ressaltaram a hipocrisia da tal democracia norte-americana, mas que foi feito de um modo que dava brecha para defesa de algumas coisas realmente esquisitas. De todo modo ficou bem claro a tentativa da crítica ao comunismo na cena em que a Adele diz que o Peter jamais seria comunista pois só um capitalista poderia fazer o Majestic voltar, sendo que não!! O Peter fez o Majestic voltar por meios totalmente comunistas. Isso só mostra como os personagens ou talvez quem sabe o próprio diretor não fazem a menor ideia do que é comunismo.. hahahaha
O Peter simplesmente chama a cidade pra ajudá-lo a reconstruir o cinema porque ele não tinha verba o suficiente para fazê-lo, cidade esta em que aparentemente TODOS, depois do cinema reconstruído, podem assistir aos filmes sem exclusões. Aliás, cidade que ninguém parece viver na pobreza como ocorre no capitalismo. (que ironia, não é mesmo? se fosse pelo capitalismo o Majestic jamais voltaria por causa da falta de verba)
Tirando alguns furos que são feitos de modo que se pense que a ideologia capitalista é perfeita (o que é uma farsa), o filme é até bom.
A ambientização do filme, a forma como diretor brinca com as cores e a música, o envolvimento com os personagens, enfim, toda a construção do filme é sublime, com referências encantadoras que te colocam cada vez mais dentro do contexto da época e mergulhando profundamente dentro dos seus acontecimentos. Sem dúvida A Forma da Água é um trabalho volupioso de arte que vale cada segundo, agradabilíssimo aos olhos, delicado em vários sentidos, e surpreendente por ter como protagonista uma personagem com afonia, coisa que não se vê, principalmente com um enredo que não coloca isso como ponto central da narrativa.
P.s. o filme para além da beleza mostra também a diferença que faria se pessoas soubessem se comunicar por linguagem de sinais. Algo a se pensar.
Só a frase "deveria estar escrito no quadro negro de todas as escolas: a vida é uma área de recreação ou não é nada!" já vale o filme inteiro. Vi esse filme infinitas vezes e só agora eu consegui entendê-la.
Piadinhas ridículas de tom homofóbico e machista a parte, o filme é até ok. Mas é difícil deixar isso passar né? Ainda mais pra um filme de 2010. Bem desnecessárias e acabou com o filme.
Enfim, bom enredo, mas com um lenga lenga desnecessário no final. O plot twist do final é até interessante, mas não o suficiente pro filme ganhar aquele ar de "MEU DEUS!! EU NÃO ACREDITO NISSO!", é só mais uma tentativa falha do diretor.
A discussão sobre até onde vai a ganancia do capitalismo é interessante de todo modo, com homens deixando o seu trabalho e a sede pelo dinheiro estar acima da sua humanidade.
Sem deixar de refletir que novamente o cinema tenta mostrar que a mulher precisa de um homem cis branco hétero pra sobreviver. Uma falha terrível ao colocar a Alice Braga atuando como mais uma mulher sendo sexo frágil. Isso não existe. Fora a forma que eles tentam colocar a esposa do Remy como louca sendo que ele não tá nem aí pra família, só segue na sua sede por sangue pra no final sair como um serial killer que se recuperou. HAHAHAHAHA Até parece! E a prova disso é que ele volta a matar, só que por um motivo diferente.
Enfim, poderia ter sido menos infeliz, sem dúvida. Mas é um filme de passa-tempo ok apesar dos desgostos.
Pra um filme de 2014 falando sobre as questões GLS (na época não chamava-se LGBT ainda) eu esperava mais. Tiveram várias questões de gays querendo falar mais alto que as lésbicas e questões onde o próprio diretor fazem as mulheres parecerem exageradas, o que foi bem ridículo. Fora isso foi um bom filme até, só podia ter sido melhor mesmo.
O começo do filme faz parecer que vai ser só mais um filme de uma linda fotografia com um enredo completamente perdido de alguém que tá explorando a vida na natureza. A decepção acontece para bem.
Strayed é uma mulher cheia de conflitos desde os pais, (naturalmente) passando por todos os aspectos da sua vida como ao ter um emprego de doméstica (desmerecido pela sociedade) e um casamento fracassado. Todas as frustrações da nossa protagonista, no entanto, ocorrem pela mãe que cria determinadas expectativas em cima dela sobre a Strayed precisar se tornar a melhor pessoa que ela pode conseguir. Até que a mãe morre e Strayed começa a transar com todos os homens que passam por ela e a usar heroína. Neste momento você começa a pensar "que mulher louca e perdida", mas não! Ela surpreende por saber exatamente o que estava fazendo (ou não, porque, pasmem, isso não é nenhum problema!) e por querer aquilo. Ela em nenhum momento se arrepende de ter feito o que fez, ela apenas se arrepende por ter ferido o marido com essas experiências.
Ao trair o marido com vários homens ela passa a se culpar, e a todo momento o marido tenta se manter próximo dizendo "nós ainda podemos ser amigos", o que é extremamente frustrante para nossa protagonista porque ele só ressalta os erros dela, como se ele dissesse "apesar de ter acabado com a minha cabeça, ainda podemos ser amigos", como se fosse um prêmio de consolação.
Contudo o final é surpreendente, pois ela percebe depois de meses atravessando a trilha do México até o Canadá que ela queria fazer tudo o que fez e que isso não foi nenhuma iniquidade contra ela, foram apenas desejos que construíram a personagem dela pela vida.
Curiosamente o filme mostra como as mulheres são tratadas como sexo frágil quando os homens tentam ajudá-la sempre quando ela chega em algum lugar, enquanto os demais trilheiros (quase todos homens) não recebem ajuda alguma ao chegar nos acampamentos.
Além disso o filme também se preocupa em mostrar como homens podem assustar mais que qualquer outra ameaça da natureza - afinal uma cobra selvagem não pode estuprar ninguém, não é?
Excelente filme que conta como a memória faz o indivíduo e como a culpa age pelo que afeta outras pessoas (e não pelo que verdadeiramente afeta o indivíduo), mostrando que esta quase sempre existe por motivos externos a nós mesmos.
Filme repleto de machismo, misoginia e transfobia. Só o que salva (e ainda assim com ressalvas) é o humor da Tatá Werneck. O filme tinha tudo pra ser bom pela ideia, mas infelizmente a comédia brasileira vive de/para depreciar minorias. Por sinal, mais um filme pra branco classe média ver.
Achei interessante como o filme consegue mostrar de um jeito sutil a confusão que ocorre com Simon ao se deparar com seus sentimentos e sexualidade quando ele se apaixona por Louise e Louise que se apaixona por Matthieu, amigo de Simon.
O problema começa quando Matthieu e Louise passam a ficar mais juntos, situação que desperta ciúmes da relação dos dois no nosso protagonista. Ele se vê contra a parede diante de sentimentos não muito comuns, não muito falados - ou melhor, não muito admitidos. A grande questão o filme todo é: de quem ele sente ciúmes?
A verdade é que, muito possivelmente, o Simon sentia afeto pelos dois, e a insegurança, algo presente nos afetos ligados ao apego (sejam eles amorosos ou não) acaba por transbordar ciúme, no entanto acho que o nosso protagonista está para além de sentir simplesmente afeto.
O filme consegue passar, ao meu ver, a confusão de Simon com o que ele deseja e com sua sexualidade: ele deseja Simon e Louise ao mesmo tempo? Para mim, tudo indica que sim. E tudo se torna um tormento maior ainda quando os dois decidem ir embora juntos e Simon pouco depois descobre que Louise na verdade é sua irmã. Quem não surtaria numa situação dessas? Afinal ele estava atraído pela própria irmã que foi embora com o amigo que ele muito provavelmente também sentia atração.
Enfim, o medo de estar só, além das questões familiares do nosso personagem, levou nosso amigo Simon ao suicídio.
Esse filme é genial pela forma que ele mostra o quão difícil é às vezes entender os próprios sentimentos enquanto o tempo todo as pessoas fazem parecer como se fosse muito fácil e simples lidar com tudo isso, e por isso mesmo todas essas questões e dúvidas poucas vezes são faladas e discutidas, sendo um grande tabu falar sobre a dificuldade de sentir.
Por fim, retiro o que disse, pois Simon não é excêntrico, Simon é tudo o que nós somos e não gostamos de admitir. Simon é o que há de mais comum em todos nós.
Filme até interessante, porém cansativo. É mais como o dia a dia, chato mesmo, com tudo dando errado, a mostrar, no entanto, ao mesmo tempo o quanto a tradição é intrínseca ao ser, e, mesmo ao perceber que todo o ritual contido nela não faz mais sentido, é extrema dificuldade sair da mesma, seja pelo costume, pelo comodismo, ou pelo que as pessoas comuns a este legado ou hábito vão pensar a respeito.
P.S.: há uma parte interessante que ilustra bem o que digo, onde um rabino junior precisa ficar se autoafirmando da existência de HaShem. Parece que ele mesmo está desacreditando na sua crença, mas por já estar preso a ela e mesmo por ter um cargo de importância, ele necessita voltar às crenças do seu povo, mesmo que elas não façam mais sentido pra ele.
Uma criança que nasce já com a rejeição da mãe acompanhada de um dom excêntrico: Grenouille pode sentir o cheiro de tudo o que existe. Dom este que, no entanto, vem desde o princípio com uma tortura existencial dele não poder amar e nem ser amado por ninguém, além de que todas as pessoas que ele se aproxima aparentemente morrem (cabe saber se elas morrem para ele - como uma metáfora - ou morrem de fato).
Mesmo vivendo até a maior idade sem receber amor e afeto, Grenouille se depara com o cheiro sedutor que uma mulher carrega. Ele se encanta, a persegue, e no final do filme nos é mostrado que os dois talvez tiveram um caso (mesma questão de não saber se foi real ou imaginação do protagonista), só que, como diz a regra, ela morre como as demais pessoas, o que o deixa transtornado por perder a essência daquela doce mulher.
Ele decide, desde então, descobrir como capturar a essência de todas as coisas - mais espeficiamente de pessoas. Ele aprende a arte do ofício da criação de perfumes e viaja pra Grasse para aprender a arte secreta da floumage, que é um meio de capturar perfumes com gordura. No entanto, há uma regra de que o objeto que deseja se capturar o odor deve estar morto. Sem nem pensar duas vezes, Jean-Baptiste acaba se tornando um serial killer. Ele passa sua temporada pela Grasse capturando a essência de todas as mulheres que eram encantadoras. Até que ele é pego quando mata a última, filha de um homem importante (Richis, com o incrível do Alan Rickman atuando nesse papel).
Ao contrário do que se pensa logo no começo do filme, Baptiste não morre. Ao passar a essência que ele fez em si, todos começam a tratá-lo como um rei, um anjo, talvez como um deus, e depois de uma cena belíssima que representa, na minha visão, prazer e liberdade, ele percebe que mesmo tendo o poder da dominação, ele jamais conseguirá ter amor e não recuperará a essência daquela mulher que foi a primeira e última em sua vida, que se transformou em sua obsessão.
Ele foge com o poder de ter o mundo em suas mãos, mas decide que isso não vale a pena. Ele volta para o lugar onde nasceu guiado pelo cheiro que a memória traz. E o final quem viu já sabe.
Filme incrível, com poucos furos (no entanto houve um que doeu na alma hahaha) e que recomendo todos a tirar um tempo pra ver algum dia.
Independente de qualquer talento e boa intenção que o Edward possa ter, de um jeito ou de outro, sendo um excêntrico, ele jamais seria aceito por uma sociedade padrão, como por diversas vezes mostra Burton, com casas, carros e comportamentos iguais, com tênues diferenças.
É uma crítica a uma sociedade com comportamentos padronizados. A única família que foge de tal é a de Peg, que aceita, até certo ponto, as esquisitices do jovem Edward.
Típica sociedade norte-americana pós-guerra, vendendo a ideia de bem estar a qualquer custo, mas vazia, soberba, soez e ignorante. A vida dessas pessoas é tão chata e monótona que a alheia sempre parece mais interessante: e que haja fofoca para viver!
Diálogos repetitivos, atores que deixam a desejar. Não é pelo filme ser um conto de fadas que tem que passar uma inocência que beira a idiotice. Crianças não são burras, vale lembrar.
Filme feito pra lotar salas de cinema com expectativas que logo se esvaem sem nada a acrescentar.
O que salva um pouco é a magnífica atuação da Cate Blanchett e nada mais.
Ótima atuação do Kyle Catlett e a Helena Bonham Carter atuando em um personagem completamente diferente do costume (apesar de manter o lado excêntrico de sempre).
Interessante a forma como, mesmo o T.S. sendo um garoto super dotado, mantém a sua ingenuidade infantil, não deixando de forma alguma de ser criança por ser um gênio nos mais diversos assuntos. A visão que ele tem do mundo, apesar de bem racional, ainda toca no lado sensível humano de forma muito forte.
Até os momentos finais eu pensei que esse seria o pior filme de terror que eu já vi na vida. No entanto ocorre uma reviravolta que passa perto do incrível. Acho que o filme só perde muito pelos momentos de comédia que existem pra destruir os filmes de terror.
A ideia é interessante, mostrando a manipulação da indústria dos filmes, do debate indireto sobre o que seria justo ou não (pelo menos eu vi desta forma), da produção dos clichês, e até consegue passar um terrorzinho. No final, O Tolo, que ninguém dava por, pareceu o mais justo, e por ser mais justo ele se tornou o tolo. Marty foi de longe o melhor personagem, enquando Dana decepciona, pois você espera dela ingenuidade, inocência, mas ela é a primeira a querer matar o amigo pra "salvar a humanidade". Mas, fica a questão: por que a vida de todos é mais importante que a dele? Não seria justo, de jeito algum, matar um pelo bem de todos, isso não está escrito em nenhuma regra. Imagino que justo seria todos saírem vivos ou todos mortos.
Chocado com a genialidade da comparação entre tempo e dinheiro. Esse filme mostra o grande defeito do capitalismo de forma explícita. É necessário que muitos tenham pouco para que poucos tenham muito. A ideia podia ter sido melhor explorada, no entanto como é um filme estadunidense e é sabido que o Estados Unidos é um país intrinsecamente capitalista, até que a abordagem foi bem interessante.
Coraline e o Mundo Secreto
4.1 1,9K Assista AgoraUma Alice no País das Maravilhas readaptada de maneira genial: as referências são as mais variegadas.
Enquanto Alice viaja no país das maravilhas, Coraline traz uma narrativa que flutua por vontades e expectativas que nutrem o nosso ser, mas que não constroem a realidade conforme nós desejamos, ou tudo poderia apenas se tratar de um pesadelo.
Coraline fala por metáforas: em uma terra que sonhos se tornam realidade sempre, a nossa alma, ou melhor, a nossa vera essência sempre estará em risco. A vida por vezes tediosa traz algumas recompensas pelo caminho: basta saber esperar.
Sex and the City: O Filme
3.4 679 Assista AgoraJá vi esse filme várias vezes e só recentemente entendi que o filme basicamente fala o tempo todo sobre como lidamos com os rótulos. Esse filme é realmente incrível.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraÓtima trilha sonora, muito bem construída, com uma fotografia que te insere na história como se você estivesse a espreita junto de Michael Myers.
Espelhos do Medo
3.0 608 Assista AgoraEu adorava esse filme quando criança, mas assim como a maioria dos filmes de terror esse peca por infinitos fatores, entre eles o de não aproveitar bem o potencial da história. Uma pena.
Evocando Espíritos
3.3 894 Assista AgoraNão sei como eu consigo gostar tanto desse filme sendo que ele é extremamente clichê e exagerado. O final sempre que eu revejo é ruim e eu fico torcendo pra acabar. Mas em geral ele sempre tá guardado no meu coração como um bom filme de terror.
Lembro que quando o vi pela primeira vez eu fiquei chocado porque os espíritos estavam na parede. hahaha Uma pena que essa surpresa só aconteça uma vez, porque é a melhor parte do filme.
O Ritual
3.3 1,9K Assista AgoraPensei que houvesse superestimado o filme quando vi pela primeira vez. No entanto cá estou vendo pela segunda e ele permanece sendo um excelente filme de exorcismo. Anthony Hopkins me deixa com a nuca eriçada desde Hannibal — pela atuação mais do que competente ao representar a maldade em si.
Agora o "baseado em fatos reais" é algo sempre engraçado nesse tipo de filme. (risos)
É o Fim
3.0 2,0K Assista AgoraMais um filme sobre caras babacas que não deveriam ser protagonistas de filme algum.
Cine Majestic
3.7 250 Assista AgoraMais um filme norte-americano que fala do comunismo de um jeito despropositado.
Pelo menos dessa vez eles ressaltaram a hipocrisia da tal democracia norte-americana, mas que foi feito de um modo que dava brecha para defesa de algumas coisas realmente esquisitas. De todo modo ficou bem claro a tentativa da crítica ao comunismo na cena em que a Adele diz que o Peter jamais seria comunista pois só um capitalista poderia fazer o Majestic voltar, sendo que não!! O Peter fez o Majestic voltar por meios totalmente comunistas. Isso só mostra como os personagens ou talvez quem sabe o próprio diretor não fazem a menor ideia do que é comunismo.. hahahaha
O Peter simplesmente chama a cidade pra ajudá-lo a reconstruir o cinema porque ele não tinha verba o suficiente para fazê-lo, cidade esta em que aparentemente TODOS, depois do cinema reconstruído, podem assistir aos filmes sem exclusões. Aliás, cidade que ninguém parece viver na pobreza como ocorre no capitalismo. (que ironia, não é mesmo? se fosse pelo capitalismo o Majestic jamais voltaria por causa da falta de verba)
Tirando alguns furos que são feitos de modo que se pense que a ideologia capitalista é perfeita (o que é uma farsa), o filme é até bom.
A Forma da Água
3.9 2,7KA ambientização do filme, a forma como diretor brinca com as cores e a música, o envolvimento com os personagens, enfim, toda a construção do filme é sublime, com referências encantadoras que te colocam cada vez mais dentro do contexto da época e mergulhando profundamente dentro dos seus acontecimentos. Sem dúvida A Forma da Água é um trabalho volupioso de arte que vale cada segundo, agradabilíssimo aos olhos, delicado em vários sentidos, e surpreendente por ter como protagonista uma personagem com afonia, coisa que não se vê, principalmente com um enredo que não coloca isso como ponto central da narrativa.
P.s. o filme para além da beleza mostra também a diferença que faria se pessoas soubessem se comunicar por linguagem de sinais. Algo a se pensar.
Sr. Ninguém
4.3 2,7KSó a frase "deveria estar escrito no quadro negro de todas as escolas: a vida é uma área de recreação ou não é nada!" já vale o filme inteiro. Vi esse filme infinitas vezes e só agora eu consegui entendê-la.
Repo Men: O Resgate de Órgãos
3.4 658 Assista AgoraPiadinhas ridículas de tom homofóbico e machista a parte, o filme é até ok. Mas é difícil deixar isso passar né? Ainda mais pra um filme de 2010. Bem desnecessárias e acabou com o filme.
Enfim, bom enredo, mas com um lenga lenga desnecessário no final. O plot twist do final é até interessante, mas não o suficiente pro filme ganhar aquele ar de "MEU DEUS!! EU NÃO ACREDITO NISSO!", é só mais uma tentativa falha do diretor.
A discussão sobre até onde vai a ganancia do capitalismo é interessante de todo modo, com homens deixando o seu trabalho e a sede pelo dinheiro estar acima da sua humanidade.
Sem deixar de refletir que novamente o cinema tenta mostrar que a mulher precisa de um homem cis branco hétero pra sobreviver. Uma falha terrível ao colocar a Alice Braga atuando como mais uma mulher sendo sexo frágil. Isso não existe. Fora a forma que eles tentam colocar a esposa do Remy como louca sendo que ele não tá nem aí pra família, só segue na sua sede por sangue pra no final sair como um serial killer que se recuperou. HAHAHAHAHA Até parece! E a prova disso é que ele volta a matar, só que por um motivo diferente.
Enfim, poderia ter sido menos infeliz, sem dúvida. Mas é um filme de passa-tempo ok apesar dos desgostos.
Orgulho e Esperança
4.3 291 Assista AgoraPra um filme de 2014 falando sobre as questões GLS (na época não chamava-se LGBT ainda) eu esperava mais. Tiveram várias questões de gays querendo falar mais alto que as lésbicas e questões onde o próprio diretor fazem as mulheres parecerem exageradas, o que foi bem ridículo. Fora isso foi um bom filme até, só podia ter sido melhor mesmo.
Livre
3.8 1,2K Assista AgoraO começo do filme faz parecer que vai ser só mais um filme de uma linda fotografia com um enredo completamente perdido de alguém que tá explorando a vida na natureza. A decepção acontece para bem.
Strayed é uma mulher cheia de conflitos desde os pais, (naturalmente) passando por todos os aspectos da sua vida como ao ter um emprego de doméstica (desmerecido pela sociedade) e um casamento fracassado. Todas as frustrações da nossa protagonista, no entanto, ocorrem pela mãe que cria determinadas expectativas em cima dela sobre a Strayed precisar se tornar a melhor pessoa que ela pode conseguir. Até que a mãe morre e Strayed começa a transar com todos os homens que passam por ela e a usar heroína. Neste momento você começa a pensar "que mulher louca e perdida", mas não! Ela surpreende por saber exatamente o que estava fazendo (ou não, porque, pasmem, isso não é nenhum problema!) e por querer aquilo. Ela em nenhum momento se arrepende de ter feito o que fez, ela apenas se arrepende por ter ferido o marido com essas experiências.
Ao trair o marido com vários homens ela passa a se culpar, e a todo momento o marido tenta se manter próximo dizendo "nós ainda podemos ser amigos", o que é extremamente frustrante para nossa protagonista porque ele só ressalta os erros dela, como se ele dissesse "apesar de ter acabado com a minha cabeça, ainda podemos ser amigos", como se fosse um prêmio de consolação.
Contudo o final é surpreendente, pois ela percebe depois de meses atravessando a trilha do México até o Canadá que ela queria fazer tudo o que fez e que isso não foi nenhuma iniquidade contra ela, foram apenas desejos que construíram a personagem dela pela vida.
Curiosamente o filme mostra como as mulheres são tratadas como sexo frágil quando os homens tentam ajudá-la sempre quando ela chega em algum lugar, enquanto os demais trilheiros (quase todos homens) não recebem ajuda alguma ao chegar nos acampamentos.
Além disso o filme também se preocupa em mostrar como homens podem assustar mais que qualquer outra ameaça da natureza - afinal uma cobra selvagem não pode estuprar ninguém, não é?
Excelente filme que conta como a memória faz o indivíduo e como a culpa age pelo que afeta outras pessoas (e não pelo que verdadeiramente afeta o indivíduo), mostrando que esta quase sempre existe por motivos externos a nós mesmos.
Loucas Pra Casar
3.0 868 Assista AgoraFilme repleto de machismo, misoginia e transfobia. Só o que salva (e ainda assim com ressalvas) é o humor da Tatá Werneck. O filme tinha tudo pra ser bom pela ideia, mas infelizmente a comédia brasileira vive de/para depreciar minorias. Por sinal, mais um filme pra branco classe média ver.
O Último Dia
3.4 27Simon é um personagem excêntrico, não é?
Achei interessante como o filme consegue mostrar de um jeito sutil a confusão que ocorre com Simon ao se deparar com seus sentimentos e sexualidade quando ele se apaixona por Louise e Louise que se apaixona por Matthieu, amigo de Simon.
O problema começa quando Matthieu e Louise passam a ficar mais juntos, situação que desperta ciúmes da relação dos dois no nosso protagonista. Ele se vê contra a parede diante de sentimentos não muito comuns, não muito falados - ou melhor, não muito admitidos. A grande questão o filme todo é: de quem ele sente ciúmes?
A verdade é que, muito possivelmente, o Simon sentia afeto pelos dois, e a insegurança, algo presente nos afetos ligados ao apego (sejam eles amorosos ou não) acaba por transbordar ciúme, no entanto acho que o nosso protagonista está para além de sentir simplesmente afeto.
O filme consegue passar, ao meu ver, a confusão de Simon com o que ele deseja e com sua sexualidade: ele deseja Simon e Louise ao mesmo tempo? Para mim, tudo indica que sim. E tudo se torna um tormento maior ainda quando os dois decidem ir embora juntos e Simon pouco depois descobre que Louise na verdade é sua irmã. Quem não surtaria numa situação dessas? Afinal ele estava atraído pela própria irmã que foi embora com o amigo que ele muito provavelmente também sentia atração.
Enfim, o medo de estar só, além das questões familiares do nosso personagem, levou nosso amigo Simon ao suicídio.
Esse filme é genial pela forma que ele mostra o quão difícil é às vezes entender os próprios sentimentos enquanto o tempo todo as pessoas fazem parecer como se fosse muito fácil e simples lidar com tudo isso, e por isso mesmo todas essas questões e dúvidas poucas vezes são faladas e discutidas, sendo um grande tabu falar sobre a dificuldade de sentir.
Por fim, retiro o que disse, pois Simon não é excêntrico, Simon é tudo o que nós somos e não gostamos de admitir. Simon é o que há de mais comum em todos nós.
Um Homem Sério
3.5 574 Assista AgoraFilme até interessante, porém cansativo. É mais como o dia a dia, chato mesmo, com tudo dando errado, a mostrar, no entanto, ao mesmo tempo o quanto a tradição é intrínseca ao ser, e, mesmo ao perceber que todo o ritual contido nela não faz mais sentido, é extrema dificuldade sair da mesma, seja pelo costume, pelo comodismo, ou pelo que as pessoas comuns a este legado ou hábito vão pensar a respeito.
P.S.: há uma parte interessante que ilustra bem o que digo, onde um rabino junior precisa ficar se autoafirmando da existência de HaShem. Parece que ele mesmo está desacreditando na sua crença, mas por já estar preso a ela e mesmo por ter um cargo de importância, ele necessita voltar às crenças do seu povo, mesmo que elas não façam mais sentido pra ele.
Perfume: A História de um Assassino
4.0 2,2KÉ um filme para se pensar.
Uma criança que nasce já com a rejeição da mãe acompanhada de um dom excêntrico: Grenouille pode sentir o cheiro de tudo o que existe. Dom este que, no entanto, vem desde o princípio com uma tortura existencial dele não poder amar e nem ser amado por ninguém, além de que todas as pessoas que ele se aproxima aparentemente morrem (cabe saber se elas morrem para ele - como uma metáfora - ou morrem de fato).
Mesmo vivendo até a maior idade sem receber amor e afeto, Grenouille se depara com o cheiro sedutor que uma mulher carrega. Ele se encanta, a persegue, e no final do filme nos é mostrado que os dois talvez tiveram um caso (mesma questão de não saber se foi real ou imaginação do protagonista), só que, como diz a regra, ela morre como as demais pessoas, o que o deixa transtornado por perder a essência daquela doce mulher.
Ele decide, desde então, descobrir como capturar a essência de todas as coisas - mais espeficiamente de pessoas. Ele aprende a arte do ofício da criação de perfumes e viaja pra Grasse para aprender a arte secreta da floumage, que é um meio de capturar perfumes com gordura. No entanto, há uma regra de que o objeto que deseja se capturar o odor deve estar morto. Sem nem pensar duas vezes, Jean-Baptiste acaba se tornando um serial killer. Ele passa sua temporada pela Grasse capturando a essência de todas as mulheres que eram encantadoras. Até que ele é pego quando mata a última, filha de um homem importante (Richis, com o incrível do Alan Rickman atuando nesse papel).
Ao contrário do que se pensa logo no começo do filme, Baptiste não morre. Ao passar a essência que ele fez em si, todos começam a tratá-lo como um rei, um anjo, talvez como um deus, e depois de uma cena belíssima que representa, na minha visão, prazer e liberdade, ele percebe que mesmo tendo o poder da dominação, ele jamais conseguirá ter amor e não recuperará a essência daquela mulher que foi a primeira e última em sua vida, que se transformou em sua obsessão.
Ele foge com o poder de ter o mundo em suas mãos, mas decide que isso não vale a pena. Ele volta para o lugar onde nasceu guiado pelo cheiro que a memória traz. E o final quem viu já sabe.
Filme incrível, com poucos furos (no entanto houve um que doeu na alma hahaha) e que recomendo todos a tirar um tempo pra ver algum dia.
Edward Mãos de Tesoura
4.2 3,0K Assista AgoraIncrível como a ausência de sensibilidade com o que é excêntrico acaba criando uma porfia desnecessária, isolando o que é bom e ingênuo do mundo.
Independente de qualquer talento e boa intenção que o Edward possa ter, de um jeito ou de outro, sendo um excêntrico, ele jamais seria aceito por uma sociedade padrão, como por diversas vezes mostra Burton, com casas, carros e comportamentos iguais, com tênues diferenças.
É uma crítica a uma sociedade com comportamentos padronizados. A única família que foge de tal é a de Peg, que aceita, até certo ponto, as esquisitices do jovem Edward.
Típica sociedade norte-americana pós-guerra, vendendo a ideia de bem estar a qualquer custo, mas vazia, soberba, soez e ignorante. A vida dessas pessoas é tão chata e monótona que a alheia sempre parece mais interessante: e que haja fofoca para viver!
A genialidade do Burton transpassa gerações.
Boa Sorte
3.6 440Os desenhos da Judite já valeram o filme todo! Lindos a beça. Queria todos pra colar no meu quarto. Hahaha
Cinderela
3.4 1,4K Assista AgoraDiálogos repetitivos, atores que deixam a desejar. Não é pelo filme ser um conto de fadas que tem que passar uma inocência que beira a idiotice. Crianças não são burras, vale lembrar.
Filme feito pra lotar salas de cinema com expectativas que logo se esvaem sem nada a acrescentar.
O que salva um pouco é a magnífica atuação da Cate Blanchett e nada mais.
Uma Viagem Extraordinária
4.1 611 Assista AgoraÓtima atuação do Kyle Catlett e a Helena Bonham Carter atuando em um personagem completamente diferente do costume (apesar de manter o lado excêntrico de sempre).
Interessante a forma como, mesmo o T.S. sendo um garoto super dotado, mantém a sua ingenuidade infantil, não deixando de forma alguma de ser criança por ser um gênio nos mais diversos assuntos. A visão que ele tem do mundo, apesar de bem racional, ainda toca no lado sensível humano de forma muito forte.
Interessante também a forma como o filme mostra como até gênios podem se enganar e acreditar numa verdade falsa, como vemos com o "Pardal".
Enfim, um excelente filme, com um enredo delicado como uma criança.
Sentidos do Amor
4.1 1,2KFiquei sem palavras. Um dos melhores filmes que já vi.
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KAté os momentos finais eu pensei que esse seria o pior filme de terror que eu já vi na vida. No entanto ocorre uma reviravolta que passa perto do incrível.
Acho que o filme só perde muito pelos momentos de comédia que existem pra destruir os filmes de terror.
A ideia é interessante, mostrando a manipulação da indústria dos filmes, do debate indireto sobre o que seria justo ou não (pelo menos eu vi desta forma), da produção dos clichês, e até consegue passar um terrorzinho.
No final, O Tolo, que ninguém dava por, pareceu o mais justo, e por ser mais justo ele se tornou o tolo. Marty foi de longe o melhor personagem, enquando Dana decepciona, pois você espera dela ingenuidade, inocência, mas ela é a primeira a querer matar o amigo pra "salvar a humanidade".
Mas, fica a questão: por que a vida de todos é mais importante que a dele? Não seria justo, de jeito algum, matar um pelo bem de todos, isso não está escrito em nenhuma regra. Imagino que justo seria todos saírem vivos ou todos mortos.
Acho que Sócrates estaria orgulhoso do Marty.
Por fim, o mundo acaba em maconha, não é? Hahaha.
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista AgoraChocado com a genialidade da comparação entre tempo e dinheiro.
Esse filme mostra o grande defeito do capitalismo de forma explícita. É necessário que muitos tenham pouco para que poucos tenham muito. A ideia podia ter sido melhor explorada, no entanto como é um filme estadunidense e é sabido que o Estados Unidos é um país intrinsecamente capitalista, até que a abordagem foi bem interessante.