uma vez fiz uma entrevista com o Shen Ribeiro, um músico que foi ao Japão estudar shakuhachi (flauta tradicional japonesa). Ele teve um mestre, e você deve imaginar como é viver um ensinamento desse tipo morando sozinho no Japão. Ele nos disse, depois de tocar um som que era "um alce chamando o outro": nessa música a inspiração é a natureza, diferentemente da nossa, que é o relacionamento e o amor. o que me incomodou no filme foi justamente isso: a insistência no relacionamento e no amor como base para a felicidade do ser humano, ou para ele se encontrar - um pensamento tipicamente ocidental. Eu quis assistir justamente pra tentar ver qual era o tipo de ensinamento que o filme oferecia. E o tempo inteiro é só divórcio e casamento e homem e amor! É assustador, porque eu acho que é assim que o ocidente pensa sua vida, é assim que muitas pessoas pensam sobre si próprias e sua vida. Precisam ouvir conselhos de todo mundo, de amigos a xamãs, pra decidir sobre o que devem fazer e o que devem sentir em relação a algum sofrimento ou desilusão amorosa. Precisam ouvir clichês como "continue acreditando no amor" pra deixar de serem egoístas, porque são egoístas o tempo inteiro. No fim, acham que encontraram um amor individual, um equilíbrio e uma paz interior até o carinha por quem se apaixonaram ser chato e cansativo novamente. A diferença é que o filme termina antes disso...
por favor, alguém sabe onde baixar com áudio dublado? preciso alimentar a nostalgia de infância revendo este filme!!!
esse INCRIVEL JORNADA e aquele NAPOLEON, do cãozinho labrador que entrava dentro de um cesto num aniversário de criança e ia parar num deserto onde virava amigo de um lagarto, jesus cristo, como faziam minha mente criativa de infância vibrar de emoção!!!!!
Spielberg fez bem em cair fora dessa roubada... Uma pena. O filme é um espetáculo visual, mas a profundidade do roteiro e dos personagens, a coerência e os conceitos defendidos são, no bom português, uma porcaria.
Ainda estou tentando compreender o emaranhado de pensamentos após ter assistido a esse filme. Algo me incomodou com o andamento da obra e principalmente com o final, ainda não sei o que é. Mas decididamente não concordo com a frase que encerra essa sinopse: a conexão dos dois é qualquer coisa menos profunda! Não consigo ver uma relação de aprofundamento "a partir daí".
Gaspar Noé mais uma vez sendo... pedante! Precisa aparecer no filme, ter seu nome mencionado duas vezes e ainda dar aos seus personagens seu próprio discurso, como que justificando seu filme ser assim, "visceral e escancarado", afinal, "é a vida". Às vezes parece que de tanto querer fazer um filme libertário sobre sexo e amor, por essas coisas acaba caindo em qualquer lugar, menos na liberdade (tudo bem que os críticos também não ajudam quando apontam as cenas com os dedos, chocados) e aí o sexo acaba virando discurso. Fora que temos que acompanhar a autocomiseração cansativa de um personagem que em momentos que deveria ser muito profundo, age como um babaca...e continua sendo até o fim. Como disse alguém aqui embaixo... cuidado com o que deseja? Amor e sexo levam a um caminho intenso de autoconhecimento, que não significa que seja destrutivo. O que é destrutivo é o ego, a ignorância, a insegurança, o próprio desejo até...e no final, não vejo um pingo de reconhecimento. Tanto sexo "com amor" para não chegar a nada...mas se é isso que chamam de fatalismo... Fora o roteiro, algumas cenas são belas e sensuais, e a direção de arte e a fotografia casam bem. A cena com a travesti é engraçada. E a trilha é legal em alguns momentos. E só rsrs
Estou espantada por ver que Whiplash está concorrendo ao Oscar, tem nota alta no IMDB e tem causado bastante rebuliço. Achei um filme bem mediano! A montagem estilo videoclipe é bem óbvia, do tipo "cortar ao som do prato da bateria", e acaba ficando um pouco cansativo, sem criatividade. O roteiro tem buracos, clichês muito bobos e as situações são todas muito convenientes.
Vai me botar um cara que acabou de sofrer um acidente sair correndo para fazer um show?
Não convence, força a barra por querer mostrar o tempo todo o quanto o menino é obsessivo com a perfeição. Acho a premissa muito legal, na verdade, mas três ou quatro situações para mostrar a obsessão dele é muita superficialidade. E aí o final me pareceu exatamente esse: tudo muito conveniente para dar ao cinema um final americano de heroi. A única forma que o diretor encontrou de forçar a obsessão do menino no filme são os momentos em que o mestre Fletcher (J.K. Simmons está bem legal no papel) exige a capacidade do Newman de ser músico e é justamente por esses momentos que o personagem do garoto revela ser muito fraco, uma vez que ao longo do filme inteiro ele se prova irresponsável, imaturo e ainda incapaz de ser um músico à altura, para entrar na orquestra desse conservatório. O tempo todo mediano, para no final estourar e mandar tão bem quanto Buddy Rich? Parece aquelas histórias que contam de superação, do tipo, "tenha um sonho que tudo se resolverá". Achei que esse filme seria muito mais esperto, crítico até, ao tratar de um assunto como esse. Ele é apenas legal.
É um filme estranho mas, ao mesmo tempo, quase hipnótico. Bem feito, ótima direção de arte, bela fotografia, uma mescla de estética de game com as maravilhosas cenas de luta oriental. A princípio estava achando o roteiro confuso, mas um olhar mais observador e distante me fez perceber que é absolutamente lógico e claro que o roteiro tem consciência de seus caminhos. Não é preciso comentar que muito da apreensão do filme se dê por um conhecimento ao menos básico da cultura chinesa - como as lendas mitológicas de vampiro, que dizem que se combate um vampiro com pergaminhos escritos com feitiços (que são nada menos que ensinamentos budistas) e arroz, ou mesmo os cinco elementos chineses e como funcionam, o yin e yang (que é citado em algum momento do filme), etc - além de, é claro, saber o que significa Rigor Mortis. O título do filme já é praticamente autoexplicativo. O final, portanto, fica extremamente pertinente e interessante, ao meu ver, quando se pensa que
tudo o que se passou na tela é uma invenção resultada de efeitos químicos no corpo/cérebro do personagem, em que cada elemento - a mulher com o filho loiro, as duas irmãs, o vampiro e etc - age como uma representação de algum aspecto psicológico do personagem, ou seja, são representações de coisas, pessoas e comportamentos de sua vida.
Interessante a parafernalha visual de Greenaway. Edar Pêra parece que leu Ismail Xavier e Arlindo Machado e fez um resumo de suas teorias (ou seja, nada novo. E ainda um pouco besta, principalmente aquele final...) e Godard, bem, Godard está sendo Godard. Como era de se esperar, não faria nenhuma ficção com 3D, mas aproveitaria o 3D apenas como tema e reflexão. Mas, se é pra usar óculos 3D, que pelos menos os títulos saltem à tela. E foi somente o que fez. Interessante, mas eu particularmente não consigo apreender de primeira suas viagens.
Roteiro de trama já bem conhecida e facilmente capaz de ser desvendada logo no primeiro bloco. Mas a direção de fotografia tira um pouco da mesmice da história, o que é um mérito... alguns planos são bem explorados. Há uma certa caricatura, a meu ver, nesse tipo de personagem (e falo dos três: do irmão, da mãe e da filha) meio engessado, quase mecânico, silencioso, de atos graves e comedidos, pra dar aquele ar de mistério e suspense, que até casa com a direção de arte e com o filme em si, mas que não representa nada de novo também. Agora, essa tensão sexual entre os três ficou bem sensual,
a cena da menina imaginando (?) o Charlie tocando piano com ela, a cena dela se masturbando no chuveiro e as cenas de Charlie com a mãe
só não são orgasmáticas porque rejeitam o clímax ou a consumação daquele ato que a gente, vouyer, quer ver se desenrolar até o final. Mas tem muita sensualidade. Na minha opinião, é um filme mediano, inofensivo, muito em parte pelo roteiro. Mas bem filmado.
Depois da cereja do bolo que foi a aparição do Paul McCartney no filme (bem bacana, por sinal), isso tudo só nos dá uma certeza e uma pergunta: Dave Grohl tem os amigos mais fodas do mundo, mas como é que com tanta boa referência musical ele consegue ter uma banda tão sem graça como o Foo Fighters? Será que seus amigos curtem seu som?
Fraquíssimo. Primeiro que a fragmentação da linearidade narrativa perdeu muito pra história, tornando a frase de Cauby em um dado momento do filme ("fique aqui, a gente se ama!") uma coisa patética. Não vou comparar a relação dos dois com o livro, porque acho que temos que analisar o filme separadamente como uma obra específica e, nesse caso, a história é fraca demais. Tentar inserir momentos poéticos - ficar pintando o corpo com tinta, soprar fumaça de cigarro na foto, as próprias fotos e etc - pra mim é tentar tapar buraco de falta de drama, falta de narrativa. E o filme faz isso o tempo inteiro!! O personagem do Gero Camilo está totalmente fora do tempo, soa forçada suas declamações de poesia e seus "gestos líricos", como apontar a lupa pro Cauby e perguntar se ele tem medo da vida. Não há nada de ruim nesses lirismos, mas há muito de ruim quando esse lirismo surge sem propósito e fora de compasso. Porque de repente todo mundo é poeta e tudo é poesia. Senti um pouco de gratuidade desnecessária nisso tudo. O livro como narrativa tem uma puta carga dramática, que vai crescendo e estoura no final. O filme patina. Tem amor com açúcar de sobra e menos tesão com café amargo, que é para mim como deveria ser a essência dessa história. Merece duas estrelas por uma ou duas cenas mais pra perto do final
Esse filme não deixa de lembrar um pouco Woody Allen por essa característica de se firmar nos diálogos, porém, Polanski é um cara muito mais bacana que o Allen, fez o filme em apenas um cenário (um grande mestre dos filmes de apartamento), os atores estão na medida certa, o exagero aparente surge em momentos essenciais, o filme vai crescendo no drama e consequentemente no aprofundamento dos personagens... enquanto que o Allen fica ali muitas vezes só na superfície fazendo seus personagens vomitarem "sacadinhas geniais" o tempo inteiro. Enfim, Carnage é fantástico, realmente uma comédia inteligente. E esse poster está muito bom pra demonstrar o que o filme é!!!
Como bem lembrou alguém aqui, a história começa com "Era uma vez", pendendo, portanto, para uma história mais fabulosa. Não há problema nenhum em trazer fábulas e mitos para o cinema, Del Toro fez isso muito bem com Labirinto do Fauno, por exemplo. O problema em Mama - a meu ver - é que se utiliza de uma linguagem totalmente convencional de filmes de terror, de cortes banais e clichês e isso faz perder um pouco da mágica que se pretendia, principalmente no final, quando todo o clima criado dá uma quebra nas expectativas. Justamente porque todo o desenrolar da trama seguia uma narrativa convencional. Porém, eu vi coisas absolutamente fantásticas em Mama. Há cenas incríveis, há momentos esplendorosos e de um terror sutil, há movimentos de câmera ótimos, e eu gostaria que o filme seguisse por esses momentos ao invés de cair na mesmice dos sustos batidos de terror. Com um pouco mais de trabalho e cuidados nas sutilezas, Mama poderia ter ficado sensacional. Outro ponto positivo foi o trabalho com as crianças, sempre bem vindo no cinema, já que é tão raro (ao menos por aqui no nosso cinema brasileiro).
Só eu achei que houve uma química forçada entre a Eva Mendes e o Sam Worthington? De duas, uma: ou ela realmente não se encaixou no papel, e de alguma maneira muito mágica ela ficou menos bonita nesse filme e até menos sensual, acho que beirando o vulgar mesmo, não sei dizer exatamente onde; ou esse era de fato o papel dela, ser uma mulher chata, inconveniente e forçosamente sensual, quase mandona, pra levar o cara a ceder, ou seja, ter o papel de não ser a mulher por quem ele iria se apaixonar depois. O que é totalmente o contrário do que acontece entre a Keira e o Guillaume, que coisa linda os dois, que paixão latente, que carinho! Ok... pensando por esse lado... talvez a escolha da Eva pra forçar uma química tenha sido consciente...e, por isso mesmo, não tão ruim assim...
Extremamente expositivo e íntimo. Engraçado pensar que antes dessa revolução pós-moderna no comportamento (e na vida, por fim) expor a privacidade não era algo imaginado, era restrito à própria individualidade, ou no máximo compartilhado nos confessionários cristãos, como diz Bauman. Agora a cultura de subjetivação e da exposição já está arraigada...a ponto de termos um indivíduo que faz da câmera uma mediadora entre as relações que ele tem com si próprio, com os namorados e com a família. Cauoette se torna quase um dominador alfa com a câmera na mão, afinal, é pela presença dela que a mãe se sente tão inquieta para falar do passado na cena em que ele insiste e a coloca "contra a parede". Como deve ser ver uma pessoa que não larga a câmera durante mais de 20 anos de sua vida? Inquietante, no mínimo. E também assustador...
Marcos Prado é um bom diretor de documentário (principalmente por Estamira), mas Paraísos Artificiais trouxe a impressão de que é preciso mais domínio de linguagem pra se fazer ficção. O filme é uma droga, metaforicamente: é esteticamente bonitinho (é raro um filme nacional sobre raves com fotografia atraente), mas por dentro esconde...um nada. O filme passa, e não fica. Por quê? Roteiro fraco, sem propósitos, história mal contada, falta de química, de aprofundamento de personagem (principalmente), de empatia. O filme acaba e eu me pergunto "por que você está me contando essa história? É de amor? É moralista? É sobre o que?" e não acho que é mérito um filme levantar questões desse tipo, ao menos não esse...
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Comer Rezar Amar
3.3 2,3K Assista Agorauma vez fiz uma entrevista com o Shen Ribeiro, um músico que foi ao Japão estudar shakuhachi (flauta tradicional japonesa). Ele teve um mestre, e você deve imaginar como é viver um ensinamento desse tipo morando sozinho no Japão. Ele nos disse, depois de tocar um som que era "um alce chamando o outro": nessa música a inspiração é a natureza, diferentemente da nossa, que é o relacionamento e o amor.
o que me incomodou no filme foi justamente isso: a insistência no relacionamento e no amor como base para a felicidade do ser humano, ou para ele se encontrar - um pensamento tipicamente ocidental. Eu quis assistir justamente pra tentar ver qual era o tipo de ensinamento que o filme oferecia. E o tempo inteiro é só divórcio e casamento e homem e amor! É assustador, porque eu acho que é assim que o ocidente pensa sua vida, é assim que muitas pessoas pensam sobre si próprias e sua vida. Precisam ouvir conselhos de todo mundo, de amigos a xamãs, pra decidir sobre o que devem fazer e o que devem sentir em relação a algum sofrimento ou desilusão amorosa. Precisam ouvir clichês como "continue acreditando no amor" pra deixar de serem egoístas, porque são egoístas o tempo inteiro. No fim, acham que encontraram um amor individual, um equilíbrio e uma paz interior até o carinha por quem se apaixonaram ser chato e cansativo novamente. A diferença é que o filme termina antes disso...
A Incrível Jornada
3.3 281 Assista Agorapor favor, alguém sabe onde baixar com áudio dublado?
preciso alimentar a nostalgia de infância revendo este filme!!!
esse INCRIVEL JORNADA e aquele NAPOLEON, do cãozinho labrador que entrava dentro de um cesto num aniversário de criança e ia parar num deserto onde virava amigo de um lagarto, jesus cristo, como faziam minha mente criativa de infância vibrar de emoção!!!!!
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraSpielberg fez bem em cair fora dessa roubada...
Uma pena. O filme é um espetáculo visual, mas a profundidade do roteiro e dos personagens, a coerência e os conceitos defendidos são, no bom português, uma porcaria.
Um Alguém Apaixonado
3.6 117 Assista AgoraAinda estou tentando compreender o emaranhado de pensamentos após ter assistido a esse filme. Algo me incomodou com o andamento da obra e principalmente com o final, ainda não sei o que é. Mas decididamente não concordo com a frase que encerra essa sinopse: a conexão dos dois é qualquer coisa menos profunda! Não consigo ver uma relação de aprofundamento "a partir daí".
Love
3.5 883Gaspar Noé mais uma vez sendo... pedante!
Precisa aparecer no filme, ter seu nome mencionado duas vezes e ainda dar aos seus personagens seu próprio discurso, como que justificando seu filme ser assim, "visceral e escancarado", afinal, "é a vida". Às vezes parece que de tanto querer fazer um filme libertário sobre sexo e amor, por essas coisas acaba caindo em qualquer lugar, menos na liberdade (tudo bem que os críticos também não ajudam quando apontam as cenas com os dedos, chocados) e aí o sexo acaba virando discurso.
Fora que temos que acompanhar a autocomiseração cansativa de um personagem que em momentos que deveria ser muito profundo, age como um babaca...e continua sendo até o fim. Como disse alguém aqui embaixo... cuidado com o que deseja? Amor e sexo levam a um caminho intenso de autoconhecimento, que não significa que seja destrutivo. O que é destrutivo é o ego, a ignorância, a insegurança, o próprio desejo até...e no final, não vejo um pingo de reconhecimento. Tanto sexo "com amor" para não chegar a nada...mas se é isso que chamam de fatalismo...
Fora o roteiro, algumas cenas são belas e sensuais, e a direção de arte e a fotografia casam bem. A cena com a travesti é engraçada. E a trilha é legal em alguns momentos. E só rsrs
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraEstou espantada por ver que Whiplash está concorrendo ao Oscar, tem nota alta no IMDB e tem causado bastante rebuliço. Achei um filme bem mediano! A montagem estilo videoclipe é bem óbvia, do tipo "cortar ao som do prato da bateria", e acaba ficando um pouco cansativo, sem criatividade. O roteiro tem buracos, clichês muito bobos e as situações são todas muito convenientes.
Vai me botar um cara que acabou de sofrer um acidente sair correndo para fazer um show?
Rigor Mortis
3.2 66É um filme estranho mas, ao mesmo tempo, quase hipnótico. Bem feito, ótima direção de arte, bela fotografia, uma mescla de estética de game com as maravilhosas cenas de luta oriental. A princípio estava achando o roteiro confuso, mas um olhar mais observador e distante me fez perceber que é absolutamente lógico e claro que o roteiro tem consciência de seus caminhos. Não é preciso comentar que muito da apreensão do filme se dê por um conhecimento ao menos básico da cultura chinesa - como as lendas mitológicas de vampiro, que dizem que se combate um vampiro com pergaminhos escritos com feitiços (que são nada menos que ensinamentos budistas) e arroz, ou mesmo os cinco elementos chineses e como funcionam, o yin e yang (que é citado em algum momento do filme), etc - além de, é claro, saber o que significa Rigor Mortis. O título do filme já é praticamente autoexplicativo. O final, portanto, fica extremamente pertinente e interessante, ao meu ver, quando se pensa que
tudo o que se passou na tela é uma invenção resultada de efeitos químicos no corpo/cérebro do personagem, em que cada elemento - a mulher com o filho loiro, as duas irmãs, o vampiro e etc - age como uma representação de algum aspecto psicológico do personagem, ou seja, são representações de coisas, pessoas e comportamentos de sua vida.
3x3D
3.3 17Interessante a parafernalha visual de Greenaway. Edar Pêra parece que leu Ismail Xavier e Arlindo Machado e fez um resumo de suas teorias (ou seja, nada novo. E ainda um pouco besta, principalmente aquele final...) e Godard, bem, Godard está sendo Godard. Como era de se esperar, não faria nenhuma ficção com 3D, mas aproveitaria o 3D apenas como tema e reflexão. Mas, se é pra usar óculos 3D, que pelos menos os títulos saltem à tela. E foi somente o que fez. Interessante, mas eu particularmente não consigo apreender de primeira suas viagens.
Segredos de Sangue
3.5 1,2K Assista AgoraRoteiro de trama já bem conhecida e facilmente capaz de ser desvendada logo no primeiro bloco. Mas a direção de fotografia tira um pouco da mesmice da história, o que é um mérito... alguns planos são bem explorados. Há uma certa caricatura, a meu ver, nesse tipo de personagem (e falo dos três: do irmão, da mãe e da filha) meio engessado, quase mecânico, silencioso, de atos graves e comedidos, pra dar aquele ar de mistério e suspense, que até casa com a direção de arte e com o filme em si, mas que não representa nada de novo também. Agora, essa tensão sexual entre os três ficou bem sensual,
a cena da menina imaginando (?) o Charlie tocando piano com ela, a cena dela se masturbando no chuveiro e as cenas de Charlie com a mãe
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KMas que filminho mais ou menos, hein? É impressionante o quanto ainda esbarramos nos roteiros...
Sound City
4.4 91Depois da cereja do bolo que foi a aparição do Paul McCartney no filme (bem bacana, por sinal), isso tudo só nos dá uma certeza e uma pergunta: Dave Grohl tem os amigos mais fodas do mundo, mas como é que com tanta boa referência musical ele consegue ter uma banda tão sem graça como o Foo Fighters? Será que seus amigos curtem seu som?
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
3.5 554 Assista AgoraFraquíssimo. Primeiro que a fragmentação da linearidade narrativa perdeu muito pra história, tornando a frase de Cauby em um dado momento do filme ("fique aqui, a gente se ama!") uma coisa patética. Não vou comparar a relação dos dois com o livro, porque acho que temos que analisar o filme separadamente como uma obra específica e, nesse caso, a história é fraca demais. Tentar inserir momentos poéticos - ficar pintando o corpo com tinta, soprar fumaça de cigarro na foto, as próprias fotos e etc - pra mim é tentar tapar buraco de falta de drama, falta de narrativa. E o filme faz isso o tempo inteiro!! O personagem do Gero Camilo está totalmente fora do tempo, soa forçada suas declamações de poesia e seus "gestos líricos", como apontar a lupa pro Cauby e perguntar se ele tem medo da vida. Não há nada de ruim nesses lirismos, mas há muito de ruim quando esse lirismo surge sem propósito e fora de compasso. Porque de repente todo mundo é poeta e tudo é poesia. Senti um pouco de gratuidade desnecessária nisso tudo. O livro como narrativa tem uma puta carga dramática, que vai crescendo e estoura no final. O filme patina. Tem amor com açúcar de sobra e menos tesão com café amargo, que é para mim como deveria ser a essência dessa história. Merece duas estrelas por uma ou duas cenas mais pra perto do final
(acho interessante a mise-en-scène de quando ela fala para o Cauby que está grávida, a câmera se desloca e revela que o Ernani está atrás dele, e etc)
Deus da Carnificina
3.8 1,4KEsse filme não deixa de lembrar um pouco Woody Allen por essa característica de se firmar nos diálogos, porém, Polanski é um cara muito mais bacana que o Allen, fez o filme em apenas um cenário (um grande mestre dos filmes de apartamento), os atores estão na medida certa, o exagero aparente surge em momentos essenciais, o filme vai crescendo no drama e consequentemente no aprofundamento dos personagens... enquanto que o Allen fica ali muitas vezes só na superfície fazendo seus personagens vomitarem "sacadinhas geniais" o tempo inteiro. Enfim, Carnage é fantástico, realmente uma comédia inteligente. E esse poster está muito bom pra demonstrar o que o filme é!!!
Mama
3.0 2,8K Assista AgoraComo bem lembrou alguém aqui, a história começa com "Era uma vez", pendendo, portanto, para uma história mais fabulosa. Não há problema nenhum em trazer fábulas e mitos para o cinema, Del Toro fez isso muito bem com Labirinto do Fauno, por exemplo. O problema em Mama - a meu ver - é que se utiliza de uma linguagem totalmente convencional de filmes de terror, de cortes banais e clichês e isso faz perder um pouco da mágica que se pretendia, principalmente no final, quando todo o clima criado dá uma quebra nas expectativas. Justamente porque todo o desenrolar da trama seguia uma narrativa convencional.
Porém, eu vi coisas absolutamente fantásticas em Mama. Há cenas incríveis, há momentos esplendorosos e de um terror sutil, há movimentos de câmera ótimos, e eu gostaria que o filme seguisse por esses momentos ao invés de cair na mesmice dos sustos batidos de terror. Com um pouco mais de trabalho e cuidados nas sutilezas, Mama poderia ter ficado sensacional. Outro ponto positivo foi o trabalho com as crianças, sempre bem vindo no cinema, já que é tão raro (ao menos por aqui no nosso cinema brasileiro).
Apenas uma Noite
3.5 787 Assista AgoraSó eu achei que houve uma química forçada entre a Eva Mendes e o Sam Worthington? De duas, uma: ou ela realmente não se encaixou no papel, e de alguma maneira muito mágica ela ficou menos bonita nesse filme e até menos sensual, acho que beirando o vulgar mesmo, não sei dizer exatamente onde; ou esse era de fato o papel dela, ser uma mulher chata, inconveniente e forçosamente sensual, quase mandona, pra levar o cara a ceder, ou seja, ter o papel de não ser a mulher por quem ele iria se apaixonar depois. O que é totalmente o contrário do que acontece entre a Keira e o Guillaume, que coisa linda os dois, que paixão latente, que carinho!
Ok... pensando por esse lado... talvez a escolha da Eva pra forçar uma química tenha sido consciente...e, por isso mesmo, não tão ruim assim...
Tarnation
4.2 28Extremamente expositivo e íntimo. Engraçado pensar que antes dessa revolução pós-moderna no comportamento (e na vida, por fim) expor a privacidade não era algo imaginado, era restrito à própria individualidade, ou no máximo compartilhado nos confessionários cristãos, como diz Bauman. Agora a cultura de subjetivação e da exposição já está arraigada...a ponto de termos um indivíduo que faz da câmera uma mediadora entre as relações que ele tem com si próprio, com os namorados e com a família. Cauoette se torna quase um dominador alfa com a câmera na mão, afinal, é pela presença dela que a mãe se sente tão inquieta para falar do passado na cena em que ele insiste e a coloca "contra a parede". Como deve ser ver uma pessoa que não larga a câmera durante mais de 20 anos de sua vida? Inquietante, no mínimo. E também assustador...
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraMarcos Prado é um bom diretor de documentário (principalmente por Estamira), mas Paraísos Artificiais trouxe a impressão de que é preciso mais domínio de linguagem pra se fazer ficção. O filme é uma droga, metaforicamente: é esteticamente bonitinho (é raro um filme nacional sobre raves com fotografia atraente), mas por dentro esconde...um nada. O filme passa, e não fica. Por quê? Roteiro fraco, sem propósitos, história mal contada, falta de química, de aprofundamento de personagem (principalmente), de empatia. O filme acaba e eu me pergunto "por que você está me contando essa história? É de amor? É moralista? É sobre o que?" e não acho que é mérito um filme levantar questões desse tipo, ao menos não esse...