Não entendi essa nota consideravelmente baixa. Será que perceberam que o filme não é da Disney/Pixar ou é pelas mensagens revolucionárias? De qualquer forma, esse filme marcou minha infância de uma maneira diferente. Acho que acertou igualmente naqueles que se tornariam vegetarianos mais tarde. A complexidade dos personagens é formidável, e são bem carismáticos. O humor britânico nunca esteve tão bem feito aqui, as gags visuais são absurdamente engraçadas. E o tom melancólico e sombrio também típico britânico, também combinou perfeitamente. O stop motion é um show aparte. Eu simplesmente sou fascinado em animação em Stop Motion, então o filme já teria me comprado por aí. Uma jornada cheio de camadas emocionais e divertida.
Não tem o que falar. Não tinha como fazer um encerramento de trilogia coerente quando a própria trilogia não foi coerente. Se tivessem deixando o Rian Johnson do filme anterior continuar com sua visão, talvez poderia de algum jeito salvar esse. Mas ao invés disso optaram da forma mais previsível em trazer de volta o que começou toda essa bagunça. Resultado: Uma trilogia que parece mais um spin off com participações especiais do que de fato uma continuação do episódio VI. Uma colagem de momentos de batidas emocionais e catárticas, e decisões apenas para chocar e engajar o público (tipo Vingadores: Ultimato mas sem tanto engajamento e entusiasmo já que Star Wars decaiu conforme o tempo). A personagem da Rey foi um papel amassado e jogado no lixo, se preocuparam tanto em cismar com a origem dela que o desenvolvimento foi deixado de lado. O que salva nesse filme talvez seja interação Rey-Finn-Poe que finalmente teve tempo. Mas em questão de desenvolvimento dos três...uma tragédia, então a conclusão foi só cada um ter um par romântico no final, inclusive a Rey...enfim. Gostei também do espaço maior ao C-3PO, ele absolutamente é meu espírito animal dentro da franquia, então ficou legal. No mais, tem momentos legais que aconchegam o coração de quem gosta da franquia, mas eu me interessaria muito mais em uma fanfic promissora do que ver essa trilogia. Já que ela por si só também é uma fanfic.
Bem mais divertido do que uma aventura só dos Jovens Titãs em Ação! eles equilibram a equipe pra não ficar algo pastelão demais no filme. E os outros Jovens Titãs foram satirizando como sendo sérios (o que não faz sentido, já que eles não são sérios, só tem mais profundidade, mas rendeu boas piadas, principalmente envolvendo o traço deles). Mas toda a ideia do multiverso da equipe ficou bem legal. Só achei o vilão ser o Trigon bem repetitivo. Ao menos no filme dos Jovens Titãs em Ação eles foram mais criativo nesse sentido.
Uma idéia interessante e inesperadamente legal. A fusão dos dois universos funcionou bastante. Mas claro, sem se levar muito a sério, exaltando a comicidade de ambos os universos. Nesse momento que você percebe o quanto a Warner é grande quando se trata de produção de animações.
É um dos mais nostálgicos. Encerrou de forma muito boa a sequência de 4 filmes com o mesmo grupo de produção. É o primeiro que traz um preceito mais surreal e tem algumas incoerências, mas ainda assim é divertido.
Apesar da premissa cansada de alienígenas, tem uma virada de personagem bastante interessante e traz talvez um dos momentos mais tristes dos filmes. Clássico.
Esse é um dos que mais pode se dizer um episódio alongado dentre os filmes já que é bem curtinho e tem uma estrutura típica de um episódio (talvez exceto a perseguição do vilão ao som de uma música agitada de rock). Mas aqui nasceu o crush legitimo por góticas trevosas. As Hex Girls.
É um dos melhores produtos de mídia de Scooby-doo. É bastante competente e coeso, mesmo que esse nunca tenha sido a proposta. Mais tiveram que fazer pra deixar sustância ao seu primeiro longa e não dar tanto a impressão de um episódio mais longo. Experimenta aprofundar mais o lado fantasioso de Scooby-Doo, onde fantasmas e monstros são perigos reais. E isso tudo com um leve tom macabro e sombrio que deixou com uma das tramas mais robustas da franquia. Serviu de inspiração para bastante conceitos do primeiro filme live-action e é um clássico que revigorou a abordagem da franquia e trouxe o que há de mais cômico e típico.
No geral, o filme funciona muito bem. Mas ele é muito mais um filme de crime do que de mistério. Já que o último ato foi só explicando o desfecho e concluindo peças da trama que já havíamos deduzidos, não houve grande twists, apenas relatos que se encaixam no final. Mas ainda é imersivo, muito por conta das atuações que estão bem dúbias dentro da trama, no qual você chega a duvidar até mesmo da protagonista. Não é revolucionário e tem alguns deslizes no roteiro, mas te prende bastante.
É bem produzido com uma qualidade da animação bem feita. Mas poderia se esperar de um filme sobre os bonecos que explorasse comicamente as limitações dos personagens: as mãos em forma de gancho, as pernas de movimentos duros, as peças de vestuário que soam como encaixes a partir de um corpo único, isso é feito só no início comicamente, mas o filme abandona estas características, fazendo com que os personagens dobrem os joelhos para andar a cavalo, contorça durante cenas de luta e etc. Ao contrário de Uma Aventura Lego, por exemplo, que parodia a si mesmo com frequência, Playmobil ignora a identidade básica do material de origem, oferecendo então desenhos comuns, tão autônomos quanto indistintos. Parece que tão mais interessado na velocidade de transição entre mundos do que na personalidade de cada personagem, razão pela qual tantos coadjuvantes possuem função limitada dentro deste universo. Os espaços se resumem a cenários, e por consequência, a relação dos personagens com o meio ao redor resulta pouco convincente. Ao final, os protagonistas terão aprendido o valor da imaginação e da família, exatamente o que já tinham no começo da história. E é algo importante em obras cinematográficas, mesmo as infantis, mesmo aquelas destinadas a crianças muito pequenas. O roteiro tem dificuldade para superar a dicotomia homem-mulher sem recorrer ao grotesco. Mas pelo menos o filme se leva á sério e não vai para um caminho cínico com o personagens. A atuação da Anya Taylor-Joy tá bastante eficiente, ela mergulhou na pomposidade de histórias fantasiosas e infantis, mesmo na dublagem. Tem analogias bem simples que qualquer um pode entender. É mais uma aventura pra "aprender" do que pra se desprender da realidade.
É um bom road movie à cavalo, com tudo que isso possa significar de bom e de ruim. As paisagens são lindas, os cenários deslumbrantes e todo o tom do filme é épico e impressionante. Mas muito pouco acontece de fato, ao menos até o clímax final, realmente emocionante e dono de todas as surpresas aguardadas. E se ficamos atentos até esse momento isso se dá muito mais pelos diálogos inspirados e pelos personagens bem construídos do que pela trama em si, bastante simples e sem grandes novidades. Esse é um filme que assistimos com prazer muito mais pelo que traz de supérfluo, por seus adereços e detalhes, do que pelo conteúdo em si, que poucas vezes apresenta algo o visto muitas vezes antes.
Patético. Quero entender quem são esses gamers que tão se sentindo super representados por um clone sem graça de Alvin e os Esquilos com um punhado de referências baratas e duas cenas pós-créditos. Eu sei que a nerdaiada queria muito munição pra contra-atacar nesse novo round da guerra cultural imbecil contra o filme estrelando garotas da vez, mas tá difícil defender esse filme até como filme infantil medíocre, medíocre até o talo, quanto mais como CARTA DE AMOR AOS FÃS. Jim Carrey fez o máximo que pôde com toda sua irreverência cômica.
Não se apoia tanto no que já existe pra fundamentar a trama e conseguir funcionar, eles criaram uma aventura própria. Mas no meio do caminho a gente nota que o filme é um caça-níquel planejado desde o começo, com 510 filmes anunciados. Começam a inserir algumas conexões e alguns personagens pra remeter a franquia. Então a direção vai por outro caminho, e os ''Animas Fantásticos e Onde Habitam'' se limitam a maleta do Newt. Mas pelo a forma como fizeram isso não soou tao supertificial e forçada como eu achei que seria. Mas o forte realmente não é o roteiro. Mas ainda consegue divertir e remeter ao tom mais aventuresco da franquia.
Eu simplesmente gostei muito de como o filme TENTA reinventar a franquia, desconstrói o status quo já tao sedimentado. Finalmente fazer haver um EQUILÍBRIO de fato da força, e não simplesmente repressão ao lado negro, com o mesmo erro do ''escolhido'' de novo e de novo. Só tem um problema nisso. Ele simplesmente esquece de que havia um filme anterior a ele, objetivamente, ele tenta restabelecer e criar conceitos quase do zero. Mas esse é um erro de planejamento já desde o filme anterior, então não é surpresa. E mais, ele apenas parece estar desconstruindo e quebrando o maniqueísmo da franquia, na verdade ele é bem covarde. E isso é uma tremenda sacanagem com a cara de quem está vendo. No ato final ele restabelece todos paradigmas e faz o filme voltar praticamente de onde começou, mas com decisões que não poderiam mais ser desfeita e ganchos de costume de uma trilogia nada planejada. Mas ainda é o superior ao antecessor, pelos motivos de desconstrução que citei, e também por se arriscar mais em certas escolhas, e ter um senso estético muito mais proveitoso, é o filme mais sofisticado esteticamente da franquia.
Tem sequências que não tem a mínima razão de existir, esse não é necessariamente uma dessas, mas a história não é nem de longe tão cativante quanto a do primeiro filme, principalmente porque o primeiro era a recontagem do conto por uma estética do Tim Burton, então por mais pretensioso que isso soe, deu bastante certo. As falas e diálogos no geral são bastante artificiais, tem roteiro arrastado que te levam pra lugares que não tem razão pra existir e também não desenvolve em nada nenhum personagem. O que eu acho superior ao primeiro é construção de cenário e ambientação, que no primeiro era Tim Burtense demais de maneira que não era o ideal pra esse tipo de história, o clássico comum de adaptar um clássico infantil e colorido de forma sombria. Mas ainda assim falta aquele encantamente, porra, é Alice no país das MARAVILHAS, você devia assistir e ficar com senso de maravilha super aguçado, mas apartir de quando ela vai até lá, o filme decai, e isso era última coisa que tinha que acontecer. Tem umas mensagens legais sobre família, a preciosidade do tempo e o empoderamento, e que apesar das cores vibrantes e não desprovido de entretenimento, ele fica bem monótono com o decorrer.
Uma coisa que eu achei bacana, é que os personagens não tem arcos individuais. O que pode ser decepcionante para muitos. Mas eu particularmente gostei, pois isso ressalta que cada um dos filmes anteriores é uma coisa só, 'Corpo Fechado' é um filme, 'Fragmentado' é outro que só é revelado no finalzinho que ele tem relação com o primeiro. É um jeito muito sútil e eficaz em construção de universo, sem tirar a autonomia de cada um. Então cada personagem já teve seus filmes e seus arcos. Eles tem desenvolvimento aqui sim, mas é bem pouco. Eu gosto muito como esse universo foi estabelecido, como ele é muito enraizado na nossa realidade, então ele brinca com como certos distúrbios que podem ser visto como problemas, são na verdade dons. Claro que isso exige um nível nosso de suspensão de descrença, mas a gente enxerga de onde veio. O problema maior desse longa pra mim, é o ritmo, porque é muito inconstante, o primeiro ato é bacana, o segundo dá um caída, tu meio que se desliga, aí vem o terceiro que é o mais polemico. Shyamalan tem muito controle da câmera, ele sabe que planos fazer pra passar sensações pra gente, trabalha muito bem com cor, faz um 'setup' de algumas coisas que vão se ligar mais na frente, e claramente tinha um objetivo final com o filme. Embora aqui ele tenha deixado algumas pontas soltas, tenha faltado sutileza, e algumas cenas são bem expositivas. Narrativamente, o filme tem muitas conveniências de roteiro, mas eu gostei do fechamento. Começa pelo titulo, que não era só para cada um ter um filme, o Mr. Glass tem uma função crucial na construção do roteiro e percebe-se não ter um grande clímax com uma grande batalha, apenas outra historia de origem. Os outros serviram apenas como peões da historia, e isso deu um baque no segundo ato, mas achei uma escolha corajosa. Nada é preto no branco e nenhum personagem é 100% herói ou vilão, mas cada um deles se acha o salvador da sua própria maneira, o que é bem parecido com a realidade, todos se acham o herói de sua própria historia, e simples assim, não precisou de um grande plot twist que puxa o seu tapete e você enxerga o filme de outra forma e etc, não, aqui tem um final que traz algumas revelações que faz tudo encaixar melhor, mas não necessariamente é uma informação nova, e tudo bem, o filme não precisava disso pra funcionar, a ideia de equilíbrio vem sido estabelecida desde o primeiro filme. No geral, eu gostei da conclusão embora a execução não tenha sido excelente.
Quando eu vi que reclamavam muito do ato final, eu imaginei que seria mais um final com batalha de computação gráfica igual a qualquer outro filme, mas eu gostei muito que não foi isso, e que o plano do Elijah era muito maior do que tudo aquilo, isso decepcionou muita gente, mas se prestar atenção, já tinham plantado sementes pra aflorar pra no final aquilo fazer sentido. A ideia de que existe uma organização secreta que quer fazer eles desacreditarem em seus dons também faz sentido, assim como o Elijah saber da existência deles, porque ele é um mestre em HQs, e isso já é um ponto batido em muitas delas. E como ele mesmo fala: o poder dele é a inteligência. Outro ponto que muita gente criticou foi a dita cuja morte do David na poça d'água...Eu particularmente gostei muito do jeito mundano que eles morrem, especialmente o David. Isso mantem aquela ideia de que nós estamos com um pezinho no mundo real e não numa completa fantasia quadrinhesca, e que o herói sobrevive de forma mirabolante. Tudo que vi reclamarem que falta no filme, são coisas que já vemos em outros filmes baseados em HQs pelo menos umas 3 vezes no ano, então gostei que Vidro não tomou esse caminho.
Em termos técnicos esse é provavelmente o melhor filme da franquia, mas não é muito difícil fazer se tratando de um franquia bilionária. O que eleva um pouco o ep.VII são as atuações, que são muito boas, os personagens tinham bastante potencial, o vilão tem camadas interessantes, e é só isso...Refazer a estrela da morte, e ainda deixar ela maior, melhor e mais forte é uma das ideias mais artificiais e checklist de executivo que existe. Sequer fizeram ela como uma verdadeira ameaça pra trilogia e tirassem uma trama em cima disso até seria valido. Mas faze-la e destruí-la logo no primeiro filme só faz a ideia mais artificial, e o clímax é completamente apático. O filme ignora em absoluto tudo o que foi previamente desenvolvido com os personagens, pra que eles possam serem reapresentados para um novo publico do zero. Há sim um ponto claro de mudança de rumo na historia em que deixa de ser só uma decisão narrativa, e passa a ser pura descaracterização de personagem. Um exemplo mais claro foi o que fizeram com o Han Solo e Chewbacca, 30 anos depois e eles continuam sendo contrabandistas, e não evoluíram do ponto onde foram desenvolvidos e sim regrediram, alright. O que temos no filme é um cenário completamente bagunçado e incoeso, onde ninguém sabe exatamente o que aconteceu, o que tá acontecendo e enfim. Durante todo o filme é aquele sentimento de lacuna e de coisas mal explicada, não precisa ser um filme todo mastigado, mas eu estou reclamando a respeito de elementos básicos da condução da historia e pra franquia se sustentar: como o império se reabilitou? como a republica esta atualmente? como funciona a divisão de poderes da republica? como eles estão tão despreparados e vulneráveis sendo que venceram completamente o império nos filmes anteriores? Coisas que eles deixam com pontas soltas para as continuações, parece que os roteiristas não tinham conhecimento desses elementos básicos de background, o que não passa de preguiça narrativa. A unica ideia conceitual que me agradou, foi a humanização dos stormtroppers no inicio. Mas o filme caga isso depois fazendo o Finn atirar demasiadamente nos outros soldados quando foge ignorando toda sua reflexão sobre necessidade da guerra e da morte, isso só demonstra o quanto o filme não se compromete com nada minimamente original, só os enfia superficialmente pra dar alusão criativa em cima de um roteiro fraco e inconsistente. Em todo caso, o filme mostra o inicio de uma trilogia mal planejada e feita de forma absurdamente mecânica por um estúdio que quer faturar sendo criativamente preguiçoso, arrancando grana fácil por uma ideia fácil de homenagem à franquia tão querida.
Anos podem ter se passado, os protagonistas são agora adultos formados, mas muito pouco faz de cada um deles diferentes de suas versões mirins. E como poderia não ser assim, se passaram a maior parte deste período negando o que testemunharam? Ou seja, tem-se apenas a repetição da fórmula, do mesmo grupo de volta ao poço, mais uma vez munidos apenas com a força de vontade (e um pouquinho mais de conhecimento) para darem de uma vez por todas, um fim a uma ameaça que não se sabe de onde veio, e muito menos o que pretende. Aliás, é provável que este seja o maior deslize do longa, dá uma atenção demasiada ao ‘lado do bem’ e um quase desprezo ao ‘lado do mal’. Ou seja, Pennywise segue como uma imagem assustadora, mas não mais do que isso: uma superfície, portanto, sem profundidade ou relevância. Há vislumbres de sua origem, talvez indícios de familiares, mas essas são apenas cogitações, pois nada nesse sentido é encarado com maior detalhamento. Por outro lado, o enredo, ao mesmo tempo que se indurge inesperadamente (ao menos pra quem desconhece a obra original) em uma trama mais fantasiosa da história, também passa a maior parte do seu desenvolvimento se ocupando dos sete integrantes do Clube dos Otários, em construções episódicas, que parece um seriado televisivo, servindo apenas pra perder a coesão desejada. Bill, Beverly e Richie são destaques naturais por conta dos atores, mas chamam atenção também o Eddie (quase uma encarnação da sua contraparte infantil) e Ben (uma aposta arriscada, que apesar de não guardar resquícios físicos com seu colega de personagem, consegue manter o olhar e a empatia daquela que talvez seja a figura mais interessante deste conjunto. Há outras questões problemáticas em It: Capítulo 2 que não podem ser ignoradas, e mesmo estando posicionadas de forma paralela ao texto principal, atrapalham a fluidez do todo, tamanho é o ruído que causam. Pra começar, logo no início o público é apresentado a um caso de homofobia, no qual os agressores escapam ilesos e a vítima acaba pagando um alto preço por ‘estar no lugar errado, na hora errada’. Mais adiante, há uma situação de abuso marital, e a solução apresentada é da violência em escala, nos moldes de ‘vamos ver quem grita mais alto’. Homossexualidade, misoginia e racismo são temas recorrentes em cena, porém empregados de forma gratuita, sem a função narrativa que lhes caberiam. O discurso portanto, se apresenta datado e supérfluo, com argumento batido e gratuito no formato, desprezando uma relevância que teria muito a lhe oferecer. Assim, a ameaça de um palhaço não teria outro fim a não ser o ridículo, o pequeno, o desprezível. Uma saída até mesmo tola, dentro de uma previsibilidade que empalidece ainda mais uma ideia que havia começado de forma tão promissora, mas termina por tropeçar nos próprios pés, e na ambição (ou seria cegueira?) dos seus realizadores.
Então vamos falar do maior exemplo de como retratar protagonistas femininas em blockbusters de ação... bom, pelo menos de acordo com um público consumidor bem específico. Visualmente não tem muito o que se falar, o filme tem efeitos muito bons, inclusive no design da protagonista e o trabalho de atuação que está muito bom, as cenas de ação também são até bem inventivas e bem feitas. Mas o roteiro do filme é absurdamente genérico. É funcional em um ponto de vista de entretenimento e ele não é tão difuso e incoeso, mas tem decisões de arco forçadas, e elementos batidos, que é impossível não notar. O desenvolvimento da protagonista é bastante brando, de um forma negativa. Aquela clássica da jovem moça tentando se descobrir depois de se esquecer sobre si, e cabe o interesse amoroso masculino a guia-la até isso, pois mesmo criando um propósito óbvio no percurso, ela não se define em muita coisa além do que ela sente por ele, fora que os interesses dele não bate nem um pouco com a da personagem em questão. Tem uma cena no terceiro ato envolvendo ele no qual se repete e não passa de uma batida clichezaça e você não vê outra escolha a não se perguntar porquê daquilo internamente. Lamento meu caro nerd, mas não vai ser hoje. Se pra você esse é o exemplo pivotal e única forma de se ter uma protagonista de ação, só deixa mais evidente do quanto não entende delas na ficção e muito convictamente na vida real também. O filme não é nada mais do que outra adaptação hollywoodiana com alguns preceitos básicos e mecânicos, de um mangá renomado que tinha seus conceitos muito mais interessantes e aprofundados.
A idéia devia ser seguir uma história de arco de personagem mas focaram tanto nos ossos quebrando que eu até esquecia do que se tratava. Cenas inclusive que estragam o filme visualmente, tipo, pra quê? Já não estava violento o suficiente? A animação é boa, os traços e a coloração parecia bem inesperado para o tipo de filme que parecia ser (violento e edgy), mas serviu pra ressaltar o fato do filme ser genérico. Animação parecia uma maneira legal de contar histórias de Mortal Kombat, mas não tentam ser muito criativos.Tem cenas de luta ok, que surpreendentemente dão dimensão para os cenários do jogo. E segue quase a mesma narrativa, colocando Scorpion e seu arco como subtrama. É divertido, mas não é tão marcante.
Nem parece feito pela mesma companhia da Marvel Animation. Apesar de alguns excessos, ele se leva muito mais a sério do que a maioria das animações do estúdio. Muito disso se deve por ter sido feito antes de Os Vingadores (2012) e antes de suas animações execráveis. A trama funciona, mesmo sendo bem didático, ainda é interessante, vai direto ao ponto do foco da narrativa e tem personagens muito bons. O maior problema talvez seja o Hulk em questão, que é mais um brucutu de filme de ação genérico, que só abre a boca pra resmungar. Faltou aquela intensidade na personalidade do verdão. Ele sente outras emoções na mesma intensidade que sua raiva, ele não é o típico protagonista porradão com cara de mal e badass. Fora isso o filme é divertido, não é nada inovador, mas funciona muito bem como um apanhador para esse arco tão clássico dos quadrinhos.
A produção é boa, assim como o tema do filme que é bastante instigante. Mas a partir de um momento eu senti que a história não estava caminhando pra algum lugar que se tirasse uma conclusão, por mais que tenha uma ideia de mostrar como na religião, a mulher é esse instrumento de realização e satisfação do homem, especialmente sexual. Mas o roteiro travou demais, cenas ficaram muito expositivas e cansadas, e isso tirou o pouco do engajamento com a historia e os personagens e deu uma desmotivada, já que no começo você compra completamente o que eles tão tentando nos mostrar. Mas a cinematografia deu o seu melhor em passar uma atmosfera protofuturista.
A Fuga das Galinhas
3.4 717 Assista AgoraNão entendi essa nota consideravelmente baixa. Será que perceberam que o filme não é da Disney/Pixar ou é pelas mensagens revolucionárias? De qualquer forma, esse filme marcou minha infância de uma maneira diferente. Acho que acertou igualmente naqueles que se tornariam vegetarianos mais tarde. A complexidade dos personagens é formidável, e são bem carismáticos. O humor britânico nunca esteve tão bem feito aqui, as gags visuais são absurdamente engraçadas. E o tom melancólico e sombrio também típico britânico, também combinou perfeitamente. O stop motion é um show aparte. Eu simplesmente sou fascinado em animação em Stop Motion, então o filme já teria me comprado por aí. Uma jornada cheio de camadas emocionais e divertida.
Primer
3.5 490 Assista AgoraNo começo não entendi nada, e no final parecia que eu tava no começo... Ao menos tem um bom ritmo.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraNão tem o que falar. Não tinha como fazer um encerramento de trilogia coerente quando a própria trilogia não foi coerente. Se tivessem deixando o Rian Johnson do filme anterior continuar com sua visão, talvez poderia de algum jeito salvar esse. Mas ao invés disso optaram da forma mais previsível em trazer de volta o que começou toda essa bagunça. Resultado: Uma trilogia que parece mais um spin off com participações especiais do que de fato uma continuação do episódio VI. Uma colagem de momentos de batidas emocionais e catárticas, e decisões apenas para chocar e engajar o público (tipo Vingadores: Ultimato mas sem tanto engajamento e entusiasmo já que Star Wars decaiu conforme o tempo). A personagem da Rey foi um papel amassado e jogado no lixo, se preocuparam tanto em cismar com a origem dela que o desenvolvimento foi deixado de lado. O que salva nesse filme talvez seja interação Rey-Finn-Poe que finalmente teve tempo. Mas em questão de desenvolvimento dos três...uma tragédia, então a conclusão foi só cada um ter um par romântico no final, inclusive a Rey...enfim. Gostei também do espaço maior ao C-3PO, ele absolutamente é meu espírito animal dentro da franquia, então ficou legal. No mais, tem momentos legais que aconchegam o coração de quem gosta da franquia, mas eu me interessaria muito mais em uma fanfic promissora do que ver essa trilogia. Já que ela por si só também é uma fanfic.
Jovens Titãs em Ação! vs Jovens Titãs
3.6 47Bem mais divertido do que uma aventura só dos Jovens Titãs em Ação! eles equilibram a equipe pra não ficar algo pastelão demais no filme. E os outros Jovens Titãs foram satirizando como sendo sérios (o que não faz sentido, já que eles não são sérios, só tem mais profundidade, mas rendeu boas piadas, principalmente envolvendo o traço deles). Mas toda a ideia do multiverso da equipe ficou bem legal. Só achei o vilão ser o Trigon bem repetitivo. Ao menos no filme dos Jovens Titãs em Ação eles foram mais criativo nesse sentido.
Scooby-Doo! & Batman - Os Bravos e Destemidos
3.5 36 Assista AgoraUma idéia interessante e inesperadamente legal. A fusão dos dois universos funcionou bastante. Mas claro, sem se levar muito a sério, exaltando a comicidade de ambos os universos. Nesse momento que você percebe o quanto a Warner é grande quando se trata de produção de animações.
Scooby-Doo e a Caçada Virtual
3.6 67 Assista AgoraÉ um dos mais nostálgicos. Encerrou de forma muito boa a sequência de 4 filmes com o mesmo grupo de produção. É o primeiro que traz um preceito mais surreal e tem algumas incoerências, mas ainda assim é divertido.
Scooby-Doo e os Invasores Alienígenas
3.5 18Apesar da premissa cansada de alienígenas, tem uma virada de personagem bastante interessante e traz talvez um dos momentos mais tristes dos filmes. Clássico.
Scooby-Doo e o Fantasma da Bruxa
3.6 85 Assista AgoraEsse é um dos que mais pode se dizer um episódio alongado dentre os filmes já que é bem curtinho e tem uma estrutura típica de um episódio (talvez exceto a perseguição do vilão ao som de uma música agitada de rock). Mas aqui nasceu o crush legitimo por góticas trevosas. As Hex Girls.
Scooby-Doo na Ilha dos Zumbis
3.7 179 Assista AgoraÉ um dos melhores produtos de mídia de Scooby-doo. É bastante competente e coeso, mesmo que esse nunca tenha sido a proposta. Mais tiveram que fazer pra deixar sustância ao seu primeiro longa e não dar tanto a impressão de um episódio mais longo. Experimenta aprofundar mais o lado fantasioso de Scooby-Doo, onde fantasmas e monstros são perigos reais. E isso tudo com um leve tom macabro e sombrio que deixou com uma das tramas mais robustas da franquia. Serviu de inspiração para bastante conceitos do primeiro filme live-action e é um clássico que revigorou a abordagem da franquia e trouxe o que há de mais cômico e típico.
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraNo geral, o filme funciona muito bem. Mas ele é muito mais um filme de crime do que de mistério. Já que o último ato foi só explicando o desfecho e concluindo peças da trama que já havíamos deduzidos, não houve grande twists, apenas relatos que se encaixam no final. Mas ainda é imersivo, muito por conta das atuações que estão bem dúbias dentro da trama, no qual você chega a duvidar até mesmo da protagonista. Não é revolucionário e tem alguns deslizes no roteiro, mas te prende bastante.
Playmobil: O Filme
2.7 25 Assista AgoraÉ bem produzido com uma qualidade da animação bem feita. Mas poderia se esperar de um filme sobre os bonecos que explorasse comicamente as limitações dos personagens: as mãos em forma de gancho, as pernas de movimentos duros, as peças de vestuário que soam como encaixes a partir de um corpo único, isso é feito só no início comicamente, mas o filme abandona estas características, fazendo com que os personagens dobrem os joelhos para andar a cavalo, contorça durante cenas de luta e etc. Ao contrário de Uma Aventura Lego, por exemplo, que parodia a si mesmo com frequência, Playmobil ignora a identidade básica do material de origem, oferecendo então desenhos comuns, tão autônomos quanto indistintos. Parece que tão mais interessado na velocidade de transição entre mundos do que na personalidade de cada personagem, razão pela qual tantos coadjuvantes possuem função limitada dentro deste universo. Os espaços se resumem a cenários, e por consequência, a relação dos personagens com o meio ao redor resulta pouco convincente. Ao final, os protagonistas terão aprendido o valor da imaginação e da família, exatamente o que já tinham no começo da história. E é algo importante em obras cinematográficas, mesmo as infantis, mesmo aquelas destinadas a crianças muito pequenas. O roteiro tem dificuldade para superar a dicotomia homem-mulher sem recorrer ao grotesco. Mas pelo menos o filme se leva á sério e não vai para um caminho cínico com o personagens. A atuação da Anya Taylor-Joy tá bastante eficiente, ela mergulhou na pomposidade de histórias fantasiosas e infantis, mesmo na dublagem. Tem analogias bem simples que qualquer um pode entender. É mais uma aventura pra "aprender" do que pra se desprender da realidade.
Bravura Indômita
3.9 1,4K Assista AgoraÉ um bom road movie à cavalo, com tudo que isso possa significar de bom e de ruim. As paisagens são lindas, os cenários deslumbrantes e todo o tom do filme é épico e impressionante. Mas muito pouco acontece de fato, ao menos até o clímax final, realmente emocionante e dono de todas as surpresas aguardadas. E se ficamos atentos até esse momento isso se dá muito mais pelos diálogos inspirados e pelos personagens bem construídos do que pela trama em si, bastante simples e sem grandes novidades. Esse é um filme que assistimos com prazer muito mais pelo que traz de supérfluo, por seus adereços e detalhes, do que pelo conteúdo em si, que poucas vezes apresenta algo o visto muitas vezes antes.
Sonic: O Filme
3.4 712 Assista AgoraPatético. Quero entender quem são esses gamers que tão se sentindo super representados por um clone sem graça de Alvin e os Esquilos com um punhado de referências baratas e duas cenas pós-créditos. Eu sei que a nerdaiada queria muito munição pra contra-atacar nesse novo round da guerra cultural imbecil contra o filme estrelando garotas da vez, mas tá difícil defender esse filme até como filme infantil medíocre, medíocre até o talo, quanto mais como CARTA DE AMOR AOS FÃS. Jim Carrey fez o máximo que pôde com toda sua irreverência cômica.
Jumanji: Próxima Fase
3.3 441 Assista AgoraÉ menos coeso que o anterior mas os personagens são mais trabalhados e é incrivelmente mais divertido e engraçado.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraNão se apoia tanto no que já existe pra fundamentar a trama e conseguir funcionar, eles criaram uma aventura própria. Mas no meio do caminho a gente nota que o filme é um caça-níquel planejado desde o começo, com 510 filmes anunciados. Começam a inserir algumas conexões e alguns personagens pra remeter a franquia. Então a direção vai por outro caminho, e os ''Animas Fantásticos e Onde Habitam'' se limitam a maleta do Newt. Mas pelo a forma como fizeram isso não soou tao supertificial e forçada como eu achei que seria. Mas o forte realmente não é o roteiro. Mas ainda consegue divertir e remeter ao tom mais aventuresco da franquia.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraEu simplesmente gostei muito de como o filme TENTA reinventar a franquia, desconstrói o status quo já tao sedimentado. Finalmente fazer haver um EQUILÍBRIO de fato da força, e não simplesmente repressão ao lado negro, com o mesmo erro do ''escolhido'' de novo e de novo. Só tem um problema nisso. Ele simplesmente esquece de que havia um filme anterior a ele, objetivamente, ele tenta restabelecer e criar conceitos quase do zero. Mas esse é um erro de planejamento já desde o filme anterior, então não é surpresa. E mais, ele apenas parece estar desconstruindo e quebrando o maniqueísmo da franquia, na verdade ele é bem covarde. E isso é uma tremenda sacanagem com a cara de quem está vendo. No ato final ele restabelece todos paradigmas e faz o filme voltar praticamente de onde começou, mas com decisões que não poderiam mais ser desfeita e ganchos de costume de uma trilogia nada planejada. Mas ainda é o superior ao antecessor, pelos motivos de desconstrução que citei, e também por se arriscar mais em certas escolhas, e ter um senso estético muito mais proveitoso, é o filme mais sofisticado esteticamente da franquia.
Alice Através do Espelho
3.4 733 Assista AgoraTem sequências que não tem a mínima razão de existir, esse não é necessariamente uma dessas, mas a história não é nem de longe tão cativante quanto a do primeiro filme, principalmente porque o primeiro era a recontagem do conto por uma estética do Tim Burton, então por mais pretensioso que isso soe, deu bastante certo. As falas e diálogos no geral são bastante artificiais, tem roteiro arrastado que te levam pra lugares que não tem razão pra existir e também não desenvolve em nada nenhum personagem. O que eu acho superior ao primeiro é construção de cenário e ambientação, que no primeiro era Tim Burtense demais de maneira que não era o ideal pra esse tipo de história, o clássico comum de adaptar um clássico infantil e colorido de forma sombria. Mas ainda assim falta aquele encantamente, porra, é Alice no país das MARAVILHAS, você devia assistir e ficar com senso de maravilha super aguçado, mas
apartir de quando ela vai até lá, o filme decai, e isso era última coisa que tinha que acontecer. Tem umas mensagens legais sobre família, a preciosidade do tempo e o empoderamento, e que apesar das cores vibrantes e não desprovido de entretenimento, ele fica bem monótono com o decorrer.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraUma coisa que eu achei bacana, é que os personagens não tem arcos individuais. O que pode ser decepcionante para muitos. Mas eu particularmente gostei, pois isso ressalta que cada um dos filmes anteriores é uma coisa só, 'Corpo Fechado' é um filme, 'Fragmentado' é outro que só é revelado no finalzinho que ele tem relação com o primeiro. É um jeito muito sútil e eficaz em construção de universo, sem tirar a autonomia de cada um. Então cada personagem já teve seus filmes e seus arcos. Eles tem desenvolvimento aqui sim, mas é bem pouco. Eu gosto muito como esse universo foi estabelecido, como ele é muito enraizado na nossa realidade, então ele brinca com como certos distúrbios que podem ser visto como problemas, são na verdade dons. Claro que isso exige um nível nosso de suspensão de descrença, mas a gente enxerga de onde veio. O problema maior desse longa pra mim, é o ritmo, porque é muito inconstante, o primeiro ato é bacana, o segundo dá um caída, tu meio que se desliga, aí vem o terceiro que é o mais polemico. Shyamalan tem muito controle da câmera, ele sabe que planos fazer pra passar sensações pra gente, trabalha muito bem com cor, faz um 'setup' de algumas coisas que vão se ligar mais na frente, e claramente tinha um objetivo final com o filme. Embora aqui ele tenha deixado algumas pontas soltas, tenha faltado sutileza, e algumas cenas são bem expositivas. Narrativamente, o filme tem muitas conveniências de roteiro, mas eu gostei do fechamento. Começa pelo titulo, que não era só para cada um ter um filme, o Mr. Glass tem uma função crucial na construção do roteiro e percebe-se não ter um grande clímax com uma grande batalha, apenas outra historia de origem. Os outros serviram apenas como peões da historia, e isso deu um baque no segundo ato, mas achei uma escolha corajosa. Nada é preto no branco e nenhum personagem é 100% herói ou vilão, mas cada um deles se acha o salvador da sua própria maneira, o que é bem parecido com a realidade, todos se acham o herói de sua própria historia, e simples assim, não precisou de um grande plot twist que puxa o seu tapete e você enxerga o filme de outra forma e etc, não, aqui tem um final que traz algumas revelações que faz tudo encaixar melhor, mas não necessariamente é uma informação nova, e tudo bem, o filme não precisava disso pra funcionar, a ideia de equilíbrio vem sido estabelecida desde o primeiro filme. No geral, eu gostei da conclusão embora a execução não tenha sido excelente.
Quando eu vi que reclamavam muito do ato final, eu imaginei que seria mais um final com batalha de computação gráfica igual a qualquer outro filme, mas eu gostei muito que não foi isso, e que o plano do Elijah era muito maior do que tudo aquilo, isso decepcionou muita gente, mas se prestar atenção, já tinham plantado sementes pra aflorar pra no final aquilo fazer sentido. A ideia de que existe uma organização secreta que quer fazer eles desacreditarem em seus dons também faz sentido, assim como o Elijah saber da existência deles, porque ele é um mestre em HQs, e isso já é um ponto batido em muitas delas. E como ele mesmo fala: o poder dele é a inteligência.
Outro ponto que muita gente criticou foi a dita cuja morte do David na poça d'água...Eu particularmente gostei muito do jeito mundano que eles morrem, especialmente o David. Isso mantem aquela ideia de que nós estamos com um pezinho no mundo real e não numa completa fantasia quadrinhesca, e que o herói sobrevive de forma mirabolante. Tudo que vi reclamarem que falta no filme, são coisas que já vemos em outros filmes baseados em HQs pelo menos umas 3 vezes no ano, então gostei que Vidro não tomou esse caminho.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraEm termos técnicos esse é provavelmente o melhor filme da franquia, mas não é muito difícil fazer se tratando de um franquia bilionária. O que eleva um pouco o ep.VII são as atuações, que são muito boas, os personagens tinham bastante potencial, o vilão tem camadas interessantes, e é só isso...Refazer a estrela da morte, e ainda deixar ela maior, melhor e mais forte é uma das ideias mais artificiais e checklist de executivo que existe. Sequer fizeram ela como uma verdadeira ameaça pra trilogia e tirassem uma trama em cima disso até seria valido. Mas faze-la e destruí-la logo no primeiro filme só faz a ideia mais artificial, e o clímax é completamente apático. O filme ignora em absoluto tudo o que foi previamente desenvolvido com os personagens, pra que eles possam serem reapresentados para um novo publico do zero. Há sim um ponto claro de mudança de rumo na historia em que deixa de ser só uma decisão narrativa, e passa a ser pura descaracterização de personagem. Um exemplo mais claro foi o que fizeram com o Han Solo e Chewbacca, 30 anos depois e eles continuam sendo contrabandistas, e não evoluíram do ponto onde foram desenvolvidos e sim regrediram, alright. O que temos no filme é um cenário completamente bagunçado e incoeso, onde ninguém sabe exatamente o que aconteceu, o que tá acontecendo e enfim. Durante todo o filme é aquele sentimento de lacuna e de coisas mal explicada, não precisa ser um filme todo mastigado, mas eu estou reclamando a respeito de elementos básicos da condução da historia e pra franquia se sustentar: como o império se reabilitou? como a republica esta atualmente? como funciona a divisão de poderes da republica? como eles estão tão despreparados e vulneráveis sendo que venceram completamente o império nos filmes anteriores? Coisas que eles deixam com pontas soltas para as continuações, parece que os roteiristas não tinham conhecimento desses elementos básicos de background, o que não passa de preguiça narrativa. A unica ideia conceitual que me agradou, foi a humanização dos stormtroppers no inicio. Mas o filme caga isso depois fazendo o Finn atirar demasiadamente nos outros soldados quando foge ignorando toda sua reflexão sobre necessidade da guerra e da morte, isso só demonstra o quanto o filme não se compromete com nada minimamente original, só os enfia superficialmente pra dar alusão criativa em cima de um roteiro fraco e inconsistente. Em todo caso, o filme mostra o inicio de uma trilogia mal planejada e feita de forma absurdamente mecânica por um estúdio que quer faturar sendo criativamente preguiçoso, arrancando grana fácil por uma ideia fácil de homenagem à franquia tão querida.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista AgoraAnos podem ter se passado, os protagonistas são agora adultos formados, mas muito pouco faz de cada um deles diferentes de suas versões mirins. E como poderia não ser assim, se passaram a maior parte deste período negando o que testemunharam? Ou seja, tem-se apenas a repetição da fórmula, do mesmo grupo de volta ao poço, mais uma vez munidos apenas com a força de vontade (e um pouquinho mais de conhecimento) para darem de uma vez por todas, um fim a uma ameaça que não se sabe de onde veio, e muito menos o que pretende. Aliás, é provável que este seja o maior deslize do longa, dá uma atenção demasiada ao ‘lado do bem’ e um quase desprezo ao ‘lado do mal’. Ou seja, Pennywise segue como uma imagem assustadora, mas não mais do que isso: uma superfície, portanto, sem profundidade ou relevância. Há vislumbres de sua origem, talvez indícios de familiares, mas essas são apenas cogitações, pois nada nesse sentido é encarado com maior detalhamento. Por outro lado, o enredo, ao mesmo tempo que se indurge inesperadamente (ao menos pra quem desconhece a obra original) em uma trama mais fantasiosa da história, também passa a maior parte do seu desenvolvimento se ocupando dos sete integrantes do Clube dos Otários, em construções episódicas, que parece um seriado televisivo, servindo apenas pra perder a coesão desejada. Bill, Beverly e Richie são destaques naturais por conta dos atores, mas chamam atenção também o Eddie (quase uma encarnação da sua contraparte infantil) e Ben (uma aposta arriscada, que apesar de não guardar resquícios físicos com seu colega de personagem, consegue manter o olhar e a empatia daquela que talvez seja a figura mais interessante deste conjunto. Há outras questões problemáticas em It: Capítulo 2 que não podem ser ignoradas, e mesmo estando posicionadas de forma paralela ao texto principal, atrapalham a fluidez do todo, tamanho é o ruído que causam. Pra começar, logo no início o público é apresentado a um caso de homofobia, no qual os agressores escapam ilesos e a vítima acaba pagando um alto preço por ‘estar no lugar errado, na hora errada’. Mais adiante, há uma situação de abuso marital, e a solução apresentada é da violência em escala, nos moldes de ‘vamos ver quem grita mais alto’. Homossexualidade, misoginia e racismo são temas recorrentes em cena, porém empregados de forma gratuita, sem a função narrativa que lhes caberiam. O discurso portanto, se apresenta datado e supérfluo, com argumento batido e gratuito no formato, desprezando uma relevância que teria muito a lhe oferecer. Assim, a ameaça de um palhaço não teria outro fim a não ser o ridículo, o pequeno, o desprezível. Uma saída até mesmo tola, dentro de uma previsibilidade que empalidece ainda mais uma ideia que havia começado de forma tão promissora, mas termina por tropeçar nos próprios pés, e na ambição (ou seria cegueira?) dos seus realizadores.
Alita: Anjo de Combate
3.6 814 Assista AgoraEntão vamos falar do maior exemplo de como retratar protagonistas femininas em blockbusters de ação... bom, pelo menos de acordo com um público consumidor bem específico. Visualmente não tem muito o que se falar, o filme tem efeitos muito bons, inclusive no design da protagonista e o trabalho de atuação que está muito bom, as cenas de ação também são até bem inventivas e bem feitas. Mas o roteiro do filme é absurdamente genérico. É funcional em um ponto de vista de entretenimento e ele não é tão difuso e incoeso, mas tem decisões de arco forçadas, e elementos batidos, que é impossível não notar. O desenvolvimento da protagonista é bastante brando, de um forma negativa. Aquela clássica da jovem moça tentando se descobrir depois de se esquecer sobre si, e cabe o interesse amoroso masculino a guia-la até isso, pois mesmo criando um propósito óbvio no percurso, ela não se define em muita coisa além do que ela sente por ele, fora que os interesses dele não bate nem um pouco com a da personagem em questão. Tem uma cena no terceiro ato envolvendo ele no qual se repete e não passa de uma batida clichezaça e você não vê outra escolha a não se perguntar porquê daquilo internamente. Lamento meu caro nerd, mas não vai ser hoje. Se pra você esse é o exemplo pivotal e única forma de se ter uma protagonista de ação, só deixa mais evidente do quanto não entende delas na ficção e muito convictamente na vida real também. O filme não é nada mais do que outra adaptação hollywoodiana com alguns preceitos básicos e mecânicos, de um mangá renomado que tinha seus conceitos muito mais interessantes e aprofundados.
Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion
3.7 165 Assista AgoraA idéia devia ser seguir uma história de arco de personagem mas focaram tanto nos ossos quebrando que eu até esquecia do que se tratava. Cenas inclusive que estragam o filme visualmente, tipo, pra quê? Já não estava violento o suficiente? A animação é boa, os traços e a coloração parecia bem inesperado para o tipo de filme que parecia ser (violento e edgy), mas serviu pra ressaltar o fato do filme ser genérico. Animação parecia uma maneira legal de contar histórias de Mortal Kombat, mas não tentam ser muito criativos.Tem cenas de luta ok, que surpreendentemente dão dimensão para os cenários do jogo. E segue quase a mesma narrativa, colocando Scorpion e seu arco como subtrama. É divertido, mas não é tão marcante.
Planeta Hulk
3.4 105Nem parece feito pela mesma companhia da Marvel Animation. Apesar de alguns excessos, ele se leva muito mais a sério do que a maioria das animações do estúdio. Muito disso se deve por ter sido feito antes de Os Vingadores (2012) e antes de suas animações execráveis. A trama funciona, mesmo sendo bem didático, ainda é interessante, vai direto ao ponto do foco da narrativa e tem personagens muito bons. O maior problema talvez seja o Hulk em questão, que é mais um brucutu de filme de ação genérico, que só abre a boca pra resmungar. Faltou aquela intensidade na personalidade do verdão. Ele sente outras emoções na mesma intensidade que sua raiva, ele não é o típico protagonista porradão com cara de mal e badass. Fora isso o filme é divertido, não é nada inovador, mas funciona muito bem como um apanhador para esse arco tão clássico dos quadrinhos.
Divino Amor
3.4 241A produção é boa, assim como o tema do filme que é bastante instigante. Mas a partir de um momento eu senti que a história não estava caminhando pra algum lugar que se tirasse uma conclusão, por mais que tenha uma ideia de mostrar como na religião, a mulher é esse instrumento de realização e satisfação do homem, especialmente sexual. Mas o roteiro travou demais, cenas ficaram muito expositivas e cansadas, e isso tirou o pouco do engajamento com a historia e os personagens e deu uma desmotivada, já que no começo você compra completamente o que eles tão tentando nos mostrar. Mas a cinematografia deu o seu melhor em passar uma atmosfera protofuturista.