A forma como este filme dialoga com os tons frios de azul, com a textura da água, com a melodia do oceano e com o temor da escuridão das profundezas é poesia pura, é uma experiência sensorial e sinestésica, que apesar de utilizar seus personagens mais como veículos de imersão, ainda conta com um protagonista curioso e cheio de camadas. Vale ressaltar o espetáculo visual da fotografia e a delicadeza da trilha sonora. Não fosse a exagerada duração de quase 3 horas e o desenvolvimento incômodo de um dos coadjuvantes, levaria um 10.
Esta animação é uma ode às obras do pintor Vincent Van Gogh. Apesar do roteiro morno que atém-se apenas em especular as circunstâncias de sua morte através de fragmentos de relatos de pessoas próximas, o que mais chama a atenção aqui é a composição visual da animação, feita quadro a quadro manualmente com tinta a óleo, inclusive é a primeira animação da história do cinema a utilizar esta técnica e não é uma mera escolha estilística, é um recurso de imersão, de sensibilização, uma viagem através do universo no olhar artístico do pintor. Só não leva uma nota 10 porque não consigo superar a ideia de que o filme poderia ter sido uma obra-prima se o roteiro fosse uma biografia dele ainda vivo, contada sob o ponto de vista do próprio pintor e não apenas recortes póstumos aleatórios, talvez nos apresentasse um toque mais íntimo e próximo e não uma visão distante de sua trajetória. Mas, ainda assim, filmaço.
Haley Lu Richardson está divina, a fotografia sublime e simétrica casa certinho com o alicerce temático do filme que é a arquitetura e há alguns bons diálogos que divagam sobre sentimentos, valor histórico e filosofia envolvendo arquitetura e as incertezas da vida, é um filme refrescante para o gênero mas chega um ponto, logo na metade, em que o excesso de diálogos e a monotonia começam a pesar.
Pontos negativos: não gosto da palavra "clichê", mas é a única mais adequada para qualificar o roteiro mirabolante desde filme, clichê e preguiçoso, o vilão além de mal escrito não convence, os efeitos visuais são bons mas pecam no exagero e vão ficando cada vez mais carregados, poluídos e visualmente exaustivos, e para um filme de introdução foi apressado e bagunçado demais.
Pontos positivos: a química entre o grupo funciona uma vez que a liga entra em formação, o humor é ponderado, o senso de aventura é empolgante, o elenco oscila entre o veteraníssimo da Gal Gadot e do Ben Affleck e a estreia dos novos integrantes que parecem ainda estar se adaptando ao papel, mas no geral todos estão bem, e há uma sequência de batalha envolvendo as amazonas que é espetacular, talvez a melhor sequência de ação do ano.
Liga da Justiça é um filme instável, há muito para gostar aqui, mas não sem antes fazer várias concessões.
Grande obra nacional de terror/suspense, trabalha com alguns arquétipos de terror sobrenatural já estabelecidos há muito tempo mas sem perder a originalidade e injetando uma boa dose da essência brasileira, jamais parece uma cópia de qualquer filme hollywoodiano, compõe com cuidado a atmosfera macabra através da fotografia cinza e bolorenta e dos conflitos de seus protagonistas, sendo um filme genuinamente assustador que ainda abre espaço para livre reflexão e interpretação. O elenco é excelente, destaque para a Helena Albergaria que externaliza todo o cansaço e o desgaste psicológico de sua personagem e seu parceiro de cena Marat Descartes. Não deixem de cortejar esta relíquia brasuca.
Este é um forte concorrente entre os filmes mais duros e desoladores que já assisti, não só pelo roteiro que faz questão de expor cada mínimo detalhe das agruras desta mãe, como pela extraordinária interpretação da Angelina Jolie que transparece com uma naturalidade assustadora toda a dor e o desespero da personagem, a fotografia é pincelada em tons escuros, soturnos e melancólicos, há uma vasta gama de nuances noir, a cuidadosa direção do Clint Eastwood constrói a imersão do público através da atmosfera detalhista e deixando-o sempre sob o ponto de vista da protagonista e a trilha sonora, composta pelo mesmo, é discreta e consuma a obra com melodias enternecidas e lutuosas. Não há provação mais triste quanto uma mãe que se vê frente um Adeus a seu filho, e o diretor manipula esta possibilidade de forma extremamente cruel, ocultando informações, deixando dúvidas no ar, fervilhando o ar com uma indiferença generalizada, expondo algumas cenas gráficas e ainda trabalha outras temáticas como roubo da inocência infantil, negligência política e midiática, a abafada voz feminina e o abuso de poder. A história pode se passar em 1928, mas nunca foi tão atual. É o tipo de filme que deixa cicatrizes profundas.
A premissa desta adaptação é a mesma da década de 90, uma criatura que assume a forma de um palhaço para atrair crianças numa viagem sem retorno. Não é um filme que chega a despertar aquele medo que perdura após a sessão, o terror aqui é mais sutil, está na manipulação das fragilidades das crianças, em assistir o cotidiano doloroso dos garotos losers que passam por bullying na escola, abusos da própria família e que claro, são assombrados pelos pesadelos ambulantes do Pennywise. O diretor tem o cuidado de dar substância e ceder o devido espaço para cada criança, o desenvolvimento dos personagens é rico tanto individualmente como na dinâmica em grupo e além de muito engraçado, também é muito tocante em alguns dramas particulares. O Pennywise da vez não é tão macabro quanto o da década de 90, mas é doentio e bizarro o bastante para marcar uma presença forte e ameaçadora. Não sei qual é a visão do Stephen King sobre sua obra e posso estar enganado, mas no meu conceito subjetivo o IT sempre foi uma alegoria para representar um pedófilo e os rastros de destruição que deixam na vida das crianças que tem a alma roubada e flutuam sem destino, cada criança um balão vermelho.
Acho que este é o filme mais surpreendente que assisti em meses. Não esperava ser arrebatado com a tamanha intensidade deste drama, e que drama! Uma história sobre arrependimento, perdão, intrigas familiares, vícios, tudo desvelado de forma muito orgânica sob o ponto de vista de Krisha, a protagonista, e de longe uma das personagens mais impetuosas que já vi, é uma mulher problemática que após muito tempo afastada retorna à casa de seus familiares para um jantar, mas circunstâncias transformam a noite especial num total desastre. Um espetáculo de atuação da atriz principal e do elenco em conjunto. Aproveitem que esta maravilha de filme está disponível no Netflix.
Thriller nervoso que se apropria de uma premissa pós-apocalíptica e uma atmosfera claustrofóbica e sombria para jogar questionamentos sobre o quão paranoico e cruel o ser humano pode ser em situações extremas. Belíssimas composições de luz e sombras, trilha sonora soturna, narrativa provocativa e subjetiva o bastante para manter o mistério sempre no escuro, literalmente, e o gato do Joel Edgerton está ótimo em cena, como sempre.
Como crítica social deixa a desejar, não funciona porque a premissa do filme é ilógica demais, não convence e carece de um desenvolvimento mais cuidadoso, mas como passatempo é empolgante, divertido, intrigante e a Noomi Rapace nos entregou aqui a melhor performance feminina de 2017, até agora.
A história é marcante e verídica mas a narrativa fatigante e monótona adaptada pelo filme desvaloriza boa parte do peso dramático e histórico da mulher polonesa que abrigou judeus em sua casa no período da Segunda Guerra Mundial. Justiça seja feita, como de costume e apesar desta passar longe de suas melhores atuações, Jessica Chastain está ótima no papel, ela é o grande alicerce e sem sua performance dedicada e consistente o filme iria por água abaixo. Mas, desta forma mantém-se apenas razoável, constante, insípido, previsível e beirando o maçante.
O roteiro além de muito fraco e não fazer o menor sentido, também não contribui em absolutamente nada para o universo do Batman ou da DC, é apenas um gigantesco filler que acompanha Batman, Asa Noturna e Arlequina numa aventura para salvar o mundo. Nem mesmo a personalidade excêntrica e irreverente da Arlequina deixa a experiência mais agradável. Vale apenas por algumas cenas de combate e pelo prazer de ver algumas situações que só aconteceriam num filme descomprometido como este. É pior que A Piada Mortal.
As várias composições panorâmicas das paisagens naturais desérticas, além de muito lindas, incitam a sensação de vastidão e solidão perfeitas para a construção da atmosfera de tensão e de perigo iminente e contextualizam com o ego do serial killer, a fotografia crua, suja e amarelada dá um tom bastante ameaçador, o elenco funciona dentro dos personagens propostos, os dois primeiros atos são vagarosos e desenvolvem razoavelmente bem a dinâmica entre o trio de jovens, mas a partir das cenas de perseguição o ritmo fica um pouco cansativo, não dá espaço para o público respirar e perde por completo a sutileza do terror nas entrelinhas para um terror mais gráfico e cruel. Bom filme!
É clichê? É. É previsível? É também. Mas a sensibilidade do diretor David F. Sandberg para compor belas tomadas de câmera e sequências de terror realmente assustadoras, isso somado ao carisma do elenco, tornam este filme surpreendentemente bom e gratificante. A abordagem da aproximação sucessiva das forças sobrenaturais e sua relação com a boneca Annabelle é muito instigante, o diretor soube manipular a já desgastada imagem da boneca de forma consciente através de muito jogo de luz e sombra e movimentos de câmera traiçoeiros. O filme arrisca até alguns easter eggs do que agora é o universo compartilhado do "The Conjuring". O terceiro ato peca ao tentar ser grandioso demais e em meio ao exagero expositivo perde a já pouca sutileza sombria que vinha sendo construída nos dois primeiros atos, mas Annabelle 2 tem consistência, a mão de um diretor talentoso e promissor, valor de entretenimento garantido e é consideravelmente melhor que seu antecessor, vale o ingresso.
Há 55 anos um dos maiores filmes de terror psicológico da história chegava às telas de cinema, também um dos mais tradicionais casos da irônica e ingrata expressão "a vida imita a arte". Bette Davis e Joan Crawford estão em absoluta imersão e sintonia de suas personagens, são duas mulheres igualmente provocantes e enigmáticas, de uma tonalidade exótica extremamente peculiar e autônoma, ambas cobertas de camadas e dosam em perfeito equilíbrio o teor entre sanidade e loucura; é de longe a dupla feminina mais interessante de Hollywood. A trilha e a fotografia sombria enaltecem a tensão e a atmosfera claustrofóbica e o figurino é icônico até hoje. Terror de excelência.
A peculiaridade da premissa, o mistério que permeia a trama, algumas boas pinceladas de terror, a belíssima fotografia e a direção ardilosa do Gore Verbinski criam composições e sequências bastante provocativas no primeiro ato do filme, mas a partir do segundo ato toda a sutileza é quebrada por desvios preguiçosos, tolos e previsíveis no roteiro, não sustenta seu próprio peso e torna-se ilógico demais, a longa duração de 146 minutos só torna a experiência mais fatigante. A Cura é um verdadeiro desproveito de um filme promissor.
"As Pontes de Madison" não é só o melhor romance que já assisti, como também carrega a interpretação mais sincera e sublime da Meryl Streep. Em contracena com Clint Eastwood, ambos vivem dois personagens que cedem para uma paixão súbita e proibida; a jornada dramática do casal é idealizada numa sensibilidade sem precedentes, o roteiro desmistifica alguns conceitos morais e sua ideologia é cuidadosamente esmiuçada, a narrativa tem uma versatilidade que valoriza o ritmo e a edição, a melodia da trilha é belíssima e a química física e astral entre os protagonistas é tão palpável e condescendente que verte da tela. É um filme que dialoga com o íntimo, com o adormecido, com desejos, com sentimentos latentes e complexos, um trabalho irretocável sobre a essência e a epifania do amor. Uma cena que jamais esquecerei é a cena da chuva, além das muitas lágrimas, foi o momento em que a Meryl Streep se consagrou oficialmente para mim. Simplesmente, uma obra-prima.
Um significativo filme sobre pugilismo, rivalidade fraternal, espírito guerreiro, inseguranças, carência paternal e busca por reconhecimento. Ambos os protagonistas tem um trabalho de fisicalidade notável, o Tom Hardy injeta uma bestialidade predatória assustadora em seu personagem e o Joel Edgerton faz um perfeito sujeito aparentemente vulnerável que está constantemente superando seus próprios limites; é uma história sobre dois homens que tentam remendar os furos na armadura dentro do ringue, rende um belo estudo de personagem e um dos trabalhos mais interessantes dos dois atores.
A edição rápida e dinâmica não abre brecha para o envolvimento com o público tanto nas cenas de drama quanto na maior parte das cenas de comédia, o humor explosivo e depreciativo já característico dos personagens exagera na dose e o roteiro é recortado e desorientado demais. A melhor coisa do filme continua sendo o Paulo Gustavo com a representação de sua própria mãe, mas em contrapartida todo o resto do elenco não convence e carece de carisma. Minha Mãe é uma Peça 2 tem seu valor de entretenimento, mas o primeiro ainda é melhor.
Digimon Adventure tri. - Parte 5: Simbiose
3.6 20O título desse OVA deveria ser "As Lamentações de Mei e Mais 4 Fillers - Parte 5"
Imensidão Azul
3.9 74A forma como este filme dialoga com os tons frios de azul, com a textura da água, com a melodia do oceano e com o temor da escuridão das profundezas é poesia pura, é uma experiência sensorial e sinestésica, que apesar de utilizar seus personagens mais como veículos de imersão, ainda conta com um protagonista curioso e cheio de camadas. Vale ressaltar o espetáculo visual da fotografia e a delicadeza da trilha sonora. Não fosse a exagerada duração de quase 3 horas e o desenvolvimento incômodo de um dos coadjuvantes, levaria um 10.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista AgoraEsta animação é uma ode às obras do pintor Vincent Van Gogh. Apesar do roteiro morno que atém-se apenas em especular as circunstâncias de sua morte através de fragmentos de relatos de pessoas próximas, o que mais chama a atenção aqui é a composição visual da animação, feita quadro a quadro manualmente com tinta a óleo, inclusive é a primeira animação da história do cinema a utilizar esta técnica e não é uma mera escolha estilística, é um recurso de imersão, de sensibilização, uma viagem através do universo no olhar artístico do pintor. Só não leva uma nota 10 porque não consigo superar a ideia de que o filme poderia ter sido uma obra-prima se o roteiro fosse uma biografia dele ainda vivo, contada sob o ponto de vista do próprio pintor e não apenas recortes póstumos aleatórios, talvez nos apresentasse um toque mais íntimo e próximo e não uma visão distante de sua trajetória. Mas, ainda assim, filmaço.
Columbus
3.8 129Haley Lu Richardson está divina, a fotografia sublime e simétrica casa certinho com o alicerce temático do filme que é a arquitetura e há alguns bons diálogos que divagam sobre sentimentos, valor histórico e filosofia envolvendo arquitetura e as incertezas da vida, é um filme refrescante para o gênero mas chega um ponto, logo na metade, em que o excesso de diálogos e a monotonia começam a pesar.
Os Estranhos: Caçada Noturna
2.6 526 Assista AgoraCom o trailer agora sim acredito que esse filme é real oficial. Só vem *-*
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraPontos negativos: não gosto da palavra "clichê", mas é a única mais adequada para qualificar o roteiro mirabolante desde filme, clichê e preguiçoso, o vilão além de mal escrito não convence, os efeitos visuais são bons mas pecam no exagero e vão ficando cada vez mais carregados, poluídos e visualmente exaustivos, e para um filme de introdução foi apressado e bagunçado demais.
Pontos positivos: a química entre o grupo funciona uma vez que a liga entra em formação, o humor é ponderado, o senso de aventura é empolgante, o elenco oscila entre o veteraníssimo da Gal Gadot e do Ben Affleck e a estreia dos novos integrantes que parecem ainda estar se adaptando ao papel, mas no geral todos estão bem, e há uma sequência de batalha envolvendo as amazonas que é espetacular, talvez a melhor sequência de ação do ano.
Liga da Justiça é um filme instável, há muito para gostar aqui, mas não sem antes fazer várias concessões.
Trabalhar Cansa
3.6 211Grande obra nacional de terror/suspense, trabalha com alguns arquétipos de terror sobrenatural já estabelecidos há muito tempo mas sem perder a originalidade e injetando uma boa dose da essência brasileira, jamais parece uma cópia de qualquer filme hollywoodiano, compõe com cuidado a atmosfera macabra através da fotografia cinza e bolorenta e dos conflitos de seus protagonistas, sendo um filme genuinamente assustador que ainda abre espaço para livre reflexão e interpretação. O elenco é excelente, destaque para a Helena Albergaria que externaliza todo o cansaço e o desgaste psicológico de sua personagem e seu parceiro de cena Marat Descartes. Não deixem de cortejar esta relíquia brasuca.
Music
2.2 42 Assista AgoraSia na direção e Kate Hudson e Maddie Ziegler no elenco???
Vem HINOOOOO
A Troca
4.0 1,6K Assista AgoraEste é um forte concorrente entre os filmes mais duros e desoladores que já assisti, não só pelo roteiro que faz questão de expor cada mínimo detalhe das agruras desta mãe, como pela extraordinária interpretação da Angelina Jolie que transparece com uma naturalidade assustadora toda a dor e o desespero da personagem, a fotografia é pincelada em tons escuros, soturnos e melancólicos, há uma vasta gama de nuances noir, a cuidadosa direção do Clint Eastwood constrói a imersão do público através da atmosfera detalhista e deixando-o sempre sob o ponto de vista da protagonista e a trilha sonora, composta pelo mesmo, é discreta e consuma a obra com melodias enternecidas e lutuosas. Não há provação mais triste quanto uma mãe que se vê frente um Adeus a seu filho, e o diretor manipula esta possibilidade de forma extremamente cruel, ocultando informações, deixando dúvidas no ar, fervilhando o ar com uma indiferença generalizada, expondo algumas cenas gráficas e ainda trabalha outras temáticas como roubo da inocência infantil, negligência política e midiática, a abafada voz feminina e o abuso de poder. A história pode se passar em 1928, mas nunca foi tão atual. É o tipo de filme que deixa cicatrizes profundas.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraA premissa desta adaptação é a mesma da década de 90, uma criatura que assume a forma de um palhaço para atrair crianças numa viagem sem retorno. Não é um filme que chega a despertar aquele medo que perdura após a sessão, o terror aqui é mais sutil, está na manipulação das fragilidades das crianças, em assistir o cotidiano doloroso dos garotos losers que passam por bullying na escola, abusos da própria família e que claro, são assombrados pelos pesadelos ambulantes do Pennywise. O diretor tem o cuidado de dar substância e ceder o devido espaço para cada criança, o desenvolvimento dos personagens é rico tanto individualmente como na dinâmica em grupo e além de muito engraçado, também é muito tocante em alguns dramas particulares. O Pennywise da vez não é tão macabro quanto o da década de 90, mas é doentio e bizarro o bastante para marcar uma presença forte e ameaçadora. Não sei qual é a visão do Stephen King sobre sua obra e posso estar enganado, mas no meu conceito subjetivo o IT sempre foi uma alegoria para representar um pedófilo e os rastros de destruição que deixam na vida das crianças que tem a alma roubada e flutuam sem destino, cada criança um balão vermelho.
Krisha
3.7 83Acho que este é o filme mais surpreendente que assisti em meses. Não esperava ser arrebatado com a tamanha intensidade deste drama, e que drama! Uma história sobre arrependimento, perdão, intrigas familiares, vícios, tudo desvelado de forma muito orgânica sob o ponto de vista de Krisha, a protagonista, e de longe uma das personagens mais impetuosas que já vi, é uma mulher problemática que após muito tempo afastada retorna à casa de seus familiares para um jantar, mas circunstâncias transformam a noite especial num total desastre. Um espetáculo de atuação da atriz principal e do elenco em conjunto. Aproveitem que esta maravilha de filme está disponível no Netflix.
Ao Cair da Noite
3.1 977 Assista AgoraThriller nervoso que se apropria de uma premissa pós-apocalíptica e uma atmosfera claustrofóbica e sombria para jogar questionamentos sobre o quão paranoico e cruel o ser humano pode ser em situações extremas. Belíssimas composições de luz e sombras, trilha sonora soturna, narrativa provocativa e subjetiva o bastante para manter o mistério sempre no escuro, literalmente, e o gato do Joel Edgerton está ótimo em cena, como sempre.
Onde Está Segunda?
3.6 1,3K Assista AgoraComo crítica social deixa a desejar, não funciona porque a premissa do filme é ilógica demais, não convence e carece de um desenvolvimento mais cuidadoso, mas como passatempo é empolgante, divertido, intrigante e a Noomi Rapace nos entregou aqui a melhor performance feminina de 2017, até agora.
O Zoológico de Varsóvia
3.9 275 Assista AgoraA história é marcante e verídica mas a narrativa fatigante e monótona adaptada pelo filme desvaloriza boa parte do peso dramático e histórico da mulher polonesa que abrigou judeus em sua casa no período da Segunda Guerra Mundial. Justiça seja feita, como de costume e apesar desta passar longe de suas melhores atuações, Jessica Chastain está ótima no papel, ela é o grande alicerce e sem sua performance dedicada e consistente o filme iria por água abaixo. Mas, desta forma mantém-se apenas razoável, constante, insípido, previsível e beirando o maçante.
Batman e Arlequina: Pancadas e Risadas
3.2 110 Assista AgoraO roteiro além de muito fraco e não fazer o menor sentido, também não contribui em absolutamente nada para o universo do Batman ou da DC, é apenas um gigantesco filler que acompanha Batman, Asa Noturna e Arlequina numa aventura para salvar o mundo. Nem mesmo a personalidade excêntrica e irreverente da Arlequina deixa a experiência mais agradável. Vale apenas por algumas cenas de combate e pelo prazer de ver algumas situações que só aconteceriam num filme descomprometido como este. É pior que A Piada Mortal.
Wolf Creek: Viagem ao Inferno
3.1 391As várias composições panorâmicas das paisagens naturais desérticas, além de muito lindas, incitam a sensação de vastidão e solidão perfeitas para a construção da atmosfera de tensão e de perigo iminente e contextualizam com o ego do serial killer, a fotografia crua, suja e amarelada dá um tom bastante ameaçador, o elenco funciona dentro dos personagens propostos, os dois primeiros atos são vagarosos e desenvolvem razoavelmente bem a dinâmica entre o trio de jovens, mas a partir das cenas de perseguição o ritmo fica um pouco cansativo, não dá espaço para o público respirar e perde por completo a sutileza do terror nas entrelinhas para um terror mais gráfico e cruel. Bom filme!
Annabelle 2: A Criação do Mal
3.3 1,1K Assista AgoraÉ clichê? É. É previsível? É também. Mas a sensibilidade do diretor David F. Sandberg para compor belas tomadas de câmera e sequências de terror realmente assustadoras, isso somado ao carisma do elenco, tornam este filme surpreendentemente bom e gratificante. A abordagem da aproximação sucessiva das forças sobrenaturais e sua relação com a boneca Annabelle é muito instigante, o diretor soube manipular a já desgastada imagem da boneca de forma consciente através de muito jogo de luz e sombra e movimentos de câmera traiçoeiros. O filme arrisca até alguns easter eggs do que agora é o universo compartilhado do "The Conjuring". O terceiro ato peca ao tentar ser grandioso demais e em meio ao exagero expositivo perde a já pouca sutileza sombria que vinha sendo construída nos dois primeiros atos, mas Annabelle 2 tem consistência, a mão de um diretor talentoso e promissor, valor de entretenimento garantido e é consideravelmente melhor que seu antecessor, vale o ingresso.
OBS: HÁ DUAS CENAS PÓS-CRÉDITO.
Annabelle 2: A Criação do Mal
3.3 1,1K Assista AgoraGente, quando apareceu a
VALAK
Me arrepiei TODO!!!!
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 830 Assista AgoraHá 55 anos um dos maiores filmes de terror psicológico da história chegava às telas de cinema, também um dos mais tradicionais casos da irônica e ingrata expressão "a vida imita a arte". Bette Davis e Joan Crawford estão em absoluta imersão e sintonia de suas personagens, são duas mulheres igualmente provocantes e enigmáticas, de uma tonalidade exótica extremamente peculiar e autônoma, ambas cobertas de camadas e dosam em perfeito equilíbrio o teor entre sanidade e loucura; é de longe a dupla feminina mais interessante de Hollywood. A trilha e a fotografia sombria enaltecem a tensão e a atmosfera claustrofóbica e o figurino é icônico até hoje. Terror de excelência.
A Cura
3.0 707 Assista AgoraA peculiaridade da premissa, o mistério que permeia a trama, algumas boas pinceladas de terror, a belíssima fotografia e a direção ardilosa do Gore Verbinski criam composições e sequências bastante provocativas no primeiro ato do filme, mas a partir do segundo ato toda a sutileza é quebrada por desvios preguiçosos, tolos e previsíveis no roteiro, não sustenta seu próprio peso e torna-se ilógico demais, a longa duração de 146 minutos só torna a experiência mais fatigante. A Cura é um verdadeiro desproveito de um filme promissor.
As Pontes de Madison
4.2 839 Assista Agora"As Pontes de Madison" não é só o melhor romance que já assisti, como também carrega a interpretação mais sincera e sublime da Meryl Streep. Em contracena com Clint Eastwood, ambos vivem dois personagens que cedem para uma paixão súbita e proibida; a jornada dramática do casal é idealizada numa sensibilidade sem precedentes, o roteiro desmistifica alguns conceitos morais e sua ideologia é cuidadosamente esmiuçada, a narrativa tem uma versatilidade que valoriza o ritmo e a edição, a melodia da trilha é belíssima e a química física e astral entre os protagonistas é tão palpável e condescendente que verte da tela. É um filme que dialoga com o íntimo, com o adormecido, com desejos, com sentimentos latentes e complexos, um trabalho irretocável sobre a essência e a epifania do amor. Uma cena que jamais esquecerei é a cena da chuva, além das muitas lágrimas, foi o momento em que a Meryl Streep se consagrou oficialmente para mim. Simplesmente, uma obra-prima.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraNão acredito que A Criada inventou o plot twist
Guerreiro
4.0 919 Assista AgoraUm significativo filme sobre pugilismo, rivalidade fraternal, espírito guerreiro, inseguranças, carência paternal e busca por reconhecimento. Ambos os protagonistas tem um trabalho de fisicalidade notável, o Tom Hardy injeta uma bestialidade predatória assustadora em seu personagem e o Joel Edgerton faz um perfeito sujeito aparentemente vulnerável que está constantemente superando seus próprios limites; é uma história sobre dois homens que tentam remendar os furos na armadura dentro do ringue, rende um belo estudo de personagem e um dos trabalhos mais interessantes dos dois atores.
Minha Mãe é Uma Peça 2
3.5 807A edição rápida e dinâmica não abre brecha para o envolvimento com o público tanto nas cenas de drama quanto na maior parte das cenas de comédia, o humor explosivo e depreciativo já característico dos personagens exagera na dose e o roteiro é recortado e desorientado demais. A melhor coisa do filme continua sendo o Paulo Gustavo com a representação de sua própria mãe, mas em contrapartida todo o resto do elenco não convence e carece de carisma. Minha Mãe é uma Peça 2 tem seu valor de entretenimento, mas o primeiro ainda é melhor.