Segue um viés de O Homem de Palha e até há a construção de um senso real de ameaça, mas se perde meio a diversas tramas adjacentes descartáveis e desinteressantes demais, se estica muito além do necessário e o elemento sobrenatural além de ter um desenvolvimento paupérrimo, é só mais um peso morto no saldo do filme. Nem o Dan Stevens com "sangue no zóio" salvou.
Apesar dos dilemas delicados, o filme flui por uma vertente cômica e branda, mas sem jamais deixar de lado o drama e os conflitos internos de sua protagonista, interpretada magnificamente pela Karine Teles, que transborda naturalidade, carisma e verdade à sua personagem, o filme é dela em todos os sentidos. Benzinho é um retrato fiél do nosso país e do nosso espírito perseverante, o famoso "tá difícil, mas a gente dá um jeito". Filmaço
Acho que este filme dispensa longos comentários, de tão ruim que é. Tudo que a versão francesa faz certo, este faz errado, é um trabalho covarde, amador, pobre, inverossímil, mal interpretado, apela para clichês do gênero como os personagens muito estúpidos e a antagonista indestrutível, além de ter um desfecho horroroso. Fiquem com a versão francesa de 2007 que é incomparável. Meia estrela só porque a atriz protagonista sabe chorar direitinho, mas é só o que ela sabe fazer.
O mais interessante aqui é o formato do filme, não há câmeras, todos os desdobramentos são vistos através de alguma tela, seja do computador do pai, ou da filha, do celular, da televisão, de uma câmera de segurança, de uma transmissão no FaceTime, a tensão é construída através de pequenos atos que começam como uma pulguinha atrás da orelha e aumentam gradativamente até beirar a agonia, o roteiro, salvo algumas exceções, está sempre um ou dois passos à frente do público e há uma crítica subjacente sobre como a tecnologia transformou o estilo de vida moderno e como a Internet pode ser um ambiente hostil, violento e rodeado de falsas aparências. Não é todo dia que um filme de suspense se compromete a ser tão relevante e original como este, não deixem de assistir no cinema.
Blackfish é um documentário que busca compreender a razão de tantos acidentes envolvendo baleias orcas e seus treinadores nos parques temáticos e escancarar a negligência do ser humano em nome do dinheiro. Segundo relatos, as baleias são animais sociais que criam laços familiares, desenvolvem o próprio idioma, quando são separadas de suas famílias e trancafiadas em tanques junto a outras baleias desconhecias cria-se um ambiente hostil, instável, o que ao longo dos anos as provoca um estresse muito grande e que pode ter sido a causa de tantos acidentes. Alguns dos relatos são muito tristes, principalmente a morte do treinador Alexis Martinez e da especialista em baleias Dawn Brancheau. Ótimo arquivo de denúncia.
Excelente cinematografia e manipulação do escuro, muitos jogos de luz e sombras que incitam o mistério, a movimentação pelos cenários é bastante cuidadosa e extrai todo o potencial natural daquele convento, há a criação de um genuíno senso de ameaça, a trilha sonora retumbante amplifica o presságio de algo profano e tóxico no ar e o elenco é bom, possivelmente esta é a melhor performance da Taissa Farmiga, ou seja, tecnicamente é perfeito. Dito isso, tudo que envolve a Valak e sua mitologia é muito interessante, mas assim como em Invocação do Mal 2, os momentos mais assustadores são quando há apenas a sugestão de sua presença, ou quando sua aparição tenebrosa confronta o público apenas com o olhar e a mortificante sensação da imprevisibilidade, aqui sua personagem é física demais, o que atrelado a alguns exageros desgastam o horror de sua imagem aos poucos. Há muitos barulhos, muitas ideias recicladas, pouquíssima originalidade ao tentar criar sequências de terror, mas o que mais fez falta em A Freira foram músculos para sustentar sua estrutura óssea, um roteiro consistente que não só desse camadas para seus personagens mas também para a mitologia da Valak, uma construção profunda de significados, algo na linha de Hereditário, Fim dos Dias ou Stigmata. Em resumo, é um filme visualmente emblemático, mas vazio e esquecível.
De longe meu slasher preferido, é frenético, impiedoso, visceral, o assassino é assustador, o roteiro tem pulso e consistência, o elenco está em sintonia, a trilha sonora, apesar de derivada, impulsa e dá vida à narrativa, as sequências de perseguição e morte são inesquecíveis (aquela dentro do quarto envolvendo um punhal me perturba até agora). O filme aborda o possível retorno de um ex-soldado sobrevivente da Segunda Guerra Mundial e sua busca por acerto de contas 35 anos após ter sido rejeitado por sua amada na noite do baile. Sua vingança é catártica.
Várias garotas, uma festa, um segredo e um serial killer a solta. O segundo ato do filme é inchado, há algumas tentativas de criar mini blocos de tensão quem não funcionam, mas a premissa é boa, a dinâmica entre as garotas é convincente, as atrizes sabem vender suas personagens (por mais unilaterais e estúpidas que sejam), as sequências de morte, apesar de não terem um acabamento estético mais cuidadoso como o do filme "The Burning" por exemplo, ainda são originais e bem elaboradas e o desfecho é a cereja do bolo, há uma sequência ótima envolvendo alucinações, uma perseguição e um plot twist realmente imprevisível.
O filme é bem atmosférico, sangrento, angustiante, o roteiro tem o cuidado de ir além da matança gratuita desenvolvendo alguns planos de fundo para seus personagens, por mais rasos que sejam, há no mínimo umas quatro cenas bem marcantes e a trilha sonora é bem macabra, tudo que um slasher precisa para funcionar. Não fossem as TRÊS reviravoltas mirabolantes que acontecem no desfecho, seria perfeito.
Faço aniversário dia 5 de agosto. Em 2015 Quarteto Fantástico estreou na semana do meu aniversário, em 2016 foi Esquadrão Suicida e em 2017 foi Valerian. Será que Satanás está preparando O Sabor da Juventude pra este ano? Por favor, não. Mas sigo confiante e já sentindo que vou amar esse filme.
Que elenco! A química entre as mulheres, a aliança da sororidade, os laços de amizade e ternura entre mãe e filha, é um filme onde tudo é muito palpável, real, além de muito divertido quando envolve as personagens da Dolly Parton, Shirley MacLaine e Olympia Dukakis, o roteiro trabalha com suas personagens femininas com muito carinho e verdade, mas a cereja do bolo fica por mérito da Sally Field numa cena de partir o coração em que ela transborda todos os sentimentos de uma mãe devastada que passou pelo pior trauma que uma mãe poderia passar, ela deveria ter conquistado seu terceiro Oscar de Melhor Atriz, mas curioso que nem ao menos foi indicada. De qualquer forma, Steel Magnolias é um filme agridoce que com suas atuações fortíssimas me tirou muitas risadas, mas muitas lágrimas também, jamais esquecerei o significado das "flores de aço" que dão título ao filme.
Makoto Shinkai em seu primeiro longa-metragem, ainda em fase de amadurecimento e já demonstrando um talento latente num filme visualmente muito belo (inspirações de Miyazaki aqui não faltam) e com um roteiro intrigante mas inundado de diálogos frios e burocráticos. Pelo visto trabalhar romances impossíveis já é uma característica do diretor desde seus primórdios.
Para um fã assíduo de filmes terror como eu é sempre muito gratificante assistir um terror com tantas virtudes como este. São abordadas com muita intensidade temáticas sobre drama familiar, transtornos psicológicos, hereditariedade, como lidar com o luto, tudo sob uma atmosfera sobrenatural pesadíssima. A trilha sonora é horripilante, a fotografia crua, os movimentos de câmera traiçoeiros, os jogos de luz e sombra e principalmente a manipulação do escuro são trabalhados com muita personalidade, é perceptível a mão do diretor presente em cada frame, há um cuidado impressionante para cada detalhe nas entrelinhas das composições de cena, detalhes estes tão sutis mas carregados de simbolismos e peso dramático. É um filme grande, impregnante, desafiador e cheio de camadas, tece sua premissa sem a menor pressa e sob um olhar subjetivo, convidando o público a diversas reflexões e interpretações. Uma dica: assistam com a mente aberta.
Há dois elementos coexistindo aqui: um suspense/terror muito eficiente envolvendo um mistério, trabalhado com belos contrastes entre luz e sombra e uma fotografia lúgubre que valorizam a atmosfera assustadora, mas também há o elemento da fantasia, com fortes inspirações do Del Toro (só que mal feito), em que o mistério é desvendado, e além de ser tolo demais, tenta ser mais complexo e reflexivo do que realmente é. Os dois gêneros, terror e fantasia, não se complementam, um atropela o outro e ao final só o que resta é um sabor amargo de um filme com um grande potencial desperdiçado.
Um filme cruel que extrai tudo que há de menos glamouroso num relacionamento, o desgaste da convivência, a inclemência do tempo, as feridas das desavenças, o amor que sorrateiramente corrói em ódio. Michelle Williams e Ryan Gosling numa (des)harmonia transcedental. Blue Valentine é uma das máculas do amor em forma de arte.
Love, Simon aborda com leveza, humor e naturalidade um dilema que ainda assombra muitos jovens: assumir-se gay frente à família, amigos e sociedade. O filme deixa claro a notável quebra do tabu sobre a homossexualidade dentro dos núcleos adolescentes, mas não descarta que a intolerância e o preconceito ainda existem, inevitavelmente, e que o diálogo aberto e a compreensão são fundamentais para acalentar uma mente perturbada consigo mesma. Outros méritos notáveis são a ótima atuação do Nick Robinson e o roteiro que dá várias camadas ao protagonista, não atendo-se apenas em sua sexualidade.
Frida Kahlo era intensa, sublime e virtuosa, sua personalidade é pincelada no filme não só no semblante da Salma Hayek, como também na paleta de cores vibrantes da cinematografia, no design de produção que evoca a alma da pintora, no figurino tradicional, na maquiagem autêntica e na trilha sonora pitoresca e melancólica. Tudo em seu devido lugar. Uma grande biografia de uma grande artista interpretada por uma grande atriz.
A composição e manipulação aqui dos elementos cinematográficos é impressionante, a fotografia é lúgubre e ameaçadora, o elenco externaliza com muita naturalidade um vínculo familiar e sentimentos como pânico, desespero, afeto, tristeza e há uma vasta alternância entre os variados pontos de vista sonoros, cada som e ruído tem peso, relevância, construindo uma relação de imersão sensorial edificante. O design de som é espetacular, através dele o diretor estabelece vagarosa e cuidadosamente um tom de emergência constante e de mãos dadas à trilha sonora pulsante, compõe este thriller visceral em que o medo reside na imprevisibilidade do silêncio. A sequência que envolve a escada e o parto é o terror em sua mais pura essência, cruel e implacável. Melhor filme de 2018 até agora.
Certa vez quando eu estava na quinta série do ensino fundamental a minha professora de Ciências disse algo que jamais esqueci: "as moléculas de água que um dinossauro bebeu há milhões de anos podem ser as mesmas que estão no seu copo de água neste exato momento", e é esta uma das mais fortes concepções presentes em Aniquilação: as intersecções dúbias da natureza. Considero-o como um thriller de ficção científica que se apropria de temas como genética, DNA, evolução e mutação para desenvolver alguns conceitos sobre existencialismo, ego, rupturas internas, traumas psicológicos, e vice-versa, mas o barato é que este não é um filme categórico, o espaço aberto para interpretações é imenso e nenhuma é necessariamente a definitiva. Sem contar a carga poderosa de conceitos visuais e sonoros na criação de universo próprio e a trilha sonora que dança entre o oblongo e o amórfico. Aniquilação é quase uma viagem alucinógena rumo ao desconhecido que incita à reflexão e à contemplação, no campo da ficção científica é o filme que mais tem algo a dizer e acrescentar desde Arrival.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraSério que o filme tem 2h32min?? Eu tô cada vez mais sedento!!
Apóstolo
3.0 426Segue um viés de O Homem de Palha e até há a construção de um senso real de ameaça, mas se perde meio a diversas tramas adjacentes descartáveis e desinteressantes demais, se estica muito além do necessário e o elemento sobrenatural além de ter um desenvolvimento paupérrimo, é só mais um peso morto no saldo do filme. Nem o Dan Stevens com "sangue no zóio" salvou.
Benzinho
3.9 348 Assista AgoraApesar dos dilemas delicados, o filme flui por uma vertente cômica e branda, mas sem jamais deixar de lado o drama e os conflitos internos de sua protagonista, interpretada magnificamente pela Karine Teles, que transborda naturalidade, carisma e verdade à sua personagem, o filme é dela em todos os sentidos. Benzinho é um retrato fiél do nosso país e do nosso espírito perseverante, o famoso "tá difícil, mas a gente dá um jeito". Filmaço
Perigo na Escuridão
2.3 139Acho que este filme dispensa longos comentários, de tão ruim que é. Tudo que a versão francesa faz certo, este faz errado, é um trabalho covarde, amador, pobre, inverossímil, mal interpretado, apela para clichês do gênero como os personagens muito estúpidos e a antagonista indestrutível, além de ter um desfecho horroroso. Fiquem com a versão francesa de 2007 que é incomparável. Meia estrela só porque a atriz protagonista sabe chorar direitinho, mas é só o que ela sabe fazer.
Buscando...
4.0 1,3K Assista AgoraO mais interessante aqui é o formato do filme, não há câmeras, todos os desdobramentos são vistos através de alguma tela, seja do computador do pai, ou da filha, do celular, da televisão, de uma câmera de segurança, de uma transmissão no FaceTime, a tensão é construída através de pequenos atos que começam como uma pulguinha atrás da orelha e aumentam gradativamente até beirar a agonia, o roteiro, salvo algumas exceções, está sempre um ou dois passos à frente do público e há uma crítica subjacente sobre como a tecnologia transformou o estilo de vida moderno e como a Internet pode ser um ambiente hostil, violento e rodeado de falsas aparências. Não é todo dia que um filme de suspense se compromete a ser tão relevante e original como este, não deixem de assistir no cinema.
Blackfish: Fúria Animal
4.4 457Blackfish é um documentário que busca compreender a razão de tantos acidentes envolvendo baleias orcas e seus treinadores nos parques temáticos e escancarar a negligência do ser humano em nome do dinheiro. Segundo relatos, as baleias são animais sociais que criam laços familiares, desenvolvem o próprio idioma, quando são separadas de suas famílias e trancafiadas em tanques junto a outras baleias desconhecias cria-se um ambiente hostil, instável, o que ao longo dos anos as provoca um estresse muito grande e que pode ter sido a causa de tantos acidentes. Alguns dos relatos são muito tristes, principalmente a morte do treinador Alexis Martinez e da especialista em baleias Dawn Brancheau. Ótimo arquivo de denúncia.
A Freira
2.5 1,5K Assista AgoraExcelente cinematografia e manipulação do escuro, muitos jogos de luz e sombras que incitam o mistério, a movimentação pelos cenários é bastante cuidadosa e extrai todo o potencial natural daquele convento, há a criação de um genuíno senso de ameaça, a trilha sonora retumbante amplifica o presságio de algo profano e tóxico no ar e o elenco é bom, possivelmente esta é a melhor performance da Taissa Farmiga, ou seja, tecnicamente é perfeito. Dito isso, tudo que envolve a Valak e sua mitologia é muito interessante, mas assim como em Invocação do Mal 2, os momentos mais assustadores são quando há apenas a sugestão de sua presença, ou quando sua aparição tenebrosa confronta o público apenas com o olhar e a mortificante sensação da imprevisibilidade, aqui sua personagem é física demais, o que atrelado a alguns exageros desgastam o horror de sua imagem aos poucos. Há muitos barulhos, muitas ideias recicladas, pouquíssima originalidade ao tentar criar sequências de terror, mas o que mais fez falta em A Freira foram músculos para sustentar sua estrutura óssea, um roteiro consistente que não só desse camadas para seus personagens mas também para a mitologia da Valak, uma construção profunda de significados, algo na linha de Hereditário, Fim dos Dias ou Stigmata. Em resumo, é um filme visualmente emblemático, mas vazio e esquecível.
Quem Matou Rosemary?
3.2 104De longe meu slasher preferido, é frenético, impiedoso, visceral, o assassino é assustador, o roteiro tem pulso e consistência, o elenco está em sintonia, a trilha sonora, apesar de derivada, impulsa e dá vida à narrativa, as sequências de perseguição e morte são inesquecíveis (aquela dentro do quarto envolvendo um punhal me perturba até agora). O filme aborda o possível retorno de um ex-soldado sobrevivente da Segunda Guerra Mundial e sua busca por acerto de contas 35 anos após ter sido rejeitado por sua amada na noite do baile. Sua vingança é catártica.
Assassinatos na Fraternidade Secreta
3.2 72Várias garotas, uma festa, um segredo e um serial killer a solta. O segundo ato do filme é inchado, há algumas tentativas de criar mini blocos de tensão quem não funcionam, mas a premissa é boa, a dinâmica entre as garotas é convincente, as atrizes sabem vender suas personagens (por mais unilaterais e estúpidas que sejam), as sequências de morte, apesar de não terem um acabamento estético mais cuidadoso como o do filme "The Burning" por exemplo, ainda são originais e bem elaboradas e o desfecho é a cereja do bolo, há uma sequência ótima envolvendo alucinações, uma perseguição e um plot twist realmente imprevisível.
Feliz Aniversário Para Mim
3.1 133 Assista AgoraO filme é bem atmosférico, sangrento, angustiante, o roteiro tem o cuidado de ir além da matança gratuita desenvolvendo alguns planos de fundo para seus personagens, por mais rasos que sejam, há no mínimo umas quatro cenas bem marcantes e a trilha sonora é bem macabra, tudo que um slasher precisa para funcionar. Não fossem as TRÊS reviravoltas mirabolantes que acontecem no desfecho, seria perfeito.
Shiki Oriori: O Sabor da Juventude
3.6 103 Assista AgoraFaço aniversário dia 5 de agosto.
Em 2015 Quarteto Fantástico estreou na semana do meu aniversário, em 2016 foi Esquadrão Suicida e em 2017 foi Valerian. Será que Satanás está preparando O Sabor da Juventude pra este ano? Por favor, não. Mas sigo confiante e já sentindo que vou amar esse filme.
Flores de Aço
3.7 133 Assista AgoraQue elenco! A química entre as mulheres, a aliança da sororidade, os laços de amizade e ternura entre mãe e filha, é um filme onde tudo é muito palpável, real, além de muito divertido quando envolve as personagens da Dolly Parton, Shirley MacLaine e Olympia Dukakis, o roteiro trabalha com suas personagens femininas com muito carinho e verdade, mas a cereja do bolo fica por mérito da Sally Field numa cena de partir o coração em que ela transborda todos os sentimentos de uma mãe devastada que passou pelo pior trauma que uma mãe poderia passar, ela deveria ter conquistado seu terceiro Oscar de Melhor Atriz, mas curioso que nem ao menos foi indicada. De qualquer forma, Steel Magnolias é um filme agridoce que com suas atuações fortíssimas me tirou muitas risadas, mas muitas lágrimas também, jamais esquecerei o significado das "flores de aço" que dão título ao filme.
O Lugar Prometido em Nossa Juventude
3.5 46Makoto Shinkai em seu primeiro longa-metragem, ainda em fase de amadurecimento e já demonstrando um talento latente num filme visualmente muito belo (inspirações de Miyazaki aqui não faltam) e com um roteiro intrigante mas inundado de diálogos frios e burocráticos. Pelo visto trabalhar romances impossíveis já é uma característica do diretor desde seus primórdios.
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraPara um fã assíduo de filmes terror como eu é sempre muito gratificante assistir um terror com tantas virtudes como este. São abordadas com muita intensidade temáticas sobre drama familiar, transtornos psicológicos, hereditariedade, como lidar com o luto, tudo sob uma atmosfera sobrenatural pesadíssima. A trilha sonora é horripilante, a fotografia crua, os movimentos de câmera traiçoeiros, os jogos de luz e sombra e principalmente a manipulação do escuro são trabalhados com muita personalidade, é perceptível a mão do diretor presente em cada frame, há um cuidado impressionante para cada detalhe nas entrelinhas das composições de cena, detalhes estes tão sutis mas carregados de simbolismos e peso dramático. É um filme grande, impregnante, desafiador e cheio de camadas, tece sua premissa sem a menor pressa e sob um olhar subjetivo, convidando o público a diversas reflexões e interpretações. Uma dica: assistam com a mente aberta.
Uma Dobra no Tempo
2.3 329 Assista AgoraUm minuto de silêncio para quem foi assistir isso no cinema.
Livid
2.7 191Há dois elementos coexistindo aqui: um suspense/terror muito eficiente envolvendo um mistério, trabalhado com belos contrastes entre luz e sombra e uma fotografia lúgubre que valorizam a atmosfera assustadora, mas também há o elemento da fantasia, com fortes inspirações do Del Toro (só que mal feito), em que o mistério é desvendado, e além de ser tolo demais, tenta ser mais complexo e reflexivo do que realmente é. Os dois gêneros, terror e fantasia, não se complementam, um atropela o outro e ao final só o que resta é um sabor amargo de um filme com um grande potencial desperdiçado.
Mogli: Entre Dois Mundos
3.4 390 Assista Agoraque?
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraUm filme cruel que extrai tudo que há de menos glamouroso num relacionamento, o desgaste da convivência, a inclemência do tempo, as feridas das desavenças, o amor que sorrateiramente corrói em ódio. Michelle Williams e Ryan Gosling numa (des)harmonia transcedental. Blue Valentine é uma das máculas do amor em forma de arte.
Com Amor, Simon
4.0 1,2K Assista AgoraLove, Simon aborda com leveza, humor e naturalidade um dilema que ainda assombra muitos jovens: assumir-se gay frente à família, amigos e sociedade. O filme deixa claro a notável quebra do tabu sobre a homossexualidade dentro dos núcleos adolescentes, mas não descarta que a intolerância e o preconceito ainda existem, inevitavelmente, e que o diálogo aberto e a compreensão são fundamentais para acalentar uma mente perturbada consigo mesma. Outros méritos notáveis são a ótima atuação do Nick Robinson e o roteiro que dá várias camadas ao protagonista, não atendo-se apenas em sua sexualidade.
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraFrida Kahlo era intensa, sublime e virtuosa, sua personalidade é pincelada no filme não só no semblante da Salma Hayek, como também na paleta de cores vibrantes da cinematografia, no design de produção que evoca a alma da pintora, no figurino tradicional, na maquiagem autêntica e na trilha sonora pitoresca e melancólica. Tudo em seu devido lugar. Uma grande biografia de uma grande artista interpretada por uma grande atriz.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraA composição e manipulação aqui dos elementos cinematográficos é impressionante, a fotografia é lúgubre e ameaçadora, o elenco externaliza com muita naturalidade um vínculo familiar e sentimentos como pânico, desespero, afeto, tristeza e há uma vasta alternância entre os variados pontos de vista sonoros, cada som e ruído tem peso, relevância, construindo uma relação de imersão sensorial edificante. O design de som é espetacular, através dele o diretor estabelece vagarosa e cuidadosamente um tom de emergência constante e de mãos dadas à trilha sonora pulsante, compõe este thriller visceral em que o medo reside na imprevisibilidade do silêncio. A sequência que envolve a escada e o parto é o terror em sua mais pura essência, cruel e implacável. Melhor filme de 2018 até agora.
O Rei do Show
3.9 897 Assista AgoraA despeito da beleza das performances e de algumas boas canções, que filme mais brega!
Luzes no Céu: Fireworks
2.8 56Pelo pôster eu achei que era do Makoto Shinkai
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraCerta vez quando eu estava na quinta série do ensino fundamental a minha professora de Ciências disse algo que jamais esqueci: "as moléculas de água que um dinossauro bebeu há milhões de anos podem ser as mesmas que estão no seu copo de água neste exato momento", e é esta uma das mais fortes concepções presentes em Aniquilação: as intersecções dúbias da natureza. Considero-o como um thriller de ficção científica que se apropria de temas como genética, DNA, evolução e mutação para desenvolver alguns conceitos sobre existencialismo, ego, rupturas internas, traumas psicológicos, e vice-versa, mas o barato é que este não é um filme categórico, o espaço aberto para interpretações é imenso e nenhuma é necessariamente a definitiva. Sem contar a carga poderosa de conceitos visuais e sonoros na criação de universo próprio e a trilha sonora que dança entre o oblongo e o amórfico. Aniquilação é quase uma viagem alucinógena rumo ao desconhecido que incita à reflexão e à contemplação, no campo da ficção científica é o filme que mais tem algo a dizer e acrescentar desde Arrival.