"Other Animals Live In The Present. Humans Cannot, So They Invented Hope."
Com Charlie Kaufman, o ponto de maior destaque é o roteiro. Os diálogos no carro são incríveis, com ótimas referências e -auto- críticas, e não entrega tudo de mão beijada.
As atuações são boas, e o exageiro de alguns é proposital para gerar estranhesa, o que é bom, pois no filme, realidade e imaginação se confundem (ou se misturam?). A direção de arte também tem papel fundamental pra enriquecer o filme junto com a fotografia.
Ei, quem estiver no letterboxd, add por lá, acho mais organizado e quero ler mais comentários em PT BR. (é caiquepeixoto)
"Ain't no human head big enough to calculate misery like that."
The Devil All the Time é uma produção Netflix baseada no romance de mesmo nome. O filme mostra histórias interligadas entre si e marcadas por sofrimento e maldade.
É notável que o filme tenta ser bem amarrado, criando e juntando pontas para que as histórias em todos os arcos sejam conectadas, porém, se perde em si próprio. Na vontade de contar diferentes arcos onde a maldade é a única coisa que as unem, os núcleos e personagens ficam rasos.
Ei, quem estiver no letterboxd, add por lá, acho mais organizado e quero ler mais comentários em PT BR. (é caiquepeixoto)
“I found a new book which only tells the truth. It’s called Facebook. I learn so many facts there.” Borat Subsequent Moviefilm mostra o humor já conhecido do primeiro filme, porém dessa vez a crítica tem um direcionamento mais claro, direto, e também chamaria de ativista. Isso eleva a importancia do filme no cenário atual e aqui tem seu maior mérito: mostra que a comédia mais escrachada com humor de absurdo e frases tão ridículas que só podem ser encaradas como piada não são tão absurdas quanto a realidade. Sasha Baron Cohen acertou no timing e na dosagem, com um roteiro que não apenas tira sarro da realidade absurdamente insana de quase metade dos EUA, mas a escancara seu retrocesso e imbecilidade com humor.
A realidade é pior que a pior piada.
Quem estiver por lá, me add no Letterboxd, me parece mais organizado, vamos deixar a plataforma cheia de comentários em PT-BR. é caiquepeixoto
“Contemplando-se até hoje no quadro de um cinema eminentemente masculino ela começa a revelar sua face oculta”
Um curta documentário muito importante sobre a história da mulher brasileira no cinema, passando por nomes importantes de atrizes, diretoras, e obras, contando brevemente sua história. Poderia ser um longa. Para mim, o filme passou muito rápido, fiquei curioso sobre mais, e queria ver sobre alguns pontos com mais detalhes. Mas foi muito bom porque além de mostrar histórias que ficam algumas vezes despercebidas pelo grande público, gera curiosidade sobre o tema. Um ótimo introdutório para o cinema brasileiro de mulheres.
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
Eu sempre começo um texto com uma citação do filme. Pra mim, essa é a que merece estar aqui, sem dúvidas. Já começo assumindo que não sou um grande fã da saga, apesar de ter amado a primeira trilogia quando mais novo. E mesmo sem ser o mais afcionado, sem esperar muito, nem agregar muito valor sentimental, esse filme só me pareceu uma ofensa à franquia. (...)
MUITO RUIM
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
Lost in Translation, dirigido e escrito pela Sophia Coppola conta a história de uma mulher e um homem que se encontram sozinhos no Japão.
O oscar de melhor roteiro é apenas o reconhecimento merecido do cuidado que esse filme conta a história. Sem se apoiar em clichês do gênero e sem apelar ao romance vazio, o roteiro mostra a aproximação dos dois quando suas vidas estão -mesmo em pontos diferentes- (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
Cléo das 5 às 7 é um dos filmes que impulsinou a carreira de Agnès Varda, e seu sucesso absolutamente não é a toa.
O filme mostra a vida da cantora Cléo esperando o resultado de um exame, entre as 17h e 19h. Apesar da premissa pintar uma situação de angustia, o filme vai na contramão disso, tratando o assunto com leveza e trás críticas importantes sobre como a mulher é vista na sociedade (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
Assisti o Dune de 1984 por causa do lançamento do de 2020. Antes disso tinha curiosidade pela adaptação do Jodorowsky, mas isso não era suficiente para querer ver esse.
O filme saiu em um contexto conturbado onde os direitos do livro já estavam para expirar, com a escolha do Lynch em cima da hora, e com o diretor já sem muito interesse pelo gênero. O resultado é exatamente o esperado nesse cenário desfavorável. (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
Phantom Thread é mais uma obra impecável de Paul Thomas Anderson e a despedida de Daniel Day Lewis que entra em sua aposentadoria. Parece contráditorio escrever isso antes de um texto mas: me faltam palavras.
Mas mesmo assim posso tentar elencar alguns pontos que impressionam na execução, sendo o primeiro a atuação do protagonista, como já era de se esperar. É tudo muito delicado e ainda assim com maneirismos muito característicos, enriquecendo (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
"This is a political trial. This was already decided for us."
The Trial of the Chicago 7 é uma produção lançada pela Netflix esse ano, já que os cinemas permancem fechado em várias partes do mundo, mas seria lançado nos cinemas pela Paramount, e acredito que estará presente na temporada de premiações no início de 2021.
O roteiro é de Aaron Sorkin, responsável por um dos melhores roteiros da década "A Rede Social (2010)" (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
A Adaptação é um filme que eu vi sem esperar e sem saber nada dele, a surpresa foi extremamente positiva e aborda de um jeito muito bom um tema que é um dos meus grandes favoritos, a metalinguagem.
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Tea For Two é o primeiro filme brasileiro dirigido por uma pessoa trans a ser comercializado, um passo importante para maior diversidade. É dirigido, roteirizado e atuado por Julia Katharine. Eu, particularmente, gosto muito quando o artista participa de vários processos do filme como nesse caso, isso mostra muita entrega, confiança e coloca mais características pessoais no projeto.
“It’s partly a tricky, partly real. I don’t know how, but it happens.”
Depois de relembrar 8 1/2, não tem como sequer cogitar escrever sobre outra coisa. Não é à toa que esse filme se encontra em praticamente todas as listas conceituadas de melhores filmes de todos os tempos. Genial em todos os aspectos, faltam palavras. Primeiro, pelo contexto e caos de onde surgiu, e pela metalinguagem. Não há homenagem maior para algo que você ama do que usar ela mesma de inspiração e objeto para criar, reverenciando o processo. E esse é um filme sobre criar, sobre gerar algo perfeitamente ímpar em meio ao caos e sobre os problemas gerais e particulares do processo representados brilhantemente por sonhos, representações e flashbacks. A fotografia usando a luz, o branco e o contraste de maneira genial, que alinhada com o figurino e com a direção de arte impressiona. A edição tem papel fundamental na experiência fazendo os recortes com perfeição. A trilha sonora é perfeita. E a atuação de Mastroianni é certeira. Um filme para quem gostando arte e principalmente do processo de criação, que nunca é deslocado das particularidades de quem cria.
Guilty Bystander é um achado do cinema Noir, um filme independente e gravado totalmente em NY. A NWR restaurou a única cópia existente desse filme, e por isso podemos assistir com uma boa qualidade. É legal a chance de encontrar filmes de mais difíceis acesso pra ver um pouco mais além, mesmo que não sejam filmes incríveis (nem todos são, e faz parte). Sobre o filme, achei a experiência divertida, não é muito bom em comparação com outros títulos do gênero, mas vale pontuar a fotografia em algumas cenas, principalmente trabalhando com as sombras -como na cena da escada e do metrô-. A atuação é um pouco “over-acting” com uns clichês do gênero, mas mesmo assim é possível ter empatia pelo protagonista e torcer para ele não fazer algo de errado. Por fim, um melodrama pra passar o tempo sem muita preocupação. Ver filmes sempre vale a pena.
“Made a crazy risk. You gamble and it’s - about to pay off.”
Pessoalmente eu gostei muito de Uncut Gems, e amo quando o ritmo do filme age quase como um personagem no filme, seja quando é propositalmente lento para demonstrar uma ideia maior (como a passagem do tempo), ou quando é frenético e insano para demonstrar a ansiedade e os problemas do protagonista, que é o caso de Uncut Gems.
No início não gostei da trilha sonora, me pareceu descolada do que estava vendo, mas a sensação de desconforto é proposital, e acabei acostumando e gostando durante o resto do filme, me lembrou quase que instantaneamente -mesmo que a segunda seja incomparável- as composições de Giovanni Giorgio (Scarface).
Mas o que carrega o filme é, com certeza, a atuação de Adam Sandler. Injustamente ignorado no Oscar, a atuação frenética, o sotaque (que também me lembrou um pouco Tony Montana), a inquietação e alguns maneirismos, deixam ele irreconhecível do ator de comédias.
Outro ponto que gostei muito -também pro ritmo- é como um problema atrás do outro, faz com que muitos deles, maiores ou menores, sejam esquecidos ou ignorados, assim como pequenas vitórias. Isso fica muito claro quando o diretor opta por abrir o filme mostrando a mineração da pedra, e o diálogo de Howard com KG, mostrando que os problemas gigantes dos trabalhadores são completamente ignorados. Ou quando o resultado do exame não recebe a mínima importância em meio a todo o caos.
No final, gostei muito do resultado, principalmente da experiência do ritmo e da atuação. Gosto de ver atores com trabalhos diferentes, e novamente a Netflix aposta em um filme que não segue a fórmula tradicional e exaustiva dos gigantes do mercado.
"Sabe qual tipo de plano nunca falha? Não fazer plano nenhum."
Eu nem sei por onde começo a falar desse filme, são muitos pontos incríveis. Mesmo que pessoalmente eu não goste tanto desse estilo um pouco mais cômico, não teve como não ficar impressionado com a qualidade elevadíssima de praticamente tudo. A fotografia aprofundando com as luzes e cores a diferença entre as classes dos personagens. Diversos detalhes do roteiro, em que pontos e objetos que pareciam insignificantes momentaneamente voltavam com grande importância para a história. O retrato social que foi mostrado -muito importante atualmente- com diversas metáforas, tendo a chuva como a mais explícita, e pessoalmente minha preferida. A atuação, principalmente do Sang Kang-Ho (o pai da família protagonista) também me impressionou muito. Entre outros. Além de tudo, vejo esse filme com muita importância por ser mais um filme em língua não inglesa que ganha popularidade e destaque nas premiações, mas infelizmente ainda sendo minoria. No mais, algumas coisas me incomodaram, como conveniências para criar tensão que não funcionaram comigo, como a cena em que
o pai sai de baixo da mesa, e na mesma hora o filho do casal mais rico acende as luzes, seus pais acordam, e ninguém vê o homem deitado no chão
. Essa cena entre outras parece forçar um suspense de que aconteceria algo que sabíamos que não ia acontecer, logo não funcionou. Outras surpresas funcionaram bem, e esses detalhes e outras conveniências não deixam o filme de maneira nenhuma menos digno de tudo, só não funcionou comigo e vale reconhecer isso.
“Eu esperava que hoje fosse um bom dia. A esperança é algo perigoso.”
1917 é um ótimo filme e realmente merece todas as indicações técnicas quer acumula. A direção de Sam Mendes merece destaque, mas particularmente o mais impressionante é a fotografia de Roger Deakins (Blade Runner 2046, Sicário, entre outros). É um filme com técnicas impecáveis, e ter essa experiência no cinema só potencializa mais os sentimentos que são passados. Quanto ao roteiro, eu gosto de histórias curtas e pessoais e sou totalmente contra o pensamento comum (e infantil) de “só acho legal se tem plot twist”. Mas mesmo assim, particularmente não consegui sentir identificação ou me prender aos personagens, a virtuosidade técnica roubou a atenção, e a história ficou um pouco de lado (pra mim), fazendo com que momentos de alegria/recompensa não fossem nada emocionantes em comparação com os momentos de tensão. Um ponto que não gostei foi o suspense para mostrar certos personagens que são interpretados por grande atores, fazendo com que quando eles aparecessem a conexão não era com o personagem, e sim com quem atua, enfraquecendo a história. No mais, foi uma experiência muito boa. E para quem tem essa oportunidade, veja no cinema.
Amo a temporada de premiações porque elas trazem luz a filmes que talvez eu não conheceria em outro contexto, e esse é um dos que fico feliz em ter conhecido e visto. Antes de tudo, não tem como não achar a animação linda no geral, é o tipo de filme que acaba e você fica impressionado com a beleza e delicadeza que foi feito. Agora em pontos um pouco mais específicos, eu gostei demais de como um assunto delicado foi mostrado com tanto cuidado e beleza pelo roteiro, como as cenas do cotidiano, o carinho entre o casal, e o medo do protagonista . Os detalhes dos personagens, objetos e cenário do stop motion são impressionantes. A direção mostra ângulos que enriquecem a emoção que a cena quer passar, e há detalhes que deixam tudo com uma qualidade elevada, como a transição na cena da janela. Outro ponto que eu achei muito legal foi o fato da animação dos objetos refletirem o que passa na cabeça do senhor, deixando tudo ainda melhor.
No mais, a única coisa que não me agradou tanto -porque acredito que não precisava e já estava claro antes- foi a referência da Noite Estrelada. O jeito que os bonecos foram pintados já deixava clara a referencia a Van Gogh, não precisando explicitar mais.
Em meio as premiações, muita gente se prende apenas nas categorias consideradas principais e infelizmente acaba perdendo filmes como esse. A mensagem é muito bonita, e é passada de forma delicada. Achei emocionante e imagino como deve ser pra quem se identifica com a vivência dos personagens. Muito bom ter filmes assim ganhando mais espaço.
“Talvez encontremos Deus na jornada. Vou apresentá-lo a Ele”
Antes de tudo, é sempre muito legal ver bons filmes dirigidos por brasileiros, e novamente Meirelles entregou uma direção incrível. A escolha das câmeras e seu posicionamento traçaram o modo como a conversas entre os atores fluíam e a nossa sensação ao assistir. Num ritmo que simula o documental, algumas vezes a câmera leva nos a um distanciamento que faz parecer que estamos “espiando” de longe uma conversa particular, e em outras, passa aconchego e a amizade entre ambos, tornando leves e bonitas, cenas em que o motivo da conversa é repleto de tensão. Tudo isso só foi possível -também- devido ao trabalho dos atores, ambos incríveis, não apenas na aparência (destaque para a maquiagem) mas também nos trejeitos, sotaque, o modo como se olham e encaram as coisas.
P.S.: legal ter Dom Cláudio (Br), entre outros, diversas cenas ao lado de Bergoglio quando cardial, mostrando o cuidado do diretor, mesmo com personagens quase sem fala, deixando ainda mais similar a realidade.
Tive o privilégio de ver 'O Irlandês' no cinema -onde um filme desse merece ser visto- e a experiência vale cada minuto. Scorcese, que já marcou a história do cinema com Taxi Driver, Touro Indomável, e junto de De Niro e Joe Pesci em 'Os Bons Companheiros', nos dá mais um filme carregado de virtuosidade técnica e significado, dando aulas de como contar histórias e -ao meu ver- sendo um marco final para um gênero de filmes que já não vendem tanto. É como uma grande homenagem que reúne uma parte de algo gradioso que tivemos no século passado.
A atuação do trio é impecável, nos conectando com os personagens com passagens do auge ao fim da vida, tanto fisicamente como no poder que exercem. E o roteiro baseado no livro I Heard You Paint Houses é uma aula por si só, dando um ponto de vista para os filmes de máfia que vão além do glamour e poder, mas sobre as perdas, sacrifícios, e seu final inevitável.
A direção do Scorsese é perfeita como de costume, e tudo que eu disser sobre o diretor já foi dito antes por quem entende mais que eu. Gênio, apenas. Por fim, considero que o filme marca o fim de uma era (mas que nunca fecha essa porta totalmente), tanto no modo de fazer, como de consumir cinema.
Um clássico atual.
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Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista Agora"Other Animals Live In The Present. Humans Cannot, So They Invented Hope."
Com Charlie Kaufman, o ponto de maior destaque é o roteiro. Os diálogos no carro são incríveis, com ótimas referências e -auto- críticas, e não entrega tudo de mão beijada.
As atuações são boas, e o exageiro de alguns é proposital para gerar estranhesa, o que é bom, pois no filme, realidade e imaginação se confundem (ou se misturam?).
A direção de arte também tem papel fundamental pra enriquecer o filme junto com a fotografia.
Ei, quem estiver no letterboxd, add por lá, acho mais organizado e quero ler mais comentários em PT BR. (é caiquepeixoto)
O Diabo de Cada Dia
3.8 1,0K Assista Agora"Ain't no human head big enough to calculate misery like that."
The Devil All the Time é uma produção Netflix baseada no romance de mesmo nome. O filme mostra histórias interligadas entre si e marcadas por sofrimento e maldade.
É notável que o filme tenta ser bem amarrado, criando e juntando pontas para que as histórias em todos os arcos sejam conectadas, porém, se perde em si próprio. Na vontade de contar diferentes arcos onde a maldade é a única coisa que as unem, os núcleos e personagens ficam rasos.
Ei, quem estiver no letterboxd, add por lá, acho mais organizado e quero ler mais comentários em PT BR. (é caiquepeixoto)
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 551 Assista Agora“I found a new book which only tells the truth. It’s called Facebook. I learn so many facts there.”
Borat Subsequent Moviefilm mostra o humor já conhecido do primeiro filme, porém dessa vez a crítica tem um direcionamento mais claro, direto, e também chamaria de ativista. Isso eleva a importancia do filme no cenário atual e aqui tem seu maior mérito: mostra que a comédia mais escrachada com humor de absurdo e frases tão ridículas que só podem ser encaradas como piada não são tão absurdas quanto a realidade. Sasha Baron Cohen acertou no timing e na dosagem, com um roteiro que não apenas tira sarro da realidade absurdamente insana de quase metade dos EUA, mas a escancara seu retrocesso e imbecilidade com humor.
A realidade é pior que a pior piada.
Quem estiver por lá, me add no Letterboxd, me parece mais organizado, vamos deixar a plataforma cheia de comentários em PT-BR. é caiquepeixoto
Mulheres de Cinema
3.9 3“Contemplando-se até hoje no quadro de um cinema eminentemente masculino ela começa a revelar sua face oculta”
Um curta documentário muito importante sobre a história da mulher brasileira no cinema, passando por nomes importantes de atrizes, diretoras, e obras, contando brevemente sua história. Poderia ser um longa. Para mim, o filme passou muito rápido, fiquei curioso sobre mais, e queria ver sobre alguns pontos com mais detalhes. Mas foi muito bom porque além de mostrar histórias que ficam algumas vezes despercebidas pelo grande público, gera curiosidade sobre o tema. Um ótimo introdutório para o cinema brasileiro de mulheres.
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista Agora“A Jedi's weapon deserves more respect.”
Eu sempre começo um texto com uma citação do filme. Pra mim, essa é a que merece estar aqui, sem dúvidas.
Já começo assumindo que não sou um grande fã da saga, apesar de ter amado a primeira trilogia quando mais novo.
E mesmo sem ser o mais afcionado, sem esperar muito, nem agregar muito valor sentimental, esse filme só me pareceu uma ofensa à franquia. (...)
MUITO RUIM
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista Agora"I just don't know what I'm supposed to be."
Lost in Translation, dirigido e escrito pela Sophia Coppola conta a história de uma mulher e um homem que se encontram sozinhos no Japão.
O oscar de melhor roteiro é apenas o reconhecimento merecido do cuidado que esse filme conta a história. Sem se apoiar em clichês do gênero e sem apelar ao romance vazio, o roteiro mostra a aproximação dos dois quando suas vidas estão -mesmo em pontos diferentes- (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Cléo das 5 às 7
4.2 200 Assista Agora"As long as I'm beautiful, I'm alive".
Cléo das 5 às 7 é um dos filmes que impulsinou a carreira de Agnès Varda, e seu sucesso absolutamente não é a toa.
O filme mostra a vida da cantora Cléo esperando o resultado de um exame, entre as 17h e 19h. Apesar da premissa pintar uma situação de angustia, o filme vai na contramão disso, tratando o assunto com leveza e trás críticas importantes sobre como a mulher é vista na sociedade (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Duna
2.9 412 Assista Agora“Fear is the mind killer”
Assisti o Dune de 1984 por causa do lançamento do de 2020. Antes disso tinha curiosidade pela adaptação do Jodorowsky, mas isso não era suficiente para querer ver esse.
O filme saiu em um contexto conturbado onde os direitos do livro já estavam para expirar, com a escolha do Lynch em cima da hora, e com o diretor já sem muito interesse pelo gênero. O resultado é exatamente o esperado nesse cenário desfavorável. (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Trama Fantasma
3.7 803 Assista Agora"Do you think I will ever get better?"
Phantom Thread é mais uma obra impecável de Paul Thomas Anderson e a despedida de Daniel Day Lewis que entra em sua aposentadoria. Parece contráditorio escrever isso antes de um texto mas: me faltam palavras.
Mas mesmo assim posso tentar elencar alguns pontos que impressionam na execução, sendo o primeiro a atuação do protagonista, como já era de se esperar. É tudo muito delicado e ainda assim com maneirismos muito característicos, enriquecendo (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. Vamos lá deixar as revisões em português!
é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Os 7 de Chicago
4.0 580 Assista Agora"This is a political trial. This was already decided for us."
The Trial of the Chicago 7 é uma produção lançada pela Netflix esse ano, já que os cinemas permancem fechado em várias partes do mundo, mas seria lançado nos cinemas pela Paramount, e acredito que estará presente na temporada de premiações no início de 2021.
O roteiro é de Aaron Sorkin, responsável por um dos melhores roteiros da década "A Rede Social (2010)" (...)
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Adaptação.
3.9 707 Assista Agora"You are what You love. Not what loves You."
A Adaptação é um filme que eu vi sem esperar e sem saber nada dele, a surpresa foi extremamente positiva e aborda de um jeito muito bom um tema que é um dos meus grandes favoritos, a metalinguagem.
No letterboxd comento os filmes de um jeito mais completo, lá é mais organizado. é //letterboxd. com/caiquepeixoto/
Tea For Two
3.3 12"Eu já te vi antes sim"
Tea For Two é o primeiro filme brasileiro dirigido por uma pessoa trans a ser comercializado, um passo importante para maior diversidade.
É dirigido, roteirizado e atuado por Julia Katharine. Eu, particularmente, gosto muito quando o artista participa de vários processos do filme como nesse caso, isso mostra muita entrega, confiança e coloca mais características pessoais no projeto.
Letterboxd: //letterboxd .com/caiquepeixoto/
8½
4.3 409 Assista Agora“It’s partly a tricky, partly real. I don’t know how, but it happens.”
Depois de relembrar 8 1/2, não tem como sequer cogitar escrever sobre outra coisa.
Não é à toa que esse filme se encontra em praticamente todas as listas conceituadas de melhores filmes de todos os tempos. Genial em todos os aspectos, faltam palavras.
Primeiro, pelo contexto e caos de onde surgiu, e pela metalinguagem. Não há homenagem maior para algo que você ama do que usar ela mesma de inspiração e objeto para criar, reverenciando o processo. E esse é um filme sobre criar, sobre gerar algo perfeitamente ímpar em meio ao caos e sobre os problemas gerais e particulares do processo representados brilhantemente por sonhos, representações e flashbacks.
A fotografia usando a luz, o branco e o contraste de maneira genial, que alinhada com o figurino e com a direção de arte impressiona. A edição tem papel fundamental na experiência fazendo os recortes com perfeição. A trilha sonora é perfeita. E a atuação de Mastroianni é certeira.
Um filme para quem gostando arte e principalmente do processo de criação, que nunca é deslocado das particularidades de quem cria.
Guilty Bystander
3.4 2 Assista Agora“It’s always almost until you get there”
Guilty Bystander é um achado do cinema Noir, um filme independente e gravado totalmente em NY. A NWR restaurou a única cópia existente desse filme, e por isso podemos assistir com uma boa qualidade. É legal a chance de encontrar filmes de mais difíceis acesso pra ver um pouco mais além, mesmo que não sejam filmes incríveis (nem todos são, e faz parte).
Sobre o filme, achei a experiência divertida, não é muito bom em comparação com outros títulos do gênero, mas vale pontuar a fotografia em algumas cenas, principalmente trabalhando com as sombras -como na cena da escada e do metrô-.
A atuação é um pouco “over-acting” com uns clichês do gênero, mas mesmo assim é possível ter empatia pelo protagonista e torcer para ele não fazer algo de errado.
Por fim, um melodrama pra passar o tempo sem muita preocupação. Ver filmes sempre vale a pena.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista Agora“Made a crazy risk. You gamble and it’s - about to pay off.”
Pessoalmente eu gostei muito de Uncut Gems, e amo quando o ritmo do filme age quase como um personagem no filme, seja quando é propositalmente lento para demonstrar uma ideia maior (como a passagem do tempo), ou quando é frenético e insano para demonstrar a ansiedade e os problemas do protagonista, que é o caso de Uncut Gems.
No início não gostei da trilha sonora, me pareceu descolada do que estava vendo, mas a sensação de desconforto é proposital, e acabei acostumando e gostando durante o resto do filme, me lembrou quase que instantaneamente -mesmo que a segunda seja incomparável- as composições de Giovanni Giorgio (Scarface).
Mas o que carrega o filme é, com certeza, a atuação de Adam Sandler. Injustamente ignorado no Oscar, a atuação frenética, o sotaque (que também me lembrou um pouco Tony Montana), a inquietação e alguns maneirismos, deixam ele irreconhecível do ator de comédias.
Outro ponto que gostei muito -também pro ritmo- é como um problema atrás do outro, faz com que muitos deles, maiores ou menores, sejam esquecidos ou ignorados, assim como pequenas vitórias. Isso fica muito claro quando o diretor opta por abrir o filme mostrando a mineração da pedra, e o diálogo de Howard com KG, mostrando que os problemas gigantes dos trabalhadores são completamente ignorados. Ou quando o resultado do exame não recebe a mínima importância em meio a todo o caos.
No final, gostei muito do resultado, principalmente da experiência do ritmo e da atuação. Gosto de ver atores com trabalhos diferentes, e novamente a Netflix aposta em um filme que não segue a fórmula tradicional e exaustiva dos gigantes do mercado.
Parasita
4.5 3,6K Assista Agora"Sabe qual tipo de plano nunca falha? Não fazer plano nenhum."
Eu nem sei por onde começo a falar desse filme, são muitos pontos incríveis.
Mesmo que pessoalmente eu não goste tanto desse estilo um pouco mais cômico, não teve como não ficar impressionado com a qualidade elevadíssima de praticamente tudo.
A fotografia aprofundando com as luzes e cores a diferença entre as classes dos personagens. Diversos detalhes do roteiro, em que pontos e objetos que pareciam insignificantes momentaneamente voltavam com grande importância para a história. O retrato social que foi mostrado -muito importante atualmente- com diversas metáforas, tendo a chuva como a mais explícita, e pessoalmente minha preferida. A atuação, principalmente do Sang Kang-Ho (o pai da família protagonista) também me impressionou muito. Entre outros.
Além de tudo, vejo esse filme com muita importância por ser mais um filme em língua não inglesa que ganha popularidade e destaque nas premiações, mas infelizmente ainda sendo minoria.
No mais, algumas coisas me incomodaram, como conveniências para criar tensão que não funcionaram comigo, como a cena em que
o pai sai de baixo da mesa, e na mesma hora o filho do casal mais rico acende as luzes, seus pais acordam, e ninguém vê o homem deitado no chão
1917
4.2 1,8K Assista Agora“Eu esperava que hoje fosse um bom dia. A esperança é algo perigoso.”
1917 é um ótimo filme e realmente merece todas as indicações técnicas quer acumula. A direção de Sam Mendes merece destaque, mas particularmente o mais impressionante é a fotografia de Roger Deakins (Blade Runner 2046, Sicário, entre outros). É um filme com técnicas impecáveis, e ter essa experiência no cinema só potencializa mais os sentimentos que são passados.
Quanto ao roteiro, eu gosto de histórias curtas e pessoais e sou totalmente contra o pensamento comum (e infantil) de “só acho legal se tem plot twist”. Mas mesmo assim, particularmente não consegui sentir identificação ou me prender aos personagens, a virtuosidade técnica roubou a atenção, e a história ficou um pouco de lado (pra mim), fazendo com que momentos de alegria/recompensa não fossem nada emocionantes em comparação com os momentos de tensão.
Um ponto que não gostei foi o suspense para mostrar certos personagens que são interpretados por grande atores, fazendo com que quando eles aparecessem a conexão não era com o personagem, e sim com quem atua, enfraquecendo a história.
No mais, foi uma experiência muito boa. E para quem tem essa oportunidade, veja no cinema.
Mémorable
4.4 75"Ne me lâche pas"
Amo a temporada de premiações porque elas trazem luz a filmes que talvez eu não conheceria em outro contexto, e esse é um dos que fico feliz em ter conhecido e visto.
Antes de tudo, não tem como não achar a animação linda no geral, é o tipo de filme que acaba e você fica impressionado com a beleza e delicadeza que foi feito.
Agora em pontos um pouco mais específicos, eu gostei demais de como um assunto delicado foi mostrado com tanto cuidado e beleza pelo roteiro, como as cenas do cotidiano, o carinho entre o casal, e o medo do protagonista .
Os detalhes dos personagens, objetos e cenário do stop motion são impressionantes. A direção mostra ângulos que enriquecem a emoção que a cena quer passar, e há detalhes que deixam tudo com uma qualidade elevada, como a transição na cena da janela. Outro ponto que eu achei muito legal foi o fato da animação dos objetos refletirem o que passa na cabeça do senhor, deixando tudo ainda melhor.
No mais, a única coisa que não me agradou tanto -porque acredito que não precisava e já estava claro antes- foi a referência da Noite Estrelada. O jeito que os bonecos foram pintados já deixava clara a referencia a Van Gogh, não precisando explicitar mais.
Hair Love
4.5 127“A whole lotta love”
Em meio as premiações, muita gente se prende apenas nas categorias consideradas principais e infelizmente acaba perdendo filmes como esse.
A mensagem é muito bonita, e é passada de forma delicada. Achei emocionante e imagino como deve ser pra quem se identifica com a vivência dos personagens.
Muito bom ter filmes assim ganhando mais espaço.
Dois Papas
4.1 962 Assista Agora“Talvez encontremos Deus na jornada. Vou apresentá-lo a Ele”
Antes de tudo, é sempre muito legal ver bons filmes dirigidos por brasileiros, e novamente Meirelles entregou uma direção incrível.
A escolha das câmeras e seu posicionamento traçaram o modo como a conversas entre os atores fluíam e a nossa sensação ao assistir. Num ritmo que simula o documental, algumas vezes a câmera leva nos a um distanciamento que faz parecer que estamos “espiando” de longe uma conversa particular, e em outras, passa aconchego e a amizade entre ambos, tornando leves e bonitas, cenas em que o motivo da conversa é repleto de tensão.
Tudo isso só foi possível -também- devido ao trabalho dos atores, ambos incríveis, não apenas na aparência (destaque para a maquiagem) mas também nos trejeitos, sotaque, o modo como se olham e encaram as coisas.
P.S.: legal ter Dom Cláudio (Br), entre outros, diversas cenas ao lado de Bergoglio quando cardial, mostrando o cuidado do diretor, mesmo com personagens quase sem fala, deixando ainda mais similar a realidade.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista Agora"Por favor deixa a porta entre aberta."
Tive o privilégio de ver 'O Irlandês' no cinema -onde um filme desse merece ser visto- e a experiência vale cada minuto. Scorcese, que já marcou a história do cinema com Taxi Driver, Touro Indomável, e junto de De Niro e Joe Pesci em 'Os Bons Companheiros', nos dá mais um filme carregado de virtuosidade técnica e significado, dando aulas de como contar histórias e -ao meu ver- sendo um marco final para um gênero de filmes que já não vendem tanto. É como uma grande homenagem que reúne uma parte de algo gradioso que tivemos no século passado.
A atuação do trio é impecável, nos conectando com os personagens com passagens do auge ao fim da vida, tanto fisicamente como no poder que exercem. E o roteiro baseado no livro I Heard You Paint Houses é uma aula por si só, dando um ponto de vista para os filmes de máfia que vão além do glamour e poder, mas sobre as perdas, sacrifícios, e seu final inevitável.
Por fim, considero que o filme marca o fim de uma era (mas que nunca fecha essa porta totalmente), tanto no modo de fazer, como de consumir cinema.
Um clássico atual.