Eis um filme complexo que engloba conceitos políticos, relacionamentos familiares e métodos de ensino. Ele descreve com lucidez o mundo juvenil que é muito organizado e racionalizado, o revelando como a réplica de uma sociedade vazia e cruel. Antes de introduzir o filme há um termo bastante relevante que é necessário ter compreensão para o bom entendimento do roteiro : autocracia. Esta palavra deriva do grego e significa autogoverno (auto=próprio e kratia=poder). Neste tipo de governo, o indivíduo ou o grupo que lidera tem poder ilimitado para mudar as leis às quais devem obedecer a massa dominada. Algo diretamente relacionado à ideologia do fascismo italiano de Mussolini ou ao nazismo alemão de Hitler. O filme foi baseado em acontecimentos reais em uma escola secundária na Califórnia em 1967. Em uma escola na Alemanha, haverá uma semana de projetos relacionados à temas políticos. Uma turma escolheu a autocracia e a outra, a anarquia. O foco do filme é a primeira turma e seu professor, Rainer Wenger. Após fazer um “brainstorming” com os alunos e fazê-los entender as características da autocracia e de regimes ditatoriais, o professor resolve trazer estes conceitos para a vida real e implantar em sala de aula um regime parecido porém ficcional. Ele foi eleito o mandatário do regime e os alunos seriam a população. Tal movimento recebeu o nome de “A onda”. O problema foi que isto tomou uma proporção maior que o imaginado e, inclusive, ultrapassou os muros da escola. “A onda” saiu levando tudo que via na frente. A organização ficou com cara de gangue e as pessoas com cara de soldados. Temos instalados problemas de cunhos sociais e familiares pois a reação de cada jovem à implantação desta experiência é intrinsicamente relacionada a seu dia-a-dia com suas famílias. Os que têm limites impostos por seus pais acabam por repudiar ou questionar a nova ordem da sala de aula e os que, de alguma forma, têm carência de autoridade acabam influenciados muito mais facilmente e até alienando-se. Vemos também que pessoas com suas capacidades intelectuais ainda mal formadas podem ser influenciadas a ponto de seguirem ideologias totalmente contrárias ao que eles, precariamente, pensavam. O período de desenvolvimento da identidade de cada um é bastante importante e não pode ser negligenciado porém isto é algo muito comum entre as famílias, deixar a educação de seus filhos nas mãos da escola. Resumindo de forma rápida a narrativa, vemos quão alienados ficaram os alunos e que a experiência educacional que, à princípio foi bem aceita e até teve um viés inovador, não poderia ter sido aplicada em pessoas imaturas. Acabamos refletindo sobre o tamanho da responsabilidade que os professores têm nas mãos em criar métodos de ensino eficazes e que tragam bons resultados para a educação pedagógica de nossos filhos e também o fundamental papel da família, que deve prover a chamada educação para vida, de modo que introduzam na sociedade pessoas de bom caráter e sabedoras de seu papel no mundo. Aprendemos, no filme, que, se algo pode sair do controle, melhor nem iniciar. Melhor prevenir do que remediar! Mais críticas em Cineminha Zumbacana (digitem no google pois aqui não é permitido colar o link).
O cinema italiano! Ahh, o grande cinema italiano de boa parte do século XX! De Federico Felinni, o maior de todos! De Michelangelo Antonioni! De Roberto Rosselini! De Vittorio de Sicca, ganhador de 4 Oscars de melhor filme estrangeiro! De Marcello Mastroianni, o maior ator e mais famoso galã que a Itália já produziu! De Sophia Loren, a maior atriz e mais bela mulher que já apareceu nas telas de cinema italianos e talvez do mundo! Nesta comédia deliciosa temos a união de um grande diretor com dois protagonistas icônicos que resultou numa obra inesquecível e que nos proporciona um grande divertimento além de uma boa reflexão. “Matrimônio à italiana” foca na relação de Domenico e Filumena. Ele, um negociante, louco por mulheres e avesso a qualquer tipo de compromisso conjugal, em resumo, o típico malandro rico e conquistador. Ela, uma prostituta que sonha em um dia largar o bordel, levar uma vida normal e casar-se. Em um bombardeio na Segunda Guerra Mundial os dois se conhecem no bordel e, alguns anos depois, em um encontro ao acaso, Domenico, encantado com a beleza de Filumena, resolve tirá-la de sua vida sofrida e mantê-la num apartamento. Essa relação passaria de duas décadas – e nada de casamento. O problema é que Filumena não era tão ingênua quanto Domenico imaginava. Quando citei o termo comédia deliciosa no primeiro parágrafo fiz alusão ao comportamento dos personagens durante, pelo menos, a primeira parte do filme que é mais cômica. São aqueles italianos temperamentais e exagerados em seus gestos e palavras. Além disso são criadas situações bastante incovenientes, que colocam o personagem de Mastroianni sempre em maus lençóis com sua coleção de mulheres. São cenas engraçadíssimas. A segunda parte do filme tem um viés mais dramático, foca na vida de Filumena e consequentemente no tema da prostituição mas o mesmo é tratado com muita sutileza pelo diretor. Vemos a vida sofrida da protagonista e conhecemos os seus segredos que virão à tona no fim do filme, para desespero de Domenico. Ela só queria uma família mas o destino colocou a pessoa errada no seu caminho apesar de que sua situação difícil no bordel não lhe deixava muita opção e nem lhe dava muito tempo para esperar e fazer uma melhor escolha. Ao ver que daquele mato não saía coelho, ela traçou um plano infalível para nosso deleite. É até desnecessário comentar, mas Sophia Loren está divina. O diretor, sabedor do tamanho da beleza da moça, exagerou nos closes em seu rosto e mostrou seu corpo sempre que a cena permitia. “Mamma mia“, que mulher mais linda! Ela é a maior atração da filme, não só por seus atributos físicos, mas também pela sua atuação de gala que lhe rendeu até uma indicação ao Oscar de melhor atriz em 1965. Lembrando que não é usual indicar atrizes estrangeiras e isto só confirma sua grande atuação. Destaco também a trilha sonora composta por músicas clássicas e trechos de óperas. Mais italiana impossível ! “Matrimônio à italiana” é daqueles filmes que pensamos ao terminar : como eu não vi este filme antes? Tem todos os elementos do estilo de comédias italianas que marcaram a história do cinema juntamente com um toque dramático para fazer um contra-ponto bem interessante. Além disso, tem Sophia ! Não precisa comentar mais nada. Foi uma mistura de elementos que realmente deu bastante certo e resultou em um inesquecível clássico da terra da velha bota. Mais críticas em Cineminha Zumbacana (digite no Google pois aqui não permite colar o link).
Bem-vindos ao reino encantado das crianças através deste filme marcado por uma singeleza sem igual, como há tempos não via. Um mundo imaginário, de sonhos, anseios, dúvidas, medos, amores, descobertas e sobretudo inocência (esta é a palavra que melhor descreve o filme). Flores amarelas na grama verde é o representante do Vietnã no Oscar 2017. Numa vila pobre do interior do Vietnã moram 3 crianças : os irmãos Thieu e Tuong e a menina Man. O filme transcorre sob a ótica deles. Os irmão vivem uma relação de amizade e cumplicidade muito bonita mas também da concorrência inerente da idade. Thieu gosta de Man e a considera seu primeiro amor. Tuong, caçula da família, ainda não liga para isso e só quer brincar com seu sapo de estimação mas Thieu tem ciúmes de seu irmão quando ele interage com Man e este é o único motivo de desunião entre eles. O filme mostra basicamente o dia-a-dia das crianças em meio às dificuldades da vida e os acontecimentos na vila. São crianças que realmente vivem suas infâncias em seus próprios mundinhos infantis de imaginação apesar da falta de recursos e a incessante luta pela sobrevivência. Vivem as fases que as crianças têm que viver longe do mundo informatizado que temos hoje : constroem brinquedos com gravetos e folhas, brincam de bola de gude, caçam insetos, apaixonam-se fisicamente e não virtualmente, divertem-se até na dificuldade e imaginam príncipes, princesas e demônios. Tudo isto é o universo delas : é o único que elas têm acesso, ou seja, é o mundo real. O roteiro é simples mas apaixonante. O elenco infantil é primoroso. A garotinha Man exala graciosidade e os meninos parecem artistas experientes. A fotografia é impecável com lindas paisagens vietnamitas e a trilha sonora acompanha a sensibilidade mostrada ao longo da história. O filme em si é um doce e suave entretenimento para todos. Este filme é literalmente arte ! Mais críticas em Cineminha Zumbacana (digite no Google pois aqui não deixa colar o link).
Sultan é um filme de luta : pela sobrevivência, pela vida, pelo honra e pelo amor. É o típico filme masala indiano, só que desta vez num contexto esportivo. É quase um filme motivacional que deixa mensagens de perseverança, respeito, dignidade e, sobretudo, amor. Clichês, temos à vontade, como a maioria dos filmes da mesma temática contudo Sultan não deixa de ter inúmeras qualidades que proporcionam uma ótima experiência cinematográfica. Na Índia, uma franquia internacional parecida com o MMA que conhecemos não consegue crescer no país e está à beira da falência pela falta de interesse da população local. Após muito pensar, seu gestor pediu uma última chance para alavancar o esporte no país, e, para isto, ele tentaria trazer para o ringue, o maior lutador da história da Índia. Ele era nada mais nada menos que o aposentado Sultan Ali Khan, campeão olímpico e mundial de luta e ídolo incontestável do povo indiano. Em flashbacks, o filme começa a mostrar a história de Sultan desde o início de sua carreira, incluíndo sua grande motivação para enveredar do mundo das lutas : sua paixão pela lutadora e campeã estadual, Aarfa, a qual conheceu por acaso num acidente. Não vemos apenas sua ascenção e suas glórias mas também sua queda, seus dramas, seus defeitos e a força dispensada para buscar uma volta por cima na carreira e na vida. Alguns sub-temas interessantes estão inseridos no roteiro e são dignos de menção : a dificuldade que algumas pessoas têm em lidar com a fama e o sucesso, deixando a arrogância e a prepotência tomarem lugar; a grande virtude de permitir o perdão; a importância que a família tem na vida de uma pessoa; a priorização de objetivos e grandes dores da alma. São temas complexos que nem todo mundo sabe administrar de uma maneira saudável. O filme mostra que maus pensamentos levam a um caminho espinhoso que nem sempre pode ser superado. Em Sultan, o romance anda lado a lado com o esporte e um grande drama que persegue o protagonista a partir de um determinado momento – quando ele vira estrela e leva um grande tombo em sua vida particular. Neste contexto, ele deverá rever seus conceitos, ponderar o que é mais importante e reconquistar o tempo perdido. Temos um filme bastante musical e coreografado, como já é praxe no cinema indiano, e temos também o intérprete de Sultan, o excelente Salman Khan, em sua melhor forma como ator, alternando momentos de felicidade e tristeza com bastante competência. As danças do roliço Sultan são realmente um show à parte e são engraçadíssimas. Às vezes, uma grande queda leva à reflexão e fazem as pessoas melhores. Há de haver uma forma de equilibrar os valores realmente importantes na vida com os interesses pessoais de cada um. A busca desta resposta resume este grande filme. Mais críticas em Cineminha Zumbacana (digite no Google, aqui não pode colocar o link).
A Caxemira é uma região muito fértil entre a Índia e o Paquistão. Ao longo da história dos 2 países, esta região já causou uma série de conflitos e é um tema recorrente em filmes indianos. Sob o pano de fundo do período chamado Insurgência da Caxemira, em 1995, quando separatistas e nacionalistas se enfrentaram, que a história do filme desenvolve-se. “Haider” recebeu críticas positivas em todo o mundo e ganhou diversos prêmios. Merecidíssimo para esta adaptação moderna de Hamlet. Hilaal Meer, um médico que trabalha na região do conflito, concorda em fazer, nas dependências de sua casa, uma cirurgia de apêndice no líder de um grupo militante pró-separatista para evitar que ele fosse capturado mesmo contando com a reprovação de sua esposa Ghazala por este ato. No outro dia, após um ataque militar e a delação de alguém, Hilaal é acusado de abrigar terroristas, sua casa é destruída e ele é levado para um destino indeterminado. Após estes acontecimentos, Haider, filho de Hilaal, que fora enviado para estudar em outro Estado alguns meses antes, retorna a sua cidade à procura do paradeiro de seu pai e para descobrir quem foi o traidor que causou toda essa reviravolta em sua família. O principal suspeito é Khurram, seu tio, irmão de seu pai, que, com o desenrolar do roteiro, acaba protegido sob a égide do Estado. “Haider” é uma história de traições e vingança que mistura ingredientes de um excelente filme de suspense, principalmente motivado pela presença de uma personagem chave da trama, a misteriosa Ghazala, mãe de Haider, com muita ação em grande parte do filme. A cada nova descoberta, o aura negra da vingança instala-se com mais força e o ódio de Haider é incrementado, tornando o rapaz quase um vulcão em erupção. Preparem-se pois sua lava vai queimar muita gente ! Interessante notar que mesmo mostrando um ódio tão insano e tão pungente, o filme faz questão de retratar a natureza cíclica da vingança e da violência, deixando uma mensagem de paz. Dentre todos os filmes indianos que já assisti, posso dizer sem pensar duas vezes que o final de Haider foi um dos mais impactantes e espetaculares. Lembrou-me “Três homens em conflito” de Sergio Leone, “Kill Bill” de Quentin Tarantino e “O regresso” de Alejandro G. Iñarritu. Uma “masala” de filmes que resultou em um sabor indiscutível. Este filme ganhou o prêmio de melhor coreografia no Filmfare, o Oscar indiano. Tinha que destacar a cena que motivou esta premiação pois foi espetacular. Uma música, e sua respectiva dança, com ares de superprodução, que desvenda o vilão da trama na frente de todos em uma solenidade de casamento. Só uma produção indiana para conseguir manter as tradições de seu cinema e encaixar perfeitamente música e dança num filme tão “pesado” e conseguir um resultado magnífico. Se não fosse aquele final, este seria o ápice do filme. Haider é um filme surpreendente mesmo com uma temática batida e um roteiro baseado numa história mais do que conhecida. O Hamlet da terra dos elefantes congelados queimou qualquer dúvida que por ventura existisse quanto à maturidade que o cinema indiano alcançou nos últimos 10 anos. Sua qualidade indiscutível põe a Índia em pé de igualdade com qualquer outro país no item produção cinematográfica. Qualquer preconceito ou pré-julgamento pode ser jogado ralo abaixo pois não há mais razão de existir. Mais críticas em Cineminha Zumbacana. Procure no google (não é permitido colocar o link aqui).
Vou fazer um comentário sob a ótica de uma pessoa que acabou de ver seu 12º Almodóvar. Sou fã deste diretor e acho seus filmes magníficos e só vi Amantes Passageiros por curiosidade pois já havia lido os comentários e as notas nos sites de cinema pelo mundo. Realmente vou ter que aceitar as críticas negativas pois é um filme até meio trash onde rimos apenas pelas besteiras e putarias que acontecem ao longo do filme. Roteiro fraquíssimo ! Só recomendo para aqueles que querem "desopilar", rir um pouco de bobagem.
É impressionante como essa cultura patriótica é passada de geração em geração nos Estados Unidos. Parece que isto é mais importante que qualquer coisa, inclusive a vida. Fora está crítica, vou falar do filme. É um filme de 3 horas onde a primeira hora tem 2 ou 3 fatos relevantes para o desenrolar do filme é isto dava tranquilamente para mostrar em 10 min e n precisarmos assistir a todas aquelas danças e a bebedeira do casamento. O filme "pega" mesmo a partir da segunda hora e é realmente um bom filme mas n me cativou (talvez pela crítica que fiz no começo do comentário) e acho que só ganhou o Oscar pela grande atuação de Robert de Niro e talvez pela fraca produção cinematográfica do ano que concorreu. Ademais, é um filme tenso e agoniante.
Acho que há uma grande diferença entre ver Acossado nos dias de hoje e na década de 60 quando foi lançado. Toda a liberdade que a Nouvelle Vague permitiu à Godard para filmar com a câmera na mão e abusar dos jump cuts neste filme foram bastante revolucionários e estabeleceram um grande diferencial no estilo de filmagem. Ademais é um filme muito bom mesmo, com um roteiro bastante inteligente e apresentando um Belmondo bastante à vontade. Além disso, uma Jean Seberg com olhos maravilhosos. É um filme que nos dias de hoje pode parecer "normal" mas que não podemos desprezar sua importância histórica como vanguardista do cinema francês.
Quando vejo um filme de Almodóvar já espero um roteiro sensacional e Volver é mais um exemplo disso. Ele vai lançando as pontas do roteiro ao longo do filme e no final ata todas esses pontas com um nó bem forte. Em relação ao filme, achei um mergulho na alma das mulheres do filme. Os homens são apenas adereços neste filme. Usando o termo que Hitchcock inventou, eles são apenas McGuffins. A Penélope Cruz e a carmen Saura deram um show de atuação. Vale a pena ver.
Vou ser um pouco rigoroso afinal trata-se de um filme sobre a vida do meu ídolo. Não adianta criticar o artista que o representou pois Chaplin é único e então uma intepretação que faça lembrá-lo já está de bom tamanho e Downey Jr não comprometeu. O filme em si é bom. Retrata bem os principais fatos que marcaram a vida deste gênio. Tenho duas grandes ressalvas. Primeiramente, a maquiagem é péssima, em alguns momentos até faz lembrar a pessoa de Chaplin mas apresenta-se ao longo do filme como muito artificial. A segunda ressalva é o final do filme. A cena de Chaplin emocionado recebendo seu Oscar honorário e recebendo a maior reverência da história do Oscar (vários minutos de aplausos de pé) é tão marcante que não deveria ter sido negligenciada. Até achei legal o final do filme mas achei essa omissão um crime. Em resumo, é um bom filme para conhecer a história de Chaplin. Obviamente é impossível ter tantos detalhes quanto o livro mas o filme é interessante para os curiosos é imprescindível para os fãs.
Um dos expoentes do expressionismo alemão com todas as características que este tão importante movimento da história do cinema coloca em seus filmes representantes. Muitas passagens interessantes e um bom filme realmente. Não gostei muito do miolo do filme, um pouco enfadonho. O início e o fim, sim, impecáveis. Verei mais filmes sombrios para aprimorar meu juízo de valor sobre o expressionismo.
Para um filme com essa duração ser bom, ele tem q ser perfeito para que não se torne enfadonho. Lawrence da Arábia é quase perfeito. Aquele final muito político e a atuação um pouco forçada e/ou artificial de Peter o'Tolle não me deixou dar a nota 10 (já pensaram o Marlon Brando como Lawrence). Quis assisti-lo pensando em ver o épico dos épicos e vi um excelente filme, um show de filme de aventura. Valeu por tudo, fora esses pequenos "defeitos" que do alto de minha ignorância eu encontrei. Ainda fico com Ben-Hur como o épico dos épicos.
Assim como a maioria dos filmes de Capra : alegre, engraçado, crítico e sensível. Uma bela mensagem que aplica-se tranquilamente aos dias de hoje. O capitalismo exacerbado nos leva a esquecer as pequenas coisas e os valores morais da vida e isto também nos traz felicidade. A felicidade não se compra.
Um tema tão abordado no cinema como a segunda guerra necessita de inovação e criatividade para não ser mais do mesmo e "O filho de Saul" possui estas qualidades. A perspectiva sob a qual o diretor propõe que a história seja contada, a tela menor e quadrada, a maneira de filmar (câmera na mão, com todo o balanço inerente à esta forma de filmagem) e o foco na primeira pessoa (Saul), deixando tudo ao redor desfocado (cabendo aos efeitos sonoros a tarefa de fazer com que o espectador imagine todo o horror), faz com que este filme nos coloque dentro da narrativa e então proporciona uma experiência única. Somos praticamente observadores grudados nas costas de Saul. É um filme tenso e claustrofóbico que consegue passar uma mensagem de busca de dignidade onde praticamente ela inexiste e onde não há mais vida ou perspectiva dela. Apesar de difícil, recomendo bastante. Cinco estrelas e favorito.
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4.2 468 Assista AgoraMeu favorito ao Oscar de Melhor Filme Internacional 2023.
16 Extremos
3.0 10Esta nota baixa é ilusória. É um filme muito bom. Escrevi uma crítica sobre ele, está na seção Notícias.
A Onda
4.2 1,9KEis um filme complexo que engloba conceitos políticos, relacionamentos familiares e métodos de ensino. Ele descreve com lucidez o mundo juvenil que é muito organizado e racionalizado, o revelando como a réplica de uma sociedade vazia e cruel. Antes de introduzir o filme há um termo bastante relevante que é necessário ter compreensão para o bom entendimento do roteiro : autocracia. Esta palavra deriva do grego e significa autogoverno (auto=próprio e kratia=poder). Neste tipo de governo, o indivíduo ou o grupo que lidera tem poder ilimitado para mudar as leis às quais devem obedecer a massa dominada. Algo diretamente relacionado à ideologia do fascismo italiano de Mussolini ou ao nazismo alemão de Hitler. O filme foi baseado em acontecimentos reais em uma escola secundária na Califórnia em 1967.
Em uma escola na Alemanha, haverá uma semana de projetos relacionados à temas políticos. Uma turma escolheu a autocracia e a outra, a anarquia. O foco do filme é a primeira turma e seu professor, Rainer Wenger. Após fazer um “brainstorming” com os alunos e fazê-los entender as características da autocracia e de regimes ditatoriais, o professor resolve trazer estes conceitos para a vida real e implantar em sala de aula um regime parecido porém ficcional. Ele foi eleito o mandatário do regime e os alunos seriam a população. Tal movimento recebeu o nome de “A onda”. O problema foi que isto tomou uma proporção maior que o imaginado e, inclusive, ultrapassou os muros da escola. “A onda” saiu levando tudo que via na frente. A organização ficou com cara de gangue e as pessoas com cara de soldados.
Temos instalados problemas de cunhos sociais e familiares pois a reação de cada jovem à implantação desta experiência é intrinsicamente relacionada a seu dia-a-dia com suas famílias. Os que têm limites impostos por seus pais acabam por repudiar ou questionar a nova ordem da sala de aula e os que, de alguma forma, têm carência de autoridade acabam influenciados muito mais facilmente e até alienando-se. Vemos também que pessoas com suas capacidades intelectuais ainda mal formadas podem ser influenciadas a ponto de seguirem ideologias totalmente contrárias ao que eles, precariamente, pensavam. O período de desenvolvimento da identidade de cada um é bastante importante e não pode ser negligenciado porém isto é algo muito comum entre as famílias, deixar a educação de seus filhos nas mãos da escola.
Resumindo de forma rápida a narrativa, vemos quão alienados ficaram os alunos e que a experiência educacional que, à princípio foi bem aceita e até teve um viés inovador, não poderia ter sido aplicada em pessoas imaturas. Acabamos refletindo sobre o tamanho da responsabilidade que os professores têm nas mãos em criar métodos de ensino eficazes e que tragam bons resultados para a educação pedagógica de nossos filhos e também o fundamental papel da família, que deve prover a chamada educação para vida, de modo que introduzam na sociedade pessoas de bom caráter e sabedoras de seu papel no mundo. Aprendemos, no filme, que, se algo pode sair do controle, melhor nem iniciar. Melhor prevenir do que remediar!
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Matrimônio à italiana
4.1 36 Assista AgoraO cinema italiano! Ahh, o grande cinema italiano de boa parte do século XX! De Federico Felinni, o maior de todos! De Michelangelo Antonioni! De Roberto Rosselini! De Vittorio de Sicca, ganhador de 4 Oscars de melhor filme estrangeiro! De Marcello Mastroianni, o maior ator e mais famoso galã que a Itália já produziu! De Sophia Loren, a maior atriz e mais bela mulher que já apareceu nas telas de cinema italianos e talvez do mundo! Nesta comédia deliciosa temos a união de um grande diretor com dois protagonistas icônicos que resultou numa obra inesquecível e que nos proporciona um grande divertimento além de uma boa reflexão.
“Matrimônio à italiana” foca na relação de Domenico e Filumena. Ele, um negociante, louco por mulheres e avesso a qualquer tipo de compromisso conjugal, em resumo, o típico malandro rico e conquistador. Ela, uma prostituta que sonha em um dia largar o bordel, levar uma vida normal e casar-se. Em um bombardeio na Segunda Guerra Mundial os dois se conhecem no bordel e, alguns anos depois, em um encontro ao acaso, Domenico, encantado com a beleza de Filumena, resolve tirá-la de sua vida sofrida e mantê-la num apartamento. Essa relação passaria de duas décadas – e nada de casamento. O problema é que Filumena não era tão ingênua quanto Domenico imaginava.
Quando citei o termo comédia deliciosa no primeiro parágrafo fiz alusão ao comportamento dos personagens durante, pelo menos, a primeira parte do filme que é mais cômica. São aqueles italianos temperamentais e exagerados em seus gestos e palavras. Além disso são criadas situações bastante incovenientes, que colocam o personagem de Mastroianni sempre em maus lençóis com sua coleção de mulheres. São cenas engraçadíssimas.
A segunda parte do filme tem um viés mais dramático, foca na vida de Filumena e consequentemente no tema da prostituição mas o mesmo é tratado com muita sutileza pelo diretor. Vemos a vida sofrida da protagonista e conhecemos os seus segredos que virão à tona no fim do filme, para desespero de Domenico. Ela só queria uma família mas o destino colocou a pessoa errada no seu caminho apesar de que sua situação difícil no bordel não lhe deixava muita opção e nem lhe dava muito tempo para esperar e fazer uma melhor escolha. Ao ver que daquele mato não saía coelho, ela traçou um plano infalível para nosso deleite.
É até desnecessário comentar, mas Sophia Loren está divina. O diretor, sabedor do tamanho da beleza da moça, exagerou nos closes em seu rosto e mostrou seu corpo sempre que a cena permitia. “Mamma mia“, que mulher mais linda! Ela é a maior atração da filme, não só por seus atributos físicos, mas também pela sua atuação de gala que lhe rendeu até uma indicação ao Oscar de melhor atriz em 1965. Lembrando que não é usual indicar atrizes estrangeiras e isto só confirma sua grande atuação. Destaco também a trilha sonora composta por músicas clássicas e trechos de óperas. Mais italiana impossível !
“Matrimônio à italiana” é daqueles filmes que pensamos ao terminar : como eu não vi este filme antes? Tem todos os elementos do estilo de comédias italianas que marcaram a história do cinema juntamente com um toque dramático para fazer um contra-ponto bem interessante. Além disso, tem Sophia ! Não precisa comentar mais nada. Foi uma mistura de elementos que realmente deu bastante certo e resultou em um inesquecível clássico da terra da velha bota.
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Flores Amarelas na Grama Verde
4.0 16Bem-vindos ao reino encantado das crianças através deste filme marcado por uma singeleza sem igual, como há tempos não via. Um mundo imaginário, de sonhos, anseios, dúvidas, medos, amores, descobertas e sobretudo inocência (esta é a palavra que melhor descreve o filme). Flores amarelas na grama verde é o representante do Vietnã no Oscar 2017.
Numa vila pobre do interior do Vietnã moram 3 crianças : os irmãos Thieu e Tuong e a menina Man. O filme transcorre sob a ótica deles. Os irmão vivem uma relação de amizade e cumplicidade muito bonita mas também da concorrência inerente da idade. Thieu gosta de Man e a considera seu primeiro amor. Tuong, caçula da família, ainda não liga para isso e só quer brincar com seu sapo de estimação mas Thieu tem ciúmes de seu irmão quando ele interage com Man e este é o único motivo de desunião entre eles. O filme mostra basicamente o dia-a-dia das crianças em meio às dificuldades da vida e os acontecimentos na vila.
São crianças que realmente vivem suas infâncias em seus próprios mundinhos infantis de imaginação apesar da falta de recursos e a incessante luta pela sobrevivência. Vivem as fases que as crianças têm que viver longe do mundo informatizado que temos hoje : constroem brinquedos com gravetos e folhas, brincam de bola de gude, caçam insetos, apaixonam-se fisicamente e não virtualmente, divertem-se até na dificuldade e imaginam príncipes, princesas e demônios. Tudo isto é o universo delas : é o único que elas têm acesso, ou seja, é o mundo real.
O roteiro é simples mas apaixonante. O elenco infantil é primoroso. A garotinha Man exala graciosidade e os meninos parecem artistas experientes. A fotografia é impecável com lindas paisagens vietnamitas e a trilha sonora acompanha a sensibilidade mostrada ao longo da história. O filme em si é um doce e suave entretenimento para todos. Este filme é literalmente arte !
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Sultan
3.9 9 Assista AgoraSultan é um filme de luta : pela sobrevivência, pela vida, pelo honra e pelo amor. É o típico filme masala indiano, só que desta vez num contexto esportivo. É quase um filme motivacional que deixa mensagens de perseverança, respeito, dignidade e, sobretudo, amor. Clichês, temos à vontade, como a maioria dos filmes da mesma temática contudo Sultan não deixa de ter inúmeras qualidades que proporcionam uma ótima experiência cinematográfica.
Na Índia, uma franquia internacional parecida com o MMA que conhecemos não consegue crescer no país e está à beira da falência pela falta de interesse da população local. Após muito pensar, seu gestor pediu uma última chance para alavancar o esporte no país, e, para isto, ele tentaria trazer para o ringue, o maior lutador da história da Índia. Ele era nada mais nada menos que o aposentado Sultan Ali Khan, campeão olímpico e mundial de luta e ídolo incontestável do povo indiano. Em flashbacks, o filme começa a mostrar a história de Sultan desde o início de sua carreira, incluíndo sua grande motivação para enveredar do mundo das lutas : sua paixão pela lutadora e campeã estadual, Aarfa, a qual conheceu por acaso num acidente. Não vemos apenas sua ascenção e suas glórias mas também sua queda, seus dramas, seus defeitos e a força dispensada para buscar uma volta por cima na carreira e na vida.
Alguns sub-temas interessantes estão inseridos no roteiro e são dignos de menção : a dificuldade que algumas pessoas têm em lidar com a fama e o sucesso, deixando a arrogância e a prepotência tomarem lugar; a grande virtude de permitir o perdão; a importância que a família tem na vida de uma pessoa; a priorização de objetivos e grandes dores da alma. São temas complexos que nem todo mundo sabe administrar de uma maneira saudável. O filme mostra que maus pensamentos levam a um caminho espinhoso que nem sempre pode ser superado. Em Sultan, o romance anda lado a lado com o esporte e um grande drama que persegue o protagonista a partir de um determinado momento – quando ele vira estrela e leva um grande tombo em sua vida particular. Neste contexto, ele deverá rever seus conceitos, ponderar o que é mais importante e reconquistar o tempo perdido.
Temos um filme bastante musical e coreografado, como já é praxe no cinema indiano, e temos também o intérprete de Sultan, o excelente Salman Khan, em sua melhor forma como ator, alternando momentos de felicidade e tristeza com bastante competência. As danças do roliço Sultan são realmente um show à parte e são engraçadíssimas.
Às vezes, uma grande queda leva à reflexão e fazem as pessoas melhores. Há de haver uma forma de equilibrar os valores realmente importantes na vida com os interesses pessoais de cada um. A busca desta resposta resume este grande filme.
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Haider
4.1 27A Caxemira é uma região muito fértil entre a Índia e o Paquistão. Ao longo da história dos 2 países, esta região já causou uma série de conflitos e é um tema recorrente em filmes indianos. Sob o pano de fundo do período chamado Insurgência da Caxemira, em 1995, quando separatistas e nacionalistas se enfrentaram, que a história do filme desenvolve-se. “Haider” recebeu críticas positivas em todo o mundo e ganhou diversos prêmios. Merecidíssimo para esta adaptação moderna de Hamlet.
Hilaal Meer, um médico que trabalha na região do conflito, concorda em fazer, nas dependências de sua casa, uma cirurgia de apêndice no líder de um grupo militante pró-separatista para evitar que ele fosse capturado mesmo contando com a reprovação de sua esposa Ghazala por este ato. No outro dia, após um ataque militar e a delação de alguém, Hilaal é acusado de abrigar terroristas, sua casa é destruída e ele é levado para um destino indeterminado. Após estes acontecimentos, Haider, filho de Hilaal, que fora enviado para estudar em outro Estado alguns meses antes, retorna a sua cidade à procura do paradeiro de seu pai e para descobrir quem foi o traidor que causou toda essa reviravolta em sua família. O principal suspeito é Khurram, seu tio, irmão de seu pai, que, com o desenrolar do roteiro, acaba protegido sob a égide do Estado.
“Haider” é uma história de traições e vingança que mistura ingredientes de um excelente filme de suspense, principalmente motivado pela presença de uma personagem chave da trama, a misteriosa Ghazala, mãe de Haider, com muita ação em grande parte do filme. A cada nova descoberta, o aura negra da vingança instala-se com mais força e o ódio de Haider é incrementado, tornando o rapaz quase um vulcão em erupção. Preparem-se pois sua lava vai queimar muita gente !
Interessante notar que mesmo mostrando um ódio tão insano e tão pungente, o filme faz questão de retratar a natureza cíclica da vingança e da violência, deixando uma mensagem de paz. Dentre todos os filmes indianos que já assisti, posso dizer sem pensar duas vezes que o final de Haider foi um dos mais impactantes e espetaculares. Lembrou-me “Três homens em conflito” de Sergio Leone, “Kill Bill” de Quentin Tarantino e “O regresso” de Alejandro G. Iñarritu. Uma “masala” de filmes que resultou em um sabor indiscutível.
Este filme ganhou o prêmio de melhor coreografia no Filmfare, o Oscar indiano. Tinha que destacar a cena que motivou esta premiação pois foi espetacular. Uma música, e sua respectiva dança, com ares de superprodução, que desvenda o vilão da trama na frente de todos em uma solenidade de casamento. Só uma produção indiana para conseguir manter as tradições de seu cinema e encaixar perfeitamente música e dança num filme tão “pesado” e conseguir um resultado magnífico. Se não fosse aquele final, este seria o ápice do filme.
Haider é um filme surpreendente mesmo com uma temática batida e um roteiro baseado numa história mais do que conhecida. O Hamlet da terra dos elefantes congelados queimou qualquer dúvida que por ventura existisse quanto à maturidade que o cinema indiano alcançou nos últimos 10 anos. Sua qualidade indiscutível põe a Índia em pé de igualdade com qualquer outro país no item produção cinematográfica. Qualquer preconceito ou pré-julgamento pode ser jogado ralo abaixo pois não há mais razão de existir.
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Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraMeu estudo é pouco ...
Os Amantes Passageiros
3.1 648 Assista AgoraVou fazer um comentário sob a ótica de uma pessoa que acabou de ver seu 12º Almodóvar. Sou fã deste diretor e acho seus filmes magníficos e só vi Amantes Passageiros por curiosidade pois já havia lido os comentários e as notas nos sites de cinema pelo mundo. Realmente vou ter que aceitar as críticas negativas pois é um filme até meio trash onde rimos apenas pelas besteiras e putarias que acontecem ao longo do filme. Roteiro fraquíssimo ! Só recomendo para aqueles que querem "desopilar", rir um pouco de bobagem.
Scarface
4.4 1,8K Assista AgoraAl Pacino em uma atuação memorável e um filme excelente.
Julieta
3.8 529 Assista AgoraUm Almodóvar pouco ousado mas um Almodóvar.
O Franco Atirador
4.0 353 Assista AgoraÉ impressionante como essa cultura patriótica é passada de geração em geração nos Estados Unidos. Parece que isto é mais importante que qualquer coisa, inclusive a vida. Fora está crítica, vou falar do filme. É um filme de 3 horas onde a primeira hora tem 2 ou 3 fatos relevantes para o desenrolar do filme é isto dava tranquilamente para mostrar em 10 min e n precisarmos assistir a todas aquelas danças e a bebedeira do casamento. O filme "pega" mesmo a partir da segunda hora e é realmente um bom filme mas n me cativou (talvez pela crítica que fiz no começo do comentário) e acho que só ganhou o Oscar pela grande atuação de Robert de Niro e talvez pela fraca produção cinematográfica do ano que concorreu. Ademais, é um filme tenso e agoniante.
Acossado
4.1 510 Assista AgoraAcho que há uma grande diferença entre ver Acossado nos dias de hoje e na década de 60 quando foi lançado. Toda a liberdade que a Nouvelle Vague permitiu à Godard para filmar com a câmera na mão e abusar dos jump cuts neste filme foram bastante revolucionários e estabeleceram um grande diferencial no estilo de filmagem. Ademais é um filme muito bom mesmo, com um roteiro bastante inteligente e apresentando um Belmondo bastante à vontade. Além disso, uma Jean Seberg com olhos maravilhosos. É um filme que nos dias de hoje pode parecer "normal" mas que não podemos desprezar sua importância histórica como vanguardista do cinema francês.
Para Sempre Lilya
4.2 868Nada além de mostrar uma realidade difícil e desumana. Carece de um roteiro melhor.
Volver
4.1 1,1K Assista AgoraQuando vejo um filme de Almodóvar já espero um roteiro sensacional e Volver é mais um exemplo disso. Ele vai lançando as pontas do roteiro ao longo do filme e no final ata todas esses pontas com um nó bem forte. Em relação ao filme, achei um mergulho na alma das mulheres do filme. Os homens são apenas adereços neste filme. Usando o termo que Hitchcock inventou, eles são apenas McGuffins. A Penélope Cruz e a carmen Saura deram um show de atuação. Vale a pena ver.
A Fonte da Donzela
4.3 219 Assista AgoraO fanatismo religioso fazendo vítimas desde sempre. Bergman como sempre com seus diálogos rebuscados e inteligentes. Muito bom filme.
Chaplin
4.2 362Vou ser um pouco rigoroso afinal trata-se de um filme sobre a vida do meu ídolo. Não adianta criticar o artista que o representou pois Chaplin é único e então uma intepretação que faça lembrá-lo já está de bom tamanho e Downey Jr não comprometeu. O filme em si é bom. Retrata bem os principais fatos que marcaram a vida deste gênio. Tenho duas grandes ressalvas. Primeiramente, a maquiagem é péssima, em alguns momentos até faz lembrar a pessoa de Chaplin mas apresenta-se ao longo do filme como muito artificial. A segunda ressalva é o final do filme. A cena de Chaplin emocionado recebendo seu Oscar honorário e recebendo a maior reverência da história do Oscar (vários minutos de aplausos de pé) é tão marcante que não deveria ter sido negligenciada. Até achei legal o final do filme mas achei essa omissão um crime. Em resumo, é um bom filme para conhecer a história de Chaplin. Obviamente é impossível ter tantos detalhes quanto o livro mas o filme é interessante para os curiosos é imprescindível para os fãs.
Um Dia de Cão
4.2 733 Assista AgoraShow de Al Pacino e show de roteiro.
O Batedor de Carteiras
3.9 117Pela primeira vez achei roubos bonitos.
M, o Vampiro de Dusseldorf
4.3 278 Assista AgoraUm dos expoentes do expressionismo alemão com todas as características que este tão importante movimento da história do cinema coloca em seus filmes representantes. Muitas passagens interessantes e um bom filme realmente. Não gostei muito do miolo do filme, um pouco enfadonho. O início e o fim, sim, impecáveis. Verei mais filmes sombrios para aprimorar meu juízo de valor sobre o expressionismo.
Lawrence da Arábia
4.2 416 Assista AgoraPara um filme com essa duração ser bom, ele tem q ser perfeito para que não se torne enfadonho. Lawrence da Arábia é quase perfeito. Aquele final muito político e a atuação um pouco forçada e/ou artificial de Peter o'Tolle não me deixou dar a nota 10 (já pensaram o Marlon Brando como Lawrence). Quis assisti-lo pensando em ver o épico dos épicos e vi um excelente filme, um show de filme de aventura. Valeu por tudo, fora esses pequenos "defeitos" que do alto de minha ignorância eu encontrei. Ainda fico com Ben-Hur como o épico dos épicos.
As Diabólicas
4.2 208 Assista AgoraFilme a la Hitchcock. Sensacional.
Do Mundo Nada Se Leva
4.2 111 Assista AgoraAssim como a maioria dos filmes de Capra : alegre, engraçado, crítico e sensível. Uma bela mensagem que aplica-se tranquilamente aos dias de hoje. O capitalismo exacerbado nos leva a esquecer as pequenas coisas e os valores morais da vida e isto também nos traz felicidade. A felicidade não se compra.
O Filho de Saul
3.7 254 Assista AgoraUm tema tão abordado no cinema como a segunda guerra necessita de inovação e criatividade para não ser mais do mesmo e "O filho de Saul" possui estas qualidades. A perspectiva sob a qual o diretor propõe que a história seja contada, a tela menor e quadrada, a maneira de filmar (câmera na mão, com todo o balanço inerente à esta forma de filmagem) e o foco na primeira pessoa (Saul), deixando tudo ao redor desfocado (cabendo aos efeitos sonoros a tarefa de fazer com que o espectador imagine todo o horror), faz com que este filme nos coloque dentro da narrativa e então proporciona uma experiência única. Somos praticamente observadores grudados nas costas de Saul. É um filme tenso e claustrofóbico que consegue passar uma mensagem de busca de dignidade onde praticamente ela inexiste e onde não há mais vida ou perspectiva dela. Apesar de difícil, recomendo bastante. Cinco estrelas e favorito.