Pela primeira vez eu me vi questionando se o que estava acontecendo na tela era real ou computação gráfica. "O Hobbit" deu um salto tecnológico muito grande no que tange aos efeitos visuais se comparado a trilogia do anel. O nível de detalhes das criaturas é absurdo! Sério mesmo! Não sei se aquilo era maquiagem, se era CGI, ou se eram criaturas de verdade. Gollum, além de roubar a cena, está incrivelmente realista (e é o melhor "ator" do filme), assim como o orc pálido, o rei orc e todas as outras feras e bestas. O filme não é aqueeeela coisa, mas foi ótimo poder rever a Terra Média e seus habitantes mais uma vez.
“Indomável Sonhadora” é um dos filmes mais lindos dessa década. Você pode até achar que é exagero, mas vai ser difícil alguém conseguir alcançar a sensibilidade e a inocência que o Benh Zeitlin conseguiu alcançar com essa obra. É como se o Hayao Miyakazi tivesse dirigido um longa-metragem com atores reais, na linha de “A Viagem de Chihiro”, tendo como único diferencial entre suas protagonistas o fato de que Hushpuppy consegue ser ainda mais humana do que a própria Chihiro (que pra mim é um dos personagens mais inocentes da história do cinema). Essa é a jornada de Hushpuppy frente ao universo e tudo presente nele. É a jornada de uma menina de seis anos que precisa amadurecer para enfrentar os perigos do mundo.
O filme é de uma composição de cena impecável, onde toda a sujeira, toda a lama e todas as cores dos diversos objetos espalhados se fundem numa espécie de carnaval; tudo nesse filme é muito belo! A fotografia é impecável e a trilha sonora se encaixa perfeitamente. O filme é quase todo feito com a câmera na mão, o que confere um ar de docu-drama e realidade ao projeto.
E os atores. Eu nem sei se posso chama-los de atores? Cada um deles nos mostra tanta verdade em seus olhares, gestos e palavras que fica difícil acreditar que todos eles jamais tiveram uma única experiência cinematográfica sequer. O Wink de Dwight Henry é o resultado de absoluta entrega ao papel; e até agora me pergunto até onde vai o perfil do próprio ator e o perfil do personagem; ele é enérgico, raivoso, carinhoso, irreverente – um retrato claro de uma vida marcada por dor e esperança diante tamanha miséria. Na Banheira é proibido chorar, e lá eles velam seus mortos com uma bela dose de cachaça. Dwight Henry é absurdamente convincente – um daqueles tipos hostis e ao mesmo tempo dóceis que a gente encontra de vez em quando na vida. O “Daddy” tem seu próprio jeito de amar. Será uma injustiça não vê-lo indicados na categoria coadjuvante nessa temporada de premiações.
E por falar em premiações, chegamos em Quvenzhané Wallis; é inacreditável como uma garota que tinha apenas seis anos na época das gravações consegue nos mostrar tamanha capacidade de atuação. Ela é um pequeno monstrinho, como toda criança; cheia de toques, de pensamentos, de inocência, de vontade, de teimosia. A menina carrega o filme nas costas, com seu olhar firme e seu cabelo emaranhado. Até a narração (coisa que eu não gosto muito) da garota nos atinge. Alguns críticos a chamaram de “pequena força da natureza”, e não há como negar tal fato; Wallis é uma revelação, daquelas de encher os olhos de todos aqueles amantes do cinema. Eu juro que se essa garotinha não for indicada ao Oscar de melhor atriz eu mesmo vou lá tacar uma bomba no meio da Academia – ela botou pra f@#$%! Não vai haver ser humano vivo que não queria saber quem é essa menina depois de ter visto o filme.
A química entre Wallis e Henry é maravilhosa, mesmo com tantos anos de diferença entre os dois e nenhuma experiência prévia na arte de atuar. Confesso que chorei como uma criança no ápice dramático do filme, num momento de total entrega protagonizado por Hushpuppy e seu pai – uma cena linda e inegavelmente digna de prêmios e comentários. Como é que essa menina conseguiu isso? Alguém me explica?
Benh Zeitlin, numa direção segura e memorável (que com certeza alavancará sua carreira monstruosamente), ainda recheia a obra com fantasia e subjetividade em perfeita simbiose. Palmas para ele, para Quvenzhané Wallis, para o Dwight Henry, para todos aqueles da Banheira (que povo lindo e apaixonante!) e para todos que tiveram um dedo na produção desse filme. Um filme como esse nos faz acreditar que o cinema pode sim ser único, mesmo com poucos recursos, diante tamanhas produções e blockbusters. Faz acreditar que há atores por aí com bem mais cacife que muitos no mercado atual.
Lindo! Lindo! Lindo! "Indomável Sonhadora" (acabei até perdendo a antipatia por esse título) é inesquecível, de verdade! Assista de coração aberto. Recomendadíssimo!
É inegável o fato de que Ben Affleck está crescendo monstruosamente como diretor. O filme é bacana, tem um ritmo excelente, e performances marcantes, com destaque para o Alan Arkin e o John Goodman. Não é nenhum divisor de águas, mas é um ótimo filme.
O próprio Paul Thomas Anderson já declarou inúmeras vezes que jamais conseguirá confeccionar algo tão espetacular quanto "Magnólia". Eu particularmento tenho um enorme apreço por todos os seus filmes, mas não posso deixar de concordar com ele; esse filme está em um outro patamar, o texto está em um outro nível e eu nunca vi um filme onde todos os atores fossem dignos de prêmios – eu disse todos! Ele pode fazer duzentos filmes ruins depois desse aqui, mas terá meu respeito para sempre. Magnólia é sem precedentes. Absurdamente emotivo e extraordinário! Um filme que ensina fácil como fazer filmes.
Eu vou envelhecer amando esse filme. Me sinto grato por ter visto essa obra-prima na telona. É o melhor filme do Aronofsky, na minha opinião, e uma das mais bonitas cartas-de-amor do cinema. Tudo nesse filme é arrebatador, até mesmo o que a gente não entende direito. Hugh Jackman ganhou o meu respeito como ator, e Rachel Weisz me provou que é linda de uma maneira sublime. Um dos filmes da minha vida, sem sombra de dúvidas.
É o melhor filme do Bond que eu já assisti. Elegante, dramático, grandioso, belíssimamente dirigido e fotografado e poderosamente atuado. Parabéns ao Daniel Craig, a Judi Dench e um especial para o Javier Bardem, que roubou a cena. Curti demais as referências aos filmes anteriores e o ar de maturidade que o Sam Mendes deu para a franquia. Foi-se o tempo em que os blockbusters não eram filmes de qualidade – "Skyfall" está aí para provar o contrário. Recomendadíssimo!
E que abertura linda, na moral – fiquei de queixo caído.
Lindo! Sério mesmo. E ter a presença do próprio Cláudio Assis discutindo o filme (e até mostrando o seu ponto de vista político aqui na Bahia) foi maravilhoso! Lírico, dramático e poderoso do começo ao fim. O filme acende uma chama dentro de você que permanece acesa por muitas horas mesmo após a última cena. Volto aqui com mais paciência depois para um texto melhor, mas é isso – poético sem ser piegas, sexy sem ser vulgar, e, acima de tudo, um filme humano, político, singelo e arrebatador. Sou só orgulho pelo cinema nacional. Esse filme é majestoso!
Ben Stiller cheio de nuances, quem diria? Greta Gerwig também atua muito bem: dá vontade de abraçá-la de tão carismática! Curti como um todo, apesar de ser bem diferente do que eu imaginei que fosse. E mais um filme tem seu título porcamente adaptado ao chegar em nosso país, meus amigos.
Dianne Wiest rouba todos os holofotes: sua Helen Sinclair é absurdamente hilária e um dos personagens mais engraçados já criados por Woddy Allen – em sua melhor foma para comédias – que, como de costume, sabe como marcar a audiência com seus personagens coadjuvantes inesquecíveis.
Nada do filme aqui por terras baianas. Não vi uma sessão sequer em Salvador. E a cada dia que passa eu fico mais e mais decepcionado com essas malditas distribuidoras.
Em muitos momentos desse filme você irá se questionar: será que eles se apaixonaram na vida real também? Em mais ou menos uma hora e meia, nós vemos como eles se encontram, como eles desenvolvem uma intimidade, como eles se apaixonam e como eles lidam com tudo isso. Pouco a pouco vemos o ego de cada um sendo deixado de lado em razão de um sentimento sustentado pelo próprio destino: eles poderiam estar em qualquer outro lugar, as coisas poderiam ter acontecido de qualquer outra forma, mas eles estavam ali.
Julie Delpy é encantadora demais! Eu me parei em diversos momentos me apaixonando pela sua expressão, me identificando com suas palavras. Dá uma vontade de entrar na tela e abraçar a sua Celine. Ethan Hawke também não decepciona, e apesar de não ser tão encantador, se mostra um personagem tão interessante quanto. Não sei até onde ambos os atores atuaram ali, mas seus personagens são extremamente ricos em detalhes, gestos, feições – é realmente espetacular o que eles dois fizeram.
Acho que é o filme mais verdadeiramente romântico que eu já pude assistir – a paixão deles é tão intensa e inesperada que faz com que o próprio espectador se apaixone por um dos dois (ou ambos). Não sei como é que eu pude passar todo esse tempo sem ter dado uma chance a esse filme. É inesquecível.
PORRA, Tim Burton. Pare de decepcionar seus fãs. Mais um filme feijão com arroz: chame o Johnny Depp + caracterize-o de maneira excêntrica + dê um ar meio gótico + não se preocupe com o enredo. Não chega a ser ruim (apesar de ser mais chato que "Alice..."), mas é absolutamente dispensável. Não acrescenta nada a filmografia de nenhum dos envolvidos.
Adoro a caracterização da Julia Roberts nesse filme: cafona, com os peitos quase pulando para fora (que mágica foi essa?), com esses brincos e estilo de solteirona barraqueira. Impossível esquecer. Melhor atuação dela.
Consegue entreter mesmo mergulhando fundo no nonsense de uma hora para outra. Gostei das referências e da ideia central, por ter sido algo jamais pensado, mesmo que já não seja assim tão aterrorizante a partir de certa parte. É puro entretenimento, o que não desmerece o filme como um todo, que se mostra bem bacana.
Senti que faltou algo. Essa atmosfera realista do Nolan funcionou perfeitamente nos filmes anteriores, mas eu achei que justo nesse deu uma pequena derrapada.
O filme é ruim? Lógico que não. É sem sombra de dúvidas a melhor trilogia de um super-herói nos cinemas. O que aconteceu foi o seguinte: quando você nos entrega algo de tamanha qualidade como The Dark Knight, todos esperam que o seu próximo trabalho seja, no mínimo, de qualidade semelhante ou superior (o que não aconteceu).
Parabéns ao Michael Caine e a Anne Hathaway pelas excelentes performances – é linda a maneira como o Alfred se importa com o Wayne nesse filme, e o ator sustenta um pico emocional absurdo e realmente tocante. E eu que acreditava que a Mulher-Gato estava absurdamente caricata, me surpreendi – Selina é sexy, astuta, sabe a hora certa de abrir a boca (e de manter o biquinho) e por pouco não rouba a cena do filme.
Não curti o Bane, e nem de toda essa proporção "épica" que o filme tomou, mas fiquei realmente satisfeito com a maneira que o Nolan conseguiu amarrar pontas soltas com os dois primeiros filmes. Quanto ao final, não há nada de inceptioniano demais: é aquilo ali mesmo e pronto. Nolan sabe o que faz.
Muito idiota. Declínio total de uma franquia que prometia. Só não dou uma nota mínima porque o próprio filme não se leva a sério e por causa do John Esponja (me lembrou o Tofu do game Resident Evil 2).
Como eu já imaginava, o filme é decepcionante. Não havia necessidade de um reboot tão cedo, e a Sony sabia disso, e mesmo assim insistiu. Os únicos pontos altos do filme são: os atores, que inegavelmente mandam muito bem, e boa parte dos efeitos especiais, que estão ainda mais convincentes (principalmente nas cenas em que ele se balança pela cidade).
Pontos negativos? Se prepare: o roteiro é extremamente corrido e não se preocupa em criar uma sintonia entre o espectador e os personagens; o Lagarto, além de extremamente feio em cena, não é nem um pouco marcante como vilão; não há um momento sequer que cause aquele efeito "nossa, isso foi foda!" (como rolou em Vingadores, ou até nos filmes anteriores do aracnídeo); parece que pegaram a trama e injetaram uma boa dose de Malhação (sim, a série/novela tosca da Globo); não faz uma referência para agradar os fãs, e quando faz, perde a oportunidade de explora-las; diversos momentos clichês.
Argh. Que filme decepcionante! Não é nem ruim - é fraco. E um filme do Aranha não deveria ser fraco (já nos basta o terceiro, não é?).
Não vale o 3D, e não vale a pena sequer ser assistido no cinema - e isso está vindo de um fã incondicional da Marvel e de suas adaptações para as telonas. Sam Raimi deve estar gargalhando.
Quando eles entram na câmara onde há as cápsulas com o líquido negro e a estátua gigante da cabeça de um dos Engenheiros, fui o único a reparar que, num daqueles murais que eles olham, havia o desenho de uma criatura muito similar a Rainha Alien?
Não é o melhor filme do Ridley Scott – muito menos da franquia – mas não há como negar o fato de que "Prometheus" é grandioso: seja pela direção que, mesmo depois de anos, ainda consegue ser humana e claustrofóbica; seja pelos grandiosos sets e locações utilizados; seja pela maneira excepcional que o filme consegue se conectar com a série original dos xenomorfos; seja pelo trabalho memorável do elenco envolvido.
Muitos se questionarão sobre as perguntas e respostas que circulam a trama, e de certa forma, essas pessoas não estarão erradas – mas o filme foi co-escrito pelo Damon Lindelof, criador de "Lost", e quem é fã do trabalho do cara sabe muito bem que ele nunca foi um mestre em dar respostas, e sim em fornecer perguntas. Quando todos partiram inquisitivamente para cima do Scott enchendo-o de questionamentos sobre como o filme seria um prelúdio de "Alien" e ele respondeu que o filme anda com suas próprias pernas, ele não estava mentindo – "Prometheus" é rodeado por questões infinitamente maiores e mais complexas.
Visualmente, o filme beira o épico: o design de criação do planeta destino da Prometheus (nave) é lindo e extremamente orgânico — não sei até onde aquilo ali é CGi e até onde é real, mas o fato é que tudo que vemos na tela é impecavelmente convincente. Como ponto negativo, destaco, entre pequenos outros detalhes, a parte sonora, que em alguns momentos deu um ar meio canastrão ao que se via.
Quanto as performances, Michael Fassbender conseguiu conquistar oficialmente o meu respeito – o andróide David na minha opinião é a melhor coisa da história, não só por martelar em nossas cabeças as melhores citações do filme, mas também pela forma como o cara conseguiu se desprender de certos preceitos (e trejeitos) humanos para compor uma máquina que, de alguma forma, parece pensar do seu próprio jeito. Noomi Rapace também manda bem, em seu primeiro papel como protagonista num filme hollywoodiano, conferindo força e determinação para uma personagem que consegue ser tão marcante quanto a Ripley da Sigourney Weaver.
O filme tem tropeços? Sim. Alguns momentos clichês realmente me decepcioram, assim como alguns momentos meio "forçados". O resultado final, entretanto, está longe de ser decepcionante. "Prometheus" é uma ficção científica espacial de deixar qualquer fã do gênero satisfeito. Pode não ser uma obra-prima, mas é um bem vindo retorno à forma do diretor Ridley Scott e de uma das mais cultuadas séries de sci-fi do cinema.
Não imaginei que fosse curtir tanto. Robin Williams está fantástico: em nenhum momento a loucura de Parry soa caricata. Todo o elenco manda bem, em destaque a Mercedes Ruehl (que ganhou um Oscar pelo papel), a Amanda Plummer e o Michael Jeter (ri demais em todas as cenas em que ele aparece). Terry Gilliam sabe combinar bem o drama, a comédia e fantasia — fiquei com os olhos marejando pela sensibilidade que ele deu a algumas das cenas (impossível não se comover com o Parry se declarando). Linda também é a parábola que sustenta o nome do filme, e palmas para o diretor por mostrar durante toda a projeção que entendeu a mensagem. Filmaço!
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraPela primeira vez eu me vi questionando se o que estava acontecendo na tela era real ou computação gráfica. "O Hobbit" deu um salto tecnológico muito grande no que tange aos efeitos visuais se comparado a trilogia do anel. O nível de detalhes das criaturas é absurdo! Sério mesmo! Não sei se aquilo era maquiagem, se era CGI, ou se eram criaturas de verdade. Gollum, além de roubar a cena, está incrivelmente realista (e é o melhor "ator" do filme), assim como o orc pálido, o rei orc e todas as outras feras e bestas. O filme não é aqueeeela coisa, mas foi ótimo poder rever a Terra Média e seus habitantes mais uma vez.
Peter Jackson, o senhor tem meu respeito viu tio.
Indomável Sonhadora
3.8 1,2K“Indomável Sonhadora” é um dos filmes mais lindos dessa década. Você pode até achar que é exagero, mas vai ser difícil alguém conseguir alcançar a sensibilidade e a inocência que o Benh Zeitlin conseguiu alcançar com essa obra. É como se o Hayao Miyakazi tivesse dirigido um longa-metragem com atores reais, na linha de “A Viagem de Chihiro”, tendo como único diferencial entre suas protagonistas o fato de que Hushpuppy consegue ser ainda mais humana do que a própria Chihiro (que pra mim é um dos personagens mais inocentes da história do cinema). Essa é a jornada de Hushpuppy frente ao universo e tudo presente nele. É a jornada de uma menina de seis anos que precisa amadurecer para enfrentar os perigos do mundo.
O filme é de uma composição de cena impecável, onde toda a sujeira, toda a lama e todas as cores dos diversos objetos espalhados se fundem numa espécie de carnaval; tudo nesse filme é muito belo! A fotografia é impecável e a trilha sonora se encaixa perfeitamente. O filme é quase todo feito com a câmera na mão, o que confere um ar de docu-drama e realidade ao projeto.
E os atores. Eu nem sei se posso chama-los de atores? Cada um deles nos mostra tanta verdade em seus olhares, gestos e palavras que fica difícil acreditar que todos eles jamais tiveram uma única experiência cinematográfica sequer. O Wink de Dwight Henry é o resultado de absoluta entrega ao papel; e até agora me pergunto até onde vai o perfil do próprio ator e o perfil do personagem; ele é enérgico, raivoso, carinhoso, irreverente – um retrato claro de uma vida marcada por dor e esperança diante tamanha miséria. Na Banheira é proibido chorar, e lá eles velam seus mortos com uma bela dose de cachaça. Dwight Henry é absurdamente convincente – um daqueles tipos hostis e ao mesmo tempo dóceis que a gente encontra de vez em quando na vida. O “Daddy” tem seu próprio jeito de amar. Será uma injustiça não vê-lo indicados na categoria coadjuvante nessa temporada de premiações.
E por falar em premiações, chegamos em Quvenzhané Wallis; é inacreditável como uma garota que tinha apenas seis anos na época das gravações consegue nos mostrar tamanha capacidade de atuação. Ela é um pequeno monstrinho, como toda criança; cheia de toques, de pensamentos, de inocência, de vontade, de teimosia. A menina carrega o filme nas costas, com seu olhar firme e seu cabelo emaranhado. Até a narração (coisa que eu não gosto muito) da garota nos atinge. Alguns críticos a chamaram de “pequena força da natureza”, e não há como negar tal fato; Wallis é uma revelação, daquelas de encher os olhos de todos aqueles amantes do cinema. Eu juro que se essa garotinha não for indicada ao Oscar de melhor atriz eu mesmo vou lá tacar uma bomba no meio da Academia – ela botou pra f@#$%! Não vai haver ser humano vivo que não queria saber quem é essa menina depois de ter visto o filme.
A química entre Wallis e Henry é maravilhosa, mesmo com tantos anos de diferença entre os dois e nenhuma experiência prévia na arte de atuar. Confesso que chorei como uma criança no ápice dramático do filme, num momento de total entrega protagonizado por Hushpuppy e seu pai – uma cena linda e inegavelmente digna de prêmios e comentários. Como é que essa menina conseguiu isso? Alguém me explica?
Benh Zeitlin, numa direção segura e memorável (que com certeza alavancará sua carreira monstruosamente), ainda recheia a obra com fantasia e subjetividade em perfeita simbiose. Palmas para ele, para Quvenzhané Wallis, para o Dwight Henry, para todos aqueles da Banheira (que povo lindo e apaixonante!) e para todos que tiveram um dedo na produção desse filme. Um filme como esse nos faz acreditar que o cinema pode sim ser único, mesmo com poucos recursos, diante tamanhas produções e blockbusters. Faz acreditar que há atores por aí com bem mais cacife que muitos no mercado atual.
Lindo! Lindo! Lindo! "Indomável Sonhadora" (acabei até perdendo a antipatia por esse título) é inesquecível, de verdade! Assista de coração aberto. Recomendadíssimo!
Argo
3.9 2,5KÉ inegável o fato de que Ben Affleck está crescendo monstruosamente como diretor. O filme é bacana, tem um ritmo excelente, e performances marcantes, com destaque para o Alan Arkin e o John Goodman. Não é nenhum divisor de águas, mas é um ótimo filme.
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraO próprio Paul Thomas Anderson já declarou inúmeras vezes que jamais conseguirá confeccionar algo tão espetacular quanto "Magnólia". Eu particularmento tenho um enorme apreço por todos os seus filmes, mas não posso deixar de concordar com ele; esse filme está em um outro patamar, o texto está em um outro nível e eu nunca vi um filme onde todos os atores fossem dignos de prêmios – eu disse todos! Ele pode fazer duzentos filmes ruins depois desse aqui, mas terá meu respeito para sempre. Magnólia é sem precedentes. Absurdamente emotivo e extraordinário! Um filme que ensina fácil como fazer filmes.
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraEu vou envelhecer amando esse filme. Me sinto grato por ter visto essa obra-prima na telona. É o melhor filme do Aronofsky, na minha opinião, e uma das mais bonitas cartas-de-amor do cinema. Tudo nesse filme é arrebatador, até mesmo o que a gente não entende direito. Hugh Jackman ganhou o meu respeito como ator, e Rachel Weisz me provou que é linda de uma maneira sublime. Um dos filmes da minha vida, sem sombra de dúvidas.
007: Operação Skyfall
3.9 2,5K Assista AgoraÉ o melhor filme do Bond que eu já assisti. Elegante, dramático, grandioso, belíssimamente dirigido e fotografado e poderosamente atuado. Parabéns ao Daniel Craig, a Judi Dench e um especial para o Javier Bardem, que roubou a cena. Curti demais as referências aos filmes anteriores e o ar de maturidade que o Sam Mendes deu para a franquia. Foi-se o tempo em que os blockbusters não eram filmes de qualidade – "Skyfall" está aí para provar o contrário. Recomendadíssimo!
E que abertura linda, na moral – fiquei de queixo caído.
Febre do Rato
4.0 657Lindo! Sério mesmo. E ter a presença do próprio Cláudio Assis discutindo o filme (e até mostrando o seu ponto de vista político aqui na Bahia) foi maravilhoso! Lírico, dramático e poderoso do começo ao fim. O filme acende uma chama dentro de você que permanece acesa por muitas horas mesmo após a última cena. Volto aqui com mais paciência depois para um texto melhor, mas é isso – poético sem ser piegas, sexy sem ser vulgar, e, acima de tudo, um filme humano, político, singelo e arrebatador. Sou só orgulho pelo cinema nacional. Esse filme é majestoso!
O Solteirão
2.6 282 Assista AgoraBen Stiller cheio de nuances, quem diria? Greta Gerwig também atua muito bem: dá vontade de abraçá-la de tão carismática! Curti como um todo, apesar de ser bem diferente do que eu imaginei que fosse. E mais um filme tem seu título porcamente adaptado ao chegar em nosso país, meus amigos.
Tiros na Broadway
3.8 123 Assista AgoraDianne Wiest rouba todos os holofotes: sua Helen Sinclair é absurdamente hilária e um dos personagens mais engraçados já criados por Woddy Allen – em sua melhor foma para comédias – que, como de costume, sabe como marcar a audiência com seus personagens coadjuvantes inesquecíveis.
Filha do Mal
1.9 1,9K Assista AgoraEsse filme é um monte de bosta fumegante. Corra dele. Passe longe.
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraPrometheus e cumprius!
Febre do Rato
4.0 657Nada do filme aqui por terras baianas. Não vi uma sessão sequer em Salvador. E a cada dia que passa eu fico mais e mais decepcionado com essas malditas distribuidoras.
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista AgoraQuero ver quando vai estrear aqui em Salvador.
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraEm muitos momentos desse filme você irá se questionar: será que eles se apaixonaram na vida real também? Em mais ou menos uma hora e meia, nós vemos como eles se encontram, como eles desenvolvem uma intimidade, como eles se apaixonam e como eles lidam com tudo isso. Pouco a pouco vemos o ego de cada um sendo deixado de lado em razão de um sentimento sustentado pelo próprio destino: eles poderiam estar em qualquer outro lugar, as coisas poderiam ter acontecido de qualquer outra forma, mas eles estavam ali.
Julie Delpy é encantadora demais! Eu me parei em diversos momentos me apaixonando pela sua expressão, me identificando com suas palavras. Dá uma vontade de entrar na tela e abraçar a sua Celine. Ethan Hawke também não decepciona, e apesar de não ser tão encantador, se mostra um personagem tão interessante quanto. Não sei até onde ambos os atores atuaram ali, mas seus personagens são extremamente ricos em detalhes, gestos, feições – é realmente espetacular o que eles dois fizeram.
Acho que é o filme mais verdadeiramente romântico que eu já pude assistir – a paixão deles é tão intensa e inesperada que faz com que o próprio espectador se apaixone por um dos dois (ou ambos). Não sei como é que eu pude passar todo esse tempo sem ter dado uma chance a esse filme. É inesquecível.
Sombras da Noite
3.1 4,0K Assista AgoraPORRA, Tim Burton. Pare de decepcionar seus fãs. Mais um filme feijão com arroz: chame o Johnny Depp + caracterize-o de maneira excêntrica + dê um ar meio gótico + não se preocupe com o enredo. Não chega a ser ruim (apesar de ser mais chato que "Alice..."), mas é absolutamente dispensável. Não acrescenta nada a filmografia de nenhum dos envolvidos.
Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento
3.8 585 Assista AgoraAdoro a caracterização da Julia Roberts nesse filme: cafona, com os peitos quase pulando para fora (que mágica foi essa?), com esses brincos e estilo de solteirona barraqueira. Impossível esquecer. Melhor atuação dela.
360
3.4 928 Assista AgoraSerá que o Meirelles decepcionou mesmo? Semana que vem eu assisto. Não consigo enxergar uma bomba carregada por um elenco desses.
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KConsegue entreter mesmo mergulhando fundo no nonsense de uma hora para outra. Gostei das referências e da ideia central, por ter sido algo jamais pensado, mesmo que já não seja assim tão aterrorizante a partir de certa parte. É puro entretenimento, o que não desmerece o filme como um todo, que se mostra bem bacana.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraSenti que faltou algo. Essa atmosfera realista do Nolan funcionou perfeitamente nos filmes anteriores, mas eu achei que justo nesse deu uma pequena derrapada.
O filme é ruim? Lógico que não. É sem sombra de dúvidas a melhor trilogia de um super-herói nos cinemas. O que aconteceu foi o seguinte: quando você nos entrega algo de tamanha qualidade como The Dark Knight, todos esperam que o seu próximo trabalho seja, no mínimo, de qualidade semelhante ou superior (o que não aconteceu).
Parabéns ao Michael Caine e a Anne Hathaway pelas excelentes performances – é linda a maneira como o Alfred se importa com o Wayne nesse filme, e o ator sustenta um pico emocional absurdo e realmente tocante. E eu que acreditava que a Mulher-Gato estava absurdamente caricata, me surpreendi – Selina é sexy, astuta, sabe a hora certa de abrir a boca (e de manter o biquinho) e por pouco não rouba a cena do filme.
Não curti o Bane, e nem de toda essa proporção "épica" que o filme tomou, mas fiquei realmente satisfeito com a maneira que o Nolan conseguiu amarrar pontas soltas com os dois primeiros filmes. Quanto ao final, não há nada de inceptioniano demais: é aquilo ali mesmo e pronto. Nolan sabe o que faz.
[REC]³ Gênesis
2.2 1,5K Assista AgoraMuito idiota. Declínio total de uma franquia que prometia. Só não dou uma nota mínima porque o próprio filme não se leva a sério e por causa do John Esponja (me lembrou o Tofu do game Resident Evil 2).
O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista AgoraComo eu já imaginava, o filme é decepcionante. Não havia necessidade de um reboot tão cedo, e a Sony sabia disso, e mesmo assim insistiu. Os únicos pontos altos do filme são: os atores, que inegavelmente mandam muito bem, e boa parte dos efeitos especiais, que estão ainda mais convincentes (principalmente nas cenas em que ele se balança pela cidade).
Pontos negativos? Se prepare: o roteiro é extremamente corrido e não se preocupa em criar uma sintonia entre o espectador e os personagens; o Lagarto, além de extremamente feio em cena, não é nem um pouco marcante como vilão; não há um momento sequer que cause aquele efeito "nossa, isso foi foda!" (como rolou em Vingadores, ou até nos filmes anteriores do aracnídeo); parece que pegaram a trama e injetaram uma boa dose de Malhação (sim, a série/novela tosca da Globo); não faz uma referência para agradar os fãs, e quando faz, perde a oportunidade de explora-las; diversos momentos clichês.
Argh. Que filme decepcionante! Não é nem ruim - é fraco. E um filme do Aranha não deveria ser fraco (já nos basta o terceiro, não é?).
Não vale o 3D, e não vale a pena sequer ser assistido no cinema - e isso está vindo de um fã incondicional da Marvel e de suas adaptações para as telonas. Sam Raimi deve estar gargalhando.
Save your money for Batman ;)
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraUm detalhe que até então só eu (acho) que percebi,
Quando eles entram na câmara onde há as cápsulas com o líquido negro e a estátua gigante da cabeça de um dos Engenheiros, fui o único a reparar que, num daqueles murais que eles olham, havia o desenho de uma criatura muito similar a Rainha Alien?
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraNão é o melhor filme do Ridley Scott – muito menos da franquia – mas não há como negar o fato de que "Prometheus" é grandioso: seja pela direção que, mesmo depois de anos, ainda consegue ser humana e claustrofóbica; seja pelos grandiosos sets e locações utilizados; seja pela maneira excepcional que o filme consegue se conectar com a série original dos xenomorfos; seja pelo trabalho memorável do elenco envolvido.
Muitos se questionarão sobre as perguntas e respostas que circulam a trama, e de certa forma, essas pessoas não estarão erradas – mas o filme foi co-escrito pelo Damon Lindelof, criador de "Lost", e quem é fã do trabalho do cara sabe muito bem que ele nunca foi um mestre em dar respostas, e sim em fornecer perguntas. Quando todos partiram inquisitivamente para cima do Scott enchendo-o de questionamentos sobre como o filme seria um prelúdio de "Alien" e ele respondeu que o filme anda com suas próprias pernas, ele não estava mentindo – "Prometheus" é rodeado por questões infinitamente maiores e mais complexas.
Visualmente, o filme beira o épico: o design de criação do planeta destino da Prometheus (nave) é lindo e extremamente orgânico — não sei até onde aquilo ali é CGi e até onde é real, mas o fato é que tudo que vemos na tela é impecavelmente convincente. Como ponto negativo, destaco, entre pequenos outros detalhes, a parte sonora, que em alguns momentos deu um ar meio canastrão ao que se via.
Quanto as performances, Michael Fassbender conseguiu conquistar oficialmente o meu respeito – o andróide David na minha opinião é a melhor coisa da história, não só por martelar em nossas cabeças as melhores citações do filme, mas também pela forma como o cara conseguiu se desprender de certos preceitos (e trejeitos) humanos para compor uma máquina que, de alguma forma, parece pensar do seu próprio jeito. Noomi Rapace também manda bem, em seu primeiro papel como protagonista num filme hollywoodiano, conferindo força e determinação para uma personagem que consegue ser tão marcante quanto a Ripley da Sigourney Weaver.
O filme tem tropeços? Sim. Alguns momentos clichês realmente me decepcioram, assim como alguns momentos meio "forçados". O resultado final, entretanto, está longe de ser decepcionante. "Prometheus" é uma ficção científica espacial de deixar qualquer fã do gênero satisfeito. Pode não ser uma obra-prima, mas é um bem vindo retorno à forma do diretor Ridley Scott e de uma das mais cultuadas séries de sci-fi do cinema.
O Pescador de Ilusões
3.8 167 Assista AgoraNão imaginei que fosse curtir tanto. Robin Williams está fantástico: em nenhum momento a loucura de Parry soa caricata. Todo o elenco manda bem, em destaque a Mercedes Ruehl (que ganhou um Oscar pelo papel), a Amanda Plummer e o Michael Jeter (ri demais em todas as cenas em que ele aparece). Terry Gilliam sabe combinar bem o drama, a comédia e fantasia — fiquei com os olhos marejando pela sensibilidade que ele deu a algumas das cenas (impossível não se comover com o Parry se declarando). Linda também é a parábola que sustenta o nome do filme, e palmas para o diretor por mostrar durante toda a projeção que entendeu a mensagem. Filmaço!