É incrível a sensibilidade da Pixar em transformar uma história originalmente feita pra crianças (e pra entreter os adultos) numa saga com relevância sentimental pra esses mesmos adultos que, meio sem querer, se apaixonaram por esses personagens ao longo dos filmes.
Simplesmente a melhor comédia do cinema nacional, e uma das melhores de todo o cinema, se formos descontar que muito do filme só faz sentido pra brasileiros.
Metropolis foi o filme mais caro de sua época, e um marco do expressionismo alemão. Durou quase 1 ano e meio pra ser feito e envolveu cerca de 37 mil extras. Dirigido por Fritz Lang e escrito por ele e Thea von Harbou (esposa de Lang), mostrava um futuro distópico que influenciou gerações de escritores e cineastas até hoje, e deu fruto a filmes, jogos e livros como 1984, Blade Runner, Robocop, Final Fantasy 7, Bioshock, Bastardos Inglórios, o movimento Steampunk, o cinema Noir, entre outros.
Num mundo futurístico - que é a extrapolação da revolução industrial - a sociedade vive em uma verdadeira metrópole não muito diferente da nossa (com direito até a engarrafamentos!). Porém ela está rigidamente dividida em duas grandes classes: Os cidadãos na cidade superior, curtindo o melhor que a tecnologia pode proporcionar em termos de transporte e diversão, e embaixo os operários, vivendo numa cidade subterrânea com suas famílias e trabalhando 10 horas por dia em condições terríveis para manter as máquinas que fazem com que as regalias da cidade superior não parem nunca.
Comandados de cima pelo industrial frio e calculista Joh Fredersen, esses operários-escravos vivem uma vida de trabalho duro, e pipocam aqui e ali planos de revolta dos trabalhadores. Essa revolta é aplacada por Maria, uma mulher simples da classe trabalhadora, que com seu encanto prega a compreensão e o amor aos "irmãos" da cidade alta, e lhes promete que um dia chegará um mediador vindo do "alto" que supostamente lhes dará melhores condições de vida (embora isso não seja dito). Esse mediador acaba sendo o filho do industrial Fredersen, Freder, que ao se apaixonar por Maria resolve descer à cidade subterrânea e se comove com a vida dos operários, decidindo até mesmo trocar de lugar com um deles pra se aproximar de Maria.
Assim começa um dos grandes filmes da história. O filme é mudo, o que pode afastar e cansar boa parte da platéia atual, mas se você gosta de cinema vale a pena investir seu tempo em vê-lo.
Uma análise mais aprofundada do filme pode ser vista aqui e aqui
O Resgate do Soldado Ryan é uma das melhores experiências sensoriais que o cinema já me proporcionou. Ele simplesmente não foi feito para a sala de estar. A história é chata, em nenhum momento convence que 8 soldados arriscariam a vida por um Matt Damon perdido no meio da guerra, mas a representação fiel das batalhas foi o que garantiu que este filme entrasse para a história logo nos primeiros minutos, o que garantiu que Spielberg ganhasse o Oscar de melhor direção. E disso Spielbeg entende: ele cresceu ouvindo as histórias do pai, e portanto o tema de seu primeiro filme caseiro seria um só: 2ª guerra mundial, com direito a aviões, jipes e explosões, engenhosamente feitas com sacos de areia! Esse menino talentoso cresceu, se tornou o diretor mais querido e famoso do mundo, e agora podia filmar sua versão da guerra com os mais modernos efeitos que o cinema poderia proporcionar. E ele o fez!
O filme começa com a bandeira dos EUA tremulando, lívida e modorrenta. Somos apresentados ao cemitério e ao dramalhão do filme (que eu detesto). Mas logo somos apresentados aos 20 minutos mais espetaculares da história do cinema. Ainda me lembro da minha reação quando a porta do barco se abriu. Eu não esperava aquilo. Ninguém esperava aquilo, ainda mais de um Spielberg! A partir daí foi uma montanha-russa onde por vezes eu me abaixava atrás das poltronas (juro!) e acompanhava com a cabeça o zunido das balas tracejantes (que pareciam passar a poucos centímetros!).
Não pensem que foi fácil fazer aquelas cenas, que apresentam um aspecto "sujo", grosseiro e tremido, como os documentários de época. Cada movimento de câmera foi planejado à exaustão, para criar um link entre as cenas e a platéia. As lentes e a velocidade do filme foram alteradas para se assemelhar às das antigas filmadoras (com ocasionais entradas excessivas de luz, como na cena das chamas na casa-mata), e as cores foram esmaecidas no computador. Os efeitos sonoros foram elevados a um novo patamar, fazendo muita gente comprar um home theater só por causa desse filme.
Apesar da cena do desembarque ter entrado pra história do cinema, a cena que mais me encanta é quando tocam Edith Piaf no meio da cidade francesa abandonada, com sua voz melancólica ecoando através dos escombros. E logo depois surgem os tanques de guerra alemães, as armas mais terríveis de Hitler apoiadas pela elite das tropas germânicas. Os alemães costumavam deixar seus tanques com pouco ou nenhum óleo nas engrenagens das esteiras, para fazer aquele barulho terrível, o "som da morte", que aterrorizava as tropas inimigas (e que, no cinema, me arrepiou dos pés à cabeça).
Algo que me chamou a atenção foi o lançamento de morteiros com a mão. Tive a oportunidade de perguntar a um soldado do exército se aquilo era possível, e ele disse que não. O morteiro tem um dispositivo de armação por deslocamento de ar, mas é preciso um GRANDE deslocamento de ar para ativá-lo (batendo no chão não ativa, tanto é que no exército eles usam um fuzil FAL disparando ar comprimido para atirar). Não é a primeira vez que Spielberg subverte a realidade pra dar mais emoção aos seus filmes. Em Tubarão o roteirista disse que era impossível a garrafa de ar comprimido explodir daquele jeito, mas aí Spielberg retrucou: "Se eu conseguir botar a platéia na minha mão com o filme, eles acreditarão em qualquer coisa que eu colocar lá".
"O Rei Lear" é uma história consagrada de um dos maiores escritores da humanidade (Shakespeare). Kurosawa, um dos maiores diretores de cinema do mundo. Junte os dois e teremos Ran (1985), a fina flor do cinema japonês.
A adaptação de Rei Lear é livre, pois incorporou elementos da história do Japão feudal e sua cultura, como o teatro Nô: o estilo de interpretação exagerada, a raposa-em-forma-humana (kitsune), a flauta, a figura andrógina do Bobo da corte, e o uso de cores pra representar seus personagens.
Kurosawa, que também ajudou no roteiro, acrescenta ainda toda a espiritualidade característica do Budismo, como a Roda do Sansara, o karma, a compaixão incondicional, etc. Aliado a isso, sua visão filosófica de mundo é sensível e refinada, como podemos ver em cenas onde o Bobo é o personagem mais sensato da trama, o julgamento pelas aparências, e especialmente a cena final, que é de uma desolação profunda e que representa os rumos que a humanidade está tomando (uma cena quase profética, pois nós, como seres humanos, estamos cada vez mais na mesma condição que o personagem do final). A fotografia é primorosa, com o uso de teleobjetivas, que tiram a profundidade das cenas e dão a idéia de uma pintura bidimensional. Kurosawa passou 10 anos pintando ele mesmo os storyboards, e esse esmero artístico está em cada frame do filme. Apesar de ter sido o filme japonês mais caro de sua época, Kurosawa consegue extrair cenas memoráveis e grandiosas com elementos simples, como um portão de madeira, ou um sangue esparramado na parede. O ritmo e enquadramento dos personagens lembra um teatro, onde podemos ver a reação de cada personagem às falas em tempo real, sem cortes. Por isso mesmo é fantástico rever o filme e perceber os olhares que os personagens trocam entre si, ou ficar prestando atenção a somente um determinado personagem, etc. Você verá que os atores estão totalmente dentro dos seus papéis, tanto que o personagem principal não parece caricato, mesmo sob pesada maquiagem e expressões teatrais. Pura genialidade, pura magia do cinema.
Este é um dos filmes da minha vida não porque me apaixonei pela história de romance ou pelas magníficas cenas da metade final, mas sim porque sou fascinado pela história do navio desde os 11 anos, vendo e lendo sobre a descoberta dos destroços em 1985. Isso tudo gerou um frenezi na época, que se prolongou por alguns anos. Então cresci apaixonado pelo navio e sua mística. Pois bem, não só ele se tornou a maior bilheteria de todos os tempos (superado apenas em 2010 por Avatar, do mesmo diretor) como ficou em cartaz por quase um ano, com pessoas fazendo fila pra ver e rever esse que se tornou o último "épico" de Hollywood. Foi feito com um navio construído quase em escala real, com centenas de figurantes, e o dinheiro foi aplicado no que está DE VERDADE na tela, e não em nerds fazendo coisas digitais no computador. Até mesmo o navio quebrando ao meio é uma maquete gigantesca, e não um modelo em computador. Cameron soube dosar humor, fascínio, pieguismo, romance, terror e aventura como pouquíssimas pessoas já fizeram (eu mesmo só consigo pensar em Spielberg no seu auge e a trilogia Star Wars) e criou um filme que não envelhece. A prova está aí, 12 anos depois, com Titanic sendo relançado em 3D. Minha resenha sobre a versão 3D está aqui
Essa é uma história diferente de tudo o que você já viu em termos de heróis mascarados, e que é o equivalente quadrinístico de Moby Dick para a literatura e Bob Dylan para a música. A obra que revolucionou seu meio, destruindo de vez a aura mitológica dos super-heróis e mostrando suas verdadeiras faces por detrás das máscaras. adianto que este talvez seja o filme mais fiel ao espírito de uma graphic novel, depois de Sin City. Muitos diálogos estão lá, palavra por palavra, muitas cenas são encenadas emulando as mesmas poses dos quadrinhos, até mesmo no esquema de cores (de quando em quando aparece um elemento púrpura, predominante na HQ). Há um respeito quase exagerado ao roteiro, o que deixa o filme um pouco lento às vezes, na tentativa de colocar todos os detalhes desse rico universo criado por Alan Moore na tela. O cinema tem seu próprio ritmo e linguagem, e EXIGE uma adaptação, mas nesse caso a adaptação foi mínima (pra sorte dos fãs), o que reflete no ritmo. Mas, no geral, o filme é muito bom. As cenas do presídio, com Roscharch, são fantásticas. É dele as melhores frases do filme/HQ. Quando ele pronuncia a célebre frase no presídio (não vou estragar pra quem não viu) quase que me levanto pra aplaudir! Obviamente, pra um filme caro como esse, o diretor Zack Snyder (o mesmo do filme "300") teve de fazer concessões, e vê-se isso no enlongamento das cenas de porrada (a la Matrix), no fato de que alguns personagens serem resistentes como os Cavaleiros do Zodíaco (quebram o cenário todo com o corpo, depois levantam pra apanhar mais), mas felizmente Snyder não estragou tudo usando sloooowww mooootionn o tempo todo. a trilha sonora do filme é um show à parte. Músicas dos anos 50, 60, 70, muito bem escolhidas e que dizem alguma coisa relativa ao que está sendo mostrado na tela. Não por acaso, Bob Dylan abre e fecha o filme. O resto da minha crítica está aqui
Os tempos mudaram. Os filmes de heróis também. Mas nenhum foi tão dramático e tão longe quanto esse novo Batman: O Cavaleiro das trevas. O título não podia ser mais perfeito, pois a estrutura do personagem finalmente delineou-se em sua forma final, que se deve totalmente a Frank Miller e sua premiada Graphic Novel. E o Coringa não poderia ficar de fora, e teve sua psique baseada em outra Graphic Novel consagrada, de autoria de Alan Moore: A piada mortal. Pode-se dizer que essas duas HQs definiram o estado da arte dos quadrinhos, nos anos 80. O filme é extremamente violento (não graficamente, mas psicologicamente), perturbador, tenso, NÃO é politicamente correto (o que me lembrou os bons filmes outsiders, como Mad Max e Cães de aluguel). A atuação de Heath Ledger é perfeita, distanciando-se da imagem consagrada dos quadrinhos (e que Jack Nicholson fez maravilhosamente) e aproximando-se da insanidade do Coringa de "A piada mortal". Assim, ele não se torna um arlequim, e sim o pior que um palhaço pode evocar numa pessoa (o homem por trás da maquiagem). Continue lendo a crítica aqui
Longe de ser um caça-niquel com personagens rasos e simpáticos (como Transformers ou mesmo o novo Star Trek) Distrito 9 resgata do limbo a dignidade do gênero. O filme (assim como Alien ou Exterminador do futuro) nos transporta para uma realidade crível, mesmo sendo ela fantástica. O estilo documental, com câmera na mão, aqui encontra o seu lugar de direito, com efeitos visuais fantásticos, no sentido de inserir uma gigantesca nave-mãe sobre os céus de Johannesburgo e ainda assim parecer "natural". Sem falar nos melhores (em termos técnicos) personagens criados em computação gráfica que já vi, em um fantástico trabalho de iluminação e animação, feito não pela oscarizada empresa Weta (de Senhor dos Anéis), mas sim pela (até então desconhecida) empresa de Johannesburgo chamada Image Engine Design. Mas nada disso salvaria o filme de ser mais um Transformers da vida se não fosse pelo roteiro adulto e realista (co-escrito pelo diretor Neill Blomkamp). Uma história onde não há heróis e vilões (pelo menos não no sentido tradicional). É justamente aí que reside o grande trunfo do filme: seu impacto emocional. Saí da sessão com a triste impressão de ter visto um documentário vindo do futuro, ou um Tropa de Elite com Aliens, porque dá pra reconhecer a natureza e as motivações humanas (nossas motivações) em cada ato dos personagens. É por isso que reitero: não há vilões neste filme, apenas humanos vivendo suas vidas e cumprindo seus papéis... demasiadamente humanos. Veja o resto da crítica aqui
Esse é um dos filmes da minha vida. Já assisti umas 8 vezes no cinema e trocentas outras em vídeo, TV e DVD. É impossível se cansar dele, pois estabeleceu um padrão de excelência em som, fotografia, edição, direção, produção, ou seja, toda a parte técnica. Pode-se fazer ALGUMA crítica em relação às atuações, mas não dos personagens principais. Sarah Connor está mais badass que nunca, Furlong tem tem uma atuação estupenda como John Connor, e Schawza nasceu pra interpretar um robô. O filme custou 100 milhões (o mais caro da sua época) e cada centavo gasto está na tela, em cenas de cair o queixo numa época em que ainda se filmavam muita coisa na vera, sem computadores. E já que falamos de computadores, quando ele é usado é pra estourar a cabeça da platéia com o T1000, e vimos pela primeira vez o efeito morph ser usado pra algo diferente do que apenas trocar um rosto pelo outro. James Cameron realmente vira um caminhão-tanque, faz um helicoptero passar por baixo de uma ponte, explode um prédio de 5 andares, e o lado triste é que você provavelmente nunca verá mais coisas assim, porque hoje tudo é feito por computadores, então esse pra mim é o filme de ação DEFINITIVO (além de ser uma ficção científica de primeira!).
Esse está na lista de piores filmes da minha vida. Se eu pudesse voltar no tempo eu faria algo mais produtivo da minha vida durante as 1:30 que perdi no cinema. Por exemplo: jogando Angry Birds, ou contando nuvens... qualquer coisa, menos isso!
O mais fantástico do filme é que ele é uma crítica às drogas sem ser uma crítica direta às drogas ou aos usuários. Grande sensibilidade do diretor em ser fiel ao espírito de Phillip K. Dick, inclusive ao usar um visual tão corajoso, puramente psicodélico sem precisar jogar na sua cara cores e criaturas, e sim alterando o tecido da "realidade".
O filme mais fraco da Marvel até agora. Apesar do Hulk estar melhor representado em CGI (mas não perfeito como em Avengers) a batalha entre dois monstros CGI é um saco, sofre do mesmo mal de King Kong do Peter Jackson, simplesmente não convence. Edward Norton é um grande ator, mas faltou o carisma de um Homem de Ferro, coisa que corrigiram (novamente) em Avengers, com um ator mais fraco mas mais carismático.
Esse filme perde muito em carisma para o primeiro, mas ganha em ação. Os efeitos especiais estão espetaculares, a produção está maior, melhor, mas pelo menos pra mim faltou aquele carinho que tinha no primeiro, um cuidado maior com entreter mais com os atores e menos com a pirotecnia.
Este é o filme que estabeleceu o "jeito Marvel" de fazer filmes. Apesar do final "nhé" o filme diverte pelo roteiro ágil e os personagens carismáticos. Downey Jr. é excepcional.
O tipo de filme que mexe com o espectador, que o faz se sentir bem, com vontade de ajudar o próximo, de amar sem esperar receber nada em troca, enfim, de viver em paz consigo mesmo. Amélie Poulain é uma fábula. Compre esta idéia antes de ver o filme, e você desfrutará de duas horas de pura magia cinematográfica. A música é parte do encanto do filme. Combina acordeom com sons lúdicos, que ajudam a transpor a magia do conto de fadas para além da visão. A fotografia é colorida com tons pastéis fortes, pouco vistos no cinema. A liberdade com o visual permite que se utilize desde recursos de videoclipe até mesmo computação gráfica, sem que isso estrague o filme (é uma fábula, lembram?). Quem for pensando que é mais um daqueles filmes franceses chatos, nem vá. Quem for acostumado aos padrões de beleza hollywoodianos com certeza vai estranhar este filme. Os personagens são pessoas como as que se vê nas ruas. Isso ajuda a criar um clima de cumplicidade e, aliado à brilhante interpretação de todos eles, o filme consegue torná-los especiais e memoráveis.
Por falar em memorável, há cenas de pura contemplação que com certeza seriam eliminadas de um filme norte-americano. Ouvir Edith Piaf ecoando nas paredes do metrô foi delicioso, assim como subir as escadarias do parque, seguindo as pistas de Amélie. Mas o momento que define o filme é, na minha opinião, quando a personagem principal faz um pequeno tour com um ceguinho na rua. Aquilo me encantou sobremaneira que saí do cinema com a alma lavada, com a crença de que no mundo ainda existem pessoas que se preocupam com as outras. Digo isso não pensando na personagem Amélie, e sim em todos que fizeram este filme. Pessoas que se preocupam com a mensagem que é passada nos momentos de lazer.
A atriz Audrey Tautou está excelente, e merecia um Oscar (o filme ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro). Seu olhar, suas caras e bocas, seu jeito de falar, ela é simplesmente cativante (a alma do filme!) e nos faz acreditar que ali estamos vendo uma pessoa de alma pura!
A música também é especialíssima. Composta por Yann Tiersen, usa com maestria a tradicional "marca sonora" francesa: o acordeom, lindamente misturado aos violinos e sons lúdicos e inusitados, como uma caixinha de música, um xilofone e até mesmo uma máquina de escrever.
Christopher Nolan e seu irmão Jonathan sabem como poucos hoje no cinema nos guiar através de nossos próprios labirintos da mente. Eles escreveram a trilogia de Batman no cinema e fecharam com chave de ouro essa série. Engana-se, porém , quem pensa que essa é a história do super-herói Batman. É sim o fechamento da SAGA de Bruce Wayne trabalhando por meio de arquétipos que compõem a Jornada do Herói (e é por tal falta de perspectiva que as pessoas criticam tanto os personagens secundários que, de outra forma, parecem mesmo "descartáveis"). Talvez o roteiro seja fraco como entretenimento, mas pra imersão nessa história ele funciona muito bem. The Dark Knight ainda é o melhor filme do Batman, até por conta do Coringa, mas "Ressurge" é sim uma boa conclusão pra trilogia. Saiba mais sobre os arquétipos por trás do Batman aqui:
A cada 10 anos hollywood nos dá um filme que revoluciona a linguagem, a estética, a narrativa, e nos faz estourar a cabeça. Em 1999 tivemos Matrix. Em 2010 tivemos A Origem (TÓÓÓÓMM). Aqui Nolan consegue ir além de Batman: The Dark Knight (que já é uma obra-prima) e faz um filme não pro público-pipoca, mas sim pra quem gosta de se debruçar sobre um filme. A Origem deixaria Stanley Kubrick orgulhoso, pois contém camadas e mais camadas, e mostro isso na teoria que desenvolvi aqui:
Representa o melhor do cinema francês de exportação, juntamente com Amélie Poulain. É leve, engraçado, sedutor, com uma história interessante e uma dose de drama. A fotografia é maravilhosa e a direção precisa. A edição não entedia (como seria de se esperar de um filme basicamente sobre a relação de duas pessoas) e a atuação é primososa. As piadas são algo que você não vai ver no cinema norte-americano, por serem politicamente incorretas (graças a Deus!).
Toy Story 3
4.4 3,6K Assista AgoraÉ incrível a sensibilidade da Pixar em transformar uma história originalmente feita pra crianças (e pra entreter os adultos) numa saga com relevância sentimental pra esses mesmos adultos que, meio sem querer, se apaixonaram por esses personagens ao longo dos filmes.
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Metrópolis
4.4 633 Assista AgoraMetropolis foi o filme mais caro de sua época, e um marco do expressionismo alemão. Durou quase 1 ano e meio pra ser feito e envolveu cerca de 37 mil extras. Dirigido por Fritz Lang e escrito por ele e Thea von Harbou (esposa de Lang), mostrava um futuro distópico que influenciou gerações de escritores e cineastas até hoje, e deu fruto a filmes, jogos e livros como 1984, Blade Runner, Robocop, Final Fantasy 7, Bioshock, Bastardos Inglórios, o movimento Steampunk, o cinema Noir, entre outros.
Num mundo futurístico - que é a extrapolação da revolução industrial - a sociedade vive em uma verdadeira metrópole não muito diferente da nossa (com direito até a engarrafamentos!). Porém ela está rigidamente dividida em duas grandes classes: Os cidadãos na cidade superior, curtindo o melhor que a tecnologia pode proporcionar em termos de transporte e diversão, e embaixo os operários, vivendo numa cidade subterrânea com suas famílias e trabalhando 10 horas por dia em condições terríveis para manter as máquinas que fazem com que as regalias da cidade superior não parem nunca.
Comandados de cima pelo industrial frio e calculista Joh Fredersen, esses operários-escravos vivem uma vida de trabalho duro, e pipocam aqui e ali planos de revolta dos trabalhadores. Essa revolta é aplacada por Maria, uma mulher simples da classe trabalhadora, que com seu encanto prega a compreensão e o amor aos "irmãos" da cidade alta, e lhes promete que um dia chegará um mediador vindo do "alto" que supostamente lhes dará melhores condições de vida (embora isso não seja dito). Esse mediador acaba sendo o filho do industrial Fredersen, Freder, que ao se apaixonar por Maria resolve descer à cidade subterrânea e se comove com a vida dos operários, decidindo até mesmo trocar de lugar com um deles pra se aproximar de Maria.
Assim começa um dos grandes filmes da história. O filme é mudo, o que pode afastar e cansar boa parte da platéia atual, mas se você gosta de cinema vale a pena investir seu tempo em vê-lo.
Uma análise mais aprofundada do filme pode ser vista aqui e aqui
O Resgate do Soldado Ryan
4.2 1,7K Assista AgoraO Resgate do Soldado Ryan é uma das melhores experiências sensoriais que o cinema já me proporcionou. Ele simplesmente não foi feito para a sala de estar. A história é chata, em nenhum momento convence que 8 soldados arriscariam a vida por um Matt Damon perdido no meio da guerra, mas a representação fiel das batalhas foi o que garantiu que este filme entrasse para a história logo nos primeiros minutos, o que garantiu que Spielberg ganhasse o Oscar de melhor direção. E disso Spielbeg entende: ele cresceu ouvindo as histórias do pai, e portanto o tema de seu primeiro filme caseiro seria um só: 2ª guerra mundial, com direito a aviões, jipes e explosões, engenhosamente feitas com sacos de areia!
Esse menino talentoso cresceu, se tornou o diretor mais querido e famoso do mundo, e agora podia filmar sua versão da guerra com os mais modernos efeitos que o cinema poderia proporcionar. E ele o fez!
O filme começa com a bandeira dos EUA tremulando, lívida e modorrenta. Somos apresentados ao cemitério e ao dramalhão do filme (que eu detesto). Mas logo somos apresentados aos 20 minutos mais espetaculares da história do cinema. Ainda me lembro da minha reação quando a porta do barco se abriu. Eu não esperava aquilo. Ninguém esperava aquilo, ainda mais de um Spielberg! A partir daí foi uma montanha-russa onde por vezes eu me abaixava atrás das poltronas (juro!) e acompanhava com a cabeça o zunido das balas tracejantes (que pareciam passar a poucos centímetros!).
Não pensem que foi fácil fazer aquelas cenas, que apresentam um aspecto "sujo", grosseiro e tremido, como os documentários de época. Cada movimento de câmera foi planejado à exaustão, para criar um link entre as cenas e a platéia. As lentes e a velocidade do filme foram alteradas para se assemelhar às das antigas filmadoras (com ocasionais entradas excessivas de luz, como na cena das chamas na casa-mata), e as cores foram esmaecidas no computador. Os efeitos sonoros foram elevados a um novo patamar, fazendo muita gente comprar um home theater só por causa desse filme.
Apesar da cena do desembarque ter entrado pra história do cinema, a cena que mais me encanta é quando tocam Edith Piaf no meio da cidade francesa abandonada, com sua voz melancólica ecoando através dos escombros. E logo depois surgem os tanques de guerra alemães, as armas mais terríveis de Hitler apoiadas pela elite das tropas germânicas. Os alemães costumavam deixar seus tanques com pouco ou nenhum óleo nas engrenagens das esteiras, para fazer aquele barulho terrível, o "som da morte", que aterrorizava as tropas inimigas (e que, no cinema, me arrepiou dos pés à cabeça).
Algo que me chamou a atenção foi o lançamento de morteiros com a mão. Tive a oportunidade de perguntar a um soldado do exército se aquilo era possível, e ele disse que não. O morteiro tem um dispositivo de armação por deslocamento de ar, mas é preciso um GRANDE deslocamento de ar para ativá-lo (batendo no chão não ativa, tanto é que no exército eles usam um fuzil FAL disparando ar comprimido para atirar). Não é a primeira vez que Spielberg subverte a realidade pra dar mais emoção aos seus filmes. Em Tubarão o roteirista disse que era impossível a garrafa de ar comprimido explodir daquele jeito, mas aí Spielberg retrucou: "Se eu conseguir botar a platéia na minha mão com o filme, eles acreditarão em qualquer coisa que eu colocar lá".
E ele tem razão...
Ran
4.5 265 Assista Agora"O Rei Lear" é uma história consagrada de um dos maiores escritores da humanidade (Shakespeare). Kurosawa, um dos maiores diretores de cinema do mundo. Junte os dois e teremos Ran (1985), a fina flor do cinema japonês.
A adaptação de Rei Lear é livre, pois incorporou elementos da história do Japão feudal e sua cultura, como o teatro Nô: o estilo de interpretação exagerada, a raposa-em-forma-humana (kitsune), a flauta, a figura andrógina do Bobo da corte, e o uso de cores pra representar seus personagens.
Kurosawa, que também ajudou no roteiro, acrescenta ainda toda a espiritualidade característica do Budismo, como a Roda do Sansara, o karma, a compaixão incondicional, etc. Aliado a isso, sua visão filosófica de mundo é sensível e refinada, como podemos ver em cenas onde o Bobo é o personagem mais sensato da trama, o julgamento pelas aparências, e especialmente a cena final, que é de uma desolação profunda e que representa os rumos que a humanidade está tomando (uma cena quase profética, pois nós, como seres humanos, estamos cada vez mais na mesma condição que o personagem do final).
A fotografia é primorosa, com o uso de teleobjetivas, que tiram a profundidade das cenas e dão a idéia de uma pintura bidimensional. Kurosawa passou 10 anos pintando ele mesmo os storyboards, e esse esmero artístico está em cada frame do filme. Apesar de ter sido o filme japonês mais caro de sua época, Kurosawa consegue extrair cenas memoráveis e grandiosas com elementos simples, como um portão de madeira, ou um sangue esparramado na parede. O ritmo e enquadramento dos personagens lembra um teatro, onde podemos ver a reação de cada personagem às falas em tempo real, sem cortes. Por isso mesmo é fantástico rever o filme e perceber os olhares que os personagens trocam entre si, ou ficar prestando atenção a somente um determinado personagem, etc. Você verá que os atores estão totalmente dentro dos seus papéis, tanto que o personagem principal não parece caricato, mesmo sob pesada maquiagem e expressões teatrais. Pura genialidade, pura magia do cinema.
Titanic
4.0 4,6K Assista AgoraEste é um dos filmes da minha vida não porque me apaixonei pela história de romance ou pelas magníficas cenas da metade final, mas sim porque sou fascinado pela história do navio desde os 11 anos, vendo e lendo sobre a descoberta dos destroços em 1985. Isso tudo gerou um frenezi na época, que se prolongou por alguns anos. Então cresci apaixonado pelo navio e sua mística.
Pois bem, não só ele se tornou a maior bilheteria de todos os tempos (superado apenas em 2010 por Avatar, do mesmo diretor) como ficou em cartaz por quase um ano, com pessoas fazendo fila pra ver e rever esse que se tornou o último "épico" de Hollywood. Foi feito com um navio construído quase em escala real, com centenas de figurantes, e o dinheiro foi aplicado no que está DE VERDADE na tela, e não em nerds fazendo coisas digitais no computador. Até mesmo o navio quebrando ao meio é uma maquete gigantesca, e não um modelo em computador. Cameron soube dosar humor, fascínio, pieguismo, romance, terror e aventura como pouquíssimas pessoas já fizeram (eu mesmo só consigo pensar em Spielberg no seu auge e a trilogia Star Wars) e criou um filme que não envelhece. A prova está aí, 12 anos depois, com Titanic sendo relançado em 3D.
Minha resenha sobre a versão 3D está aqui
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista AgoraEssa é uma história diferente de tudo o que você já viu em termos de heróis mascarados, e que é o equivalente quadrinístico de Moby Dick para a literatura e Bob Dylan para a música. A obra que revolucionou seu meio, destruindo de vez a aura mitológica dos super-heróis e mostrando suas verdadeiras faces por detrás das máscaras.
adianto que este talvez seja o filme mais fiel ao espírito de uma graphic novel, depois de Sin City. Muitos diálogos estão lá, palavra por palavra, muitas cenas são encenadas emulando as mesmas poses dos quadrinhos, até mesmo no esquema de cores (de quando em quando aparece um elemento púrpura, predominante na HQ). Há um respeito quase exagerado ao roteiro, o que deixa o filme um pouco lento às vezes, na tentativa de colocar todos os detalhes desse rico universo criado por Alan Moore na tela. O cinema tem seu próprio ritmo e linguagem, e EXIGE uma adaptação, mas nesse caso a adaptação foi mínima (pra sorte dos fãs), o que reflete no ritmo. Mas, no geral, o filme é muito bom. As cenas do presídio, com Roscharch, são fantásticas. É dele as melhores frases do filme/HQ. Quando ele pronuncia a célebre frase no presídio (não vou estragar pra quem não viu) quase que me levanto pra aplaudir! Obviamente, pra um filme caro como esse, o diretor Zack Snyder (o mesmo do filme "300") teve de fazer concessões, e vê-se isso no enlongamento das cenas de porrada (a la Matrix), no fato de que alguns personagens serem resistentes como os Cavaleiros do Zodíaco (quebram o cenário todo com o corpo, depois levantam pra apanhar mais), mas felizmente Snyder não estragou tudo usando sloooowww mooootionn o tempo todo.
a trilha sonora do filme é um show à parte. Músicas dos anos 50, 60, 70, muito bem escolhidas e que dizem alguma coisa relativa ao que está sendo mostrado na tela. Não por acaso, Bob Dylan abre e fecha o filme.
O resto da minha crítica está aqui
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraOs tempos mudaram. Os filmes de heróis também. Mas nenhum foi tão dramático e tão longe quanto esse novo Batman: O Cavaleiro das trevas. O título não podia ser mais perfeito, pois a estrutura do personagem finalmente delineou-se em sua forma final, que se deve totalmente a Frank Miller e sua premiada Graphic Novel. E o Coringa não poderia ficar de fora, e teve sua psique baseada em outra Graphic Novel consagrada, de autoria de Alan Moore: A piada mortal. Pode-se dizer que essas duas HQs definiram o estado da arte dos quadrinhos, nos anos 80.
O filme é extremamente violento (não graficamente, mas psicologicamente), perturbador, tenso, NÃO é politicamente correto (o que me lembrou os bons filmes outsiders, como Mad Max e Cães de aluguel). A atuação de Heath Ledger é perfeita, distanciando-se da imagem consagrada dos quadrinhos (e que Jack Nicholson fez maravilhosamente) e aproximando-se da insanidade do Coringa de "A piada mortal". Assim, ele não se torna um arlequim, e sim o pior que um palhaço pode evocar numa pessoa (o homem por trás da maquiagem).
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Distrito 9
3.7 2,0K Assista AgoraLonge de ser um caça-niquel com personagens rasos e simpáticos (como Transformers ou mesmo o novo Star Trek) Distrito 9 resgata do limbo a dignidade do gênero. O filme (assim como Alien ou Exterminador do futuro) nos transporta para uma realidade crível, mesmo sendo ela fantástica. O estilo documental, com câmera na mão, aqui encontra o seu lugar de direito, com efeitos visuais fantásticos, no sentido de inserir uma gigantesca nave-mãe sobre os céus de Johannesburgo e ainda assim parecer "natural". Sem falar nos melhores (em termos técnicos) personagens criados em computação gráfica que já vi, em um fantástico trabalho de iluminação e animação, feito não pela oscarizada empresa Weta (de Senhor dos Anéis), mas sim pela (até então desconhecida) empresa de Johannesburgo chamada Image Engine Design. Mas nada disso salvaria o filme de ser mais um Transformers da vida se não fosse pelo roteiro adulto e realista (co-escrito pelo diretor Neill Blomkamp). Uma história onde não há heróis e vilões (pelo menos não no sentido tradicional). É justamente aí que reside o grande trunfo do filme: seu impacto emocional. Saí da sessão com a triste impressão de ter visto um documentário vindo do futuro, ou um Tropa de Elite com Aliens, porque dá pra reconhecer a natureza e as motivações humanas (nossas motivações) em cada ato dos personagens. É por isso que reitero: não há vilões neste filme, apenas humanos vivendo suas vidas e cumprindo seus papéis... demasiadamente humanos.
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O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final
4.1 1,1K Assista AgoraEsse é um dos filmes da minha vida. Já assisti umas 8 vezes no cinema e trocentas outras em vídeo, TV e DVD. É impossível se cansar dele, pois estabeleceu um padrão de excelência em som, fotografia, edição, direção, produção, ou seja, toda a parte técnica. Pode-se fazer ALGUMA crítica em relação às atuações, mas não dos personagens principais. Sarah Connor está mais badass que nunca, Furlong tem tem uma atuação estupenda como John Connor, e Schawza nasceu pra interpretar um robô. O filme custou 100 milhões (o mais caro da sua época) e cada centavo gasto está na tela, em cenas de cair o queixo numa época em que ainda se filmavam muita coisa na vera, sem computadores. E já que falamos de computadores, quando ele é usado é pra estourar a cabeça da platéia com o T1000, e vimos pela primeira vez o efeito morph ser usado pra algo diferente do que apenas trocar um rosto pelo outro. James Cameron realmente vira um caminhão-tanque, faz um helicoptero passar por baixo de uma ponte, explode um prédio de 5 andares, e o lado triste é que você provavelmente nunca verá mais coisas assim, porque hoje tudo é feito por computadores, então esse pra mim é o filme de ação DEFINITIVO (além de ser uma ficção científica de primeira!).
X-Men Origens: Wolverine
3.2 2,2K Assista AgoraEsse está na lista de piores filmes da minha vida. Se eu pudesse voltar no tempo eu faria algo mais produtivo da minha vida durante as 1:30 que perdi no cinema. Por exemplo: jogando Angry Birds, ou contando nuvens... qualquer coisa, menos isso!
O Homem Duplo
3.5 252 Assista AgoraO mais fantástico do filme é que ele é uma crítica às drogas sem ser uma crítica direta às drogas ou aos usuários. Grande sensibilidade do diretor em ser fiel ao espírito de Phillip K. Dick, inclusive ao usar um visual tão corajoso, puramente psicodélico sem precisar jogar na sua cara cores e criaturas, e sim alterando o tecido da "realidade".
Chaplin
4.2 363Obra prima. E a atuação da vida de Downey Jr.
O Incrível Hulk
3.1 880 Assista AgoraO filme mais fraco da Marvel até agora. Apesar do Hulk estar melhor representado em CGI (mas não perfeito como em Avengers) a batalha entre dois monstros CGI é um saco, sofre do mesmo mal de King Kong do Peter Jackson, simplesmente não convence. Edward Norton é um grande ator, mas faltou o carisma de um Homem de Ferro, coisa que corrigiram (novamente) em Avengers, com um ator mais fraco mas mais carismático.
Homem de Ferro 2
3.6 1,9K Assista AgoraEsse filme perde muito em carisma para o primeiro, mas ganha em ação. Os efeitos especiais estão espetaculares, a produção está maior, melhor, mas pelo menos pra mim faltou aquele carinho que tinha no primeiro, um cuidado maior com entreter mais com os atores e menos com a pirotecnia.
Homem de Ferro
3.9 1,5K Assista AgoraEste é o filme que estabeleceu o "jeito Marvel" de fazer filmes. Apesar do final "nhé" o filme diverte pelo roteiro ágil e os personagens carismáticos. Downey Jr. é excepcional.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraO tipo de filme que mexe com o espectador, que o faz se sentir bem, com vontade de ajudar o próximo, de amar sem esperar receber nada em troca, enfim, de viver em paz consigo mesmo.
Amélie Poulain é uma fábula. Compre esta idéia antes de ver o filme, e você desfrutará de duas horas de pura magia cinematográfica. A música é parte do encanto do filme. Combina acordeom com sons lúdicos, que ajudam a transpor a magia do conto de fadas para além da visão. A fotografia é colorida com tons pastéis fortes, pouco vistos no cinema. A liberdade com o visual permite que se utilize desde recursos de videoclipe até mesmo computação gráfica, sem que isso estrague o filme (é uma fábula, lembram?). Quem for pensando que é mais um daqueles filmes franceses chatos, nem vá. Quem for acostumado aos padrões de beleza hollywoodianos com certeza vai estranhar este filme. Os personagens são pessoas como as que se vê nas ruas. Isso ajuda a criar um clima de cumplicidade e, aliado à brilhante interpretação de todos eles, o filme consegue torná-los especiais e memoráveis.
Por falar em memorável, há cenas de pura contemplação que com certeza seriam eliminadas de um filme norte-americano. Ouvir Edith Piaf ecoando nas paredes do metrô foi delicioso, assim como subir as escadarias do parque, seguindo as pistas de Amélie. Mas o momento que define o filme é, na minha opinião, quando a personagem principal faz um pequeno tour com um ceguinho na rua. Aquilo me encantou sobremaneira que saí do cinema com a alma lavada, com a crença de que no mundo ainda existem pessoas que se preocupam com as outras. Digo isso não pensando na personagem Amélie, e sim em todos que fizeram este filme. Pessoas que se preocupam com a mensagem que é passada nos momentos de lazer.
A atriz Audrey Tautou está excelente, e merecia um Oscar (o filme ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro). Seu olhar, suas caras e bocas, seu jeito de falar, ela é simplesmente cativante (a alma do filme!) e nos faz acreditar que ali estamos vendo uma pessoa de alma pura!
A música também é especialíssima. Composta por Yann Tiersen, usa com maestria a tradicional "marca sonora" francesa: o acordeom, lindamente misturado aos violinos e sons lúdicos e inusitados, como uma caixinha de música, um xilofone e até mesmo uma máquina de escrever.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraChristopher Nolan e seu irmão Jonathan sabem como poucos hoje no cinema nos guiar através de nossos próprios labirintos da mente. Eles escreveram a trilogia de Batman no cinema e fecharam com chave de ouro essa série. Engana-se, porém , quem pensa que essa é a história do super-herói Batman. É sim o fechamento da SAGA de Bruce Wayne trabalhando por meio de arquétipos que compõem a Jornada do Herói (e é por tal falta de perspectiva que as pessoas criticam tanto os personagens secundários que, de outra forma, parecem mesmo "descartáveis"). Talvez o roteiro seja fraco como entretenimento, mas pra imersão nessa história ele funciona muito bem. The Dark Knight ainda é o melhor filme do Batman, até por conta do Coringa, mas "Ressurge" é sim uma boa conclusão pra trilogia. Saiba mais sobre os arquétipos por trás do Batman aqui:
A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraA cada 10 anos hollywood nos dá um filme que revoluciona a linguagem, a estética, a narrativa, e nos faz estourar a cabeça. Em 1999 tivemos Matrix. Em 2010 tivemos A Origem (TÓÓÓÓMM). Aqui Nolan consegue ir além de Batman: The Dark Knight (que já é uma obra-prima) e faz um filme não pro público-pipoca, mas sim pra quem gosta de se debruçar sobre um filme. A Origem deixaria Stanley Kubrick orgulhoso, pois contém camadas e mais camadas, e mostro isso na teoria que desenvolvi aqui:
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraRepresenta o melhor do cinema francês de exportação, juntamente com Amélie Poulain. É leve, engraçado, sedutor, com uma história interessante e uma dose de drama. A fotografia é maravilhosa e a direção precisa. A edição não entedia (como seria de se esperar de um filme basicamente sobre a relação de duas pessoas) e a atuação é primososa. As piadas são algo que você não vai ver no cinema norte-americano, por serem politicamente incorretas (graças a Deus!).