Esperava uma experiência absurda, mas honesta, daquelas que nos divertem não só pela tosquice, mas também pela presença de uma visão criativa (ainda que incompleta). O que encontrei foi um desastre construído por causa de decisões puramente comerciais e materializado em um filme tedioso.
Os inúmeros rituais de Saraba Hakobune carregam uma necessidade de representação do tempo e da vida de uma forma performática, corporal. Os relógios carregados, a casa decorada, a fuga, a redenção sobrenatural, o ressuscitar. Existe aqui uma pergunta construída com profundidade e poesia: como mudamos e como continuamos ao, progressivamente, morrer? Um clique. Uma fotografia. Essa captura do tempo, sua paralisação. Como sempre em Terayama a quebra do véu que oculta a obra é reforçado. Essa tentativa de, por um momento, criar um marco no irreversível só pode indicar começo e não o final das relações levantadas pela obra.
Se fosse um pouco mais sutil em suas simbologias (acredito que o problema de exposição está contido na narração) seria ainda mais eficiente. Ainda assim, um bom filme.
Sinto que o Pasolini quase alcança um tom interessante para o filme em diversos momentos (o final é o que mais se aproxima desse caráter sublime), mas entre cenas extremamente simbólicas (e até belas) o que se tem é um roteiro preso demais à exposição. Entendo que a fotografia aberta, teatral, serve para demonstrar o distanciamento emocional entre opressores e oprimidos, mas isso acaba quebrando com uma sensibilidade tátil que eu acho importantíssima para segurar as cenas de fetiche do filme.
Se em Magnólia, PTA oferece uma estrutura narrativa quebrada, multifocal, mas ainda assim com um segmento introdutório que permite ao espectador conectar os personagens em um espaço emocional, em O Mestre o que ele entrega é um verdadeiro espaço simulado e aberto, ainda que guiado pela visão e descontrole do personagem de Joaquin Phoenix.
O filme é um estudo de personagens, mas também um estudo de imersão. Seus aspecto simulatório está na interação. Isso se dá pela sensação de que é impossível compreender a completude dos personagens e ambientes apenas no tempo de filme, como se de fato você os estivesse visitando por um breve período e soubesse que aquelas pessoas (vale ressaltar, pessoas) são sim interessantes e emocionalmente profundas, contínuas além da narrativa.
Um quebra-cabeças impressionante. Como falaram abaixo, um filme que necessita de pausas, de revisitações, de discussão. Só essa dinâmica, promovida pelo tecnicismo e crueza da linguagem dos protagonistas já é uma experiência interessante. Para ver com os amigos que realmente gostam de ciência.
Antes da ilustração da sensibilidade manipulada pela tecnologia está uma experiência de perturbação. A crítica é apenas uma ferramenta. O objetivo é a paranoia, a fixação com o horror impalpável que é Videodrome.
O clima de Bad City alinhado a um realismo fantástico árabe me remete à Mahfouz (o que me agrada muitíssimo), mas a narrativa sem consequências tangíveis (preocupando-se mais em passear pelos personagens que permeiam aquele mundo) não me pegou tanto, visto que não senti tanta profundidade nesses personagens (funcionam quase que como arquétipos).
Apesar disso, a direção desse filme é uma obra de arte por si só. A fotografia expressionista com uma atenção primorosa pelo contraste de valores e jogo de luz faz com que cada cena do filme seja, no mínimo, bela . A trilha sonora é pontual e muito bem utilizada e as atuações são em geral boas (os atores sabem bem criar uma sensação de introspecção que faz com que os personagens pareçam mais profundos do que são de fato).
Apesar do roteiro que me soou raso, A Girl Walks Home Alone at Night é uma experiência audiovisual interessante, que se vale muito bem como obra de experimentação estética.
Assisti esse filme inúmeras vezes quando tinha 12 anos, vê-lo de novo seria atestar se aquela excitação pueril não passava de uma ingenuidade quanto à qualidade do filme, ou se Speed Racer era realmente toda aquela grandiosidade que minha memória trazia.
Minha memória (e minha criança interior) estavam certas. Uma aventura espetacular, emocionante e formalmente experimental, que abraça o absurdo (e em várias vezes o ridículo, mas sempre de forma muito bem dosada), acompanhada de uma das estéticas mais inovadoras que o cinema pôde produzir, num misto coeso de cinema de animação, live action e história em quadrinhos.
Interessante como um filme sobre corridas consegue sintetizar o que realmente importa no fazer artístico: a verdade pessoal, força motriz do artista, que não deve se adequar ao mercado pela pura segurança da aceitação (o que esse filme assume para si ao apostar em um estilo tão único). Da mesma forma que Speed, o piloto, transforma as violentas e corruptas corridas de seu mundo em obras de beleza exemplar, Speed Racer, o filme, eleva o que deveria ser apenas uma adaptação comercial ao status de arte.
Nunca chorei tanto com um filme. Lars Von Trier consegue trabalhar com nuances psicológicas de uma forma indescritível e Björk... porra, ela traz uma leveza ao filme (junto com suas músicas), o que acaba criando um contraste ainda mais brutal no final. Já a admirava como cantora e artista multimídia, agora então... impressionante ver alguém tão multitalentosa.
Uma aula sobre sacrifício individual pelo bem coletivo, banalidade como essência da guerra e o fato de que a derrota é o esquecimento. Kurosawa sabe criar aqui uma narrativa marcante, um verdadeiro "épico cotidiano" ao tratar do heroísmo e da guerra com um toque profundo de decadência.
No fim, o que emerge da lama é a pontualidade da vitória e a eternidade da derrota.
Acho que não tenho muito a acrescentar ao que já foi dito aqui, mas gostaria de ressaltar como esse filme é bonito e acessível. Sim, acessível, mas essa simplicidade não é nunca um problema. Na verdade, é fundamental pra tratar do tema de fé e ciência de forma crítica, profunda, mas sem perder uma leveza que permeia toda a história.
Acho que o foco nesse "embate" consegue ser o mais bem relacionado que eu já vi. Em nenhum momento o filme foi desrespeitoso ou pretensioso, pra nenhum dos lados. Acredito que se deva ao texto original do Carl. Ele foi um verdadeiro diplomata quando se fala de ciência e espiritualidade, grande mente e grande alma.
"See, in all our searching, the only thing we've found that makes the emptiness bearable, is each other."
Isso fica claro no questionamento de Sartorius à cerca da existência de Hari como ser.
Também é esse fato que entra em embate com a própria necessidade humana, não de descobrir, mas de se estender, como fala Snaut.
Solaris trata desse combate entre o exterior e o interior que nos move, tão típico da ambiguidade que é ser mente e corpo. O oceano nos expõe e acabamos incomodados com a faceta que mais tentamos enaltecer. Espetacular.
Jodorowsky era apenas um nome pra mim, por causa de indicações para assistir A Montanha Sagrada e ler suas HQs, o que burramente ainda não fiz. Agora consigo mensurar sua genialidade em unir uma equipe magistral. A ambição, descrita perfeitamente na última fala do diretor, é a palavra perfeita pra esse projeto.
Meu deus, Giger e Moebius, além de Dali, Pink Floyd e todos os outros grandes da época, só de imaginar esse filme, imagens e ideias se montam na minha cabeça.
O documentário em si é muito leve e bem editado, ganha ainda mais peso em ver a vontade de todos os participantes em montar o projeto, com certeza seria a obra mais marcante da vida de todos. Felizmente, o livro-projeto se disseminou e possibilitou a criação de obras maravilhosas.
A ideia de Jodo de permitir a criação de uma animação baseada em seu projeto PRECISA ser levada à frente. Não me vem à cabeça agora um diretor de animação de tanta força que pode sustentar esse projeto, talvez se o Satoshi Kon estivesse vivo, até pelo seu gosto pelo surreal...
Que apareça um guerreiro espiritual de porte e que ele faça isso acontecer.
Assustadora a perfeição no controle da não-linearidade do roteiro. As sequências usando a TV/Show pra apresentar ao mesmo tempo que explica os sentimentos da Mima são geniais e, nossa, como esse filme consegue ser superior ao tratar de loucura e camadas de sonho (Inception me parece ordinário agora).
Que conjunto! Três animações fantásticas em seus estilos únicos. Magnetic Rose serve como uma entrada confortável pra quem está acostumando com a animação japonesa, mas logo surpreende ao tratar profundamente da memória sentimental e da loucura, além da animação em si que é incrível (nunca vi noção de peso melhor do que aqui). Stink Bomb é aquela comédia exagerada (e ao mesmo tempo uma crítica pontual ao militarismo e à influência norte-americana no Japão), que se não se alongasse demais, seria perfeita. Já Cannon Fodder pra mim é a prova da genialidade e versatilidade do Ōtomo, um curta sutil, numa tomada só, com um design bem "europeu" e um roteiro simples e forte que remete a Orwell (e a qualquer ditadura militarista). Fácil favoritar.
Se a terceira parte não caísse num frenesi de explosões e usasse esse tempo pra desenvolver melhor a relação do Kaneda com a Kei (ou inserindo a melhor sequência do mangá, com o Takashi, no contexto final do filme), seria um trabalho de adaptação perfeito por parte do Ōtomo. Mas ainda sim é uma ótima história sobre como a ciência deve ter seus limites. Além do mais, o melhor trabalho de animação 2D que vi até agora e a trilha sonora é fantástica (e extremamente pontual).
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Cats
1.7 375 Assista AgoraEsperava uma experiência absurda, mas honesta, daquelas que nos divertem não só pela tosquice, mas também pela presença de uma visão criativa (ainda que incompleta). O que encontrei foi um desastre construído por causa de decisões puramente comerciais e materializado em um filme tedioso.
Farewell to the Ark
4.3 5Os inúmeros rituais de Saraba Hakobune carregam uma necessidade de representação do tempo e da vida de uma forma performática, corporal. Os relógios carregados, a casa decorada, a fuga, a redenção sobrenatural, o ressuscitar.
Existe aqui uma pergunta construída com profundidade e poesia: como mudamos e como continuamos ao, progressivamente, morrer?
Um clique. Uma fotografia. Essa captura do tempo, sua paralisação. Como sempre em Terayama a quebra do véu que oculta a obra é reforçado. Essa tentativa de, por um momento, criar um marco no irreversível só pode indicar começo e não o final das relações levantadas pela obra.
O Silêncio do Céu
3.5 225 Assista AgoraSe fosse um pouco mais sutil em suas simbologias (acredito que o problema de exposição está contido na narração) seria ainda mais eficiente. Ainda assim, um bom filme.
Salò, ou os 120 Dias de Sodoma
3.2 1,0KSinto que o Pasolini quase alcança um tom interessante para o filme em diversos momentos (o final é o que mais se aproxima desse caráter sublime), mas entre cenas extremamente simbólicas (e até belas) o que se tem é um roteiro preso demais à exposição. Entendo que a fotografia aberta, teatral, serve para demonstrar o distanciamento emocional entre opressores e oprimidos, mas isso acaba quebrando com uma sensibilidade tátil que eu acho importantíssima para segurar as cenas de fetiche do filme.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraVisto pela terceira vez e ainda me emociona de uma maneira primal e intensa. Direção primorosa em controlar o foco do filme: o frenesi.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraSe em Magnólia, PTA oferece uma estrutura narrativa quebrada, multifocal, mas ainda assim com um segmento introdutório que permite ao espectador conectar os personagens em um espaço emocional, em O Mestre o que ele entrega é um verdadeiro espaço simulado e aberto, ainda que guiado pela visão e descontrole do personagem de Joaquin Phoenix.
O filme é um estudo de personagens, mas também um estudo de imersão. Seus aspecto simulatório está na interação. Isso se dá pela sensação de que é impossível compreender a completude dos personagens e ambientes apenas no tempo de filme, como se de fato você os estivesse visitando por um breve período e soubesse que aquelas pessoas (vale ressaltar, pessoas) são sim interessantes e emocionalmente profundas, contínuas além da narrativa.
Primer
3.5 489 Assista AgoraUm quebra-cabeças impressionante. Como falaram abaixo, um filme que necessita de pausas, de revisitações, de discussão. Só essa dinâmica, promovida pelo tecnicismo e crueza da linguagem dos protagonistas já é uma experiência interessante. Para ver com os amigos que realmente gostam de ciência.
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 546 Assista AgoraAntes da ilustração da sensibilidade manipulada pela tecnologia está uma experiência de perturbação. A crítica é apenas uma ferramenta. O objetivo é a paranoia, a fixação com o horror impalpável que é Videodrome.
Garota Sombria Caminha Pela Noite
3.7 343 Assista AgoraO clima de Bad City alinhado a um realismo fantástico árabe me remete à Mahfouz (o que me agrada muitíssimo), mas a narrativa sem consequências tangíveis (preocupando-se mais em passear pelos personagens que permeiam aquele mundo) não me pegou tanto, visto que não senti tanta profundidade nesses personagens (funcionam quase que como arquétipos).
Apesar disso, a direção desse filme é uma obra de arte por si só. A fotografia expressionista com uma atenção primorosa pelo contraste de valores e jogo de luz faz com que cada cena do filme seja, no mínimo, bela . A trilha sonora é pontual e muito bem utilizada e as atuações são em geral boas (os atores sabem bem criar uma sensação de introspecção que faz com que os personagens pareçam mais profundos do que são de fato).
Apesar do roteiro que me soou raso, A Girl Walks Home Alone at Night é uma experiência audiovisual interessante, que se vale muito bem como obra de experimentação estética.
Speed Racer
2.8 411 Assista AgoraAssisti esse filme inúmeras vezes quando tinha 12 anos, vê-lo de novo seria atestar se aquela excitação pueril não passava de uma ingenuidade quanto à qualidade do filme, ou se Speed Racer era realmente toda aquela grandiosidade que minha memória trazia.
Minha memória (e minha criança interior) estavam certas. Uma aventura espetacular, emocionante e formalmente experimental, que abraça o absurdo (e em várias vezes o ridículo, mas sempre de forma muito bem dosada), acompanhada de uma das estéticas mais inovadoras que o cinema pôde produzir, num misto coeso de cinema de animação, live action e história em quadrinhos.
Interessante como um filme sobre corridas consegue sintetizar o que realmente importa no fazer artístico: a verdade pessoal, força motriz do artista, que não deve se adequar ao mercado pela pura segurança da aceitação (o que esse filme assume para si ao apostar em um estilo tão único). Da mesma forma que Speed, o piloto, transforma as violentas e corruptas corridas de seu mundo em obras de beleza exemplar, Speed Racer, o filme, eleva o que deveria ser apenas uma adaptação comercial ao status de arte.
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraNunca chorei tanto com um filme. Lars Von Trier consegue trabalhar com nuances psicológicas de uma forma indescritível e Björk... porra, ela traz uma leveza ao filme (junto com suas músicas), o que acaba criando um contraste ainda mais brutal no final. Já a admirava como cantora e artista multimídia, agora então... impressionante ver alguém tão multitalentosa.
Os Sete Samurais
4.5 404Uma aula sobre sacrifício individual pelo bem coletivo, banalidade como essência da guerra e o fato de que a derrota é o esquecimento. Kurosawa sabe criar aqui uma narrativa marcante, um verdadeiro "épico cotidiano" ao tratar do heroísmo e da guerra com um toque profundo de decadência.
No fim, o que emerge da lama é a pontualidade da vitória e a eternidade da derrota.
Contato
4.1 804 Assista AgoraAcho que não tenho muito a acrescentar ao que já foi dito aqui, mas gostaria de ressaltar como esse filme é bonito e acessível. Sim, acessível, mas essa simplicidade não é nunca um problema. Na verdade, é fundamental pra tratar do tema de fé e ciência de forma crítica, profunda, mas sem perder uma leveza que permeia toda a história.
Acho que o foco nesse "embate" consegue ser o mais bem relacionado que eu já vi. Em nenhum momento o filme foi desrespeitoso ou pretensioso, pra nenhum dos lados. Acredito que se deva ao texto original do Carl. Ele foi um verdadeiro diplomata quando se fala de ciência e espiritualidade, grande mente e grande alma.
"See, in all our searching, the only thing we've found that makes the emptiness bearable, is each other."
Solaris
4.2 369 Assista AgoraSe é a consciência que nos faz o que somos, ignorá-la nos desumanizará.
Isso fica claro no questionamento de Sartorius à cerca da existência de Hari como ser.
Também é esse fato que entra em embate com a própria necessidade humana, não de descobrir, mas de se estender, como fala Snaut.
Solaris trata desse combate entre o exterior e o interior que nos move, tão típico da ambiguidade que é ser mente e corpo. O oceano nos expõe e acabamos incomodados com a faceta que mais tentamos enaltecer. Espetacular.
Duna de Jodorowsky
4.5 143Que documentário e que "possível-filme"!!!
Jodorowsky era apenas um nome pra mim, por causa de indicações para assistir A Montanha Sagrada e ler suas HQs, o que burramente ainda não fiz. Agora consigo mensurar sua genialidade em unir uma equipe magistral. A ambição, descrita perfeitamente na última fala do diretor, é a palavra perfeita pra esse projeto.
Meu deus, Giger e Moebius, além de Dali, Pink Floyd e todos os outros grandes da época, só de imaginar esse filme, imagens e ideias se montam na minha cabeça.
O documentário em si é muito leve e bem editado, ganha ainda mais peso em ver a vontade de todos os participantes em montar o projeto, com certeza seria a obra mais marcante da vida de todos. Felizmente, o livro-projeto se disseminou e possibilitou a criação de obras maravilhosas.
A ideia de Jodo de permitir a criação de uma animação baseada em seu projeto PRECISA ser levada à frente. Não me vem à cabeça agora um diretor de animação de tanta força que pode sustentar esse projeto, talvez se o Satoshi Kon estivesse vivo, até pelo seu gosto pelo surreal...
Que apareça um guerreiro espiritual de porte e que ele faça isso acontecer.
Perfect Blue
4.3 815Assustadora a perfeição no controle da não-linearidade do roteiro. As sequências usando a TV/Show pra apresentar ao mesmo tempo que explica os sentimentos da Mima são geniais e, nossa, como esse filme consegue ser superior ao tratar de loucura e camadas de sonho (Inception me parece ordinário agora).
Memórias
4.1 89Que conjunto! Três animações fantásticas em seus estilos únicos. Magnetic Rose serve como uma entrada confortável pra quem está acostumando com a animação japonesa, mas logo surpreende ao tratar profundamente da memória sentimental e da loucura, além da animação em si que é incrível (nunca vi noção de peso melhor do que aqui). Stink Bomb é aquela comédia exagerada (e ao mesmo tempo uma crítica pontual ao militarismo e à influência norte-americana no Japão), que se não se alongasse demais, seria perfeita. Já Cannon Fodder pra mim é a prova da genialidade e versatilidade do Ōtomo, um curta sutil, numa tomada só, com um design bem "europeu" e um roteiro simples e forte que remete a Orwell (e a qualquer ditadura militarista). Fácil favoritar.
Akira
4.3 868 Assista AgoraSe a terceira parte não caísse num frenesi de explosões e usasse esse tempo pra desenvolver melhor a relação do Kaneda com a Kei (ou inserindo a melhor sequência do mangá, com o Takashi, no contexto final do filme), seria um trabalho de adaptação perfeito por parte do Ōtomo. Mas ainda sim é uma ótima história sobre como a ciência deve ter seus limites. Além do mais, o melhor trabalho de animação 2D que vi até agora e a trilha sonora é fantástica (e extremamente pontual).