A carreira de M. Night Shyamalan não é assim uma unanimidade. Entre ascensões, quedas e voos rasos, é difícil mensurar o grau de confiança da crítica e do público em seus lançamentos. Há a legitimação da dúvida, e é sobre isso o cerne de "Vidro", que encerra a trilogia heroica do diretor. A dúvida dos heróis e antagonistas sobre seus poderes, sobre suas faculdades mentais, sobre si mesmos e suas decisões. A dúvida do próprio Shyamalan sobre suas capacidades: a primeira metade vagarosa, o roteiro frágil, capaz de romper a suspensão de descrença a qualquer momento; a escolha da câmera subjetiva em algumas cenas (seja por limtes de orçamento, inabilidade do diretor com cenas de ação ou apenas uma escolha estética desfavorável). Assim como os personagens, o filme faz uma curva ascendente assim que eles encontram sua identidade, vestem seus próprios uniformes e assumem quem são. É a partir desse momento que Shyamalan também assume seu eu e finalmente reconhecemos os traços que, para o bem ou para o mal, o tornaram quem ele é hoje. Como o mais hábil dos ilusionistas, o diretor é capaz de tirar truques da manga quando nossa atenção estava (propositalmente) desviada para o lado oposto. E o recado final da trilogia é de Shyamalan para si mesmo: o verdadeiro poder vem da crença, dos sonhos e das certezas. Não restam dúvidas no fim das contas: os três filmes nunca foram uma simples edição limitada, mas apenas grandes histórias de origem.
Psicologicamente extenuante e recheado de boas atuações de nomes conhecidos, Boy Erased caminha sobre as memórias de Garrard Conley com uma ótima direção do ator Joel Edgerton, aqui pela segunda vez atrás das câmeras. A sensação de aprisionamento do protagonista também é a nossa durante quase todo o longa, que nos faz testemunhas oculares da violência psicólogica vivida por Conley na década passada (e que é replicada mundo afora e faz milhares de pessoas sofrerem). Espero ver o dia em que percebamos que a única cura para a doença do ódio (a si mesmo, a outras pessoas, ao que é diferente) é o amor, a aceitação e a liberdade. E que nada pode pagar a sensação de cortar o vento com as próprias mãos.
A sensação que fica é a de que nunca vimos nada igual. É como ver uma HQ ganhar vida diante de seus olhos. Utilizando da melhor maneira as ferramentas visuais que uma animação pode proporcionar, vemos a história da origem do clássico super-herói se repetir uma, duas, SEIS vezes - numa embalagem esteticamente impecável e visualmente deslumbrante. Acho o filme um pouco longo demais (até porque fica claro que dessa vez a jornada não é para derrotar o vilão, e sim para se tornar o herói), mas nada que tire o brilhantismo de mais um acerto (entre muitos erros) da Sony e seu espólio de personagens Marvel, nesse que já entra como top 2 dos filmes do Aranha (a segunda aventura de Tobey Maguire ainda é imbatível). Atenção para homenagem a Stan Lee e a sensacional cena pós-créditos.
Ultimamente meu faro pra filmes ruins anda bem apurado e, infelizmente, não errei com esse aqui. Máquinas Mortais começa até promissor - o primeiro ato é ágil e termina com uma sequência que oferece um interessante paralelo com um fato ocorrido no Brasil ano passado. O problema é que daí por diante é só ladeira abaixo. A epopeia visual da produção de Peter Jackson não consegue segurar as pontas da narrativa pobre, enxertada de frases de efeito e close-ups dramáticos, além de deixar a sensação de que já vimos tudo aquilo em algum lugar (há um pouco de Mad Max, uma vibe meio Expresso do Amanhã, algo que me lembra o fracasso retumbante O Destino de Júpiter e muito, muito de Star Wars!). Se mesmo depois das reviews fraquíssimas e do flop nas bilheterias você ainda estiver curioso, adianto: espere sair num serviço de streaming. Nada aqui vale o ingresso de cinema.
Um found footage alemão em que youtubers se desafiam a passar 24h num hospital abandonado, que dizem ser mal assombrado. A ideia parece péssima, mas a execução surpreende por não ser de todo ruim. A ambientação é boa - e o fato de usarem câmeras em primeira pessoa ajuda bastante na construção. Há ideias interessantes (como a da câmera térmica) mas que são pessimamente empregadas. O plot twist é engenhoso, mas não imprevisível: nem todos podem ser A Noite Das Brincadeiras Mortais, não é mesmo? Mas a forma que o roteiro resolve amarrar tudo, de uma maneira quase Scooby-Doolesca, tira todo o brilhantismo da jogada. Sem contar toda a frágil (e inútil, diga-se de passagem) trama sobrenatural, que serve apenas para irritar, tentar assustar (em vão) os desavisados, e principalmente, tirar todo o mérito de qualquer feito do filme com os seus cinco segundos finais.
Ponto negativo também para a Paris Filmes, que não distribuiu nenhuma cópia legendada do longa no Brasil e nos obrigou a assistir com uma dublagem nada assertiva, que parece mais uma tradução da tradução para o inglês.
Nessa continuação do filme de 2012, a Disney potencializa um fator que dificilmente dá errado num filme contemporâneo: as referências a outras obras, que, nesse caso, são vasculhadas do rico acervo da produtora, além de menções a outros produtos, serviços e empresas da vida real - o que torna a imersão na incrível internet da ficção ainda maior. A grande questão aqui é que esse definitivamente não é um filme para crianças. Não que tenha algum conteúdo adulto, mas não há espaço para piadas infantis no roteiro, que aborda alguns temas complexos (como uma crítica a usos não-saudáveis da internet, a obsolescência e o bullying) e algumas sequências quase filosóficas (como o verdadeiro vilão da história, que só aparece no terceiro ato). Até o momento mais palatável do filme (toda a sequência das princesas Disney) contém uma piada que só os mais grandinhos vão entender, com a pobre e incompreendida Merida. Era um consenso entre as crianças que estavam na mesma sessão que o filme era chato e desinteressante pra elas, e muitas reclamaram que o filme não acabava nunca (são quase duas horas!). A conclusão que fica é de que Wi-Fi Ralph é um excelente filme de animação e provavelmente uma das melhores desse ano que acabou de começar - mas só se você tiver mais de 13 anos.
Paul Feig acrescenta a sua filmografia uma comédia policial satírica, um distorcido conto de sororidade que brinda Anna Kendrick e Blake Lively com ótimos momentos para suas carreiras. Embora se atrapalhe bastante no desfecho - o terceiro ato se esforça demais pra tirar coelhos da cartola e acaba esquecendo pontas soltas que poderiam resolver o problema muito mais facilmente -, Um Pequeno Favor é divertido do início ao fim, mesmo que as suas piadas não sejam para os mais sensíveis.
Focando agora mais em Aníbal, personagem de Paulo Gustavo - que tem os melhores momentos do longa, diga-se de passagem -, essa segunda parte é mais engraçada, mas ainda padece dos mesmos erros do primeiro filme. O texto é construído por esquetes, que nem sempre se interligam ou fazem sentido. Os cenários são mal aproveitados (era realmente necessário deslocar uma equipe pra serra carioca, pra uma ilha paradisíaca ou pra Nova Iorque pra gravar qualquer uma daquelas cenas? Um chroma key bem trabalhado dava conta do recado) e, por não buscar nenhuma coesão, o filme perde o fôlego da metade pro fim - e olha que ele não tem nem duas horas. Mônica Martelli e Paulo Gustavo têm boa química e a sensação que fica é de que muitos momentos genuinamente divertidos foram improvisados; mas não adianta buscar apenas arrancar risadas do público (coisa que eu fui testemunha que ele consegue com facilidade) e simplesmente não funcionar como filme.
O primeiro ato é devagar, quase parando - embora apresente algo interessante aqui e ali. Depois disso, entretanto, cai na já batida "história do pai ocupado", que tem boas dúzias de exemplares todos os anos. Se não fosse o Ursinho Pooh e sua turma, a existência desse filme não faria nenhum sentido. Eles salvaram Christopher Robin, salvaram esse filme de ser um fiasco e encheram nossos corações de alegria. Não espere nada desse filme - afinal, quem não espera nada pode conseguir alguma coisa... Ou era algo assim que eles diziam em algum momento...
Aos 45 do segundo tempo, essa grande surpresa chega aos cinemas ainda em 2018. Longe da baboseira explosiva dos outros filmes da franquia de Michael Bay, Bumblebee tenta resgatar o clima das clássicas aventuras oitentistas - e isso é gritante. E, por mais surpreendente que pareça, isso dá super certo: temos aqui a nostalgia da ambientação, a trilha sonora impecável, as referências, um filme que consegue balancear bem ação, comédia e drama e, principalmente, o que falta a franquia original: um ótimo roteiro. As crianças vão amar, os adultos vão se sentir nostálgicos e tanto um quanto outro vão sair do cinema com a mesma vontade: a de levar Bumblebee pra casa.
O final a gente já sabe - mas é muito interessante ver mais detalhes da batalha de duas décadas pelo direito de trazer ao cinema a babá mágica que desce dos céus com seu guarda-chuva falante.
Embora belo e inegavelmente bem produzido, esse Retorno de Mary Poppins - 54 anos após o primeiro filme - fica longe da mágica do longa de 1964. As músicas não são tão memoráveis e o roteiro não ajuda ao colocar Poppins como coadjuvante numa história que leva seu nome: as crianças são as verdadeiras protagonistas e a sensação que fica é de que Emily Blunt e Lin-Manuel Miranda estão ali apenas para encabeçar os grandiosos números musicais. Apesar de renovar a franquia de um jeito nem tão emblemático (e convenhamos, nem um pouco necessário), há algumas peças que tornam esse Retorno nostálgico: as pequenas referências ao original, a cenografia impecável e a afetiva participação de Dick Van Dyke num quase deus ex machina, sapateando e encantando no auge de seus 93 anos - há também uma pequena ponta de Angela Lansbury, também aos 93, num papel recusado pela Mary Poppins original, Julie Andrews. Ainda que sem a mágica de outrora, esse retorno a Rua das Cerejeiras ainda aquece nossos corações.
A arte política de Spike Lee entrega um longa que consegue ser divertido, urgente, incômodo e atual, mesmo sendo o recorte de uma época (e baseado em fatos reais). De brinde, um perfeito soco no estômago dado pela cena final. Um filme imprescindível.
Dumplin'
3.5 421 Assista AgoraJOLENE, JOLENE, JOLENE, JOLEEEEEEEENE!
O amor e a cumplicidade vão além de pesos e medidas. Acho que já tenho um novo comfort movie!
#52FilmsByWomen
A Esposa
3.8 557 Assista AgoraA mulher constrói reis. A mulher destrói reinos. O poder da mulher está em todos os seus segredos.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraA carreira de M. Night Shyamalan não é assim uma unanimidade. Entre ascensões, quedas e voos rasos, é difícil mensurar o grau de confiança da crítica e do público em seus lançamentos. Há a legitimação da dúvida, e é sobre isso o cerne de "Vidro", que encerra a trilogia heroica do diretor. A dúvida dos heróis e antagonistas sobre seus poderes, sobre suas faculdades mentais, sobre si mesmos e suas decisões. A dúvida do próprio Shyamalan sobre suas capacidades: a primeira metade vagarosa, o roteiro frágil, capaz de romper a suspensão de descrença a qualquer momento; a escolha da câmera subjetiva em algumas cenas (seja por limtes de orçamento, inabilidade do diretor com cenas de ação ou apenas uma escolha estética desfavorável). Assim como os personagens, o filme faz uma curva ascendente assim que eles encontram sua identidade, vestem seus próprios uniformes e assumem quem são. É a partir desse momento que Shyamalan também assume seu eu e finalmente reconhecemos os traços que, para o bem ou para o mal, o tornaram quem ele é hoje. Como o mais hábil dos ilusionistas, o diretor é capaz de tirar truques da manga quando nossa atenção estava (propositalmente) desviada para o lado oposto. E o recado final da trilogia é de Shyamalan para si mesmo: o verdadeiro poder vem da crença, dos sonhos e das certezas. Não restam dúvidas no fim das contas: os três filmes nunca foram uma simples edição limitada, mas apenas grandes histórias de origem.
Boy Erased: Uma Verdade Anulada
3.6 402 Assista AgoraPsicologicamente extenuante e recheado de boas atuações de nomes conhecidos, Boy Erased caminha sobre as memórias de Garrard Conley com uma ótima direção do ator Joel Edgerton, aqui pela segunda vez atrás das câmeras. A sensação de aprisionamento do protagonista também é a nossa durante quase todo o longa, que nos faz testemunhas oculares da violência psicólogica vivida por Conley na década passada (e que é replicada mundo afora e faz milhares de pessoas sofrerem). Espero ver o dia em que percebamos que a única cura para a doença do ódio (a si mesmo, a outras pessoas, ao que é diferente) é o amor, a aceitação e a liberdade. E que nada pode pagar a sensação de cortar o vento com as próprias mãos.
Grease: Nos Tempos da Brilhantina
3.9 1,2K Assista AgoraI GOT CHILLSSSSSSSSSSSS, THEY'RE MULTIPLYING
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraA sensação que fica é a de que nunca vimos nada igual. É como ver uma HQ ganhar vida diante de seus olhos. Utilizando da melhor maneira as ferramentas visuais que uma animação pode proporcionar, vemos a história da origem do clássico super-herói se repetir uma, duas, SEIS vezes - numa embalagem esteticamente impecável e visualmente deslumbrante. Acho o filme um pouco longo demais (até porque fica claro que dessa vez a jornada não é para derrotar o vilão, e sim para se tornar o herói), mas nada que tire o brilhantismo de mais um acerto (entre muitos erros) da Sony e seu espólio de personagens Marvel, nesse que já entra como top 2 dos filmes do Aranha (a segunda aventura de Tobey Maguire ainda é imbatível). Atenção para homenagem a Stan Lee e a sensacional cena pós-créditos.
Máquinas Mortais
2.7 468 Assista AgoraUltimamente meu faro pra filmes ruins anda bem apurado e, infelizmente, não errei com esse aqui. Máquinas Mortais começa até promissor - o primeiro ato é ágil e termina com uma sequência que oferece um interessante paralelo com um fato ocorrido no Brasil ano passado. O problema é que daí por diante é só ladeira abaixo. A epopeia visual da produção de Peter Jackson não consegue segurar as pontas da narrativa pobre, enxertada de frases de efeito e close-ups dramáticos, além de deixar a sensação de que já vimos tudo aquilo em algum lugar (há um pouco de Mad Max, uma vibe meio Expresso do Amanhã, algo que me lembra o fracasso retumbante O Destino de Júpiter e muito, muito de Star Wars!). Se mesmo depois das reviews fraquíssimas e do flop nas bilheterias você ainda estiver curioso, adianto: espere sair num serviço de streaming. Nada aqui vale o ingresso de cinema.
Azul e Não Tão Rosa
3.7 36Um drama venezuelano, num espírito quase novelesco, que mostra que a vida tem muito mais cores que nós imaginamos.
O Manicômio
1.8 169 Assista AgoraUm found footage alemão em que youtubers se desafiam a passar 24h num hospital abandonado, que dizem ser mal assombrado. A ideia parece péssima, mas a execução surpreende por não ser de todo ruim. A ambientação é boa - e o fato de usarem câmeras em primeira pessoa ajuda bastante na construção. Há ideias interessantes (como a da câmera térmica) mas que são pessimamente empregadas. O plot twist é engenhoso, mas não imprevisível: nem todos podem ser A Noite Das Brincadeiras Mortais, não é mesmo? Mas a forma que o roteiro resolve amarrar tudo, de uma maneira quase Scooby-Doolesca, tira todo o brilhantismo da jogada. Sem contar toda a frágil (e inútil, diga-se de passagem) trama sobrenatural, que serve apenas para irritar, tentar assustar (em vão) os desavisados, e principalmente, tirar todo o mérito de qualquer feito do filme com os seus cinco segundos finais.
Ponto negativo também para a Paris Filmes, que não distribuiu nenhuma cópia legendada do longa no Brasil e nos obrigou a assistir com uma dublagem nada assertiva, que parece mais uma tradução da tradução para o inglês.
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
3.7 740 Assista AgoraNessa continuação do filme de 2012, a Disney potencializa um fator que dificilmente dá errado num filme contemporâneo: as referências a outras obras, que, nesse caso, são vasculhadas do rico acervo da produtora, além de menções a outros produtos, serviços e empresas da vida real - o que torna a imersão na incrível internet da ficção ainda maior. A grande questão aqui é que esse definitivamente não é um filme para crianças. Não que tenha algum conteúdo adulto, mas não há espaço para piadas infantis no roteiro, que aborda alguns temas complexos (como uma crítica a usos não-saudáveis da internet, a obsolescência e o bullying) e algumas sequências quase filosóficas (como o verdadeiro vilão da história, que só aparece no terceiro ato). Até o momento mais palatável do filme (toda a sequência das princesas Disney) contém uma piada que só os mais grandinhos vão entender, com a pobre e incompreendida Merida. Era um consenso entre as crianças que estavam na mesma sessão que o filme era chato e desinteressante pra elas, e muitas reclamaram que o filme não acabava nunca (são quase duas horas!). A conclusão que fica é de que Wi-Fi Ralph é um excelente filme de animação e provavelmente uma das melhores desse ano que acabou de começar - mas só se você tiver mais de 13 anos.
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraNostálgico, divertido e com um ótimo trabalho de dublagem em português brasileiro, Detona Ralph é mais um dos ótimos trabalhos da Disney nessa década.
Data Limite - Segundo Chico Xavier
3.6 56Mais ufologia que religião, esse documentário vira chacota de si mesmo por conta da produção pobre e preguiçosa.
Tá chegando, hein galera?
Talvez Uma História de Amor
3.2 85 Assista AgoraO amor é a sinfonia da desordem.
Um Pequeno Favor
3.3 694 Assista AgoraPaul Feig acrescenta a sua filmografia uma comédia policial satírica, um distorcido conto de sororidade que brinda Anna Kendrick e Blake Lively com ótimos momentos para suas carreiras. Embora se atrapalhe bastante no desfecho - o terceiro ato se esforça demais pra tirar coelhos da cartola e acaba esquecendo pontas soltas que poderiam resolver o problema muito mais facilmente -, Um Pequeno Favor é divertido do início ao fim, mesmo que as suas piadas não sejam para os mais sensíveis.
Minha Vida em Marte
3.5 478Focando agora mais em Aníbal, personagem de Paulo Gustavo - que tem os melhores momentos do longa, diga-se de passagem -, essa segunda parte é mais engraçada, mas ainda padece dos mesmos erros do primeiro filme. O texto é construído por esquetes, que nem sempre se interligam ou fazem sentido. Os cenários são mal aproveitados (era realmente necessário deslocar uma equipe pra serra carioca, pra uma ilha paradisíaca ou pra Nova Iorque pra gravar qualquer uma daquelas cenas? Um chroma key bem trabalhado dava conta do recado) e, por não buscar nenhuma coesão, o filme perde o fôlego da metade pro fim - e olha que ele não tem nem duas horas. Mônica Martelli e Paulo Gustavo têm boa química e a sensação que fica é de que muitos momentos genuinamente divertidos foram improvisados; mas não adianta buscar apenas arrancar risadas do público (coisa que eu fui testemunha que ele consegue com facilidade) e simplesmente não funcionar como filme.
#52FilmsByWomen (21/52)
Os Homens São de Marte… E É Pra Lá Que …
3.0 604 Assista AgoraEsse filme é tão difíciil de defender que eu nem vou tentar.
Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
3.9 458 Assista AgoraO primeiro ato é devagar, quase parando - embora apresente algo interessante aqui e ali. Depois disso, entretanto, cai na já batida "história do pai ocupado", que tem boas dúzias de exemplares todos os anos. Se não fosse o Ursinho Pooh e sua turma, a existência desse filme não faria nenhum sentido. Eles salvaram Christopher Robin, salvaram esse filme de ser um fiasco e encheram nossos corações de alegria. Não espere nada desse filme - afinal, quem não espera nada pode conseguir alguma coisa... Ou era algo assim que eles diziam em algum momento...
Bumblebee
3.5 538Aos 45 do segundo tempo, essa grande surpresa chega aos cinemas ainda em 2018. Longe da baboseira explosiva dos outros filmes da franquia de Michael Bay, Bumblebee tenta resgatar o clima das clássicas aventuras oitentistas - e isso é gritante. E, por mais surpreendente que pareça, isso dá super certo: temos aqui a nostalgia da ambientação, a trilha sonora impecável, as referências, um filme que consegue balancear bem ação, comédia e drama e, principalmente, o que falta a franquia original: um ótimo roteiro. As crianças vão amar, os adultos vão se sentir nostálgicos e tanto um quanto outro vão sair do cinema com a mesma vontade: a de levar Bumblebee pra casa.
Walt nos Bastidores de Mary Poppins
3.8 580 Assista AgoraO final a gente já sabe - mas é muito interessante ver mais detalhes da batalha de duas décadas pelo direito de trazer ao cinema a babá mágica que desce dos céus com seu guarda-chuva falante.
Mary Poppins
4.0 612 Assista AgoraUm clássico que ainda hoje, mais de cinco décadas depois, continua supercalifragilisticexpialidoce <3
O Retorno de Mary Poppins
3.5 343 Assista AgoraEmbora belo e inegavelmente bem produzido, esse Retorno de Mary Poppins - 54 anos após o primeiro filme - fica longe da mágica do longa de 1964. As músicas não são tão memoráveis e o roteiro não ajuda ao colocar Poppins como coadjuvante numa história que leva seu nome: as crianças são as verdadeiras protagonistas e a sensação que fica é de que Emily Blunt e Lin-Manuel Miranda estão ali apenas para encabeçar os grandiosos números musicais. Apesar de renovar a franquia de um jeito nem tão emblemático (e convenhamos, nem um pouco necessário), há algumas peças que tornam esse Retorno nostálgico: as pequenas referências ao original, a cenografia impecável e a afetiva participação de Dick Van Dyke num quase deus ex machina, sapateando e encantando no auge de seus 93 anos - há também uma pequena ponta de Angela Lansbury, também aos 93, num papel recusado pela Mary Poppins original, Julie Andrews. Ainda que sem a mágica de outrora, esse retorno a Rua das Cerejeiras ainda aquece nossos corações.
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista AgoraAlgo entre "Fim dos Tempos" e "Um Lugar Silencioso", mas não tão ruim quando o primeiro e nem tão bom quanto o segundo.
#52FilmsByWomen (20/52)
Quero ser Grande
3.7 804Um daqueles clássicos perdidos que diz que nunca devemos deixar nossa criança interior morrer <3 #RIPPennyMarshall
#52FilmsByWomen (19/52)
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraA arte política de Spike Lee entrega um longa que consegue ser divertido, urgente, incômodo e atual, mesmo sendo o recorte de uma época (e baseado em fatos reais). De brinde, um perfeito soco no estômago dado pela cena final. Um filme imprescindível.