Tava caminhando pra ser um clichê gostosinho, mas o terceiro ato é tão qualquer coisa que quase põe tudo a perder. Num domingo chuvoso, quando as opções na TV não são lá grande coisa, esse aqui vem até a calhar.
Um divertido twist no tradicional universo dos personagens de Sir Arthur Conan Doyle, Enola Holmes é um divertido filme pra família toda que talvez seja mais importante para uma nova geração de meninas do que aparenta.
Quando levamos em consideração o contexto - um Brasil cada vez mais retrógrado, conservador e preconceituoso no qual a arte e a cultura perdem a cada dia mais espaço, Alice Júnior se torna um filme ainda maior: se por um lado é uma deliciosa comédia romântica com aquele coming of age que a gente já conhece, por outro traz temas complexos e densos para discussão de uma maneira bastante orgânica - mesmo que um pouco rasa. A linguagem empregada é seu maior trunfo: se a grande parte dos filmes teen (nacionais e estrangeiros) parecem ter sido feitos por tiozões que tentam se conectar com a "galerinha mais jovem", aqui temos elementos que realmente funcionam - e a participação ínfima da rainha dos memes Gretchen é um deleite. É pra rir, se emocionar e se sentir representado. E que a revolução esteja apenas começando.
Embora tardia, essa conclusão da trilogia sobre os heróis de San Dimas corrige o curso de algumas coisas e termina vitoriosa, dando aos abobalhados que uniram o mundo através da música o fim que eles mereciam. Espero que nós, que vivemos numa realidade temporal em que Bill & Ted são apenas ficção, tenhamos captado a mensagem: sejamos excelentes uns com os outros. Assim, a festa continua. Para sempre.
Embora de certa maneira tenha até envelhecido bem, não é o filme que nos levará a paz mundial, Mas continua totalmente excelente para uma tarde chuvosa com um belo balde de pipoca.
Efeitos visuais pobres (o Monstro de Piche é ruim até se comparado com outros filmes da mesma época), piadas de peido, atrações musicais aleatórias e um extintor de incêndio. Poderia ser um filme do Didi, mas é algo que custou bem mais caro que isso – e o nível de diversão é basicamente o mesmo.
Revendo dezoito anos depois, fica claro que talvez esse filme nunca tenha sido tão bom quanto a minha nostalgia infantil fazia eu achar que era, mas parece uma obra de arte se comparado a outras sandices repletas de CGI que os estúdios estavam fazendo naquela década durante aquele surto pós-Matrix.
O roteiro não é lá essas coisas, mas a qualidade do trabalho de animação é inegável e a tonelada de referências a outros personagens dos estúdios Hanna-Barbera (e, na versão brasileira, a homenagem de Guilherme Briggs e Fernando Mendonça aos lendários Orlando Drummond e Mário Monjardim) faz com que a aventura eletrizante dessa galerinha da pesada seja imperdível.
Tem uma dúzia de piadas que não passariam nos dias de hoje, mas você não sabe que precisa de Saoirse Ronan cantando paródias de Britney Spears e Alanis Morissette até ver Saoirse Ronan cantando paródias de Britney Spears e Alanis Morissette.
Katie Holmes devia estar, sei lá, precisando contratar os Irmãos a Obra para reformarem a cozinha dela. Agora eu, que nem tinha gostado do original, não tinha a menor necessidade de ter assistido esse daqui, que é inferior ao original em todos os aspectos — até na ruindade do plot twist final.
Não há muita lógica por aqui, mas há muitos momentos inspirados que conseguem driblar a óbvia falta de recursos com bastante maestria. Num mundo de Jason Vorhees e Michael Myers, ter um primo distante como Skull deveria ser uma honra para nós brasileiros.
Love, Victor é a série perfeita para os tempos de binge-watching. Convenhamos: o piloto é ruim. Eu pensei em desistir algumas vezes, mas a qualidade do texto e da direção vai melhorando através dos episódios e alcançando um nível muito bom, principalmente nos três últimos da temporada. Não sei exatamente que cara teriam os high school movies da Sessão da Tarde contemporâneos, mas imagino que seria algo bastante parecido com o que vimos aqui.
A produção da Netflix/Conspiração poderia ser uma das maiores do gênero, mas falha na covardia de jogar no seguro durante metade de sua primeira temporada. Até o episódio 5, quando ainda é uma adaptação da série inglesa Dead Set, temos um roteiro insosso, pobre, que se leva a sério demais, sem nenhum vestígio de humor e incapaz de aproveitar o festival de esterótipos que uma trama como essa tem a oferecer. A direção errática abusa de slow motions e câmeras na mão sem nenhuma função narrativa e que, ao invés de ajudar esteticamente, acaba atrapalhando a percepção da produção que é de bastante qualidade para os padrões brasileiros (e de... bem, histórias de zumbi). A coisa muda completamente de figura na segunda metade da temporada, onde a criatividade de Claudio Torres (A Mulher Invisível, O Homem do Futuro) e equipe aflora e temos uma trama com discussões sociais e políticas muito interessantes e uma certa "brasilidade" que faz toda a diferença. Só era preciso ousadia e confiança no material brasileiro para que Reality Z fosse incrível. Agora com essa temporada que mais parece duas séries em uma, é torcer para que o número de retenção de audiência seja grande o suficiente para garantir uma continuação.
Uma grata surpresa num mar de comédias teens vazias e inverossímeis, "Eu Nunca..." consegue tratar de temas espinhosos de maneira leve e interessante - mesmo que não haja nada inovador em suas temáticas e tente quebrar as expectativas em certos clichês mas sem o efeito surpresa desejado. Só há dois pontos problemáticos notáveis nessa primeira temporada: um punhado de piadas gordofóbicas sem a menor graça materializadas num único coadjuvante e alguns problemas na maquiagem - principalmente nos personagens de Darren Barnet e Niecy Nash. Agora é torcer para que a criação de Mindy Kaling seja renovada para uma nova leva de episódios. Há personagens carismáticos e possibilidades de sobra para isso.
A fusão de culturas de Fernando Grostein de Andrade (aka irmão do Luciano Huck) funciona bem com o elenco encabeçado por Noah Schnapp e Seu Jorge, mas a sensação que fica é de um filme que não tem tempo suficiente para fermentar e crescer dentro de você. Poderia ser um delicioso bolo, mas acaba sendo apenas um bom brownie.
(Pelas metáforas culinárias vocês já devem ter percebido que eu sou um péssimo cozinheiro, mil perdões)
Um coming of age com pinceladas de ousadia, esse original Netflix mostra que para além dos algoritmos, há histórias esperando ansiosas para serem contadas. Não seja enganado pelo marketing do filme: essa não é uma história de amor. Talvez não do tipo que você espera.
Minha única crítica é de como a Netflix DESPERDIÇOU A OPORTUNIDADE de traduzir o título desse filme como "Da Missa A Metade". Seria épico.
Bonitinho mas com um péssimo timing, o filme traz uma premissa rica que vai sendo completamente esvaziada e parece muito mais longo do que seus 90 minutos. Sinistro demais pra agradar os pequenos e bobo demais pra fazer a alegria dos maiores, é difícil precisar um público alvo - mas o algoritmo da Netflix vai te empurrar essa animação goela abaixo uma hora ou outra.
Embora caminhe o tempo todo numa linha tênue entre o sensível divertido e o grotesco ofensivo, o filme é um desfile de estereótipos alinhavados num roteiro bem escrito e recheado de referências pop.
The Old Guard
3.5 662Genérico demais a ponto de ser facilmente esquecível, "The Old Guard" é ótimo pra uma "watch party" com a galera e não muito mais que isso.
#52FilmsByWomen
Missão Pijamas
3.0 56Provavelmente eu sou grandinho demais pra esse filme, mas confesso que me diverti mesmo assim.
#52FilmsByWomen
Um Crime Para Dois
3.2 215Tava caminhando pra ser um clichê gostosinho, mas o terceiro ato é tão qualquer coisa que quase põe tudo a perder. Num domingo chuvoso, quando as opções na TV não são lá grande coisa, esse aqui vem até a calhar.
Enola Holmes
3.5 816Um divertido twist no tradicional universo dos personagens de Sir Arthur Conan Doyle, Enola Holmes é um divertido filme pra família toda que talvez seja mais importante para uma nova geração de meninas do que aparenta.
Alice Júnior
3.8 144Quando levamos em consideração o contexto - um Brasil cada vez mais retrógrado, conservador e preconceituoso no qual a arte e a cultura perdem a cada dia mais espaço, Alice Júnior se torna um filme ainda maior: se por um lado é uma deliciosa comédia romântica com aquele coming of age que a gente já conhece, por outro traz temas complexos e densos para discussão de uma maneira bastante orgânica - mesmo que um pouco rasa. A linguagem empregada é seu maior trunfo: se a grande parte dos filmes teen (nacionais e estrangeiros) parecem ter sido feitos por tiozões que tentam se conectar com a "galerinha mais jovem", aqui temos elementos que realmente funcionam - e a participação ínfima da rainha dos memes Gretchen é um deleite. É pra rir, se emocionar e se sentir representado. E que a revolução esteja apenas começando.
Bill & Ted: Encare a Música
2.8 147Embora tardia, essa conclusão da trilogia sobre os heróis de San Dimas corrige o curso de algumas coisas e termina vitoriosa, dando aos abobalhados que uniram o mundo através da música o fim que eles mereciam. Espero que nós, que vivemos numa realidade temporal em que Bill & Ted são apenas ficção, tenhamos captado a mensagem: sejamos excelentes uns com os outros. Assim, a festa continua. Para sempre.
Bill & Ted: Dois Loucos no Tempo
3.3 173 Assista AgoraMorte! Céu! Inferno! Efeitos visuais meio zoados! Aliens de Animatronic!
Um combo muito delicioso - até mais coeso e divertido que o primeiro.
Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica
3.4 198Embora de certa maneira tenha até envelhecido bem, não é o filme que nos levará a paz mundial, Mas continua totalmente excelente para uma tarde chuvosa com um belo balde de pipoca.
PARTY ON, DUDES!
Scooby-Doo 2: Monstros à Solta
2.9 409Efeitos visuais pobres (o Monstro de Piche é ruim até se comparado com outros filmes da mesma época), piadas de peido, atrações musicais aleatórias e um extintor de incêndio. Poderia ser um filme do Didi, mas é algo que custou bem mais caro que isso – e o nível de diversão é basicamente o mesmo.
Scooby-Doo
2.9 656Revendo dezoito anos depois, fica claro que talvez esse filme nunca tenha sido tão bom quanto a minha nostalgia infantil fazia eu achar que era, mas parece uma obra de arte se comparado a outras sandices repletas de CGI que os estúdios estavam fazendo naquela década durante aquele surto pós-Matrix.
Scooby! - O Filme
3.3 243O roteiro não é lá essas coisas, mas a qualidade do trabalho de animação é inegável e a tonelada de referências a outros personagens dos estúdios Hanna-Barbera (e, na versão brasileira, a homenagem de Guilherme Briggs e Fernando Mendonça aos lendários Orlando Drummond e Mário Monjardim) faz com que a aventura eletrizante dessa galerinha da pesada seja imperdível.
Nunca é Tarde para Amar
3.2 320Tem uma dúzia de piadas que não passariam nos dias de hoje, mas você não sabe que precisa de Saoirse Ronan cantando paródias de Britney Spears e Alanis Morissette até ver Saoirse Ronan cantando paródias de Britney Spears e Alanis Morissette.
#52FilmsByWomen
Pague Para Entrar, Reze Para Sair
3.1 345Não é lá um filme que envelheceu muito bem, mas esse clássico do Cinema em Casa tem uma daquelas premissas que são merecedoras de um remake.
Aliás, esse título em português é maravilhoso!
Brahms: Boneco do Mal II
2.1 215Katie Holmes devia estar, sei lá, precisando contratar os Irmãos a Obra para reformarem a cozinha dela. Agora eu, que nem tinha gostado do original, não tinha a menor necessidade de ter assistido esse daqui, que é inferior ao original em todos os aspectos — até na ruindade do plot twist final.
Skull: A Máscara de Anhangá
2.8 73Não há muita lógica por aqui, mas há muitos momentos inspirados que conseguem driblar a óbvia falta de recursos com bastante maestria. Num mundo de Jason Vorhees e Michael Myers, ter um primo distante como Skull deveria ser uma honra para nós brasileiros.
#FantaspoaXVI #Fantaspoa2020
Com Amor, Victor (1ª Temporada)
4.0 180Love, Victor é a série perfeita para os tempos de binge-watching. Convenhamos: o piloto é ruim. Eu pensei em desistir algumas vezes, mas a qualidade do texto e da direção vai melhorando através dos episódios e alcançando um nível muito bom, principalmente nos três últimos da temporada. Não sei exatamente que cara teriam os high school movies da Sessão da Tarde contemporâneos, mas imagino que seria algo bastante parecido com o que vimos aqui.
No Pique de Nova York
2.9 622Máfia chinesa!
Simple Plan!
Jared Padalecki!
Um cachorro chamado Reinaldo!
Nada faz muito sentido mas é divertido d+
#52FilmsByWomen
Reality Z (1ª Temporada)
3.0 214A produção da Netflix/Conspiração poderia ser uma das maiores do gênero, mas falha na covardia de jogar no seguro durante metade de sua primeira temporada. Até o episódio 5, quando ainda é uma adaptação da série inglesa Dead Set, temos um roteiro insosso, pobre, que se leva a sério demais, sem nenhum vestígio de humor e incapaz de aproveitar o festival de esterótipos que uma trama como essa tem a oferecer. A direção errática abusa de slow motions e câmeras na mão sem nenhuma função narrativa e que, ao invés de ajudar esteticamente, acaba atrapalhando a percepção da produção que é de bastante qualidade para os padrões brasileiros (e de... bem, histórias de zumbi). A coisa muda completamente de figura na segunda metade da temporada, onde a criatividade de Claudio Torres (A Mulher Invisível, O Homem do Futuro) e equipe aflora e temos uma trama com discussões sociais e políticas muito interessantes e uma certa "brasilidade" que faz toda a diferença. Só era preciso ousadia e confiança no material brasileiro para que Reality Z fosse incrível. Agora com essa temporada que mais parece duas séries em uma, é torcer para que o número de retenção de audiência seja grande o suficiente para garantir uma continuação.
Quase 18
3.7 604Sim, ser adolescente é uma merda. A gente entendeu.
#52FilmsByWomen
Eu Nunca... (1ª Temporada)
4.0 421Uma grata surpresa num mar de comédias teens vazias e inverossímeis, "Eu Nunca..." consegue tratar de temas espinhosos de maneira leve e interessante - mesmo que não haja nada inovador em suas temáticas e tente quebrar as expectativas em certos clichês mas sem o efeito surpresa desejado. Só há dois pontos problemáticos notáveis nessa primeira temporada: um punhado de piadas gordofóbicas sem a menor graça materializadas num único coadjuvante e alguns problemas na maquiagem - principalmente nos personagens de Darren Barnet e Niecy Nash. Agora é torcer para que a criação de Mindy Kaling seja renovada para uma nova leva de episódios. Há personagens carismáticos e possibilidades de sobra para isso.
Abe
3.2 68A fusão de culturas de Fernando Grostein de Andrade (aka irmão do Luciano Huck) funciona bem com o elenco encabeçado por Noah Schnapp e Seu Jorge, mas a sensação que fica é de um filme que não tem tempo suficiente para fermentar e crescer dentro de você. Poderia ser um delicioso bolo, mas acaba sendo apenas um bom brownie.
(Pelas metáforas culinárias vocês já devem ter percebido que eu sou um péssimo cozinheiro, mil perdões)
Você Nem Imagina
3.4 516Um coming of age com pinceladas de ousadia, esse original Netflix mostra que para além dos algoritmos, há histórias esperando ansiosas para serem contadas. Não seja enganado pelo marketing do filme: essa não é uma história de amor. Talvez não do tipo que você espera.
Minha única crítica é de como a Netflix DESPERDIÇOU A OPORTUNIDADE de traduzir o título desse filme como "Da Missa A Metade". Seria épico.
Os Irmãos Willoughbys
3.5 153Bonitinho mas com um péssimo timing, o filme traz uma premissa rica que vai sendo completamente esvaziada e parece muito mais longo do que seus 90 minutos. Sinistro demais pra agradar os pequenos e bobo demais pra fazer a alegria dos maiores, é difícil precisar um público alvo - mas o algoritmo da Netflix vai te empurrar essa animação goela abaixo uma hora ou outra.
Socorro, Virei Uma Garota!
2.8 132Embora caminhe o tempo todo numa linha tênue entre o sensível divertido e o grotesco ofensivo, o filme é um desfile de estereótipos alinhavados num roteiro bem escrito e recheado de referências pop.