É incompreensível a celebração em torno de uma obra tão preguiçosa, convencional e oca. Da trilha sonora onipresente, nada original e excessivamente solene às performances constrangedoras de grande parte do elenco de apoio, que beiram o amador, Hacksaw Ridge é aquele filme de guerra que perfaz todas as convenções do gênero, sem o menor esforço de se destacar em quase todos os aspectos, exceto pelas cenas de batalha em si. Uma pena que, para cada breve momento bem executado de exposição da carnificina, sobram dúzias de diálogos piegas que pouco acrescentam ao desenvolvimento dos eventos narrados e à construção da personalidade de qualquer personagem que não seja o de Andrew Garfield, que, embora entregue uma performance competente em meio a um ou outro excesso no intuito de ser adorável, não faz jus às lembranças em premiações que anda recebendo.
A primeira hora de projeção é pavorosa, entre tentativas de humor de um sargento que rivaliza com o Pincel d'Os Trapalhões, um romance conduzido sem o menor flerte com a ideia de originalidade (e com uma incômoda dose de machismo, mesmo em se considerando a contextualização de época), e a apresentação de um enorme grupo de coadjuvantes que jamais justificam a sua presença em cena, servindo apenas como um apanhado de caricaturas cujo único propósito é arrancar risadinhas de um público menos exigente (o filme conta até com a explicação de uma piada sobre testículos), ou o seu ódio, no caso dos sucessivos vilões militares de aparência grosseira e propósitos maniqueístas (que parecem se deliciar com sua capacidade de criar apelidos nada inspirados para os inferiores em comando).
Funciona, nessa metade introdutória, somente o intenso trabalho de Hugo Weaving como o pai do protagonista, cuja trajetória, infelizmente, culmina em uma cena de tribunal constrangedora e conveniente ao extremo para o já frágil roteiro.
A segunda metade, como dito, beneficia-se do interessante retrato cru do campo de batalha, com explosões, membros mutilados e órgãos expostos que parecem honrar o terror da realidade vivenciada pelos combatentes. O problema, aqui, é que os realizadores se esquecem do dilema central que justifica a própria existência de sua história, que gira em torno das peculiares convicções de seu protagonista, em prol de uma abordagem que se contenta com a caracterização de um perfeito santo e a glorificação da salvação prometida pela fé cristã. Sim, aquele conflito original é lembrado brevemente pelo antagonista principal
- que, óbvio, passa por uma jornada de redenção até se curvar ao charme de Desmond -
, o que leva a um flashback apelativo e desnecessário que busca explicar um "segredo" que revela definitivamente a origem das atitudes de Doss, como se já não tivesse sido suficientemente demonstrada pela obra. No entanto, logo após esse lampejo de lembrança do tema do filme, somos arremessados novamente em diálogos expositivos ("isso é sangue?"; "nossa, como é perigoso lá em cima!"; ou aberrações dessa espécie), uma infinidade de pessoas correndo em nossa direção em câmera lenta, soldados conferindo se companheiros que respiram a plenos pulmões estão vivos, piadas sendo desferidas em meio ao caos, e um punhado de cenas grotescas de susto fácil.
Tudo isso leva a um fundo do poço que envolve os dotes malabarísticos do protagonista para chutar granadas, a "sensível" (leia-se: desonesta) preocupação em, só nesse momento, enfocar superficialmente o lado japonês desempenhando tradições caricatas, e, finalmente, um plano cujo enquadramento transforma Doss em Cristo. Até mesmo o desfecho em forma de documentário, que poderia fazer uma singela homenagem à curiosa figura do protagonista, soa como uma tentativa barata de espremer do público um último suspiro, após o que acabamos de ver.
Permanece, assim, a sensação de desperdício de uma premissa com razoável potencial, além da surpresa com a boa recepção de grande parte do público e da crítica, ao comprar essa obra que, aparentemente, Mel Gibson realizou em 1996, mas, inexplicavelmente, esperou 20 anos para lançar, sem sequer soprar o pó de cima das suas antiquadas arestas.
Embora não tenha toda a personalidade e a fluidez trazidas por Procurando Nemo, permanece aqui aquele elemento que a Pixar consegue, com maestria, injetar na maioria de suas obras: o coração. Dory e seus companheiros, incrivelmente, não precisam de muito tempo de tela para nos conquistar e nos sensibilizar a seus conflitos, por mais frugais que sejam.
O roteiro, apesar de se valer de algumas muletas desnecessárias de narrativa (como a própria presença de Nemo e seu pai, que possuem aqui apenas uma desnecessária função referencial e expositiva) e contar com alguns problemas de verossimilhança (em especial na quebra da premissa relativa à distância que seria percorrida pelo trio principal), ao menos é certeiro em homenagear, com grande humor, algumas jornadas do primeiro filme e em explicar diversos elementos que já conhecíamos (como o "baleiês" e o mantra "continue a nadar"), além de abordar, sem excessiva pieguice, um tema pouco explorado em obras voltadas ao público infantil: o empoderamento de pessoas com qualquer tipo de deficiência física/psicológica. É comovente a jornada de aceitação e autonomia de cada uma das novas criaturas introduzidas, embora não se comparem, claro, à de Dory, desenvolvida com mais cores e camadas, entre o movimentado presente e os adoráveis flashbacks.
Merecem destaque, ainda, a cada vez mais impressionante técnica de animação do estúdio, principalmente nos diversos cenários explorados no aquário, e o competente trabalho de interpretações (conferi a versão original, legendada). O design de criaturas e ambientes, por sua vez, se não parece extremamente inovador ou inspirado, é, por outro lado, bastante condizente com o universo estabelecido para a franquia.
Todos esses elementos fazem com que essa continuação, que tinha tudo para desapontar, cumpra, com um ou outro tropeço, sua missão de carinhosamente desenvolver melhor uma personagem tão querida pelos fãs e presentear seus espectadores - pequenos ou crescidos - com uma jornada repleta de bom humor e sensibilidade.
Apenas o programa televisivo bizarro e a memorável esquete final cumprem o seu propósito humorístico e são realmente bem desenvolvidos. Os demais segmentos soam muito forçados e se estendem além do que deveriam. Esperava mais, baseado no que ouvia falar (apesar de que é quase sempre assim, na minha experiência com a filmografia de Woody Allen)!
Vale pelo exercício estilístico diferente de qualquer outra coisa já vista e pelo sentimento nostálgico, mas é uma pena que a trama em si seja tão pobre e não acompanhe a ambiciosa narrativa dos (sempre desafiadores) Wachowski.
Em um filme que parece admitir escancaradamente perseguir mais um delírio estético do que uma narrativa complexa, sobram cenas repetitivas, tentativas frustradas de frases de efeito e situações pouco inspiradas - mesmo do ponto de vista visual -, enquanto faltam personagens carismáticos, diálogos verossímeis e um design de produção mais ousado. Só Eva Green e algumas cenas mais bonitas merecem destaque nesse filme que em nada acrescenta, do ponto de vista artístico e de profundidade, ao que já vimos no original.
Surpreendente em suas cenas de ação verossímeis e bem conduzidas, bem como em sua discussão central sobre segurança pública. Ao contrário dos meus temores, felizmente, Padilha não decepcionou ao se envolver com o remake desse sucesso dos anos 80. Ainda que o filme não tenha o "peso" de Ônibus 174 ou Tropa de Elite 1 e 2, espero que esse notável diretor brasileiro continue a ousar em suas iniciativas e nos proporcione muitas outras propostas impregnadas por sua visão diferenciada!
Infelizmente, não consigo compartilhar do sentimento geral direcionado a essa franquia. Correndo o risco de parecer muito amargo, considero uma animação extremamente preguiçosa e genérica, que busca esconder suas inúmeras fraquezas de roteiro por trás de criaturinhas que, embora funcionem como escapes eficientes e adoráveis em diversas passagens, acabam perdendo seu já frágil humor pela exaustão decorrente de seu uso excessivo como verdadeiras "muletas" da narrativa.
Fora os minions, sobram apenas personagens rasos em eventos pouco inspirados, que nunca desenvolvem seu potencial. As dublagens de Steve Carrell e Kristen Wiig são competentes, mas pouco podem fazer para salvar o desenvolvimento bobo de Gru e seu caricato interesse amoroso, repetidamente presos em situações forçadas. O design de produção e a trilha sonora tampouco de destacam na composição do universo do filme, que conta com poucos elementos realmente memoráveis.
Se o primeiro filme já não era lá essas coisas, essa continuação prova que a Universal tem muito o que aprender antes de começar a realmente competir com a ousadia e a solidez criativa de estúdios como a Pixar e até mesmo a Dreamworks, que vem crescendo bastante, nesse sentido. Filmes voltados para o público infantil não devem ser tratados com condescendência e não precisam ser feitos de forma desleixada, como provaram, com muita propriedade, na última década, entre outros, Wall-E, Procurando Nemo, Os Incríveis, Ratatouille, Mary & Max, Rango, e, mais recentemente, Os Croods!
Além da inusitada economia e sutileza das atuações (que tem nos talentos de Mads Mikkelsen e da pequena Annika Wedderkopp seus grandes trunfos), essa impactante obra dinamarquesa se destaca pela forma extremamente naturalista e crua com a qual sua instigante narrativa é conduzida. Imagino que, se tivesse sido produzido por um grande estúdio americano, sobrariam notas dramáticas e intrusivas na trilha sonora, bem como a cada vez mais presente tendência ao overacting. É de se admirar, particularmente, a sensibilidade, a ousadia e a complexidade presentes no roteiro, que sequer flerta com a saída fácil e comum de vilanizar qualquer personagem, o que nos permite nos colocar na pele de cada um deles, mesmo em um tema tão delicado quanto o tratado aqui. Um filme belo, corajoso e único!
Achei bem curiosa essa animação francesa. Me agradaram muito o tema tão inusitado e o criativo design de produção, que surpreende ao mesclar - e substituir, muitas vezes - os tons cinzas das vidas dos personagens com a sarcástica vivacidade dos locais e apetrechos ligados, direta ou indiretamente, à morte, aqui tratada com reverência (ao menos na superfície), em vez do habitual temor. As músicas também funcionam de forma orgânica e ajudam a desenvolver a narrativa, pontuando com ironia as situações apresentadas. Só fiquei frustrado com o ato final, que deixa um tanto a desejar em sua tentativa de solucionar as estranhices daquele mundo de forma súbita e gratuita. Fica a dica, porém, a todos que apreciarem animações adultas e temas mais pesados tratados de forma leve!
Encontrei aqui o Tarantino mais leve e despretensioso que já vi (só me falta assistir "À Prova de Morte" agora). Embora o humor seja característico de todas as suas obras, sinto que em Jackie Brown o diretor se permitiu explorar a trama de forma mais livre (mas não menos complexa), fato que, se torna a projeção não tão memorável quanto os "gigantes" que compõem a filmografia do diretor, contribui, por outro lado, para uma experiência prazerosa e divertida ao lado daqueles personagens tão excêntricos e imprevisíveis. Um elenco afiado e a trilha sonora matadora de praxe, ao lado de escolhas inusitadas de fotografia e direção, completam o pacote que fazem desse filme uma legítima obra de Tarantino, que ainda não me decepcionou em sua genial carreira.
Mesmo com expectativas baixas - por não me identificar com os projetos habituais do Will Smith e com as comédias americanas, em geral -, confesso que me peguei bastante envolvido com o filme, no início. A proposta original é interessante o suficiente para afastar a impressão negativa deixada pelos exageros do roteiro e os pobres efeitos especiais. São muito positivos, ainda, o talento sutil e o timing cômico de Smith e Bateman na composição de seus personagens, carismáticos e divertidos em suas próprias maneiras.
O problema começa quando a projeção busca abranger temas mais ambiciosos do que deveria, em uma tentativa frustrada de expandir um universo cuja simplicidade funcionava muito bem até então. A partir daí, acho que o roteiro e a direção se perdem completamente, com cenas excessivamente corridas e explicações que nunca soam naturais para as origens e os comportamentos dos personagens em tela.
Embora eu não possa afirmar que a experiência é completamente arruinada pelo ato final da obra, me resta lamentar o desperdício de uma ideia que poderia ter nos entregado um sólido e inovador filme do gênero "super-heróis"...
Surpreendente essa produção alemã e australiana! Merece ser conferida, seja pela temática pouco convencional, que explora um lado da obra pouco visto em outras obras, ou pela coragem da abordagem, que não abusa de recursos artificiais e melodramáticos, preferindo uma narrativa mais sóbria e crua. Ficam, por fim, os elogios também à fotografia naturalista e ao elenco de crianças e adolescentes, impressionantemente críveis em seus dolorosos e intensos papéis. Saskia Rosendahl é uma jovem atriz a ser acompanhada, após carregar o papel de Lore de forma inspirada e audaciosa, sem medo de julgamentos morais sobre suas atitudes repreensivas.
Aqui, Lee Daniels faz um trabalho preguiçoso, a partir de um roteiro medíocre. Buscando abranger mais eventos históricos do que deveria em sua já longa duração, além de injetar uma solenidade absurda em cada ato do protagonista, esse pretensioso "oscar bait" acaba por nos distanciar emocionalmente da história de Cecil, que poderia render uma obra muito mais complexa, caso se preocupasse mais em construir seus personagens e situações de forma crível, e menos em servir como um livro de história superficial e melodramático.
Com uma fotografia convencional e uma trilha sonora repetitiva e excessivamente solene, nada nos aspectos técnicos do filme chama a atenção, à exceção do péssimo trabalho da maquiagem, que fazem Cecil e Gloria, enigmaticamente, rejuvenescerem (muito!) ao longo da narrativa, não permitindo, em nenhum momento, que possamos fazer uma representação minimamente precisa de suas idades, apesar dos letreiros que constantemente invadem a tela, situando o tempo.
Apesar disso, acho que o filme não chega a ser um fracasso, principalmente devido à sua premissa interessante, à emoção naturalmente evocada pela história da luta negra e ao elenco competente. Whitaker e Oprah imprimem grande carisma em seus personagens, embora eu não possa concordar com a supervalorização que vem ganhando a atuação desta. Gosto também do trabalho de David Oyelowo como o filho mais velho do casal, bem como de boa parte dos conflitos que traz para a trama e o que representa o protagonista. Por outro lado, as pontas de outras figuras famosas não passam de distrações e me deixaram questionando o real propósito dos realizadores com tais presenças.
Uma pena que, para cada montagem interessante e bem feita, como a do balcão da lanchonete - memorável na crueza com que trata um dos lados mais desprezíveis do ser humano -, surgem diversas intromissões impertinentes da narração e conversas rasas do mordomo com os presidentes (em sua maioria, homens gentis e imaculados, segundo retrata o longa).
Talvez pela alta expectativa gerada pelo hype em torno do projeto e por ter gostado bastante do primeiro, me decepcionei com o que assisti. Embora o filme permaneça muito envolvente, dando continuidade ao tom de urgência do anterior, vejo que faltou arriscar em alguns pontos cruciais do roteiro, a exemplo do que ocorre nas seguintes passagens:
a escolha de Peeta para ir novamente aos jogos, em vez de explorar uma nova dinâmica com Haymitch; a repetição desnecessária de vezes em que Peeta está em perigo, em um curto espaço de tempo, no início dos jogos; a pouca presença de confrontos físicos entre os participantes dos jogos, que teriam uma carga emocional muito maior que as várias armadilhas plantadas pelos coordenadores; e, repetindo uma falha do primeiro, a pouca atenção às intervenções externas do público, que, pelo que dão a entender nos trechos pré-jogos, em ambos os filmes, são muito importantes, daí todo a farsa de carisma que precisa ser criada nas entrevistas, desfiles, etc
. Outros acontecimentos pareceram não ter a força que poderiam/deveriam, como
a morte de Mags, uma personagem que aparentava render mais, e a mentira sobre a gravidez de Katniss, que, apesar de ser uma grande sacada, não leva a lugar algum
. Apesar disso, o intenso clima de instabilidade política, a complexidade e melancolia da protagonista (muito bem interpretada pelas sutilezas de Jennifer Lawrence) e a tensão imprevisível que ampara a maioria das cenas me impedem de dar menos de 3 estrelas para o filme. Gosto também do caminho apontado no ato final do longa, que, embora carregue certa dose de previsibilidade e tenha um ritmo desequilibrado, consegue ser eficiente. Li apenas metade do primeiro livro, mas pretendo terminar a trilogia, tanto nas páginas, quanto no cinema. Só me decepciona o fato de os realizadores por trás de ambas as mídias não explorarem com mais cuidado todo o potencial por trás da ótima premissa que têm em mãos.
Talvez uma das obras mais subvalorizadas dos últimos anos. Me encanta o final extremamente honesto e corajoso desse filme! Aliado ao roteiro, à edição e às atuações, esse desfecho colocou a projeção imediatamente na minha lista de favoritos.
O melhor filme de Tim Burton, na minha opinião. De causar reflexões complexas e uma tristeza aguda em crianças desprevinidas que paravam para assistir à Sessão da Tarde (ou, pelo menos, naquelas que já eram apaixonadas por um bom drama, como eu hahah).
O primeiro filme me causou uma impressão muito mais impactante. Apesar disso, em meio a diversas cenas pouco inspiradas e repetições cansativas de ideias, O Jogo das Sombras não deixa de cumprir seu papel de dar uma continuação decente às aventuras de Sherlock. Espero que a sequência apresente mais inovações, aprendendo que a construção de uma narrativa interessante não se pode deixar apoiar integralmente sobre as ótimas atuações de Downey Jr. e Law.
Apesar de esse gênero de trama mais autocontida geralmente me agradar, acho que Payne falhou ao conferir ao filme um clima constantemente morno. O preço da ausência de falhas significativas acabou sendo a falta de qualquer destaque, seja na trama, nas atuações ou nos aspectos técnicos. Em suma: um bom filme que, infelizmente, nunca chega a impressionar.
Embora a trama pareça, em alguns momentos, demasiadamente maniqueísta, devido à concepção quase unidimensional do personagem Kevin, fiquei satisfeito com a subjetividade conferida à história, narrada inteiramente sob a perspectiva de Eva. Mas o grande mérito do filme fica por conta da atuação delicada de Tilda Swinton, bem como da inconstância da edição e dos efeitos sonoros, que criam uma atmosfera perturbadora durante toda a projeção.
Fascinante! Uma animação madura que se destaca pelo roteiro criativo e repleto de sarcasmo, bem como pelo carismático trabalho de seus estelares dubladores. Não consigo imaginar outra voz que não a do Clooney para dar vida ao canastrão Mr. Fox.
Sem jamais tratar qualquer de seus personagens de maneira unidimensional, A Separação é um excelente exemplo de como trabalhar uma história cotidiana. A sensibilidade e o realismo que transbordam do começo ao fim da trama tornam o filme angustiante e imperdível!
Uma resposta brilhante a todos esses filmes de "sustinho" e vampiros idealizados que permeiam o cinema de suspense atual. Apesar do incômodo que algumas cenas mais bobas me trouxeram (toda a dispensável trama envolvendo a namorada do vizinho, em especial), as sutilezas da interpretação do casal de crianças me impressinou, bem como a forma como os roteiristas não subestimam a inteligência do espectador, deixando-nos concluir certos fatos pelas próprias nuances da história. Além disso, merece destaque a belíssima fotografia, desde as cenas mais comuns na fria paisagem sueca até o climax na piscina, que ficará marcado para sempre na minha mente. Fiquei curioso para conferir a versão americana.
Embora o roteiro acabe apelando para alguns recursos preguiçosos, o excelente ritmo do filme, aliado às atuações precisas de todo o elenco, garantem uma experiência bem satisfatória. Ryan Gosling leva o papel principal com competência e George Clooney é bastante eficiente na direção, mas foram Paul Giamatti e Philip Seymour Hoffman os responsáveis pelos momentos que mais me marcaram no filme(sem falar na simples presença da linda Evan Rachel Wood, claro).
Apesar do grande talento de Kristen Wiig para a comédia (e da companhia das sempre ótimas Rose Byrne e Melissa McCarthy, que me remetem aos seus destaques em Damages e Gilmore Girls), simplesmente não consigo entender o apelo desse filme e seu humor de extremo mau gosto.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraÉ incompreensível a celebração em torno de uma obra tão preguiçosa, convencional e oca. Da trilha sonora onipresente, nada original e excessivamente solene às performances constrangedoras de grande parte do elenco de apoio, que beiram o amador, Hacksaw Ridge é aquele filme de guerra que perfaz todas as convenções do gênero, sem o menor esforço de se destacar em quase todos os aspectos, exceto pelas cenas de batalha em si. Uma pena que, para cada breve momento bem executado de exposição da carnificina, sobram dúzias de diálogos piegas que pouco acrescentam ao desenvolvimento dos eventos narrados e à construção da personalidade de qualquer personagem que não seja o de Andrew Garfield, que, embora entregue uma performance competente em meio a um ou outro excesso no intuito de ser adorável, não faz jus às lembranças em premiações que anda recebendo.
A primeira hora de projeção é pavorosa, entre tentativas de humor de um sargento que rivaliza com o Pincel d'Os Trapalhões, um romance conduzido sem o menor flerte com a ideia de originalidade (e com uma incômoda dose de machismo, mesmo em se considerando a contextualização de época), e a apresentação de um enorme grupo de coadjuvantes que jamais justificam a sua presença em cena, servindo apenas como um apanhado de caricaturas cujo único propósito é arrancar risadinhas de um público menos exigente (o filme conta até com a explicação de uma piada sobre testículos), ou o seu ódio, no caso dos sucessivos vilões militares de aparência grosseira e propósitos maniqueístas (que parecem se deliciar com sua capacidade de criar apelidos nada inspirados para os inferiores em comando).
Funciona, nessa metade introdutória, somente o intenso trabalho de Hugo Weaving como o pai do protagonista, cuja trajetória, infelizmente, culmina em uma cena de tribunal constrangedora e conveniente ao extremo para o já frágil roteiro.
A segunda metade, como dito, beneficia-se do interessante retrato cru do campo de batalha, com explosões, membros mutilados e órgãos expostos que parecem honrar o terror da realidade vivenciada pelos combatentes. O problema, aqui, é que os realizadores se esquecem do dilema central que justifica a própria existência de sua história, que gira em torno das peculiares convicções de seu protagonista, em prol de uma abordagem que se contenta com a caracterização de um perfeito santo e a glorificação da salvação prometida pela fé cristã. Sim, aquele conflito original é lembrado brevemente pelo antagonista principal
- que, óbvio, passa por uma jornada de redenção até se curvar ao charme de Desmond -
Tudo isso leva a um fundo do poço que envolve os dotes malabarísticos do protagonista para chutar granadas, a "sensível" (leia-se: desonesta) preocupação em, só nesse momento, enfocar superficialmente o lado japonês desempenhando tradições caricatas, e, finalmente, um plano cujo enquadramento transforma Doss em Cristo. Até mesmo o desfecho em forma de documentário, que poderia fazer uma singela homenagem à curiosa figura do protagonista, soa como uma tentativa barata de espremer do público um último suspiro, após o que acabamos de ver.
Permanece, assim, a sensação de desperdício de uma premissa com razoável potencial, além da surpresa com a boa recepção de grande parte do público e da crítica, ao comprar essa obra que, aparentemente, Mel Gibson realizou em 1996, mas, inexplicavelmente, esperou 20 anos para lançar, sem sequer soprar o pó de cima das suas antiquadas arestas.
Procurando Dory
4.0 1,8K Assista AgoraEmbora não tenha toda a personalidade e a fluidez trazidas por Procurando Nemo, permanece aqui aquele elemento que a Pixar consegue, com maestria, injetar na maioria de suas obras: o coração. Dory e seus companheiros, incrivelmente, não precisam de muito tempo de tela para nos conquistar e nos sensibilizar a seus conflitos, por mais frugais que sejam.
O roteiro, apesar de se valer de algumas muletas desnecessárias de narrativa (como a própria presença de Nemo e seu pai, que possuem aqui apenas uma desnecessária função referencial e expositiva) e contar com alguns problemas de verossimilhança (em especial na quebra da premissa relativa à distância que seria percorrida pelo trio principal), ao menos é certeiro em homenagear, com grande humor, algumas jornadas do primeiro filme e em explicar diversos elementos que já conhecíamos (como o "baleiês" e o mantra "continue a nadar"), além de abordar, sem excessiva pieguice, um tema pouco explorado em obras voltadas ao público infantil: o empoderamento de pessoas com qualquer tipo de deficiência física/psicológica. É comovente a jornada de aceitação e autonomia de cada uma das novas criaturas introduzidas, embora não se comparem, claro, à de Dory, desenvolvida com mais cores e camadas, entre o movimentado presente e os adoráveis flashbacks.
Merecem destaque, ainda, a cada vez mais impressionante técnica de animação do estúdio, principalmente nos diversos cenários explorados no aquário, e o competente trabalho de interpretações (conferi a versão original, legendada). O design de criaturas e ambientes, por sua vez, se não parece extremamente inovador ou inspirado, é, por outro lado, bastante condizente com o universo estabelecido para a franquia.
Todos esses elementos fazem com que essa continuação, que tinha tudo para desapontar, cumpra, com um ou outro tropeço, sua missão de carinhosamente desenvolver melhor uma personagem tão querida pelos fãs e presentear seus espectadores - pequenos ou crescidos - com uma jornada repleta de bom humor e sensibilidade.
Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas …
3.5 384 Assista AgoraApenas o programa televisivo bizarro e a memorável esquete final cumprem o seu propósito humorístico e são realmente bem desenvolvidos. Os demais segmentos soam muito forçados e se estendem além do que deveriam. Esperava mais, baseado no que ouvia falar (apesar de que é quase sempre assim, na minha experiência com a filmografia de Woody Allen)!
Speed Racer
2.8 410 Assista AgoraVale pelo exercício estilístico diferente de qualquer outra coisa já vista e pelo sentimento nostálgico, mas é uma pena que a trama em si seja tão pobre e não acompanhe a ambiciosa narrativa dos (sempre desafiadores) Wachowski.
300: A Ascensão do Império
3.2 1,6K Assista AgoraEm um filme que parece admitir escancaradamente perseguir mais um delírio estético do que uma narrativa complexa, sobram cenas repetitivas, tentativas frustradas de frases de efeito e situações pouco inspiradas - mesmo do ponto de vista visual -, enquanto faltam personagens carismáticos, diálogos verossímeis e um design de produção mais ousado. Só Eva Green e algumas cenas mais bonitas merecem destaque nesse filme que em nada acrescenta, do ponto de vista artístico e de profundidade, ao que já vimos no original.
RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraSurpreendente em suas cenas de ação verossímeis e bem conduzidas, bem como em sua discussão central sobre segurança pública. Ao contrário dos meus temores, felizmente, Padilha não decepcionou ao se envolver com o remake desse sucesso dos anos 80. Ainda que o filme não tenha o "peso" de Ônibus 174 ou Tropa de Elite 1 e 2, espero que esse notável diretor brasileiro continue a ousar em suas iniciativas e nos proporcione muitas outras propostas impregnadas por sua visão diferenciada!
Meu Malvado Favorito 2
3.9 1,8K Assista AgoraInfelizmente, não consigo compartilhar do sentimento geral direcionado a essa franquia. Correndo o risco de parecer muito amargo, considero uma animação extremamente preguiçosa e genérica, que busca esconder suas inúmeras fraquezas de roteiro por trás de criaturinhas que, embora funcionem como escapes eficientes e adoráveis em diversas passagens, acabam perdendo seu já frágil humor pela exaustão decorrente de seu uso excessivo como verdadeiras "muletas" da narrativa.
Fora os minions, sobram apenas personagens rasos em eventos pouco inspirados, que nunca desenvolvem seu potencial. As dublagens de Steve Carrell e Kristen Wiig são competentes, mas pouco podem fazer para salvar o desenvolvimento bobo de Gru e seu caricato interesse amoroso, repetidamente presos em situações forçadas. O design de produção e a trilha sonora tampouco de destacam na composição do universo do filme, que conta com poucos elementos realmente memoráveis.
Se o primeiro filme já não era lá essas coisas, essa continuação prova que a Universal tem muito o que aprender antes de começar a realmente competir com a ousadia e a solidez criativa de estúdios como a Pixar e até mesmo a Dreamworks, que vem crescendo bastante, nesse sentido. Filmes voltados para o público infantil não devem ser tratados com condescendência e não precisam ser feitos de forma desleixada, como provaram, com muita propriedade, na última década, entre outros, Wall-E, Procurando Nemo, Os Incríveis, Ratatouille, Mary & Max, Rango, e, mais recentemente, Os Croods!
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraAlém da inusitada economia e sutileza das atuações (que tem nos talentos de Mads Mikkelsen e da pequena Annika Wedderkopp seus grandes trunfos), essa impactante obra dinamarquesa se destaca pela forma extremamente naturalista e crua com a qual sua instigante narrativa é conduzida. Imagino que, se tivesse sido produzido por um grande estúdio americano, sobrariam notas dramáticas e intrusivas na trilha sonora, bem como a cada vez mais presente tendência ao overacting. É de se admirar, particularmente, a sensibilidade, a ousadia e a complexidade presentes no roteiro, que sequer flerta com a saída fácil e comum de vilanizar qualquer personagem, o que nos permite nos colocar na pele de cada um deles, mesmo em um tema tão delicado quanto o tratado aqui. Um filme belo, corajoso e único!
A Pequena Loja de Suicídios
3.7 774Achei bem curiosa essa animação francesa. Me agradaram muito o tema tão inusitado e o criativo design de produção, que surpreende ao mesclar - e substituir, muitas vezes - os tons cinzas das vidas dos personagens com a sarcástica vivacidade dos locais e apetrechos ligados, direta ou indiretamente, à morte, aqui tratada com reverência (ao menos na superfície), em vez do habitual temor. As músicas também funcionam de forma orgânica e ajudam a desenvolver a narrativa, pontuando com ironia as situações apresentadas. Só fiquei frustrado com o ato final, que deixa um tanto a desejar em sua tentativa de solucionar as estranhices daquele mundo de forma súbita e gratuita. Fica a dica, porém, a todos que apreciarem animações adultas e temas mais pesados tratados de forma leve!
Jackie Brown
3.8 739 Assista AgoraEncontrei aqui o Tarantino mais leve e despretensioso que já vi (só me falta assistir "À Prova de Morte" agora). Embora o humor seja característico de todas as suas obras, sinto que em Jackie Brown o diretor se permitiu explorar a trama de forma mais livre (mas não menos complexa), fato que, se torna a projeção não tão memorável quanto os "gigantes" que compõem a filmografia do diretor, contribui, por outro lado, para uma experiência prazerosa e divertida ao lado daqueles personagens tão excêntricos e imprevisíveis. Um elenco afiado e a trilha sonora matadora de praxe, ao lado de escolhas inusitadas de fotografia e direção, completam o pacote que fazem desse filme uma legítima obra de Tarantino, que ainda não me decepcionou em sua genial carreira.
Hancock
3.1 1,6K Assista AgoraMesmo com expectativas baixas - por não me identificar com os projetos habituais do Will Smith e com as comédias americanas, em geral -, confesso que me peguei bastante envolvido com o filme, no início. A proposta original é interessante o suficiente para afastar a impressão negativa deixada pelos exageros do roteiro e os pobres efeitos especiais. São muito positivos, ainda, o talento sutil e o timing cômico de Smith e Bateman na composição de seus personagens, carismáticos e divertidos em suas próprias maneiras.
O problema começa quando a projeção busca abranger temas mais ambiciosos do que deveria, em uma tentativa frustrada de expandir um universo cuja simplicidade funcionava muito bem até então. A partir daí, acho que o roteiro e a direção se perdem completamente, com cenas excessivamente corridas e explicações que nunca soam naturais para as origens e os comportamentos dos personagens em tela.
Embora eu não possa afirmar que a experiência é completamente arruinada pelo ato final da obra, me resta lamentar o desperdício de uma ideia que poderia ter nos entregado um sólido e inovador filme do gênero "super-heróis"...
Lore
3.8 128 Assista AgoraSurpreendente essa produção alemã e australiana! Merece ser conferida, seja pela temática pouco convencional, que explora um lado da obra pouco visto em outras obras, ou pela coragem da abordagem, que não abusa de recursos artificiais e melodramáticos, preferindo uma narrativa mais sóbria e crua. Ficam, por fim, os elogios também à fotografia naturalista e ao elenco de crianças e adolescentes, impressionantemente críveis em seus dolorosos e intensos papéis. Saskia Rosendahl é uma jovem atriz a ser acompanhada, após carregar o papel de Lore de forma inspirada e audaciosa, sem medo de julgamentos morais sobre suas atitudes repreensivas.
O Mordomo da Casa Branca
4.0 595 Assista AgoraAqui, Lee Daniels faz um trabalho preguiçoso, a partir de um roteiro medíocre. Buscando abranger mais eventos históricos do que deveria em sua já longa duração, além de injetar uma solenidade absurda em cada ato do protagonista, esse pretensioso "oscar bait" acaba por nos distanciar emocionalmente da história de Cecil, que poderia render uma obra muito mais complexa, caso se preocupasse mais em construir seus personagens e situações de forma crível, e menos em servir como um livro de história superficial e melodramático.
Com uma fotografia convencional e uma trilha sonora repetitiva e excessivamente solene, nada nos aspectos técnicos do filme chama a atenção, à exceção do péssimo trabalho da maquiagem, que fazem Cecil e Gloria, enigmaticamente, rejuvenescerem (muito!) ao longo da narrativa, não permitindo, em nenhum momento, que possamos fazer uma representação minimamente precisa de suas idades, apesar dos letreiros que constantemente invadem a tela, situando o tempo.
Apesar disso, acho que o filme não chega a ser um fracasso, principalmente devido à sua premissa interessante, à emoção naturalmente evocada pela história da luta negra e ao elenco competente. Whitaker e Oprah imprimem grande carisma em seus personagens, embora eu não possa concordar com a supervalorização que vem ganhando a atuação desta. Gosto também do trabalho de David Oyelowo como o filho mais velho do casal, bem como de boa parte dos conflitos que traz para a trama e o que representa o protagonista. Por outro lado, as pontas de outras figuras famosas não passam de distrações e me deixaram questionando o real propósito dos realizadores com tais presenças.
Uma pena que, para cada montagem interessante e bem feita, como a do balcão da lanchonete - memorável na crueza com que trata um dos lados mais desprezíveis do ser humano -, surgem diversas intromissões impertinentes da narração e conversas rasas do mordomo com os presidentes (em sua maioria, homens gentis e imaculados, segundo retrata o longa).
Jogos Vorazes: Em Chamas
4.0 3,3K Assista AgoraTalvez pela alta expectativa gerada pelo hype em torno do projeto e por ter gostado bastante do primeiro, me decepcionei com o que assisti.
Embora o filme permaneça muito envolvente, dando continuidade ao tom de urgência do anterior, vejo que faltou arriscar em alguns pontos cruciais do roteiro, a exemplo do que ocorre nas seguintes passagens:
a escolha de Peeta para ir novamente aos jogos, em vez de explorar uma nova dinâmica com Haymitch; a repetição desnecessária de vezes em que Peeta está em perigo, em um curto espaço de tempo, no início dos jogos; a pouca presença de confrontos físicos entre os participantes dos jogos, que teriam uma carga emocional muito maior que as várias armadilhas plantadas pelos coordenadores; e, repetindo uma falha do primeiro, a pouca atenção às intervenções externas do público, que, pelo que dão a entender nos trechos pré-jogos, em ambos os filmes, são muito importantes, daí todo a farsa de carisma que precisa ser criada nas entrevistas, desfiles, etc
Outros acontecimentos pareceram não ter a força que poderiam/deveriam, como
a morte de Mags, uma personagem que aparentava render mais, e a mentira sobre a gravidez de Katniss, que, apesar de ser uma grande sacada, não leva a lugar algum
Apesar disso, o intenso clima de instabilidade política, a complexidade e melancolia da protagonista (muito bem interpretada pelas sutilezas de Jennifer Lawrence) e a tensão imprevisível que ampara a maioria das cenas me impedem de dar menos de 3 estrelas para o filme. Gosto também do caminho apontado no ato final do longa, que, embora carregue certa dose de previsibilidade e tenha um ritmo desequilibrado, consegue ser eficiente.
Li apenas metade do primeiro livro, mas pretendo terminar a trilogia, tanto nas páginas, quanto no cinema. Só me decepciona o fato de os realizadores por trás de ambas as mídias não explorarem com mais cuidado todo o potencial por trás da ótima premissa que têm em mãos.
Amor Sem Escalas
3.4 1,4K Assista AgoraTalvez uma das obras mais subvalorizadas dos últimos anos. Me encanta o final extremamente honesto e corajoso desse filme! Aliado ao roteiro, à edição e às atuações, esse desfecho colocou a projeção imediatamente na minha lista de favoritos.
Edward Mãos de Tesoura
4.2 3,0K Assista AgoraO melhor filme de Tim Burton, na minha opinião. De causar reflexões complexas e uma tristeza aguda em crianças desprevinidas que paravam para assistir à Sessão da Tarde (ou, pelo menos, naquelas que já eram apaixonadas por um bom drama, como eu hahah).
Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras
3.8 2,2K Assista AgoraO primeiro filme me causou uma impressão muito mais impactante. Apesar disso, em meio a diversas cenas pouco inspiradas e repetições cansativas de ideias, O Jogo das Sombras não deixa de cumprir seu papel de dar uma continuação decente às aventuras de Sherlock. Espero que a sequência apresente mais inovações, aprendendo que a construção de uma narrativa interessante não se pode deixar apoiar integralmente sobre as ótimas atuações de Downey Jr. e Law.
Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraApesar de esse gênero de trama mais autocontida geralmente me agradar, acho que Payne falhou ao conferir ao filme um clima constantemente morno. O preço da ausência de falhas significativas acabou sendo a falta de qualquer destaque, seja na trama, nas atuações ou nos aspectos técnicos. Em suma: um bom filme que, infelizmente, nunca chega a impressionar.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraEmbora a trama pareça, em alguns momentos, demasiadamente maniqueísta, devido à concepção quase unidimensional do personagem Kevin, fiquei satisfeito com a subjetividade conferida à história, narrada inteiramente sob a perspectiva de Eva. Mas o grande mérito do filme fica por conta da atuação delicada de Tilda Swinton, bem como da inconstância da edição e dos efeitos sonoros, que criam uma atmosfera perturbadora durante toda a projeção.
O Fantástico Sr. Raposo
4.2 932 Assista AgoraFascinante! Uma animação madura que se destaca pelo roteiro criativo e repleto de sarcasmo, bem como pelo carismático trabalho de seus estelares dubladores. Não consigo imaginar outra voz que não a do Clooney para dar vida ao canastrão Mr. Fox.
A Separação
4.2 725 Assista AgoraSem jamais tratar qualquer de seus personagens de maneira unidimensional, A Separação é um excelente exemplo de como trabalhar uma história cotidiana. A sensibilidade e o realismo que transbordam do começo ao fim da trama tornam o filme angustiante e imperdível!
Deixa Ela Entrar
4.0 1,6KUma resposta brilhante a todos esses filmes de "sustinho" e vampiros idealizados que permeiam o cinema de suspense atual. Apesar do incômodo que algumas cenas mais bobas me trouxeram (toda a dispensável trama envolvendo a namorada do vizinho, em especial), as sutilezas da interpretação do casal de crianças me impressinou, bem como a forma como os roteiristas não subestimam a inteligência do espectador, deixando-nos concluir certos fatos pelas próprias nuances da história. Além disso, merece destaque a belíssima fotografia, desde as cenas mais comuns na fria paisagem sueca até o climax na piscina, que ficará marcado para sempre na minha mente. Fiquei curioso para conferir a versão americana.
Tudo pelo Poder
3.8 763 Assista AgoraEmbora o roteiro acabe apelando para alguns recursos preguiçosos, o excelente ritmo do filme, aliado às atuações precisas de todo o elenco, garantem uma experiência bem satisfatória. Ryan Gosling leva o papel principal com competência e George Clooney é bastante eficiente na direção, mas foram Paul Giamatti e Philip Seymour Hoffman os responsáveis pelos momentos que mais me marcaram no filme(sem falar na simples presença da linda Evan Rachel Wood, claro).
Missão Madrinha de Casamento
3.2 1,7K Assista AgoraApesar do grande talento de Kristen Wiig para a comédia (e da companhia das sempre ótimas Rose Byrne e Melissa McCarthy, que me remetem aos seus destaques em Damages e Gilmore Girls), simplesmente não consigo entender o apelo desse filme e seu humor de extremo mau gosto.