“Toritama muda a cada dia. Somente a chuva que cai depois do Carnaval, permanece a mesma. Ela anunciava o início do plantio para os agricultores. Agora, anuncia o fim das férias para os trabalhadores autônomos, que retomam a produção de jeans, orgulhosos de serem donos do seu próprio tempo.”
Grande homem. O documentário é um pouco raso e fraco como já disseram, mas o Pepe e Lucía, sua esposa, conseguem fazer valer a pena vê-lo. Duas figuras importantíssimas, com uma vida totalmente dedicada à militância: personalidade, visões de mundo e vida política são uma coisa só. Ao dizer que o capitalismo não é a solução e que novos caminhos devem ser buscados traça um diagnóstico, infelizmente, muito acurado pra América Latina: “Na América Latina não há soluções, há busca”. Triste ver os caminhos seguidos pela região, inclusive pelo Uruguai. Isso não é busca, é atraso. Enfim, para quem tiver interesse assistam também “Uma Noite de 12 Anos”.
Uma obra prima como "Nostalgia da Luz". Assim como o colonialismo permanece com as colonialidades, as marcas da ditadura também se perpetuam pelas vozes que ainda não foram escutadas.
Assisti pela segunda vez ontem e foi uma experiência igualmente incrível. Tive a oportunidade de ir depois da sessão em um debate com o Kleber e um sentimento geral era de incômodo, talvez porque esse sentimento de impotência estivesse (está ainda) reprimido dentro de nós que sofremos esse tipo de opressão. Acho que agora precisamos começar a reagir.
Achei o documentário muito bom para compreender um pouco- bem pouco- desse novo instrumento de manipulação política. Senti falta de mais informações e da importância da questão ideológica, representada por Steve Bannon e outros. Acho também que não é uma questão tão simples como trata o documentário. A "redenção" de alguns dos envolvidos não me pareceu tão convincente (quem sou eu pra julgar, mas uma mudança tão brusca de uma hora pra outra...). Fora que a utilização de dados para prever comportamentos, gostos etc é usada, até mesmo, pelo Netflix. Enfim, é bastante importante, porém acho que têm muitas outras questões que não vão ser reveladas tão cedo.
Me emocionei muito durante o documentário. Desde o início com as primeiras imagens do Palácio, até o final com as imagens do Lula deixando o sindicato. Gosto da forma como a diretora se mistura com a obra, seus relatos e percepções pessoais com os acontecimentos no cenário político brasileiro. Mas não há como separá-los mesmo. Acho que ela expôs bem a queda da nossa democracia que, como ela bem diz, foi construída no esquecimento. O corrompimento das classes politicas e do judiciário e a sempre presente elite, que vai e vem governo sempre permanece, foi mostrada ao mesmo tempo de maneira poética e realista. Não sei se o impacto vai ser grande, porque a cegueira já está generalizada, mas temos que agradecer à Petra pela obra. Obrigada.
Houve um golpe em 1964. Foi derrubado o Estado de Direto e implantada uma ditadura militar (voto não é sinônimo de democracia, vide Coréia do Norte). Houve violação de direitos civis e tortura a opositores. Os responsáveis pelas violações nunca foram responsabilizados pelos seus atos e se preferiu esquecer do que relembrar o Estado de Exceção. Hoje propaga-se “não vi, não lembro, logo, não aconteceu”. Mas, felizmente não dá pra apagar a história e ela está aí pra lembrar a sociedade daquilo que querem fazer ser esquecido.
Super estranho e incômodo em primeiro momento, mas você passa a se questionar o por que de estar tendo esse sentimento: "E se fossemos todos assim?". A sutileza como são mostradas certas cenas, que beiram o absurdo, ajuda a naturalizar o estranho. Afinal, existe mesmo uma fronteira que 'nos' separa 'deles'?
Eu sou vegetariano- caminhando, da minha maneira, ao veganismo- e acredito que possam ser feitas algumas críticas ao documentário dentre elas a abordagem extremamente determinística entre alimentação vegana e ‘cura’, apresentada de uma maneira que deixa transparecer que qualquer coisa pode ser curada somente com a mudança para uma dieta plant-based. Mas isso não é demérito para a principal afirmação do documentário: que a dieta vegana é mais saudável. A carne e outros alimentos de origem animal, além de trazerem diversos malefícios à saúde- não sou eu quem diz isso, mas diversos estudos na área- é prejudicial ao meio ambiente e sua indústria traz diversos impactos sociais. As pessoas não conseguem aceitar isso, pois, como dito em ‘Cowspiracy’ outro excelente documentário do mesmo direitor, seria retirar a culpa de outras pessoas/empresas e assumir-se também como ‘vilão’ da história. Quanto às críticas de outras pessoas aqui nos comentários em relação à agrotóxicos, o documentário nunca menciona que eles fazem bem à saúde e muito menos que não devem ser combatidos. É muita falta de caráter querer contraargumentar dessa maneira, pois tenho certeza que o diretor se posiciona criticamente em relação a isso. A questão é: produtos de origem animal são naturalmente prejudiciais à saúde enquanto alimentos de origem vegetal não. Se hoje em dia é difícil ter acesso a frutas, legumes etc de boa qualidade é outra história, que poderia ser inclusive abordada em outro documentário do Kip.
Dei 4 estrelas pelas músicas e pelas cenas dos shows que são excelentes e de arrepiar, mas achei o filme bem fraco. Não exploraram os personagens, não explicaram muito bem a história da banda, o relacionamento entre eles e muito menos os do Freddie com Mary e Jim. Se você entra no cinema sem conhecer a história da banda, você não sai sabendo muito mais.
Mais um ótimo filme do Spike Lee. O diretor usa e abusa de um humor refinado para mostrar a alienação dos membros da Ku Klux Klan, deixando claro o quanto a supremacia racial, como todos já deviam saber, não faz nenhum sentido. Vale a pena reforçar que temos retratados dois movimentos totalmente distintos: um lutando para ter seus direitos reconhecidos, enquanto o outro tenta impedir justamente que se tenha igualdade. Não dá para colocá-los no mesmo saco como tentam fazer os conservadores atualmente. Reação do oprimido não deve ser confundida com violência do opressor. Por fim, a conexão com a ascensão do facismo e neonazismo nos Estados Unidos atual é feita de maneira bastante realista: o presidente Trump ‘passando pano’ para os movimentos de extrema direita faz com que eles não tenham medo de expressar seus sentimentos abertamente. Bom para pensar o quando a situação nessa era de ‘pós-verdade’, em que os fatos importam menos que crenças pessoais, encontra-se complicada.
Achei o filme bem bonito, as atuações são boas (principalmente da Shailene) e adorei a trilha sonora. Uma história real e que te marca e faz pensar o sentido da vida. Não pude deixar de lembrar de uma sentença de Dostoiévski em Crime e Castigo, quando diz: “De que lhe serviria viver? O que iria ter em vista? Qual seria sua aspiração? Viver por existir? Acontece que antes ele já estivera milhares de vezes disposto a dedicar toda a sua existência a uma ideia, a uma esperança, até a uma fantasia. No entanto sempre achara pouco existir; sempre quisera mais”. De fato, Tami e Richard não queriam apenas existir.
A Cordilheira dos Sonhos
4.1 5Alguém sabe onde encontrar?
O Professor Substituto
3.7 70 Assista AgoraNossas casas estão infestadas de baratas.
Curiosa
2.8 77 Assista AgoraAs cenas de nudez e as fotografias em preto e branco são lindíssimas.
Lionheart
3.3 34Achei muito fraco. A fotografia não é nada demais, o roteiro extremamente previsível, as atuações ok. Vi o filme torcendo para acabar logo.
Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar
4.3 210“Toritama muda a cada dia. Somente a chuva que cai depois do Carnaval, permanece a mesma. Ela anunciava o início do plantio para os agricultores. Agora, anuncia o fim das férias para os trabalhadores autônomos, que retomam a produção de jeans, orgulhosos de serem donos do seu próprio tempo.”
El Pepe, Uma Vida Suprema
3.8 42Grande homem. O documentário é um pouco raso e fraco como já disseram, mas o Pepe e Lucía, sua esposa, conseguem fazer valer a pena vê-lo. Duas figuras importantíssimas, com uma vida totalmente dedicada à militância: personalidade, visões de mundo e vida política são uma coisa só. Ao dizer que o capitalismo não é a solução e que novos caminhos devem ser buscados traça um diagnóstico, infelizmente, muito acurado pra América Latina: “Na América Latina não há soluções, há busca”. Triste ver os caminhos seguidos pela região, inclusive pelo Uruguai. Isso não é busca, é atraso. Enfim, para quem tiver interesse assistam também “Uma Noite de 12 Anos”.
Dois Papas
4.1 963 Assista AgoraExtremamente bem feito. Atuações e direção impecáveis.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 904 Assista AgoraLindíssimo. Com certeza é o filme mais bonito que vi esse ano.
O Rei
3.6 406As imagens são bem bonitas. O final salva o filme
O Botão de Pérola
4.5 17Uma obra prima como "Nostalgia da Luz". Assim como o colonialismo permanece com as colonialidades, as marcas da ditadura também se perpetuam pelas vozes que ainda não foram escutadas.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraVou ver de novo pra (tentar) fazer algum comentário.
Depois do Casamento
2.9 60 Assista AgoraBem ruim.
A Vida Invisível
4.3 642Que filme lindo. Perfeito. O Brasil está muito bem representado no Oscar.
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KNão sei nem descrever o quanto eu achei ruim.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraAssisti pela segunda vez ontem e foi uma experiência igualmente incrível. Tive a oportunidade de ir depois da sessão em um debate com o Kleber e um sentimento geral era de incômodo, talvez porque esse sentimento de impotência estivesse (está ainda) reprimido dentro de nós que sofremos esse tipo de opressão. Acho que agora precisamos começar a reagir.
Privacidade Hackeada
3.8 119 Assista AgoraAchei o documentário muito bom para compreender um pouco- bem pouco- desse novo instrumento de manipulação política. Senti falta de mais informações e da importância da questão ideológica, representada por Steve Bannon e outros. Acho também que não é uma questão tão simples como trata o documentário. A "redenção" de alguns dos envolvidos não me pareceu tão convincente (quem sou eu pra julgar, mas uma mudança tão brusca de uma hora pra outra...). Fora que a utilização de dados para prever comportamentos, gostos etc é usada, até mesmo, pelo Netflix. Enfim, é bastante importante, porém acho que têm muitas outras questões que não vão ser reveladas tão cedo.
A Batalha do Chile - Primeira Parte: A Insurreição da …
4.6 33Impossível não estabelecer um paralelo com o Brasil dos últimos anos.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KMe emocionei muito durante o documentário. Desde o início com as primeiras imagens do Palácio, até o final com as imagens do Lula deixando o sindicato. Gosto da forma como a diretora se mistura com a obra, seus relatos e percepções pessoais com os acontecimentos no cenário político brasileiro. Mas não há como separá-los mesmo. Acho que ela expôs bem a queda da nossa democracia que, como ela bem diz, foi construída no esquecimento. O corrompimento das classes politicas e do judiciário e a sempre presente elite, que vai e vem governo sempre permanece, foi mostrada ao mesmo tempo de maneira poética e realista. Não sei se o impacto vai ser grande, porque a cegueira já está generalizada, mas temos que agradecer à Petra pela obra. Obrigada.
1964: O Brasil Entre Armas e Livros
3.1 333Houve um golpe em 1964. Foi derrubado o Estado de Direto e implantada uma ditadura militar (voto não é sinônimo de democracia, vide Coréia do Norte). Houve violação de direitos civis e tortura a opositores. Os responsáveis pelas violações nunca foram responsabilizados pelos seus atos e se preferiu esquecer do que relembrar o Estado de Exceção. Hoje propaga-se “não vi, não lembro, logo, não aconteceu”. Mas, felizmente não dá pra apagar a história e ela está aí pra lembrar a sociedade daquilo que querem fazer ser esquecido.
Border
3.6 219 Assista AgoraSuper estranho e incômodo em primeiro momento, mas você passa a se questionar o por que de estar tendo esse sentimento: "E se fossemos todos assim?". A sutileza como são mostradas certas cenas, que beiram o absurdo, ajuda a naturalizar o estranho. Afinal, existe mesmo uma fronteira que 'nos' separa 'deles'?
Que Raio de Saúde
3.9 144Eu sou vegetariano- caminhando, da minha maneira, ao veganismo- e acredito que possam ser feitas algumas críticas ao documentário dentre elas a abordagem extremamente determinística entre alimentação vegana e ‘cura’, apresentada de uma maneira que deixa transparecer que qualquer coisa pode ser curada somente com a mudança para uma dieta plant-based. Mas isso não é demérito para a principal afirmação do documentário: que a dieta vegana é mais saudável. A carne e outros alimentos de origem animal, além de trazerem diversos malefícios à saúde- não sou eu quem diz isso, mas diversos estudos na área- é prejudicial ao meio ambiente e sua indústria traz diversos impactos sociais. As pessoas não conseguem aceitar isso, pois, como dito em ‘Cowspiracy’ outro excelente documentário do mesmo direitor, seria retirar a culpa de outras pessoas/empresas e assumir-se também como ‘vilão’ da história.
Quanto às críticas de outras pessoas aqui nos comentários em relação à agrotóxicos, o documentário nunca menciona que eles fazem bem à saúde e muito menos que não devem ser combatidos. É muita falta de caráter querer contraargumentar dessa maneira, pois tenho certeza que o diretor se posiciona criticamente em relação a isso. A questão é: produtos de origem animal são naturalmente prejudiciais à saúde enquanto alimentos de origem vegetal não. Se hoje em dia é difícil ter acesso a frutas, legumes etc de boa qualidade é outra história, que poderia ser inclusive abordada em outro documentário do Kip.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraDei 4 estrelas pelas músicas e pelas cenas dos shows que são excelentes e de arrepiar, mas achei o filme bem fraco. Não exploraram os personagens, não explicaram muito bem a história da banda, o relacionamento entre eles e muito menos os do Freddie com Mary e Jim. Se você entra no cinema sem conhecer a história da banda, você não sai sabendo muito mais.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraMais um ótimo filme do Spike Lee. O diretor usa e abusa de um humor refinado para mostrar a alienação dos membros da Ku Klux Klan, deixando claro o quanto a supremacia racial, como todos já deviam saber, não faz nenhum sentido. Vale a pena reforçar que temos retratados dois movimentos totalmente distintos: um lutando para ter seus direitos reconhecidos, enquanto o outro tenta impedir justamente que se tenha igualdade. Não dá para colocá-los no mesmo saco como tentam fazer os conservadores atualmente. Reação do oprimido não deve ser confundida com violência do opressor. Por fim, a conexão com a ascensão do facismo e neonazismo nos Estados Unidos atual é feita de maneira bastante realista: o presidente Trump ‘passando pano’ para os movimentos de extrema direita faz com que eles não tenham medo de expressar seus sentimentos abertamente. Bom para pensar o quando a situação nessa era de ‘pós-verdade’, em que os fatos importam menos que crenças pessoais, encontra-se complicada.
Vidas à Deriva
3.5 281 Assista AgoraAchei o filme bem bonito, as atuações são boas (principalmente da Shailene) e adorei a trilha sonora. Uma história real e que te marca e faz pensar o sentido da vida. Não pude deixar de lembrar de uma sentença de Dostoiévski em Crime e Castigo, quando diz: “De que lhe serviria viver? O que iria ter em vista? Qual seria sua aspiração? Viver por existir? Acontece que antes ele já estivera milhares de vezes disposto a dedicar toda a sua existência a uma ideia, a uma esperança, até a uma fantasia. No entanto sempre achara pouco existir; sempre quisera mais”. De fato, Tami e Richard não queriam apenas existir.