Tenho certeza de que o espírito do Bob Fosse coreografou uma dança pro corpo dele e da Gwen se revirarem no caixão. Tudo que a minissérie pega de referência das obras do ou sobre o Fosse soam mais como cópia barata do que homenagem, o roteiro é uma zona sem propósito, o Sam Rockwell provando ser um dos atores mais medíocres da sua geração e a Gwen Verdon com um trabalho digno de A Praça É Nossa. Péssimo, meu Deus, péssimo.
Curioso a série ser sobre uma comediante e uma redatora que não conseguem escrever nada interessante ou engraçado quando esse é justamente o problema dos roteiristas
Tô surpreso com os comentários daqui. O filme é uma completa homenagem ao estilo cinematográfico dos anos 50, desde o título e o poster até roteiro, direção, trilha e atuações, e vem gente falar que tem cara de "fake" e de "novela da redetv". Não gostar é uma coisa, mas parece que tá foda de sequer entender a proposta da obra.
Eu precisei ver duas vezes para conseguir apreciar o filme, mas virou fácil um dos meus favoritos. O roteiro, a produção e a fotografia são recheados de simbolismos que se amarram muito bem e constroem uma obra fascinante. Separei algumas interpretações de simbologia a quem interessar que eu acho importantes para conseguir mergulhar e apreciar melhor o universo de Neon Demon:
BRUXARIA O trio Ruby, Sarah e Gigi já foi apontado como uma referência à religião Wicca e dá margem para inúmeras interpretações. O ritual de preparação pelo qual Jesse passa durante todo o filme é visto por alguns como um sacrifício para convocar demônios. Outras teorias baseiam-se na Deusa Tríplice, um símbolo da religião pagã que representa ciclos da vida feminina comparados às diferentes fases da lua:
- Donzela: nascimento, juventude e crescimento (lua crescente) - Mãe: fertilidade, estabilidade e poder (lua cheia) - Anciã: sabedoria, maturidade e morte (lua minguante)
Cada uma das personagens seria a personificação de uma fase. Sarah é a Donzela, modelo jovem buscando ser reconhecida e com sede de ascensão. O ritual de canibalismo do final lhe dá nova confiança e prestígio na carreira. Ruby é a Mãe, a que comanda as principais ações do filme e conduz Jesse do começo ao fim. Após o ritual, Ruby deita nua sob a luz da lua cheia. Gigi é a modelo experiente, considerada velha e que precisa de plásticas para assegurar sua beleza. O canibalismo tem um efeito negativo e ela se suicida.
CANIBALISMO, PEDOFILIA E NECROFILIA O filme inspirou-se na história real de Isabel Báthory, a "condessa sangrenta", conhecida por torturar e matar mais de 600 garotas e banhar-se no sangue delas. A crença de que o sangue de jovens garotas traz rejuvenescimento e beleza aparece primeiro quando Sarah tenta lamber o sangue de um corte de Jesse. Quando a protagonista morre, seu sangue serve como banho para as outras personagens e seu corpo, alimento.
A proposta de Nicolas Winding Refn era, mais do que mostrar a superficialidade e os bastidores cruéis do mundo da moda, explorar a nossa geração e a sociedade do consumo imediato, literal e figuradamente. As relações não são aprofundadas e ninguém está preocupado em criar intimidade, as pessoas se usam para conseguir o que querem. A cena que explicita isso é quando Ruby pergunta a Jesse: “você é comida ou sexo?” Estes são os dois consumos imediatos possíveis para as personagens do universo de Refn. O filme aborda a pedofilia (o dono do hotel interpretado por Keanu Reeves oferece uma menina de 13 anos a outros homens), a necrofilia (o ápice do consumo imediato e da total ausência de personificação da outra parte, visando apenas o prazer próprio) e o canibalismo. Ao se recusar a ser “sexo” e transar com Ruby, Jesse vira “comida” para as garotas.
PROGRAMAÇÃO BETA SEX KITTEN É conhecida no projeto MK Ultra a programação de meninas jovens para tornarem-se objetos sexuais e portarem-se de forma madura e com aparência adulta mesmo ainda na adolescência (i.e. Brooke Shields fotografada nua aos 10 anos, interpretando uma prostituta aos 12 e gravando cenas de sexo aos 14). A programação leva o nome "sex kitten" por criar uma alter persona felina ("kitten" = "gatinho" em inglês).
Jesse começa o filme com 16 anos, inocente e com pudor. Ela recusa os avanços de um garoto e hesita ao tirar a roupa na frente de um fotógrafo. A personagem tem um encontro com uma onça no íncio do filme, que marca uma mudança nas roupas e na atitude da personagem. Em contraste com a onça viva no início, Jesse, pouco antes de morrer, passa por uma onça empalada como peça de decoração.
OCULTISMO E PROGRAMAÇÃO Ainda no projeto MK Ultra, a dissociação de personalidade faz com que uma pessoa assuma outra persona a fim de servir à indústria. No começo do filme Jesse assiste a um show onde um corpo amarrado é erguido no ar, um retrato indireto de alguém sem poder sobre suas ações ou destino. Jesse sorri para o espetáculo e caminha até ele, inconscientemente aceitando aquilo como seu destino e início da sua programação.
Na sua primeira sessão profissional, o fotógrafo manda Jesse ficar nua e a coloca num cenário completamente branco. O papel do fotógrafo aqui pode ser interpretado como o de um preparador, a figura responsável pela iniciação da vítima. Elementos nostálgicos atraem a vítima da programação, fazendo com que ela pense estar vivendo um tipo de fantasia na forma de um herói da infância e Jesse aparece aqui maquiada com adereços que lembram uma personificação da personagem Zelda. O fotógrafo então apaga as luzes, transforma o cenário branco em preto e começa a pintar de dourado o corpo nu de Jesse, customizando sua futura nova imagem.
A cena mais memorável do filme, pra mim, é o transe de Jesse antes de um desfile. A sequência começa com tons de azul e termina no vermelho (muito presente ao longo do filme) e há triângulos invertidos. No ocultismo, triângulos para cima simbolizam a ascensão divina e triângulos invertidos são a inversão da energia divina e a convocação das forças do inferno. Os três triângulos invertidos também fazem referência à Triforce da Lenda de Zelda.
No começo da sequência, Jesse encara as luzes azuis assustada. Ela aparece entre dois espelhos e contempla seu reflexo em um deles. As cores mudam drasticamente para o vermelho, os triângulos invertidos tomam conta e Jesse encara o espectador com olhar dominador e beija o reflexo no outro espelho, como que escolhendo um lado ou se despedindo dele. Esta representação da dissociação de personalidade é um ponto chave para a programação: o controle da mente é bem sucedido e a pessoa se despede de seus traços originais para encarnar uma nova identidade. A partir desta cena, Jesse veste roupas mais escuras, tem um olhar frio e sua postura é mais confiante e sombria.
A evolução da perda da inocência de Jesse também é vista em outros elementos do filme. Na primeira metade, eIa aparece predominantemente com cores claras enquanto as outras personagens vestem preto e tons mais escuros. É o choque da pureza da personagem com o “demônio de neon”, Los Angeles.
O contato de Jesse com flores também marca dois estágios desta mudança, considerando-se como puro o que vem da natureza. Primeiro, Jesse é selecionada em um casting, corta sua mão e é atacada por outra modelo, rompendo sua pureza até então imaculada. Ela recebe flores de Dean e desmaia. Depois do ritual de dissociação, Jesse, agora apática e indiferente, arranca as flores de um vaso e as joga no lixo.
Fiquei muito impactado com a força desse filme. Me senti sufocado com o universo em que a Carol vive, jogada nas mãos de homens que a negligenciam e silenciam e cercada de mulheres que não sabem sequer embrulhar um presente e falam dela pelas costas. É desesperador ver que a falta de apoio colocou ela num falso caminho de autoconhecimento disfarçado de um discurso que culpa até mesmo vítimas de estupro pelos sintomas de suas doenças ao invés de realmente buscar uma cura. Apesar de não ter encontrado nenhuma fonte, acredito que o filme tenha forte ligação com o conto O Papel de Parede Amarelo. Ah, o título do filme enclausurado entre colchetes é genial!
Achei o humor do filme muito inteligente e bem desenvolvido e adorei o entrosamento de todo o elenco. Me lembrou o estilo irônico e humor negro dos roteiros do Wes Anderson e do Noah Baumbach e até mesmo de Arrested Development.
Filme mais fraco que eu já vi o Noah. Cada vez mais parece que os traumas pessoais que ele soca na vida das personagens é puro artifício pra chocar, arrancar risadas e conquistar a geração hipocondríaca que sofre de tudo que existe no Google do que verdadeira construção coesa de personagem.
Não consigo nem fingir. Socar três horas de prosas e poesias desconexas no meio de planos claustrofóbicos, personagens e atuações sem carisma e um roteiro que sai do nada pra chegar a lugar nenhum simplesmente não deu pra mim. Já que é pra pagar de cult filosófico, sugiro pegar um livro de Camões e ir ler na praça que eu acho que se ganha mais, Stalker é tortura em forma de filme.
Engraçado ver nos comentários que ainda hoje há conservadores que resistem ao ver uma mulher explorar sua sexualidade além do socialmente esperado de uma "boa esposa", só posso imaginar o impacto gigantesco que o filme teve em plena década de 60. É assustadora a facilidade com que a gente se identifica com a Séverine, sentindo que a vida ideal nem sempre é satisfatória o suficiente, buscando refúgio em fantasias e aventuras "obscuras" e descobrindo no meio do caminho o que podemos levar para o mundo real e o que é melhor guardado em desejos secretos.
É visualmente deslumbrante e deve funcionar muito bem como sedutor para alguns espectadores (a exemplo do colega mais abaixo que declarou o amor dele pela cena do primeiro beijo... procure ajuda). Mas no geral acho o roteiro do Schiff bem fraco, a história fica quase em segundo plano o tempo todo para dar lugar a sequências explícitas e apelativas de nudez, sexo e violência. Começa muito bem com os anos de adolescência do Humbert para dar motivo ao personagem, mas todo esse caráter psicológico se perde e o filme fica super raso, o que é frustrante considerando o tema que ele aborda.
Fiquei um pouco decepcionado porque esperava um tom mais de suspense em conexão com o filme e no fim veio um dramalhão como todos os outros que a gente vê na televisão americana. Tem pegação adolescente, uma polícia incompetente que nunca desvenda os assassinatos e um monte segredos, ameaças e desavenças. É uma boa produção e com bons atores, mas bem clichezinha.
Adorei a sensação de estar assistindo a uma peça de teatro, os diálogos e as personagens foram muito bem construídos e apresentados por todas as atrizes! Só não consegui entender o motivo das músicas, acho sensacional cada uma das mulheres ter seu momento de "defesa" para se apresentar e conquistar o espectador, mas não achei que estas sequências fluíram tão bem com o resto do filme.
Infelizmente discordo de quem achou o ritmo do filme condizente e agravante à narrativa. Não consegui me interessar ou simpatizar com a história e o filme se tornou entediante logo na primeira meia hora. Queria pelo menos poder dizer que o Andrew merecia a indicação por este filme ao invés de por Hacksaw Ridge, mas achei as atuações no geral bem mexicanas. Não deu.
Não sei se eu não fui capaz de entender completamente o filme ou se ele é realmente só aquilo e e eu deveria ter achar o máximo. Achei que a história se explica muito mal e se arrasta desnecessariamente por duas horas. Gostaria de saber em que as cenas da peça ou do protagonista em aula são relevantes pro espectador, a primeira hora parece uma perda de tempo. Apesar da angústia do protagonista ser palpável, achei o resto muito superficial e o papel da esposa facilmente confundível com uma porta.
Bem nhé. Eu sempre fico incrédulo com filmes que conseguem ser longos/arrastados e superficiais ao mesmo tempo. Espero que os próximos da saga consigam suprir a falta de conteúdo do primeiro, tem bastante potencial pra coisa bacana.
Fosse/Verdon
3.7 11Tenho certeza de que o espírito do Bob Fosse coreografou uma dança pro corpo dele e da Gwen se revirarem no caixão. Tudo que a minissérie pega de referência das obras do ou sobre o Fosse soam mais como cópia barata do que homenagem, o roteiro é uma zona sem propósito, o Sam Rockwell provando ser um dos atores mais medíocres da sua geração e a Gwen Verdon com um trabalho digno de A Praça É Nossa. Péssimo, meu Deus, péssimo.
Hacks (1ª Temporada)
4.2 91Curioso a série ser sobre uma comediante e uma redatora que não conseguem escrever nada interessante ou engraçado quando esse é justamente o problema dos roteiristas
Longe do Paraíso
3.8 170 Assista AgoraTô surpreso com os comentários daqui. O filme é uma completa homenagem ao estilo cinematográfico dos anos 50, desde o título e o poster até roteiro, direção, trilha e atuações, e vem gente falar que tem cara de "fake" e de "novela da redetv". Não gostar é uma coisa, mas parece que tá foda de sequer entender a proposta da obra.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraEu precisei ver duas vezes para conseguir apreciar o filme, mas virou fácil um dos meus favoritos. O roteiro, a produção e a fotografia são recheados de simbolismos que se amarram muito bem e constroem uma obra fascinante. Separei algumas interpretações de simbologia a quem interessar que eu acho importantes para conseguir mergulhar e apreciar melhor o universo de Neon Demon:
BRUXARIA
O trio Ruby, Sarah e Gigi já foi apontado como uma referência à religião Wicca e dá margem para inúmeras interpretações. O ritual de preparação pelo qual Jesse passa durante todo o filme é visto por alguns como um sacrifício para convocar demônios. Outras teorias baseiam-se na Deusa Tríplice, um símbolo da religião pagã que representa ciclos da vida feminina comparados às diferentes fases da lua:
- Donzela: nascimento, juventude e crescimento (lua crescente)
- Mãe: fertilidade, estabilidade e poder (lua cheia)
- Anciã: sabedoria, maturidade e morte (lua minguante)
Cada uma das personagens seria a personificação de uma fase. Sarah é a Donzela, modelo jovem buscando ser reconhecida e com sede de ascensão. O ritual de canibalismo do final lhe dá nova confiança e prestígio na carreira. Ruby é a Mãe, a que comanda as principais ações do filme e conduz Jesse do começo ao fim. Após o ritual, Ruby deita nua sob a luz da lua cheia. Gigi é a modelo experiente, considerada velha e que precisa de plásticas para assegurar sua beleza. O canibalismo tem um efeito negativo e ela se suicida.
CANIBALISMO, PEDOFILIA E NECROFILIA
O filme inspirou-se na história real de Isabel Báthory, a "condessa sangrenta", conhecida por torturar e matar mais de 600 garotas e banhar-se no sangue delas. A crença de que o sangue de jovens garotas traz rejuvenescimento e beleza aparece primeiro quando Sarah tenta lamber o sangue de um corte de Jesse. Quando a protagonista morre, seu sangue serve como banho para as outras personagens e seu corpo, alimento.
A proposta de Nicolas Winding Refn era, mais do que mostrar a superficialidade e os bastidores cruéis do mundo da moda, explorar a nossa geração e a sociedade do consumo imediato, literal e figuradamente. As relações não são aprofundadas e ninguém está preocupado em criar intimidade, as pessoas se usam para conseguir o que querem. A cena que explicita isso é quando Ruby pergunta a Jesse: “você é comida ou sexo?” Estes são os dois consumos imediatos possíveis para as personagens do universo de Refn. O filme aborda a pedofilia (o dono do hotel interpretado por Keanu Reeves oferece uma menina de 13 anos a outros homens), a necrofilia (o ápice do consumo imediato e da total ausência de personificação da outra parte, visando apenas o prazer próprio) e o canibalismo. Ao se recusar a ser “sexo” e transar com Ruby, Jesse vira “comida” para as garotas.
PROGRAMAÇÃO BETA SEX KITTEN
É conhecida no projeto MK Ultra a programação de meninas jovens para tornarem-se objetos sexuais e portarem-se de forma madura e com aparência adulta mesmo ainda na adolescência (i.e. Brooke Shields fotografada nua aos 10 anos, interpretando uma prostituta aos 12 e gravando cenas de sexo aos 14). A programação leva o nome "sex kitten" por criar uma alter persona felina ("kitten" = "gatinho" em inglês).
Jesse começa o filme com 16 anos, inocente e com pudor. Ela recusa os avanços de um garoto e hesita ao tirar a roupa na frente de um fotógrafo. A personagem tem um encontro com uma onça no íncio do filme, que marca uma mudança nas roupas e na atitude da personagem. Em contraste com a onça viva no início, Jesse, pouco antes de morrer, passa por uma onça empalada como peça de decoração.
OCULTISMO E PROGRAMAÇÃO
Ainda no projeto MK Ultra, a dissociação de personalidade faz com que uma pessoa assuma outra persona a fim de servir à indústria. No começo do filme Jesse assiste a um show onde um corpo amarrado é erguido no ar, um retrato indireto de alguém sem poder sobre suas ações ou destino. Jesse sorri para o espetáculo e caminha até ele, inconscientemente aceitando aquilo como seu destino e início da sua programação.
Na sua primeira sessão profissional, o fotógrafo manda Jesse ficar nua e a coloca num cenário completamente branco. O papel do fotógrafo aqui pode ser interpretado como o de um preparador, a figura responsável pela iniciação da vítima. Elementos nostálgicos atraem a vítima da programação, fazendo com que ela pense estar vivendo um tipo de fantasia na forma de um herói da infância e Jesse aparece aqui maquiada com adereços que lembram uma personificação da personagem Zelda. O fotógrafo então apaga as luzes, transforma o cenário branco em preto e começa a pintar de dourado o corpo nu de Jesse, customizando sua futura nova imagem.
A cena mais memorável do filme, pra mim, é o transe de Jesse antes de um desfile. A sequência começa com tons de azul e termina no vermelho (muito presente ao longo do filme) e há triângulos invertidos. No ocultismo, triângulos para cima simbolizam a ascensão divina e triângulos invertidos são a inversão da energia divina e a convocação das forças do inferno. Os três triângulos invertidos também fazem referência à Triforce da Lenda de Zelda.
No começo da sequência, Jesse encara as luzes azuis assustada. Ela aparece entre dois espelhos e contempla seu reflexo em um deles. As cores mudam drasticamente para o vermelho, os triângulos invertidos tomam conta e Jesse encara o espectador com olhar dominador e beija o reflexo no outro espelho, como que escolhendo um lado ou se despedindo dele. Esta representação da dissociação de personalidade é um ponto chave para a programação: o controle da mente é bem sucedido e a pessoa se despede de seus traços originais para encarnar uma nova identidade. A partir desta cena, Jesse veste roupas mais escuras, tem um olhar frio e sua postura é mais confiante e sombria.
A evolução da perda da inocência de Jesse também é vista em outros elementos do filme. Na primeira metade, eIa aparece predominantemente com cores claras enquanto as outras personagens vestem preto e tons mais escuros. É o choque da pureza da personagem com o “demônio de neon”, Los Angeles.
O contato de Jesse com flores também marca dois estágios desta mudança, considerando-se como puro o que vem da natureza. Primeiro, Jesse é selecionada em um casting, corta sua mão e é atacada por outra modelo, rompendo sua pureza até então imaculada. Ela recebe flores de Dean e desmaia. Depois do ritual de dissociação, Jesse, agora apática e indiferente, arranca as flores de um vaso e as joga no lixo.
Mal do Século
3.6 98 Assista AgoraFiquei muito impactado com a força desse filme. Me senti sufocado com o universo em que a Carol vive, jogada nas mãos de homens que a negligenciam e silenciam e cercada de mulheres que não sabem sequer embrulhar um presente e falam dela pelas costas. É desesperador ver que a falta de apoio colocou ela num falso caminho de autoconhecimento disfarçado de um discurso que culpa até mesmo vítimas de estupro pelos sintomas de suas doenças ao invés de realmente buscar uma cura. Apesar de não ter encontrado nenhuma fonte, acredito que o filme tenha forte ligação com o conto O Papel de Parede Amarelo. Ah, o título do filme enclausurado entre colchetes é genial!
Austrália
3.5 1,1K Assista AgoraMeu cabelo tem mais química que a Nicole e o Hugh juntos.
Desafiando a Arte
3.1 38 Assista AgoraAchei o humor do filme muito inteligente e bem desenvolvido e adorei o entrosamento de todo o elenco. Me lembrou o estilo irônico e humor negro dos roteiros do Wes Anderson e do Noah Baumbach e até mesmo de Arrested Development.
Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (Histórias Novas e Selecionadas)
3.4 257 Assista AgoraFilme mais fraco que eu já vi o Noah. Cada vez mais parece que os traumas pessoais que ele soca na vida das personagens é puro artifício pra chocar, arrancar risadas e conquistar a geração hipocondríaca que sofre de tudo que existe no Google do que verdadeira construção coesa de personagem.
O Vale das Bonecas
3.4 57 Assista AgoraEu amo como parece que a década de 60 segurou uma ejaculação por muito tempo e quando finalmente gozou nasceu O Vale das Bonecas
Stalker
4.3 500 Assista AgoraNão consigo nem fingir. Socar três horas de prosas e poesias desconexas no meio de planos claustrofóbicos, personagens e atuações sem carisma e um roteiro que sai do nada pra chegar a lugar nenhum simplesmente não deu pra mim. Já que é pra pagar de cult filosófico, sugiro pegar um livro de Camões e ir ler na praça que eu acho que se ganha mais, Stalker é tortura em forma de filme.
O Círculo
2.6 587 Assista AgoraEsperando o Filmow criar a opção "Infelizmente já vi"
Os Guarda-Chuvas do Amor
3.9 158 Assista AgoraE eu achando que o propósito de dublar atores era botar gente que sabe cantar.
Eu Sei Que Vou Te Amar
3.6 140Esse filme é apaixonante, poesia para os ouvidos e para os olhos.
A Bela da Tarde
4.1 340 Assista AgoraEngraçado ver nos comentários que ainda hoje há conservadores que resistem ao ver uma mulher explorar sua sexualidade além do socialmente esperado de uma "boa esposa", só posso imaginar o impacto gigantesco que o filme teve em plena década de 60. É assustadora a facilidade com que a gente se identifica com a Séverine, sentindo que a vida ideal nem sempre é satisfatória o suficiente, buscando refúgio em fantasias e aventuras "obscuras" e descobrindo no meio do caminho o que podemos levar para o mundo real e o que é melhor guardado em desejos secretos.
Lolita
3.7 824 Assista AgoraÉ visualmente deslumbrante e deve funcionar muito bem como sedutor para alguns espectadores (a exemplo do colega mais abaixo que declarou o amor dele pela cena do primeiro beijo... procure ajuda). Mas no geral acho o roteiro do Schiff bem fraco, a história fica quase em segundo plano o tempo todo para dar lugar a sequências explícitas e apelativas de nudez, sexo e violência. Começa muito bem com os anos de adolescência do Humbert para dar motivo ao personagem, mas todo esse caráter psicológico se perde e o filme fica super raso, o que é frustrante considerando o tema que ele aborda.
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista Agoranazaré.gif
Bates Motel (1ª Temporada)
4.3 1,4KFiquei um pouco decepcionado porque esperava um tom mais de suspense em conexão com o filme e no fim veio um dramalhão como todos os outros que a gente vê na televisão americana. Tem pegação adolescente, uma polícia incompetente que nunca desvenda os assassinatos e um monte segredos, ameaças e desavenças. É uma boa produção e com bons atores, mas bem clichezinha.
8 Mulheres
3.8 144Adorei a sensação de estar assistindo a uma peça de teatro, os diálogos e as personagens foram muito bem construídos e apresentados por todas as atrizes! Só não consegui entender o motivo das músicas, acho sensacional cada uma das mulheres ter seu momento de "defesa" para se apresentar e conquistar o espectador, mas não achei que estas sequências fluíram tão bem com o resto do filme.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraQUE FILMÃO DA PORRA! INCLUSIVE QUERIA TER ENTENDIDO
Silêncio
3.8 576Infelizmente discordo de quem achou o ritmo do filme condizente e agravante à narrativa. Não consegui me interessar ou simpatizar com a história e o filme se tornou entediante logo na primeira meia hora. Queria pelo menos poder dizer que o Andrew merecia a indicação por este filme ao invés de por Hacksaw Ridge, mas achei as atuações no geral bem mexicanas. Não deu.
O Apartamento
3.9 257 Assista AgoraNão sei se eu não fui capaz de entender completamente o filme ou se ele é realmente só aquilo e e eu deveria ter achar o máximo. Achei que a história se explica muito mal e se arrasta desnecessariamente por duas horas. Gostaria de saber em que as cenas da peça ou do protagonista em aula são relevantes pro espectador, a primeira hora parece uma perda de tempo. Apesar da angústia do protagonista ser palpável, achei o resto muito superficial e o papel da esposa facilmente confundível com uma porta.
Mulheres do Século XX
4.0 415 Assista AgoraMeu trabalho é reclamar do Oscar e da ausência desse filme em quase todas as categorias principais deste ano. QUE FILMÃO DA PORRA!
Eu, Daniel Blake
4.3 532 Assista AgoraUma crítica social do caralho! Queria poder dar nota mais alta, mas a produção no geral parece um trabalho escolar.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraBem nhé. Eu sempre fico incrédulo com filmes que conseguem ser longos/arrastados e superficiais ao mesmo tempo. Espero que os próximos da saga consigam suprir a falta de conteúdo do primeiro, tem bastante potencial pra coisa bacana.