Eduardo, eu não entendo a Gilda, mas entendo o Johnny Farrell. A Rita Hayworth é de uma beleza e charme simplesmente inacreditáveis. "I can never get a zipper to close".
E o que parece uma trama sobre adultos mal resolvidos, vai se revelando um poço de sarcasmo nos diálogos e de sensualidade por conta dessa eterna diva do cinema. Muito chique, esse filme :)
Só o verborrágico do Robin Williams já valeria o filme tranquilamente. Mas ainda tem as ótimas tramas secundárias, a delícia da trilha sonora, o Forest Whitaker na flor da idade e uma perspectiva bem diferente sobre os conflitos no Vietnã e sobre os próprios vietnamitas.
‘Amor Sem Escalas’ é a história de um sujeito ‘brutalizado’ pela própria rotina. Quando ele é obrigado a interromper o estado de suspensão em que vive (‘Up in The Air’ é sentido literal!) passa a observar o quanto suas relações ‘em solo’ andam enferrujadas; e mais: o quanto ele tem necessidade delas. Nota ainda, muito lentamente, o quanto foi negligente com a própria vida pessoal, perdido entre o 'mecanicismo' dos check-ins e quartos de hotel. E é brilhante a sutil contradição nas falas do personagem, ao passo que o processo de maturação vai se dando. Da poltrona a gente vai percebendo o quanto pessoas maduras (!) estão ainda passíveis a ásperas descobertas sobre o mundo adulto - que pode ser solitário e cruel, sim. Jason Reitman seguiu uma linha bem diferente da adotada em Juno, gostei disso. As atuações todas muito boas, e o cuidado com a trilha sonora continua. Enfim, um filme sóbrio, seco e bastante coerente.
‘There’s nothing in the dark that wasn’t there when the light was on’. Dean Stockwell é um dos raros exemplos de crianças-prodígio que sobreviveram a Hollywood 70 anos depois. (Ele era o garotinho obcecado pela Marinha em ‘Marujos do Amor’ com Gene Kelly e Frank Sinatra). ‘Boy With Green Hair’ advém da esteira do cinema ressacado pela Segunda Guerra Mundial. Seu roteiro em tom de fábula conta a história do menino “órfão de guerra” que, sem mais, um dia acorda com os cabelos verdes. A ausência dos pais e o que isso trouxe de ruim ao garoto (somado ao eco que sua estranha cabeleira causa na vizinhança e escola) faz dele um quase-mártir dos efeitos da guerra e escancara a mensagem ‘pacifista e antibelicista’ do verde enquanto metáfora pra esperança. Adorável em algumas partes e incisivo em outras, esse é um filme que não cabe em si – vai muito além ao exibir uma forma de pensamento de um período tão significante pro cinema e pra História. (y)
A Columbia deu total liberdade de criação ao Gene Kelly nesse filme e é daí que surgiu a ótima sequência em que o astro dança com a própria consciência, na rua desolada do Brooklin. É diferente também por recusar a paleta de cores vibrantes dos musicais dos anos 40, adotando um visual quase noir* em muitas cenas(não fosse a ausência de gangsters e cigarros :D). E depois, a apoteose das figuras femininas posta à prova na cena em que Rita Hayworth toma um porre por amor, sozinha no balcão do velho Joe! *Repare a ligeira referência a Casablanca no final.
O filme vencedor do Oscar (1945) de Melhor Trilha Sonora, foi ainda indicado por melhor canção (Long Ago and Far Away - linda!), melhor direção de arte, cenografia e roteiro.
Uma princesa que não é princesa e, na contramão dos estereótipos, é obstinada, ambiciosa e lutadora (A Charlotte fazendo a antítese: uma 'princesa' descerebrada e idealista) O príncipe é mercenário e cafajeste. tsc Acho que a Disney buscou redenções demais com esse filme e acabou desperdiçando ótimos ingredientes (jazz, Nova Orleans, rio Mississippi) numa história previsível e repetitiva. De todo modo, eu como eterno babão desse estúdio, tenho que dizer que eles continuam ótimos criando tipos como o vagalume Ray e a Mama Odie; os traços cheios de estilo e cores e a atmosfera de magia - dessa vez com um pouco menos de força e esplendor. Pena.
"'O Cheiro do Ralo'. Sinto um prazer estranho quando eu digo isso". É a história de um sujeito que não vê pessoas, mas coisas. Tudo são coisas. Ele trabalha comprando e vendendo coisas. Vai que um dia, ele se apaixona por uma bunda. Aprendi que o ralo é o olho do inferno e que a vida é mesmo dura.
Ah, prazer estranho mesmo é ver cinema nacional bem feito. Trabalho fantástico, muito caprichado e que vale a pena ser conferido. Destaque também pros extras do dvd com a cena do Selton chorando no último dia das gravações. Talento e doçura, vá lá. Sou fã desse cara.
Ô gente, o WoodyAllen deve ter escrito esse roteiro num sopro. É bem simplinho. Scoop não é melhor que Rosa Púrpura do Cairo, nem que Crimes e Pecados, nem que Manhattan, Hannah e Suas Irmãs, MatchPoint ou VickyCrisBarcelona; e nem precisa ser! É um filme com menos força, mas foi feito por um cara que faz filme como quem troca de roupa, meu. E ninguém, NINGUÉM consegue extrair o absurdo das situações melhor que esse cara. Eu rolei de rir com Scoop e pago o maior pau sempre.
O grande lance desse filme é fazer com que a gente se sinta no lugar desses personagens problemáticos, cheios de não-ditos, de mágoas... E que de repente precisam lidar com um problema que foge a seus mundos fechados, por ser de ambos. Tudo isso sem exageros, sem muita afetação na demonstração dos sentimentos (que aqui são bastante complicados). É um filme verdadeiro e bonito.
Meu último filme de 2009 e primeiro de 2010. Os diálogos incríveis, o preto e branco, as cenas em slowmotion, os personagens fantásticos... Puta filme. 'He's a pretty kid, too. I mean, I don't know, I got a problem - if I should fuck him or fight him!' 'Go get them, champ!'
Gostei muito do que você escreveu, Lucas. Não é mesmo um filme comum. Raramente um filme consegue ser tão intenso e simples. E eu gosto do final, apesar de ele me deixar um pouco amargurado. Não parece o tipo de história que exige um closing? :)
[ Fazer refilmagem do próprio filme pode ser interpretado como ociosidade ou falta de criatividade, babies? XD~ ] Sério, achei que o FunnyGames tem partes muito boas (super teatro, os atores todos dão show) e o final sinalizando bem claro: eu mando no meu próprio filme. Vale a pena ver, sim.
Acho que o roteiro traumas+paranóia+esquizofrenia+autoconhecimento já é um tanto quanto conhecido nosso. O filme deve valer a pena mesmo é pelo trabalho excepcional do rouba-cenas Christian Bale e sua aparência inquietantemente moribunda. (y)
Mas e como é que um filme com tanta psicodelia e ação consegue ser tão incrivelmente cansativo? Olha, se o visual de videogame surpreende no início, do meio pro fim ele só me pareceu excesso de informação. Pra piorar, as cenas completamente ineficientes de humor com o Gorducho e Zequinha: constrangimento total. Com muita pena, eu não curti nadinha. =/
Eu tenho quase certeza de que esse foi o filme mais original que eu vi em 2009. Transformar essa premissa ultra surreal num filme tão verossímil, agonizante e aterrador é serviço de gênio. Meu respeito pelo Peter Jackson só cresce. [Mais: super direção do Neill B. e atuação bárbara do Sharlto Copley]. Todo mundo tem que ver.
Filme hilário, super bem escrito. Que o Cary Grant é ótimo, todo mundo sabe. Mas foi meu primeiro filme com a Irene Dunne e, nossa. Ela soube dosar muito bem o humor bobalhão e aquele mais sutil - presentes o tempo todo no roteiro. Super recomendado. Filmão.
Gilda
4.0 225 Assista AgoraEduardo, eu não entendo a Gilda, mas entendo o Johnny Farrell. A Rita Hayworth é de uma beleza e charme simplesmente inacreditáveis. "I can never get a zipper to close".
E o que parece uma trama sobre adultos mal resolvidos, vai se revelando um poço de sarcasmo nos diálogos e de sensualidade por conta dessa eterna diva do cinema.
Muito chique, esse filme :)
Bom Dia, Vietnã
3.8 243 Assista AgoraSó o verborrágico do Robin Williams já valeria o filme tranquilamente. Mas ainda tem as ótimas tramas secundárias, a delícia da trilha sonora, o Forest Whitaker na flor da idade e uma perspectiva bem diferente sobre os conflitos no Vietnã e sobre os próprios vietnamitas.
Esse filme é irresistível! :D
Amor Sem Escalas
3.4 1,4K Assista Agora‘Amor Sem Escalas’ é a história de um sujeito ‘brutalizado’ pela própria rotina. Quando ele é obrigado a interromper o estado de suspensão em que vive (‘Up in The Air’ é sentido literal!) passa a observar o quanto suas relações ‘em solo’ andam enferrujadas; e mais: o quanto ele tem necessidade delas. Nota ainda, muito lentamente, o quanto foi negligente com a própria vida pessoal, perdido entre o 'mecanicismo' dos check-ins e quartos de hotel. E é brilhante a sutil contradição nas falas do personagem, ao passo que o processo de maturação vai se dando.
Da poltrona a gente vai percebendo o quanto pessoas maduras (!) estão ainda passíveis a ásperas descobertas sobre o mundo adulto - que pode ser solitário e cruel, sim.
Jason Reitman seguiu uma linha bem diferente da adotada em Juno, gostei disso. As atuações todas muito boas, e o cuidado com a trilha sonora continua. Enfim, um filme sóbrio, seco e bastante coerente.
O Menino dos Cabelos Verdes
3.9 24‘There’s nothing in the dark that wasn’t there when the light was on’.
Dean Stockwell é um dos raros exemplos de crianças-prodígio que sobreviveram a Hollywood 70 anos depois. (Ele era o garotinho obcecado pela Marinha em ‘Marujos do Amor’ com Gene Kelly e Frank Sinatra). ‘Boy With Green Hair’ advém da esteira do cinema ressacado pela Segunda Guerra Mundial. Seu roteiro em tom de fábula conta a história do menino “órfão de guerra” que, sem mais, um dia acorda com os cabelos verdes. A ausência dos pais e o que isso trouxe de ruim ao garoto (somado ao eco que sua estranha cabeleira causa na vizinhança e escola) faz dele um quase-mártir dos efeitos da guerra e escancara a mensagem ‘pacifista e antibelicista’ do verde enquanto metáfora pra esperança. Adorável em algumas partes e incisivo em outras, esse é um filme que não cabe em si – vai muito além ao exibir uma forma de pensamento de um período tão significante pro cinema e pra História. (y)
Modelos
3.9 23 Assista AgoraA Columbia deu total liberdade de criação ao Gene Kelly nesse filme e é daí que surgiu a ótima sequência em que o astro dança com a própria consciência, na rua desolada do Brooklin. É diferente também por recusar a paleta de cores vibrantes dos musicais dos anos 40, adotando um visual quase noir* em muitas cenas(não fosse a ausência de gangsters e cigarros :D). E depois, a apoteose das figuras femininas posta à prova na cena em que Rita Hayworth toma um porre por amor, sozinha no balcão do velho Joe! *Repare a ligeira referência a Casablanca no final.
O filme vencedor do Oscar (1945) de Melhor Trilha Sonora, foi ainda indicado por melhor canção (Long Ago and Far Away - linda!), melhor direção de arte, cenografia e roteiro.
A Princesa e o Sapo
3.6 911 Assista AgoraUma princesa que não é princesa e, na contramão dos estereótipos, é obstinada, ambiciosa e lutadora (A Charlotte fazendo a antítese: uma 'princesa' descerebrada e idealista) O príncipe é mercenário e cafajeste. tsc
Acho que a Disney buscou redenções demais com esse filme e acabou desperdiçando ótimos ingredientes (jazz, Nova Orleans, rio Mississippi) numa história previsível e repetitiva.
De todo modo, eu como eterno babão desse estúdio, tenho que dizer que eles continuam ótimos criando tipos como o vagalume Ray e a Mama Odie; os traços cheios de estilo e cores e a atmosfera de magia - dessa vez com um pouco menos de força e esplendor. Pena.
O Cheiro do Ralo
3.7 1,1K Assista Agora"'O Cheiro do Ralo'. Sinto um prazer estranho quando eu digo isso".
É a história de um sujeito que não vê pessoas, mas coisas. Tudo são coisas. Ele trabalha comprando e vendendo coisas. Vai que um dia, ele se apaixona por uma bunda. Aprendi que o ralo é o olho do inferno e que a vida é mesmo dura.
Ah, prazer estranho mesmo é ver cinema nacional bem feito.
Trabalho fantástico, muito caprichado e que vale a pena ser conferido.
Destaque também pros extras do dvd com a cena do Selton chorando no último dia das gravações. Talento e doçura, vá lá. Sou fã desse cara.
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraMy respect, Darren Aronofsky! (y)
Scoop - O Grande Furo
3.4 386 Assista AgoraÔ gente, o WoodyAllen deve ter escrito esse roteiro num sopro. É bem simplinho.
Scoop não é melhor que Rosa Púrpura do Cairo, nem que Crimes e Pecados, nem que Manhattan, Hannah e Suas Irmãs, MatchPoint ou VickyCrisBarcelona; e nem precisa ser!
É um filme com menos força, mas foi feito por um cara que faz filme como quem troca de roupa, meu. E ninguém, NINGUÉM consegue extrair o absurdo das situações melhor que esse cara. Eu rolei de rir com Scoop e pago o maior pau sempre.
A Família Savage
3.6 118O grande lance desse filme é fazer com que a gente se sinta no lugar desses personagens problemáticos, cheios de não-ditos, de mágoas... E que de repente precisam lidar com um problema que foge a seus mundos fechados, por ser de ambos.
Tudo isso sem exageros, sem muita afetação na demonstração dos sentimentos (que aqui são bastante complicados). É um filme verdadeiro e bonito.
Gene Kelly: An American in Pasadena
4.1 1Mestre Gene (L).
Isso aqui é indispensável pra qualquer fã de musicais.
É um show muito bem feito e uma homenagem linda a esse grande artista.
Touro Indomável
4.2 708 Assista AgoraMeu último filme de 2009 e primeiro de 2010.
Os diálogos incríveis, o preto e branco, as cenas em slowmotion, os personagens fantásticos... Puta filme.
'He's a pretty kid, too. I mean, I don't know, I got a problem - if I should fuck him or fight him!'
'Go get them, champ!'
Flores Partidas
3.6 201 Assista AgoraGostei muito do que você escreveu, Lucas. Não é mesmo um filme comum. Raramente um filme consegue ser tão intenso e simples. E eu gosto do final, apesar de ele me deixar um pouco amargurado. Não parece o tipo de história que exige um closing? :)
Violência Gratuita
3.4 1,3K[ Fazer refilmagem do próprio filme pode ser interpretado como ociosidade ou falta de criatividade, babies? XD~ ]
Sério, achei que o FunnyGames tem partes muito boas (super teatro, os atores todos dão show) e o final sinalizando bem claro: eu mando no meu próprio filme. Vale a pena ver, sim.
Abracadabra
3.6 1,1K Assista AgoraI Put A Spell On You!
Revi hoje depois de anos!
Concordo, Eduardo! Super capricho nos efeitos especiais pra 1993!
O Operário
4.0 1,3K Assista AgoraAcho que o roteiro traumas+paranóia+esquizofrenia+autoconhecimento já é um tanto quanto conhecido nosso. O filme deve valer a pena mesmo é pelo trabalho excepcional do rouba-cenas Christian Bale e sua aparência inquietantemente moribunda. (y)
Charlie, Um Grande Garoto
3.7 219 Assista AgoraFerris Bueller + Zac Efron = Charlie Bartlett.
Bem legal, o filme :)
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraClássico instantâneo (y)
Speed Racer
2.8 411 Assista AgoraMas e como é que um filme com tanta psicodelia e ação consegue ser tão incrivelmente cansativo? Olha, se o visual de videogame surpreende no início, do meio pro fim ele só me pareceu excesso de informação. Pra piorar, as cenas completamente ineficientes de humor com o Gorducho e Zequinha: constrangimento total.
Com muita pena, eu não curti nadinha. =/
Distrito 9
3.7 2,0K Assista AgoraEu tenho quase certeza de que esse foi o filme mais original que eu vi em 2009.
Transformar essa premissa ultra surreal num filme tão verossímil, agonizante e aterrador é serviço de gênio. Meu respeito pelo Peter Jackson só cresce. [Mais: super direção do Neill B. e atuação bárbara do Sharlto Copley]. Todo mundo tem que ver.
Caravana da Coragem
3.3 214 Assista AgoraAmo muito esse filme.
Blackjack
2.9 26John Woo, mano - e o muso do Domingo Maior, Dolph Lundgren!
Cupido é Moleque Teimoso
3.9 48 Assista AgoraFilme hilário, super bem escrito. Que o Cary Grant é ótimo, todo mundo sabe. Mas foi meu primeiro filme com a Irene Dunne e, nossa. Ela soube dosar muito bem o humor bobalhão e aquele mais sutil - presentes o tempo todo no roteiro. Super recomendado. Filmão.
O Médico Erótico
3.2 57 Assista AgoraNossa, saudade desse filme. Mas eu achava que o título original em pt era "O Médico Erótico". :P