Saindo da sala, eu brinquei que de forma muito concisa (e cretina! mas verdadeira) é uma história que fala de duas das dores mais escrotas da vida de um ser humano: a dor da perda de um ente querido e... a dor de cotovelo!(Eu chorei na cena do casamento, por Deus). Sem falar que é um ótimo filme sobre amigos, camaradas, parceiros de trampo e de cachaça. Sensível pra caramba, engraçado... Só achei desnecessário o Steve Buscemi indo pedir desculpas, vai. Mas a gente entende que quiseram explorar mais um pouquinho o ator, que é fodástico sempre :D
Precious é filme bastante pesado, carregado (inclusive visualmente) e agressivo em várias partes. Não somente no sentido de que há cenas de agressão física; me refiro ao fato de como as coisas são jogadas na tela. Algo que às vezes chega a ser brutal. Não é uma história super batida e piegas como a sinopse e o título fazem parecer, e isso se deve à forma como a narrativa é conduzida (com lucidez e verdade – sem vitimização da protagonista) e principalmente às atuações incríveis de Mo’Nique e Gabourey Sidibe. As atrizes são exploradas não apenas na pele dos personagens Precious e Mary, mas em outras situações criadas pelas conjecturas da primeira. E isso é muito bacana. Não vai virar o filme da sua vida (ou talvez vire, vai saber :P) mas, sem dúvida, vale a pena conferir ;)
Em muitas cenas de “Um Homem Sério” a gente nota que a postura do Larry em relação a tudo que acontece na vida dele é passiva demais. Ele sempre diz “mas eu não FIZ nada”. Como se a redenção por parte de HaShen estivesse prestes a vir, como se ele estivesse recebendo uma punição indevida. Ele poderia mesmo tomar atitudes mais funcionais sobre a vida dele, (por exemplo, não te pareceu absurdo ele ter saído de casa, quando o certo seria a esposa tê-lo feito?) mas o que ele faz é ir em busca de conselhos, sempre insuficientes. No entanto, não se trata meramente de inércia, mas da necessidade de manter a conduta, a postura de ‘homem sério’. Repare que ele evita que o vizinho ouça a conversa que ele tem com o chinês, pai do Clive, sobre a tentativa de suborno. Por trás das aparências há sonhos eróticos com a vizinha, marijuana... (o cartaz!) Pq ‘assim é a vida’. Agora, o que os Coen mostram é que você pode sim, em vez de agir, esperar pela absolvição dos céus - sem esquecer, porém, que é de lá que vem os furacões. É o fino do humor negro :)
Não dá pra não dizer o quanto essa história é criativa, ágil e hilária. Só a sequencia do assalto, no início, vale pelo filme inteiro. Mas o resultado do crime se agravando em efeito cascata ainda conta com o taxista paquistanês (?), a linda Geena Davis, complicações com a máfia, Stanley Tucci um pouco menos careca, ... ELE, o muso eterno Bill Murray - e a gente, torcendo pelo trio de bandidos! :)
O romance errante do John Cusack (com 23 anos!) e Ione Skye, dividida entre a carreira pela qual ela sempre trabalhou e o amor, recém-descoberto, inédito pros dois. O filme tem também uma ótima trama secundária a respeito da confiança na relação pai/filha. Além disso, ó: 20 anos depois, essa obra ganha uma aura quase nostálgica com seus figurinos, cenários, os carros e principalmente a proximidade com música (marca registrada do Cameron Crowe) Mas aqui, sempre em fitas cassete :)
Entretenimento da mais alta qualidade. Filme que consegue ser assustador e bem humorado com muito estilo. A sequencia da mansão do Bill Murray é formidável. O final em aberto claramente propiciando continuações. Zombieland é 5 estrelas!
Um filme com esse título podia mesmo correr o risco de ser visto apenas como belo chamariz turístico. Mas escapando de ser meramente panfletário, é uma coleção de boas histórias se interligando em certos pontos dos cento e tantos minutos de filme. Senti sim falta daquele apelo novaiorquino que se vê nos filmes do WoodyAllen, por exemplo. Por isso, com o perdão do clichê, achei mesmo que antes de ser uma declaração de amor à cidade, é uma ode às pessoas que vivem lá. Bonito, vai :D
Nossa, muito querido, esse filme. Delícia de assistir. Interessante que é um filme onde as mulheres dominam inteiramente. Os personagens masculinos são totalmente secundários na trama, mas está lá a importância do suporte que eles dão a suas esposas. Também gostei da ótima montagem feita entre as duas histórias, hora tratando mais de uma, hora se demorando mais na outra. Mas sempre cuidando do ritmo de ambas. Terminei o filme com vontade de blogar, de cozinhar (!) e de, claro, comer :)
Incrível como conseguiram juntar tanta gente boa nessa história que chega a ser engraçada, de tão ruim. Você vê uma série de eventos completamente improváveis, um monte daquelas coincidências arranjadas... Enfim, é um atentado violentíssimo à capacidade de relativização do espectador. Tenho certeza de que mesmo os mais sensíveis em algum momento se aborrecem com tanta inverossimilhança, tanta coisa acontecendo por obra do acaso. Uma pena.
É engraçado dizer isso, mas o ‘Shelter’ tem algo muito importante em se tratando de um filme com temática homo: é quase completamente verossímil! Aqui não se vêem aqueles tipos caricatos, nem tampouco gays super ‘heterossexualizados’ - e a vida do protagonista não é limitada ao fato de ele ser gay. No entanto, a história é fraquinha, não se aprofunda nos conflitos que evoca... E é assim, quem se arrisca pouco, erra pouco. Mas também não faz lá grande coisa :P
Apesar dessa sinopse, é um filme mais contemplativo que conteudista. Bonito de se ver, que é algo característico do Pollack, a julgar por 'Entre Dois Amores'. Some-se a isso o Robert Redford em ótima fase. Filmão. (y)
Boogie Nights é um trabalho incrível de direção de atores e roteiro. Cada um dos personagens ganhou sua própria missão de superação (e sem redenções, uns logram êxito, outros não) todos vivendo ao sabor da coluna vertebral do filme: a indústria do cinema pornográfico dos anos 70/80. Assistimos à transição técnica e de estilo que esse gênero sofre e todo o impacto disso vai ressoando nos integrantes da trama. Ainda sobra espaço pra falar de relações familiares, uso abusivo de narcóticos, o universo disco dos anos 70, prostituição, homossexualidade, além de outros. É um filme ousado que jamais derrapa na vulgaridade e que exala o talento dos envolvidos. Ótimo também pelas referências a Scorsese: perceba que a trajetória do Dirk Diggler se aproxima muito da de Jake La Motta, o ‘Touro Indomável’ (em especial – e descaradamente - na última cena). Enfim, é um filme que precisa mesmo ser visto :)
Se você já viu 'Crimes e Pecados' (também do Woody Allen), vai perceber que o personagem do Colin Farrell tem muito a ver com aquele interpretado por Martin Landau em 1989. Ambos entram numa imensa crise psicológica por não saber lidar com remorso de ter um assassinato no currículo. A dupla de irmãos, via de regra, honestos, que se envolve num crime pra salvar as finanças, também lembra o excelente "Antes que o diabo Saiba que Você Está Morto", de 2007. No entanto, ‘O Sonho de Cassandra’, embora seja um bom filme, está bem abaixo desses dois – justamente por se alongar demais nessa linha de tensão e descambar pra um final que causa impacto, mas que é fácil, artificial. Pena, viu?
O roteiro é ótimo, os personagens são cheios de problemas modernos (apesar de se comunicarem dessa forma tão analógica). Há muito cuidado com as cores e a falta delas. Tem um monte de pequenos detalhes, referências, coisa de gente grande. Sem falar do charme do stop-motion e das próprias cartas. Além de, claro, o luxo dos dubladores, né? (Seymour Hoffman, Toni Collete e Eric Bana?!) Graças ao alto nível de estúdios como a Pixar, tá cada vez mais difícil fazer animação - e é por isso que há esse rompimento das barreiras do próprio gênero. Mary e Max é lindo :)
O Almodóvar é um dos caras que melhor sabe trabalhar com excessos. São cores demais, falas demais, sentimento e graça - tudo em larga escala. Ao longo da carreira, ele foi se tornando mais comedido, e é o que se vê em 'Abraços Partidos'. Um pouco mais de sobriedade pra ótimos ingredientes: traição, vingança, flashbacks, autoreferências, louvação ao cinema e Penélope Cruz sendo explorada ao máximo. Eu prefiro o espalhafato de antigamente e é por isso que vibrei nas cenas do 'Garotas e Malas' (ficção dentro da ficção). Mas o diretor, sabido que só ele, tende a conservar o que lhe caracteriza, sem abrir mão de algumas experimentações. Bom pra nós :)
Muito da minha admiração pelo Woody Allen se deve ao fato de ele ser perito em fazer rir extraindo o absurdo de situações aparentemente normais. O que acontece aqui é um pouco diferente: são situações bastante improváveis concatenadas pra mostrar ao espectador que mesmo quando a vida nos impõe condições adversas, é possível transmutá-las a nosso favor; às vezes é apenas uma questão de se permitir, abrir mão da ranzinzice. É o que o título “Whatever Works” já indica. Dito isso, achei que é um filme com poucas partes realmente engraçadas (quase todas elas por culpa da Patricia Clarkson, sempre ótima), mas espirituoso e bem produzido, como não poderia deixar de ser.
Quero acreditar que a exigência do estúdio em fazer com que ‘Onde Vivem os Monstros’ se tornasse mais ‘acessível’ ao grande público é que tenha causado os estragos mais sérios desse filme. O livro é pra crianças sim, mas o Jonze, acostumado a filmar os roteiros pirados do Charlie Kauffman, jamais faria dele algo raso. De todo modo, apesar de ser pouco sutil em muitas partes, é ótimo ver as pequenas referências que o Max tirou da própria vivência pra fazer com que a ‘terra dos monstros’ existisse (do jeitinho que a gente faz quando sonha). Além do elencão e da ótima trilha sonora, que ajuda a compor o clima delicado da história. No fim, é um filme que fala da solidão que todos nós - uns menos, outros mais - tivemos que lidar na infância, sob a perspectiva mais privilegiada de todas: a de uma criança.
A Senhora e a Morte
4.0 370Tbm tô torcendo por esse! :D
O Mensageiro
3.5 163Saindo da sala, eu brinquei que de forma muito concisa (e cretina! mas verdadeira) é uma história que fala de duas das dores mais escrotas da vida de um ser humano: a dor da perda de um ente querido e... a dor de cotovelo!(Eu chorei na cena do casamento, por Deus).
Sem falar que é um ótimo filme sobre amigos, camaradas, parceiros de trampo e de cachaça. Sensível pra caramba, engraçado...
Só achei desnecessário o Steve Buscemi indo pedir desculpas, vai. Mas a gente entende que quiseram explorar mais um pouquinho o ator, que é fodástico sempre :D
Preciosa: Uma História de Esperança
4.0 2,0K Assista AgoraPrecious é filme bastante pesado, carregado (inclusive visualmente) e agressivo em várias partes. Não somente no sentido de que há cenas de agressão física; me refiro ao fato de como as coisas são jogadas na tela. Algo que às vezes chega a ser brutal. Não é uma história super batida e piegas como a sinopse e o título fazem parecer, e isso se deve à forma como a narrativa é conduzida (com lucidez e verdade – sem vitimização da protagonista) e principalmente às atuações incríveis de Mo’Nique e Gabourey Sidibe.
As atrizes são exploradas não apenas na pele dos personagens Precious e Mary, mas em outras situações criadas pelas conjecturas da primeira. E isso é muito bacana.
Não vai virar o filme da sua vida (ou talvez vire, vai saber :P) mas, sem dúvida, vale a pena conferir ;)
Um Homem Sério
3.5 574 Assista AgoraEm muitas cenas de “Um Homem Sério” a gente nota que a postura do Larry em relação a tudo que acontece na vida dele é passiva demais. Ele sempre diz “mas eu não FIZ nada”. Como se a redenção por parte de HaShen estivesse prestes a vir, como se ele estivesse recebendo uma punição indevida. Ele poderia mesmo tomar atitudes mais funcionais sobre a vida dele, (por exemplo, não te pareceu absurdo ele ter saído de casa, quando o certo seria a esposa tê-lo feito?) mas o que ele faz é ir em busca de conselhos, sempre insuficientes.
No entanto, não se trata meramente de inércia, mas da necessidade de manter a conduta, a postura de ‘homem sério’. Repare que ele evita que o vizinho ouça a conversa que ele tem com o chinês, pai do Clive, sobre a tentativa de suborno. Por trás das aparências há sonhos eróticos com a vizinha, marijuana... (o cartaz!) Pq ‘assim é a vida’. Agora, o que os Coen mostram é que você pode sim, em vez de agir, esperar pela absolvição dos céus - sem esquecer, porém, que é de lá que vem os furacões. É o fino do humor negro :)
Direito de Amar
4.0 1,1K Assista AgoraCaramba! Parece título de novela do SBT! tsc
Não Tenho Troco
3.6 61Não dá pra não dizer o quanto essa história é criativa, ágil e hilária.
Só a sequencia do assalto, no início, vale pelo filme inteiro. Mas o resultado do crime se agravando em efeito cascata ainda conta com o taxista paquistanês (?), a linda Geena Davis, complicações com a máfia, Stanley Tucci um pouco menos careca, ... ELE, o muso eterno Bill Murray - e a gente, torcendo pelo trio de bandidos! :)
Digam o Que Quiserem
3.7 352O romance errante do John Cusack (com 23 anos!) e Ione Skye, dividida entre a carreira pela qual ela sempre trabalhou e o amor, recém-descoberto, inédito pros dois. O filme tem também uma ótima trama secundária a respeito da confiança na relação pai/filha.
Além disso, ó: 20 anos depois, essa obra ganha uma aura quase nostálgica com seus figurinos, cenários, os carros e principalmente a proximidade com música (marca registrada do Cameron Crowe) Mas aqui, sempre em fitas cassete :)
Feitiço do Tempo
3.9 754 Assista AgoraBill Murray, eu te amo (y)
Zumbilândia
3.7 2,5K Assista AgoraEntretenimento da mais alta qualidade. Filme que consegue ser assustador e bem humorado com muito estilo. A sequencia da mansão do Bill Murray é formidável.
O final em aberto claramente propiciando continuações. Zombieland é 5 estrelas!
Simplesmente Complicado
3.5 919 Assista AgoraApesar de muito fã da Nancy Meyers, achei que o desfecho de 'Simplesmente Complicado" dá uma leve trupicada - não justificada pelo título :P
Nova York, Eu Te Amo
3.2 607 Assista AgoraUm filme com esse título podia mesmo correr o risco de ser visto apenas como belo chamariz turístico. Mas escapando de ser meramente panfletário, é uma coleção de boas histórias se interligando em certos pontos dos cento e tantos minutos de filme. Senti sim falta daquele apelo novaiorquino que se vê nos filmes do WoodyAllen, por exemplo. Por isso, com o perdão do clichê, achei mesmo que antes de ser uma declaração de amor à cidade, é uma ode às pessoas que vivem lá. Bonito, vai :D
Julie & Julia
3.6 1,1K Assista AgoraNossa, muito querido, esse filme. Delícia de assistir. Interessante que é um filme onde as mulheres dominam inteiramente. Os personagens masculinos são totalmente secundários na trama, mas está lá a importância do suporte que eles dão a suas esposas.
Também gostei da ótima montagem feita entre as duas histórias, hora tratando mais de uma, hora se demorando mais na outra. Mas sempre cuidando do ritmo de ambas.
Terminei o filme com vontade de blogar, de cozinhar (!) e de, claro, comer :)
O Som do Coração
3.9 1,5K Assista AgoraIncrível como conseguiram juntar tanta gente boa nessa história que chega a ser engraçada, de tão ruim. Você vê uma série de eventos completamente improváveis, um monte daquelas coincidências arranjadas... Enfim, é um atentado violentíssimo à capacidade de relativização do espectador. Tenho certeza de que mesmo os mais sensíveis em algum momento se aborrecem com tanta inverossimilhança, tanta coisa acontecendo por obra do acaso. Uma pena.
De Repente, Califórnia
4.0 821 Assista AgoraÉ engraçado dizer isso, mas o ‘Shelter’ tem algo muito importante em se tratando de um filme com temática homo: é quase completamente verossímil! Aqui não se vêem aqueles tipos caricatos, nem tampouco gays super ‘heterossexualizados’ - e a vida do protagonista não é limitada ao fato de ele ser gay. No entanto, a história é fraquinha, não se aprofunda nos conflitos que evoca... E é assim, quem se arrisca pouco, erra pouco. Mas também não faz lá grande coisa :P
O Sonho de Red
3.3 66 Assista AgoraBacana, né? Tinha visto ainda não. Criatividade ambulante, esse John Lasseter!
Mais Forte que a Vingança
4.0 53 Assista AgoraApesar dessa sinopse, é um filme mais contemplativo que conteudista.
Bonito de se ver, que é algo característico do Pollack, a julgar por 'Entre Dois Amores'. Some-se a isso o Robert Redford em ótima fase. Filmão. (y)
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraBoogie Nights é um trabalho incrível de direção de atores e roteiro. Cada um dos personagens ganhou sua própria missão de superação (e sem redenções, uns logram êxito, outros não) todos vivendo ao sabor da coluna vertebral do filme: a indústria do cinema pornográfico dos anos 70/80. Assistimos à transição técnica e de estilo que esse gênero sofre e todo o impacto disso vai ressoando nos integrantes da trama. Ainda sobra espaço pra falar de relações familiares, uso abusivo de narcóticos, o universo disco dos anos 70, prostituição, homossexualidade, além de outros. É um filme ousado que jamais derrapa na vulgaridade e que exala o talento dos envolvidos. Ótimo também pelas referências a Scorsese: perceba que a trajetória do Dirk Diggler se aproxima muito da de Jake La Motta, o ‘Touro Indomável’ (em especial – e descaradamente - na última cena).
Enfim, é um filme que precisa mesmo ser visto :)
O Sonho de Cassandra
3.4 232 Assista AgoraSe você já viu 'Crimes e Pecados' (também do Woody Allen), vai perceber que o personagem do Colin Farrell tem muito a ver com aquele interpretado por Martin Landau em 1989. Ambos entram numa imensa crise psicológica por não saber lidar com remorso de ter um assassinato no currículo.
A dupla de irmãos, via de regra, honestos, que se envolve num crime pra salvar as finanças, também lembra o excelente "Antes que o diabo Saiba que Você Está Morto", de 2007.
No entanto, ‘O Sonho de Cassandra’, embora seja um bom filme, está bem abaixo desses dois – justamente por se alongar demais nessa linha de tensão e descambar pra um final que causa impacto, mas que é fácil, artificial. Pena, viu?
Mary e Max: Uma Amizade Diferente
4.5 2,4KO roteiro é ótimo, os personagens são cheios de problemas modernos (apesar de se comunicarem dessa forma tão analógica). Há muito cuidado com as cores e a falta delas. Tem um monte de pequenos detalhes, referências, coisa de gente grande.
Sem falar do charme do stop-motion e das próprias cartas. Além de, claro, o luxo dos dubladores, né? (Seymour Hoffman, Toni Collete e Eric Bana?!)
Graças ao alto nível de estúdios como a Pixar, tá cada vez mais difícil fazer animação - e é por isso que há esse rompimento das barreiras do próprio gênero.
Mary e Max é lindo :)
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 920 Assista AgoraSe estiver procurando por um filme genial, veja Fargo.
A lá, o ótimo texto que o Tiago Lipka escreveu sobre o filme:
Abraços Partidos
3.9 661O Almodóvar é um dos caras que melhor sabe trabalhar com excessos. São cores demais, falas demais, sentimento e graça - tudo em larga escala. Ao longo da carreira, ele foi se tornando mais comedido, e é o que se vê em 'Abraços Partidos'. Um pouco mais de sobriedade pra ótimos ingredientes: traição, vingança, flashbacks, autoreferências, louvação ao cinema e Penélope Cruz sendo explorada ao máximo. Eu prefiro o espalhafato de antigamente e é por isso que vibrei nas cenas do 'Garotas e Malas' (ficção dentro da ficção). Mas o diretor, sabido que só ele, tende a conservar o que lhe caracteriza, sem abrir mão de algumas experimentações. Bom pra nós :)
Minha Super Ex-Namorada
2.2 670 Assista AgoraIdéia legal, filme cretino. Acontece :)
Tudo Pode Dar Certo
4.0 1,1KMuito da minha admiração pelo Woody Allen se deve ao fato de ele ser perito em fazer rir extraindo o absurdo de situações aparentemente normais. O que acontece aqui é um pouco diferente: são situações bastante improváveis concatenadas pra mostrar ao espectador que mesmo quando a vida nos impõe condições adversas, é possível transmutá-las a nosso favor; às vezes é apenas uma questão de se permitir, abrir mão da ranzinzice. É o que o título “Whatever Works” já indica. Dito isso, achei que é um filme com poucas partes realmente engraçadas (quase todas elas por culpa da Patricia Clarkson, sempre ótima), mas espirituoso e bem produzido, como não poderia deixar de ser.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraQuero acreditar que a exigência do estúdio em fazer com que ‘Onde Vivem os Monstros’ se tornasse mais ‘acessível’ ao grande público é que tenha causado os estragos mais sérios desse filme. O livro é pra crianças sim, mas o Jonze, acostumado a filmar os roteiros pirados do Charlie Kauffman, jamais faria dele algo raso. De todo modo, apesar de ser pouco sutil em muitas partes, é ótimo ver as pequenas referências que o Max tirou da própria vivência pra fazer com que a ‘terra dos monstros’ existisse (do jeitinho que a gente faz quando sonha). Além do elencão e da ótima trilha sonora, que ajuda a compor o clima delicado da história. No fim, é um filme que fala da solidão que todos nós - uns menos, outros mais - tivemos que lidar na infância, sob a perspectiva mais privilegiada de todas: a de uma criança.