Que filme amigos, a montagem maluca faz a gente se sentir como o personagem! Isso é fantástico. Nunca a montagem não linear foi tão bem usada para dar sentido ao que passa na tela.
As vezes no cinema, e na vida, alguém faz algo que me deixa muito feliz: respeitar a inteligência das pessoas. O artista é isso. Um filme que respeita o público e sabe que não precisa explicar tudo, mastigar tudo, entregar tudo pronto para o consumo. Sabe que o público tem um papel importante num filme. O papel de todo mundo em relação a qualquer arte: o papel da interpretação. Lindo demais esse filme!
O tempo me impressiona muito. A possibilidade de viajar nele, de existirem múltiplas dimensões desconhecidas e aceitar o desafio de tratar disso no cinema já é louvável, parabéns a Interestelar por isso. Minhas primeiras impressões sobre o filme:
Realmente o Nolan se atrapalhou: foram 3 horas de algo que parece precisar de dias para ser entendido. Isso resulta em diálogos excessivamente explicativos; característica do diretor, sabemos disso. Mas aqui Nolan não faz um filme descompromissado. Não é um filme de super herói e muito menos sobre a mente humana. Interestelar trata talvez do maior de todos os temas e isso pede um filme muito menos explicativo. É um dos meus diretores favoritos da atualidade, gosto muito de todos os seus filmes até esse. Esse filme me fez perceber um pouco mais da genialidade de Kubrick, principalmente ao tratar de temas como esse.
Com reflexão do início ao fim, Eastwood nos mostra a função verdadeira e as vezes esquecida da imprensa e vai além quando sutilmente afirma que a juventude do jornalismo, representada pela repórter morta, está no caminho certo. Ela estava na pista certa com as anotações sobre a testemunha que faltava, mas o toque do velho lobo com faro de reportagem foi determinante para chegar a verdade dos fatos. Mas esse é só um detalhe dessa obra gigantesca em significado.
A grande temática do filme, sobre a pena de morte e suas falhas é que mais nos interessa. Clint trata disso desde o título do filme. Como podemos dizer definitivamente que um homem que jura ser inocente é culpado? Qual a prova final? Sem a arma do crime, sem confissão, apenas com testemunhas humanas. Vale lembrar: humanos podem mentir, trair a confiança das pessoas. Eastwood nos mostra isso: traições entre marido e mulher e entre colegas de trabalho. Qual seria o crime verdadeiro? A vaidade da testemunha que mente ter visto a arma do crime nas mãos do inocente? Ou seria o padre cruel e mentiroso que diz a imprensa que ouviu uma confissão?
A direção primorosa nos dá pistas e recompensas a todo momento. O colar que aparece em um instante pra nos instigar, o que Wally ouve no banheiro enquanto o verdadeiro criminoso assalta a loja: "me passe o colar!" e muitas outras espalhadas por uma narrativa sempre ativa, que prende a atenção o tempo todo. Além disso, Clint mantém o suspense o máximo possível, só perto do final é que temos mesmo certeza sobre a inocência ou não do homem no corredor da morte. Isso provoca confusão no público "mas se eu não sei se ele é culpado ou não, como posso condena-lo?".
Por fim um clímax de quase quinze minutos com um final atípico para os filmes do diretor, que parece querer nos dizer: papai noel existe.
Compreendi o que diz no texto da crítica do Omelete, escrita pelo Marcelo Hessel e até concordo com ele em muita coisa. Mas não consigo gostar do filme. Já acostumado às narrativas lentas (depois de persona nada pode me abalar) não foi isso que me fez não gostar. Apesar de reconhecer a força da obra, a boa direção e atuação de Depardieu, bem como a mensagem importante que o texto do link expõe, não gostei da experiência. São exageros de minutos vendo a orgia sexual. Exageros de discussões entre o casal nas quais não se compreende muita coisa. O filme enoja. É claro que tem a intenção de fazer isso, porque nas cenas de sexo temos closes a todo momento, ouvimos barulhos nojentos e não temos nem ao mesmo trilha. Claramente o diretor quer nos espantar, nos enojar. É difícil assistir.
Eu te amo. Eu não te amo mais. Deixe-me. Eu amo você. Vá embora. Assine o divórcio. Me perdoe. Transe comigo. Eu transei com ele. Estes são alguns exemplos das reviravoltas rápidas com as quais Mike Nichols constrói seu romance realista "Closer".
É preciso dizer que algumas cenas soam repetitivas, alguns diálogos parecem um dejavu mas, de alguma forma, pode ser exatamente essa a intenção: falar sobre a repetição dos relacionamentos na vida das pessoas. Se esse for mesmo o caso - e deve ser, dada a experiência do diretor- a aparente repetição das cenas é aceitável.
A sensualidade que Nichols consegue passar com diálogos impressiona, principalmente com Natalie Portman e seu sorriso quase sexual e muitas cenas. Não temos partes sexuais, não temos cenas de sexo e, apesar das bonitas cenas de strip-tease, são as palavras que sensualizam tudo na tela.
Nesses pilares de qualidade (atuações, sutilezas, sensualidade verbal) se sustenta o roteiro comum que tenta, em sua última cena, trazer uma reviravolta mais marcante que as constantes trocas de casais que na metade do filme já não são surpreendentes. Três estrelas e meia de cinco pelo roteiro que não prenderia a atenção se não fossem as atuações brilhantes e a direção perfeita.
Com a intensão de fazer rir e impressionar pela beleza estética, Wes Anderson nos trás "O Grande Hotel Budapeste" como um inception linear: vamos cada vez mais fundo no mundo real dos personagens para descobrir a história.
Primeiro o público como primeira camada de tudo, acompanhando de fora. Depois "A leitora" que chega ao busto eternizado em cobre do "Autor" com um livro de memórias em mãos. A partir dela, vamos mais fundo: ao próprio autor que nos narra então sua passagem pelo grandiosíssimo hotel na fictícia localização que nos lembra em tudo a influência soviética.
Mais uma camada se revela com o encontro entre "O Autor" e o muito rico dono do hotel. Aqui partimos para mais um narrador, o próprio "Zero" que nos conta como e porque não comprou o hotel que hoje é seu. Nesse ponto temos a tela modificada para a forma usada antigamente no cinema ao invés dos 16x9 que se tem hoje, mostrando exatamente que estamos numa camada mais profunda da história, dentro de várias outras. É a camada que ocupa mais espaço e tempo, mas não é a última. Por algumas vezes Anderson usa um recurso de lupa, dando ainda mais detalhamento num quadro já reduzido da tela, mais uma camada.
Enfim, como um palhaço engolidor de lenços, Anderson vai tirando camadas e mais camadas de cores e estilos das profundidades do Budapeste de nos mostrando a sutileza de um humor raro. Raro no próprio filme que por poucas vezes arranca rizos do público. Sem deméritos porque quando isso acontece são risos genuínos e em nada forçados.
Esteticamente encantadoras e um deleite para os olhos, as cenas ganham força quando vão surgindo, em cada uma dessas camadas, atores geniais como Ralph Fiennes, Willem Dafoe, Jeff Goldblum e Harvey Keitel. A entrada em cenas desses personagens sem nenhuma antecipação, quando ninguém mais espera o aparecimento de elementos novos e muito menos de figurões do cinema como esses, arranca risinhos de aprovação de todo mundo na sala de cinema reforçando a comédia sutil e valiosa.
Acredito que a trilogia todo foi feita para que cada filme fosse plenamente entendido apenas se o público estivesse na fase da vida retratada em cada película... Sendo assim ainda estou longe de compreender esse final completamente. Mesmo assim posso dizer que é o melhor dos três: cômico, dramático e assustador. Sim, assustador. A realidade batendo na porta do casal no quarto de hotel assusta qualquer mente que ainda acredite nos contos de fadas irreais que a Disney nos mostra...
Filme lindo, sobre tanta coisa: mães, filhos, pais, camsamento, profissões, viagens, mas principalmente sobre a condição humana de se permitir prazeres ou abdicar deles por responsabilidades maiores. Direção e atuação impecáveis de Eastwood e seu par romântico/amante. Fotografia linda também.
Legal ver a importância e força dos tanques na segunda guerra e também a parte que trata das relações dos soldados com as mulheres. A cena na mesa foi forte bem feita. O filme como um todo não impressiona nem por imagens, nem pelo roteiro e nem pelos diálogos que tentam ser cheios de significados o tempo todo com frases de impacto a todo momento. Foi legal ver Shia LaBeouf num papel como esse, se saiu bem o garoto transformers. São três estrelas pelas cenas de confronto que gostei muito e pelo que disse no início, mas poderiam ser mais se os diálogos fossem melhores e o roteiro com mais conteúdo.
Quando em um dos encontros do NEC discutimos "Sinais" (2002) podemos perceber que M. Nigth Shyamalan trabalha o suspense de uma forma muito inspirada, para não dizer parecida, com Hitchcock: A câmera fala, não os personagens com diálogos desnecessários. Isso demostra aquele velho respeito pelo público que vivemos elogiando.
Em "Corpo Fechado" (2000) não foi diferente, a câmera conta a história. Não precisamos de palavras para entendermos os acontecimentos. Mas nesse caso a câmera vai além da manutenção do suspense e da mise-in-scene. Entre outras coisas o modo de filmar homenageia os quadrinhos, indo exatamente de acordo com o roteiro. Em algumas senas, com planos chapados e luzes diretas, as duas dimensões do cinema se tornam apenas uma, com a luz direta o contorno dos personagens se destaca no campo e parece que estamos olhando uma folha de papel com a cena estampada nela, como nas revistas. As cores escolhidas também são parecidas com as dos quadrinhos e os protagonistas sempre destacas do restante por suas roupas mais coloridas ou mais escuras que os demais. A cena de David no trem é um exemplo disso: a câmera se move de um para o outro cobrindo as falas de cada um separadamente, exatamente como fazemos ao ler quadrinhos.
As atuações dos protagonistas são perfeitas, Bruce Willis e Samuel L. Jackson, opostos por natureza de cor, de altura e de modo de atuar funcionam perfeitamente em seus personagens. É preciso comentar a atuação de Spencer Treat Clark no papel do filho de David: uma não criança poderia agir de outra maneira perante os fatos que se apresentavam para ele, e a atuação foi perfeita nisso.
O roteiro é amarrado muito bem num arco dramático muito eficiente. O clímax dura o suficiente para uma boa cena de ação e o filme encerra de forma perfeita, exatamente como deve ser uma revista em quadrinhos: de deixando com vontade de ler a próxima.
Nossa, quando o cinema nacional me anima com coisas muitos boas como 2 Coelhos e Linha de Passe que eu infelizmente só conheci há pouco tempo, aparece um filme como esse pra jogar um balde de água fria.
O desafio era grande: fazer de uma história comum um filme interessante. Afinal, o que mais tem no BraZil é gente sonhando em ser atleta e sem grana. A história do judoca Max Trombini até que é bonita, emociona conhecer seus desafios de vida, mas estamos lotados de jovens com histórias parecidas com essa. Então o que era de se esperar? Que o trabalho do diretor e dos atores transformasse uma história um tanto comum em algo emocionante que conseguisse fisgar pelo coração o público.
"A Grande Vitória" falha nisso do início ao fim. Não se trabalha a emoção. Pela lamentável atuação ou por escolhas do diretor, quando a cena começa a nos tocar há um corte ou uma mudança de rumo. Todas as viradas que o filme dá ficam na cara muitos minutos antes de acontecer. Isso desaponta e acaba com qualquer tipo de surpresa.
Sabrina Sato é uma ótima atriz nas cenas em que está totalmente submersa em água e nem suas expressões forçadas conseguimos ver. Ratinho dispensa comentários, consegue ser uma decepção nos poucos instantes em que aparece. Caio Castro é frio como uma geladeira e tem as mesmas expressões durante o filme todo. É um ator mediano até para as novelas nas quais estamos acostumados e ver e o diretor não conseguiu tirar água de pedra. Mas o que esperar de um ator que diz não gostar de teatro? Felipe Falanga é uma criança parecida com Caio Castro mais jovem, mas só isso, suas falas soam forçadas e ele parece não saber nunca para onde olhar.
Existem algumas coisas boas, como as participaçoes de Tato Gabus Mendes e Domingos Montagner que apesar de aparecer pouco, faz o contrário de Ratinho e nos mostra uma atuação de acordo com seu personagem.
A direção de fotografia abusa dos closes numa iluminação chapada e não lembro de nenhum plano geral interessante. Parecia uma novela de um capítulo só. Cada ação em plano detalhe, cada gesto em foco e em close. Stefano Capuzzi Lapietra começa mal sua carreira de diretor.
Aquela cena em que uma senhora está sentada entre eles dois é tão carregada de significado que por si só fala pelo filme todo: o tempo, o passar dos anos, a memória, as experiências deles estão representadas pela senhora idosa que está ENTRE eles. Ou seja, o passado interferindo no presente e no futuro. Filme muito bonito, com um começo que consegue tirar o fôlego mesmo com planos longos.
Não conheço Jhon Constantine, nunca li nenhuma HQ e por isso repeito quem critica de forma avassaladora o trabalho de Lawrence em contar essa história.
Dito isso vamos ao filme: salvo alguns problemas piegas como aquela arma tosca usada por Jhon e a necessidade de um romance para ajudar a vender a obra, a história é competente e envolvente. Reeves parece fazer sentido na pele de Jhon, lembrando que nunca conheci o personagem das HQs e isso pode influenciar bastante. Comercialmente é claro que a película funciona, tem tudo num grande pacote: ação, religião, romance, suspense e um pouco de obscuridade.
É justamente nesse ponto em que Lawrence comete seu maior pecado: o filme e o personagem pediam muito mais obscuridade, medo e agonia. O Inferno deveria ser muito mais inferno. Poderia ter sido muito mais que um filme vendável e mediano.
3 estrelas: pela atuação de Christoph Waltz, trilha sonora sutil e de qualidade contando até com Louis Armstrong que pela época em que se passa o filme no coração do Jazz não poderia ficar de fora e também por me provar que Robert Pattinson consegue fazer mais que uma expressão com aquele rosto sem sal;
Bom filme. Só não gostei de uma coisa: na metade dele, ou ainda antes, eu já sabia que o protagonista era doente mental. Não sei porque. Talvez tenha sido influência de Uma Mente Brilhante na minha cabeça. Mas todas as outras questões tratadas no filme, a violência, a guerra, o holocausto a bomba de hidrogênio e a mente humana no meio de tudo isso, entre outros exemplos, foram muito bem expostos.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista Agora12348
Amnésia
4.2 2,2K Assista AgoraQue filme amigos, a montagem maluca faz a gente se sentir como o personagem! Isso é fantástico. Nunca a montagem não linear foi tão bem usada para dar sentido ao que passa na tela.
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraVocês notaram que esse filme é Argentino, mas tem roupagem americana do início ao fim? Será que é por isso que gostamos tanto?
O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraAs vezes no cinema, e na vida, alguém faz algo que me deixa muito feliz: respeitar a inteligência das pessoas. O artista é isso. Um filme que respeita o público e sabe que não precisa explicar tudo, mastigar tudo, entregar tudo pronto para o consumo. Sabe que o público tem um papel importante num filme. O papel de todo mundo em relação a qualquer arte: o papel da interpretação. Lindo demais esse filme!
Transcendence: A Revolução
3.2 1,1K Assista AgoraNunca vi tanta muleta de roteiro reunida numa filme só.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraO tempo me impressiona muito. A possibilidade de viajar nele, de existirem múltiplas dimensões desconhecidas e aceitar o desafio de tratar disso no cinema já é louvável, parabéns a Interestelar por isso. Minhas primeiras impressões sobre o filme:
Realmente o Nolan se atrapalhou: foram 3 horas de algo que parece precisar de dias para ser entendido. Isso resulta em diálogos excessivamente explicativos; característica do diretor, sabemos disso. Mas aqui Nolan não faz um filme descompromissado. Não é um filme de super herói e muito menos sobre a mente humana. Interestelar trata talvez do maior de todos os temas e isso pede um filme muito menos explicativo. É um dos meus diretores favoritos da atualidade, gosto muito de todos os seus filmes até esse. Esse filme me fez perceber um pouco mais da genialidade de Kubrick, principalmente ao tratar de temas como esse.
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Crime Verdadeiro
3.5 73 Assista AgoraCom reflexão do início ao fim, Eastwood nos mostra a função verdadeira e as vezes esquecida da imprensa e vai além quando sutilmente afirma que a juventude do jornalismo, representada pela repórter morta, está no caminho certo. Ela estava na pista certa com as anotações sobre a testemunha que faltava, mas o toque do velho lobo com faro de reportagem foi determinante para chegar a verdade dos fatos. Mas esse é só um detalhe dessa obra gigantesca em significado.
A grande temática do filme, sobre a pena de morte e suas falhas é que mais nos interessa. Clint trata disso desde o título do filme. Como podemos dizer definitivamente que um homem que jura ser inocente é culpado? Qual a prova final? Sem a arma do crime, sem confissão, apenas com testemunhas humanas. Vale lembrar: humanos podem mentir, trair a confiança das pessoas. Eastwood nos mostra isso: traições entre marido e mulher e entre colegas de trabalho. Qual seria o crime verdadeiro? A vaidade da testemunha que mente ter visto a arma do crime nas mãos do inocente? Ou seria o padre cruel e mentiroso que diz a imprensa que ouviu uma confissão?
A direção primorosa nos dá pistas e recompensas a todo momento. O colar que aparece em um instante pra nos instigar, o que Wally ouve no banheiro enquanto o verdadeiro criminoso assalta a loja: "me passe o colar!" e muitas outras espalhadas por uma narrativa sempre ativa, que prende a atenção o tempo todo. Além disso, Clint mantém o suspense o máximo possível, só perto do final é que temos mesmo certeza sobre a inocência ou não do homem no corredor da morte. Isso provoca confusão no público "mas se eu não sei se ele é culpado ou não, como posso condena-lo?".
Por fim um clímax de quase quinze minutos com um final atípico para os filmes do diretor, que parece querer nos dizer: papai noel existe.
Nota 3,5? Vocês estão de brincadeira comigo?
Bem-vindo a Nova York
3.3 56 Assista AgoraCompreendi o que diz no texto da crítica do Omelete, escrita pelo Marcelo Hessel e até concordo com ele em muita coisa. Mas não consigo gostar do filme. Já acostumado às narrativas lentas (depois de persona nada pode me abalar) não foi isso que me fez não gostar.
Apesar de reconhecer a força da obra, a boa direção e atuação de Depardieu, bem como a mensagem importante que o texto do link expõe, não gostei da experiência. São exageros de minutos vendo a orgia sexual. Exageros de discussões entre o casal nas quais não se compreende muita coisa.
O filme enoja. É claro que tem a intenção de fazer isso, porque nas cenas de sexo temos closes a todo momento, ouvimos barulhos nojentos e não temos nem ao mesmo trilha. Claramente o diretor quer nos espantar, nos enojar. É difícil assistir.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraEu te amo. Eu não te amo mais. Deixe-me. Eu amo você. Vá embora. Assine o divórcio. Me perdoe. Transe comigo. Eu transei com ele. Estes são alguns exemplos das reviravoltas rápidas com as quais Mike Nichols constrói seu romance realista "Closer".
É preciso dizer que algumas cenas soam repetitivas, alguns diálogos parecem um dejavu mas, de alguma forma, pode ser exatamente essa a intenção: falar sobre a repetição dos relacionamentos na vida das pessoas. Se esse for mesmo o caso - e deve ser, dada a experiência do diretor- a aparente repetição das cenas é aceitável.
A sensualidade que Nichols consegue passar com diálogos impressiona, principalmente com Natalie Portman e seu sorriso quase sexual e muitas cenas. Não temos partes sexuais, não temos cenas de sexo e, apesar das bonitas cenas de strip-tease, são as palavras que sensualizam tudo na tela.
Nesses pilares de qualidade (atuações, sutilezas, sensualidade verbal) se sustenta o roteiro comum que tenta, em sua última cena, trazer uma reviravolta mais marcante que as constantes trocas de casais que na metade do filme já não são surpreendentes. Três estrelas e meia de cinco pelo roteiro que não prenderia a atenção se não fossem as atuações brilhantes e a direção perfeita.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KCom a intensão de fazer rir e impressionar pela beleza estética, Wes Anderson nos trás "O Grande Hotel Budapeste" como um inception linear: vamos cada vez mais fundo no mundo real dos personagens para descobrir a história.
Primeiro o público como primeira camada de tudo, acompanhando de fora. Depois "A leitora" que chega ao busto eternizado em cobre do "Autor" com um livro de memórias em mãos. A partir dela, vamos mais fundo: ao próprio autor que nos narra então sua passagem pelo grandiosíssimo hotel na fictícia localização que nos lembra em tudo a influência soviética.
Mais uma camada se revela com o encontro entre "O Autor" e o muito rico dono do hotel. Aqui partimos para mais um narrador, o próprio "Zero" que nos conta como e porque não comprou o hotel que hoje é seu. Nesse ponto temos a tela modificada para a forma usada antigamente no cinema ao invés dos 16x9 que se tem hoje, mostrando exatamente que estamos numa camada mais profunda da história, dentro de várias outras. É a camada que ocupa mais espaço e tempo, mas não é a última. Por algumas vezes Anderson usa um recurso de lupa, dando ainda mais detalhamento num quadro já reduzido da tela, mais uma camada.
Enfim, como um palhaço engolidor de lenços, Anderson vai tirando camadas e mais camadas de cores e estilos das profundidades do Budapeste de nos mostrando a sutileza de um humor raro. Raro no próprio filme que por poucas vezes arranca rizos do público. Sem deméritos porque quando isso acontece são risos genuínos e em nada forçados.
Esteticamente encantadoras e um deleite para os olhos, as cenas ganham força quando vão surgindo, em cada uma dessas camadas, atores geniais como Ralph Fiennes, Willem Dafoe, Jeff Goldblum e Harvey Keitel. A entrada em cenas desses personagens sem nenhuma antecipação, quando ninguém mais espera o aparecimento de elementos novos e muito menos de figurões do cinema como esses, arranca risinhos de aprovação de todo mundo na sala de cinema reforçando a comédia sutil e valiosa.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraAcredito que a trilogia todo foi feita para que cada filme fosse plenamente entendido apenas se o público estivesse na fase da vida retratada em cada película... Sendo assim ainda estou longe de compreender esse final completamente. Mesmo assim posso dizer que é o melhor dos três: cômico, dramático e assustador. Sim, assustador. A realidade batendo na porta do casal no quarto de hotel assusta qualquer mente que ainda acredite nos contos de fadas irreais que a Disney nos mostra...
As Pontes de Madison
4.2 839 Assista AgoraFilme lindo, sobre tanta coisa: mães, filhos, pais, camsamento, profissões, viagens, mas principalmente sobre a condição humana de se permitir prazeres ou abdicar deles por responsabilidades maiores. Direção e atuação impecáveis de Eastwood e seu par romântico/amante. Fotografia linda também.
Arca Russa
4.0 182três estrelas só porque não sei nada da cultura russa e uma dica: saiba diferenciar os filmes que vc não gostou daqueles que você não entendeu.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraLegal ver a importância e força dos tanques na segunda guerra e também a parte que trata das relações dos soldados com as mulheres. A cena na mesa foi forte bem feita. O filme como um todo não impressiona nem por imagens, nem pelo roteiro e nem pelos diálogos que tentam ser cheios de significados o tempo todo com frases de impacto a todo momento. Foi legal ver Shia LaBeouf num papel como esse, se saiu bem o garoto transformers. São três estrelas pelas cenas de confronto que gostei muito e pelo que disse no início, mas poderiam ser mais se os diálogos fossem melhores e o roteiro com mais conteúdo.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraUm filme novo, diferente, encantador e perfeito para uma geração inteira de amantes do cinema e do público em geral.
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista Agoraum dos melhores filmes de guerra que já vi.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraQuando em um dos encontros do NEC discutimos "Sinais" (2002) podemos perceber que M. Nigth Shyamalan trabalha o suspense de uma forma muito inspirada, para não dizer parecida, com Hitchcock: A câmera fala, não os personagens com diálogos desnecessários. Isso demostra aquele velho respeito pelo público que vivemos elogiando.
Em "Corpo Fechado" (2000) não foi diferente, a câmera conta a história. Não precisamos de palavras para entendermos os acontecimentos. Mas nesse caso a câmera vai além da manutenção do suspense e da mise-in-scene. Entre outras coisas o modo de filmar homenageia os quadrinhos, indo exatamente de acordo com o roteiro. Em algumas senas, com planos chapados e luzes diretas, as duas dimensões do cinema se tornam apenas uma, com a luz direta o contorno dos personagens se destaca no campo e parece que estamos olhando uma folha de papel com a cena estampada nela, como nas revistas. As cores escolhidas também são parecidas com as dos quadrinhos e os protagonistas sempre destacas do restante por suas roupas mais coloridas ou mais escuras que os demais. A cena de David no trem é um exemplo disso: a câmera se move de um para o outro cobrindo as falas de cada um separadamente, exatamente como fazemos ao ler quadrinhos.
As atuações dos protagonistas são perfeitas, Bruce Willis e Samuel L. Jackson, opostos por natureza de cor, de altura e de modo de atuar funcionam perfeitamente em seus personagens. É preciso comentar a atuação de Spencer Treat Clark no papel do filho de David: uma não criança poderia agir de outra maneira perante os fatos que se apresentavam para ele, e a atuação foi perfeita nisso.
O roteiro é amarrado muito bem num arco dramático muito eficiente. O clímax dura o suficiente para uma boa cena de ação e o filme encerra de forma perfeita, exatamente como deve ser uma revista em quadrinhos: de deixando com vontade de ler a próxima.
A Grande Vitória
2.5 116Nossa, quando o cinema nacional me anima com coisas muitos boas como 2 Coelhos e Linha de Passe que eu infelizmente só conheci há pouco tempo, aparece um filme como esse pra jogar um balde de água fria.
O desafio era grande: fazer de uma história comum um filme interessante. Afinal, o que mais tem no BraZil é gente sonhando em ser atleta e sem grana. A história do judoca Max Trombini até que é bonita, emociona conhecer seus desafios de vida, mas estamos lotados de jovens com histórias parecidas com essa. Então o que era de se esperar? Que o trabalho do diretor e dos atores transformasse uma história um tanto comum em algo emocionante que conseguisse fisgar pelo coração o público.
"A Grande Vitória" falha nisso do início ao fim. Não se trabalha a emoção. Pela lamentável atuação ou por escolhas do diretor, quando a cena começa a nos tocar há um corte ou uma mudança de rumo. Todas as viradas que o filme dá ficam na cara muitos minutos antes de acontecer. Isso desaponta e acaba com qualquer tipo de surpresa.
Sabrina Sato é uma ótima atriz nas cenas em que está totalmente submersa em água e nem suas expressões forçadas conseguimos ver. Ratinho dispensa comentários, consegue ser uma decepção nos poucos instantes em que aparece. Caio Castro é frio como uma geladeira e tem as mesmas expressões durante o filme todo. É um ator mediano até para as novelas nas quais estamos acostumados e ver e o diretor não conseguiu tirar água de pedra. Mas o que esperar de um ator que diz não gostar de teatro? Felipe Falanga é uma criança parecida com Caio Castro mais jovem, mas só isso, suas falas soam forçadas e ele parece não saber nunca para onde olhar.
Existem algumas coisas boas, como as participaçoes de Tato Gabus Mendes e Domingos Montagner que apesar de aparecer pouco, faz o contrário de Ratinho e nos mostra uma atuação de acordo com seu personagem.
A direção de fotografia abusa dos closes numa iluminação chapada e não lembro de nenhum plano geral interessante. Parecia uma novela de um capítulo só. Cada ação em plano detalhe, cada gesto em foco e em close. Stefano Capuzzi Lapietra começa mal sua carreira de diretor.
Hiroshima, Meu Amor
4.2 313 Assista AgoraAquela cena em que uma senhora está sentada entre eles dois é tão carregada de significado que por si só fala pelo filme todo: o tempo, o passar dos anos, a memória, as experiências deles estão representadas pela senhora idosa que está ENTRE eles. Ou seja, o passado interferindo no presente e no futuro. Filme muito bonito, com um começo que consegue tirar o fôlego mesmo com planos longos.
Constantine
3.8 1,7K Assista AgoraNão conheço Jhon Constantine, nunca li nenhuma HQ e por isso repeito quem critica de forma avassaladora o trabalho de Lawrence em contar essa história.
Dito isso vamos ao filme: salvo alguns problemas piegas como aquela arma tosca usada por Jhon e a necessidade de um romance para ajudar a vender a obra, a história é competente e envolvente. Reeves parece fazer sentido na pele de Jhon, lembrando que nunca conheci o personagem das HQs e isso pode influenciar bastante. Comercialmente é claro que a película funciona, tem tudo num grande pacote: ação, religião, romance, suspense e um pouco de obscuridade.
É justamente nesse ponto em que Lawrence comete seu maior pecado: o filme e o personagem pediam muito mais obscuridade, medo e agonia. O Inferno deveria ser muito mais inferno. Poderia ter sido muito mais que um filme vendável e mediano.
Água para Elefantes
3.5 2,0K Assista Agora3 estrelas: pela atuação de Christoph Waltz, trilha sonora sutil e de qualidade contando até com Louis Armstrong que pela época em que se passa o filme no coração do Jazz não poderia ficar de fora e também por me provar que Robert Pattinson consegue fazer mais que uma expressão com aquele rosto sem sal;
Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista AgoraBom filme. Só não gostei de uma coisa: na metade dele, ou ainda antes, eu já sabia que o protagonista era doente mental. Não sei porque. Talvez tenha sido influência de Uma Mente Brilhante na minha cabeça. Mas todas as outras questões tratadas no filme, a violência, a guerra, o holocausto a bomba de hidrogênio e a mente humana no meio de tudo isso, entre outros exemplos, foram muito bem expostos.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraParece que o bom e velho vai atacar novamente. 2015 será um ano incrível!