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Últimas opiniões enviadas

  • michelle

    É muito esforço em prol do aesthetic rondado por uma trilha sonora invasiva e quase nenhum para a substância. Torna-se uma missão impossível conectar-se com o filme quando não há algo que o sustente. Eu vi um pai surtar, vi um filho totalmente descartável e o Paul Dano – responsável pela direção e roteiro – dizer que pais de família têm algo para além das crianças, mas... tá, e daí? Para quê? Para onde? A história, guiada sem personalidade alguma, não sai do mesmo ponto unidimensional. Não há ousadia, não há olhar humano ou crítico. Não há vida.

    Carey Mulligan, no entanto, transforma água em vinho ao extrair de um roteiro ridiculamente pobre uma performance poderosa; ela é o fio vindo diretamente dos anos 60 que sustenta a projeção. Se em Educação (2009) a atriz retrata todas as faces da descoberta e amadurecimento juvenil, neste como Jeanette Brinson ela encontra os pontos perfeitos da mulher feita que não se permite desmoronar. É a maturidade cega. A experiência que logicamente ainda tem muito por ver, mas não assume e acaba cercada por um muro. Chega a ser desrespeitoso ter um desempenho lindo como este nas mãos e não construir um caminho para o mesmo, impedindo-o de crescer ainda mais.

    Vida Selvagem é a prova de que de nada adianta partir para as linguagens expressivas se você não tiver bagagem intelectual para lidar com elas. O Paul Dano pode agora autointitular-se diretor de cinema, mas a última coisa que ele faz é arte.

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  • michelle

    Jerry Grotowsky, famoso diretor e teórico teatral, defende em sua obra o fazer de um teatro de vestimentas, cenários e efeitos escassos, compensando a tal falta numa intensa entrega por parte do ator; ao passo que Bertolt Brecht, também diretor da área, clama o distanciamento surrealista entre teatro e público como trabalho da crítica deste, fazendo questão de constantemente lembrar sua posição.

    É notória a influência dos dois supracitados estudiosos em Dogville, de Lars von Trier, que trabalha com a lei grotowskiana segundo a qual o único realmente necessário no teatro é seu elenco – por isso a ausência de paredes ou o uso mínimo de objetos cênicos. Paul Bettany (assim como todo o elenco do filme) entra numa complexa conversação com o próprio corpo quando, por exemplo, sua personagem Tom abre portas inexistentes para o cenário mas que são vívidas para quem assiste ao filme. O teatro pobre está aqui, mostrando toda a vulnerabilidade do ator em carne viva a fim de transmitir tamanha naturalidade; o que é particularmente digno de nota quando considera-se a atenção e estudos que se fizeram necessários durante a fase de preparação.

    Mais do que isso, o cenário minimalista reforça a intenção do roteiro de mostrar-nos o quanto fechamos os olhos como mecanismo de defesa – seja da sobrevivência ou do conforto. Durante um dos inúmeros estupros sofridos por Grace (Nicole Kidman), a câmera de von Trier distancia-se a fim de mostrar as "portas escancaradas" enquanto toda a cidade finge não ver, seguindo sua rotina normalmente. Patriarcado ou medo de instabilidade, de conflito? Talvez ambos. Também quando, mesmo tendo subconsciência da maldade das outras personagens, a protagonista consegue convencer a si mesma de que são pessoas 100% boas, vítimas. Ela não apenas teme ser delatada como inicialmente não quer perder a plenitude de suas convicções e filosofias de vida. Vendas nos olhos para o que nos contradiz.

    Dogville causa estranhamento através do tratamento frio para com ações repugnantes e cenários incomuns mas, mais importantemente, grita o quão crucial é todo desconforto na construção da vida humana.

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  • michelle

    "— Isso aqui é São Paulo!
    — Grande bosta!"

    Como o sonho capitalista brasileiro é construído em cima do sonho do operário - ou, em outras palavras, como toda a glória da qual os paulistas se orgulham deve-se ao esperançoso nordestino que foi espremido e virou suco - e o quão importante é que este jamais abaixe a cabeça, renegando qualquer submissão política e massacre cultural, tal qual faz Deraldo (José Dumont) tanto através de seus duros poemas quanto de seus gritos literais.

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  • Nenhum recado para michelle.

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