A HBO é muito corajosa por trazer histórias originais por vezes carregadas de traumas e tabus. I MAY DESTROY YOU é impecável no que propõe. Extremamente elaborada, nos machuca, faz refletir e algumas vezes, pq não, sorrir. Uma obra que fica na cabeça depois que tudo passa.
O quarto episódio é pesadíssimo! Há um aviso no início do episódio que coisas horríveis irão acontecer. Mas não há preparo emocional que nos evite abalar com a história contada. Aterrorizante o ser humano! Cara, isso foi real?
A segunda temporada de Invencível termina instável. Numa montanha-russa de subtramas, faltou consistência de um enredo principal. Mesmo assim, Mark continua sendo o personagem mais empático já apresentado em uma animação de super herói, talvez atrás apenas do Aranhaverso.
Eu tinha me afeiçoado pelo carisma tóxico desta família corrosiva. Mas se tratando de roteiro, foi uma das coisas mais bem escritas na atualidade, um desfecho perverso para TODOS os personagens, incluindo praqueles que acham que venceram.
Eu simplesmente fico extasiado quando um filme ou série me deixa travado no sofá enquanto os créditos sobem. Ouvi de um professor que há dois tipos de pessoas que consomem audiovisual: aquelas que buscam na arte a dor e sofrimento pra poderem se apegar às memórias que não existem dentro delas e evoluírem como seres humanos, e aquelas que ocupam suas mentes com filmes e séries pra esquecerem da difícil realidade que se habita ou abafar a própria dor. A HBO sempre foi uma das melhores companheiras pra me dar, vez ou outra, cochichos como: olha, seu verme que diz saber sobre tudo e todos, olha aqui o que vou te mostrar ou lembrar! Ela também tem desses episódios especiais que surgem durante a temporada e destoam de toda trama que ela conta, seja pelo roteiro, pela direção, ou ambos.
THE LAST OF US foi o último jogo de videogame que me envolvi até meu Playstation dizer adeus e eu nunca mais gastar aquele precioso tempo vivendo aventuras com um controle na mão. Em 2013 eu só tinha uma coisa na cabeça: preciso comprar este jogo que irão lançar. Sim, eu fui o primeiro a entrar no shopping aquele dia, eu fui o primeiro comprador naquela loja e minutos depois estava sentado em frente à TV experimentando algo que jamais tinha presenciado. Em 10 minutos de jogo eu tive que parar pra me recompor. Eu chorava sozinho na sala e não eram poucas lágrimas.
2023, estreia da série que adapta um dos meus jogos favoritos. A trama pós apocalíptica pode parecer bem batida, mas quando narrada com sutilezas torna-se arte. A gente tem dessas coisas de gostar de filme de zumbi, tiro, duendes e mágicos, né? Mas no fim, em qualquer destes universos, o que aproxima nosso coração ao que está na tela é exatamente a sensibilidade humana, os defeitos, devaneios e paixões. No terceiro episódio de The Last Of Us, o último exibido até agora, os roteiristas abandonam os protagonistas que tentam sobreviver à manifestação de um fungo que transforma homens em seres monstruosos pra contar a história de um homem que, em meio ao caos do fim do mundo (literalmente a história é sobre o fim da humanidade, ou quase isso), tenta sobreviver contra outra coisa. Sendo o último vivo da sua cidade, por anos convive com solidão.
De repente um outro cara surge e...
- O que foi? - Eu não sentia medo antes de você surgir.
Há várias formas de falar sobre o amor. The Last of Us triunfa ao narrar sobre escolhas que não só dizem quem somos, como também revelam consequências que interferem na nossa vida para todo o sempre. Entre um intervalo e outro desta narrativa que reflete muito sobre a nossa vida, a gente fica imerso ao ver como é possível ainda haver amor em meio à tragédias, pandemias, e tudo que parece nos fazer ruir. Dois homens, então, passam seus próximos anos se amando. De todas as possibilidades eles escolhem ser felizes.
"É cuidando das coisas que demonstramos amor."
O episódio menos desastroso, no sentido apocalíptico, é até agora o mais triste. Porque em meio às infinitas possibilidades de morrer, nada pior que saber que, de uma maneira ou outra, iremos morrer. Às vezes até tomar validação desta verdade pode ser menos dolorosa que ter que aceitar que quem amamos um dia vai partir, mesmo tendo feito de tudo para protegê-las. The Last of Us tem sido uma experiência difícil e necessária! Esplêndido!
É isso que acontece quando se tem muito dinheiro e nenhum potencial.
Frustrante quando você precisa lidar com o sentido de que, ou aceita as condições dos termos de serviço ou abandona o barco. Espero de todo meu coração que os showrunners avaliem o resultado com desejo de repararem os erros cometidos nesta temporada.
Li em algum lugar que William Faulkner, quando recebeu o Nobel de literatura, disse que o conflito humano dentro de si é a única coisa que vale a pena se escrever sobre. Isso vale para o audiovisual. Somos tocados por emoções. Um roteiro onde pessoas trafegam de um ponto ao outro não se sustenta. Não estamos aguardando uma jornada, queremos aventura!
Agora entendo este enorme prelúdio que acontece em House Of The Dragon e a decisão da HBO de contar a trajetória destes personagens bem antes da Dança dos Dragões.
Pela primeira vez no Filmow resolvi fazer algo diferente. Habitualmente coloco minhas impressões sobre um determinado filme/série. Como estive envolvido diretamente no "Bom Dia, Verônica", resolvi postar algumas curiosidades sobre o meu departamento no projeto.
Pra quem não sabe, o produtor de locação e assistentes são responsáveis por encontrar o lugar pra que o cenário imaginado pelo roteirista/diretor se torne real. Costumo falar que somos responsáveis por encontrar "O local sagrado", o santo Graal da direção de arte rs O Produtor de Frente é responsável por dialogar com todos os civis da região, preparando o terreno antes da equipe chegar pra filmar. Casos que dariam uma série a parte. Imagina, por exemplo, quando uma equipe vai filmar numa favela dominada pelo... bem, acho que deu pra entender. Estes são os departamentos onde atuo na série, então vamos lá:
A sequência de perseguição do primeiro episódio da segunda temporada foi uma das mais complexas em termo de logística. Filmada em Copacabana em 2 diárias num final de semana, imagina pra nós "dominarmos" o cenário pra que não dê nada errado. Copacabana é, tipo, um dos lugares mais visitados do Brasil!
A casa do personagem Matias foi recentemente comprada por um jogador muuuito famoso de um time brasileiro. Por essa razão, dificilmente veremos ela novamente tão cedo em alguma grande produção audiovisual (a não ser que ele queira né? rs).
Outra casa da série ficava ao lado da residência de uma atriz que foi contratada pra ser a antagonista da nova produção do Raphael Montes, criador do "Bom Dia, Verônica". Vez e outra ela aparecia na varanda para cumprimentar os colegas de profissão.
Finalizava minha participação no filme do Eike Batista quando fui chamado pro "Bom Dia, Veronica" e foi uma loucura; não tinha assistido a primeira temporada e tinha que devorar os roteiros pra produzir. Quando terminei de ver o primeiro episódio, liguei pra Chris, que me convidou pro job, e só consegui dizer: MEU DEUS!
Recentemente fui convocado para trabalhar em outro projeto do mesmo criador do "Bom Dia, Verônica", desta vez para outra plataforma. Por razões que estão bombando no Twitter, o projeto por ora paralisou. Aliás, quem quiser virar meu amigo lá, o perfil é abaetefelipe.
A nota é com vocês! Espero que curtam a série e inté a próxima tour!
Acabei de ver o quinto episódio de Westworld e tenho que dizer: OBRA-PRIMA! Deus, obrigado por me fazer existir no mesmo universo que esta série. Se Deus não existe, obrigado aleatoriedade dos fatos. Se eu estiver dominado por alguma uma inteligência artificial, obrigado também! Eu amo tanto Westworld que poderia passar a vida inteira falando sobre ela. Dá um aperto quando recomendo esta fúria em forma de obra de arte e meus amigos não assistem. Sinto que me reconfiguro todinho quando termino um episódio, ela explode muito a noção da nossa realidade.
É boa? É. Poderia ser um filme de 2h30 ou uma minissérie com três episódios? Poderia. O final é chocante como a maioria fala? Aí vai depender de quanto audiovisual você já consumiu.
O que mais me atraiu foi a analogia relacionada ao que nós mesmos fazemos ao separar a vida pessoal do corporativismo. Vivemos duas vidas, sem querer uni-las. Ruptura (Severance) é uma boa obra que leva uma pompa digna de autocrítica.
Ps: levei dois meses pra conseguir completar os nove episódios. Descansei, meditei, dei um tempo, retomei e foi difícil. Boa sorte pra quem for engrenar. Pra mim, Ruptura não valeu essa experiência toda que tanto falam.
Enfim, cheguei novamente na segunda temporada. A história de amor (?) entre Dolores e Teddy é surreal de boa. Ao perceber que seu amado é ingênuo e incapaz de enfrentar a guerra que ela propõe, prefere "sacrificá-lo" a ter que lidar com a dificuldade de ver nos olhos dele o que ela se tornou. O diálogo do quinto episódio em que ela pergunta pro Teddy o que ele faria para erradicar uma doença que propaga através de insetos voadores e infecta o gado, e ele dá uma resposta completamente inesperada ao que ela sugere fazer, ou que o pai dela fez, é o presságio do que a personagem se tornará. Parece ódio, vingança, mas aos olhos dela também pode ser considerado justiça. Pesado! Que série, QUE SÉRIE!
A metalinguagem e a alegoria de que somos manipulados por Deus assim como os robôs são por nós (criadores) em Westworld é de tirar o chapéu. A relação das crenças e da pergunta "somos mesmos donos da nossa história?" é formidável! Chega mais, quarta temporada!
Terminei Undone e... quanta magia o audiovisual pode nos proporcionar, fazer refletir sobre quem somos e o que estamos fazendo neste pequeno circuito do tempo chamado VIDA! Esta série é bela como a fé que nos faz ter forças, é poderosa como a esperança que nos faz ter paz.
Um problema desses intervalos entre temporadas é que traz a possibilidade da gente esquecer muita coisa que se passou. "É só assistir tudo de novo, oras!". Quando alguém diz isso, se tratando de The Handmaid's Tale, está garantindo que pouco conhece sobre o que se trata esta série e de como ela nos deixa depois de cada episódio. Eu gostaria de saber se mais alguém que está acompanhando a nova temporada ficou insensível para os acontecimentos e até de certa forma indiferente com as personagens. Pode ser que, pela própria tristeza que tomamos nestes últimos meses, ficamos com o olhar um pouco mais perverso, de alguém que tomou bastante porrada e agora chora porque até mesmo as pessoas que amamos ficaram distantes de nós. É quase como não conhecer mais o mundo que vivemos. Há beleza na mentira, na subordinação. Há leveza no desrespeito, no desumano cotidiano, um flerte com o inadmissível. E quando a morte chega, o baque vem! Uma outra teoria é que talvez acostumamos a ver sofrimento no decorrer das temporadas, e isso nos faz perder a esperança. O famoso normalizar o que não se deve jamais ser normalizado. Ao final do terceiro episódio, The Handmaid's Tale me lembrou que podemos pensar diferente, agir diferente e acreditar em coisas diferentes, mas jamais devemos permitir que o outro dite sobre quem somos. Que a esperança esteja sempre presente para que não nos tornemos como Gilead: insensíveis, apáticos, mesquinhos e corrompidos pela a ideia de que somos melhores que os outros. Eu comecei a ver pela distopia e agora tudo que eu espero é que estes personagens encontrem paz, pra eu também me sentir em paz. Que a liberdade, em todos os seus sentidos, seja o final feliz: na realidade ou na ficção.
Damon Lindelof, em uma entrevista, se disse empolgado com os rumos que tomaria a série após o término da terceira temporada. Isso porque a emissora tinha colocado finalmente um prazo para o encerramento de Lost e os showrunners poderiam seguir a caminho da linha de chegada. A lei de Murphy veio como um monstro da fumaça e os roteiristas entraram em greve nos EUA prejudicando o show. Esta temporada parece muito desconectada com o enredo que estavam criando. Grupos andando de um lado para o outro num eterno enrolation e desvio de conduta de personagens em relação à personalidade que fora lapidada ao longo dos últimos três anos são apenas alguns dos enormes defeitos da quarta temporada. É bem difícil chegar ao final a esta que me parece um filler. Há uma teoria do "pulo do tubarão" que significa "o momento específico em que se perdeu o controle de uma série; uma sensação de que a série já não é mais aquela, mesmo que a gente ainda não tenha parado pra se perguntar o porquê. Ambas as coisas levam à mesma ideia: a série já deu o que tinha que dar."
A caminho da quinta temporada na esperança de que Lost tenha voltado aos trilhos depois de uma enorme turbulência. Porque eu não aguentei o insuportável do Jack por mais de oitenta episódios pra chegar nisso!
PS: Grey's Anatomy (quarta temporada) e Heroes foram algumas das séries que tiveram roteiros sofríveis por conta da greve dos roteiristas. Breaking Bad, por outro lado, se salvou ao decidirem diminuir a quantidade de episódios ao invés de encherem linguiça - isso poupou a vida do personagem Hank que morreria no final da primeira temporada.
PS2: Sempre é bom lembrar a quem interessar que Damon Lindelof, co-criador de Lost, deu vida a duas obras-primas anos mais tarde: The Leftovers e Watchmen, ambas da HBO. Coisa de outro nível!!!!
Se você está chegando aqui agora e não conhece Damon Lindelof, showrunner de Lost, aconselho você dar uma espiada em outros dois trabalhos dele que são o suprassumo do audiovisual:
The Leftovers - série curtinha de três temporadas (que envolve questões filosóficas e fé, muitas vezes abordadas pelo personagem Locke).
Me perguntando se quando os roteiristas escreveram a série criaram um protagonista insuportável pra que a gente pudesse suportar todo o resto. Jack só é relevante porque é o único médico na ilha, do contrário certeza que no primeiro chilique já teriam amarrado esse embuste numa árvore e aplicado um sossega desavisado.
- Você não sabia que Ritchie era gay? - Está insinuando ser problema? Pareceu-me surpresa por eu não saber do meu filho. - Deixe-me esclarecer. Se não sabia que ele era gay todos esses anos, o que via? É a mãe dele, deveria pensar nele dia e noite. Então, que merda estava fazendo?
It's A Sin narra a história de jovens que se distanciam de seus familiares para se permitirem e se conhecerem, uma vez que não encontram apoio para descobrirem mais sobre eles mesmos dentro de casa. Jovens que recém abandonaram suas áureas de criança e passam a vida adulta contando histórias que seus pais nunca conhecerão por vergonha do que eles se tornaram. Não saberão quem são seus filhos, seus amigos e o que fazem para serem felizes. A minissérie de cinco episódios se passa na década de oitenta, época que se descobre uma doença que anda de mãos dadas com o preconceito: a aids. É possível compreender ao término a tolice que nos tornamos ao abrirmos o peito para os julgamentos e virarmos as costas para aqueles que amamos. O quanto se perde por não desfrutar do amor genuíno é o que se ganha por se afastar, se desfazer, diluir. Depois que a morte nos aborda só há o consolo, a culpa e o arrependimento. Pessoas não são heterossexuais ou homossexuais; aliás existe um mundo além disso. Pessoas são pedacinhos de sonhos, angústias, alegrias e tristezas. Um caminho enorme de passos curtos e longos que se transformam no que conhecemos como vida.
A série ultrapassa a elegância. As entrelinhas que dialoga com o espectador questionando os interesses em acompanhar a história da rainha é sutil e mordaz. A real intenção é te fisgar. E no quinto episódio o espectador é definitivamente hipnotizado com um texto aparentemente singelo, no entanto devastador. A relação entre a tradição e renúncias causa um impacto tremendo no telespectador. Estou arrepiado!
"Quem quer transparência quando se pode ter magia? Quem quer prosa quando se pode ter poesia? Se afastarmos o véu, o que resta? Uma mulher comum, de habilidades modestas e pouca imaginação. Mas se ungi-la com óleo, o que você tem? Uma deusa!
- E pensar que você recusou isso tudo: a oportunidade de ser um deus. - Eu recusei por uma coisa ainda maior. - Por amor."
I May Destroy You
4.5 277 Assista AgoraA HBO é muito corajosa por trazer histórias originais por vezes carregadas de traumas e tabus. I MAY DESTROY YOU é impecável no que propõe. Extremamente elaborada, nos machuca, faz refletir e algumas vezes, pq não, sorrir. Uma obra que fica na cabeça depois que tudo passa.
Bebê Rena
4.1 500 Assista AgoraParei, dei uma respirada e mesmo sem terminar, vim aqui.
O quarto episódio é pesadíssimo!
Há um aviso no início do episódio que coisas horríveis irão acontecer. Mas não há preparo emocional que nos evite abalar com a história contada. Aterrorizante o ser humano! Cara, isso foi real?
Quando acabou eu desabei.
Invencível (2ª Temporada)
3.8 81 Assista AgoraA segunda temporada de Invencível termina instável. Numa montanha-russa de subtramas, faltou consistência de um enredo principal. Mesmo assim, Mark continua sendo o personagem mais empático já apresentado em uma animação de super herói, talvez atrás apenas do Aranhaverso.
Succession (4ª Temporada)
4.5 219 Assista AgoraSPOILERS!!
Eu tinha me afeiçoado pelo carisma tóxico desta família corrosiva. Mas se tratando de roteiro, foi uma das coisas mais bem escritas na atualidade, um desfecho perverso para TODOS os personagens, incluindo praqueles que acham que venceram.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraSOBRE A NATUREZA DA LUZ DO DIA
Eu simplesmente fico extasiado quando um filme ou série me deixa travado no sofá enquanto os créditos sobem. Ouvi de um professor que há dois tipos de pessoas que consomem audiovisual: aquelas que buscam na arte a dor e sofrimento pra poderem se apegar às memórias que não existem dentro delas e evoluírem como seres humanos, e aquelas que ocupam suas mentes com filmes e séries pra esquecerem da difícil realidade que se habita ou abafar a própria dor. A HBO sempre foi uma das melhores companheiras pra me dar, vez ou outra, cochichos como: olha, seu verme que diz saber sobre tudo e todos, olha aqui o que vou te mostrar ou lembrar!
Ela também tem desses episódios especiais que surgem durante a temporada e destoam de toda trama que ela conta, seja pelo roteiro, pela direção, ou ambos.
THE LAST OF US foi o último jogo de videogame que me envolvi até meu Playstation dizer adeus e eu nunca mais gastar aquele precioso tempo vivendo aventuras com um controle na mão. Em 2013 eu só tinha uma coisa na cabeça: preciso comprar este jogo que irão lançar. Sim, eu fui o primeiro a entrar no shopping aquele dia, eu fui o primeiro comprador naquela loja e minutos depois estava sentado em frente à TV experimentando algo que jamais tinha presenciado. Em 10 minutos de jogo eu tive que parar pra me recompor. Eu chorava sozinho na sala e não eram poucas lágrimas.
2023, estreia da série que adapta um dos meus jogos favoritos. A trama pós apocalíptica pode parecer bem batida, mas quando narrada com sutilezas torna-se arte. A gente tem dessas coisas de gostar de filme de zumbi, tiro, duendes e mágicos, né? Mas no fim, em qualquer destes universos, o que aproxima nosso coração ao que está na tela é exatamente a sensibilidade humana, os defeitos, devaneios e paixões. No terceiro episódio de The Last Of Us, o último exibido até agora, os roteiristas abandonam os protagonistas que tentam sobreviver à manifestação de um fungo que transforma homens em seres monstruosos pra contar a história de um homem que, em meio ao caos do fim do mundo (literalmente a história é sobre o fim da humanidade, ou quase isso), tenta sobreviver contra outra coisa. Sendo o último vivo da sua cidade, por anos convive com solidão.
De repente um outro cara surge e...
- O que foi?
- Eu não sentia medo antes de você surgir.
Há várias formas de falar sobre o amor. The Last of Us triunfa ao narrar sobre escolhas que não só dizem quem somos, como também revelam consequências que interferem na nossa vida para todo o sempre. Entre um intervalo e outro desta narrativa que reflete muito sobre a nossa vida, a gente fica imerso ao ver como é possível ainda haver amor em meio à tragédias, pandemias, e tudo que parece nos fazer ruir. Dois homens, então, passam seus próximos anos se amando. De todas as possibilidades eles escolhem ser felizes.
"É cuidando das coisas que demonstramos amor."
O episódio menos desastroso, no sentido apocalíptico, é até agora o mais triste. Porque em meio às infinitas possibilidades de morrer, nada pior que saber que, de uma maneira ou outra, iremos morrer. Às vezes até tomar validação desta verdade pode ser menos dolorosa que ter que aceitar que quem amamos um dia vai partir, mesmo tendo feito de tudo para protegê-las. The Last of Us tem sido uma experiência difícil e necessária! Esplêndido!
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 788 Assista AgoraÉ isso que acontece quando se tem muito dinheiro e nenhum potencial.
Frustrante quando você precisa lidar com o sentido de que, ou aceita as condições dos termos de serviço ou abandona o barco. Espero de todo meu coração que os showrunners avaliem o resultado com desejo de repararem os erros cometidos nesta temporada.
Li em algum lugar que William Faulkner, quando recebeu o Nobel de literatura, disse que o conflito humano dentro de si é a única coisa que vale a pena se escrever sobre. Isso vale para o audiovisual. Somos tocados por emoções. Um roteiro onde pessoas trafegam de um ponto ao outro não se sustenta. Não estamos aguardando uma jornada, queremos aventura!
A Casa do Dragão (1ª Temporada)
4.1 711 Assista AgoraAgora entendo este enorme prelúdio que acontece em House Of The Dragon e a decisão da HBO de contar a trajetória destes personagens bem antes da Dança dos Dragões.
Viserys foi um rei honrado e sua morte dará início a uma sucessão de calamidades!
O SHOW finalmente vai começar!
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 788 Assista AgoraCom tristeza e pesar nas palavras: flopou.
Bom Dia, Verônica (2ª Temporada)
3.8 258 Assista AgoraPela primeira vez no Filmow resolvi fazer algo diferente. Habitualmente coloco minhas impressões sobre um determinado filme/série. Como estive envolvido diretamente no "Bom Dia, Verônica", resolvi postar algumas curiosidades sobre o meu departamento no projeto.
Pra quem não sabe, o produtor de locação e assistentes são responsáveis por encontrar o lugar pra que o cenário imaginado pelo roteirista/diretor se torne real. Costumo falar que somos responsáveis por encontrar "O local sagrado", o santo Graal da direção de arte rs
O Produtor de Frente é responsável por dialogar com todos os civis da região, preparando o terreno antes da equipe chegar pra filmar. Casos que dariam uma série a parte. Imagina, por exemplo, quando uma equipe vai filmar numa favela dominada pelo... bem, acho que deu pra entender. Estes são os departamentos onde atuo na série, então vamos lá:
A sequência de perseguição do primeiro episódio da segunda temporada foi uma das mais complexas em termo de logística. Filmada em Copacabana em 2 diárias num final de semana, imagina pra nós "dominarmos" o cenário pra que não dê nada errado. Copacabana é, tipo, um dos lugares mais visitados do Brasil!
A casa do personagem Matias foi recentemente comprada por um jogador muuuito famoso de um time brasileiro. Por essa razão, dificilmente veremos ela novamente tão cedo em alguma grande produção audiovisual (a não ser que ele queira né? rs).
Outra casa da série ficava ao lado da residência de uma atriz que foi contratada pra ser a antagonista da nova produção do Raphael Montes, criador do "Bom Dia, Verônica".
Vez e outra ela aparecia na varanda para cumprimentar os colegas de profissão.
Finalizava minha participação no filme do Eike Batista quando fui chamado pro "Bom Dia, Veronica" e foi uma loucura; não tinha assistido a primeira temporada e tinha que devorar os roteiros pra produzir. Quando terminei de ver o primeiro episódio, liguei pra Chris, que me convidou pro job, e só consegui dizer: MEU DEUS!
Recentemente fui convocado para trabalhar em outro projeto do mesmo criador do "Bom Dia, Verônica", desta vez para outra plataforma. Por razões que estão bombando no Twitter, o projeto por ora paralisou. Aliás, quem quiser virar meu amigo lá, o perfil é abaetefelipe.
A nota é com vocês!
Espero que curtam a série e inté a próxima tour!
Westworld (4ª Temporada)
3.6 123Acabei de ver o quinto episódio de Westworld e tenho que dizer: OBRA-PRIMA! Deus, obrigado por me fazer existir no mesmo universo que esta série. Se Deus não existe, obrigado aleatoriedade dos fatos. Se eu estiver dominado por alguma uma inteligência artificial, obrigado também! Eu amo tanto Westworld que poderia passar a vida inteira falando sobre ela. Dá um aperto quando recomendo esta fúria em forma de obra de arte e meus amigos não assistem. Sinto que me reconfiguro todinho quando termino um episódio, ela explode muito a noção da nossa realidade.
Você já questionou a natureza da sua realidade?
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 749 Assista AgoraÉ boa? É. Poderia ser um filme de 2h30 ou uma minissérie com três episódios? Poderia. O final é chocante como a maioria fala? Aí vai depender de quanto audiovisual você já consumiu.
O que mais me atraiu foi a analogia relacionada ao que nós mesmos fazemos ao separar a vida pessoal do corporativismo. Vivemos duas vidas, sem querer uni-las. Ruptura (Severance) é uma boa obra que leva uma pompa digna de autocrítica.
Ps: levei dois meses pra conseguir completar os nove episódios. Descansei, meditei, dei um tempo, retomei e foi difícil. Boa sorte pra quem for engrenar. Pra mim, Ruptura não valeu essa experiência toda que tanto falam.
Westworld (2ª Temporada)
4.2 491SPOILERS DO QUINTO EPISÓDIO ABAIXO:
Enfim, cheguei novamente na segunda temporada. A história de amor (?) entre Dolores e Teddy é surreal de boa. Ao perceber que seu amado é ingênuo e incapaz de enfrentar a guerra que ela propõe, prefere "sacrificá-lo" a ter que lidar com a dificuldade de ver nos olhos dele o que ela se tornou. O diálogo do quinto episódio em que ela pergunta pro Teddy o que ele faria para erradicar uma doença que propaga através de insetos voadores e infecta o gado, e ele dá uma resposta completamente inesperada ao que ela sugere fazer, ou que o pai dela fez, é o presságio do que a personagem se tornará. Parece ódio, vingança, mas aos olhos dela também pode ser considerado justiça. Pesado! Que série, QUE SÉRIE!
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KA metalinguagem e a alegoria de que somos manipulados por Deus assim como os robôs são por nós (criadores) em Westworld é de tirar o chapéu. A relação das crenças e da pergunta "somos mesmos donos da nossa história?" é formidável! Chega mais, quarta temporada!
Undone (2ª Temporada)
4.4 45Terminei Undone e... quanta magia o audiovisual pode nos proporcionar, fazer refletir sobre quem somos e o que estamos fazendo neste pequeno circuito do tempo chamado VIDA! Esta série é bela como a fé que nos faz ter forças, é poderosa como a esperança que nos faz ter paz.
Succession (1ª Temporada)
4.2 261Acho tão errado gostar de Succession, porque você torce pras pessoas mais odiosas do mundo, ao mesmo tempo que quer que elas se fodam.
Succession (2ª Temporada)
4.5 228 Assista AgoraNão importa quantas vezes eu assista a cena final, ela me arrepia de bambear as pernas! Tem tudo pra se tornar uma das melhores séries da atualidade!
It's Always Sunny in Philadelphia (1ª Temporada)
4.2 70Você gosta desta série porque de alguma forma se identifica com os personagens, ou porque ridiculariza pessoas estúpidas que se acham incríveis.
O Conto da Aia (4ª Temporada)
4.3 428 Assista AgoraUm problema desses intervalos entre temporadas é que traz a possibilidade da gente esquecer muita coisa que se passou. "É só assistir tudo de novo, oras!". Quando alguém diz isso, se tratando de The Handmaid's Tale, está garantindo que pouco conhece sobre o que se trata esta série e de como ela nos deixa depois de cada episódio. Eu gostaria de saber se mais alguém que está acompanhando a nova temporada ficou insensível para os acontecimentos e até de certa forma indiferente com as personagens. Pode ser que, pela própria tristeza que tomamos nestes últimos meses, ficamos com o olhar um pouco mais perverso, de alguém que tomou bastante porrada e agora chora porque até mesmo as pessoas que amamos ficaram distantes de nós. É quase como não conhecer mais o mundo que vivemos. Há beleza na mentira, na subordinação. Há leveza no desrespeito, no desumano cotidiano, um flerte com o inadmissível. E quando a morte chega, o baque vem! Uma outra teoria é que talvez acostumamos a ver sofrimento no decorrer das temporadas, e isso nos faz perder a esperança. O famoso normalizar o que não se deve jamais ser normalizado.
Ao final do terceiro episódio, The Handmaid's Tale me lembrou que podemos pensar diferente, agir diferente e acreditar em coisas diferentes, mas jamais devemos permitir que o outro dite sobre quem somos. Que a esperança esteja sempre presente para que não nos tornemos como Gilead: insensíveis, apáticos, mesquinhos e corrompidos pela a ideia de que somos melhores que os outros. Eu comecei a ver pela distopia e agora tudo que eu espero é que estes personagens encontrem paz, pra eu também me sentir em paz. Que a liberdade, em todos os seus sentidos, seja o final feliz: na realidade ou na ficção.
Lost (4ª Temporada)
4.2 329 Assista AgoraDamon Lindelof, em uma entrevista, se disse empolgado com os rumos que tomaria a série após o término da terceira temporada. Isso porque a emissora tinha colocado finalmente um prazo para o encerramento de Lost e os showrunners poderiam seguir a caminho da linha de chegada. A lei de Murphy veio como um monstro da fumaça e os roteiristas entraram em greve nos EUA prejudicando o show. Esta temporada parece muito desconectada com o enredo que estavam criando. Grupos andando de um lado para o outro num eterno enrolation e desvio de conduta de personagens em relação à personalidade que fora lapidada ao longo dos últimos três anos são apenas alguns dos enormes defeitos da quarta temporada. É bem difícil chegar ao final a esta que me parece um filler. Há uma teoria do "pulo do tubarão" que significa "o momento específico em que se perdeu o controle de uma série; uma sensação de que a série já não é mais aquela, mesmo que a gente ainda não tenha parado pra se perguntar o porquê. Ambas as coisas levam à mesma ideia: a série já deu o que tinha que dar."
A caminho da quinta temporada na esperança de que Lost tenha voltado aos trilhos depois de uma enorme turbulência. Porque eu não aguentei o insuportável do Jack por mais de oitenta episódios pra chegar nisso!
PS: Grey's Anatomy (quarta temporada) e Heroes foram algumas das séries que tiveram roteiros sofríveis por conta da greve dos roteiristas. Breaking Bad, por outro lado, se salvou ao decidirem diminuir a quantidade de episódios ao invés de encherem linguiça - isso poupou a vida do personagem Hank que morreria no final da primeira temporada.
PS2: Sempre é bom lembrar a quem interessar que Damon Lindelof, co-criador de Lost, deu vida a duas obras-primas anos mais tarde: The Leftovers e Watchmen, ambas da HBO. Coisa de outro nível!!!!
Lost (3ª Temporada)
4.3 387 Assista AgoraA última cena desta temporada é SEM SOMBRA DE DÚVIDA um dos maiores plot twist da história do audiovisual!!!
Lost (1ª Temporada)
4.5 773 Assista AgoraSe você está chegando aqui agora e não conhece Damon Lindelof, showrunner de Lost, aconselho você dar uma espiada em outros dois trabalhos dele que são o suprassumo do audiovisual:
The Leftovers - série curtinha de três temporadas (que envolve questões filosóficas e fé, muitas vezes abordadas pelo personagem Locke).
Watchmen - minissérie exibida em 2019
Disponíveis na HBO GO
Lost (2ª Temporada)
4.4 377 Assista AgoraMe perguntando se quando os roteiristas escreveram a série criaram um protagonista insuportável pra que a gente pudesse suportar todo o resto. Jack só é relevante porque é o único médico na ilha, do contrário certeza que no primeiro chilique já teriam amarrado esse embuste numa árvore e aplicado um sossega desavisado.
It's a Sin
4.4 101 Assista Agora- Você não sabia que Ritchie era gay?
- Está insinuando ser problema? Pareceu-me surpresa por eu não saber do meu filho.
- Deixe-me esclarecer. Se não sabia que ele era gay todos esses anos, o que via? É a mãe dele, deveria pensar nele dia e noite. Então, que merda estava fazendo?
It's A Sin narra a história de jovens que se distanciam de seus familiares para se permitirem e se conhecerem, uma vez que não encontram apoio para descobrirem mais sobre eles mesmos dentro de casa. Jovens que recém abandonaram suas áureas de criança e passam a vida adulta contando histórias que seus pais nunca conhecerão por vergonha do que eles se tornaram. Não saberão quem são seus filhos, seus amigos e o que fazem para serem felizes.
A minissérie de cinco episódios se passa na década de oitenta, época que se descobre uma doença que anda de mãos dadas com o preconceito: a aids.
É possível compreender ao término a tolice que nos tornamos ao abrirmos o peito para os julgamentos e virarmos as costas para aqueles que amamos.
O quanto se perde por não desfrutar do amor genuíno é o que se ganha por se afastar, se desfazer, diluir.
Depois que a morte nos aborda só há o consolo, a culpa e o arrependimento. Pessoas não são heterossexuais ou homossexuais; aliás existe um mundo além disso. Pessoas são pedacinhos de sonhos, angústias, alegrias e tristezas. Um caminho enorme de passos curtos e longos que se transformam no que conhecemos como vida.
The Crown (1ª Temporada)
4.5 389 Assista AgoraA série ultrapassa a elegância. As entrelinhas que dialoga com o espectador questionando os interesses em acompanhar a história da rainha é sutil e mordaz. A real intenção é te fisgar. E no quinto episódio o espectador é definitivamente hipnotizado com um texto aparentemente singelo, no entanto devastador. A relação entre a tradição e renúncias causa um impacto tremendo no telespectador. Estou arrepiado!
"Quem quer transparência quando se pode ter magia? Quem quer prosa quando se pode ter poesia? Se afastarmos o véu, o que resta? Uma mulher comum, de habilidades modestas e pouca imaginação. Mas se ungi-la com óleo, o que você tem? Uma deusa!
- E pensar que você recusou isso tudo: a oportunidade de ser um deus.
- Eu recusei por uma coisa ainda maior.
- Por amor."
Peter Morgan, aqui você ganhou meu coração!