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Últimas opiniões enviadas

  • Felipe

    “Pânico 2” se destaca como uma das raras continuações que não apenas compreendem o sucesso do original, mas o expandem com inventividade, inteligência e um senso de autocrítica afiado. Wes Craven, ao lado do roteirista Kevin Williamson, evita a armadilha da repetição e usa a própria ideia de “sequência” como tema central da narrativa. Assim como “Pânico” revolucionou os slashers ao expor seus clichês com sarcasmo e autoconsciência, “Pânico 2” faz o mesmo com as regras das continuações, discutindo-as com metalinguagem afiada sem perder o senso de diversão. O resultado é um filme que, mesmo décadas depois, ainda soa atual, criativo e relevante, por saber rir de si mesmo enquanto mantém o espectador tenso e engajado.

    A trama acompanha os sobreviventes de Woodsboro em um novo cenário: a universidade. Sidney Prescott, interpretada por uma Neve Campbell mais introspectiva, tenta seguir em frente após os eventos traumáticos do primeiro filme, mas logo se vê novamente cercada por mortes e perseguições. Seu arco é especialmente bem construído, revelando uma protagonista menos reativa e mais determinada a retomar o controle de sua vida – algo refletido em cenas simbólicas, como sua participação em uma peça teatral onde realidade e ficção colidem. Wes Craven explora esse conflito com maestria visual, criando sequências de tensão extrema como a fuga no carro batido ou a perseguição de Gale (Courteney Cox) no estúdio de som, ambas marcadas por escolhas de direção elegantes e um uso impecável do som e da trilha.

    O elenco de apoio é um dos pontos fortes do filme, com novos personagens que realmente contribuem para o suspense e a dinâmica narrativa. Timothy Olyphant entrega um Mickey carismático e perturbador, enquanto Liev Schreiber se destaca como o ambíguo Cotton Weary, cuja instabilidade moral o torna um constante suspeito. Até participações breves, como a de Sarah Michelle Gellar, têm impacto e ajudam a estabelecer a sensação de imprevisibilidade. A inclusão do filme fictício “Stab”, que recria os eventos de “Pânico”, é mais do que um recurso metalinguístico divertido – é um comentário sobre a espetacularização da violência e da fama, além de permitir à franquia rir de si mesma sem perder o tom sombrio e ameaçador. Alerta de spoilers a seguir: o clímax é ousado e bem construído, revelando que Mickey não atuava sozinho. A entrada de Laurie Metcalf como Debbie Salt – na verdade, a Sra. Loomis, mãe do assassino Billy – traz um peso emocional inesperado. Sua atuação beira o exagero, mas sem cair no ridículo, e seu motivo, por mais melodramático que pareça, funciona como crítica à repetição traumática da violência.

    “Pânico 2” transforma o conceito de sequência em algo vivo, que interage com o público e com a cultura pop ao seu redor. Não é só uma continuação eficaz, mas uma reflexão profunda sobre como o horror é consumido, reciclado e perpetuado – e poucas franquias conseguem ser tão inteligentes, afiadas e autoconscientes sem perder o impacto emocional e visceral.

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  • Felipe

    “Premonição 6: Laços de Sangue” marca um retorno surpreendentemente inspirado de uma das franquias de terror mais icônicas do cinema. Ao invés de se acomodar em fórmulas repetidas ou depender exclusivamente de nostalgia, o novo capítulo compreende o espírito original da série: um misto de tensão absurda, fatalismo e gore quase cômico, e o renova com criatividade e um roteiro engenhoso. A história parte de um ponto familiar, mas logo torce as regras conhecidas, subvertendo expectativas e oferecendo uma das experiências mais pulsantes e viscerais do terror recente, sem nunca trair o DNA que fez de “Premonição” um fenômeno.

    No centro da narrativa está Stefani (Kaitlyn Santa Juana), uma jovem universitária que começa a ter pesadelos com um desastre ocorrido nos anos 60, envolvendo sua avó (Brec Bassinger). A grande sacada do roteiro é transformar a clássica “premonição” em um trauma intergeracional, como se a Morte estivesse retomando um plano interrompido décadas antes. Esse elo entre passado e presente oferece um ineditismo emocional à franquia, tornando a luta de Stefani contra o destino não apenas urgente, mas trágica. Com inteligência, o filme reposiciona eventos anteriores da saga como consequências diretas de um acidente do passado – o colapso do restaurante Skyview – criando uma linha do tempo coerente e inesperadamente coesa.

    Claro que, como todo bom “Premonição”, o que mais atrai o público são as mortes, e “Laços de Sangue” não decepciona nesse aspecto, pelo contrário, eleva o padrão. A sequência inicial no restaurante é um espetáculo de horror cênico, com a direção de Adam B. Stein e Zach Lipovsky conduzindo o caos com precisão coreográfica: cada detalhe contribui para um clímax hipnotizante, brutal e visualmente memorável. Mas o nível de tensão não para aí; cenas como a da ressonância magnética, com sua construção de suspense milimétrica, já entram para a história da franquia como momentos de puro pavor e engenhosidade. Até acidentes menores – envolvendo piercings ou coleta de lixo – ganham uma inventividade macabra que mantém o espectador sempre alerta.

    Tecnicamente, o longa impressiona. A direção é firme, o design de som é crucial para o impacto das armadilhas, e os efeitos práticos se misturam aos digitais com fluidez convincente. Kaitlyn Santa Juana conduz bem o centro emocional da trama, trazendo profundidade à protagonista. E o retorno de Tony Todd, em sua última participação como William Bludworth, é contido, mas simbólico – uma despedida à altura de sua figura enigmática. “Premonição 6: Laços de Sangue” prova que terror comercial pode ser inteligente, coeso e surpreendente, mantendo viva uma mitologia que, longe de esgotada, mostra-se mais afiada e implacável do que nunca. Se esta é a nova fase da franquia, ela começa com o pé fincado no acelerador – e a Morte, como sempre, logo alcança.

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  • Felipe

    “Karate Kid: Lendas” tenta reviver a magia da franquia original ao mesclar tradição e renovação, mas acaba se perdendo em uma narrativa estruturalmente desequilibrada. O filme oscila entre momentos de leveza e passagens dispersas, sem conseguir definir com clareza qual história quer realmente contar. Embora a premissa inicial prometa algo mais “pé no chão”, com Li Fong (Ben Wang) enfrentando dificuldades reais em Nova York e uma subtrama envolvendo lutas clandestinas, o roteiro rapidamente abandona essas possibilidades em favor de uma jornada convencional de superação e torneio, que surge tarde demais para gerar o impacto necessário.

    Ben Wang se destaca como protagonista, imprimindo carisma e autenticidade ao jovem Li Fong. Sua química com Sadie Stanley, que interpreta Mia, funciona bem dentro do tom juvenil da produção. No entanto, a trama sofre ao introduzir os pesos pesados da franquia original tardiamente: Jackie Chan, como Sr. Han, e Ralph Macchio, como Daniel LaRusso, só aparecem de fato quando boa parte do filme já se passou. Isso faz com que suas participações, embora simpáticas e bem executadas, soem mais como fan service do que elementos integrados à história. As interações entre Chan e Macchio têm um charme particular, mas representam apenas um breve alívio num roteiro que ainda busca sua identidade até o final.

    Visualmente, o longa é competente, com direção segura e sequências de luta filmadas com clareza, ainda que pouco inventivas. A trilha sonora contribui para o clima jovem e leve, mesmo que careça de faixas memoráveis. O maior problema está no ritmo: a primeira metade e a segunda parecem pertencer a filmes diferentes, e a transição entre esses dois tons nunca é fluida. A sensação é de que o longa engata apenas quando já é tarde, o que compromete o envolvimento emocional e dilui qualquer senso de progressão dramática.

    Apesar de seu desfecho previsível – com Li enfrentando o antagonista em um torneio – “Karate Kid: Lendas” falha em criar tensão real ou desenvolver conflitos de forma mais profunda. O vilão é raso, os desafios são apressados e as conquistas emocionais do protagonista carecem de peso. O filme funciona melhor como um passatempo leve do que como uma nova pedra angular da franquia. Ele diverte pontualmente graças ao carisma de seu elenco, mas está longe de justificar o título grandioso que carrega. Para quem esperava um renascimento memorável da saga, a promessa das “Lendas” acaba não se cumprindo.

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  • Rodrigo Santos
    Rodrigo Santos

    Oi Felipe, tudo bem?
    Poderia me dizer onde conseguir assistir a alguns dos curtas pré-selecionados ao Oscar deste ano, como Dovecote, The Compatriot, Edge of Space etc?
    Obrigado! :)

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • maíni brito
    maíni brito

    Poxa, obrigada pela recomendação :D vou dar uma olhada então, hehe. Aliás, vi que "The Book Of Life" (Festa No Céu) está na sua lista de " Quero Ver", e já adianto que é maravilhoso!! A ideia de vida e morte chega até a ser indolor de tão lindo e fácil de lidar que fizeram parecer. Amo o filme e recomendo forte pra quando tiver um tempo, Hahah.

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