Ao contrário da maioria dos comentários abaixo, gostei de tudo no filme.
Gostei de como a narrativa se inicia, com sua premissa singular e não histórica; gostei dos diálogos pretensamente filosóficos e reflexivos; gostei dos cortes abruptos e do abuso do primeiríssimo plano (especialmente facial); gostei da externalização dos pensamentos dos personagens; gostei de como não sabemos nada dos personagens; AMEI a iluminação e a trilha sonora; enfim, gostei de como ele é cru, precário e vil, oportunamente vil.
É um filme muito bem feito, do estilo típico do Spielberg, e aí é que mora o problema. A sensação que tenho com os filmes dele é que são quadrados demais, piegas demais, elementares demais — assistimos aos filmes quase sabendo o que vai acontecer, e o que acontece é exatamente aquilo que esperamos. Falta ousadia, ambição, pretensão — mesmo que dê errado, é bom ser surpreendido às vezes, seja na forma ou no conteúdo. Sinto como se o Spielberg estivesse na zona de conforto há uns 20 anos, desde Prenda-me se for capaz, último filme em que ele tenta algo de diferente.
Os Fabelmans é excelente quando se analisa o que o diretor se propõe a fazer. O problema é exatamente o que o diretor se propõe a fazer, o mesmo de sempre.
Como tentar sair de um ambiente que funciona como uma espiral negativa, impossibilitando que você saia dele, por mais que você queira e se esforce? Como cuidar de uma criança sendo um pai solteiro no meio de pessoas desequilibradas e problemáticas?
O que mais me impressionou foi o quão realista o filme consegue ser; e um dos aspectos que eu mais gostei é que o filme não é, em nenhum momento, panfletário. Não há discursos baratos e rasos; há apenas a realidade de uma família desestruturada, tão real quanto várias espalhadas pelo mundo. Raros os filmes hoje em dia que tratam dessa realidade sem serem panfletários, palestrinhas, políticos no sentido mais superficial do termo.
Achei bem ruim. O filme basicamente é uma mimese do primeiro longa, talvez com um visual um pouco mais apurado; todavia, a história basicamente é a mesma, acrescentando alguns detalhes para dar uma nova roupagem. Além disso, algumas escolhas no roteiro me pareceram bem forçadas.
Aquele ser tipo-baleia é um deus ex machina ambulante.
Senti que estava assistindo ao primeiro filme novamente, e, de forma geral, não creio que isso seja uma coisa boa quando se trata de sequências.
Ainda sobre a parte visual, quase todo o filme me pareceu com gráficos de videogame, especialmente nas cenas de ação ou com muitos movimentos. Quem joga videogame sabe mais ou menos como as cut-scenes são; o filme todo me pareceu um grande jogo visualmente. Em vários momentos fiquei imaginando que a qualquer hora apareceria a indicação de quais botões do controle deveríamos apertar, rs. Não sei se era problema da sala em que eu estava ou se era um problema na renderização do próprio do filme. Creio na segunda hipótese.
Ao contrário de mim, o público da sala me pareceu bem imerso no universo criado, tanto que deferiu aplausos e reações emocionadas duas vezes: uma na cena
Excelente documentário para ser assistido durante a Copa.
Como documentário é lugar-comum, mas traz uma baita motivação para o torcedor. Quem foi criança durante a campanha do Penta vai sentir um gostinho especial; vem as memórias, as lembranças, as comemorações com a família, acordar de madrugada, momentos mágicos...
A premissa é bem interessante, MAS tem que ter uma suspensão de descrença muito grande para apreciar o filme. As duas cenas no manicômio, em especial, não me desceram.
De longe, mas muito de longe mesmo, o mais fraco do Bresson que assisti.
Acho que a falta de P&B influenciou negativamente minha percepção. Foi o primeiro colorido dele que assisti e estranhei DEMAIS. "Pô, isso não é Bresson jamais".
Trilha sonora monumental. Intensificou ainda mais a sensação de sufocamento, opressão e desespero sentida por Diana e transportada para o espectador. Jonny Greenwood está de parabéns.
O enredo logo me remeteu ao sonho que Raskolnikov tem em Crime e Castigo.
Quanta dor. Quanta tristeza.
Há tempos não via um filme tão desolador assim, especialmente no que se refere ao ambiente e aos personagens per se. A desesperança e a amargura não vem das consequências das escolhas feitas pelos personagens; tampouco tem origem no sofrimento físico sofrido por Balthazar. É algo intrínseco ao filme, como se estivesse na água que os personagens bebessem.
O pai orgulhoso que, com tamanho orgulho, prefere assistir à ruína de sua família a se dar por vencido. A moça pura que está em um relacionamento abusivo, e, sem perceber, se deixa ser levada pelo ambiente. O belo rapaz, produto da juventude transviada, que encontra sentido na vida praticando maldades. O rico ganancioso que pensa que pode comprar as pessoas. O bêbado (assassino?) que faz da bebida seu prazer e sua ruína.
E, por fim, Balthazar, tão ascético e estóico quanto os personagens interpretados pelos atores dirigidos por Bresson. Uma alma pura, quase santa, dotada de Graça.
Afinal, quem somos nós perante à vida, perante Deus? Qual a nossa posição nesse mundo? Encarnamos para sofrer, como todos os personagens?
Questões que o filme jamais se propõe a responder, não obstante não se furta de provocá-las.
Não dá mais para termos adultos de 28 anos interpretando adolescentes. Ok que no filme o Ben Platt tá com cara de bebê; ok que ele é quem interpreta o Evan no musical; mas não dá, chega. Fica inverossímil e caricato.
Achei a atuação da Amy Adams muito, muito boa. Não é um papel muito difícil ou complexo, mas consegui sentir aquela mãe, de verdade. A forma como ela encontra uma nova razão de viver com a descoberta de que seu filho suicida tinha um "amigo" é bem tocante.
Filme estranho? DEMAIS. Mas há uma explicação para isso.
O filme foi todo editado e retalhado pelo estúdio. Originalmente, o filme foi escrito e gravado pensando em ser uma história de tons fortemente surrealistas, com a Ana de Armas como personagem principal e o Keanu apenas como um coadjuvante.
Entretanto, devido ao sucesso de John Wick, a Lionsgate editou todo o filme, deletando e cortando várias cenas, fazendo-o parecer um filme policial qualquer, centrado no personagem do Keanu. Por isso o filme é todo estranho e sem sentido, porque as coisas que dariam sentido ao enredo foram cortadas.
O diretor, Gee Malik Linton, que também foi o roteirista do filme, ficou tão puto com essa intervenção do estúdio que pediu para retirar o nome dele dos créditos da direção. Daí colocaram nos créditos o nome "Declan Dale", um nome inventado.
Alguns jornalistas assistiram à versão não editada pelo estúdio e disseram que é um filme bem melhor. Existe até um abaixo-assinado pedindo que a Lionsgate lance o filme original, sem edições. Caso alguém queira assinar, é só pesquisar "Tell Lionsgate to release the Daughter of God/Exposed director's cut".
Sou mais um que percebeu a semelhança entre Estrela Solitária e Paris, Texas, tanto na estética quanto no enredo. O mais curioso é que são mais de vinte anos de diferença de um filme para o outro.
Todavia, ao contrário dos outros comentários desta página, eu preferi Estrela Solitária. Não sei bem o porquê. Talvez porque Paris, Texas foi minha primeira experiência com o diretor e eu não sabia bem o que esperar, então fui pego de surpresa. Já em Estrela Solitária, fui assistir ao filme sabendo mais ou menos o que esperar, então consegui apreciar mais.
Gostei bastante. Não li o livro, mas penso que o Villeneuve conseguiu fazer um excelente filme com o material que tinha em mãos. Só senti falta de um tom mais existencialista e reflexivo como o dos outros filmes do diretor.
Ponto negativo: que atuação péssima do Timothée Chalamet. Totalmente inexpressivo, com a mesma expressão facial durante o filme todo. Me lembrou a Kirsten Stewart nos filmes de Crepúsculo.
Uma história tão forte, tão boa, tão potente ser contada dessa forma é realmente broxante.
A narrativa é totalmente pobre, comum, fria, linear e convencional, no pior sentido da palavra. Trata tudo de uma forma tão superficial que não permite gerar tanta empatia quanto poderia.
As três estrelas são unicamente pela história. E que história. Durante o filme aflora a indignação, a revolta, a raiva contra todas as injustiças — que muitas vezes são agravadas pelo próprio sistema que deveria proteger os mais desamparados. Após o filme, esses sentimentos dão vez à reflexão.
Não sei o que pensar sobre esse filme. Ao mesmo tempo que é MUITO ruim, é MUITO bom. Não lembro de ter sentido tamanha ambiguidade em relação a um filme antes.
É incrível o quanto esse filme foi inovador para sua época. Enredo, enquadramentos de câmera, iluminação, simbologia, atuação, a intervenção do criador na obra... certamente um dos grandes filmes da história.
A cena do Emil Jennings (que ator!) bêbado, com a visão turva se misturando com a música do lugar, com tudo se distorcendo, se transformando em alucinações e sonhos, é sensacional. Mais bem feita e sensorial que 99% das cenas semelhantes feitas nos dias de hoje.
A propósito, é inadmissível que um filme mediano como Nosferatu ganhe tanta atenção e um filme tão primoroso e moderno quanto A Última Gargalhada seja praticamente esquecido na contemporaneidade.
É costume lermos em críticas e comentários, aqui mesmo no Filmow, de que certo filme começa bem e vai piorando até chegar ao final.
Esse é um raro caso contrário: começa uma merda — o desenvolvimento inicial da história é mais clichê impossível, o CGI do começo é risível, os personagens são tão rasos quanto um pires — mas vai melhorando, especialmente a partir da metade, momento em que a história começa a ficar mais tensa e adquire certo tom de suspense. O melhor momento do filme se inicia a partir do momento em que a protagonista é baleada.
Pena que o final é muito pobre, com um gancho para uma continuação, que provavelmente nunca será filmada.
A propósito, o plot twist é bem previsível para quem assistiu
Pareceu-me demasiadamente pretensioso. É curioso que essa é sensação exatamente oposta que tenho dos demais filmes do David Fincher: são filmes excelentes sem serem pretensiosos.
Fotografia em p&b, bastidores da era de ouro do cinema, trilha sonora em jazz, discussões políticas, diálogos rebuscados recheados de ironias, frases de efeito e referências... tudo colabora para que o filme tenha essa aura de filme feito para premiações. Até aquelas marcas na tela para marcar as trocas de rolos de filme no cinema (as famosas bolinhas pretas do canto da tela) foram adicionadas.
Uma pena que tudo seja tão pouco cativante. É lindo, mas falta alma. Talvez seria melhor se fosse um filme mais convencional.
Antes de tudo, gostaria de deixar registrada minha indignação com a Imagem Filmes, distribuidora do filme no Brasil, por distribuir os filmes legendados em uma versão DUBLADA EM INGLÊS, sendo que o filme é falado em italiano. O propósito de assistir um filme legendado não é ouvir o filme em sua língua original? Então qual o sentido de legendar um filme dublado em outra língua? Se eu soubesse que a versão que está legendada nos cinemas é a versão dublada em inglês, eu teria escolhido assistir à versão dublada em português mesmo.
Quanto ao filme, é estranhamente sombrio, como se propõe a ser. Gostei que os personagens fantásticos são em sua maioria atores fantasiados/maquiados e não CGI; o excesso de computação gráfica dos filmes tem incomodado um pouco nos últimos tempos, então é bom voltar para esse estilo mais barroco de vez em quando. Outro destaque é a trilha sonora de Dario Marianelli.
O ponto negativo fica para o roteiro, que não flui bem. Acho que a história foi contada de forma muito apressada — apesar da sua longa duração — e as cenas poderiam ser mais desenvolvidas. Talvez a exclusão de algumas partes para o melhor desenvolvimento de outras seria o ideal.
Para os que cresceram nos anos 90/2000, o filme lembra muito mais aquele filme bizarro que passava na Sessão da Tarde (https://filmow.com/as-aventuras-de-pinocchio-t9305/) do que a versão eufemizada da Disney.
Medo e Desejo
2.9 93 Assista AgoraAo contrário da maioria dos comentários abaixo, gostei de tudo no filme.
Gostei de como a narrativa se inicia, com sua premissa singular e não histórica; gostei dos diálogos pretensamente filosóficos e reflexivos; gostei dos cortes abruptos e do abuso do primeiríssimo plano (especialmente facial); gostei da externalização dos pensamentos dos personagens; gostei de como não sabemos nada dos personagens; AMEI a iluminação e a trilha sonora; enfim, gostei de como ele é cru, precário e vil, oportunamente vil.
Queria até que fosse mais longo...
Os Fabelmans
4.0 389É um filme muito bem feito, do estilo típico do Spielberg, e aí é que mora o problema. A sensação que tenho com os filmes dele é que são quadrados demais, piegas demais, elementares demais — assistimos aos filmes quase sabendo o que vai acontecer, e o que acontece é exatamente aquilo que esperamos. Falta ousadia, ambição, pretensão — mesmo que dê errado, é bom ser surpreendido às vezes, seja na forma ou no conteúdo. Sinto como se o Spielberg estivesse na zona de conforto há uns 20 anos, desde Prenda-me se for capaz, último filme em que ele tenta algo de diferente.
Os Fabelmans é excelente quando se analisa o que o diretor se propõe a fazer. O problema é exatamente o que o diretor se propõe a fazer, o mesmo de sempre.
Sonhos Imperiais
3.5 63Como tentar sair de um ambiente que funciona como uma espiral negativa, impossibilitando que você saia dele, por mais que você queira e se esforce? Como cuidar de uma criança sendo um pai solteiro no meio de pessoas desequilibradas e problemáticas?
O que mais me impressionou foi o quão realista o filme consegue ser; e um dos aspectos que eu mais gostei é que o filme não é, em nenhum momento, panfletário. Não há discursos baratos e rasos; há apenas a realidade de uma família desestruturada, tão real quanto várias espalhadas pelo mundo. Raros os filmes hoje em dia que tratam dessa realidade sem serem panfletários, palestrinhas, políticos no sentido mais superficial do termo.
Por mais filmes como Sonhos Imperiais, por favor.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraAchei bem ruim. O filme basicamente é uma mimese do primeiro longa, talvez com um visual um pouco mais apurado; todavia, a história basicamente é a mesma, acrescentando alguns detalhes para dar uma nova roupagem. Além disso, algumas escolhas no roteiro me pareceram bem forçadas.
Aquele ser tipo-baleia é um deus ex machina ambulante.
Senti que estava assistindo ao primeiro filme novamente, e, de forma geral, não creio que isso seja uma coisa boa quando se trata de sequências.
Ainda sobre a parte visual, quase todo o filme me pareceu com gráficos de videogame, especialmente nas cenas de ação ou com muitos movimentos. Quem joga videogame sabe mais ou menos como as cut-scenes são; o filme todo me pareceu um grande jogo visualmente. Em vários momentos fiquei imaginando que a qualquer hora apareceria a indicação de quais botões do controle deveríamos apertar, rs. Não sei se era problema da sala em que eu estava ou se era um problema na renderização do próprio do filme. Creio na segunda hipótese.
Ao contrário de mim, o público da sala me pareceu bem imerso no universo criado, tanto que deferiu aplausos e reações emocionadas duas vezes: uma na cena
em que o ser tipo-baleia decepa o braço de um dos vilões
Brasil 2002: Os Bastidores do Penta
3.8 71Excelente documentário para ser assistido durante a Copa.
Como documentário é lugar-comum, mas traz uma baita motivação para o torcedor. Quem foi criança durante a campanha do Penta vai sentir um gostinho especial; vem as memórias, as lembranças, as comemorações com a família, acordar de madrugada, momentos mágicos...
VEM, HEXA!
Esperando Bojangles
3.9 9 Assista AgoraA premissa é bem interessante, MAS tem que ter uma suspensão de descrença muito grande para apreciar o filme. As duas cenas no manicômio, em especial, não me desceram.
O Dinheiro
3.8 50 Assista AgoraDe longe, mas muito de longe mesmo, o mais fraco do Bresson que assisti.
Acho que a falta de P&B influenciou negativamente minha percepção. Foi o primeiro colorido dele que assisti e estranhei DEMAIS. "Pô, isso não é Bresson jamais".
Spencer
3.7 569 Assista AgoraTrilha sonora monumental. Intensificou ainda mais a sensação de sufocamento, opressão e desespero sentida por Diana e transportada para o espectador. Jonny Greenwood está de parabéns.
A Grande Testemunha
4.0 94 Assista AgoraO enredo logo me remeteu ao sonho que Raskolnikov tem em Crime e Castigo.
Quanta dor. Quanta tristeza.
Há tempos não via um filme tão desolador assim, especialmente no que se refere ao ambiente e aos personagens per se. A desesperança e a amargura não vem das consequências das escolhas feitas pelos personagens; tampouco tem origem no sofrimento físico sofrido por Balthazar. É algo intrínseco ao filme, como se estivesse na água que os personagens bebessem.
O pai orgulhoso que, com tamanho orgulho, prefere assistir à ruína de sua família a se dar por vencido. A moça pura que está em um relacionamento abusivo, e, sem perceber, se deixa ser levada pelo ambiente. O belo rapaz, produto da juventude transviada, que encontra sentido na vida praticando maldades. O rico ganancioso que pensa que pode comprar as pessoas. O bêbado (assassino?) que faz da bebida seu prazer e sua ruína.
E, por fim, Balthazar, tão ascético e estóico quanto os personagens interpretados pelos atores dirigidos por Bresson. Uma alma pura, quase santa, dotada de Graça.
Afinal, quem somos nós perante à vida, perante Deus? Qual a nossa posição nesse mundo? Encarnamos para sofrer, como todos os personagens?
Questões que o filme jamais se propõe a responder, não obstante não se furta de provocá-las.
Querido Evan Hansen
2.9 56 Assista AgoraPrecisamos falar sobre um assunto muito sério.
Não dá mais para termos adultos de 28 anos interpretando adolescentes. Ok que no filme o Ben Platt tá com cara de bebê; ok que ele é quem interpreta o Evan no musical; mas não dá, chega. Fica inverossímil e caricato.
Achei a atuação da Amy Adams muito, muito boa. Não é um papel muito difícil ou complexo, mas consegui sentir aquela mãe, de verdade. A forma como ela encontra uma nova razão de viver com a descoberta de que seu filho suicida tinha um "amigo" é bem tocante.
Conta Comigo
4.3 1,9K Assista AgoraVontade de dar um abraço no Chambers em todas as cenas.
Vontade de dar um soco (um não, vários) na cara do Teddy em todas as cenas.
Filha de Deus
2.3 210 Assista AgoraFilme estranho? DEMAIS. Mas há uma explicação para isso.
O filme foi todo editado e retalhado pelo estúdio. Originalmente, o filme foi escrito e gravado pensando em ser uma história de tons fortemente surrealistas, com a Ana de Armas como personagem principal e o Keanu apenas como um coadjuvante.
Entretanto, devido ao sucesso de John Wick, a Lionsgate editou todo o filme, deletando e cortando várias cenas, fazendo-o parecer um filme policial qualquer, centrado no personagem do Keanu. Por isso o filme é todo estranho e sem sentido, porque as coisas que dariam sentido ao enredo foram cortadas.
O diretor, Gee Malik Linton, que também foi o roteirista do filme, ficou tão puto com essa intervenção do estúdio que pediu para retirar o nome dele dos créditos da direção. Daí colocaram nos créditos o nome "Declan Dale", um nome inventado.
Alguns jornalistas assistiram à versão não editada pelo estúdio e disseram que é um filme bem melhor. Existe até um abaixo-assinado pedindo que a Lionsgate lance o filme original, sem edições. Caso alguém queira assinar, é só pesquisar "Tell Lionsgate to release the Daughter of God/Exposed director's cut".
Estrela Solitária
3.8 19Sou mais um que percebeu a semelhança entre Estrela Solitária e Paris, Texas, tanto na estética quanto no enredo. O mais curioso é que são mais de vinte anos de diferença de um filme para o outro.
Todavia, ao contrário dos outros comentários desta página, eu preferi Estrela Solitária. Não sei bem o porquê. Talvez porque Paris, Texas foi minha primeira experiência com o diretor e eu não sabia bem o que esperar, então fui pego de surpresa. Já em Estrela Solitária, fui assistir ao filme sabendo mais ou menos o que esperar, então consegui apreciar mais.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraGostei bastante. Não li o livro, mas penso que o Villeneuve conseguiu fazer um excelente filme com o material que tinha em mãos. Só senti falta de um tom mais existencialista e reflexivo como o dos outros filmes do diretor.
Ponto negativo: que atuação péssima do Timothée Chalamet. Totalmente inexpressivo, com a mesma expressão facial durante o filme todo. Me lembrou a Kirsten Stewart nos filmes de Crepúsculo.
Crown Heights
3.6 20 Assista AgoraUma história tão forte, tão boa, tão potente ser contada dessa forma é realmente broxante.
A narrativa é totalmente pobre, comum, fria, linear e convencional, no pior sentido da palavra. Trata tudo de uma forma tão superficial que não permite gerar tanta empatia quanto poderia.
As três estrelas são unicamente pela história. E que história. Durante o filme aflora a indignação, a revolta, a raiva contra todas as injustiças — que muitas vezes são agravadas pelo próprio sistema que deveria proteger os mais desamparados. Após o filme, esses sentimentos dão vez à reflexão.
Schumacher
3.8 69Meio chapa branca. Deixaram muitas polêmicas da carreira dele de fora, especialmente a fatídica temporada de 1994 com Briatore no comando da Benetton.
Enfim, pode ser interessante para aqueles que não acompanham tanto da F1, mas não acrescenta muito para aqueles que conhecem a F1 dos anos 90.
Cadê os Morgan?
2.6 428 Assista AgoraMeu Deus, que atuação terrível da Sarah Jessica Parker.
An American Pickle
2.9 51Não sei o que pensar sobre esse filme. Ao mesmo tempo que é MUITO ruim, é MUITO bom. Não lembro de ter sentido tamanha ambiguidade em relação a um filme antes.
Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer
3.9 273 Assista AgoraQue Deus tenha piedade das pessoas que acham que o filme é melhor que a série.
A Última Gargalhada
4.2 102 Assista AgoraÉ incrível o quanto esse filme foi inovador para sua época. Enredo, enquadramentos de câmera, iluminação, simbologia, atuação, a intervenção do criador na obra... certamente um dos grandes filmes da história.
A cena do Emil Jennings (que ator!) bêbado, com a visão turva se misturando com a música do lugar, com tudo se distorcendo, se transformando em alucinações e sonhos, é sensacional. Mais bem feita e sensorial que 99% das cenas semelhantes feitas nos dias de hoje.
A propósito, é inadmissível que um filme mediano como Nosferatu ganhe tanta atenção e um filme tão primoroso e moderno quanto A Última Gargalhada seja praticamente esquecido na contemporaneidade.
A 5ª Onda
2.6 1,4K Assista AgoraÉ costume lermos em críticas e comentários, aqui mesmo no Filmow, de que certo filme começa bem e vai piorando até chegar ao final.
Esse é um raro caso contrário: começa uma merda — o desenvolvimento inicial da história é mais clichê impossível, o CGI do começo é risível, os personagens são tão rasos quanto um pires — mas vai melhorando, especialmente a partir da metade, momento em que a história começa a ficar mais tensa e adquire certo tom de suspense. O melhor momento do filme se inicia a partir do momento em que a protagonista é baleada.
Pena que o final é muito pobre, com um gancho para uma continuação, que provavelmente nunca será filmada.
A propósito, o plot twist é bem previsível para quem assistiu
o quinto episódio da terceira temporada de Black Mirror, "Men Against Fire".
Mank
3.2 462 Assista AgoraPareceu-me demasiadamente pretensioso. É curioso que essa é sensação exatamente oposta que tenho dos demais filmes do David Fincher: são filmes excelentes sem serem pretensiosos.
Fotografia em p&b, bastidores da era de ouro do cinema, trilha sonora em jazz, discussões políticas, diálogos rebuscados recheados de ironias, frases de efeito e referências... tudo colabora para que o filme tenha essa aura de filme feito para premiações. Até aquelas marcas na tela para marcar as trocas de rolos de filme no cinema (as famosas bolinhas pretas do canto da tela) foram adicionadas.
Uma pena que tudo seja tão pouco cativante. É lindo, mas falta alma. Talvez seria melhor se fosse um filme mais convencional.
Pinóquio
3.1 227 Assista AgoraAntes de tudo, gostaria de deixar registrada minha indignação com a Imagem Filmes, distribuidora do filme no Brasil, por distribuir os filmes legendados em uma versão DUBLADA EM INGLÊS, sendo que o filme é falado em italiano. O propósito de assistir um filme legendado não é ouvir o filme em sua língua original? Então qual o sentido de legendar um filme dublado em outra língua? Se eu soubesse que a versão que está legendada nos cinemas é a versão dublada em inglês, eu teria escolhido assistir à versão dublada em português mesmo.
Quanto ao filme, é estranhamente sombrio, como se propõe a ser. Gostei que os personagens fantásticos são em sua maioria atores fantasiados/maquiados e não CGI; o excesso de computação gráfica dos filmes tem incomodado um pouco nos últimos tempos, então é bom voltar para esse estilo mais barroco de vez em quando. Outro destaque é a trilha sonora de Dario Marianelli.
O ponto negativo fica para o roteiro, que não flui bem. Acho que a história foi contada de forma muito apressada — apesar da sua longa duração — e as cenas poderiam ser mais desenvolvidas. Talvez a exclusão de algumas partes para o melhor desenvolvimento de outras seria o ideal.
Para os que cresceram nos anos 90/2000, o filme lembra muito mais aquele filme bizarro que passava na Sessão da Tarde (https://filmow.com/as-aventuras-de-pinocchio-t9305/) do que a versão eufemizada da Disney.
Legado Explosivo
3.0 129 Assista AgoraImagine todos os clichês possíveis reunidos dentro de um filme de ação sobre um ladrão correto.
Imaginou? A reunião de todos os clichês é este filme.