Realidade nua e crua, de um cinema que busca retratar quão desgraçada era a situação do país da época. E o filme é contemporâneo ao acontecimento! o que dá mais crédito e veracidade ainda. Roberto Rossellini cria um ambiente que é facilmente vendido de como seria a Itália da época. O que é mais interessante do Neorrealismo italiano é quando mostra partes cotidianas, ali o filme ganha muitas camadas, não focando só na história principal. É um filme que deve ter influenciado centenas de filmes, e é facilmente percebido também pelas críticas multidimensionais que o diretor consegue abordar. Além de tudo isso, tem uma trama interessante que envolve além de tudo isso, um relacionamento (nada romântico haha). Não há positivismo algum aqui... e o final é a prova disso. Filme obrigatório do movimento!
Um filme que parece bem bobo à princípio, pelos milhares de efeitos (que não são grande coisa e tiram muito do foco do filme), mas constantemente vai conquistando. A mitologia coreana é legal de ser explorada, que até então desconhecia. É sobretudo divertido, tem que deixar se levar pra aproveitar mais, focar na mensagem do filme e irrelevar mais alguns defeitos. Não curto muito quando os filmes coreanos tentam parecer muito Hollywood, mas ainda sim mantém um nível superior.
Filme lindo e sensível. Esse tipo de romance é o meu preferido, quando tem algo misterioso e irreal envolvendo o casal. Isso gera reflexões pra nossa própria vida e sempre fica na cabeça "como seria se fosse eu?" O filme vende muito bem sua proposta, ainda mais por se tratar de uma ideia oposta ao que eu acredito tanto sobre destino e uma ideia não tanto parecida sobre a minha de amor, e mesmo assim é super engajante! e eu me sinto totalmente na pele dos dois, a dor que eles sentem. Esse é o grande triunfo do filme, e deveria ser de todos.
O voice over desse filme quando pra contar a história me incomodou um pouco, mas em partes reflexivas, encaixou perfeitamente. Um filme pra se pensar bastante, bem mais do que pra apreciar a história em si, que é bem básica. O preto e branco + slow-motion + reflexão da voz do protagonista foi uma combinação sensacional. Tem algumas cenas meio nonsense que achei desnecessárias, mas no geral é um bom filme. Só esperava um pouco dos irmãos Coen.
Como o título dá o spoiler de uma quase história de amor, já fui esperando algo do tipo. Mas todo o desenvolvimento é muito bem feito, os personagens são muito reais. No começo e meio os cortes de tempo foram favoráveis pro ritmo, o que eu achei que me distanciou nos últimos 30 minutos, que exagerou nas passagens de tempo. Mas é até explicável por ser baseado numa história real, o que só mostra como a vida é aleatória e sem nexo. É um belo filme de romance, que é ousado na história e que mostra a complexidade dos relacionamentos e do amor. Não necessariamente duas pessoas que se amam vão ficar juntas ou dar certo.
O filme tem uma simplicidade incrível, que me faz lembrar dos filmes iranianos, como por exemplo Onde fica a casa do meu amigo e O jarro. Pra quem gosta desses, esse vai agradar muito, ou até mais, como foi meu caso. Apesar de simples, tem muito a dizer sobre educação, responsabilidade e respeito. Aos poucos vemos todos personagens crescendo e também são expostas todas suas fraquezas e isso criou uma conexão muito alta e naturalidade. Todo esforço e persistência são recompensados quando se quer pra valer, é uma história inspiradora. Quantas vezes nós desistimos no primeiro obstáculo? ou no segundo? e depois culpamos tudo ao nosso redor.
É um equilíbrio perfeito entre drama e faroeste. Os dois gêneros são bem característicos e um sabe dar o lugar ao outro na hora certa. E esse é o grande diferencial do filme. Apesar de americano, o filme começa com uma cara de faroeste spaghetti, mas aos poucos vai desenvolvendo tão bem os personagens e todo o contexto, a situação em que eles se encontram que causa um estranhamento positivo. Vi que o George Stevens também dirigiu Assim Caminha a Humanidade e reconheço alguns traços de sua direção, é um diretor pra ser valorizado. O Shane simboliza a esperança do povo, e inspiração tanto pro Joe pai quanto pro Joe filho. E é sensacional como essa relação é fortalecida, o diretor teve calma suficiente pra criar essa conexão entre eles, pra mais tarde justificar com um final belíssimo. Uma amizade demonstrada por atos. Esse é o grande poder dos faroestes, os personagens demonstram seus pensamentos e sentimentos por meio de suas atitudes.
Mais um bom suspense do mestre. Mesmo no começo de sua carreira, já tinha seu estilo bem definido. Não tem o mesmo brilho dos seus clássicos, mas ainda sim é corajoso em alguns aspectos, considerando a época que foi gravado. É incrível como ele consegue criar tensão com apenas silêncio e movimento de câmeras
Crítica bem ácida do Haneke, como de costume. Um filme que se foca mais nos simbolismos que na própria narrativa. Mesmo assim, não perde o suspense. Críticas ao colonialismo francês, crítica à total apatia da classe média alta, que muito teoriza como pessoas educadas, inteligentes, que se importam com as minorias, no final das contas. Porém, em algumas situações ele desmascara essa falsidade. Vivemos em um período que muito se fala sobre igualdade social, mas quantos de nós fizemos realmente algo para mudar? É um filme que me fez refletir sobre isso. Ele deixa aberto várias peças dessa crítica e nos oferece para decifrar como quisermos, o que particularmente me causou estranheza assim que terminou o filme. Depois de pensar por algumas horas, se fosse fechado a crítica não teria o mesmo peso, pelo menos pra mim.
Wow muitos anos de documentário! belo trabalho e muito esforço! O que é super importante sobre um documentário de Cuba é a imparcialidade, e eu senti bastante isso aqui, felizmente! O diretor mostra os dois lados do país, inclusive entrevistando quem admiro o líder político e quem quer deixar o país pela insatisfação em todos os setores. Sempre tive curiosidade de saber como era a vida lá, e no documentário mostra desde os anos 70 a trajetória do diretor nesse contexto. É um filme bem pessoal dele e me fez lembrar um pouco de Um Cabra marcado pra morrer pelo fato de ele revisitar o mesmo lugar anos depois e ter um background político. Um ótimo documentário pra quem quer saber mais sobre Cuba dos anos 70 até hoje.
Tem tantos personagens aparecendo e desaparecendo que é difícil se importar com alguém. É o filme mais diferente até essa ponto da filmografia dele. O roteiro é bem confuso e parece estar mais preocupado em recriar o ambiente da época, com os personagens drogados, ideologia política e tal. Nesse ponto, é bem interessante como ele descreve, mas ainda achei um filme abaixo da média dele. É muito longo e chega até a dar sono.
A imersão na mente de Freddie é excelente e agora também literal. O tema combina com o estilo do diretor, encaixou e deu uma coerência maior pra se focar no personagem. A atuação do Joaquin Phoenix é ótima, ele se transformou naquilo, é um papel extremamente difícil. E é claro, Hoffman sempre sensacional, mais uma vez e sua última vez com o PTA, infelizmente. A duração do filme pesa um pouco, apesar de o filme vir numa crescente. E o final é bem sensível e reflexivo, e o filme pedia muito disso... um grande acerto.
Revendo depois de 7 anos que assisti, tem me agradado muito mais! A jornada de Daniel é sensacional, o caráter dele sendo mais e mais deteriorado pelo desejo de poder e dinheiro. Aqui ele é o ponto central do filme, sem dúvidas... um estudo impecável de personagem. Mas devo reconhecer que a atuação do Paul Dano é excelente também, principalmente quando divide as telas com o Daniel. Interessante que os dois personagens receberam os seus nomes artísticos. É bem nítido o amadurecimento do PTA como diretor em relação aos seus filmes anteriores, o que não quer dizer necessariamente que é melhor que os outros.
A primeira vez que vi o Adam Sandler atuando bem! bela surpresa! Mas uma evidência que uma boa atuação se deve muito ao diretor. Boa a construção do personagem Barry, com um humor bem sutil. Mesmo sendo uma pessoa bem peculiar, cria uma empatia legal com o personagem, por ter traços e sentimentos que muitos de nós já passamos algum dia. Mais um filme do PTA que concentra muito mais nos personagens e um roteiro ok. Tem bons simbolismos, como são bem comuns na filmografia do diretor, que o destacam das outras comédias românticas do ator
Comecei a jornada de todos filmes do PTA vendo na ordem cronológica, mesmo já tendo assistido Magnólia e Sangue Negro. Até agora, já deu pra perceber que gosta de usar o mesmo elenco, o que é ótimo! Talvez minha expectativa sobre o diretor tenha sido um pouco alta por ter visto Magnólia antes. Não é a primeira vez que vejo filmes sobre esses altos e baixos de uma pessoa, então o roteiro não me encantou tanto quanto a direção e atuação. Destaque pra Julianne Moore e o Mark Wahlberg, que se transformaram nesse filme. Nunca imaginei que a Julianne Moore poderia ser tão sexy.
Belo início de carreira do diretor! Desde o primeiro filme já mostra bastante autoria. O filme tem uma história bem básica, pois o esforço máximo são nos personagens. E funciona como ele aos poucos vai aguçando nossa curiosidade para descobrir mais traços de personalidade de cada um deles. É um bom estudo nesse sentido. Vi poucos filmes do PTA, mas percebi que tem um cuidado grande com atuações, os atores são sempre bem convincentes não só pela veracidade dos seus papéis, mas pela técnica, acredito que haja atenção especial para cada um.
O que me mais me atraiu a assistir ao filme foi por ser o primeiro longa inteiramente filmado por um celular. Bastaram alguns minutos e eu até esquecer desse fato. Que filme mais involvente! Assim como em Florida Project, o diretor esbanja um realismo, tratando de um tema pouco explorado que poderia ser tão pesado, mas tudo flui perfeitamente. Explora bem a amizade entre as duas personagens (aquele final é maravilhoso). A complexidade da Sin-dee é admirável. É um assunto delicado e tudo soa tão natural, como se fosse uma rotina de nossas vidas. O lado do Razmik também é outro ponto delicado e muito bem executado. Sean Baker com esses dois filmes ganhou todo meu respeito. Ficará no meu radar cinematográfico pras próximas produções.
Um belo retrato sobre a depressão! O diretor nos informa sempre de uma maneira inteligente cada pedaço de informação, nunca subestimando o espectador. Algumas vezes num simples olhar ou gesto diz tanto das personagens. Um detalhe que pode passar batido, mas que deve ser valorizado. Nunca conheci alguém com depressão tão aguda como a Sandra, porém aqui me vende a ideia de uma realidade bem plausível e humana de como seria. É muito rica a interação entre a Sandra e seu marido, é um grande parceiro que não a deixa se render nunca. Se o final fosse diferente teria me destruído tanto. O filme te deixa num mal estar absurdo durante todo o tempo. Criei uma empatia grande com a personagem principal, suas causas foram bem explicitadas.
Filme muito divertido, tem várias cenas super engraçadas, muito pela subversão do Almodóvar, criticando pesado a Igreja. Tem todo o universo do Almodóvar, mas em termos de roteiro é bem abaixo da qualidade esperada do diretor. Não é um filme ruim, mas se sustenta basicamente na crítica, o que, a partir de certo ponto, o tornou monótono e previsível.
Fiquei até com fome vendo o filme haha. Do topo ao falência total. Gradualmente vamos vendo a degradação física e mental do Pierre. Por mais lições que a vida tenha lhe dado, o final é só uma comprovação que sua essência ainda se manteve. Eric Rohmer critica não somente a sociedade, mas a natureza humana. No começo mostra a personalidade dos personagens por meio de diálogos e depois os substitui pelos violinos vibrantes. É bem poético descrevendo a queda de um ser humano e como governa sua vida sem rumo, dependendo de um milagre. Um belo começo de carreira.
No começo, o filme fica bem preso na parte investigativa, mas aos poucos vai tomando forma e conforme desenvolve os personagens, Kurosawa vai mostrando toda sua maestria. Trilha muito variante durante a obra, indo de trilha de terror à comédia em curto período, o que soa até estranho às vezes. Elenco bem de peso, o que pede bastante com uma história cheia de boas atuações e personagens fortes. E o diretor teve que ter muita coragem pra terminar o filme dessa forma, não era o que eu queria, mas no final das contas é uma crítica muito ácida à corrupção... muito realista!
Outra obra prima do Wim Wenders! e me arrependo por demorar tanto pra ver. Como ele apresenta os fatos é sensacional. Não deixa espaço para julgamentos, espera até o último momento pra mostrar o que houve, se tivesse sido diferente não teria o mesmo impacto, não criaria a mesma empatia principalmente com Travis, que é muito misterioso. O toque melancólico, a paisagem desértica quase inóspita é apenas um aviso do que acontecerá. É uma poesia, como todos que vi do diretor. Um filme aparentemente simples, mas com muito a dizer. Um exercício de reflexão tanto durante o filme, quanto depois.
Filme tão leve, filme pra se sentir bem. Uma boa comédia com um fundo crítico. Ainda que não tenha um roteiro bem definido, funciona por mostrar como a sociedade vivia na época, o que é uma visão até surrealista às vezes. Personagens bem cativantes, toda o clima do filme é coerente, que se deve muito à trilha do Nino Rota!
Ideia muito boa, atmosfera bem foda de suspense. Mas os furos de roteiros e clichês deixam o filme cansativo, vai minando a cada passo, deixando bem irrealista. O fato de ser filmado inteiramente por iphone é interessante. Não é uma experiência ruim, mas esses detalhes pesaram demais na minha experiência.
Roma, Cidade Aberta
4.3 119 Assista AgoraRealidade nua e crua, de um cinema que busca retratar quão desgraçada era a situação do país da época. E o filme é contemporâneo ao acontecimento! o que dá mais crédito e veracidade ainda.
Roberto Rossellini cria um ambiente que é facilmente vendido de como seria a Itália da época. O que é mais interessante do Neorrealismo italiano é quando mostra partes cotidianas, ali o filme ganha muitas camadas, não focando só na história principal.
É um filme que deve ter influenciado centenas de filmes, e é facilmente percebido também pelas críticas multidimensionais que o diretor consegue abordar.
Além de tudo isso, tem uma trama interessante que envolve além de tudo isso, um relacionamento (nada romântico haha). Não há positivismo algum aqui... e o final é a prova disso.
Filme obrigatório do movimento!
Junto Com os Deuses: Os Dois Mundos
3.8 62 Assista AgoraUm filme que parece bem bobo à princípio, pelos milhares de efeitos (que não são grande coisa e tiram muito do foco do filme), mas constantemente vai conquistando.
A mitologia coreana é legal de ser explorada, que até então desconhecia.
É sobretudo divertido, tem que deixar se levar pra aproveitar mais, focar na mensagem do filme e irrelevar mais alguns defeitos.
Não curto muito quando os filmes coreanos tentam parecer muito Hollywood, mas ainda sim mantém um nível superior.
Boku wa Ashita, Kinou no Kimi to Date Suru
3.9 30Filme lindo e sensível.
Esse tipo de romance é o meu preferido, quando tem algo misterioso e irreal envolvendo o casal. Isso gera reflexões pra nossa própria vida e sempre fica na cabeça "como seria se fosse eu?"
O filme vende muito bem sua proposta, ainda mais por se tratar de uma ideia oposta ao que eu acredito tanto sobre destino e uma ideia não tanto parecida sobre a minha de amor, e mesmo assim é super engajante! e eu me sinto totalmente na pele dos dois, a dor que eles sentem. Esse é o grande triunfo do filme, e deveria ser de todos.
O Homem Que Não Estava Lá
4.0 229 Assista AgoraO voice over desse filme quando pra contar a história me incomodou um pouco, mas em partes reflexivas, encaixou perfeitamente. Um filme pra se pensar bastante, bem mais do que pra apreciar a história em si, que é bem básica. O preto e branco + slow-motion + reflexão da voz do protagonista foi uma combinação sensacional.
Tem algumas cenas meio nonsense que achei desnecessárias, mas no geral é um bom filme. Só esperava um pouco dos irmãos Coen.
Companheiros, Quase Uma História de Amor
4.3 30Como o título dá o spoiler de uma quase história de amor, já fui esperando algo do tipo. Mas todo o desenvolvimento é muito bem feito, os personagens são muito reais. No começo e meio os cortes de tempo foram favoráveis pro ritmo, o que eu achei que me distanciou nos últimos 30 minutos, que exagerou nas passagens de tempo. Mas é até explicável por ser baseado numa história real, o que só mostra como a vida é aleatória e sem nexo.
É um belo filme de romance, que é ousado na história e que mostra a complexidade dos relacionamentos e do amor. Não necessariamente duas pessoas que se amam vão ficar juntas ou dar certo.
Nenhum a Menos
4.2 105 Assista AgoraO filme tem uma simplicidade incrível, que me faz lembrar dos filmes iranianos, como por exemplo Onde fica a casa do meu amigo e O jarro. Pra quem gosta desses, esse vai agradar muito, ou até mais, como foi meu caso.
Apesar de simples, tem muito a dizer sobre educação, responsabilidade e respeito. Aos poucos vemos todos personagens crescendo e também são expostas todas suas fraquezas e isso criou uma conexão muito alta e naturalidade.
Todo esforço e persistência são recompensados quando se quer pra valer, é uma história inspiradora. Quantas vezes nós desistimos no primeiro obstáculo? ou no segundo? e depois culpamos tudo ao nosso redor.
Os Brutos Também Amam
4.0 184 Assista AgoraÉ um equilíbrio perfeito entre drama e faroeste. Os dois gêneros são bem característicos e um sabe dar o lugar ao outro na hora certa. E esse é o grande diferencial do filme.
Apesar de americano, o filme começa com uma cara de faroeste spaghetti, mas aos poucos vai desenvolvendo tão bem os personagens e todo o contexto, a situação em que eles se encontram que causa um estranhamento positivo.
Vi que o George Stevens também dirigiu Assim Caminha a Humanidade e reconheço alguns traços de sua direção, é um diretor pra ser valorizado.
O Shane simboliza a esperança do povo, e inspiração tanto pro Joe pai quanto pro Joe filho. E é sensacional como essa relação é fortalecida, o diretor teve calma suficiente pra criar essa conexão entre eles, pra mais tarde justificar com um final belíssimo.
Uma amizade demonstrada por atos. Esse é o grande poder dos faroestes, os personagens demonstram seus pensamentos e sentimentos por meio de suas atitudes.
Sabotagem
3.7 74 Assista AgoraMais um bom suspense do mestre. Mesmo no começo de sua carreira, já tinha seu estilo bem definido. Não tem o mesmo brilho dos seus clássicos, mas ainda sim é corajoso em alguns aspectos, considerando a época que foi gravado.
É incrível como ele consegue criar tensão com apenas silêncio e movimento de câmeras
a cena em que o garoto carrega a bomba no tram é sensacional, minha preferida do filme. Além de ter explodido e matado ele (que deu muita dó)
Agora, que sinopse é essa? que conta quase todo o filme. NÃO LEIAM A SINOPSE!
Caché
3.8 384 Assista AgoraCrítica bem ácida do Haneke, como de costume.
Um filme que se foca mais nos simbolismos que na própria narrativa. Mesmo assim, não perde o suspense. Críticas ao colonialismo francês, crítica à total apatia da classe média alta, que muito teoriza como pessoas educadas, inteligentes, que se importam com as minorias, no final das contas. Porém, em algumas situações ele desmascara essa falsidade. Vivemos em um período que muito se fala sobre igualdade social, mas quantos de nós fizemos realmente algo para mudar? É um filme que me fez refletir sobre isso.
Ele deixa aberto várias peças dessa crítica e nos oferece para decifrar como quisermos, o que particularmente me causou estranheza assim que terminou o filme. Depois de pensar por algumas horas, se fosse fechado a crítica não teria o mesmo peso, pelo menos pra mim.
Cuba e o Cameraman
4.4 107 Assista AgoraWow muitos anos de documentário! belo trabalho e muito esforço!
O que é super importante sobre um documentário de Cuba é a imparcialidade, e eu senti bastante isso aqui, felizmente!
O diretor mostra os dois lados do país, inclusive entrevistando quem admiro o líder político e quem quer deixar o país pela insatisfação em todos os setores.
Sempre tive curiosidade de saber como era a vida lá, e no documentário mostra desde os anos 70 a trajetória do diretor nesse contexto. É um filme bem pessoal dele e me fez lembrar um pouco de Um Cabra marcado pra morrer pelo fato de ele revisitar o mesmo lugar anos depois e ter um background político.
Um ótimo documentário pra quem quer saber mais sobre Cuba dos anos 70 até hoje.
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraTem tantos personagens aparecendo e desaparecendo que é difícil se importar com alguém. É o filme mais diferente até essa ponto da filmografia dele. O roteiro é bem confuso e parece estar mais preocupado em recriar o ambiente da época, com os personagens drogados, ideologia política e tal. Nesse ponto, é bem interessante como ele descreve, mas ainda achei um filme abaixo da média dele.
É muito longo e chega até a dar sono.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraA imersão na mente de Freddie é excelente e agora também literal.
O tema combina com o estilo do diretor, encaixou e deu uma coerência maior pra se focar no personagem.
A atuação do Joaquin Phoenix é ótima, ele se transformou naquilo, é um papel extremamente difícil. E é claro, Hoffman sempre sensacional, mais uma vez e sua última vez com o PTA, infelizmente.
A duração do filme pesa um pouco, apesar de o filme vir numa crescente. E o final é bem sensível e reflexivo, e o filme pedia muito disso... um grande acerto.
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraRevendo depois de 7 anos que assisti, tem me agradado muito mais!
A jornada de Daniel é sensacional, o caráter dele sendo mais e mais deteriorado pelo desejo de poder e dinheiro. Aqui ele é o ponto central do filme, sem dúvidas... um estudo impecável de personagem. Mas devo reconhecer que a atuação do Paul Dano é excelente também, principalmente quando divide as telas com o Daniel. Interessante que os dois personagens receberam os seus nomes artísticos.
É bem nítido o amadurecimento do PTA como diretor em relação aos seus filmes anteriores, o que não quer dizer necessariamente que é melhor que os outros.
Embriagado de Amor
3.6 479 Assista AgoraA primeira vez que vi o Adam Sandler atuando bem! bela surpresa! Mas uma evidência que uma boa atuação se deve muito ao diretor.
Boa a construção do personagem Barry, com um humor bem sutil. Mesmo sendo uma pessoa bem peculiar, cria uma empatia legal com o personagem, por ter traços e sentimentos que muitos de nós já passamos algum dia. Mais um filme do PTA que concentra muito mais nos personagens e um roteiro ok.
Tem bons simbolismos, como são bem comuns na filmografia do diretor, que o destacam das outras comédias românticas do ator
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraComecei a jornada de todos filmes do PTA vendo na ordem cronológica, mesmo já tendo assistido Magnólia e Sangue Negro. Até agora, já deu pra perceber que gosta de usar o mesmo elenco, o que é ótimo!
Talvez minha expectativa sobre o diretor tenha sido um pouco alta por ter visto Magnólia antes.
Não é a primeira vez que vejo filmes sobre esses altos e baixos de uma pessoa, então o roteiro não me encantou tanto quanto a direção e atuação. Destaque pra Julianne Moore e o Mark Wahlberg, que se transformaram nesse filme. Nunca imaginei que a Julianne Moore poderia ser tão sexy.
Jogada de Risco
3.6 102 Assista AgoraBelo início de carreira do diretor! Desde o primeiro filme já mostra bastante autoria.
O filme tem uma história bem básica, pois o esforço máximo são nos personagens. E funciona como ele aos poucos vai aguçando nossa curiosidade para descobrir mais traços de personalidade de cada um deles. É um bom estudo nesse sentido.
Vi poucos filmes do PTA, mas percebi que tem um cuidado grande com atuações, os atores são sempre bem convincentes não só pela veracidade dos seus papéis, mas pela técnica, acredito que haja atenção especial para cada um.
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraO que me mais me atraiu a assistir ao filme foi por ser o primeiro longa inteiramente filmado por um celular. Bastaram alguns minutos e eu até esquecer desse fato. Que filme mais involvente! Assim como em Florida Project, o diretor esbanja um realismo, tratando de um tema pouco explorado que poderia ser tão pesado, mas tudo flui perfeitamente.
Explora bem a amizade entre as duas personagens (aquele final é maravilhoso). A complexidade da Sin-dee é admirável. É um assunto delicado e tudo soa tão natural, como se fosse uma rotina de nossas vidas. O lado do Razmik também é outro ponto delicado e muito bem executado.
Sean Baker com esses dois filmes ganhou todo meu respeito. Ficará no meu radar cinematográfico pras próximas produções.
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Um belo retrato sobre a depressão!
O diretor nos informa sempre de uma maneira inteligente cada pedaço de informação, nunca subestimando o espectador. Algumas vezes num simples olhar ou gesto diz tanto das personagens. Um detalhe que pode passar batido, mas que deve ser valorizado.
Nunca conheci alguém com depressão tão aguda como a Sandra, porém aqui me vende a ideia de uma realidade bem plausível e humana de como seria.
É muito rica a interação entre a Sandra e seu marido, é um grande parceiro que não a deixa se render nunca.
Se o final fosse diferente teria me destruído tanto. O filme te deixa num mal estar absurdo durante todo o tempo. Criei uma empatia grande com a personagem principal, suas causas foram bem explicitadas.
Maus Hábitos
3.6 185Filme muito divertido, tem várias cenas super engraçadas, muito pela subversão do Almodóvar, criticando pesado a Igreja.
Tem todo o universo do Almodóvar, mas em termos de roteiro é bem abaixo da qualidade esperada do diretor. Não é um filme ruim, mas se sustenta basicamente na crítica, o que, a partir de certo ponto, o tornou monótono e previsível.
O Signo do Leão
3.9 12Fiquei até com fome vendo o filme haha.
Do topo ao falência total. Gradualmente vamos vendo a degradação física e mental do Pierre. Por mais lições que a vida tenha lhe dado, o final é só uma comprovação que sua essência ainda se manteve.
Eric Rohmer critica não somente a sociedade, mas a natureza humana. No começo mostra a personalidade dos personagens por meio de diálogos e depois os substitui pelos violinos vibrantes. É bem poético descrevendo a queda de um ser humano e como governa sua vida sem rumo, dependendo de um milagre.
Um belo começo de carreira.
Homem Mau Dorme Bem
4.2 29No começo, o filme fica bem preso na parte investigativa, mas aos poucos vai tomando forma e conforme desenvolve os personagens, Kurosawa vai mostrando toda sua maestria.
Trilha muito variante durante a obra, indo de trilha de terror à comédia em curto período, o que soa até estranho às vezes.
Elenco bem de peso, o que pede bastante com uma história cheia de boas atuações e personagens fortes.
E o diretor teve que ter muita coragem pra terminar o filme dessa forma, não era o que eu queria, mas no final das contas é uma crítica muito ácida à corrupção... muito realista!
Paris, Texas
4.3 698 Assista AgoraOutra obra prima do Wim Wenders! e me arrependo por demorar tanto pra ver.
Como ele apresenta os fatos é sensacional. Não deixa espaço para julgamentos, espera até o último momento pra mostrar o que houve, se tivesse sido diferente não teria o mesmo impacto, não criaria a mesma empatia principalmente com Travis, que é muito misterioso. O toque melancólico, a paisagem desértica quase inóspita é apenas um aviso do que acontecerá. É uma poesia, como todos que vi do diretor.
Um filme aparentemente simples, mas com muito a dizer. Um exercício de reflexão tanto durante o filme, quanto depois.
Amarcord
4.2 177 Assista AgoraFilme tão leve, filme pra se sentir bem.
Uma boa comédia com um fundo crítico. Ainda que não tenha um roteiro bem definido, funciona por mostrar como a sociedade vivia na época, o que é uma visão até surrealista às vezes.
Personagens bem cativantes, toda o clima do filme é coerente, que se deve muito à trilha do Nino Rota!
Distúrbio
3.4 257Ideia muito boa, atmosfera bem foda de suspense. Mas os furos de roteiros e clichês deixam o filme cansativo, vai minando a cada passo, deixando bem irrealista. O fato de ser filmado inteiramente por iphone é interessante. Não é uma experiência ruim, mas esses detalhes pesaram demais na minha experiência.