Primeiro de tudo, que fotografia maravilhosa! Sempre quando vejo os filmes chineses percebo um capricho especial com a fotografia. É um filme que apesar da longa duração, é bem fluido e me faz lembrar dos "Era uma vez..." que mostram o período de vida inteiro dos personagens, uma verdadeira saga. Se chamasse "Era uma vez em Pequim" não me surpreenderia. Gostei da arte ser inserida num contexto histórico como esse, é um filme que diz muito sobre a arte. E o final é sensacional pois sutilmente representa como a arte interage com a vida real.
João Pedro Teixeira é uma grande figura, um grande líder que inspirou muitas pessoas e o Coutinho se aproveitou disso pra explorar sobre tudo ao redor dele. É interesse o contexto da ditadura militar que impediu o filme, tendo que ser retomado depois. Tudo transparece, esbanja naturalidade. Mais um bom filme do Coutinho!
A claustrofobia e a escuridão do cenário são angustiantes. Um filme super reflexivo, com uma premissa muito atrativa. Graças aos bons diálogos, me peguei pensando sobre como seria um mundo se houvesse um desastre como esse. E são chocantes as cenas externas, e também as internas do sofrimento de alguns. Enxerguei uma ponte com o Einstein, que também era um cientista e se viu decepcionado com o resultado de sua criação. Projetando na época em que o filme foi lançado, era uma ameaça mesmo, pela guerra fria, o que a temática do filme mais relevante. E também vinculado com o desastre de Chernobil, na Ucrânia, que é o país de origem do diretor, por se tratar de uma contaminação radioativa. É como um caos previsto para alertar o mundo e parar com a guerra. Felizmente terminou 5 anos após o filme ser lançado :)
Woody Allen sabe como ninguém dosar um drama com comédia, aqui tendendo mais pro drama (que combina mais com o assunto). Ambas histórias são bons exemplos de adultério, que expressa toda a complexidade do tema, e as consequências desastrosas que podem levar. Mais uma vez o filme se mantém fortalecido por meio de diálogos rápidos e inteligentes, tão típicos do diretor (ainda mais como ator). Sempre tenho a sensação quando eu vejo um filme do Woody Allen, que a cada personagem que ele interpreta, parte dele é mostrada na tela. Muitos de seus personagens tem características em comum.
Maravilhoso! Através de uma história tão simples, sem recursos, apresenta uma crítica ácida à classe média. Por outro lado também desenvolve o tema maternidade, que é ainda mais tocante e relevante. Hoje em dia, muitas mães se vêem super atarefadas e não têm tempo pra dar amor e cuidar aos seus filhos. O filme serve como reflexão sobre isso. A personagem da Regina Casé é sensacional porque ela percebe que também erra e conserta isso, além de toda sua carisma. Ela se destaca muito pela sua atuação, até porque as outras atuações não foram lá tão boas. O final do filme é incrível! Mais um orgulho nacional
Simplesmente genial, finalmente me rendi ao cinema do P.T. Anderson! e com todos méritos! A capacidade dele criar tantos personagens icônicos, multidimensionais e contar paralelamente suas histórias é admirável. Magnólia tem mais de 3 horas de duração e poderia ter 5 ou até 10 e não me cansaria. A introdução do filme já começa a mil e felizmente depois ele diminui um pouco a intensidade e no final nos recompensa e amarra a introdução com o final. Todas atuações são ótimas, nenhum destaque individual, são igualmente de alto de nível, o que é positivo para o foco da narrativa. Agora definitivamente terei que ver mais de seus filmes, pois Magnólia é uma obra prima!
Um filme bem informativo sobre as raízes do racismo no Brasil. Alterna o peso dos acontecimentos com belos slow motions em preto e branco. Tem um bom background histórico, um pouco superficial mas preenche o espaço e cumpre o papel fundamental pro filme. O final é um soco na cara! A reflexão sobre o pós "liberdade" nos três casos é o grande ato do documentário. A falta de integração na sociedade dos negros também pode ser extendida pra situação atual dos presidiários que continuam presos fora da cadeia.
Como um filme com James Stewart, Cary Grant e Katharine Hepburn poderia dar errado? nunca mesmo. Uma comédia romântica com humor inteligente e uma complexidade amorosa entre eles e pros anos 40 deve ter sido um tanto ousado e não convencional. Não é aquela comédia de se gargalhar, mas um filme pra se admirar pela sagacidade dos personagens que apresentam diálogos bem afiados com humor sutil. Um filme além do seu tempo.
Sensacional! Poucas vezes um documentário me deixou tão preso na história, mesmo não tendo nem ideia do que se tratava. É um artista bem único e tem ótimas músicas, com muito conteúdo relevante. E acima de tudo, como pessoa é um grande ser humano, desapegado a bens materiais, valoriza as relações humanas e luta pelos seus ideais. Sempre entra essa discussão: apreciamos mais sua arte por ele ser alguém tão admirável como pessoa? ou realmente ele é um artista extraordinário? O background político do filme é relevante, pois um artista foi capaz de incitar uma revolução. Nesse ponto que a arte mostra toda sua força. Além de uma experiência cinematográfica excelente, é uma recomendação musical. Recomendo!
Até interessante o humor negro que permeia todo a atmosfera de drogas, desespero e falta de objetividade na vida dos personagens. Apesar de algumas cenas engraçadas, o filme tem um roteiro um pouco pobre, o que acaba perdendo a força desse humor.
Mais uma boa parceria do Peter Sellers com o Blake Edwards. Os dois realmente funcionam junto. Altas risadas com o Bakshi. O filme vem numa crescente ótima na festa, vamos aos poucos conhecendo os convidados. Porém chega a ponto que o filme perde um pouco o tom ótimo que vinha construindo e vira uma baderna. Ainda assim, rende boas risadas e umas situações bizarras.
Tecnicamente muito bom. Todo o contexto opressor do comunismo envolve bem a história do médico. Tem uma atmosfera bem pessimista sobre o país e o personagem, que de qualquer forma está condenado. Usa os conceitos de física de uma maneira reflexiva e leve, que realmente não soa pomposa Kieslowski soube bem como criar a aleatoriedade nos 3 casos, explorou bastante o background do personagem no meio disso. A capa do filme é sensacional!
Ela desaparece, é muito destrutiva pra narração, é um mero recurso narrativo forçado pra criar essa tensão entre os dois. Mesmo explicando depois, não convence muito, até lá também já desgastou demais. Pra matar a pau, depois ela morre... acho um exagero desnecessário.
Os atores principais são bons, principalmente a atriz, que transmite bem sua complexidade psicológica. A trilha sonora é boa, bem típica desses romances asiáticos. Apenas esses detalhes de roteiro que desnortearam a obra.
Pra temática de drogas é muito bom. Só conheço esse mundo pelos filmes, mas me vendeu bem a ideia de como seria. O diretor aposta no realismo, sem qualquer romantização, e divide a história em basicamente três personagens pra evitar a generalização. Esse fato corrobora pra complexidade disso, pois cada um tem suas dificuldades, sucessos e fracassos. Ainda tem a questão da tentativa de sair do mundo das drogas, as dificuldades diversas que os personagens passam. Esse é o ponto chave do filme. É o tipo de filme que é bom não ter atores famosos pra não confundir o foco. Impossível não lembrar de Trainspotting e Requiem for a dream, e está no mesmo nível.
Bom drama. O personagem melancólico combinou com o ator, que não era preciso muita performance pra cumprir com o papel. A fotografia, as fotografias contribuiram muito pra expressar o estado mental dele. É uma boa construção do Chandler, que vamos pouco a pouco entendendo como chegou àquele a esse ponto. Tem um conteúdo super pesado, mas é aliviado pelo ritmo lento e a alternância temporal, o que ameniza o impacto do que vemos.
Uma pena não ter conseguido assistir no cinema, mas tentei simular o mais próximo disso em casa. Se filmes de terror usam o silêncio pra criar tensão antes do jump scare ou algo assustador, aqui essa tensão obviamente é sempre presente, o que deixa o filme mais atrativo o tempo todo. Há muito tempo não sentia essa tensão absurda em filmes de terror. As personagens são bem desenvolvidas (pra um filme de terror). As criaturas são bem assustadoras. Infelizmente alguns acontecimentos ficaram meio incoerentes com o filme. Gostei do final, mas pelo motivo talvez diferente da intenção do diretor. É um filme pra não ter continuação.
Tem uma técnica aqui que eu adoro que são planos invertidos da nouvelle vague que o Godard gostava de usar, em que um personagem fala, mas o outro é filmado. Pra mim isso cria uma imersão maior, porque na vida real meu olhar funciona assim, eu não olho só quem fala. Às vezes é mais interessante a reação de alguém. E ele usa essa técnica durante todo o filme (quem souber o nome disso, fala aí).
Conflito ciência X religião – matemática X catolicismo que reflete o conflito interno do protagonista sobre suas crenças. Apesar de muito religioso, é um engenheiro bem racional. Além do conflito interno, tem o conflito com a Maud que representa todo o inverso dele e desafia suas morais.
O filme critica a religião, que reprime sentimentos e doutrina as pessoas a seguir um pacote de moral e valores. Em um diálogo a Maud fala pra ele: “seus lábios estão frios, assim como os seus sentimentos” ... no meio da neve. Um ponto importante é o impacto e a influência que a Maud teve naqueles dias na vida dele, o que ele carregou por anos. Algumas experiências são curtas e muito intensas.
O diálogo é a base de todo o filme, o que é muito típico do Eric Rohmer, que gosta de se aventurar em ideias ousadas sobre o amor e relacionamentos. A falta de trilha sonora é até compreensível e não fez tanta falta.
Como não lembrar de Louca Obsessão? provavelmente deve ter tido alguma influência. O que mais atrai do filme é a complexidade psicológica dos personagens, principalmente do Freddy. A cada momento e diálogo um traço de personalidade e de propósito é sutilmente mostrado. É um vilão único (ainda mais pela época) por ser educado, prestativo e algo mesmo tempo tão cruel. De alguma forma, tive pena porque era mais por sua inocência... no fundo não queria o mal da Miranda. Um suspense que foca no desenvolvimento de personagens. A trilha sonora é bem presente e dita o ritmo do filme.
Sensacional! deu até vontade de ler o livro! Orson Welles em mais uma obra prima adapta essa grande história do Kafka! É uma grande metáfora e crítica à perseguição de minorias que não conseguem se defender e tem que encarar o mundo inteiro sozinhos. Os planos de câmera sempre diminuiam o Joseph K pra confirmar sua inferioridade no tribunal. Gostei muito da introdução animada (apesar que ficaria melhor sem mostrar novamente no final).
Comédia e suspense muito bem combinados, ambos funcionam. Um clássico que eu deveria ter visto há muito tempo. Os decotes da Yvette e da senhora Scarlet me hipnotizaram o tempo inteiro haha. Algumas vezes a comédia tirava o peso do suspense dando um clima bem amistoso, mas ainda sim valeu a pena pela tentativa. A questão dos finais alternativos é excelente, consegue envolver todos personagens, e explorar todos seus backgrounds. E o plot twist me pegou desprevinido. Um ótimo e divertido entretenimento!
O filme é muito, principalmente o final. Algumas revelações que valem a pena ficar até o fim. Aqui já não achei tão inspirada a condução do filme, quanto em Cidadão Kane e A Marca da Maldade (também... com esses dois filmes como demonstração do talento do diretor, sempre muito se é esperado), o filme muitas vezes parece arrastado e um pouco confuso. Entretanto, como já disse, o final é sensacional e redime pelo todo resto.
Principalmente a parte final que o Michael descobre tudo que ocorreu, é genial a forma que ele manipula o mise en scene, criando a situação de confusão mental dele. A cena do espelho é ainda melhor. Um espetáculo!
Filme simples, mais maduro e não apelativo. Bem divertido de ver e experimentou em um campo pouco explorado nas animações americanas... daria um ótimo longa metragem não-animado. Eu preferia que o filme explorasse a relação dos dois robôs como amizade em vez de romance, mas também não ficou ruim.
Apesar de bem mindfuck, não é difícil que entender, o que pode ser um ponto positivo pra alguns. Além da história bem desenvolvida, o que mais me agradou foi a atmosfera do filme, câmera na mão, ângulos tortos, trilha sonora opressora, escuridão, claustrofobia. Mesmo se o filme não tivesse explicado nada, só essa sensação de estar perdido já seria foda. Poderia ter deixado um pouco mais aberto, seria uma obra prima. Totalmente recomenda pra gosta quem curte mindfucks.
Animação muito bem feita, tanto na qualidade gráfica, quanto no roteiro! Além tudo, tem a introdução a cultura mexicana, até então desconhecida pra mim nessa data. Filme é muito rico nesse ponto. Grandes personagens, mais uma vez essas animações da Pixar/Disney valorizando a família. Algumas cenas são de arrancar lágrimas mesmo, é quase impossível controlar, o filme usa de todos artifícios pra isso hahaha.
Adeus, Minha Concubina
4.2 98Primeiro de tudo, que fotografia maravilhosa! Sempre quando vejo os filmes chineses percebo um capricho especial com a fotografia.
É um filme que apesar da longa duração, é bem fluido e me faz lembrar dos "Era uma vez..." que mostram o período de vida inteiro dos personagens, uma verdadeira saga. Se chamasse "Era uma vez em Pequim" não me surpreenderia.
Gostei da arte ser inserida num contexto histórico como esse, é um filme que diz muito sobre a arte. E o final é sensacional pois sutilmente representa como a arte interage com a vida real.
Cabra Marcado Para Morrer
4.5 253 Assista AgoraJoão Pedro Teixeira é uma grande figura, um grande líder que inspirou muitas pessoas e o Coutinho se aproveitou disso pra explorar sobre tudo ao redor dele. É interesse o contexto da ditadura militar que impediu o filme, tendo que ser retomado depois. Tudo transparece, esbanja naturalidade.
Mais um bom filme do Coutinho!
Cartas de um Homem Morto
4.1 38A claustrofobia e a escuridão do cenário são angustiantes. Um filme super reflexivo, com uma premissa muito atrativa. Graças aos bons diálogos, me peguei pensando sobre como seria um mundo se houvesse um desastre como esse. E são chocantes as cenas externas, e também as internas do sofrimento de alguns.
Enxerguei uma ponte com o Einstein, que também era um cientista e se viu decepcionado com o resultado de sua criação.
Projetando na época em que o filme foi lançado, era uma ameaça mesmo, pela guerra fria, o que a temática do filme mais relevante. E também vinculado com o desastre de Chernobil, na Ucrânia, que é o país de origem do diretor, por se tratar de uma contaminação radioativa. É como um caos previsto para alertar o mundo e parar com a guerra. Felizmente terminou 5 anos após o filme ser lançado :)
Crimes e Pecados
4.0 184Woody Allen sabe como ninguém dosar um drama com comédia, aqui tendendo mais pro drama (que combina mais com o assunto).
Ambas histórias são bons exemplos de adultério, que expressa toda a complexidade do tema, e as consequências desastrosas que podem levar. Mais uma vez o filme se mantém fortalecido por meio de diálogos rápidos e inteligentes, tão típicos do diretor (ainda mais como ator).
Sempre tenho a sensação quando eu vejo um filme do Woody Allen, que a cada personagem que ele interpreta, parte dele é mostrada na tela. Muitos de seus personagens tem características em comum.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraMaravilhoso!
Através de uma história tão simples, sem recursos, apresenta uma crítica ácida à classe média. Por outro lado também desenvolve o tema maternidade, que é ainda mais tocante e relevante. Hoje em dia, muitas mães se vêem super atarefadas e não têm tempo pra dar amor e cuidar aos seus filhos. O filme serve como reflexão sobre isso.
A personagem da Regina Casé é sensacional porque ela percebe que também erra e conserta isso, além de toda sua carisma. Ela se destaca muito pela sua atuação, até porque as outras atuações não foram lá tão boas. O final do filme é incrível!
Mais um orgulho nacional
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraSimplesmente genial, finalmente me rendi ao cinema do P.T. Anderson! e com todos méritos!
A capacidade dele criar tantos personagens icônicos, multidimensionais e contar paralelamente suas histórias é admirável.
Magnólia tem mais de 3 horas de duração e poderia ter 5 ou até 10 e não me cansaria.
A introdução do filme já começa a mil e felizmente depois ele diminui um pouco a intensidade e no final nos recompensa e amarra a introdução com o final.
Todas atuações são ótimas, nenhum destaque individual, são igualmente de alto de nível, o que é positivo para o foco da narrativa.
Agora definitivamente terei que ver mais de seus filmes, pois Magnólia é uma obra prima!
Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil
4.4 87Um filme bem informativo sobre as raízes do racismo no Brasil. Alterna o peso dos acontecimentos com belos slow motions em preto e branco.
Tem um bom background histórico, um pouco superficial mas preenche o espaço e cumpre o papel fundamental pro filme.
O final é um soco na cara! A reflexão sobre o pós "liberdade" nos três casos é o grande ato do documentário. A falta de integração na sociedade dos negros também pode ser extendida pra situação atual dos presidiários que continuam presos fora da cadeia.
Núpcias de Escândalo
3.9 109 Assista AgoraComo um filme com James Stewart, Cary Grant e Katharine Hepburn poderia dar errado? nunca mesmo.
Uma comédia romântica com humor inteligente e uma complexidade amorosa entre eles e pros anos 40 deve ter sido um tanto ousado e não convencional.
Não é aquela comédia de se gargalhar, mas um filme pra se admirar pela sagacidade dos personagens que apresentam diálogos bem afiados com humor sutil.
Um filme além do seu tempo.
À Procura de Sugar Man
4.5 180 Assista AgoraSensacional!
Poucas vezes um documentário me deixou tão preso na história, mesmo não tendo nem ideia do que se tratava.
É um artista bem único e tem ótimas músicas, com muito conteúdo relevante. E acima de tudo, como pessoa é um grande ser humano, desapegado a bens materiais, valoriza as relações humanas e luta pelos seus ideais.
Sempre entra essa discussão: apreciamos mais sua arte por ele ser alguém tão admirável como pessoa? ou realmente ele é um artista extraordinário?
O background político do filme é relevante, pois um artista foi capaz de incitar uma revolução. Nesse ponto que a arte mostra toda sua força.
Além de uma experiência cinematográfica excelente, é uma recomendação musical. Recomendo!
Os Desajustados
3.7 24Até interessante o humor negro que permeia todo a atmosfera de drogas, desespero e falta de objetividade na vida dos personagens.
Apesar de algumas cenas engraçadas, o filme tem um roteiro um pouco pobre, o que acaba perdendo a força desse humor.
Um Convidado Bem Trapalhão
3.9 186 Assista AgoraMais uma boa parceria do Peter Sellers com o Blake Edwards. Os dois realmente funcionam junto. Altas risadas com o Bakshi.
O filme vem numa crescente ótima na festa, vamos aos poucos conhecendo os convidados. Porém chega a ponto que o filme perde um pouco o tom ótimo que vinha construindo e vira uma baderna.
Ainda assim, rende boas risadas e umas situações bizarras.
Sorte Cega
4.1 62 Assista AgoraTecnicamente muito bom.
Todo o contexto opressor do comunismo envolve bem a história do médico. Tem uma atmosfera bem pessimista sobre o país e o personagem, que de qualquer forma está condenado. Usa os conceitos de física de uma maneira reflexiva e leve, que realmente não soa pomposa
Kieslowski soube bem como criar a aleatoriedade nos 3 casos, explorou bastante o background do personagem no meio disso.
A capa do filme é sensacional!
Heavenly Forest
4.1 69O filme constrói bem os dois personagens, entendemos bem suas personalidades. São bem peculiares e tudo mais. Entretanto na parte que:
Ela desaparece, é muito destrutiva pra narração, é um mero recurso narrativo forçado pra criar essa tensão entre os dois. Mesmo explicando depois, não convence muito, até lá também já desgastou demais. Pra matar a pau, depois ela morre... acho um exagero desnecessário.
Os atores principais são bons, principalmente a atriz, que transmite bem sua complexidade psicológica. A trilha sonora é boa, bem típica desses romances asiáticos.
Apenas esses detalhes de roteiro que desnortearam a obra.
Nordkraft
3.8 36Pra temática de drogas é muito bom.
Só conheço esse mundo pelos filmes, mas me vendeu bem a ideia de como seria. O diretor aposta no realismo, sem qualquer romantização, e divide a história em basicamente três personagens pra evitar a generalização. Esse fato corrobora pra complexidade disso, pois cada um tem suas dificuldades, sucessos e fracassos.
Ainda tem a questão da tentativa de sair do mundo das drogas, as dificuldades diversas que os personagens passam. Esse é o ponto chave do filme.
É o tipo de filme que é bom não ter atores famosos pra não confundir o foco.
Impossível não lembrar de Trainspotting e Requiem for a dream, e está no mesmo nível.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraBom drama. O personagem melancólico combinou com o ator, que não era preciso muita performance pra cumprir com o papel. A fotografia, as fotografias contribuiram muito pra expressar o estado mental dele.
É uma boa construção do Chandler, que vamos pouco a pouco entendendo como chegou àquele a esse ponto. Tem um conteúdo super pesado, mas é aliviado pelo ritmo lento e a alternância temporal, o que ameniza o impacto do que vemos.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraUma pena não ter conseguido assistir no cinema, mas tentei simular o mais próximo disso em casa.
Se filmes de terror usam o silêncio pra criar tensão antes do jump scare ou algo assustador, aqui essa tensão obviamente é sempre presente, o que deixa o filme mais atrativo o tempo todo. Há muito tempo não sentia essa tensão absurda em filmes de terror.
As personagens são bem desenvolvidas (pra um filme de terror). As criaturas são bem assustadoras.
Infelizmente alguns acontecimentos ficaram meio incoerentes com o filme. Gostei do final, mas pelo motivo talvez diferente da intenção do diretor. É um filme pra não ter continuação.
Minha Noite com Ela
4.0 42 Assista AgoraTem uma técnica aqui que eu adoro que são planos invertidos da nouvelle vague que o Godard gostava de usar, em que um personagem fala, mas o outro é filmado. Pra mim isso cria uma imersão maior, porque na vida real meu olhar funciona assim, eu não olho só quem fala. Às vezes é mais interessante a reação de alguém. E ele usa essa técnica durante todo o filme (quem souber o nome disso, fala aí).
Conflito ciência X religião – matemática X catolicismo que reflete o conflito interno do protagonista sobre suas crenças. Apesar de muito religioso, é um engenheiro bem racional. Além do conflito interno, tem o conflito com a Maud que representa todo o inverso dele e desafia suas morais.
O filme critica a religião, que reprime sentimentos e doutrina as pessoas a seguir um pacote de moral e valores. Em um diálogo a Maud fala pra ele: “seus lábios estão frios, assim como os seus sentimentos” ... no meio da neve.
Um ponto importante é o impacto e a influência que a Maud teve naqueles dias na vida dele, o que ele carregou por anos. Algumas experiências são curtas e muito intensas.
O diálogo é a base de todo o filme, o que é muito típico do Eric Rohmer, que gosta de se aventurar em ideias ousadas sobre o amor e relacionamentos.
A falta de trilha sonora é até compreensível e não fez tanta falta.
O Colecionador
4.1 113Como não lembrar de Louca Obsessão? provavelmente deve ter tido alguma influência.
O que mais atrai do filme é a complexidade psicológica dos personagens, principalmente do Freddy. A cada momento e diálogo um traço de personalidade e de propósito é sutilmente mostrado. É um vilão único (ainda mais pela época) por ser educado, prestativo e algo mesmo tempo tão cruel. De alguma forma, tive pena porque era mais por sua inocência... no fundo não queria o mal da Miranda. Um suspense que foca no desenvolvimento de personagens.
A trilha sonora é bem presente e dita o ritmo do filme.
O Processo
4.0 128 Assista AgoraSensacional! deu até vontade de ler o livro!
Orson Welles em mais uma obra prima adapta essa grande história do Kafka!
É uma grande metáfora e crítica à perseguição de minorias que não conseguem se defender e tem que encarar o mundo inteiro sozinhos. Os planos de câmera sempre diminuiam o Joseph K pra confirmar sua inferioridade no tribunal.
Gostei muito da introdução animada (apesar que ficaria melhor sem mostrar novamente no final).
Os 7 Suspeitos
3.8 354 Assista AgoraComédia e suspense muito bem combinados, ambos funcionam.
Um clássico que eu deveria ter visto há muito tempo. Os decotes da Yvette e da senhora Scarlet me hipnotizaram o tempo inteiro haha.
Algumas vezes a comédia tirava o peso do suspense dando um clima bem amistoso, mas ainda sim valeu a pena pela tentativa.
A questão dos finais alternativos é excelente, consegue envolver todos personagens, e explorar todos seus backgrounds. E o plot twist me pegou desprevinido.
Um ótimo e divertido entretenimento!
A Dama de Shanghai
4.0 103O filme é muito, principalmente o final. Algumas revelações que valem a pena ficar até o fim.
Aqui já não achei tão inspirada a condução do filme, quanto em Cidadão Kane e A Marca da Maldade (também... com esses dois filmes como demonstração do talento do diretor, sempre muito se é esperado), o filme muitas vezes parece arrastado e um pouco confuso. Entretanto, como já disse, o final é sensacional e redime pelo todo resto.
Principalmente a parte final que o Michael descobre tudo que ocorreu, é genial a forma que ele manipula o mise en scene, criando a situação de confusão mental dele. A cena do espelho é ainda melhor. Um espetáculo!
WALL·E
4.3 2,9K Assista AgoraFilme simples, mais maduro e não apelativo.
Bem divertido de ver e experimentou em um campo pouco explorado nas animações americanas... daria um ótimo longa metragem não-animado.
Eu preferia que o filme explorasse a relação dos dois robôs como amizade em vez de romance, mas também não ficou ruim.
Coerência
4.0 1,3K Assista AgoraApesar de bem mindfuck, não é difícil que entender, o que pode ser um ponto positivo pra alguns.
Além da história bem desenvolvida, o que mais me agradou foi a atmosfera do filme, câmera na mão, ângulos tortos, trilha sonora opressora, escuridão, claustrofobia.
Mesmo se o filme não tivesse explicado nada, só essa sensação de estar perdido já seria foda.
Poderia ter deixado um pouco mais aberto, seria uma obra prima.
Totalmente recomenda pra gosta quem curte mindfucks.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraAnimação muito bem feita, tanto na qualidade gráfica, quanto no roteiro!
Além tudo, tem a introdução a cultura mexicana, até então desconhecida pra mim nessa data. Filme é muito rico nesse ponto.
Grandes personagens, mais uma vez essas animações da Pixar/Disney valorizando a família. Algumas cenas são de arrancar lágrimas mesmo, é quase impossível controlar, o filme usa de todos artifícios pra isso hahaha.