A Lenda de Candyman é um misto de reboot e sequência direta do filme de 1992, O Mistério de Candyman. E em meio a tantos remakes, reboots e sequências afins de qualidade duvidosa, este se destaca por ser um filme realmente bom, explorando a mitologia original e acrescentando novas nuances pertinentes a nossa atualidade. Apesar de haver flashback no filme, acho muito válido assistir ao filme de 1992 para se ter uma experiência completa. Aqui o horror é levemente relegado em detrimento de suspense com ritmo mais lento, há poucas cenas gráficas, acho que talvez seria melhor ter apostado um pouco mais no gore. O final é a cereja do bolo, com um clima de tensão cada vez maior e culminando numa aparição surpreendente, entregando a essência de Candyman, a consagração de uma lenda urbana. Quanto a polêmica da questão racial abordada no longa, desde a gênese da história no conto The Forbidden de Clive Barker e nos filmes dos anos 90, Candyman é uma lenda urbana antiracista, é a essência do personagem. Portanto nada mais natural que esse novo longa, produzido e roteirizado por Jordan Peele notório por suas produções carregadas de crítica social, seja ainda mais antiracista e aprofundar na crítica da questão racial, já que vivemos tempos em que essas pautas estão sendo mais discutidas felizmente. Candyman de 2021 é uma homenagem ao clássico cult vilão dos anos 90 com uma nova roupagem adequada para novos tempos.
Um prato cheio para quem curte um filme B dos anos 50 com efeitos pra lá de toscos, creio que até mesmo para época deve ter sido considerado mal feito. Impossível não rir do urubu gigante feito de anti-matéria (?!) quando ele crocita UARHHH UARHHH HAHAHAHA
O tempo todo eu só queria entrar na tela numa espécie de A Rosa Púrpura do Cairo invertido e abraçar Maxime e dizer que tudo vai ficar bem... Primeiro filme do Xavier Dolan que assisto e já quero ver todos os outros, que direção incrível! Enquadramentos estilosos, trilha sonora pontual. Sobre a história em si, é aquele drama até recorrente nesse tipo de filme, porém ainda assim cativa. A linha entre amor e amizade, desejo e paixão é tênue, as vezes inexistente e entender isso pode ser difícil.
O tempo é implacável, muda tudo em nós e ao nosso redor e ainda sim pode curar; há momentos tensos, com um suspense eficaz, ainda há lições sobre compreender a família e os problemas conjugais
inclusive com cenas e diálogos emocionantes do casal principal e seus filhos, como eles se entenderam por causa do tempo e como seus filhos os ampararam nos momentos finais.
O primeiro e segundo atos do filme são intrigantes, mantém você preso, porém perde força no terceiro. Acho que talvez teria sido melhor deixar o mistério do tempo para o público conjecturar, afinal o tempo não é isso mesmo, não saber no que e onde vai dar?
Quer um filme divertido, com cenas engraçadas e que também comove em diversos momentos? Então assista a esse filme! Um clássico da comédia romântica dos anos 80 e que tem aquela aquecida no coração e boas risadas, afinal estamos precisando muito disso ultimamente! Nostalgia da sessão da tarde, boa química entre Goldie Hawn e Kurt Russell!
Um clássico do horror psicológico, com toques de surrealismo. Dá mais medo que qualquer filme de terror atual, sem usar nenhum jump scare com aquele aumento da trilha sonora, banho de sangue ou efeitos especiais. Falando sobre a trilha, é lúgubre, imersiva e dá o tom onírico da história. Comecei a assistir com uma grande expectativa, pois já conhecia sua fama e por ter influenciado George Romero, David Lynch (got a light?! Episódio 8 de Twin Peaks o Retorno) e tantos outros e certamente foi correspondida ou até mesmo superada!
O que me surpreendeu bastante em Upgrade foi o filme extrapolar a trama genérica de vingança e introduzir temas do cyberpunk, gore e cenas de ação e suspense intensas. São muitas referências: cyberpunk de Neuromancer, body horror e o pós humanismo de David Cronenberg, sci-fi digno de Blade Runner de Philip K. Dick. A reviravolta de roteiro foi corajosa assim como o desfecho do filme. E para além das referências da cultura pop, o filme ainda cumpre o seu papel essencial de entretenimento enquanto critica o impacto da tecnologia na vida das pessoas, discutindo qual e se há um limite nessa relação máquina/humanidade.
Considerado um dos melhores filmes de todos os tempos pela prestigiada revista Sight and Sound e por tantos outros meios e críticos, Au Hasard Balthazar mostra a trajetória de vida do jumento Balthazar, repleta de agruras e melancolia. O pobre animal além de sofrer maus tratos, parece ser uma testemunha de todo tipo de maldade que ocorre no vilarejo. As situações diversas dos personagens não são esmiuçadas, não é fornecido detalhes e motivações, portanto assim como Balthazar, apenas testemunhamos tais atos sem entender bem o que de fato está acontecendo... e como há de se esperar o jumento presencia tudo de forma impassível e alheio a tudo. Nos sentimos assim como Balthazar, alheios e impotentes diante da crueldade humana. Apenas em dois momentos, e não sei como conseguiram tirar isso de um jumento, o bicho parece atuar e chega a ter feições de sofrimento e tristeza quando ele
chega ao circo e vê outros bichos presos e sendo maltratados e no seu ato final quando é atingido por uma bala perdida e agozina diante de um rebanho de ovelhas, uma das cenas mais melancólicas e poéticas que já vi.
O filme emociona em certas partes, mas o modo cru e seco de Bresson acaba por deixar a história um tanto fria e pensei que seria muito mais tocante do que realmente foi.
O terceiro filme da franquia/spin-off Annabelle é tudo aquilo que queremos ver em um filme de terror de shopping: jump scares, um roteiro simples sem nada mirabolante e claro a famigerada boneca tocando o terror. Se você quer ver algo além disso, talvez seja outro tipo de filme de terror que deva procurar. Após um primeiro filme ruim, o segundo mediano e um terceiro bom, a franquia subverte a regra de sequências serem cada vez piores. Aqui o padrão de qualidade foi ascendente: a ponta do casal Warren, personagens com os quais nos importamos e queremos que fiquem bem, final emotivo e alguns momentos arrepiantes.
Um filme que deixa de ser para mim apenas uma obrigatoriedade por ser cinéfilo e passa a ser um dos filmes que mais mexeram comigo em diversos aspectos, ei-los:
- os aspectos técnicos desde fotografia, roteiro e direção que hoje possam parecer até banais, mas quando se leva em conta a época em que foi produzido, percebemos o quão visionário e importante ele foi e continuará sendo para a história do cinema;
- o tema sobre mídia e controle dos meios de comunicação, que tanto me agrada como em Rede de Intrigas ou O Abutre;
- a abordagem emotiva e o significado da famosa palavra no leito de morte "Rosebud"
que a meu ver remete à saudade da infância e o arrependimento de uma vida da qual Kane na verdade nunca gostou ou foi feliz...
- por fim, sua atemporalidade seja pelo mote principal, seja pela realização técnica ou pela marcante direção e atuação de Orson Welles.
Fica aquela sensação de ter demorado tanto para ter assistido ao filme, mas no fim acho que vemos os filmes, seja qual for, no momento certo em que era para ser visto.
Que grata surpresa esse filme! Muitos comentários citando ser um clássico da sessão da tarde ou cinema em casa nos anos 90, me surpreendi por nunca ter visto ele antigamente e nem o conhecia e olha que eu era um telespectador voraz dessas duas sessões de cinema vespertinas. É um trash sátira de filmes de terror-scifi muito divertido, o tipo de filme pra desligar a mente e só curtir. Risadas e diversão garantidas graças a indicação de um grande amigo!
Nunca assisti algo tão paradoxal assim! Bizarro, grotesco e ao mesmo tempo sensível e com uma mensagem sobre auto aceitação e redenção. Alguns momentos exigem estômago e definitivamente não é um filme para qualquer um. A paleta de cores rosa e lilás dá um tom antitético para o filme. A atuação mediana de parte do elenco não diminuiu o impacto da história. Filme muito bom, porém difícil de sair indicando por aí, tem que pensar bem antes de sugerir a alguém.
Com um desenvolvimento mais lento, sem usar jump scares e uma trama que faz você conjecturar a todo instante o que está acontecendo, O Chalé se enquadra nessa nova leva de filmes de terror (já não tão nova assim) e por isso se destaca dentro gênero tão saturado. A dupla de diretores brinca com o espectador e vai dizendo até mesmo explicitamente o que vai acontecer e às vezes nem damos atenção, só percebemos no final, achei isso incrível. Eis a cenas que nos dão dicas do que realmente está acontecendo:
- Enquanto assistem ao filme O enigma do Outro mundo, filme cujos personagens também estão confinados em um ambiente hostil e gelado e o personagem do filme cita cabin fever, que é loucura e paranoia que atingem pessoas nessas situações
- Quando Aidan pega o aquecedor a gás portátil, os diretores estão jogando na nossa cara que as crianças estão praticando gas lighting em Grace, ou seja confundindo sua mente a ponto de enlouquecê-la (inclusive tirando o remédio dela)
Certamente a dupla de diretores, que já mostraram competência em Boa Noite, Mamãe, merecem atenção para seus próximos trabalhos.
O que mais me atraiu em Midsommar foi o grande desconforto enquanto assistia. Aquela sensação de que algo ruim está prestes a acontecer mesmo com todo mundo agindo com grande hospitalidade e gentileza, essa agonia permaneceu comigo praticamente durante todo o desenvolvimento da trama. As partes de violência gráfica e o ritual em si não me impactaram por questão de gosto pessoal mesmo (há outros filmes bem mais impactantes). O que choca mesmo são os temas psicológicos abordados na história. Gostei muito do filme, mas entendo a polarização em relação ao roteiro e desenvolvimento mais lento, que pelos comentários que li, foi o que mais incomodou as pessoas.
Assistido no especial Wim Wenders: viagens sem volta journeys of no return do Mubi, é um filme contemplativo, de ritmo mais lento. Um road movie sobre a busca de inspiração e amizade numa dupla aparentemente sem qualquer ligação. Na cena da foto instantânea em que os rostos de Alice e Phil se misturam, ali nasce uma alma só, unidas por suas desilusões e problemas, um encontrando no outro as respostas para seus dilemas. Filmaço!
Simples, profundo, emocionante e necessário. Um dos filmes mais tocantes a que já assisti e que mesmo com um tema tão pesado, aquece o coração. Se você assistir e não chorar ao menos uma vez, péssima notícia para você: já está morto por dentro.
Excelente assim como a novela de King que o inspirou, o filme Conta Comigo é sobre o embate entre a inocência da infância contra o choque de realidade dos problemas de gente grande que cada personagem enfrenta. Ainda sobre o destino inevitável que algumas pessoas estão sujeitas não importa se elas merecem ou não ou quão elas lutem contra. Tudo isso em forma de uma aventura deliciosa, ora engraçada ora triste e por vezes emocionante! A história transborda nostalgia, mesmo para aqueles que não passaram por situações semelhantes, pois ali o tema é universal a todos que ja viveram essa fase de descobertas da vida.
"I never had any friends later on like the ones I had when I was twelve. Jesus, does anyone?"
A melancolia de Paris, Texas é paradoxalmente reconfortante e me faltam palavras para descrever o quanto esse filme me deu uma aquecida no coração e ao mesmo tempo um golpe na alma. Quando ficamos sabendo de tudo que aconteceu no passado da família de Travis e sua jornada de redenção e arrependimento, fica difícil segurar a emoção. A bela fotografia que explora o árido deserto e a imensidão do céu azul no início do filme nos mostra a tristeza (blue) e perdição de Travis e no decorrer da história, cores mais quentes e luminosas vão surgindo indicando o ponto de virada do personagem. Seguramente um dos filmes que mais me emocionou até hoje!
Foi um filme bem decepcionante, haja visto que seu antecessor é o incrível Donnie Darko. Ainda que não tenha criado tanta expectativa pelos tantos reviews negativos e notas baixas. No Mubi, veio no especial Fracassos Perfeitos, mas ainda assim nao consegui ver perfeição nenhuma, foi extremamente difícil terminar o filme. Darei outra chance futuramente, vai que estamos diante de um futuro clássico incompreendido. Por ora, a nota é baixa mesmo, quem sabe daqui há 20 anos, vejamos com outros olhos.
O Homem Invisível cumpre bem seu papel quanto ao entretenimento, pois garante tensão e suspense muito bem sem cair em clichês. E cumpre ainda o papel de crítica social quanto a violência física e psicológica contra a mulher. A modernização do gaslighting com uso da ficção científica ficou bem interessante. Quanto a atuação da Elizabeth Moss, dispensa comentários, incrivelmente expressiva e talentosa. Grata surpresa essa repaginação de uma história já contada de diversas formas desde HG Wells.
Filme imperdível para os fãs de Agatha Christie! Cômico e suspense na medida certa. Benoit Blanc é o Hercule Poirot do século XXI, quanto carisma num só personagem! Roteiro bem amarrado e você suspeita fortemente de pelo menos 4 personagens ao longo do filme!
O mais puro horror cósmico! Extasiado com a atuação de Robert Pattinson e Willem Dafoe! Não se pode limitar O Farol a um simples filme de paranoia e "febre da cabana like". Ele é muito mais que isso, ele pode ser o que cada espectador quiser e ainda sim será plausível. Me remeteu a um misto de Eraserhead e Os Pássaros, o primeiro pela sua fotografia em preto e branco e a exploração de sons de maquinário; o segundo com a utilização das gaivotas como elemento de estranhamento. Junte isso a um quê de surrealismo e um horror cósmico lovecraftiano e temos um dos filmes mais provocativos e imersivos dos últimos anos! Robert Eggers assina o roteiro e mais uma vez dirige com maestria, provando que o A Bruxa não foi um acerto isolado.
A Lenda de Candyman
3.3 508 Assista AgoraA Lenda de Candyman é um misto de reboot e sequência direta do filme de 1992, O Mistério de Candyman. E em meio a tantos remakes, reboots e sequências afins de qualidade duvidosa, este se destaca por ser um filme realmente bom, explorando a mitologia original e acrescentando novas nuances pertinentes a nossa atualidade. Apesar de haver flashback no filme, acho muito válido assistir ao filme de 1992 para se ter uma experiência completa.
Aqui o horror é levemente relegado em detrimento de suspense com ritmo mais lento, há poucas cenas gráficas, acho que talvez seria melhor ter apostado um pouco mais no gore. O final é a cereja do bolo, com um clima de tensão cada vez maior e culminando numa aparição surpreendente, entregando a essência de Candyman, a consagração de uma lenda urbana.
Quanto a polêmica da questão racial abordada no longa, desde a gênese da história no conto The Forbidden de Clive Barker e nos filmes dos anos 90, Candyman é uma lenda urbana antiracista, é a essência do personagem. Portanto nada mais natural que esse novo longa, produzido e roteirizado por Jordan Peele notório por suas produções carregadas de crítica social, seja ainda mais antiracista e aprofundar na crítica da questão racial, já que vivemos tempos em que essas pautas estão sendo mais discutidas felizmente.
Candyman de 2021 é uma homenagem ao clássico cult vilão dos anos 90 com uma nova roupagem adequada para novos tempos.
O Ataque Vem do Polo
2.7 23Um prato cheio para quem curte um filme B dos anos 50 com efeitos pra lá de toscos, creio que até mesmo para época deve ter sido considerado mal feito. Impossível não rir do urubu gigante feito de anti-matéria (?!) quando ele crocita UARHHH UARHHH HAHAHAHA
Matthias & Maxime
3.4 132 Assista AgoraO tempo todo eu só queria entrar na tela numa espécie de A Rosa Púrpura do Cairo invertido e abraçar Maxime e dizer que tudo vai ficar bem... Primeiro filme do Xavier Dolan que assisto e já quero ver todos os outros, que direção incrível! Enquadramentos estilosos, trilha sonora pontual. Sobre a história em si, é aquele drama até recorrente nesse tipo de filme, porém ainda assim cativa. A linha entre amor e amizade, desejo e paixão é tênue, as vezes inexistente e entender isso pode ser difícil.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraO tempo é implacável, muda tudo em nós e ao nosso redor e ainda sim pode curar; há momentos tensos, com um suspense eficaz, ainda há lições sobre compreender a família e os problemas conjugais
inclusive com cenas e diálogos emocionantes do casal principal e seus filhos, como eles se entenderam por causa do tempo e como seus filhos os ampararam nos momentos finais.
Um Salto Para a Felicidade
3.6 173 Assista AgoraQuer um filme divertido, com cenas engraçadas e que também comove em diversos momentos? Então assista a esse filme! Um clássico da comédia romântica dos anos 80 e que tem aquela aquecida no coração e boas risadas, afinal estamos precisando muito disso ultimamente! Nostalgia da sessão da tarde, boa química entre Goldie Hawn e Kurt Russell!
O Parque Macabro
3.8 142 Assista AgoraUm clássico do horror psicológico, com toques de surrealismo. Dá mais medo que qualquer filme de terror atual, sem usar nenhum jump scare com aquele aumento da trilha sonora, banho de sangue ou efeitos especiais. Falando sobre a trilha, é lúgubre, imersiva e dá o tom onírico da história.
Comecei a assistir com uma grande expectativa, pois já conhecia sua fama e por ter influenciado George Romero, David Lynch (got a light?! Episódio 8 de Twin Peaks o Retorno) e tantos outros e certamente foi correspondida ou até mesmo superada!
Upgrade: Atualização
3.7 686 Assista AgoraO que me surpreendeu bastante em Upgrade foi o filme extrapolar a trama genérica de vingança e introduzir temas do cyberpunk, gore e cenas de ação e suspense intensas. São muitas referências: cyberpunk de Neuromancer, body horror e o pós humanismo de David Cronenberg, sci-fi digno de Blade Runner de Philip K. Dick.
A reviravolta de roteiro foi corajosa assim como o desfecho do filme. E para além das referências da cultura pop, o filme ainda cumpre o seu papel essencial de entretenimento enquanto critica o impacto da tecnologia na vida das pessoas, discutindo qual e se há um limite nessa relação máquina/humanidade.
A Grande Testemunha
4.0 94 Assista AgoraConsiderado um dos melhores filmes de todos os tempos pela prestigiada revista Sight and Sound e por tantos outros meios e críticos, Au Hasard Balthazar mostra a trajetória de vida do jumento Balthazar, repleta de agruras e melancolia. O pobre animal além de sofrer maus tratos, parece ser uma testemunha de todo tipo de maldade que ocorre no vilarejo. As situações diversas dos personagens não são esmiuçadas, não é fornecido detalhes e motivações, portanto assim como Balthazar, apenas testemunhamos tais atos sem entender bem o que de fato está acontecendo... e como há de se esperar o jumento presencia tudo de forma impassível e alheio a tudo. Nos sentimos assim como Balthazar, alheios e impotentes diante da crueldade humana. Apenas em dois momentos, e não sei como conseguiram tirar isso de um jumento, o bicho parece atuar e chega a ter feições de sofrimento e tristeza quando ele
chega ao circo e vê outros bichos presos e sendo maltratados e no seu ato final quando é atingido por uma bala perdida e agozina diante de um rebanho de ovelhas, uma das cenas mais melancólicas e poéticas que já vi.
O filme emociona em certas partes, mas o modo cru e seco de Bresson acaba por deixar a história um tanto fria e pensei que seria muito mais tocante do que realmente foi.
Annabelle 3: De Volta Para Casa
2.8 681 Assista AgoraO terceiro filme da franquia/spin-off Annabelle é tudo aquilo que queremos ver em um filme de terror de shopping: jump scares, um roteiro simples sem nada mirabolante e claro a famigerada boneca tocando o terror. Se você quer ver algo além disso, talvez seja outro tipo de filme de terror que deva procurar.
Após um primeiro filme ruim, o segundo mediano e um terceiro bom, a franquia subverte a regra de sequências serem cada vez piores. Aqui o padrão de qualidade foi ascendente: a ponta do casal Warren, personagens com os quais nos importamos e queremos que fiquem bem, final emotivo e alguns momentos arrepiantes.
À Espreita do Mal
3.6 897Aquele duplo plot twist carpado que você respeita! Excelente suspense, surpreendente e original!
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraUm filme que deixa de ser para mim apenas uma obrigatoriedade por ser cinéfilo e passa a ser um dos filmes que mais mexeram comigo em diversos aspectos, ei-los:
- os aspectos técnicos desde fotografia, roteiro e direção que hoje possam parecer até banais, mas quando se leva em conta a época em que foi produzido, percebemos o quão visionário e importante ele foi e continuará sendo para a história do cinema;
- o tema sobre mídia e controle dos meios de comunicação, que tanto me agrada como em Rede de Intrigas ou O Abutre;
- a abordagem emotiva e o significado da famosa palavra no leito de morte "Rosebud"
que a meu ver remete à saudade da infância e o arrependimento de uma vida da qual Kane na verdade nunca gostou ou foi feliz...
- por fim, sua atemporalidade seja pelo mote principal, seja pela realização técnica ou pela marcante direção e atuação de Orson Welles.
Fica aquela sensação de ter demorado tanto para ter assistido ao filme, mas no fim acho que vemos os filmes, seja qual for, no momento certo em que era para ser visto.
Rosebud!
Freaklândia: O Parque dos Horrores
3.4 123Que grata surpresa esse filme! Muitos comentários citando ser um clássico da sessão da tarde ou cinema em casa nos anos 90, me surpreendi por nunca ter visto ele antigamente e nem o conhecia e olha que eu era um telespectador voraz dessas duas sessões de cinema vespertinas. É um trash sátira de filmes de terror-scifi muito divertido, o tipo de filme pra desligar a mente e só curtir. Risadas e diversão garantidas graças a indicação de um grande amigo!
Peles
3.4 590 Assista AgoraNunca assisti algo tão paradoxal assim! Bizarro, grotesco e ao mesmo tempo sensível e com uma mensagem sobre auto aceitação e redenção. Alguns momentos exigem estômago e definitivamente não é um filme para qualquer um. A paleta de cores rosa e lilás dá um tom antitético para o filme. A atuação mediana de parte do elenco não diminuiu o impacto da história. Filme muito bom, porém difícil de sair indicando por aí, tem que pensar bem antes de sugerir a alguém.
O Chalé
3.3 723 Assista AgoraCom um desenvolvimento mais lento, sem usar jump scares e uma trama que faz você conjecturar a todo instante o que está acontecendo, O Chalé se enquadra nessa nova leva de filmes de terror (já não tão nova assim) e por isso se destaca dentro gênero tão saturado. A dupla de diretores brinca com o espectador e vai dizendo até mesmo explicitamente o que vai acontecer e às vezes nem damos atenção, só percebemos no final, achei isso incrível. Eis a cenas que nos dão dicas do que realmente está acontecendo:
- As cenas da casa de bonecas da Mia
- Enquanto assistem ao filme O enigma do Outro mundo, filme cujos personagens também estão confinados em um ambiente hostil e gelado e o personagem do filme cita cabin fever, que é loucura e paranoia que atingem pessoas nessas situações
- Quando Aidan pega o aquecedor a gás portátil, os diretores estão jogando na nossa cara que as crianças estão praticando gas lighting em Grace, ou seja confundindo sua mente a ponto de enlouquecê-la (inclusive tirando o remédio dela)
Certamente a dupla de diretores, que já mostraram competência em Boa Noite,
Mamãe, merecem atenção para seus próximos trabalhos.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraO que mais me atraiu em Midsommar foi o grande desconforto enquanto assistia. Aquela sensação de que algo ruim está prestes a acontecer mesmo com todo mundo agindo com grande hospitalidade e gentileza, essa agonia permaneceu comigo praticamente durante todo o desenvolvimento da trama. As partes de violência gráfica e o ritual em si não me impactaram por questão de gosto pessoal mesmo (há outros filmes bem mais impactantes). O que choca mesmo são os temas psicológicos abordados na história. Gostei muito do filme, mas entendo a polarização em relação ao roteiro e desenvolvimento mais lento, que pelos comentários que li, foi o que mais incomodou as pessoas.
Alice nas Cidades
4.3 96 Assista AgoraAssistido no especial Wim Wenders: viagens sem volta journeys of no return do Mubi, é um filme contemplativo, de ritmo mais lento. Um road movie sobre a busca de inspiração e amizade numa dupla aparentemente sem qualquer ligação. Na cena da foto instantânea em que os rostos de Alice e Phil se misturam, ali nasce uma alma só, unidas por suas desilusões e problemas, um encontrando no outro as respostas para seus dilemas. Filmaço!
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista AgoraFilme novo da franquia Texas Chainsaw Massacre: a
Eu: aff mais um filme dessa franquia saturada (apertando o botão "Quero Ver" na hora!)
Ponette - A Espera de um Anjo
4.1 54Simples, profundo, emocionante e necessário. Um dos filmes mais tocantes a que já assisti e que mesmo com um tema tão pesado, aquece o coração.
Se você assistir e não chorar ao menos uma vez, péssima notícia para você: já está morto por dentro.
Conta Comigo
4.3 1,9K Assista AgoraExcelente assim como a novela de King que o inspirou, o filme Conta Comigo é sobre o embate entre a inocência da infância contra o choque de realidade dos problemas de gente grande que cada personagem enfrenta. Ainda sobre o destino inevitável que algumas pessoas estão sujeitas não importa se elas merecem ou não ou quão elas lutem contra. Tudo isso em forma de uma aventura deliciosa, ora engraçada ora triste e por vezes emocionante! A história transborda nostalgia, mesmo para aqueles que não passaram por situações semelhantes, pois ali o tema é universal a todos que ja viveram essa fase de descobertas da vida.
"I never had any friends later on like the ones I had when I was twelve. Jesus, does anyone?"
Paris, Texas
4.3 696 Assista AgoraA melancolia de Paris, Texas é paradoxalmente reconfortante e me faltam palavras para descrever o quanto esse filme me deu uma aquecida no coração e ao mesmo tempo um golpe na alma. Quando ficamos sabendo de tudo que aconteceu no passado da família de Travis e sua jornada de redenção e arrependimento, fica difícil segurar a emoção. A bela fotografia que explora o árido deserto e a imensidão do céu azul no início do filme nos mostra a tristeza (blue) e perdição de Travis e no decorrer da história, cores mais quentes e luminosas vão surgindo indicando o ponto de virada do personagem. Seguramente um dos filmes que mais me emocionou até hoje!
Southland Tales - O Fim do Mundo
2.2 168Foi um filme bem decepcionante, haja visto que seu antecessor é o incrível Donnie Darko. Ainda que não tenha criado tanta expectativa pelos tantos reviews negativos e notas baixas. No Mubi, veio no especial Fracassos Perfeitos, mas ainda assim nao consegui ver perfeição nenhuma, foi extremamente difícil terminar o filme. Darei outra chance futuramente, vai que estamos diante de um futuro clássico incompreendido. Por ora, a nota é baixa mesmo, quem sabe daqui há 20 anos, vejamos com outros olhos.
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraO Homem Invisível cumpre bem seu papel quanto ao entretenimento, pois garante tensão e suspense muito bem sem cair em clichês. E cumpre ainda o papel de crítica social quanto a violência física e psicológica contra a mulher. A modernização do gaslighting com uso da ficção científica ficou bem interessante.
Quanto a atuação da Elizabeth Moss, dispensa comentários, incrivelmente expressiva e talentosa. Grata surpresa essa repaginação de uma história já contada de diversas formas desde HG Wells.
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraFilme imperdível para os fãs de Agatha Christie! Cômico e suspense na medida certa.
Benoit Blanc é o Hercule Poirot do século XXI, quanto carisma num só personagem! Roteiro bem amarrado e você suspeita fortemente de pelo menos 4 personagens ao longo do filme!
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraO mais puro horror cósmico! Extasiado com a atuação de Robert Pattinson e Willem Dafoe! Não se pode limitar O Farol a um simples filme de paranoia e "febre da cabana like". Ele é muito mais que isso, ele pode ser o que cada espectador quiser e ainda sim será plausível.
Me remeteu a um misto de Eraserhead e Os Pássaros, o primeiro pela sua fotografia em preto e branco e a exploração de sons de maquinário; o segundo com a utilização das gaivotas como elemento de estranhamento. Junte isso a um quê de surrealismo e um horror cósmico lovecraftiano e temos um dos filmes mais provocativos e imersivos dos últimos anos!
Robert Eggers assina o roteiro e mais uma vez dirige com maestria, provando que o A Bruxa não foi um acerto isolado.