David Fincher tem uma filmografia invejável, dando em conta que o seu único filme que não considero Ótimo ou excelente é um blockbuster totalmente controlado pelo estúdio e seus produtores. Fincher tinha uma tarefa que nunca é fácil; Fazer um remake de um filme recente e que muitas pessoas adoram. Mas quando se trata dele, nunca podemos duvidar, já que ele não se contenta com o simples. O mais engraçado é que "Millennium" é um filme simples, porém, com suas camadas psicológicas intrigantes. Quando um renomado jornalista, Mikael Blomkvist (Craig) é acusado de calúnia, ele resolve se afastar da revista que chefia para não manchar o nome da mesma (revista essa que dá nome ao filme na tradução para o Brasil). Mikael é procurando por um membro de uma tradicional família sueca para investigar o desaparecimento de uma parente há quase 40 anos atrás, assim, Mikael, conta com a ajuda de Lebeth, para desvendar esse curioso caso. O primeiro destaque do filme, talvez seja um dos órgãos principais do projeto, é a trilha sonora. Desde o primeiro segundo de projeção ela está lá, nos colocando no clima sufocante, indeciso, cruel e intenso que o filme nos transmite. O fato de Fincher manter o país do filme original em seu remake é uma decisão extremamente inteligente, pois toda a paisagem urbana de Estocolmo é um personagem a parte, mas a paisagem gélida da ilha onde vive a família Vanger, chega a ser surreal o quanto ficamos imersos. Sentimos o frio cortante em nossos ossos, o ar seco e junto a música pulsante, ficamos desconfiados. O filme é tão bem montado que as cenas do personagem vivido pelo Daniel Craig e pela personagem da Rooney Mara, são tão bem colocadas em seus momentos que saem muito orgânico e em nenhum momento sentimos ser forçado, até os flashbacks são colocados de modo como se estivéssemos ouvindo a história diretamente de uma pessoa a nossa frente. Agora o ponto maior do filme, sem dúvidas é Rooney Mara, a atuação dela é tão convincente e sem nada de exageros, que acreditamos realmente que aquela personagem está viva. O modo como evita olhar diretamente para as pessoas, o olhar intenso/indeciso , tudo construido minuciosamente, das tatuagens, aos piercings (piercings são todos de verdade), da falta de cordialidade ao carinho pelo tutor. Quando ela nos é apresentada, percebemos o quanto é inteligente e habilidosa e mesmo acanhada como se estivesse em um casulo, não pode-se ser subestimada. É uma personagem complexa que pode fazer o impossível se for preciso. A cena chocante do quarto é a mostra visual do quão longe ela pode chegar. Acho que "Millennium" me cativou por vários motivos, a imersão foi total e o filme mesmo após sua conclusão ainda nos guarda um epílogo que nos dá um gostinho de "quero mais". Para mim, esse é um dos melhores trabalhos do Fincher (e qual não é?) E provavelmente tem a personagem feminina mais poderosa de sua filmografia. Rooney Mara é o filme, e foi uma total injustiça com um dos melhores papéis femininos desse século ela não levar o Oscar.
Clint Eastwood mostra que realmente aprendeu bem com o mestre Leone. Em cada frame desse filme sentimos a presença do mítico diretor que revolucionou o western do ocidente. Bill Munny, vivido pelo próprio Clint, vive uma vida miserável com os dois filhos e um certo dia recebe uma proposta para caçar dois bandidos que retalharam o rosto de uma prostituta, Bill ainda conta com a ajuda de seu antigo parceiro Ned, vivido com maestria pelo eterno Morgan Freeman. O que eles não contavam era se deparar com o violento xerife que não quer saber de vingança em sua cidade. O filme subverte o gênero totalmente, já que aqui o mocinho é um ex-assassino, a mocinha é uma prostituta e o vilão é o temido xerife. A fotografia belíssima com vários takes bem abertos, dando a imersão perfeita a todo o senário do velho oeste americano. Acho que foi muito merecido o Oscar de melhor filme, pois foi uma fantástica homenagem ao gênero tao amado no meio, e que mesmo ainda respirando, não tem tanta força quanto antes.
Há 17 anos atrás, Wolverine chegava as telas personificado pelo desconhecido Hugh Jackman, hoje após uma longa caminhada ele solta as garras uma última vez nas telonas. Nesses 17 anos não vimos apenas um ator interpretando um dos personagens mais aclamados dos quadrinhos, vimos ele se transformar nesse personagem, dar vida como poucos deram vida a um personagem. No futuro de 2029, os X-Men não existem mais e a raça mutante está a meio fio da extinção. Vivendo uma vida corrida como motorista, Logan ajuda a cuidar do professor Xavier e acompanha a luta de seu companheiro contra o Alzheimer, fora isso Logan ainda tem que lidar com seu fator de cura que não parece estar tão confiável como antes. Ao conhecer a jovem Laura, os dois saem em uma desesperada e dolorosa fuga para ajudar a pequenina. Engraçado como o filme nos prende de começo ao fim e nos deixa totalmente inquietos, pois é a primeira vez que vemos o Carcaju tão vulnerável, desde a sua primeira cena, Hugh Jackman trás a melhor interpretação do personagem em todos esses anos. O olhar cheio de arrependimentos, o caminhar desequilibrado, a respiração afoita, como se carregasse o mundo nas costas, tudo minimamente pensado e trabalhado. E não foi um trabalho de um filme só, por mais que o diretor não queira ter feito filme de explicação cronológica, mas sim de personagem, vemos no personagem do Logan o quanto o passado o afeta. Patrick Stewart faz o Professor Xavier como jamais visto, doente, dependente e cheio de arrependimentos, sim, ambos os personagens compartilham arrependimentos e feridas que nunca se fecharão. Dafne Keen é um achado, uma atriz tao nova fazer um papel tão complexo me deixou de queixo caído. O longa tem um ar de Road movie/Western muito grande, acho que foi um dos motivos de ter funcionado tanto, mesmo com um roteiro tendo pequenas decisões bobas, não prejudica o que acaba sendo a grande redenção do Wolverine, pois não é só sua redenção, é um verdadeiro filme que os fãs de X-Men mereciam há anos. Logan é cruel, agoniante e totalmente introspectivo, sendo um dos melhores filmes do gênero e com certeza um dos melhores do ano. As garras se retraem e adentram na carne uma última vez e nunca mais retornarão a sair. Muito obrigado por tudo Hugh Jackman!
Em seu ultimo capitulo, O Cavaleiro das Trevas deixou o manto de lado e assumiu toda culpa pelo atos do Harvey Dent (Duas-Caras), assim se auto exilando para que ficasse de pé uma lei que deixaria todos malfeitores de Gotham presos sem direito a condicional. No tanto, os 8 anos em que o Batman ficou desaparecido um novo vai veio surgindo e Bruce Wayne vai ter que lutar contra seu passado mais uma vez, assim trazendo O Cavaleiro das Trevas de volta a ação. Nolan infelizmente teve que repensar todo o final de sua trilogia, pois seu maior trunfo, O Coringa de Heath Leadger, não está mais entre nós. Obviamente, Nolan tinha a sã consciência que perante os fatos era impossivel se superar e superar o antagonista. Mesmo assim, Nolan, mais uma vez conseguiu trazer a tona um grande personagem, O Mercenário Bane, vivido pelo excelente Tom Hardy. Hardy nasceu para interpretar esse personagem, sua imponência em cena é grandiosa, você realmente acredita que sua respiração da medo. O modo como o diretor de fotografia coloca sempre a câmera por trás do ombro do personagem nos da a sensação de grandeza, sempre somos inferiores a ele. Mais uma vez, Christian bale está bem como o Cavaleiro de Gotham, confortável, mas ele apelou demais na voz aqui, existem momentos que o exagero nos faz não entender nada que ele fala. Michale Cane aparece pouco, mas em uma de suas cenas ele nos entrega uma das interpretações mais humanas e sinceras da trilogia, em uma conversa com Bruce, Alfred confessa que também fez escolhas difíceis e que custaram caro. A cinematografia capta bem a decadência de Gotham, no inicio a fotografia está bem limpa e luminosa e durante a projeção a fotografia vai ficando suja, assim como a cidade vai desabando. O plot twist do roteiro funciona bem, mas infelizmente o filme tem pequenos furos no roteiro, nada que prejudique ele ao todo, mas viemos de um segundo filme com roteiro perfeito e não recebemos o mesmo aqui. Fico imaginando o que o Nolan teria feito de Ledger estivesse vivo, o quão grande seria esse filme, o quão diferente ele seria. Ainda sim, apos ver no cinema na época e sair emocionado, vi um grande final digno desse personagem que tanto amo, alias, o final desse filme me emociona sempre. “Acha que as trevas são suas aliadas? Você apenas as adotou, eu nasci delas, fui moldado por elas só vi luz quando já era homem, aquela altura só o que fez foi me cegar!”
Em sua continua luta para salvar Gotham do crime organizado, Bruce Wayne vê sua parceria com o agora, Tenente, James Gordon cada vez mais afiada e o fruto de seu sucesso é ver mais pessoas de bem querendo lutar por justiça. Harvey Dent, o novo promotor da cidade e intitulado como "O Cavaleiro Branco de Gotham" pode ser o primeiro de grandes influencias e Bruce começa a refletir sobre poder abandonar o manto e ter uma vida normal. Infelizmente, o Batman tem que lidar com seu exemplo, que acaba fazendo com que cidadães comuns se vistam como o herói e saiam a noite pra combater o crime. Isso chega a ser uma excelente analogia a vida real, onde pessoas acabam se inspirando erroneamente. Como se já não fosse o bastante, O Cavaleiro das Trevas tem que lidar com vilões que acabam se ascendendo por conta de seu sucesso. Logo na absurda cena de abertura somos apresentados ao nome do filme, O coringa vivido por Heath Ledger, não é só o melhor vilão em um filme de super herói no cinema, ele é uma das melhores atuações da historia do cinema e um dos maiores vilões da sétima arte. A trilha sonora bem aplicada nas cenas onde nosso vilão está em tela com notas agudas, nos traz uma mescla de sentimentos incômodos e espantosos. Não tem uma cena em que o Coringa esteja em cena que não ficamos boquiabertos. Nolan tem muitas qualidades como diretor, mas suas duas maiores ficam claras aqui, a de selecionar elenco e direção dos mesmos. Outra qualidade enaltecedora é como ele utiliza os efeitos práticos nas gravações, poucos diretores hoje em dia tem essa habilidade tão afiada. Tenho que pontuar a excelente direção de fotografia do filme,Wally Pfister, utiliza uma câmera que circula os personagens e nos mostra ângulos loucos, como a loucura do vilão. O roteiro escrito pelos irmãos Christopher e Jonathan Nolan a partir do argumento de David S. Goyer, é enaltecedor, um amigo me falou que o roteiro é quase de um épico e concordo com ele, sem precisar de Plot Twists gritantes, a historia se desenrola de modo firme e impressionante, não existe cenas jogadas desnecessariamente, tudo faz parte da narrativa em favor de seu clímax. O filme te cansa, te esmaga, mas não de um modo ruim e sim porque é um filme complexo e intenso. Os duelos psicológicos do nosso protagonista e seu algoz são de deixar você literalmente destruído. Mais uma vez o elenco de apoio da um show e novamente nenhum personagem é dispensável. The Dark Knight é um filme revolucionário, cheio de camadas, com um roteiro absurdo e que te espreme até os ossos, obra-prima e injustiçada de Christopher Nolan. "Ou você morre herói, ou vive o bastante para se tornar o vilão."
Após anos dos filmes de Joel Schumacher mancharem a sagrada marca do cavaleiro de Gotham, o heróis passou alguns anos sem ser tocado nos cinemas, pois era preciso que as pessoas esquecessem aquela galhofa. Na época o iniciante Christopher Nolan, ficou com a difícil tarefa de trazer o herói mais humano dos quadrinhos de volta a sua glória nos cinemas, glória essa que ficou para trás nos filmes caricatos, mas muito bons do Tim Burton. Não lembro agora mais na época todos deviam estar com um pé atrás, por mais que seja um diretor em acensão (O que me lembra o Denis Villeneuve atualmente entrando de cabeça na cultura pop e trazendo franquias importantes de volta), o roteiro estava nas mãos do irregular David S. Goyer, mas felizmente ele e Nolan construíram um excelente roteiro abraçando a ideia de mostrar um heróis realmente humano e realista. O fato do roteiro sempre buscar deixar o publico crente nas situações que poderiam acontecer na vida real foi inovador para o gênero, pois até hoje posso contar nos dedos os filmes que conseguiram isso. Toda construção do personagem foi minimamente calculada, percebe-se bem isso quando os bem aplicados flashbacks nos fazem entender a relação de Bruce com o pai, os valores que são passados, a força de nunca cair e ficar no chão. Nolan fez algo tão bom que até entendemos Bruce Wayne ai utilizar a figura do morcego como simbolo, entendemos o quão importante é ele partilhar o maior medo físico com seus oponentes. Todo o elenco está fantástico, Christian Bale, consegue nos passar todas emoções do personagem, todo o peso e angústia. Michael Cane faz um dos papeis fundamentais para o filme, pois além do papel familiar, é seu fiel escudeiro e sempre puxa Bruce pra realidade. A trilha sonora dramática e potente nos passa um ótimo tom em suas cenas, funciona muito bem. Batman Begins é o ressurgimento das cinzas, de um morcego que estava enterrado e desacreditado, Nolan fez algo incrível com lucidez e paixão.
Vi muitas pessoas falando mal do filme o chamando de "teatral demais", Na boa, se você acha que "teatral é sinônimo de algo ruim, você não nasceu pra gostar de cinema, pois o teatro é a mãe da sétima arte. Desabafos a parte, em seu terceiro longa, Denzel mostra estar cada vez mais seguro em sua direção e mostrar ter uma visão de cinema bem ampla. O filme realmente é teatral, e de grande qualidade, o roteiro ágil, cheio de abordagens importantes, morte, amor, responsabilidade, fidelidade. Isso fez com que o filme me prendesse desde o começo, mas o que tem mais força aqui são as atuações. A vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, Viola Davis simplesmente destrói em cena ao fado da poderosa atuação de Denzel. Viola da vida a uma mulher forte, mas que tem que passar por cima de seu orgulho para fazer escolhas difíceis, escolhas que penas uma grande mulher faria. O personagem do Denzel luta contra ele mesmo durante o filme, mostra ser o mais humano, cheio de falhas e falta de aceitação própria, medo e força. A cena em que ele desafia a morte é fantástica!
F.W. Murnau, no auge do Expressionismo alemão revoluciona o gênero do terror e nos entrega uma versão adaptada do famoso Drácula de Bram Stoker com um final revolucionário para as lendas vampirescas. O filme conta a historia de Hutter, agente imobiliário, que viaja até os Montes Cárpatos para vender um castelo no Mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock. Achei fascinante o modo como foi usado a palheta de cores, amarelo durante o dia e a luz de velas e azulado a noite, linda fotografia. A cinematografia é intrigante, nos deixa com um pé sempre atrás com ajuda do bem elaborado roteiro. Os planos do nosso vilão "Nosferatu" vai sendo revelado aos poucos e isso funciona bem, pois nos mantém presos durante os 5 atos.
A indicação da Natalie Portman é muito mais que justa e se ganhasse, eu nao ficaria triste. Um filme que aborda uma personagem tao abalada não é fácil e quando essa personagem leva o filme nas costas com pequenos suportes em cenas pontuais temos um mérito bem dividido entre direção e ator. Eu gostei do filme por um todo, mas as cenas do passeio pela casa branca são insuportáveis e toda vez que o filme ia nessas cenas eu queria morrer, perde muito ritmo.
Um excelente desfecho para uma ótima trilogia. Sem duvidas essa é uma das melhores adaptações de mangas já feita. hollywood deveria pegar como exemplo esses três filmes e fazer mais adaptações dignas.
Sabe aqueles filmes que conversam com a gente, bem no interior? “Det Sjunde Inseglet” é esse tipo de filme. Bergman aborda de forma metafórica e teatral, assuntos importantes para a humanidade até os dias de hoje, de uma importância que provoca mudanças radicais com um pouco de reflexão. Humanidade, vida, morte, Deus, Tudo isso é abordado em diálogos profundos, mas não apelativos, pois o roteiro trata tudo de forma bem natural. A fotografia do filme, sendo bem consciente do que precisa passar nos coloca em um ambiente de desorientação e reflexão, junto com Antonius block, que a todo custo tenta ganhar tempo com a morte, tempo para suprir dúvidas, para lutar contra a sua negação com Deus, para demonstrar força perante a Morte, mas no fim nós realmente vivemos apenas ganhando tempo, não? Pois a morte sempre será o ponto final, ela sempre será invicta! O tempo histórico que o filme aborda não poderia ser outro. Na idade média, logo após as cruzadas, quando a peste negra está devastando povoados inteiros, quando os fiéis usavam isso contra os infiéis, como se “a ira de Deus” estivesse mandando um recado para eles os combaterem. “Det Sjunde Inseglet” não é um filme para qualquer um, sendo muito reflexivo e pouco mastigado, mas após assisti-lo nos tornamos outra pessoa. “Devemos fazer de nosso medo um ídolo e chamá-lo de Deus?”
Tecnicamente esse consegue ser melhor que o primeiro, só não foi o mesmo nível por conta de uma barriguinha, o filme poderia cortar 15 minutos de boa. Mas ainda sim é uma das melhores adaptações que já vi, agora é partir pra parte final e ver o desfecho da trilogia.
Quando o filme não está focado em suas de cenas de sexo gratuito, ele resolve se apoiar em atuações bem frágeis, o único que conseguiu me convencer de alguma coisa foi Brian Marc, que vive o personagem Blue. O roteiro aborda assuntos como vicio, tráfico e abuso sexual de uma forma bem superficial e genérica. Além de mostrar o grupo de traficantes mais burro do mundo, ele mostra a virada da vida da protagonista Leah que é vivida pela fraca atriz, Morgan Saylor. Foi um conjunto de fatores que fizeram um filme que poderia ser interessante, se tornar um filme bem fraco. A nota vai só pela direção que mostra potencial.
Um estudo de personagem contemplativo, esse filme mostra sem exageros, como as coisas realmente são. As sutilezas do filme e sua reflexão silenciosa é o que tem de mais forte no roteiro, roteiro esse que pega toda sua simplicidade e nos soca na boca do estomago. Não é um filme fácil, não é um filme feliz, é um filme necessário para observar melhor como um negro e gay pode ser reprimido a ponto de explodir e se “matar”, pois, Little, Chiron e Black acabam sendo pessoas diferentes, mas com o mesmo olhar cheio de repressão. Repressão social que nos é mostrada da forma mais cruel possível. Toda a simbologia da cena em que o personagem do Mahershala Ali, o ensina a nadar é linda! A importância do mar em suas três fases mostradas durante o filme em momentos de mudança e aceitação, faz com que aquele mar seja seu confidente, nada sairá dali, ficará eternamente debatendo entre as ondas. A figura do pai que só se apresenta em seu primeiro ato, mas é o suficiente, para Ali nos entregar o melhor papel de sua carreira. A fotografia com palheta azulada é maravilhosa, nos passa tranquilidade quando precisamos dela. Durante a mudança de atos, a tela preta com uma luz piscando, resume bem a mudança do personagem, azul da inocência, vermelho da maturidade e violência, não que Chiron seja violento, mas ele tem que aprender a retribuir quando a vida o acerta. A direção é poderosa, sinto que Barry Jenkins vai nos dar muitos socos no estomago ainda. “Moonlight” é um poderoso estudo de personagem, poético e cheio de camadas, mais que merecido suas indicações ao Oscar.
Eu não sei nem por onde começar direito, tem alguns dias que vi esse filme e está batutando até agora na minha cabeça. Ele tem uma profundidade dramática enorme e cheia de camadas, a introspecção do personagem de Casey Affleck chega a ser angustiante em alguns momentos, meio que ficamos com o sentimento de querer ajudar, mas não sabemos como, a atuação dele é tao simples que realmente me fez acreditar que ele existe, talvez exista, pois é um homem que não consegue encarar o passado, sempre cabisbaixo e com olhar distante, vem perdendo uma eterna luta contra si próprio. A fotografia é maravilhosa, com tons em azul claro que nos passam um pouco de calma e em outros momentos um azul escuro que nos passa medo. Aliás, o elenco todo está em um nível absurdo aqui. Michelle Williams e Lucas Hedges, estão absurdos, com atuações humanas e sem exageros. Tem uma dialogo do personagem do Casey Affleck, com a Michelle Williams que é impossível não se emocionar. O que mais prezo no cinema coreano (Meu cinema favorito) é a naturalidade de seus personagens e a feliz surpresa em ver esse mesmo nível de naturalidade aqui foi gratificante. A trilha sonora tem uma pegada meio incomoda, mas faz total sentido quando quando tocada. Com a direção e roteiro simples mas ao mesmo tempo grandioso, Kenneth Lonergan acaba de se tornar um diretor que ficarei de olho. Manchester By the Sea é um filme doloroso, cheio de sentimentos agudos e com atuações dignas, que serão lembradas, pelo menos, por mim, uma das mais reflexivas dos últimos anos.
Tom Ford, nos entrega um filme intenso, cheio de camadas e com uma digestão vagarosa, trabalhando com três linhas temporais e sem subestimar seu público, o roteiro consegue conectar muito bem cada uma das historias, mesmo com cortes bruscos de uma para a outra, tudo faz total sentido. A Edição ajuda bastante durante esse desenrolar, transferindo emoções fortes e quase desesperadoras para algo mais sóbrio e casual, como se fosse um respiro de uma baleia. Amy Adams está mais uma vez sensacional, ela merecia uma indicação dupla, por esse filme e “Arrival”. Ela tem um olhar que nos fascina, cheio de arrependimento de suas atitudes. Jake Gylenhaal, mais uma vez surpreende em dar vida ao personagem mais humano do filme, pois não se trata de super personagens fortes que fazem a diferença, a intenção é sentir a invulnerabilidade humana. Michael Shannon que foi indicado ao Oscar de melhor ator Coadjuvante, faz por merecer a indicação, rouba todas as cenas em que aparece, sem precisar de exageros, um personagem contido e que esta ali para fazer o que acha correto. E outro destaque nas atuações é a do Aaron Taylor-Johnson, disparado o melhor papel da carreira dele, consegue transbordar em tela toda a sociopatia do personagem. As cores sóbrias do filme falam muito, principalmente sobre Susan, a maquiagem que serve como armadura da personagem, tudo muito bem pensado e detalhado. O filme só perde força em duas cenas de flashback, mas logo se recompõe e mantem o nível. Definitivamente não é um filme para qualquer um.
Eu já vi um numero considerável de filmes alemães na minha vida, principalmente os filmes do Expressionismo Alemão. E com minha experiência, posso dizer que Toni Erdmann é um dos melhores filmes que já saíram desse país tão importante para a sétima arte. Cheio de camadas e com um estudo de personagem interessante, o modo como cada personagem é estudado e desenvolvido é bem interessante, com a fluidez perfeita para um filme de quase 3 horas. A direção e o roteiro são da ótima, Maren Ade. Com competência e bastante segurança, leva seu filme, consegue nos fazer refletir através que diálogos marcantes e engraçados, junto com cenas que não precisam ser faladas, como um simples abraço pode gritar o suficiente para que nossa consciência adormecida chegasse a ouvir e correr atrás para saber mais? Afirmo que para mim, é um filme viciante, logo, verei novamente, pois existem perguntas que ainda batutam em minha cabeça, perguntas da qual nem eu sabia que poderiam me deixar uma noite em claro refletindo sobre. Toni Erdmann é um filme maravilhosamente trabalhado, feito com uma abordagem fresca e sensível, que capta a relação complexa entre pai e filha e comentário sobre a loucura do mundo de hoje. Precisa ser apreciado!
Gosto bastante desse primeiro filme, não acho Chris Columbus um grande diretor, mas acho que ele captou o espirito da franquia aqui e o mais importante, captou o espírito de como seria a descoberta de Harry e de todo o publico desse mundo bruxo. Em legal ver cenas que parecem ter sido pensadas já pro fim da saga, sendo que os livros ainda não tinham terminado de ser lançado ainda, mas pequenos detalhes que um fã capta fácil. A maravilhosa trilha sonora do John Williams é tão impactante, que marcou uma geração que sempre se lembrara desse universo quando ouvir a música.
Premiado no festival de Toronto de 2014, um dos mais importantes festivais do mundo, Whiplash é o primeiro filme da carreira do excelente diretor, Damien Chazelle. E desde que vi esse filme pela primeira vez, me tornei fã do cara. Para mim é um filme impecável, uma verdadeira obra-prima desse século, pois com certeza está entre os 10 melhores filmes que vi de 2000 pra cá. O foco como os movimentos de câmera são usados aqui é essencial para toda tensão e imersão do drama, a fotografia frisando bastante closes em pequenos detalhes do rosto, mãos e instrumento do protagonista são geniais, pois em pouco tempo de filme ficamos tensos com o modo que ele precisa tocar para alcançar a perfeição. J.K. Simmons que foi premiado com um Oscar por seu papel aqui (Muito mais que merecido) faz um personagem com temperamento explosivo, com ataques de impaciência que chega a nos deixar nervoso caso ele mande parar a musica por um erro. Miles Teller merecia ser indicado ao Oscar por esse papel, a intensidade que ele nos passa aqui é surpreendente, tocando bateria de verdade e muito bem, nos passando todas as incertezas com o olhar e as certezas com atitudes. Toda a trilha sonora é magnifica, um Jazz puro, os amantes do gênero vão adorar com certeza. E outro ponto que queria falar aqui é da montagem do filme, Que montagem estupenda, com pequenos detalhes que fazem toda diferença na narrativa. Whiplash é o melhor filme daquele Oscar de 2015 e foi muito injustiçado, é tenso, intenso, vibrante e com um dos cortes finais mais poderosos da sétima arte.
Essa premissa de "o ser humano só usa numero x de capacidade cerebral" já esta mais batido do que filme de zumbi. Não entendo quem gosta desse filme, nem pra passar o tempo ele serviu pra mim. Me recuso a falar mais sobre. PS: 4 estrelas só porque tem minha esposa como protagonista.
No filme de estreia dos diretores, Daniel Kwan e Daniel Scheinert que se autodenominam “The Daniel’s”. Eles conseguiram fazer o filme mais estranho e talvez o mais inventivo de 2016. Vencedores do premio de direção no Festival de Sundance, eles colocaram no roteiro e através dos peidos, isso mesmo, peidos! Eles conseguiram por um significado de aceitação e crescimento pessoal. A fotografia é bastante agradável, com tons ardentes e ao mesmo tempo com um azul refrescante e sua trilha sonora a capela que nos ajuda a se sentir confortáveis em meio aquela situação esquisita. Pau Dano esta mais uma vez muito bem no papel e continuo afirmando, falta pouco pra ele levar um Oscar. Mas a grande surpresa é a ótima atuação do Daniel RadCliffe, ele tem uma atuação corpórea excelente e mesmo com as limitações de expressões faciais que seu personagem poderá fazer ele se sai bem. A direção premiada segura bem o filme e toda as suas situações, infelizmente no terceiro ato, toda a fantasia e as perguntas que ficariam para o espectador desvendar com sua reflexão acabam sendo respondidas, nada que estrague o filme, mas com essas perguntas em aberto teríamos uma discussão bacana sobre o longa. Um Cadáver Para Sobreviver é metaforicamente e visualmente lindo, faz questionamentos importantes, é estranho e demora para nos habituarmos, mas vale muito a pena por ser uma coisa totalmente nova.
Após assistir The Wailing (meu filme favorito de 2016) fiquei curioso em ver os outros dois filmes do diretor. E The Chaser é um excelente exercício de gênero. Um Thriller que foge do comum, logo no primeiro ato já nos entregando o assassino e a partir dai o roteiro se desenrola em um arco tenso e intrigante. A fotografia urbanista de uma capital chuvosa e melancólica durante todo o filme nos da a sensação de perdido, principalmente durante as cenas de perseguição no bairro onde o assassino vive. A trilha sonora tem momentos adequados para aparecer, não se faz presente em toda projeção, mas quando aparece da o tom perfeito. As atuações são ótimas, o assassino em nenhum momento faz questão de forçar olhares intensos, é tudo muito simples, muito humano, ele causa desconforto com suas palavras pedantes. O nosso protagonista (que está longe de ser mocinho) contem uma postura inquieta e as vezes exagerada, não costuma aceitar tudo facilmente. The Chaser me surpreendeu como um filme de estreia, e só não leva nota máxima por um pequeno arco no roteiro que não influencia em nada e incha um “cadin” o filme, um dos Thrillers mais bem montados que já vi.
Damien Chazelle está de volta, após seu excelente filme Whiplash, ele nos entrega um marco no cinema contemporâneo. Sim, La La Land é isso tudo e um pouco mais. Toda a cinematografia nos faz sentir totalmente ambientado naquela Los Angeles magica, onde ocorre toda a odisseia romântica (Obrigado pela definição, Cristiano). As cores primarias são lindamente usadas e mais parece um personagem a parte. A câmera faz um show à parte, com seus planos sequencia de encantar os olhos, a música que penetra na alma e nos faz sorrir, um sorriso de espirito e otimista. Sonhos são postos entre o amor e isso pode trazer dificuldades mas mesmo com o fim, tudo isso está dentro de você, isso faz parte de você. Metáforas e analogias sobre o que mais esse filme transpira o tão, temido e desejado, “amor”. As atuações de Emma Stone e Ryan Gosling são de arrepiar, a sincronia entre os dois é de corpo e alma. A Emma toma esse filme pra ela e não desperdiça, faz com que cada cena seja a mais perfeita, com um monologo sonoro lindo e de emocionar, nos entrega a melhor personagem de sua carreira. Gosling aprendeu a tocar piano e todas as sequencias do filme com o instrumento são tocadas por ele, mais uma vez o subestimado ator se entrega de corpo e alma para o papel e vemos mais que um personagem, nos vemos em tela. O diretor de fotografia desse filme merece todos os elogios e muito mais, o Oscar já é desse cara, merecidamente, pois sua função é fundamental para toda a historia. La La Land é lindo, jamais tenta ser maior do que é, tem uma trilha sonora marcante e uma fotografia magnifica, é um filme que já nasceu clássico. Damien Chazelle, conseguiu sua primeira obra-prima da carreira em seu segundo filme.
Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
4.2 3,1K Assista AgoraDavid Fincher tem uma filmografia invejável, dando em conta que o seu único filme que não considero Ótimo ou excelente é um blockbuster totalmente controlado pelo estúdio e seus produtores. Fincher tinha uma tarefa que nunca é fácil; Fazer um remake de um filme recente e que muitas pessoas adoram. Mas quando se trata dele, nunca podemos duvidar, já que ele não se contenta com o simples. O mais engraçado é que "Millennium" é um filme simples, porém, com suas camadas psicológicas intrigantes. Quando um renomado jornalista, Mikael Blomkvist (Craig) é acusado de calúnia, ele resolve se afastar da revista que chefia para não manchar o nome da mesma (revista essa que dá nome ao filme na tradução para o Brasil). Mikael é procurando por um membro de uma tradicional família sueca para investigar o desaparecimento de uma parente há quase 40 anos atrás, assim, Mikael, conta com a ajuda de Lebeth, para desvendar esse curioso caso. O primeiro destaque do filme, talvez seja um dos órgãos principais do projeto, é a trilha sonora. Desde o primeiro segundo de projeção ela está lá, nos colocando no clima sufocante, indeciso, cruel e intenso que o filme nos transmite. O fato de Fincher manter o país do filme original em seu remake é uma decisão extremamente inteligente, pois toda a paisagem urbana de Estocolmo é um personagem a parte, mas a paisagem gélida da ilha onde vive a família Vanger, chega a ser surreal o quanto ficamos imersos. Sentimos o frio cortante em nossos ossos, o ar seco e junto a música pulsante, ficamos desconfiados. O filme é tão bem montado que as cenas do personagem vivido pelo Daniel Craig e pela personagem da Rooney Mara, são tão bem colocadas em seus momentos que saem muito orgânico e em nenhum momento sentimos ser forçado, até os flashbacks são colocados de modo como se estivéssemos ouvindo a história diretamente de uma pessoa a nossa frente. Agora o ponto maior do filme, sem dúvidas é Rooney Mara, a atuação dela é tão convincente e sem nada de exageros, que acreditamos realmente que aquela personagem está viva. O modo como evita olhar diretamente para as pessoas, o olhar intenso/indeciso , tudo construido minuciosamente, das tatuagens, aos piercings (piercings são todos de verdade), da falta de cordialidade ao carinho pelo tutor. Quando ela nos é apresentada, percebemos o quanto é inteligente e habilidosa e mesmo acanhada como se estivesse em um casulo, não pode-se ser subestimada. É uma personagem complexa que pode fazer o impossível se for preciso. A cena chocante do quarto é a mostra visual do quão longe ela pode chegar. Acho que "Millennium" me cativou por vários motivos, a imersão foi total e o filme mesmo após sua conclusão ainda nos guarda um epílogo que nos dá um gostinho de "quero mais". Para mim, esse é um dos melhores trabalhos do Fincher (e qual não é?) E provavelmente tem a personagem feminina mais poderosa de sua filmografia. Rooney Mara é o filme, e foi uma total injustiça com um dos melhores papéis femininos desse século ela não levar o Oscar.
Os Imperdoáveis
4.3 655Clint Eastwood mostra que realmente aprendeu bem com o mestre Leone. Em cada frame desse filme sentimos a presença do mítico diretor que revolucionou o western do ocidente. Bill Munny, vivido pelo próprio Clint, vive uma vida miserável com os dois filhos e um certo dia recebe uma proposta para caçar dois bandidos que retalharam o rosto de uma prostituta, Bill ainda conta com a ajuda de seu antigo parceiro Ned, vivido com maestria pelo eterno Morgan Freeman. O que eles não contavam era se deparar com o violento xerife que não quer saber de vingança em sua cidade. O filme subverte o gênero totalmente, já que aqui o mocinho é um ex-assassino, a mocinha é uma prostituta e o vilão é o temido xerife. A fotografia belíssima com vários takes bem abertos, dando a imersão perfeita a todo o senário do velho oeste americano. Acho que foi muito merecido o Oscar de melhor filme, pois foi uma fantástica homenagem ao gênero tao amado no meio, e que mesmo ainda respirando, não tem tanta força quanto antes.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraHá 17 anos atrás, Wolverine chegava as telas personificado pelo desconhecido Hugh Jackman, hoje após uma longa caminhada ele solta as garras uma última vez nas telonas. Nesses 17 anos não vimos apenas um ator interpretando um dos personagens mais aclamados dos quadrinhos, vimos ele se transformar nesse personagem, dar vida como poucos deram vida a um personagem. No futuro de 2029, os X-Men não existem mais e a raça mutante está a meio fio da extinção. Vivendo uma vida corrida como motorista, Logan ajuda a cuidar do professor Xavier e acompanha a luta de seu companheiro contra o Alzheimer, fora isso Logan ainda tem que lidar com seu fator de cura que não parece estar tão confiável como antes. Ao conhecer a jovem Laura, os dois saem em uma desesperada e dolorosa fuga para ajudar a pequenina. Engraçado como o filme nos prende de começo ao fim e nos deixa totalmente inquietos, pois é a primeira vez que vemos o Carcaju tão vulnerável, desde a sua primeira cena, Hugh Jackman trás a melhor interpretação do personagem em todos esses anos. O olhar cheio de arrependimentos, o caminhar desequilibrado, a respiração afoita, como se carregasse o mundo nas costas, tudo minimamente pensado e trabalhado. E não foi um trabalho de um filme só, por mais que o diretor não queira ter feito filme de explicação cronológica, mas sim de personagem, vemos no personagem do Logan o quanto o passado o afeta. Patrick Stewart faz o Professor Xavier como jamais visto, doente, dependente e cheio de arrependimentos, sim, ambos os personagens compartilham arrependimentos e feridas que nunca se fecharão. Dafne Keen é um achado, uma atriz tao nova fazer um papel tão complexo me deixou de queixo caído. O longa tem um ar de Road movie/Western muito grande, acho que foi um dos motivos de ter funcionado tanto, mesmo com um roteiro tendo pequenas decisões bobas, não prejudica o que acaba sendo a grande redenção do Wolverine, pois não é só sua redenção, é um verdadeiro filme que os fãs de X-Men mereciam há anos. Logan é cruel, agoniante e totalmente introspectivo, sendo um dos melhores filmes do gênero e com certeza um dos melhores do ano. As garras se retraem e adentram na carne uma última vez e nunca mais retornarão a sair. Muito obrigado por tudo Hugh Jackman!
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraEm seu ultimo capitulo, O Cavaleiro das Trevas deixou o manto de lado e assumiu toda culpa pelo atos do Harvey Dent (Duas-Caras), assim se auto exilando para que ficasse de pé uma lei que deixaria todos malfeitores de Gotham presos sem direito a condicional. No tanto, os 8 anos em que o Batman ficou desaparecido um novo vai veio surgindo e Bruce Wayne vai ter que lutar contra seu passado mais uma vez, assim trazendo O Cavaleiro das Trevas de volta a ação. Nolan infelizmente teve que repensar todo o final de sua trilogia, pois seu maior trunfo, O Coringa de Heath Leadger, não está mais entre nós. Obviamente, Nolan tinha a sã consciência que perante os fatos era impossivel se superar e superar o antagonista. Mesmo assim, Nolan, mais uma vez conseguiu trazer a tona um grande personagem, O Mercenário Bane, vivido pelo excelente Tom Hardy. Hardy nasceu para interpretar esse personagem, sua imponência em cena é grandiosa, você realmente acredita que sua respiração da medo. O modo como o diretor de fotografia coloca sempre a câmera por trás do ombro do personagem nos da a sensação de grandeza, sempre somos inferiores a ele. Mais uma vez, Christian bale está bem como o Cavaleiro de Gotham, confortável, mas ele apelou demais na voz aqui, existem momentos que o exagero nos faz não entender nada que ele fala. Michale Cane aparece pouco, mas em uma de suas cenas ele nos entrega uma das interpretações mais humanas e sinceras da trilogia, em uma conversa com Bruce, Alfred confessa que também fez escolhas difíceis e que custaram caro. A cinematografia capta bem a decadência de Gotham, no inicio a fotografia está bem limpa e luminosa e durante a projeção a fotografia vai ficando suja, assim como a cidade vai desabando. O plot twist do roteiro funciona bem, mas infelizmente o filme tem pequenos furos no roteiro, nada que prejudique ele ao todo, mas viemos de um segundo filme com roteiro perfeito e não recebemos o mesmo aqui. Fico imaginando o que o Nolan teria feito de Ledger estivesse vivo, o quão grande seria esse filme, o quão diferente ele seria. Ainda sim, apos ver no cinema na época e sair emocionado, vi um grande final digno desse personagem que tanto amo, alias, o final desse filme me emociona sempre. “Acha que as trevas são suas aliadas? Você apenas as adotou, eu nasci delas, fui moldado por elas só vi luz quando já era homem, aquela altura só o que fez foi me cegar!”
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraEm sua continua luta para salvar Gotham do crime organizado, Bruce Wayne vê sua parceria com o agora, Tenente, James Gordon cada vez mais afiada e o fruto de seu sucesso é ver mais pessoas de bem querendo lutar por justiça. Harvey Dent, o novo promotor da cidade e intitulado como "O Cavaleiro Branco de Gotham" pode ser o primeiro de grandes influencias e Bruce começa a refletir sobre poder abandonar o manto e ter uma vida normal. Infelizmente, o Batman tem que lidar com seu exemplo, que acaba fazendo com que cidadães comuns se vistam como o herói e saiam a noite pra combater o crime. Isso chega a ser uma excelente analogia a vida real, onde pessoas acabam se inspirando erroneamente. Como se já não fosse o bastante, O Cavaleiro das Trevas tem que lidar com vilões que acabam se ascendendo por conta de seu sucesso. Logo na absurda cena de abertura somos apresentados ao nome do filme, O coringa vivido por Heath Ledger, não é só o melhor vilão em um filme de super herói no cinema, ele é uma das melhores atuações da historia do cinema e um dos maiores vilões da sétima arte. A trilha sonora bem aplicada nas cenas onde nosso vilão está em tela com notas agudas, nos traz uma mescla de sentimentos incômodos e espantosos. Não tem uma cena em que o Coringa esteja em cena que não ficamos boquiabertos. Nolan tem muitas qualidades como diretor, mas suas duas maiores ficam claras aqui, a de selecionar elenco e direção dos mesmos. Outra qualidade enaltecedora é como ele utiliza os efeitos práticos nas gravações, poucos diretores hoje em dia tem essa habilidade tão afiada. Tenho que pontuar a excelente direção de fotografia do filme,Wally Pfister, utiliza uma câmera que circula os personagens e nos mostra ângulos loucos, como a loucura do vilão. O roteiro escrito pelos irmãos Christopher e Jonathan Nolan a partir do argumento de David S. Goyer, é enaltecedor, um amigo me falou que o roteiro é quase de um épico e concordo com ele, sem precisar de Plot Twists gritantes, a historia se desenrola de modo firme e impressionante, não existe cenas jogadas desnecessariamente, tudo faz parte da narrativa em favor de seu clímax. O filme te cansa, te esmaga, mas não de um modo ruim e sim porque é um filme complexo e intenso. Os duelos psicológicos do nosso protagonista e seu algoz são de deixar você literalmente destruído. Mais uma vez o elenco de apoio da um show e novamente nenhum personagem é dispensável. The Dark Knight é um filme revolucionário, cheio de camadas, com um roteiro absurdo e que te espreme até os ossos, obra-prima e injustiçada de Christopher Nolan. "Ou você morre herói, ou vive o bastante para se tornar o vilão."
Batman Begins
4.0 1,4K Assista AgoraApós anos dos filmes de Joel Schumacher mancharem a sagrada marca do cavaleiro de Gotham, o heróis passou alguns anos sem ser tocado nos cinemas, pois era preciso que as pessoas esquecessem aquela galhofa. Na época o iniciante Christopher Nolan, ficou com a difícil tarefa de trazer o herói mais humano dos quadrinhos de volta a sua glória nos cinemas, glória essa que ficou para trás nos filmes caricatos, mas muito bons do Tim Burton. Não lembro agora mais na época todos deviam estar com um pé atrás, por mais que seja um diretor em acensão (O que me lembra o Denis Villeneuve atualmente entrando de cabeça na cultura pop e trazendo franquias importantes de volta), o roteiro estava nas mãos do irregular David S. Goyer, mas felizmente ele e Nolan construíram um excelente roteiro abraçando a ideia de mostrar um heróis realmente humano e realista. O fato do roteiro sempre buscar deixar o publico crente nas situações que poderiam acontecer na vida real foi inovador para o gênero, pois até hoje posso contar nos dedos os filmes que conseguiram isso. Toda construção do personagem foi minimamente calculada, percebe-se bem isso quando os bem aplicados flashbacks nos fazem entender a relação de Bruce com o pai, os valores que são passados, a força de nunca cair e ficar no chão. Nolan fez algo tão bom que até entendemos Bruce Wayne ai utilizar a figura do morcego como simbolo, entendemos o quão importante é ele partilhar o maior medo físico com seus oponentes. Todo o elenco está fantástico, Christian Bale, consegue nos passar todas emoções do personagem, todo o peso e angústia. Michael Cane faz um dos papeis fundamentais para o filme, pois além do papel familiar, é seu fiel escudeiro e sempre puxa Bruce pra realidade. A trilha sonora dramática e potente nos passa um ótimo tom em suas cenas, funciona muito bem. Batman Begins é o ressurgimento das cinzas, de um morcego que estava enterrado e desacreditado, Nolan fez algo incrível com lucidez e paixão.
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraVi muitas pessoas falando mal do filme o chamando de "teatral demais", Na boa, se você acha que "teatral é sinônimo de algo ruim, você não nasceu pra gostar de cinema, pois o teatro é a mãe da sétima arte. Desabafos a parte, em seu terceiro longa, Denzel mostra estar cada vez mais seguro em sua direção e mostrar ter uma visão de cinema bem ampla. O filme realmente é teatral, e de grande qualidade, o roteiro ágil, cheio de abordagens importantes, morte, amor, responsabilidade, fidelidade. Isso fez com que o filme me prendesse desde o começo, mas o que tem mais força aqui são as atuações. A vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, Viola Davis simplesmente destrói em cena ao fado da poderosa atuação de Denzel. Viola da vida a uma mulher forte, mas que tem que passar por cima de seu orgulho para fazer escolhas difíceis, escolhas que penas uma grande mulher faria. O personagem do Denzel luta contra ele mesmo durante o filme, mostra ser o mais humano, cheio de falhas e falta de aceitação própria, medo e força. A cena em que ele desafia a morte é fantástica!
Nosferatu
4.1 629 Assista AgoraF.W. Murnau, no auge do Expressionismo alemão revoluciona o gênero do terror e nos entrega uma versão adaptada do famoso Drácula de Bram Stoker com um final revolucionário para as lendas vampirescas. O filme conta a historia de Hutter, agente imobiliário, que viaja até os Montes Cárpatos para vender um castelo no Mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock. Achei fascinante o modo como foi usado a palheta de cores, amarelo durante o dia e a luz de velas e azulado a noite, linda fotografia. A cinematografia é intrigante, nos deixa com um pé sempre atrás com ajuda do bem elaborado roteiro. Os planos do nosso vilão "Nosferatu" vai sendo revelado aos poucos e isso funciona bem, pois nos mantém presos durante os 5 atos.
Jackie
3.4 740 Assista AgoraA indicação da Natalie Portman é muito mais que justa e se ganhasse, eu nao ficaria triste. Um filme que aborda uma personagem tao abalada não é fácil e quando essa personagem leva o filme nas costas com pequenos suportes em cenas pontuais temos um mérito bem dividido entre direção e ator. Eu gostei do filme por um todo, mas as cenas do passeio pela casa branca são insuportáveis e toda vez que o filme ia nessas cenas eu queria morrer, perde muito ritmo.
Samurai X: O Fim de uma Lenda
4.0 136 Assista AgoraUm excelente desfecho para uma ótima trilogia. Sem duvidas essa é uma das melhores adaptações de mangas já feita. hollywood deveria pegar como exemplo esses três filmes e fazer mais adaptações dignas.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KSabe aqueles filmes que conversam com a gente, bem no interior? “Det Sjunde Inseglet” é esse tipo de filme. Bergman aborda de forma metafórica e teatral, assuntos importantes para a humanidade até os dias de hoje, de uma importância que provoca mudanças radicais com um pouco de reflexão. Humanidade, vida, morte, Deus, Tudo isso é abordado em diálogos profundos, mas não apelativos, pois o roteiro trata tudo de forma bem natural. A fotografia do filme, sendo bem consciente do que precisa passar nos coloca em um ambiente de desorientação e reflexão, junto com Antonius block, que a todo custo tenta ganhar tempo com a morte, tempo para suprir dúvidas, para lutar contra a sua negação com Deus, para demonstrar força perante a Morte, mas no fim nós realmente vivemos apenas ganhando tempo, não? Pois a morte sempre será o ponto final, ela sempre será invicta! O tempo histórico que o filme aborda não poderia ser outro. Na idade média, logo após as cruzadas, quando a peste negra está devastando povoados inteiros, quando os fiéis usavam isso contra os infiéis, como se “a ira de Deus” estivesse mandando um recado para eles os combaterem. “Det Sjunde Inseglet” não é um filme para qualquer um, sendo muito reflexivo e pouco mastigado, mas após assisti-lo nos tornamos outra pessoa. “Devemos fazer de nosso medo um ídolo e chamá-lo de Deus?”
A Longa Caminhada de Billy Lynn
2.8 99 Assista AgoraQue filme horroroso!
Samurai X: Inferno de Kyoto
4.1 176 Assista AgoraTecnicamente esse consegue ser melhor que o primeiro, só não foi o mesmo nível por conta de uma barriguinha, o filme poderia cortar 15 minutos de boa. Mas ainda sim é uma das melhores adaptações que já vi, agora é partir pra parte final e ver o desfecho da trilogia.
Branquinha
2.5 180 Assista AgoraQuando o filme não está focado em suas de cenas de sexo gratuito, ele resolve se apoiar em atuações bem frágeis, o único que conseguiu me convencer de alguma coisa foi Brian Marc, que vive o personagem Blue. O roteiro aborda assuntos como vicio, tráfico e abuso sexual de uma forma bem superficial e genérica. Além de mostrar o grupo de traficantes mais burro do mundo, ele mostra a virada da vida da protagonista Leah que é vivida pela fraca atriz, Morgan Saylor. Foi um conjunto de fatores que fizeram um filme que poderia ser interessante, se tornar um filme bem fraco. A nota vai só pela direção que mostra potencial.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraUm estudo de personagem contemplativo, esse filme mostra sem exageros, como as coisas realmente são. As sutilezas do filme e sua reflexão silenciosa é o que tem de mais forte no roteiro, roteiro esse que pega toda sua simplicidade e nos soca na boca do estomago. Não é um filme fácil, não é um filme feliz, é um filme necessário para observar melhor como um negro e gay pode ser reprimido a ponto de explodir e se “matar”, pois, Little, Chiron e Black acabam sendo pessoas diferentes, mas com o mesmo olhar cheio de repressão. Repressão social que nos é mostrada da forma mais cruel possível. Toda a simbologia da cena em que o personagem do Mahershala Ali, o ensina a nadar é linda! A importância do mar em suas três fases mostradas durante o filme em momentos de mudança e aceitação, faz com que aquele mar seja seu confidente, nada sairá dali, ficará eternamente debatendo entre as ondas. A figura do pai que só se apresenta em seu primeiro ato, mas é o suficiente, para Ali nos entregar o melhor papel de sua carreira. A fotografia com palheta azulada é maravilhosa, nos passa tranquilidade quando precisamos dela. Durante a mudança de atos, a tela preta com uma luz piscando, resume bem a mudança do personagem, azul da inocência, vermelho da maturidade e violência, não que Chiron seja violento, mas ele tem que aprender a retribuir quando a vida o acerta. A direção é poderosa, sinto que Barry Jenkins vai nos dar muitos socos no estomago ainda. “Moonlight” é um poderoso estudo de personagem, poético e cheio de camadas, mais que merecido suas indicações ao Oscar.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraEu não sei nem por onde começar direito, tem alguns dias que vi esse filme e está batutando até agora na minha cabeça. Ele tem uma profundidade dramática enorme e cheia de camadas, a introspecção do personagem de Casey Affleck chega a ser angustiante em alguns momentos, meio que ficamos com o sentimento de querer ajudar, mas não sabemos como, a atuação dele é tao simples que realmente me fez acreditar que ele existe, talvez exista, pois é um homem que não consegue encarar o passado, sempre cabisbaixo e com olhar distante, vem perdendo uma eterna luta contra si próprio. A fotografia é maravilhosa, com tons em azul claro que nos passam um pouco de calma e em outros momentos um azul escuro que nos passa medo. Aliás, o elenco todo está em um nível absurdo aqui. Michelle Williams e Lucas Hedges, estão absurdos, com atuações humanas e sem exageros. Tem uma dialogo do personagem do Casey Affleck, com a Michelle Williams que é impossível não se emocionar. O que mais prezo no cinema coreano (Meu cinema favorito) é a naturalidade de seus personagens e a feliz surpresa em ver esse mesmo nível de naturalidade aqui foi gratificante. A trilha sonora tem uma pegada meio incomoda, mas faz total sentido quando quando tocada. Com a direção e roteiro simples mas ao mesmo tempo grandioso, Kenneth Lonergan acaba de se tornar um diretor que ficarei de olho. Manchester By the Sea é um filme doloroso, cheio de sentimentos agudos e com atuações dignas, que serão lembradas, pelo menos, por mim, uma das mais reflexivas dos últimos anos.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraTom Ford, nos entrega um filme intenso, cheio de camadas e com uma digestão vagarosa, trabalhando com três linhas temporais e sem subestimar seu público, o roteiro consegue conectar muito bem cada uma das historias, mesmo com cortes bruscos de uma para a outra, tudo faz total sentido. A Edição ajuda bastante durante esse desenrolar, transferindo emoções fortes e quase desesperadoras para algo mais sóbrio e casual, como se fosse um respiro de uma baleia. Amy Adams está mais uma vez sensacional, ela merecia uma indicação dupla, por esse filme e “Arrival”. Ela tem um olhar que nos fascina, cheio de arrependimento de suas atitudes. Jake Gylenhaal, mais uma vez surpreende em dar vida ao personagem mais humano do filme, pois não se trata de super personagens fortes que fazem a diferença, a intenção é sentir a invulnerabilidade humana. Michael Shannon que foi indicado ao Oscar de melhor ator Coadjuvante, faz por merecer a indicação, rouba todas as cenas em que aparece, sem precisar de exageros, um personagem contido e que esta ali para fazer o que acha correto. E outro destaque nas atuações é a do Aaron Taylor-Johnson, disparado o melhor papel da carreira dele, consegue transbordar em tela toda a sociopatia do personagem. As cores sóbrias do filme falam muito, principalmente sobre Susan, a maquiagem que serve como armadura da personagem, tudo muito bem pensado e detalhado. O filme só perde força em duas cenas de flashback, mas logo se recompõe e mantem o nível. Definitivamente não é um filme para qualquer um.
As Faces de Toni Erdmann
3.8 256 Assista AgoraEu já vi um numero considerável de filmes alemães na minha vida, principalmente os filmes do Expressionismo Alemão. E com minha experiência, posso dizer que Toni Erdmann é um dos melhores filmes que já saíram desse país tão importante para a sétima arte. Cheio de camadas e com um estudo de personagem interessante, o modo como cada personagem é estudado e desenvolvido é bem interessante, com a fluidez perfeita para um filme de quase 3 horas. A direção e o roteiro são da ótima, Maren Ade. Com competência e bastante segurança, leva seu filme, consegue nos fazer refletir através que diálogos marcantes e engraçados, junto com cenas que não precisam ser faladas, como um simples abraço pode gritar o suficiente para que nossa consciência adormecida chegasse a ouvir e correr atrás para saber mais? Afirmo que para mim, é um filme viciante, logo, verei novamente, pois existem perguntas que ainda batutam em minha cabeça, perguntas da qual nem eu sabia que poderiam me deixar uma noite em claro refletindo sobre. Toni Erdmann é um filme maravilhosamente trabalhado, feito com uma abordagem fresca e sensível, que capta a relação complexa entre pai e filha e comentário sobre a loucura do mundo de hoje. Precisa ser apreciado!
Harry Potter e a Pedra Filosofal
4.1 1,7K Assista AgoraGosto bastante desse primeiro filme, não acho Chris Columbus um grande diretor, mas acho que ele captou o espirito da franquia aqui e o mais importante, captou o espírito de como seria a descoberta de Harry e de todo o publico desse mundo bruxo. Em legal ver cenas que parecem ter sido pensadas já pro fim da saga, sendo que os livros ainda não tinham terminado de ser lançado ainda, mas pequenos detalhes que um fã capta fácil. A maravilhosa trilha sonora do John Williams é tão impactante, que marcou uma geração que sempre se lembrara desse universo quando ouvir a música.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraPremiado no festival de Toronto de 2014, um dos mais importantes festivais do mundo, Whiplash é o primeiro filme da carreira do excelente diretor, Damien Chazelle. E desde que vi esse filme pela primeira vez, me tornei fã do cara. Para mim é um filme impecável, uma verdadeira obra-prima desse século, pois com certeza está entre os 10 melhores filmes que vi de 2000 pra cá. O foco como os movimentos de câmera são usados aqui é essencial para toda tensão e imersão do drama, a fotografia frisando bastante closes em pequenos detalhes do rosto, mãos e instrumento do protagonista são geniais, pois em pouco tempo de filme ficamos tensos com o modo que ele precisa tocar para alcançar a perfeição. J.K. Simmons que foi premiado com um Oscar por seu papel aqui (Muito mais que merecido) faz um personagem com temperamento explosivo, com ataques de impaciência que chega a nos deixar nervoso caso ele mande parar a musica por um erro. Miles Teller merecia ser indicado ao Oscar por esse papel, a intensidade que ele nos passa aqui é surpreendente, tocando bateria de verdade e muito bem, nos passando todas as incertezas com o olhar e as certezas com atitudes. Toda a trilha sonora é magnifica, um Jazz puro, os amantes do gênero vão adorar com certeza. E outro ponto que queria falar aqui é da montagem do filme, Que montagem estupenda, com pequenos detalhes que fazem toda diferença na narrativa. Whiplash é o melhor filme daquele Oscar de 2015 e foi muito injustiçado, é tenso, intenso, vibrante e com um dos cortes finais mais poderosos da sétima arte.
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraEssa premissa de "o ser humano só usa numero x de capacidade cerebral" já esta mais batido do que filme de zumbi. Não entendo quem gosta desse filme, nem pra passar o tempo ele serviu pra mim. Me recuso a falar mais sobre. PS: 4 estrelas só porque tem minha esposa como protagonista.
Um Cadáver para Sobreviver
3.5 937 Assista AgoraNo filme de estreia dos diretores, Daniel Kwan e Daniel Scheinert que se autodenominam “The Daniel’s”. Eles conseguiram fazer o filme mais estranho e talvez o mais inventivo de 2016. Vencedores do premio de direção no Festival de Sundance, eles colocaram no roteiro e através dos peidos, isso mesmo, peidos! Eles conseguiram por um significado de aceitação e crescimento pessoal. A fotografia é bastante agradável, com tons ardentes e ao mesmo tempo com um azul refrescante e sua trilha sonora a capela que nos ajuda a se sentir confortáveis em meio aquela situação esquisita. Pau Dano esta mais uma vez muito bem no papel e continuo afirmando, falta pouco pra ele levar um Oscar. Mas a grande surpresa é a ótima atuação do Daniel RadCliffe, ele tem uma atuação corpórea excelente e mesmo com as limitações de expressões faciais que seu personagem poderá fazer ele se sai bem. A direção premiada segura bem o filme e toda as suas situações, infelizmente no terceiro ato, toda a fantasia e as perguntas que ficariam para o espectador desvendar com sua reflexão acabam sendo respondidas, nada que estrague o filme, mas com essas perguntas em aberto teríamos uma discussão bacana sobre o longa. Um Cadáver Para Sobreviver é metaforicamente e visualmente lindo, faz questionamentos importantes, é estranho e demora para nos habituarmos, mas vale muito a pena por ser uma coisa totalmente nova.
O Caçador
4.1 313Após assistir The Wailing (meu filme favorito de 2016) fiquei curioso em ver os outros dois filmes do diretor. E The Chaser é um excelente exercício de gênero. Um Thriller que foge do comum, logo no primeiro ato já nos entregando o assassino e a partir dai o roteiro se desenrola em um arco tenso e intrigante. A fotografia urbanista de uma capital chuvosa e melancólica durante todo o filme nos da a sensação de perdido, principalmente durante as cenas de perseguição no bairro onde o assassino vive. A trilha sonora tem momentos adequados para aparecer, não se faz presente em toda projeção, mas quando aparece da o tom perfeito. As atuações são ótimas, o assassino em nenhum momento faz questão de forçar olhares intensos, é tudo muito simples, muito humano, ele causa desconforto com suas palavras pedantes. O nosso protagonista (que está longe de ser mocinho) contem uma postura inquieta e as vezes exagerada, não costuma aceitar tudo facilmente. The Chaser me surpreendeu como um filme de estreia, e só não leva nota máxima por um pequeno arco no roteiro que não influencia em nada e incha um “cadin” o filme, um dos Thrillers mais bem montados que já vi.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraDamien Chazelle está de volta, após seu excelente filme Whiplash, ele nos entrega um marco no cinema contemporâneo. Sim, La La Land é isso tudo e um pouco mais. Toda a cinematografia nos faz sentir totalmente ambientado naquela Los Angeles magica, onde ocorre toda a odisseia romântica (Obrigado pela definição, Cristiano). As cores primarias são lindamente usadas e mais parece um personagem a parte. A câmera faz um show à parte, com seus planos sequencia de encantar os olhos, a música que penetra na alma e nos faz sorrir, um sorriso de espirito e otimista. Sonhos são postos entre o amor e isso pode trazer dificuldades mas mesmo com o fim, tudo isso está dentro de você, isso faz parte de você. Metáforas e analogias sobre o que mais esse filme transpira o tão, temido e desejado, “amor”. As atuações de Emma Stone e Ryan Gosling são de arrepiar, a sincronia entre os dois é de corpo e alma. A Emma toma esse filme pra ela e não desperdiça, faz com que cada cena seja a mais perfeita, com um monologo sonoro lindo e de emocionar, nos entrega a melhor personagem de sua carreira. Gosling aprendeu a tocar piano e todas as sequencias do filme com o instrumento são tocadas por ele, mais uma vez o subestimado ator se entrega de corpo e alma para o papel e vemos mais que um personagem, nos vemos em tela. O diretor de fotografia desse filme merece todos os elogios e muito mais, o Oscar já é desse cara, merecidamente, pois sua função é fundamental para toda a historia. La La Land é lindo, jamais tenta ser maior do que é, tem uma trilha sonora marcante e uma fotografia magnifica, é um filme que já nasceu clássico. Damien Chazelle, conseguiu sua primeira obra-prima da carreira em seu segundo filme.