Muito interessante a abordagem. Demonstra o início de uma "encruzilhada" da oposição a ditadura (majoritariamente de esquerda), e o pragmatismo que foi necessário para aproveitar uma pequena "brecha" no regime autoritário. O dilema entre optar entre uma abordagem mais politizada, ou uma mais viral e publicitária, com potencial de virar um jogo difícil. Problematizando o papel da publicidade na política, o filme acaba indiretamente falando muito sobre o período atual.
Sim, o roteiro é uma sucessão de clichês (situações, personagens) que você já esbarrou por aí centenas de vezes.
Mas isto não é demérito: o filme funciona muito bem, baseado em interpretações impecáveis e na construção de um clima tenso e carregado que torna as situações plausíveis.
Terminei de assistir me sentindo bastante envolvido com o roteiro e os personagens, acho que o filme cumpriu-se com mérito a proposta.
Maravilhoso como pegaram uma ideia que tinha tudo pra dar errado e ficar de muito mal gosto, e transformaram num dos maiores clássicos da animação. Vale cada minuto.
Último grande musical do mestre Demy, demonstra que o autor não havia perdido sua grande sensibilidade, seu gosto pelos personagens simples e principalmente, pelo amor.
Rodada na cidade natal do diretor, retrata um tumultuado momento político de luta de classes. Os diálogos cantados, repletos de inocência e cinismo, são por si encantadores - mas as músicas cantadas nas cenas das manifestações nas ruas são fantásticas por sua força. Emocionante.
Mais do que o conteúdo ideológico, aqui destaca-se uma excelente e estonteante fotografia, repleta de momentos ousados e certamente de difícil execução. Uma aula de cinema.
É preciso estar imerso no universo da diretora para entender a sensibilidade deste filme. O longa situa de diferentes formas as personagens num momento histórico da luta feminista na França (da qual Varda fez parte diretamente) . Varda não é dada a exageros e situações extremas e caricatas. Desta forma, vai costurando as situações com paciência e sutilezas, neste que é seu filme feminista mais militante (com exceção de um curta chamado Nosso Corpo, Nossa Escolha).
FIlme sensível, baseado em excelentes interpretações. Olhares, gestos, palavras e silêncios que dizem muito e vão construindo ou destruindo os laços entre os personagens. Personagens cativantes explorados a fundo com o toque de mestre de Abbas Kiarostami.
O filme comprova que a FORMA de contar uma história pode ser tão importante quanto o conteúdo da história.
Uma historinha morna, sem originalidade e bastante batida se transforma num belo filme, conduzida com uma boa direção, um bom roteiro, gags bem pensadas e o visual deslumbrante de praxe - com destaque ao design de personagens e cenários. O resultado é uma animação leve, gostosa e extremamente agradável.
Os anos 50 vistos pelos anos 70 (por tabela acaba falando mais dos anos 70, sempre é bacana ver o que uma época reinterpreta da outra!). Pode ser superficial e bobinho, mas é extremamente divertido.
Acredito que perca bastante do sentido sem conhecer o livro de antemão. Confesso que senti falta de Veneza como um dos personagens principais, com uma aura doentia... Coisa que fica pouco presente na narrativa.
Um bom filme, que sofre de certa irregularidade. Tem alguns momentos geniais, alguns diálogos marcantes que valem o filme. Não achei nenhum problema no conteúdo político e sim no conjunto da obra que não saiu tão convincente.
Genial. O filme consegue a façanha de prender o interesse não explorando um roteiro muito tradicional. Mérito dos excelentes personagens e bem pensadas situações. Percebi como um ensaio da vida contemporânea na cidade. (Interessante também, dentro deste tema, por não cair no clichê de glamourização da pobreza ou caricaturização de luta de classes, temas tão caros ao nosso cinema nacional) O filme é feliz ao abordar de forma sutil diferentes espectros do universo da vida urbana. Também esperava algo mais caricato quanto ao ruído devido ao título - e felizmente o filme lida com o tema tão bem quanto com o resto. Não há como não se identificar com alguma situação, lugar ou personagem.
Impressionante trabalho de Rossellini em pleno 1945, em que todo o mundo ainda sofria as feridas abertas da guerra. Uma obra surpreendentemente brutal para os moldes da época. Merece ter se tornado referência! O mérito artístico recompensa todos os excessos nacionalistas, que aliás, são facilmente entendíveis dentro do contexto em que se vivia. Rossellini contrapõe certo romantismo da primeira parte com a realidade crua na segunda, e termina o filme de forma seca e trágica, deixando no ar poucas esperanças. Mas a guerra já havia terminado, e acabava funcionando como um 'final feliz' e um sentido para tudo aquilo. Recomendo o "Alemanha, Ano Zero", gravado na Berlim destruída pela guerra, onde o mesmo diretor consegue repetir o final de uma forma ainda mais forte e sem deixar esperanças.
A musicalidade afro-brasileira embala todo o filme, e enquanto acompanhamos um pouco da trajetória de uma vila de pescadores vamos sendo apresentados ao universo religioso que cerca esse povo. Só não é melhor devido a deficiência de algumas atuações, mas nada que comprometa a importância desta grande obra de Glauber numa fase ainda acessível.
O filme pode não ter músicas cantadas o suficiente pra ser considerado um 'musical' stricto sensu, mas é clara a importância da música na narrativa - e sua influência/analogia com o movimento de câmera impressionantemente fluído, com dezenas de travellings babantes e que superam em muito vários outros clássicos mais conhecidos da nouvelle vague. Lola conta com personagens cativantes e um roteiro delicioso que vai cruzando de forma simples várias trajetórias pessoais (tipo de filme, aliás, que ficou consagrado anos depois). A sensação é de se deixar levar pelo roteiro, ao sabor dos acontecimentos, sem uma narrativa muito lógica mas mesmo assim sem exigir excessiva atenção do espectador. Demy como sempre sensível, abordando em seu longa de estréia temas que seriam recorrentes durante toda sua carreira: o amor e a vida e cotidiano das pessoas comuns.
Ótimo, quando assistido mais como um "teatro filmado" do que como cinema propriamente dito. Atuações excelentes e um roteiro que nos deixa com 'a pulga atrás da orelha'. Afinal, continuamos "esperando o Godó".
Certamente um filme que traz em si muito do espírito de sua época. Esperava antes de assistir que fosse algo mais 'escapista', mas não é - Boyz'n the Hood é muito feliz ao não exagerar no melodrama e ao expor com coerência muitos problemas reais, e principalmente, lida com os problemas étnicos sob o ponto de vista da própria etnia. Não é um filme avassalador e visceral no seu realismo como tantos que seguiram nas décadas seguintes, e talvez justamente por essa moderação tenha sobrevivido ao tempo. Também me surpreendeu a maturidade do filme ao abordar o fenômeno da gentrificação das áreas urbanas. Um grande clássico da década de 90.
Excelente documentário sobre um tema ainda muito pouco abordado. O tema aliás, é mais complexo do que caberia num documentário tão pequeno... Mas a diretora lida muito bem com isso, e o resultado final é feliz por não exagerar nas pretensões. O destaque aqui não é a problematização ampla do tema, mas a sensibilidade ao dar voz e vez a quem viveu naquela época.
Não
4.2 472 Assista AgoraMuito interessante a abordagem. Demonstra o início de uma "encruzilhada" da oposição a ditadura (majoritariamente de esquerda), e o pragmatismo que foi necessário para aproveitar uma pequena "brecha" no regime autoritário. O dilema entre optar entre uma abordagem mais politizada, ou uma mais viral e publicitária, com potencial de virar um jogo difícil. Problematizando o papel da publicidade na política, o filme acaba indiretamente falando muito sobre o período atual.
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraSim, o roteiro é uma sucessão de clichês (situações, personagens) que você já esbarrou por aí centenas de vezes.
Mas isto não é demérito: o filme funciona muito bem, baseado em interpretações impecáveis e na construção de um clima tenso e carregado que torna as situações plausíveis.
Terminei de assistir me sentindo bastante envolvido com o roteiro e os personagens, acho que o filme cumpriu-se com mérito a proposta.
Fantasia
4.1 299 Assista AgoraMaravilhoso como pegaram uma ideia que tinha tudo pra dar errado e ficar de muito mal gosto, e transformaram num dos maiores clássicos da animação. Vale cada minuto.
Um Quarto na Cidade
3.7 4Último grande musical do mestre Demy, demonstra que o autor não havia perdido sua grande sensibilidade, seu gosto pelos personagens simples e principalmente, pelo amor.
Rodada na cidade natal do diretor, retrata um tumultuado momento político de luta de classes. Os diálogos cantados, repletos de inocência e cinismo, são por si encantadores - mas as músicas cantadas nas cenas das manifestações nas ruas são fantásticas por sua força. Emocionante.
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista AgoraAlmodóvar em sua melhor forma.
O Encouraçado Potemkin
4.2 342 Assista AgoraMais do que o conteúdo ideológico, aqui destaca-se uma excelente e estonteante fotografia, repleta de momentos ousados e certamente de difícil execução. Uma aula de cinema.
Uma Canta, a Outra Não
4.2 44 Assista AgoraÉ preciso estar imerso no universo da diretora para entender a sensibilidade deste filme.
O longa situa de diferentes formas as personagens num momento histórico da luta feminista na França (da qual Varda fez parte diretamente) . Varda não é dada a exageros e situações extremas e caricatas. Desta forma, vai costurando as situações com paciência e sutilezas, neste que é seu filme feminista mais militante (com exceção de um curta chamado Nosso Corpo, Nossa Escolha).
Um Alguém Apaixonado
3.6 117 Assista AgoraFIlme sensível, baseado em excelentes interpretações. Olhares, gestos, palavras e silêncios que dizem muito e vão construindo ou destruindo os laços entre os personagens. Personagens cativantes explorados a fundo com o toque de mestre de Abbas Kiarostami.
Água para Elefantes
3.5 2,0K Assista AgoraDaria 3 estrelas e meia, mas tirei meia por achar inaceitável a exploração de animais treinados para entretenimento.
Universidade Monstros
3.9 1,8K Assista AgoraO filme comprova que a FORMA de contar uma história pode ser tão importante quanto o conteúdo da história.
Uma historinha morna, sem originalidade e bastante batida se transforma num belo filme, conduzida com uma boa direção, um bom roteiro, gags bem pensadas e o visual deslumbrante de praxe - com destaque ao design de personagens e cenários. O resultado é uma animação leve, gostosa e extremamente agradável.
Grease: Nos Tempos da Brilhantina
3.9 1,2K Assista AgoraOs anos 50 vistos pelos anos 70 (por tabela acaba falando mais dos anos 70, sempre é bacana ver o que uma época reinterpreta da outra!).
Pode ser superficial e bobinho, mas é extremamente divertido.
Morte em Veneza
4.0 210 Assista AgoraAcredito que perca bastante do sentido sem conhecer o livro de antemão. Confesso que senti falta de Veneza como um dos personagens principais, com uma aura doentia... Coisa que fica pouco presente na narrativa.
Viridiana
4.2 141Buñuel mordaz e em sua melhor forma.
Made in U.S.A.
3.6 30Um bom filme, que sofre de certa irregularidade. Tem alguns momentos geniais, alguns diálogos marcantes que valem o filme. Não achei nenhum problema no conteúdo político e sim no conjunto da obra que não saiu tão convincente.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraGenial. O filme consegue a façanha de prender o interesse não explorando um roteiro muito tradicional. Mérito dos excelentes personagens e bem pensadas situações. Percebi como um ensaio da vida contemporânea na cidade. (Interessante também, dentro deste tema, por não cair no clichê de glamourização da pobreza ou caricaturização de luta de classes, temas tão caros ao nosso cinema nacional) O filme é feliz ao abordar de forma sutil diferentes espectros do universo da vida urbana. Também esperava algo mais caricato quanto ao ruído devido ao título - e felizmente o filme lida com o tema tão bem quanto com o resto. Não há como não se identificar com alguma situação, lugar ou personagem.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraÉ como um delírio, um pesadelo absurdo. Surreal!
Roma, Cidade Aberta
4.3 119 Assista AgoraImpressionante trabalho de Rossellini em pleno 1945, em que todo o mundo ainda sofria as feridas abertas da guerra.
Uma obra surpreendentemente brutal para os moldes da época. Merece ter se tornado referência! O mérito artístico recompensa todos os excessos nacionalistas, que aliás, são facilmente entendíveis dentro do contexto em que se vivia.
Rossellini contrapõe certo romantismo da primeira parte com a realidade crua na segunda, e termina o filme de forma seca e trágica, deixando no ar poucas esperanças. Mas a guerra já havia terminado, e acabava funcionando como um 'final feliz' e um sentido para tudo aquilo. Recomendo o "Alemanha, Ano Zero", gravado na Berlim destruída pela guerra, onde o mesmo diretor consegue repetir o final de uma forma ainda mais forte e sem deixar esperanças.
Barravento
3.9 70A musicalidade afro-brasileira embala todo o filme, e enquanto acompanhamos um pouco da trajetória de uma vila de pescadores vamos sendo apresentados ao universo religioso que cerca esse povo.
Só não é melhor devido a deficiência de algumas atuações, mas nada que comprometa a importância desta grande obra de Glauber numa fase ainda acessível.
Lola, a Flor Proibida
3.9 25O filme pode não ter músicas cantadas o suficiente pra ser considerado um 'musical' stricto sensu, mas é clara a importância da música na narrativa - e sua influência/analogia com o movimento de câmera impressionantemente fluído, com dezenas de travellings babantes e que superam em muito vários outros clássicos mais conhecidos da nouvelle vague.
Lola conta com personagens cativantes e um roteiro delicioso que vai cruzando de forma simples várias trajetórias pessoais (tipo de filme, aliás, que ficou consagrado anos depois). A sensação é de se deixar levar pelo roteiro, ao sabor dos acontecimentos, sem uma narrativa muito lógica mas mesmo assim sem exigir excessiva atenção do espectador.
Demy como sempre sensível, abordando em seu longa de estréia temas que seriam recorrentes durante toda sua carreira: o amor e a vida e cotidiano das pessoas comuns.
O Bando à Parte
4.1 211Certamente Bande à Part é a melhor porta de entrada ao cinema de Godard. Um dos seus filmes mais cativantes.
Esperando Godot
4.2 27Ótimo, quando assistido mais como um "teatro filmado" do que como cinema propriamente dito.
Atuações excelentes e um roteiro que nos deixa com 'a pulga atrás da orelha'. Afinal, continuamos "esperando o Godó".
Boyz'n the Hood: Os Donos da Rua
4.0 247 Assista AgoraCertamente um filme que traz em si muito do espírito de sua época. Esperava antes de assistir que fosse algo mais 'escapista', mas não é - Boyz'n the Hood é muito feliz ao não exagerar no melodrama e ao expor com coerência muitos problemas reais, e principalmente, lida com os problemas étnicos sob o ponto de vista da própria etnia. Não é um filme avassalador e visceral no seu realismo como tantos que seguiram nas décadas seguintes, e talvez justamente por essa moderação tenha sobrevivido ao tempo.
Também me surpreendeu a maturidade do filme ao abordar o fenômeno da gentrificação das áreas urbanas. Um grande clássico da década de 90.
Sem Palavras
4.3 3Excelente documentário sobre um tema ainda muito pouco abordado. O tema aliás, é mais complexo do que caberia num documentário tão pequeno... Mas a diretora lida muito bem com isso, e o resultado final é feliz por não exagerar nas pretensões. O destaque aqui não é a problematização ampla do tema, mas a sensibilidade ao dar voz e vez a quem viveu naquela época.
No Tempo das Diligências
4.1 141 Assista AgoraWestern impecável com todos os elementos que consagraram o gênero.