Achei maravilho, todos os personagens (e atores) são foda, a história bem contada, é uma boa história, e acabou bem, com uma boa conclusão e sem nenhuma ponta solta (tirando o cliffhanger desnecessário do tiro na estação de trem). Fui ver o começo da segunda temporada e achei uma bosta. Não tem mais história (porque é fato, a primeira temporada é uma história completa), começaram draminhas para fazer os personagens renderem, a personalidade deles começou a ficar incoerente, aí larguei. Depois de conversar com uma amiga super fã que me garantiu que as outras temporadas são boas, fui até o meio do quarto episódio da segunda temporada e aí desisti de vez. Para mim, só a primeira temporada de Peaky Blinders é cânone, o resto é resto.
Um dos maiores escritores do Japão foi Natsume Soseki, professor de literatura durante o Período Meiji, quando o Japão se abria depois de mais de 200 anos de isolamento e começava um processo avassalador de ocidentalização. Durante esse período, vários livros ocidentais foram traduzidos pela primeira vez para o japonês, e a frase "eu te amo" foi traduzida de várias formas diferentes, embora existisse o termo "aishiteru" que é a tradução literal. O problema é que os japoneses não costumavam dizer essas coisas tão diretamente, então a frase foi adaptada em várias traduções como alguma indireta beem indireta. Um dos casos mais famosos foi a correção de Soseki à tradução literal de um aluno seu. Ele disse que "I love you" deveria ser traduzido como "A lua está bonita".
Nishimya diz "suki" a Ishida na ponte, ou "eu gosto de você" (estou apaixonada por você). Mas Ishida entende "tsuki", ou "lua", e responde "A lua está bonita". Entendedores entenderão.
Sutil, implícito, sensível e profundo como só os japoneses conseguem.
Não gostei muito de como o ritmo da série mudou, ainda é uma série super ótima, mas o ritmo e o enredo da primeira temporada eram muito melhores. Não gostei muito da mudança do estilo, mas adorei como mostraram a escolha difícil da Coco, e a decisão que ela tomou. O episódio simples, sem firula, quase sem trilha sonora, da discussão entre a Sam e o Gabe vale pela temporada inteira, pela escrita, atuação e cenas.
a questão não é responder a perguntas. Ela matou ou não? É claro que ela não ajudou a puxar o lenço, não faz sentido cada um puxar uma cordinha para estrangular alguém. Ela atiçou o cara ou não? Pode ter estimulado o cara a matar, ou pode não ter feito isso. Se ela planejou a morte junto com o outro ou não não faz nenhuma diferença prática - ela não poderia impedi-lo de matar Nancy e o patrão e nem de matar ela mesma também, nem poderia fugir. Mas faz toda a diferença para saber se é uma assassina ou não. Mas essa é a questão, é por isso que a série é tão inteligente, não é nada banal. Como diz o doutor, ela passou a vida passando pelas maiores brutalidades. Ela poderia descarregar essa raiva na Nancy e no Mr. Kinneard. No final ela vê o cartaz do Jeremiah e diz que vai guardar o segredo dele, como ela guardou o dela. Lembrem que eles discutem se não é sacanagem enganar as pessoas com a hipnose. Será que ela fez um teatro da cena que foi hipnotizada? Será que ela foi possuída pelo espírito da Mary? Mas a Mary não era uma assassina, era uma mocinha inocente, cheia de ideais, apaixonada e ingênua. Será que ela tinha múltipla personalidade? Ou será que ela, inspirada pela combatividade de Mary administra na sua cabeça seu lado agressivo? Todos os homens que passaram na sua vida ela odiou. Todos eram canalhas e todos eram predadores. Até o Jamie, seu marido, que era bonzinho, era um bonzinho sádico: ele sempre pedia para que ela contasse o que aconteceu com ela no hospício, o que ele causou. Ele pedia perdão e ficava excitado. Não era mau o bastante para ele mesmo levar ao cabo as monstruosidades, mas o sadismo estava ali. Com o doutor, ela diz no começo: não vou ser a sua presa. Não uma presa física, de violência física ou sexual, mas uma presa mental. Acho que ela não gostou dele do jeito que ele gostou dela: é sempre ele que pensa nela romanticamente, o que mostra dela pensando nele é sobre o que ela vai contar pra ele, o que ele quer ouvir. Há uma disputa de poder mental entre os dois. Para cada homem Grace conta uma história, e no fim, como isso é um livro e uma série, e não um caso real de assassinato, o que importa aqui não é descobrir se ela quis matar também ou foi mais uma vítima do cara, o que importa é ver qual história o mosaico de narrativas conta. Lembremos que Grace foi criada assistindo o pai espancar e provavelmente estuprar a mãe, e ela passou pela mesma situação quando ela morreu. Ela não era assim tão frágil. Atwood nos apresenta a sociedade repressora, moralista e sacana dos puritanos que canaliza todo o seu sadismo para as mulheres: as mulheres são as vítimas dessa sociedade. Mary, iludida pelo filho do patrão, sem alternativas além de um aborto perigoso e ilegal; Nancy, não se sabe se ela gostava ou não de Mr. Kinneard, o que se sabe é que ele era a única alternativa que ela tinha, um canalha e que mal ela ficou grávida já estava crescendo o olho para Grace e certamente ela seria mais uma vez jogada na rua, e a própria Grace. Todos os homens são uns merdas, Grace só gostou da Mary, e foi para a casa do Mr. Kinneard principalmente por causa da Nancy, para ter a companhia da Nancy. Os homens são todos predadores nessa sociedade. No final, Nancy, Grace e Mary são costuradas juntas no cobertor, porque elas estão no mesmo barco, na hipnose Grace fala que Nancy compreendeu e é amiga delas agora: são todas vítimas dessa sociedade terrível, e só conseguem sobreviver se aprenderem a navegar nesse mar de perversão. Grace é quem consegue navegar melhor no final, como prevê Jeremiah (Jeremiah, pelo que aparece, é o único que não é monstruoso, mas ao se recusar a se casar com Grace acaba fazendo algo infinitamente egoísta. Mesmo que ele não acredite no casamento, sem o papel passado Grace estaria numa situação ainda mais fragilizada: mulher pobre, que já viveu com um homem, sem família, naquele tempo e lugar era carniça pra ser comida pelos abutres. Até hoje ainda é dependendo do lugar). Então, Grace é quem consegue navegar melhor. Não estamos falando aqui de uma heroína pura que com sua bondade e inocência vence o mal. Não estamos vendo o mal por todo lugar?
Ver um ep da primeira temporada e um da última parece 2 séries diferentes. começou excelente e terminou uma bosta, a cada temporada ia descendo um degrau, mas essa foi um salto mortal pra baixo. pra mim tinha q ter acabado já na terceira, mesmo assim a 2 e a 3 não chegam nem aos pés da primeira
Esse é um daqueles documentários tão bem falados que você nem sabe mais quem te indicou, mas o tema e o fuzuê geral jogam as expectativas lá encima.
Fui assistir achando que era uma das melhores ideias para um documentário, mas o que vi foi completamente cínico e nada igênuo.
A primeira coisa que me incomodou foi o fato de todo o documentário ser uma narração de um texto produzido, as meninas não tem fala. Sim, elas dizem uma frase ilustrativa ou outra, mas não são elas que contam as histórias, muito menos suas famílias.
O filme é um amontoado de histórias de meninas, completamente descontextualizadas e superficiais. Elas não têm nada a ver uma com a outra, exceto como podem ser transformadas pela escola.
É desnecessário dizer que eu acho que todas as crianças devem receber educação, especialmente as meninas devido a sua situação mais vulnerável. Mas tudo que eles apresentam no filme como educação é a entrada na escola formal.
Eles pegam meninas de culturas extremamente diversas ao redor de todo o planeta, e colocam a escola como a virada, a entrada da civilização no mundo bárbaro em que vivem. Sim, em um número muito grande de vezes o ingresso na educação formal de qualidade é o que pode conferir mobilidade social, sem contar com a ampliação de horizontes.
Mas é apenas isso? E a evasão escolar? Muitas vezes, e em situações bem menos extremas do que o apresentado, as pessoas não ficam na escola ou não se dedicam porque não conseguem ver horizontes para além dos que já têm. Para onde as pessoas vão depois da escola? E o que a escola significa?
Além disso, o filme pega culturas tradicionais e as opõe à escola como a civilização à barbárie. É claro que há elementos brutais nas culturas tradicionais, como a escravidão ou o casamento de crianças. Mas em todos os casos, a escola é a entrada do mundo ocidental numa cultura tradicional, e a entrada na escola massificadora tal como ela é acaba com os vínculos e o mundo social que existe deixando as pessoas completamente sem estrutura e aí sim as empurrando para a miséria. Não preciso nem mencionar o preconceito com que o filme tratou as culturas tradicionais, como se elas se limitassem aos seus lados mais duros e vistos ainda de forma caricata.
Então, se as meninas dessa cultura x ou y querem se emancipar e abolir essa brutalidade, vai ser através de formas que fazem sentido no seu mundo, a ampliação de horizontes a partir de sua própria lógica, ou xuxá-las numa escola para aprender a taboada? A escola como real emancipadora, promotora da autonomia, ampliadora de horizontes deve ser pensada a partir do ponto de vista da cultura a que se destina, e pode ser tanto sentar e aprender a taboada ou ser um renascimento da cultura "colonizada" de uma forma que um ocidental jamais chamaria de escola, como o caso de várias escolas indígenas em que os alunos não ficam em salas de aula. Há um exemplo muito bom de uma tribo indígena que o nome me foge, que contratou um linguista (várias já fizeram isso) para ensinar aos mais jovens a língua nativa que estava se perdendo e codificar uma escrita para ela. Nessa tribo, as crianças aprendem a escrever na língua nativa e em português. Eles dizem que a própria cultura se aprende do próprio jeito, na escola se aprende a cultura do branco para poder se defender dele.
As portas da escola e universidade tal qual são para nós devem ser abertas para todos, mas não impostas. Até onde deve o Estado ou as organizações internacionais intervirem para fazer com as crianças se eduquem é uma questão que deve ser discutida com muito cuidado, e com certeza não da maneira simplista que o filme coloca.
E eu diria muito mais que simplista, perversa. Apelando para a emoção, o filme deixa implícito que a razão porque aquelas meninas estão naquela situação de miséria ou de opressão de gênero é porque elas não foram para a escola, é porque suas famílias não quiseram ou não puderam ir para a escola. A mina do Peru não é em momento algum problematizada, nem a pobreza no vilarejo e na cidade da Índia. O vilarejo, ou a mina, são só uma oposição ao que é civilizado: a escola. O problema da miséria é que as pessoas não estudaram e não conseguiram uma profissão qualificada para ganhar bem, e aí assim foram tendo mais filhos pobres e continuando pobres. A culpa do oprimido, sim, é do oprimido, de acordo com esse filme.
Teve um caso que deu o maior escândalo, não me lembro agora dos detalhes, mas tribos inteiras de índios estavam sendo removidos de suas terras e a UNESCO interveio, querendo mostrar as crianças sofrendo violência. As crianças queriam falar da situação que estava destruindo suas vidas - a tomada de terra pelos fazendeiros, ou uma mineradora, não lembro. Mas a UNESCO não deixava nem as crianças nem suas famílias falarem, para não criar conflito com os reais agressores, queria apenas usar de suas imagens para conseguir fundos e "botá-las em seu devido lugar", sob a tutela do Estado jogadas em qualquer abrigo e numa escola que não tinha nada a ver com sua cultura.
A imagem das crianças é usada constantemente para comover a população e ser fonte de renda para instituições filantrópicas, como esse filme parece ser um holding de filantrópicas. Não estou dizendo que as instituições filantrópicas sejam parasitas, e muito menos, vou ter que dizer de novo, que não se deve colocar as crianças na escola. Mas é preciso ter muito, muito cuidado com instituições que dizem levantar bandeiras de causas sociais, fazem uma apresentação muito bonitinha, bem produzida e com alto orçamento, quando na verdade apontam como a causa do problema suas consequências: a causa da pobreza, ao que parece aqui, são os pobres, a causa da violência de gênero são as meninas que não sabem se defender, e não um sistema gerador de desigualdades sociais que é muito , muito mais complexo do que isso.
Para criar um mundo melhor e alterar as estruturas de desigualdade social reais, precisamos sim investir nas crianças, educá-las, tirá-las de situações de situações de violência. Mas essa retirada não pode ser mais violenta do que seu estado anterior.
É preciso ter cuidado com iniciativas desse porte que concentram e distribuem muito poder, influência ou recursos. Principalmente quando vêm com um discurso maquiado de neo-liberalismo e preconceito, apelando para emoções e desincentivando a reflexão, e sobretudo, calando as pessoas atingidas por suas ações.Uma solução heterônoma nunca é uma solução.
Como diz Paulo Freire, saber ler não é apenas ler "Ana abriu a porta", mas entender a posição social de Ana, que porta ela abriu, por quais meios e para onde. Empoderar as meninas e lhes dar voz para contar a sua própria história, e localizá-las em um espaço e cultura e não apenas como indivíduos aleatórios flutuando no éter, aí sim terá sido prestado um serviço para a humanidade e esclarecido os espectadores do documentário.
Aqueles filmes merda que você gosta. Não é nem uma diabetes legal como "Nunca É Tarde Para Amar" com a Michelle Pfeiffer, é ruim mesmo, mas eu gosto. Provavelmente só por causa das paisagens e do Matthew Goode.
A tristeza exagerada faz com que nós percamos nossas lembranças boas (olfato) O medo incontrolável faz com que percamos o sabor da vida A ira faz com que não escutemos mais ninguém
E no final a felicidade por estar vivo e a ânsia pelo amor faz com que nos reconectemos aos outros e perdemos a visão, como fechamos os olhos ao abraçar ou beijar para sentir o outro mais perto.
Disponível integral HQ no youtube, com legendas em inglês: https://www.youtube.com/watch?v=frC8ZHZKjkw Esse é um dos meus livros preferidos e a adaptação na China pré-revolucionária ficou perfeita.
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (2ª Temporada)
4.4 260 Assista AgoraQue tombo desde a primeira viu!
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (1ª Temporada)
4.4 461 Assista AgoraAchei maravilho, todos os personagens (e atores) são foda, a história bem contada, é uma boa história, e acabou bem, com uma boa conclusão e sem nenhuma ponta solta (tirando o cliffhanger desnecessário do tiro na estação de trem). Fui ver o começo da segunda temporada e achei uma bosta. Não tem mais história (porque é fato, a primeira temporada é uma história completa), começaram draminhas para fazer os personagens renderem, a personalidade deles começou a ficar incoerente, aí larguei. Depois de conversar com uma amiga super fã que me garantiu que as outras temporadas são boas, fui até o meio do quarto episódio da segunda temporada e aí desisti de vez. Para mim, só a primeira temporada de Peaky Blinders é cânone, o resto é resto.
A Noite dos Mortos-Vivos
4.0 549 Assista AgoraFinal realista:
a polícia atira sem motivo no cara negro que segurou a barra toda.
A Voz do Silêncio
4.3 356Um dos maiores escritores do Japão foi Natsume Soseki, professor de literatura durante o Período Meiji, quando o Japão se abria depois de mais de 200 anos de isolamento e começava um processo avassalador de ocidentalização. Durante esse período, vários livros ocidentais foram traduzidos pela primeira vez para o japonês, e a frase "eu te amo" foi traduzida de várias formas diferentes, embora existisse o termo "aishiteru" que é a tradução literal. O problema é que os japoneses não costumavam dizer essas coisas tão diretamente, então a frase foi adaptada em várias traduções como alguma indireta beem indireta. Um dos casos mais famosos foi a correção de Soseki à tradução literal de um aluno seu. Ele disse que "I love you" deveria ser traduzido como "A lua está bonita".
Nishimya diz "suki" a Ishida na ponte, ou "eu gosto de você" (estou apaixonada por você). Mas Ishida entende "tsuki", ou "lua", e responde "A lua está bonita". Entendedores entenderão.
Sutil, implícito, sensível e profundo como só os japoneses conseguem.
Ironias do Amor
4.0 145Podia ser um pouco menos excessivamente adolescente, mas do meio pro final dá uma surpreendida, e o final meodeosdocéw
Cara Gente Branca (Volume 2)
4.2 123 Assista AgoraNão gostei muito de como o ritmo da série mudou, ainda é uma série super ótima, mas o ritmo e o enredo da primeira temporada eram muito melhores. Não gostei muito da mudança do estilo, mas adorei como mostraram a escolha difícil da Coco, e a decisão que ela tomou. O episódio simples, sem firula, quase sem trilha sonora, da discussão entre a Sam e o Gabe vale pela temporada inteira, pela escrita, atuação e cenas.
Besouro
3.1 551Filme de super-herói brazuka a partir de um personagem real e com ótima crítica social
Para a Floresta da Luz dos Vagalumes
4.4 241CHOREI
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraMuito legal! Trata de sentimentos. Por isso acho que seria melhor se fosse com gente em vez de anime. Mas é vale a pena, bonito e sensível
O Jardim das Palavras
4.0 363achei muito novela mexicana, e não sei se foi pq vi no youtube com qualidade duvidosa, também não achei o desenho aquelas coisa não
Alias Grace
4.1 278 Assista AgoraMinha explicação:
a questão não é responder a perguntas. Ela matou ou não? É claro que ela não ajudou a puxar o lenço, não faz sentido cada um puxar uma cordinha para estrangular alguém. Ela atiçou o cara ou não? Pode ter estimulado o cara a matar, ou pode não ter feito isso. Se ela planejou a morte junto com o outro ou não não faz nenhuma diferença prática - ela não poderia impedi-lo de matar Nancy e o patrão e nem de matar ela mesma também, nem poderia fugir. Mas faz toda a diferença para saber se é uma assassina ou não. Mas essa é a questão, é por isso que a série é tão inteligente, não é nada banal. Como diz o doutor, ela passou a vida passando pelas maiores brutalidades. Ela poderia descarregar essa raiva na Nancy e no Mr. Kinneard. No final ela vê o cartaz do Jeremiah e diz que vai guardar o segredo dele, como ela guardou o dela. Lembrem que eles discutem se não é sacanagem enganar as pessoas com a hipnose. Será que ela fez um teatro da cena que foi hipnotizada? Será que ela foi possuída pelo espírito da Mary? Mas a Mary não era uma assassina, era uma mocinha inocente, cheia de ideais, apaixonada e ingênua. Será que ela tinha múltipla personalidade? Ou será que ela, inspirada pela combatividade de Mary administra na sua cabeça seu lado agressivo?
Todos os homens que passaram na sua vida ela odiou. Todos eram canalhas e todos eram predadores. Até o Jamie, seu marido, que era bonzinho, era um bonzinho sádico: ele sempre pedia para que ela contasse o que aconteceu com ela no hospício, o que ele causou. Ele pedia perdão e ficava excitado. Não era mau o bastante para ele mesmo levar ao cabo as monstruosidades, mas o sadismo estava ali. Com o doutor, ela diz no começo: não vou ser a sua presa. Não uma presa física, de violência física ou sexual, mas uma presa mental. Acho que ela não gostou dele do jeito que ele gostou dela: é sempre ele que pensa nela romanticamente, o que mostra dela pensando nele é sobre o que ela vai contar pra ele, o que ele quer ouvir. Há uma disputa de poder mental entre os dois.
Para cada homem Grace conta uma história, e no fim, como isso é um livro e uma série, e não um caso real de assassinato, o que importa aqui não é descobrir se ela quis matar também ou foi mais uma vítima do cara, o que importa é ver qual história o mosaico de narrativas conta.
Lembremos que Grace foi criada assistindo o pai espancar e provavelmente estuprar a mãe, e ela passou pela mesma situação quando ela morreu. Ela não era assim tão frágil. Atwood nos apresenta a sociedade repressora, moralista e sacana dos puritanos que canaliza todo o seu sadismo para as mulheres: as mulheres são as vítimas dessa sociedade. Mary, iludida pelo filho do patrão, sem alternativas além de um aborto perigoso e ilegal; Nancy, não se sabe se ela gostava ou não de Mr. Kinneard, o que se sabe é que ele era a única alternativa que ela tinha, um canalha e que mal ela ficou grávida já estava crescendo o olho para Grace e certamente ela seria mais uma vez jogada na rua, e a própria Grace. Todos os homens são uns merdas, Grace só gostou da Mary, e foi para a casa do Mr. Kinneard principalmente por causa da Nancy, para ter a companhia da Nancy. Os homens são todos predadores nessa sociedade.
No final, Nancy, Grace e Mary são costuradas juntas no cobertor, porque elas estão no mesmo barco, na hipnose Grace fala que Nancy compreendeu e é amiga delas agora: são todas vítimas dessa sociedade terrível, e só conseguem sobreviver se aprenderem a navegar nesse mar de perversão. Grace é quem consegue navegar melhor no final, como prevê Jeremiah (Jeremiah, pelo que aparece, é o único que não é monstruoso, mas ao se recusar a se casar com Grace acaba fazendo algo infinitamente egoísta. Mesmo que ele não acredite no casamento, sem o papel passado Grace estaria numa situação ainda mais fragilizada: mulher pobre, que já viveu com um homem, sem família, naquele tempo e lugar era carniça pra ser comida pelos abutres. Até hoje ainda é dependendo do lugar). Então, Grace é quem consegue navegar melhor. Não estamos falando aqui de uma heroína pura que com sua bondade e inocência vence o mal. Não estamos vendo o mal por todo lugar?
O Negócio (4ª Temporada)
3.4 46 Assista Agoranão sei se eu quero ver, pra mim a 3ª temporada acabou bem, se passar mais que isso vai estragar.
Dream
3.6 61Alguém me explica, porque eu não entendi
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraAcho que o Rust tinha uma mediunidade reprimida
Diário Secreto de uma Call Girl (4ª Temporada)
4.1 28Ver um ep da primeira temporada e um da última parece 2 séries diferentes.
começou excelente e terminou uma bosta, a cada temporada ia descendo um degrau, mas essa foi um salto mortal pra baixo.
pra mim tinha q ter acabado já na terceira, mesmo assim a 2 e a 3 não chegam nem aos pés da primeira
Homens Livres
3.6 7Só eu senti uma paixão não consumada entre Younes e Salim?
A Colina Escarlate
3.3 1,3K Assista AgoraComo que o cara que fez O Labirinto do Fauno e A Espinha do Diabo produz, dirige e escreve um filme tão ruim?
Os Mistérios de Miss Fisher (2ª Temporada)
4.4 14achei que caiu muito em relação a primeira!
perdeu muito do ritmo, da trama e do charme
Girl Rising
4.5 70Esse é um daqueles documentários tão bem falados que você nem sabe mais quem te indicou, mas o tema e o fuzuê geral jogam as expectativas lá encima.
Fui assistir achando que era uma das melhores ideias para um documentário, mas o que vi foi completamente cínico e nada igênuo.
A primeira coisa que me incomodou foi o fato de todo o documentário ser uma narração de um texto produzido, as meninas não tem fala. Sim, elas dizem uma frase ilustrativa ou outra, mas não são elas que contam as histórias, muito menos suas famílias.
O filme é um amontoado de histórias de meninas, completamente descontextualizadas e superficiais. Elas não têm nada a ver uma com a outra, exceto como podem ser transformadas pela escola.
É desnecessário dizer que eu acho que todas as crianças devem receber educação, especialmente as meninas devido a sua situação mais vulnerável. Mas tudo que eles apresentam no filme como educação é a entrada na escola formal.
Eles pegam meninas de culturas extremamente diversas ao redor de todo o planeta, e colocam a escola como a virada, a entrada da civilização no mundo bárbaro em que vivem. Sim, em um número muito grande de vezes o ingresso na educação formal de qualidade é o que pode conferir mobilidade social, sem contar com a ampliação de horizontes.
Mas é apenas isso? E a evasão escolar? Muitas vezes, e em situações bem menos extremas do que o apresentado, as pessoas não ficam na escola ou não se dedicam porque não conseguem ver horizontes para além dos que já têm. Para onde as pessoas vão depois da escola? E o que a escola significa?
Além disso, o filme pega culturas tradicionais e as opõe à escola como a civilização à barbárie. É claro que há elementos brutais nas culturas tradicionais, como a escravidão ou o casamento de crianças. Mas em todos os casos, a escola é a entrada do mundo ocidental numa cultura tradicional, e a entrada na escola massificadora tal como ela é acaba com os vínculos e o mundo social que existe deixando as pessoas completamente sem estrutura e aí sim as empurrando para a miséria. Não preciso nem mencionar o preconceito com que o filme tratou as culturas tradicionais, como se elas se limitassem aos seus lados mais duros e vistos ainda de forma caricata.
Então, se as meninas dessa cultura x ou y querem se emancipar e abolir essa brutalidade, vai ser através de formas que fazem sentido no seu mundo, a ampliação de horizontes a partir de sua própria lógica, ou xuxá-las numa escola para aprender a taboada? A escola como real emancipadora, promotora da autonomia, ampliadora de horizontes deve ser pensada a partir do ponto de vista da cultura a que se destina, e pode ser tanto sentar e aprender a taboada ou ser um renascimento da cultura "colonizada" de uma forma que um ocidental jamais chamaria de escola, como o caso de várias escolas indígenas em que os alunos não ficam em salas de aula. Há um exemplo muito bom de uma tribo indígena que o nome me foge, que contratou um linguista (várias já fizeram isso) para ensinar aos mais jovens a língua nativa que estava se perdendo e codificar uma escrita para ela. Nessa tribo, as crianças aprendem a escrever na língua nativa e em português. Eles dizem que a própria cultura se aprende do próprio jeito, na escola se aprende a cultura do branco para poder se defender dele.
As portas da escola e universidade tal qual são para nós devem ser abertas para todos, mas não impostas. Até onde deve o Estado ou as organizações internacionais intervirem para fazer com as crianças se eduquem é uma questão que deve ser discutida com muito cuidado, e com certeza não da maneira simplista que o filme coloca.
E eu diria muito mais que simplista, perversa. Apelando para a emoção, o filme deixa implícito que a razão porque aquelas meninas estão naquela situação de miséria ou de opressão de gênero é porque elas não foram para a escola, é porque suas famílias não quiseram ou não puderam ir para a escola. A mina do Peru não é em momento algum problematizada, nem a pobreza no vilarejo e na cidade da Índia. O vilarejo, ou a mina, são só uma oposição ao que é civilizado: a escola. O problema da miséria é que as pessoas não estudaram e não conseguiram uma profissão qualificada para ganhar bem, e aí assim foram tendo mais filhos pobres e continuando pobres. A culpa do oprimido, sim, é do oprimido, de acordo com esse filme.
Teve um caso que deu o maior escândalo, não me lembro agora dos detalhes, mas tribos inteiras de índios estavam sendo removidos de suas terras e a UNESCO interveio, querendo mostrar as crianças sofrendo violência. As crianças queriam falar da situação que estava destruindo suas vidas - a tomada de terra pelos fazendeiros, ou uma mineradora, não lembro. Mas a UNESCO não deixava nem as crianças nem suas famílias falarem, para não criar conflito com os reais agressores, queria apenas usar de suas imagens para conseguir fundos e "botá-las em seu devido lugar", sob a tutela do Estado jogadas em qualquer abrigo e numa escola que não tinha nada a ver com sua cultura.
A imagem das crianças é usada constantemente para comover a população e ser fonte de renda para instituições filantrópicas, como esse filme parece ser um holding de filantrópicas.
Não estou dizendo que as instituições filantrópicas sejam parasitas, e muito menos, vou ter que dizer de novo, que não se deve colocar as crianças na escola. Mas é preciso ter muito, muito cuidado com instituições que dizem levantar bandeiras de causas sociais, fazem uma apresentação muito bonitinha, bem produzida e com alto orçamento, quando na verdade apontam como a causa do problema suas consequências: a causa da pobreza, ao que parece aqui, são os pobres, a causa da violência de gênero são as meninas que não sabem se defender, e não um sistema gerador de desigualdades sociais que é muito , muito mais complexo do que isso.
Para criar um mundo melhor e alterar as estruturas de desigualdade social reais, precisamos sim investir nas crianças, educá-las, tirá-las de situações de situações de violência. Mas essa retirada não pode ser mais violenta do que seu estado anterior.
É preciso ter cuidado com iniciativas desse porte que concentram e distribuem muito poder, influência ou recursos. Principalmente quando vêm com um discurso maquiado de neo-liberalismo e preconceito, apelando para emoções e desincentivando a reflexão, e sobretudo, calando as pessoas atingidas por suas ações.Uma solução heterônoma nunca é uma solução.
Como diz Paulo Freire, saber ler não é apenas ler "Ana abriu a porta", mas entender a posição social de Ana, que porta ela abriu, por quais meios e para onde. Empoderar as meninas e lhes dar voz para contar a sua própria história, e localizá-las em um espaço e cultura e não apenas como indivíduos aleatórios flutuando no éter, aí sim terá sido prestado um serviço para a humanidade e esclarecido os espectadores do documentário.
Viagem a Darjeeling
3.8 431 Assista Agorafui com altas expectativas e achei blaze
Casa Comigo?
3.6 1,5K Assista AgoraAqueles filmes merda que você gosta.
Não é nem uma diabetes legal como "Nunca É Tarde Para Amar" com a Michelle Pfeiffer, é ruim mesmo, mas eu gosto.
Provavelmente só por causa das paisagens e do Matthew Goode.
Sentidos do Amor
4.1 1,2KA tristeza exagerada faz com que nós percamos nossas lembranças boas (olfato)
O medo incontrolável faz com que percamos o sabor da vida
A ira faz com que não escutemos mais ninguém
E no final a felicidade por estar vivo e a ânsia pelo amor faz com que nos reconectemos aos outros e perdemos a visão, como fechamos os olhos ao abraçar ou beijar para sentir o outro mais perto.
Dangerous Liaisons
3.8 16Disponível integral HQ no youtube, com legendas em inglês:
https://www.youtube.com/watch?v=frC8ZHZKjkw
Esse é um dos meus livros preferidos e a adaptação na China pré-revolucionária ficou perfeita.
Sobrenatural
3.4 2,4K Assista Agoraeu ri