Júlia Esteves

JAMAIS um professor de filosofia, que estudou Foucault, Nietzsche e outros autores do gênero, estabeleceria relações de poder iguais as que esse professor do filme estabelecia com seus alunos, com a namorada e com as pessoas no geral. Na faculdade, meus professores de filosofia e psicologia social, os quais são ateus declarados, são os professores mais justos que já tive em toda minha vida e são os que mais evitam estabelecer algum tipo de relação de poder, tratando os alunos sempre como iguais.
Achei interessante que no filme todos aqueles que não acreditam em deus (ou até mesmo aqueles que acreditam, porém são adeptos de outra religião que não o cristianismo) são colocados como 'vilões' enquanto os cristãos são os 'mocinhos'...nem preciso dizer o quão patética é essa colocação que, além de tudo, acaba por discriminar outras religiões. Conheço muito ateu bem mais decente que a maioria dos cristãos, como também conheço cristãos e pessoas de diversas outras religiões que são muito boas, ou seja, nem de longe o mundo real é tão preto no branco como apontado no filme.
Também achei interessante o aluno argumentar que "só existe mal pq existe livre-arbítrio", porém, achei mais interessante ainda não ter sido usado no filme o contra-argumento pra isso: Se deus é onisciente, se ele já sabe tudo o que vai acontecer na vida de cada pessoa, então, nós realmente temos livre-arbítrio? Se já escrito TUDO o que acontecerá em nossas vidas, nós temos MESMO poder de escolha?

Um dos melhores filmes que já vi! Lindo! <3

Odiei o fato