Ideia boa, mas mal executada. O filme tem vários elementos interessantes, mas não se aprofunda em nenhum. Por exemplo, ele toca na história e desenvolvimento do funk carioca, fala um pouco das mulheres, mas é tudo muito raso. Daí ele se concentra mais em mostrar as músicas e as mulheres nas danças hipersexualizadas, reforçando o estereótipo de que funk é música de "pu**ria". O funk exagera nesse quesito? Sim, mas o funk não é só isso. Sempre se fez funk hipersexualizado e funk de crítica social, mas esse segundo praticamente não aparece no documentário. Dar voz a quem está às margens da sociedade é sempre uma boa ideia e gostem as pessoas ou não de funk, ele está aí, é realidade e é parte da cultura brasileira (sim, porque "cultura" não é sinônimo de "erudição", existe cultura erudita, de massa, popular etc.), daí parte do mérito do doc, mas que ele poderia ter sido bem melhor, poderia.
Que filme fantástico! Cheio de relações com o que se passava na época, é um "vrá" na cara da sociedade. Isso porque a tecnologia para ter filmes falados já existia, mas as pessoas estavam muito relutantes, exatamente como o Rabino que não aceitava que Jakie fosse cantor de jazz. Isso é acertadamente na cena em que
Jakie está conversando com a mãe, uma cena com voz, e no momento em que o rabino chega, o filme volta a ser mudo.
Tem também a história do próprio Al Jonson, ator que faz o papel de Jakie. Al era judeu e sofria muito preconceito da sociedade. Pra desenvolver sua carreira na indústria do entretenimento, ele teve que disfarçar suas origens e teve que usar muita blackface. E as atuações, né. Trilha sonora. Enfim, perfeito! Quem não viu, corre pra ver!
Mediano. Conhecemos pouco sobre o Renato Russo em sua formação, a mudança repentina e mal explicada (no filme) do Renato do "Aborto Elétrico" e do "Trovador Solitário". Há vários trocadilhos forçados com as letras das músicas da Legião e isso me irritou bastante. Há um tom de exaltação que perpassa todo o filme e acho que esse tom é parcialmente responsável pela superficialidade do filme. Também acho que o filme se concentrou bastate nas músicas, no lado rock'n'roll, e esqueceu um pouco o "sexo, drogas". Porque pode até ser um estereótipo, mas era verdade. Há pouco sobre sexualidade e nada sobre drogas, com exceção ao uso do álcool -- e o filme "Rock Brasília " tem coisas para contar sobre isso... Por outro lado, o elenco é ótimo, há bastante música, os personagens agem e falam como adolescentes, inclusive o próprio Renato. Nesse ponto, o tom de exaltação passou longe, já que o filme não quis fingir que Renato era um adolescente já maduro, dizendo coisas maduras. Um filme ok, interessantinho, mas não mais do que isso.
Mais de 90 anos de uma vida intensa como a de Mandela não cabem em duas horas e vinte minutos de filme. Penso se não teria sido mais interessante focar profundamente em um período específico da vida dele ou fazer dois filmes como foi o caso de "Che". Há pontos positivos, mas os negativos infelizmente acabam pesando mais. O filme passa muito rápido pelos anos de formação de Mandela, não se aprofunda em nenhum dos vários dramas da vida de Mandela, não dá tempo da audiência se apegar ao personagem. Oquei, muitos de nós já se apegaram a Mandela antes do filme, maso filme não pode se garantir com essa fonte prévia de carisma, o filme tem que rebolar para que os personagens criem vínculos com a gente! Os diálogos também são fracos e nem mesmo as grandes atuações salvam. Além do elenco, o filme tem como ponto positivo a ideia de querer mostrar o melhor e o pior de Mandela, mesmo que por vezes a película falhe nessa missão. Também é interessante como Winnie Mandela, uma figura tão demonizada pela mídia e pelas pessoas na vida real, recebe um tratamento mais humano da direção e do roteiro. Também gostei do uso certeiro e moderado de imagens (autênticas e recriadas) dos conflitos acontecidos. Entretanto, para mim os pontos negativos fizeram sombra nos pontos positivos.
Trata com muito humor um tema tão delicado e doloroso como o classismo social. Os diálogos são hilários, as atuações são fantásticas, uma pegada documental aqui e ali que funciona bem. "Domésticas" peca por forçar nos estereótipos, o que faz com que o filme perca um pouco o ritmo.
Vale a pena assistir, mas não espere aqui o mesmo Jeunet de "Amélie Poulain", parece que ele perdeu um pouco a mão. Esse filme é uma delícia para assistir. Primeiro, é uma festa para os olhos. Segundo, é muito bem editado. Terceiro, o guri que faz o papel principal é a-do-rá-vel. Quarto, Helena, né. Quinto, é divertido. Agora, tem seus problemas. O arco dramático, por exemplo, não se desenvolve direito. O personagem de Spiveté desenvolvido de forma profunda, pois o roteiro fica dando voltas de forma superficial ao conflito dele. E aí se nem ele, que é com quem passamos quase que exclusivamente 95% do tempo, imagina os outros! E, assim, apesar do menino ter se mostrado um bom ator, ele não conseguia chorar. Simplesmente. Até aí tudo bem, mas o coitado ficava espremendo e fazendo de tudo para chorar uma lagriminha (até consegui, aqui e acolá). Mas será que não era mais negócio ele fazer cara de choro ao invés de tentar desesperadamente chorar? Enfim, um filme bom, mas com alguns tropeços que atrapalham.
Esperava mais. O filme tem um ritmo legal, boas atuações, é divertido e a história da medicina (não só do vibrador) é espalhada ao longo do filme de uma forma casual e que não é forçada. Mesmo assim, falta um pouco de conteúdo, principalmente sobre a sexualidade da mulher. A personagem de Maggie Gyllenhaal (arrasou no sotaque britânico, hein) oferece um contraponto bacana para mostrar o "lado B" da sociedade vitoriana, o pensamento feminista, mas mesmo sua personagem não "ousa" adentrar na questão da sexualidade feminina quando ela critica seu pai e as "donas de casa entediadas". Também falta falar um pouco sobre as políticas públicas sanitárias, apesar do filme tocar no assunto. Tudo isso ajudaria a definir melhor a sociedade inglesa vitoriana. Em todo caso, vale a pena assistir o filme, é uma boa diversão.
O documentário ganha pontos positivos por mostrar a realidade dessas pacientes e suas batalhas contra esse transtorno alimentar tão difícil de tratar. Entretanto, não há nenhum insight mais técnico sobre a doença, nem mesmo sobre o tratamento (que parece ser bem caótico e relativamente ineficaz na clínica em questão). Então o documentário acaba ficando raso, pois é uma câmera mostrando o dia a dia e só. Interessantinho, mas há documentários melhores sobre o tema.
O filme é muito bem amarrado, unindo vários aspectos da vida de adolescente de uma forma muito interessante e crível: o 1o amor, a sexualidade, o amadurecimento, os conflitos com amigos, com os pais, bullying, anseios, medos, tudo isso sem cair no clichê e sem ficar melodramático. A acessibilidade também é muito bem trabalhada. Um filme muito sensível que toca na vida de todos nós (heterossexual, adolescente, adulto, etc.). A única crítica vai para as atuações que dão umas escorregadas, mas nada que comprometa significativamente o produto final.
A premissa é boa: mostrar como os adolescentes e os jovens de classe média alta que estão saindo da adolescência estão cheios de conflitos sobre os quais não têm ideia de como resolver, isso quando eles têm ideia de quais são estes conflitos. O começo já mostra a diferença entre os jovens de hoje em dia e os de "antigamente", quando um deles comenta como deveria ser interessante na época em que Caetano e "um monte de intelectual" ficavam ali na praia conversando sobre política, fazendo música, enquanto estes novos jovens só conseguem espantar o tédio com uma brincadeira estúpida qualquer. No entanto, o filme se desenrola com uma ou duas sacadas a mais desse tipo. Clarice Falcão atua como ela mesma, uma pessoa fofa e querida, mas na hora do drama, ela não consegue segurar as pontas. Não há comédia e o drama é raso demais. Um toque de Woody Allen aqui, um de Wes Aderson acolá, o filme vai acontecendo na mesma toada tediosa da vida desses jovens, o que até seria interessante se houvesse mais profundidade.
Coppola perdeu uma ótima oportunidade para falar sobre um assunto muito comum, mas pouco discutido: a depressão e o suicídio entre adolescentes, a dificuldade de ser adolescente. O elenco trabalha bem na medida do possível, já que tem um roteiro que não apresenta grandes dificuldades ou oportunidades de expressão para os atores. O visual também é ótimo, as meninas estão sempre vestidas em trajes fantasmagóricos. No entanto, o roteiro é raso, nenhum personagem é desenvolvido, nem mesmo Lux, que é a personagem com mais tempo de tela. Há vários momentos em que uma ideia começa a se desenvolver, mas não chega a ir pra frente. Não há epifanias e nem o filme oferece material suficiente para o público discutir o assunto.
Poderia ter desenvolvido mais o roteiro e os personagens, tinha tempo mais do que suficiente. Entretanto, tem uma boa direção, boas atuações e o roteiro é consistente, ainda que raso, e oferece bom entretenimento.
Depois de alguns bons anos fora da cadeira de diretor da franquia X-Men, Bryan Singer está de volta ao posto e mostra como se sente confortável nesta cadeira. “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” talvez possa ser considerado como o melhor filme sobre os heróis (e anti-heróis) mutantes.
«Heli» tem sido publicizado como um filme sobre o problema das drogas e da violência associada a elas no México. O diretor Amat Escalante faz isso combinando habilmente vários temas e todos eles tocam, em algum momento, no par violência-drogas. Em meio a deslizes e acertos precisos, Escalante consegue fazer um filme de significado emocional profundo.
Os homens espanhóis, fora e dentro da Europa, têm fama de machões. A ideia é que eles são seres psicologicamente fortes, seres sexuais extremamente dominantes, que sempre conseguem o que querem, principalmente quando o assunto é mulher. Mas o diretor Cesc Gay resolveu mostrar em “O Que Os Homens Falam” que a verdade é bem diferente disso, quando não é o oposto total. E se a premissa e o formato escolhidos por Cesc são interessantes, faltam ao filme um tom que o perpasse e ajude a destacar tanto o roteiro, quanto o elenco.
Falar sobre futebol americano com quem não é americano não é uma tarefa muito fácil e se torna quase impossível discuti-lo com brasileiros, já muito focados no futebol “normal”. Talvez seja por isso que “A Grande Escolha” utilize o futebol americano apenas como pano de fundo para falar sobre outros assuntos: politicagem nos bastidores dos esportes, a dificuldade de construir a carreira sendo filho de alguém importante na área, entre outros assuntos. No entanto, nenhum destes temas é desenvolvido o suficiente para deixar o filme interessante ou, no mínimo, menos cansativo.
Um ex-detento que ajuda a mostrar a jovens de uma comunidade pobre que a criminalidade não é o caminho para se dar bem na vida. Com disciplina, perseverança e pensando duas (ou três, quatro) vezes antes de agir, qualquer um pode ter uma vida feliz. E tudo isso baseado em fatos reais. Se o enredo não é lá dos mais inovadores, a dupla Cuba Gooding Jr. e Malcolm Mays é eficaz e consegue dar vida a um roteiro bem amarrado, embora previsível.
“Todo aquele que se volta para o passado não merece encarar o futuro”. Esta frase do eterno dândi Oscar Wilde até tem um quê de sentido. Mas fica a pergunta: é realmente possível não se voltar para o passado? O diretor Asghar Farhadi demonstra em “O Passado” que não adianta fugir do passado: ele sempre vai dar um jeito de te alcançar e sem encara-lo de frente, você não vai encarar seu futuro.
"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura» é uma frase de Che Guevara, mas que poderia ter sido dita por Wes Anderson sobre seus próprios filmes. Isto porque seus filmes têm sempre uma beleza visual que chama a atenção, personagens adoráveis, piadas, tudo isso usado para explorar temas duros como tristeza, solidão etc. E você encontrará tudo isso em “O Grande Hotel Budapeste”, mas de uma forma ainda mais aperfeiçoada.
«A Recompensa» deveria ter conservado seu título original, “Dom Hemingway”, afinal o filme é muito mais sobre o personagem-título de Jude Law do que qualquer possível recompensa (material ou metafórica) que Dom possa receber. Mas o ruim mesmo é descobrir, ao longo de seus 90 minutos, que não há no filme nenhuma recompensa pelo preço que você pagou pelo ingresso.
Um filme importantíssimo para a história da música! As backing vocals merecem demais um filme para chamar de seu, afinal, o que seria de Gimme Shelter sem aquela voz feminina poderosa? O documentário explora algumas questões sociais e racias envolvidas no surgimeto e importância das backing singers negras. São várias histórias e as cantoras expressam suas emoções e o que pensam sobre esta carreira, inclusive mostram as questões mais negativas envolvidas no assunto. Acredito que o filme peca apenas por não oferecer também uma perspectiva contemporânea mais sólida (só uma cantora da nova geração tem espaço para falar de fato) e também por não explorar outros gêneros musicais.
Muita gente vê o documentário e acaba por se ocupar de julgar o caráter de Marcelo e esquece de falar do filme em si: muito bem contado, com uma edição bem dinâmica. Mariana Caltabiano demonstra que não é apenas uma boa história que faz um bom documentário, mas a forma como ela é contada e que não é porque o filme é documentário que não merece receber certos toques extras para torna-lo ainda mais atrativo (falo da música e dos desenhos, por exemplo). Agora, acho que faltou consultar um estudioso dos processos mentais para dar uma opinião (não avaliação) sobre a psique do cara, de repente comparar com outros casos históricos etc. A suposta "ligação" dele com o PCC também foi pouco explorada, mas, né, vai saber o que ele se recusou a falar... Em todo caso, um ótimo filme.
Autores Anônimos
2.5 26 Assista AgoraUma ótima sacada, mas o filme pega leve demais para ser uma sátira. E mockumentary tá na moda, mas nesse filme funciona.
Favela Bolada
3.6 16Ideia boa, mas mal executada. O filme tem vários elementos interessantes, mas não se aprofunda em nenhum. Por exemplo, ele toca na história e desenvolvimento do funk carioca, fala um pouco das mulheres, mas é tudo muito raso. Daí ele se concentra mais em mostrar as músicas e as mulheres nas danças hipersexualizadas, reforçando o estereótipo de que funk é música de "pu**ria". O funk exagera nesse quesito? Sim, mas o funk não é só isso. Sempre se fez funk hipersexualizado e funk de crítica social, mas esse segundo praticamente não aparece no documentário. Dar voz a quem está às margens da sociedade é sempre uma boa ideia e gostem as pessoas ou não de funk, ele está aí, é realidade e é parte da cultura brasileira (sim, porque "cultura" não é sinônimo de "erudição", existe cultura erudita, de massa, popular etc.), daí parte do mérito do doc, mas que ele poderia ter sido bem melhor, poderia.
O Cantor de Jazz
3.4 70 Assista AgoraQue filme fantástico! Cheio de relações com o que se passava na época, é um "vrá" na cara da sociedade. Isso porque a tecnologia para ter filmes falados já existia, mas as pessoas estavam muito relutantes, exatamente como o Rabino que não aceitava que Jakie fosse cantor de jazz. Isso é acertadamente na cena em que
Jakie está conversando com a mãe, uma cena com voz, e no momento em que o rabino chega, o filme volta a ser mudo.
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KMediano. Conhecemos pouco sobre o Renato Russo em sua formação, a mudança repentina e mal explicada (no filme) do Renato do "Aborto Elétrico" e do "Trovador Solitário". Há vários trocadilhos forçados com as letras das músicas da Legião e isso me irritou bastante. Há um tom de exaltação que perpassa todo o filme e acho que esse tom é parcialmente responsável pela superficialidade do filme. Também acho que o filme se concentrou bastate nas músicas, no lado rock'n'roll, e esqueceu um pouco o "sexo, drogas". Porque pode até ser um estereótipo, mas era verdade. Há pouco sobre sexualidade e nada sobre drogas, com exceção ao uso do álcool -- e o filme "Rock Brasília " tem coisas para contar sobre isso... Por outro lado, o elenco é ótimo, há bastante música, os personagens agem e falam como adolescentes, inclusive o próprio Renato. Nesse ponto, o tom de exaltação passou longe, já que o filme não quis fingir que Renato era um adolescente já maduro, dizendo coisas maduras. Um filme ok, interessantinho, mas não mais do que isso.
Mandela – O Caminho Para a Liberdade
3.7 119 Assista AgoraMais de 90 anos de uma vida intensa como a de Mandela não cabem em duas horas e vinte minutos de filme. Penso se não teria sido mais interessante focar profundamente em um período específico da vida dele ou fazer dois filmes como foi o caso de "Che". Há pontos positivos, mas os negativos infelizmente acabam pesando mais. O filme passa muito rápido pelos anos de formação de Mandela, não se aprofunda em nenhum dos vários dramas da vida de Mandela, não dá tempo da audiência se apegar ao personagem. Oquei, muitos de nós já se apegaram a Mandela antes do filme, maso filme não pode se garantir com essa fonte prévia de carisma, o filme tem que rebolar para que os personagens criem vínculos com a gente! Os diálogos também são fracos e nem mesmo as grandes atuações salvam. Além do elenco, o filme tem como ponto positivo a ideia de querer mostrar o melhor e o pior de Mandela, mesmo que por vezes a película falhe nessa missão. Também é interessante como Winnie Mandela, uma figura tão demonizada pela mídia e pelas pessoas na vida real, recebe um tratamento mais humano da direção e do roteiro. Também gostei do uso certeiro e moderado de imagens (autênticas e recriadas) dos conflitos acontecidos. Entretanto, para mim os pontos negativos fizeram sombra nos pontos positivos.
Domésticas - O Filme
3.7 182Trata com muito humor um tema tão delicado e doloroso como o classismo social. Os diálogos são hilários, as atuações são fantásticas, uma pegada documental aqui e ali que funciona bem. "Domésticas" peca por forçar nos estereótipos, o que faz com que o filme perca um pouco o ritmo.
Snoopy, Volte ao Lar
4.3 57"Snoopy" é uma dessas coisas que eu me reservo o direito de gostar sem ter que explicar por quê. Simplesmente amo qualquer coisa do Peanuts =)
Uma Viagem Extraordinária
4.1 611 Assista AgoraVale a pena assistir, mas não espere aqui o mesmo Jeunet de "Amélie Poulain", parece que ele perdeu um pouco a mão. Esse filme é uma delícia para assistir. Primeiro, é uma festa para os olhos. Segundo, é muito bem editado. Terceiro, o guri que faz o papel principal é a-do-rá-vel. Quarto, Helena, né. Quinto, é divertido. Agora, tem seus problemas. O arco dramático, por exemplo, não se desenvolve direito. O personagem de Spiveté desenvolvido de forma profunda, pois o roteiro fica dando voltas de forma superficial ao conflito dele. E aí se nem ele, que é com quem passamos quase que exclusivamente 95% do tempo, imagina os outros! E, assim, apesar do menino ter se mostrado um bom ator, ele não conseguia chorar. Simplesmente. Até aí tudo bem, mas o coitado ficava espremendo e fazendo de tudo para chorar uma lagriminha (até consegui, aqui e acolá). Mas será que não era mais negócio ele fazer cara de choro ao invés de tentar desesperadamente chorar? Enfim, um filme bom, mas com alguns tropeços que atrapalham.
Histeria
3.6 404Esperava mais. O filme tem um ritmo legal, boas atuações, é divertido e a história da medicina (não só do vibrador) é espalhada ao longo do filme de uma forma casual e que não é forçada. Mesmo assim, falta um pouco de conteúdo, principalmente sobre a sexualidade da mulher. A personagem de Maggie Gyllenhaal (arrasou no sotaque britânico, hein) oferece um contraponto bacana para mostrar o "lado B" da sociedade vitoriana, o pensamento feminista, mas mesmo sua personagem não "ousa" adentrar na questão da sexualidade feminina quando ela critica seu pai e as "donas de casa entediadas". Também falta falar um pouco sobre as políticas públicas sanitárias, apesar do filme tocar no assunto. Tudo isso ajudaria a definir melhor a sociedade inglesa vitoriana. Em todo caso, vale a pena assistir o filme, é uma boa diversão.
Magra
3.9 33O documentário ganha pontos positivos por mostrar a realidade dessas pacientes e suas batalhas contra esse transtorno alimentar tão difícil de tratar. Entretanto, não há nenhum insight mais técnico sobre a doença, nem mesmo sobre o tratamento (que parece ser bem caótico e relativamente ineficaz na clínica em questão). Então o documentário acaba ficando raso, pois é uma câmera mostrando o dia a dia e só. Interessantinho, mas há documentários melhores sobre o tema.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraO filme é muito bem amarrado, unindo vários aspectos da vida de adolescente de uma forma muito interessante e crível: o 1o amor, a sexualidade, o amadurecimento, os conflitos com amigos, com os pais, bullying, anseios, medos, tudo isso sem cair no clichê e sem ficar melodramático. A acessibilidade também é muito bem trabalhada. Um filme muito sensível que toca na vida de todos nós (heterossexual, adolescente, adulto, etc.). A única crítica vai para as atuações que dão umas escorregadas, mas nada que comprometa significativamente o produto final.
Eu Não Faço a Menor Ideia do que eu Tô …
3.0 803A premissa é boa: mostrar como os adolescentes e os jovens de classe média alta que estão saindo da adolescência estão cheios de conflitos sobre os quais não têm ideia de como resolver, isso quando eles têm ideia de quais são estes conflitos. O começo já mostra a diferença entre os jovens de hoje em dia e os de "antigamente", quando um deles comenta como deveria ser interessante na época em que Caetano e "um monte de intelectual" ficavam ali na praia conversando sobre política, fazendo música, enquanto estes novos jovens só conseguem espantar o tédio com uma brincadeira estúpida qualquer. No entanto, o filme se desenrola com uma ou duas sacadas a mais desse tipo. Clarice Falcão atua como ela mesma, uma pessoa fofa e querida, mas na hora do drama, ela não consegue segurar as pontas. Não há comédia e o drama é raso demais. Um toque de Woody Allen aqui, um de Wes Aderson acolá, o filme vai acontecendo na mesma toada tediosa da vida desses jovens, o que até seria interessante se houvesse mais profundidade.
As Virgens Suicidas
3.8 1,4K Assista AgoraCoppola perdeu uma ótima oportunidade para falar sobre um assunto muito comum, mas pouco discutido: a depressão e o suicídio entre adolescentes, a dificuldade de ser adolescente. O elenco trabalha bem na medida do possível, já que tem um roteiro que não apresenta grandes dificuldades ou oportunidades de expressão para os atores. O visual também é ótimo, as meninas estão sempre vestidas em trajes fantasmagóricos. No entanto, o roteiro é raso, nenhum personagem é desenvolvido, nem mesmo Lux, que é a personagem com mais tempo de tela. Há vários momentos em que uma ideia começa a se desenvolver, mas não chega a ir pra frente. Não há epifanias e nem o filme oferece material suficiente para o público discutir o assunto.
Oz: Mágico e Poderoso
3.2 2,1K Assista AgoraPoderia ter desenvolvido mais o roteiro e os personagens, tinha tempo mais do que suficiente. Entretanto, tem uma boa direção, boas atuações e o roteiro é consistente, ainda que raso, e oferece bom entretenimento.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraDepois de alguns bons anos fora da cadeira de diretor da franquia X-Men, Bryan Singer está de volta ao posto e mostra como se sente confortável nesta cadeira. “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” talvez possa ser considerado como o melhor filme sobre os heróis (e anti-heróis) mutantes.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-filme-x-men-dias-de-um-futuro-esquecido.html
Heli
3.5 61«Heli» tem sido publicizado como um filme sobre o problema das drogas e da violência associada a elas no México. O diretor Amat Escalante faz isso combinando habilmente vários temas e todos eles tocam, em algum momento, no par violência-drogas. Em meio a deslizes e acertos precisos, Escalante consegue fazer um filme de significado emocional profundo.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-filme-heli.html
O Que os Homens Falam
3.3 78 Assista AgoraOs homens espanhóis, fora e dentro da Europa, têm fama de machões. A ideia é que eles são seres psicologicamente fortes, seres sexuais extremamente dominantes, que sempre conseguem o que querem, principalmente quando o assunto é mulher. Mas o diretor Cesc Gay resolveu mostrar em “O Que Os Homens Falam” que a verdade é bem diferente disso, quando não é o oposto total. E se a premissa e o formato escolhidos por Cesc são interessantes, faltam ao filme um tom que o perpasse e ajude a destacar tanto o roteiro, quanto o elenco.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-filme-o-que-os-homens-falam.html
A Grande Escolha
3.5 116 Assista AgoraFalar sobre futebol americano com quem não é americano não é uma tarefa muito fácil e se torna quase impossível discuti-lo com brasileiros, já muito focados no futebol “normal”. Talvez seja por isso que “A Grande Escolha” utilize o futebol americano apenas como pano de fundo para falar sobre outros assuntos: politicagem nos bastidores dos esportes, a dificuldade de construir a carreira sendo filho de alguém importante na área, entre outros assuntos. No entanto, nenhum destes temas é desenvolvido o suficiente para deixar o filme interessante ou, no mínimo, menos cansativo.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-grande-escolha.html
Jogada de Rei
3.7 84 Assista AgoraUm ex-detento que ajuda a mostrar a jovens de uma comunidade pobre que a criminalidade não é o caminho para se dar bem na vida. Com disciplina, perseverança e pensando duas (ou três, quatro) vezes antes de agir, qualquer um pode ter uma vida feliz. E tudo isso baseado em fatos reais. Se o enredo não é lá dos mais inovadores, a dupla Cuba Gooding Jr. e Malcolm Mays é eficaz e consegue dar vida a um roteiro bem amarrado, embora previsível.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-jogada-de-rei.html
O Passado
4.0 292 Assista Agora“Todo aquele que se volta para o passado não merece encarar o futuro”. Esta frase do eterno dândi Oscar Wilde até tem um quê de sentido. Mas fica a pergunta: é realmente possível não se voltar para o passado? O diretor Asghar Farhadi demonstra em “O Passado” que não adianta fugir do passado: ele sempre vai dar um jeito de te alcançar e sem encara-lo de frente, você não vai encarar seu futuro.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-filme-o-passado.html
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0K"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura» é uma frase de Che Guevara, mas que poderia ter sido dita por Wes Anderson sobre seus próprios filmes. Isto porque seus filmes têm sempre uma beleza visual que chama a atenção, personagens adoráveis, piadas, tudo isso usado para explorar temas duros como tristeza, solidão etc. E você encontrará tudo isso em “O Grande Hotel Budapeste”, mas de uma forma ainda mais aperfeiçoada.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-o-grande-hotel-budapeste.html
A Recompensa
3.0 102 Assista Agora«A Recompensa» deveria ter conservado seu título original, “Dom Hemingway”, afinal o filme é muito mais sobre o personagem-título de Jude Law do que qualquer possível recompensa (material ou metafórica) que Dom possa receber. Mas o ruim mesmo é descobrir, ao longo de seus 90 minutos, que não há no filme nenhuma recompensa pelo preço que você pagou pelo ingresso.
Continua...
http://www.manicomioseries.com.br/2014/05/critica-recompensa.html
A Um Passo do Estrelato
4.0 60 Assista AgoraUm filme importantíssimo para a história da música! As backing vocals merecem demais um filme para chamar de seu, afinal, o que seria de Gimme Shelter sem aquela voz feminina poderosa? O documentário explora algumas questões sociais e racias envolvidas no surgimeto e importância das backing singers negras. São várias histórias e as cantoras expressam suas emoções e o que pensam sobre esta carreira, inclusive mostram as questões mais negativas envolvidas no assunto. Acredito que o filme peca apenas por não oferecer também uma perspectiva contemporânea mais sólida (só uma cantora da nova geração tem espaço para falar de fato) e também por não explorar outros gêneros musicais.
VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso
3.6 158Muita gente vê o documentário e acaba por se ocupar de julgar o caráter de Marcelo e esquece de falar do filme em si: muito bem contado, com uma edição bem dinâmica. Mariana Caltabiano demonstra que não é apenas uma boa história que faz um bom documentário, mas a forma como ela é contada e que não é porque o filme é documentário que não merece receber certos toques extras para torna-lo ainda mais atrativo (falo da música e dos desenhos, por exemplo). Agora, acho que faltou consultar um estudioso dos processos mentais para dar uma opinião (não avaliação) sobre a psique do cara, de repente comparar com outros casos históricos etc. A suposta "ligação" dele com o PCC também foi pouco explorada, mas, né, vai saber o que ele se recusou a falar... Em todo caso, um ótimo filme.