That Cold Day in The Park é um daqueles filmes que com o passar dos anos acabou sendo vendido como um thriller/terror, quando na verdade vai além dos gêneros comuns. Apesar de Robert Altman optar por seguir os elementos da época pós sucesso de "Rosemary`s Baby", adotado por diversos diretores da época, usando um apartamento como palco de tramas terroríficas e diabólicas, aqui em That Cold Day in The Park ele utiliza tais elementos não para construir um suspense, bem menos um terror - embora tudo caminhe para um final um tanto quanto inesperado, bizarro e com pitadas de insanidade.- Ele utiliza esses elementos para apresentar "Frances Austen" (interpretada por Sandy Daniels na medida certa), uma mulher solitária, em seu apartamento e socialmente cercada por pessoas idosas. Quem realmente é Frances? Essa é a pergunta que Altman propõe ao publico tentar responder ao final dos 113min. O filme é um estudo interessante sobre a personagem, sobre o que realmente a move, sobre sua sexualidade reprimida, seu interesse por um específico adolescente, sobre sua frágil psique... Há muitas perguntas sobre Frances, e pouquíssimas respostas...algumas ocultas por entre os diálogos, outras por pequenos detalhes como seus gestos, ou um certo olhar (destaque mais uma vez para a interpretação de Sandy Daniels). That Cold Day in The Park não tem todo o brilhantismo e a estranheza magnética de '3 Women" e talvez seja o filme mais incomum do Robert Altman, mas me deixou estranhamente encantado e intrigado.
Ler os comentários de pessoas brancas resumindo o filme com os dizeres "VITIMISMO EXAGERADO" me faz perceber que o filme cumpriu bem a sua proposta, em despertar no espectador diversas sensações e sentimentos (seja eles quais forem) revelando assim uma falta de empatia disfarçada de opinião, o que é totalmente compreensível vindo de indivíduos que complementam a estrutura de uma sociedade racista que se aperfeiçoa cada vez mais em mascarar seus preconceitos e visão rasa dos problemas que em "suas mentes" - NÃO SÃO SEUS.
É como já cantou whitney Houston em vida : "It's not right but it's okay"
Uma trinca de copas: Sidney Poitier, Rubby Dee Claudia McNeil (dispensando comentários)
Adaptação perfeita, Lorraine Hansberry merece toda glória e admiração por esse texto. Sem sombras de duvidas um dos grandes clássicos do cinema que apesar de sua década de lançamento, ainda se mantem atual e completamente pertinente. PERFEITO.
..."Eu estou morto.Não isso é muito melodramático. Eu não estou morto. Mas eu vivo sem autoestima. Sei que isso parece bobo e pretensioso. A maioria das pessoas vive sem autoestima. Humilhadas, reprimidas e cuspidas. Elas estão vivas e isso é tudo que sabem. Não conhecem outra alternativa. Mesmo se conhecessem, nunca iriam busca-la. Pode se ficar doente de humilhação? Esta é uma doença com a qual temos que viver? Falamos muito de liberdade. A libertação não é um veneno para o humilhado? Ou é meramente uma droga...que o humilhado usa para poder resistir? Não posso viver assim. Eu desisto. Não aguento mais. Os dias se arrastam. Eu estou sufocado pela comida que engulo...pela merda da qual me desfaço e pelas palavras que digo. O sol grita para mim todas as manhãs para que eu levante. A noite os sonhos me perseguem. A escuridão é repleta de fantasmas e lembranças. Já lhe ocorreu que...que quanto pior estão as pessoas menos elas reclamam? Finalmente estão em silêncio...ainda que sejam seres vivos com nervos, olhos e mãos. Enormes exércitos de vitimas e algozes. O sol nasce e se põe pesadamente. O frio se aproxima... A escuridão. O calor. O cheiro. Todos estão silenciosos. Nunca podemos ir. É tarde demais. Tudo é tarde demais."
A premissa de The Best of Enemies é no mínimo interessante e curiosa, levando em consideração o uso da palavra "incomum", se tratando de uma amizade entre uma ativista negra dos direitos civis (Ann Atwater) e um líder da ku klux klan (C.P Ellis), seguido pela frase "Baseado em uma história real."
Inegavelmente esses elementos poderiam render um ótimo filme (e acredito que pra muitos será). Mas passa longe disso, muito longe. O diretor Robin Bissell, que também assina o roteiro do longa, recorre a artifícios típicos e desgastantes desse tipo de filme, e o que poderia vir a ser algo de grande valia, e propor boas reflexões políticas e sociais ao abordar a rivalidade entre Ann e C.P em lados completamente opostos, vai deixando de empolgar aos poucos por decisões ruins do diretor.
Em 2hrs e 13min de filme fica evidente desde os primeiros 20min que a escolha de Robin Bissell e talvez a sua maior e única preocupação é de humanizar o máximo possível "C.P Ellis." Mostrando que apesar de ser um homem racista, um membro respeitado da sociedade segregacionista e a frente da klu klux klan, ele era um bom homem, um ótimo pai, ótimo marido, zeloso com o filho doente, e tudo que apele para que o público se simpatize por por ele. Por outro lado Ann Atwater não teve esse mesmo tipo de cuidado e zelo do diretor/roteirista, pouco se sabe sobre a vida de Ann, quase nada foi mostrado, a única informação que se tem sobre ela durante todo o filme é que ela é uma mãe negra, solteira e criou as duas filhas sozinha. Apenas isso. De resto Robin Bessell preferiu seguir pelo lado caricato ao se tratar de Ann Atwater, utilizando o velho estereótipo da "Angry Black Woman."
The Best of Enemies se perde ao deixar a própria primissa de lado,se perde por contar sobre uma amizade mostrada de forma desinteressante e unilateral, se perder ao não saber explorar a importância das questões políticas que estavam sendo representadas, e o impacto dessas políticas de integração na sociedade...se perde por optar pelo óbvio.
Se perdeu por se preocupar em ser apenas mais um: "WHITE SAVIOR MOVIE"
Bastante interessante o exercício existencialista que esse filme propõe através de um título original que de início parece causar uma certa estranheza mas que ao final do espetáculo se toma como algo altamente poético. Paul Newman conduz a direção com toda segurança e leveza possíveis, e deixa a cargo de Joanne Woodward o protagonismo de uma personagem altamente rica, com muito a se dizer, conversar, analizar, absorver e tentar compreender, mesmo que em dados momentos ela se faça odiar.
Beatrice-aka-Betty-aka-Betty "a louca", é amarga, solitária, que vive das lembranças de seu passado "divertido" das histórias de sua juventude perdida soterradas pelo vazio de sua realidade atual. Betty usa o seu humor para mascarar sua incapacidade de se comunicar e socializar até mesmo com as próprias filhas, e isso pra tentar esconder a tristeza e a insatisfação consigo mesma e com a vida a sua volta. Através de uma peruca ela tenta desperadamente mudar, e se tornar uma outra pessoa diferente de si, construir uma outra identidade e deixar as marcas deixadas pelo seu passado de "Betty "a louca". Mas isso parece não ser mais possível.
Joanne Woodward em mais uma atuação nada menos que brilhante.
The Effect of Gamma Rays on Man-in-the-Moon Marigolds é mais um tesouro perdido dos anos 70.
Primeiro: Amo Isabelle Hupert e vou defende-la. Segundo: Não suporto Chloë Grace Moretz.
Greta ressoa como aqueles típicos filmes dos anos 90 que se tornaram um clássico do gênero nos anos seguintes, mas que em sua época não tiveram lá uma grande relevância, tipo um "Mulher Solteira Procura" por exemplo.
O que se destaca aqui é a direção de Neil Jordan, que consegue pegar um típico roteiro dos anos 90 e introduzir um ar de contemporaneidade, entregando sequências bem interessantes, e construindo uma atmosfera que minimamente consegue prender o espectador, mesmo os que já sabem como tudo aquilo possivelmente irá terminar. Outro destaque evidentemente é a presença de Isabelle Hupert, que de fato confere ao filme relevância e sobriedade. Simplesmente maravilhosa no papel de Greta e provando como sempre que uma atriz do seu porte e talento consegue até mesmo 'tirar leite de pedra'.
Greta facilmente TBM se tornará futuramente um clássico (moderno) do gênero, o típico filme que gerações futuras vão assistir nas madrugadas em algum Corujão ou Sessao de Gala da vida. E graças a presença de Isabelle Hupert isso será possivel.
Pelo menos Neil Jordan teve a dignidade de não deixar uma personagem interpretada por Isabelle Hupert ser morta por uma estrela teen como Chloë Grace Moretz. Um final com o típico gancho pra uma sequência - que eu sinceramente espero que NUNCA aconteça.
O que é um clichê de amor? É aqueles de Hollywood, das comédias românticas passadas em NY? - Onde todos já sabem qual vai ser o final já nos créditos iniciais? É aqueles dos seriados adolescentes? Ou das novelas? Ou das propagandas de dia dos namorados? E a vida em si...já não é um verdadeiro clichê?
Acho que todos os decepcionados com o filme assistiram já com os seus conceitos moldados em suas mentes, talvez esperando assistir algo a altura de Wood Allen, ou algo completamente profundo e genuíno a altura de François Truffaut, talvez altamente existencialista a altura de Bergman. Afinal de contas o que esperar de um filme que se chama "Todos os clichês do amor"? - Esperar reconhecer nas telas todos os clichês batidos que já conhecemos? - Como uma maçante adaptação dos livros de Nicholas Sparks para o cinema?
O filme não é de todo mal, tem suas pequenas falhas técnicas, às vezes tenta ousar demais em algo que necessitava de um pouco mais de delicadeza. Mas o que de fato me chamou a atenção e me manteve interessado foi a sinceridade dos diálogos.
As três linhas narrativas parecem ser deslocada uma das outras mas não por desleixo da direção ou edição do filme, e sim propositalmente, justamente para que o seu elo e interesse pelo personagem seje abruptamente rompido, para que da próxima vez você tenha que refazer esse elo, se reconectar ao seus momentos de vulnerabilidade. Evidentemente alguns arcos mereciam ser melhor desenvolvidos, porém não são prejudiciais ao filme, que se esforça em construir os seus próprios clichês, sem se apoiar os já saturado pela tv, cinema, vídeo clipes, propagandas... Todos vivemos nossos clichês particulares dia após dia. Clichê é algo amplo demais pra ser resumido apenas em conceitos banais, tudo pode ser um verdadeiro clichê dependendo dos olhos de quem vê, principalmente na questão do amor. Quer algo mais clichê que o amor?
Vale a visita pela Marjorie Estiano, e pela arte de Magritte sendo introduzida de forma 'sutil' em uma das linhas narrativas.
Um suspense psicológico, que não desenvolve o psicológico e se prende a uma trama previsível e que leva a todos a lugar nenhum. O satanismo é só um hipotético pano de fundo mal desenvolvido por um roteiro que poderia ter sido melhor trabalhado e estruturado. O desfecho é óbvio, e a sensação que o filme deixa é que tinha potencial pra ser melhor, porém foi preguiçosamente explorado. Mas não é de todo mal, apenas raso demais.
Desde de The Devils (1971), que eu não me sentia tão magnetizado com um filme. Se todo remake tivesse esse nível de maestria, o mundo seria um lugar mais divertido de se viver.
Hollywood, e a velha fórmula do "branco salvador", que rende prêmios, aplausos, e corações arrebatados, que como sempre se preocupa com o protagonismo branco, e que constrói o "negro" sempre baseado em estereótipos com a única função de servir como escada para o protagonista branco brilhar com toda a sua glória e benevolência meticulosamente construída por um roteiro altamente problemático.
"Antigamente pintura na tela, na medida em que envelhece por vezes se torna transparente. Quando acontece é possivel em algumas pinturas ver as linhas originais. Uma árvore irá se mostrar através do vestido de uma mulher. Uma criança se torna um caminho para um cachorro. Um barco não está mais sobre um mar aberto. Isso é chamado de "pentimento" porque o pintor de repente muda de idéia. "
Uma ótima adaptação do romance de James Baldwin, e excelente direção de Barry Jenkins, que aqui, mais uma vez e de forma excepcional utiliza o cinema como ferramenta política, de desconstrução e principalmente de humanização do homem negro, que por décadas teve sua imagem e existência resumidos a estereótipos alimentados pela mídia e por uma sociedade estruturalmente e sistematicamente racista. 'Se a rua Beale falasse' vai muito além de um filme de romance, vai muito além de um possível e esquemático final feliz. E o seu real trunfo está em como Barry Jenkins conduz sua trama, tornando seus personagens no mais humano possível e marcando o cinema com um dos diálogos mais sensíveis e tocantes do cinema ao som de "Blue in Green de Miles Davis".
Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power! Ungawa, Black Power!
Quando a crença cultural se torna entretenimento para turistas e lucro para inescrupulosos, quando essa crença se mantém vigente como forma de manutenção de um sistema misógino que visa o lucro através da mão de obra de mulheres excluídas por uma crença culturalmente machista.
O que inicialmente se mostra ser uma homenagem a era "Blaxploitation" do cinema, se perde meio a um roteiro piegas e previsível. Só se salva pela trilha sonora meticulosamente escolhida e por assitir Taraji P. Henson (Rainha) mandando bala na macharada escrota.
O Último Homem Negro em San Francisco
3.8 51Poético
Sensível
Real
Sublime
Sinto muito aos que não conseguiram entender ou ler nas entrelinhas.
(Não, na verdade não sinto Não).
-No shade.
Uma Mulher Diferente
3.9 10That Cold Day in The Park é um daqueles filmes que com o passar dos anos acabou sendo vendido como um thriller/terror, quando na verdade vai além dos gêneros comuns.
Apesar de Robert Altman optar por seguir os elementos da época pós sucesso de "Rosemary`s Baby", adotado por diversos diretores da época, usando um apartamento como palco de tramas terroríficas e diabólicas, aqui em That Cold Day in The Park ele utiliza tais elementos não para construir um suspense, bem menos um terror - embora tudo caminhe para um final um tanto quanto inesperado, bizarro e com pitadas de insanidade.- Ele utiliza esses elementos para apresentar "Frances Austen" (interpretada por Sandy Daniels na medida certa), uma mulher solitária, em seu apartamento e socialmente cercada por pessoas idosas. Quem realmente é Frances?
Essa é a pergunta que Altman propõe ao publico tentar responder ao final dos 113min.
O filme é um estudo interessante sobre a personagem, sobre o que realmente a move, sobre sua sexualidade reprimida, seu interesse por um específico adolescente, sobre sua frágil psique...
Há muitas perguntas sobre Frances, e pouquíssimas respostas...algumas ocultas por entre os diálogos, outras por pequenos detalhes como seus gestos, ou um certo olhar (destaque mais uma vez para a interpretação de Sandy Daniels).
That Cold Day in The Park não tem todo o brilhantismo e a estranheza magnética de '3 Women" e talvez seja o filme mais incomum do Robert Altman, mas me deixou estranhamente encantado e intrigado.
American Son
3.7 185Ler os comentários de pessoas brancas resumindo o filme com os dizeres "VITIMISMO EXAGERADO" me faz perceber que o filme cumpriu bem a sua proposta, em despertar no espectador diversas sensações e sentimentos (seja eles quais forem) revelando assim uma falta de empatia disfarçada de opinião, o que é totalmente compreensível vindo de indivíduos que complementam a estrutura de uma sociedade racista que se aperfeiçoa cada vez mais em mascarar seus preconceitos e visão rasa dos problemas que em "suas mentes" - NÃO SÃO SEUS.
É como já cantou whitney Houston em vida : "It's not right but it's okay"
O Sol Tornará a Brilhar
4.2 32 Assista AgoraUma trinca de copas:
Sidney Poitier,
Rubby Dee
Claudia McNeil (dispensando comentários)
Adaptação perfeita, Lorraine Hansberry merece toda glória e admiração por esse texto.
Sem sombras de duvidas um dos grandes clássicos do cinema que apesar de sua década de lançamento, ainda se mantem atual e completamente pertinente. PERFEITO.
Empire Falls
3.4 5 Assista AgoraNovelão da porra!
Brinquedo Assassino
2.7 612 Assista Agora"THIS IS FOR 2PAC "
Ma
2.6 633 Assista AgoraPuta merda hein Octavia!!!
A Paixão de Ana
4.2 102..."Eu estou morto.Não isso é muito melodramático. Eu não estou morto.
Mas eu vivo sem autoestima. Sei que isso parece bobo e pretensioso. A maioria das pessoas vive sem autoestima. Humilhadas, reprimidas e cuspidas. Elas estão vivas e isso é tudo que sabem. Não conhecem outra alternativa. Mesmo se conhecessem, nunca iriam busca-la.
Pode se ficar doente de humilhação? Esta é uma doença com a qual temos que viver?
Falamos muito de liberdade. A libertação não é um veneno para o humilhado? Ou é meramente uma droga...que o humilhado usa para poder resistir?
Não posso viver assim.
Eu desisto. Não aguento mais.
Os dias se arrastam. Eu estou sufocado pela comida que engulo...pela merda da qual me desfaço e pelas palavras que digo.
O sol grita para mim todas as manhãs para que eu levante. A noite os sonhos me perseguem. A escuridão é repleta de fantasmas e lembranças.
Já lhe ocorreu que...que quanto pior estão as pessoas menos elas reclamam? Finalmente estão em silêncio...ainda que sejam seres vivos com nervos, olhos e mãos. Enormes exércitos de vitimas e algozes. O sol nasce e se põe pesadamente. O frio se aproxima...
A escuridão. O calor. O cheiro.
Todos estão silenciosos.
Nunca podemos ir.
É tarde demais.
Tudo é tarde demais."
Raça e Redenção
3.9 59 Assista AgoraA premissa de The Best of Enemies é no mínimo interessante e curiosa, levando em consideração o uso da palavra "incomum", se tratando de uma amizade entre uma ativista negra dos direitos civis (Ann Atwater) e um líder da ku klux klan (C.P Ellis), seguido pela frase "Baseado em uma história real."
Inegavelmente esses elementos poderiam render um ótimo filme (e acredito que pra muitos será). Mas passa longe disso, muito longe.
O diretor Robin Bissell, que também assina o roteiro do longa, recorre a artifícios típicos e desgastantes desse tipo de filme, e o que poderia vir a ser algo de grande valia, e propor boas reflexões políticas e sociais ao abordar a rivalidade entre Ann e C.P em lados completamente opostos, vai deixando de empolgar aos poucos por decisões ruins do diretor.
Em 2hrs e 13min de filme fica evidente desde os primeiros 20min que a escolha de Robin Bissell e talvez a sua maior e única preocupação é de humanizar o máximo possível "C.P Ellis." Mostrando que apesar de ser um homem racista, um membro respeitado da sociedade segregacionista e a frente da klu klux klan, ele era um bom homem, um ótimo pai, ótimo marido, zeloso com o filho doente, e tudo que apele para que o público se simpatize por por ele. Por outro lado Ann Atwater não teve esse mesmo tipo de cuidado e zelo do diretor/roteirista, pouco se sabe sobre a vida de Ann, quase nada foi mostrado, a única informação que se tem sobre ela durante todo o filme é que ela é uma mãe negra, solteira e criou as duas filhas sozinha. Apenas isso.
De resto Robin Bessell preferiu seguir pelo lado caricato ao se tratar de Ann Atwater, utilizando o velho estereótipo da "Angry Black Woman."
The Best of Enemies se perde ao deixar a própria primissa de lado,se perde por contar sobre uma amizade mostrada de forma desinteressante e unilateral, se perder ao não saber explorar a importância das questões políticas que estavam sendo representadas, e o impacto dessas políticas de integração na sociedade...se perde por optar pelo óbvio.
Se perdeu por se preocupar em ser apenas mais um:
"WHITE SAVIOR MOVIE"
O Preço da Solidão
4.0 15Bastante interessante o exercício existencialista que esse filme propõe através de um título original que de início parece causar uma certa estranheza mas que ao final do espetáculo se toma como algo altamente poético. Paul Newman conduz a direção com toda segurança e leveza possíveis, e deixa a cargo de Joanne Woodward o protagonismo de uma personagem altamente rica, com muito a se dizer, conversar, analizar, absorver e tentar compreender, mesmo que em dados momentos ela se faça odiar.
Beatrice-aka-Betty-aka-Betty "a louca", é amarga, solitária, que vive das lembranças de seu passado "divertido" das histórias de sua juventude perdida soterradas pelo vazio de sua realidade atual. Betty usa o seu humor para mascarar sua incapacidade de se comunicar e socializar até mesmo com as próprias filhas, e isso pra tentar esconder a tristeza e a insatisfação consigo mesma e com a vida a sua volta. Através de uma peruca ela tenta desperadamente mudar, e se tornar uma outra pessoa diferente de si, construir uma outra identidade e deixar as marcas deixadas pelo seu passado de "Betty "a louca". Mas isso parece não ser mais possível.
Joanne Woodward em mais uma atuação nada menos que brilhante.
The Effect of Gamma Rays on Man-in-the-Moon Marigolds é mais um tesouro perdido dos anos 70.
Obsessão
2.9 482 Assista AgoraPrimeiro: Amo Isabelle Hupert e vou defende-la.
Segundo: Não suporto Chloë Grace Moretz.
Greta ressoa como aqueles típicos filmes dos anos 90 que se tornaram um clássico do gênero nos anos seguintes, mas que em sua época não tiveram lá uma grande relevância, tipo um "Mulher Solteira Procura" por exemplo.
O que se destaca aqui é a direção de Neil Jordan, que consegue pegar um típico roteiro dos anos 90 e introduzir um ar de contemporaneidade, entregando sequências bem interessantes, e construindo uma atmosfera que minimamente consegue prender o espectador, mesmo os que já sabem como tudo aquilo possivelmente irá terminar.
Outro destaque evidentemente é a presença de Isabelle Hupert, que de fato confere ao filme relevância e sobriedade. Simplesmente maravilhosa no papel de Greta e provando como sempre que uma atriz do seu porte e talento consegue até mesmo 'tirar leite de pedra'.
Greta facilmente TBM se tornará futuramente um clássico (moderno) do gênero, o típico filme que gerações futuras vão assistir nas madrugadas em algum Corujão ou Sessao de Gala da vida. E graças a presença de Isabelle Hupert isso será possivel.
E sobre o desfecho do filme:
Pelo menos Neil Jordan teve a dignidade de não deixar uma personagem interpretada por Isabelle Hupert ser morta por uma estrela teen como Chloë Grace Moretz. Um final com o típico gancho pra uma sequência - que eu sinceramente espero que NUNCA aconteça.
Todo Clichê do Amor
2.7 17O que é um clichê de amor?
É aqueles de Hollywood, das comédias românticas passadas em NY? - Onde todos já sabem qual vai ser o final já nos créditos iniciais?
É aqueles dos seriados adolescentes? Ou das novelas?
Ou das propagandas de dia dos namorados?
E a vida em si...já não é um verdadeiro clichê?
Acho que todos os decepcionados com o filme assistiram já com os seus conceitos moldados em suas mentes, talvez esperando assistir algo a altura de Wood Allen, ou algo completamente profundo e genuíno a altura de François Truffaut, talvez altamente existencialista a altura de Bergman.
Afinal de contas o que esperar de um filme que se chama "Todos os clichês do amor"? - Esperar reconhecer nas telas todos os clichês batidos que já conhecemos? - Como uma maçante adaptação dos livros de Nicholas Sparks para o cinema?
O filme não é de todo mal, tem suas pequenas falhas técnicas, às vezes tenta ousar demais em algo que necessitava de um pouco mais de delicadeza. Mas o que de fato me chamou a atenção e me manteve interessado foi a sinceridade dos diálogos.
As três linhas narrativas parecem ser deslocada uma das outras mas não por desleixo da direção ou edição do filme, e sim propositalmente, justamente para que o seu elo e interesse pelo personagem seje abruptamente rompido, para que da próxima vez você tenha que refazer esse elo, se reconectar ao seus momentos de vulnerabilidade.
Evidentemente alguns arcos mereciam ser melhor desenvolvidos, porém não são prejudiciais ao filme, que se esforça em construir os seus próprios clichês, sem se apoiar os já saturado pela tv, cinema, vídeo clipes, propagandas... Todos vivemos nossos clichês particulares dia após dia. Clichê é algo amplo demais pra ser resumido apenas em conceitos banais, tudo pode ser um verdadeiro clichê dependendo dos olhos de quem vê, principalmente na questão do amor. Quer algo mais clichê que o amor?
Vale a visita pela Marjorie Estiano, e pela arte de Magritte sendo introduzida de forma 'sutil' em uma das linhas narrativas.
Terra Assombrada
3.0 74 Assista AgoraUm suspense psicológico, que não desenvolve o psicológico e se prende a uma trama previsível e que leva a todos a lugar nenhum. O satanismo é só um hipotético pano de fundo mal desenvolvido por um roteiro que poderia ter sido melhor trabalhado e estruturado. O desfecho é óbvio, e a sensação que o filme deixa é que tinha potencial pra ser melhor, porém foi preguiçosamente explorado. Mas não é de todo mal, apenas raso demais.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraDesde de The Devils (1971), que eu não me sentia tão magnetizado com um filme.
Se todo remake tivesse esse nível de maestria, o mundo seria um lugar mais divertido de se viver.
Guava Island
4.0 248Hey Donald Glover, I have feelings for u boo!
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraNO,NO,HELL,NO!!
Hollywood, e a velha fórmula do "branco salvador", que rende prêmios, aplausos, e corações arrebatados, que como sempre se preocupa com o protagonismo branco, e que constrói o "negro" sempre baseado em estereótipos com a única função de servir como escada para o protagonista branco brilhar com toda a sua glória e benevolência meticulosamente construída por um roteiro altamente problemático.
Julia
3.7 49"Antigamente pintura na tela, na medida em que envelhece por vezes se torna transparente. Quando acontece é possivel em algumas pinturas ver as linhas originais. Uma árvore irá se mostrar através do vestido de uma mulher. Uma criança se torna um caminho para um cachorro. Um barco não está mais sobre um mar aberto. Isso é chamado de "pentimento" porque o pintor de repente muda de idéia. "
Reconstrução de um Amor
3.8 23Lembre-se:
"Tudo é apenas um filme. Uma criação. Mas dói, de todo modo."
Se a Rua Beale Falasse
3.7 284 Assista AgoraUma ótima adaptação do romance de James Baldwin, e excelente direção de Barry Jenkins, que aqui, mais uma vez e de forma excepcional utiliza o cinema como ferramenta política, de desconstrução e principalmente de humanização do homem negro, que por décadas teve sua imagem e existência resumidos a estereótipos alimentados pela mídia e por uma sociedade estruturalmente e sistematicamente racista.
'Se a rua Beale falasse' vai muito além de um filme de romance, vai muito além de um possível e esquemático final feliz. E o seu real trunfo está em como Barry Jenkins conduz sua trama, tornando seus personagens no mais humano possível e marcando o cinema com um dos diálogos mais sensíveis e tocantes do cinema ao som de "Blue in Green de Miles Davis".
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraUngawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Ungawa, Black Power!
Eu Não Sou uma Bruxa
3.9 50 Assista AgoraQuando a crença cultural se torna entretenimento para turistas e lucro para inescrupulosos, quando essa crença se mantém vigente como forma de manutenção de um sistema misógino que visa o lucro através da mão de obra de mulheres excluídas por uma crença culturalmente machista.
Shula ♥
Proud Mary
2.6 69 Assista AgoraO que inicialmente se mostra ser uma homenagem a era "Blaxploitation" do cinema, se perde meio a um roteiro piegas e previsível. Só se salva pela trilha sonora meticulosamente escolhida e por assitir Taraji P. Henson (Rainha) mandando bala na macharada escrota.
De Repente, No Último Verão
4.2 96 Assista Agora...Quem disse:
..."Somos todos crianças num vasto jardim de infância tentando escrever o nome de Deus com as letras erradas"?
Demônio Com Cara de Anjo
3.4 15Mais uma jóia rara dos 70's soterrada pelo tempo.