Fiquei tentando entender a simbologia das aves que ficavam aparecendo na janela da Billi, o que significavam, se eram portadoras de boas ou mais notícias.
Quando, nos minutos finais, a Billi faz o "ha" dos exercícios de Tai Chi em Nova Iorque e, logo depois, corta para uma revoada de pássaro de uma árvore perto do apartamento da Nai Nai na China, eu tive CERTEZA de que a avó tinha morrido e imediatamente comecei a chorar. Só quem já perdeu um ente muito querido sabe o quanto dói, então qual não foi a minha surpresa (e alívio!) ao descobrir, na cena final, que ela ainda viveu mais seis anos após o diagnóstico.
Também gostei muito de ver o contraste entre as culturas ocidental e oriental. A multiplicidade de vozes e narrativas é extremamente valiosa, nos relembra que nossa visão de mundo não é universal e que outras perspectivas existem.
Tinha ficado empolgada com esse filme pelo fato de todo o elenco ser asiático e por ter sido lançado por um estúdio grande, achava que teria representatividade e visibilidade. E teve, mas acho que pelo motivo errado. O filme é até bem divertido, com bons atores e um enredo clichê mas que conquista o espectador. O problema, pra mim, é que, no fundo, é uma representação ocidental - especificamente estadunidense - da China e dos chineses. Por conta disso, está cheio de estereótipos e excentricidades, o que me incomodou bastante.
E não vou nem comentar aquela frase do Napoleão no início, porque se era pra ter feito algum sentido, só conseguiu ser passivo-agressivo.
Enfim, é um bom entretenimento, mas só se você não questionar o olhar orientalista de Hollywood sobre a Ásia ou parar pra pensar sobre o que a China realmente é hoje em dia. É um filme que funcionou muito bem nos Estados Unidos e, por extensão, aqui. Mas eu só imagino quais seriam as impressões dos chineses após assisti-lo.
Assisti esse filme no mesmo dia em que entreguei minha dissertação de mestrado sobre a mercantilização da vida e do meio ambiente. Imagina se não foi uma experiência catártica.
Acontece tanta coisa aleatória e sem sentido nenhum nesse filme que até parecia que o acelerador de partículas Shepard, na verdade, era o Gerador de Improbabilidade Infinita da Coração de Ouro. É isto.
Fiquei o filme inteiro esperando que algum tipo de crítica fosse ser feita, mas, adivinhem só, não teve nenhuma???
Os personagens são rasos, o roteiro é fraco e deixa de aproveitar (deliberadamente) um monte de oportunidades boas para um debate razoável sobre redes sociais, simulacros digitais, armazenamento de dados e privacidade. Ah, e o desfecho é completamente absurdo e anticlímax.
Enfim, recomendo pra quem quiser passar bastante raiva.
Não via a hora de assistir La La Land desde a primeira vez em que vi o trailer. Tudo nele me cativou e a expectativa foi crescendo aos montes, conforme as semanas iam passando e nada do filme estrear. Imaginem o meu contentamento ao descobrir ontem que a estréia havia sido antecipada em uma semana e que o filme seria exibido hoje.
Fui correndo para o cinema e, embora o trailer já denunciasse, agora posso dizer com certeza que La La Land é um dos filmes mais visualmente lindos que já assisti. As coreografias são muito bem ensaiadas, a fotografia é deslumbrante, a trilha sonora é uma dádiva aos ouvidos (sobretudo as músicas no piano, que, em diversos momento, me deixaram arrepiada) e a paleta de cores afaga o coração.
Como o filme homenageia os clássicos, há alguns clichês típicos de musicais, que não chegam a incomodar (mas, como gosto do gênero, talvez eu seja suspeita para falar). A atuação do Ryan Gosling é boa, porém quem realmente rouba a cena é a Emma Stone: que performance! Achei ela extremamente expressiva, com seus grandes olhos verdes refletindo tudo o que sua personagem sentia.
Contudo, a melhor parte do filme definitivamente são os dez minutos finais, quando, em uma espécie de retrospectiva, revemos a história do casal. Não apenas isso, vemos também tudo o que poderia ter sido e não foi; pois ao se escolher um caminho, abre-se mão de todos os demais. E, ainda que seja triste pensar que eles poderiam ter tido uma realidade diferente juntos, é igualmente satisfatório saber que estão felizes em suas existências separadas porque conseguiram realizar seus sonhos.
Em um desfecho muito lúcido e comovente, La La Land nos mostra as alegrias e os dissabores de viver a vida como ela é. Já estou louca para assistir outra vez!
Comecei o filme com os olhos marejados. Terminei o mesmo com os olhos marejados.
A conclusão é de deixar qualquer um sem palavras. Além de, após as luzes do cinema se acenderem e você ser obrigado a emergir de volta à realidade, instigar o desejo de debater a vida, o universo e tudo mais com a pessoa mais próxima. Literalmente.
Porém, mais do que para ser pensado, Arrival é um filme para ser sentido. É um filme para se mergulhar de cabeça e sentir no íntimo a imensidão do cosmos, a exuberância da linguagem em sua multiplicidade de signos e a complexidade do tempo.
1- Ainda não tenho certeza de que entendi tudo completamente; 2- Entrei em crise existencial e comecei a questionar absolutamente tudo e todos; 3- Estou morrendo de medo de ir dormir e ser morta e substituída por uma outra eu, de uma das milhares de realidades paralelas existentes.
P.S.: Este filme pode causa paranoia, ansiedade e alto nível de desgraçamento mental.
"No matter how bad things get, it's impossible not to love someone who made you toast. Once you've bitten through that crusty surface, to the softer underneath and tasted the warm salty butter, you're lost forever."
E eu tomando chocolate quente e comendo uma torrada com manteiga bem nessa cena. A torrada ficou até mais gostosa. <3
De longe o longa-metragem vai superestimado dessa awards season.
É um bom filme? É. As atuações são ótimas, a direção também. A fotografia, então, nem se fala. Mas não, não é o melhor entre os indicados ao Oscar (que, aliás, esse ano errou rude em algumas das categorias da premiação).
Quanto ao famigerado Oscar do DiCaprio, ele merecia tê-lo ganho há muito mais tempo, por trabalhos mais primorosos. Na minha humilde opinião, a atuação dele em The Revenant fica muito atrás da do Eddie Redmayne em The Danish Girl. Mas é só a minha opinião, né. Quem decide mesmo é a Academia. Espero que a mesma seja sensata.
Fiquei felicíssima em saber que um dos livros mais divertidos que li nos últimos tempos será adaptado para o cinema. Só não podem pisar na bola, por favor.
Mas acho que não será esse o caso, a começar pelo fato de que escolheram ninguém mais ninguém menos do que Cate Blanchett para interpretar a Bernadette. Não poderiam ter pensado em alguém mais perfeita para o papel! Esse filme promete!
Indo na contramão da maioria dos comentários, confesso que gostei mais de assistir a perpectiva do Conor dos acontecimentos do que a da Eleanor. Mas penso que foi apenas por questões pessoais, uma vez que ambas as versões abordam ângulos diferentes de um relacionamento desgastado pelo trauma da perda.
Se por um lado o Him se concentra na relação amorosa e na tentativa de Conor de seguir em frente e encontrar sentido em uma vida sem Eleanor; por outro, o Her dá ênfase à como Eleanor lida com a depressão e ao processo de redescoberta (e até mesmo de reinvenção) de si mesma ao qual ela dá início. Os dois são igualmente angustiantes e extremamente dolorosos, cada um por motivos distintos.
Nesse sentido, creio que uma das versões pode ter maior ou menor efeito sobre o expectador de acordo com suas experiências individuais. E esse é um dos grandes méritos do projeto, para além, é claro, da engenhosidade de produzir dois filmes sobre pontos de vista diferentes de uma mesma história.
Aliás, alguns recursos foram utilizados de forma muito interessante para particularizar cada versão, como a fotografia e a paleta de cores opostas dos filmes. As próprias discrepâncias entre os diálogos de cenas comuns às duas versões demonstram que cada pessoa se lembra de (e romantiza) de modo diverso o mesmo evento. Ned Benson evidenciou isso com primor.
Trinta anos depois, lá fui eu finalmente assistir De Volta para o Futuro. E meu único arrependimento é não ter assistido esse filme extraordinário antes! A história prende o espectador de tal forma que literalmente me fez ficar ~~on the edge of my seat.
O filme como um todo é espetacular, mas a parte que me fez surtar completamente foi a cena em que o Marty está tocando Jhonny B. Goode e um dos integrantes da banda, Marvin Berry, liga para o seu primo Chuck! "You know that new sound you're looking for? Well, listen to this!". Sério, que momento maravilhoso para o cinema e para o rock clássico!
No mais, ainda estou admirada (e muitíssimo contente) com a genialidade de Robert Zemeckis e Bob Gale. If you put your mind to it, you can accomplish anything!
Uma das raras exceções em que o filme, apesar dos cortes e adaptações, se mostra melhor do que o livro. Fiquei realmente satisfeita pelo final ter sido extendido e tornado mais acessível e crível.
No final da contas, acho que o maior mérito do filme foi passar de forma muito mais delicada e otimista o que o John Green tentou fazer no livro (sem querer desmerecer o trabalho do autor, do qual, aliás, gosto um bocado). Pra completar, a trilha sonora, escolhida a dedo, faz qualquer um querer ir correndo baixá-la antes mesmo de o filme terminar.
Minhas palavras não podem expressar as sensações que esse filme causa no expectador. Até mesmo porque muitos aqui já manifestaram o quão esmagadoramente belo I Origins (para não mencionar sua trilha sonora) realmente é. Então deixo aqui uma reflexão que fiz e que gosto de pensar que seria um futuro plausível para o Ian e a Salomina.
Uma vez que os pais da menina faleceram e ela se tornou órfã, escolhi acreditar que o Ian tentou adotá-la, provavelmente recebendo ajuda da Priya para que isso se realizasse. Após "se reencontrarem" ambos viveram juntos enquanto isso foi possível, ou seja, enquanto um ou outro não pereceu.
Para muito além do amor romântico, eles tinham uma conexão transcendental e estavam destinados a estarem juntos. Afinal, seus átomos sempre se conheceram e sempre se amaram.
Já guardo um carinho imenso por esse filme de tirar o fôlego.
Como não amar esse filme? Tudo nele é absolutamente genial: a organização secreta que se baseia na ordem dos cavaleiros da távola redonda, o vilão caricato que tem língua presa e hematofobia, as cenas ensandecidas de violência gráfica no melhor estilo Tarantino, a técnica de filmagem em ação rápida e, claro, a sátira aos filmes de espionagem.
Kingsman é um daqueles filmes loucamente divertidos que te fazem sair do cinema com um sorriso largo no rosto e totalmente mindblown.
É sério que alguém acha que a atuação do Ben Affleck nesse filme foi realmente boa? A única razão de o terem escolhido para interpretar o Nick é que, sendo o péssimo ator que é, seria perfeito para representar o personagem na (maioria da) primeira parte do livro: alguém que não consegue demonstrar emoções.
Sinceramente, a impressão que fica é a de que Nick é um grande otário (opinião que ouvi de várias pessoas que assistiram ao filme, e pude comprovar eu mesma ao também fazê-lo).
Nesse ponto, também culpo um pouco a própria adaptação para o cinema,
incapaz de transmitir de forma satisfatória as razões para Nick ter decidido ficar ao lado da "piranha psicótica".
Aqui peço licença para bancar a chata do "o-livro-é-sempre-melhor-que-o filme" porque, embora seja bastante fiel e conte com a direção fantástica de David Fincher, o filme falhou um pouco em reproduzir a atmosfera do desfecho da trama.
Toda a espera foi recompensada: God Help the Girl conta com atuações primorosas dos três atores principais, uma direção incrível do Stuart Murdoch e uma trilha sonora tão esplêndida que chega a arrancar suspiros. Tudo se encaixa perfeitamente bem e o filme retrata temas cativantes (a doença da Eve, o amor pela música, as dificuldade de se lidar com a vida adulta e futuros incertos, etc) de forma muito delicada. A quantidade de feels que o mesmo me fez sentir não está no gibi. Sério.
Fui só eu ou mais alguém chorou copiosamente quando a Eve contou pro James sobre a moça que cortou o cabelo dela e que praticava cura cristã? Talvez tenha a ver com o fato de eu ser kardecista, mas achei essa cena muito tocante.
God Help the Girl é, pra mim, uma das melhores produções do ano. Nunca me senti tão grata pela existência de um filme.
P.S.: Outra coisa que achei sensacional foi o Barry Mendel ter sido escolhido como produtor. O filme ficou até com uma paleta de cores parecida com os do Wes Anderson. <3
Assisti o filme ontem e hoje, parando para pensar melhor nos simbolismos do mesmo, me dei conta de algumas coisas.
A primeira foi que até mesmo quando o Wes não fala de família, ele fala de família. Um tema constante na filmografia do diretor são as relações familiares e em The Grand Budapest Hotel não foi diferente: dessa vez, porém, ele trata da família que nós, e não o destino, escolhemos para nós mesmos. Os personagens principais do filme, M. Gustave e o Zero (além da própria Agatha), apesar de não possuírem família, tem a si mesmos porque são, como eles mesmos dizem, "irmãos". Achei isso muito bonito.
Mas o Wes também veio, por assim dizer, mais "sombrio" nesse filme, com mortes que me lembraram as do Tarantino (embora nem de longe tão violentas e sanguinárias); talvez por, de alguma forma, serem também morbidamente cômicas.
Por último, quem sabe para compensar os outros filmes em que cachorros foram suas vítimas, dessa vez o bichinho morto pelo diretor foi um gato. :~~
O filme é impecável, como todos os do Wes Anderson. Só queria ressaltar aqui algo que achei bastante interessante em The Grand Budapest Hotel: a metalinguagem. Eu AMO histórias com narradores, e esse filme usou e abusou desse recurso. Mas o que me chamou atenção mesmo foi o diretor ter utilizado isso como forma de colocar uma história dentro da outra. Foi simplesmente brilhante.
De resto, o filme foi lindo e o elenco estava maravilhoso. Wes nunca decepciona. <3
Em se tratando de um filme do Wes Anderson, acho que não preciso me demorar em elogios sobre a qualidade da fotografia e das técnicas de filmagem (até porque isso já foi apontado extensivamente nos comentários), além da trilha sonora que sempre parece cair como uma luva. No entanto, queria ressaltar a sensibilidade e delicadeza do mesmo (repleto de simbolismos), bem como a profundidade dos personagens principais. Sério, é quase impossível não se identificar com pelo menos um dos três irmãos (ou até mesmo com um pouquinho de cada um deles, como foi o meu caso).
Com relação aos signos espalhados ao longo do filme, dois me chamaram mais a atenção e me deixaram bastante curiosa sobre seus significados: 1- Por que o Jack estava o tempo inteiro (ou quase) com os pés descalços enquanto Peter e Francis permaneciam calçados? Será que tem algo a ver com o fato de certas religiões enterrarem seus mortos assim (o que me fez lembrar da teoria Paul is Dead imediatamente), ou é delírio meu? 2- O que será que pesou na escolha de cores dos dois trens do filme? Considerando que se atribui significado a cada tonalidade, existe algum motivo específico para o primeiro trem ser azul e o segundo ser vermelho? Será que tem algo a ver com a mudança na relação entre irmãos?
P.S.: Btw, vocês já pararam pra pensar que talvez o Bill Murray fosse o pai deles?
Como outras pessoas já disseram aqui, a cena dos votos de renovação do matrimônio da Kay e do Arnold na praia é muito bonita.
No entanto, outra cena que também achei linda foi aquela em que eles estão no consultório do Dr. Feld e contam sobre a vez em que transaram na cozinha quando a Kay estava grávida. Não que isso tenha algo de mais, é só que a forma como eles falavam e reagiam ao se lembrar daquilo (em uma época em que seu amor não requeria esforços e era incondicional) me pareceu tão sincera e real que me emocionou bastante. :~~
Para aqueles que mencionaram aqui um suposto roteiro "morno", "fraco" e até mesmo com "furos", fica a seguinte reflexão: o filme não tem como título original Cracks a toa. Certas partes do quebra cabeça (e com essa metáfora me refiro ao passado da Miss G e as possíveis explicações para seu comportamento e sua personalidade) foram deixadas de fora de propósito. Nem tudo tem que ser claro e mastigado.
A Despedida
4.0 298Fiquei tentando entender a simbologia das aves que ficavam aparecendo na janela da Billi, o que significavam, se eram portadoras de boas ou mais notícias.
Quando, nos minutos finais, a Billi faz o "ha" dos exercícios de Tai Chi em Nova Iorque e, logo depois, corta para uma revoada de pássaro de uma árvore perto do apartamento da Nai Nai na China, eu tive CERTEZA de que a avó tinha morrido e imediatamente comecei a chorar. Só quem já perdeu um ente muito querido sabe o quanto dói, então qual não foi a minha surpresa (e alívio!) ao descobrir, na cena final, que ela ainda viveu mais seis anos após o diagnóstico.
Também gostei muito de ver o contraste entre as culturas ocidental e oriental. A multiplicidade de vozes e narrativas é extremamente valiosa, nos relembra que nossa visão de mundo não é universal e que outras perspectivas existem.
Podres de Ricos
3.5 507 Assista AgoraTinha ficado empolgada com esse filme pelo fato de todo o elenco ser asiático e por ter sido lançado por um estúdio grande, achava que teria representatividade e visibilidade. E teve, mas acho que pelo motivo errado. O filme é até bem divertido, com bons atores e um enredo clichê mas que conquista o espectador. O problema, pra mim, é que, no fundo, é uma representação ocidental - especificamente estadunidense - da China e dos chineses. Por conta disso, está cheio de estereótipos e excentricidades, o que me incomodou bastante.
E não vou nem comentar aquela frase do Napoleão no início, porque se era pra ter feito algum sentido, só conseguiu ser passivo-agressivo.
Enfim, é um bom entretenimento, mas só se você não questionar o olhar orientalista de Hollywood sobre a Ásia ou parar pra pensar sobre o que a China realmente é hoje em dia. É um filme que funcionou muito bem nos Estados Unidos e, por extensão, aqui. Mas eu só imagino quais seriam as impressões dos chineses após assisti-lo.
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraAssisti esse filme no mesmo dia em que entreguei minha dissertação de mestrado sobre a mercantilização da vida e do meio ambiente. Imagina se não foi uma experiência catártica.
O Paradoxo Cloverfield
2.7 780 Assista AgoraAcontece tanta coisa aleatória e sem sentido nenhum nesse filme que até parecia que o acelerador de partículas Shepard, na verdade, era o Gerador de Improbabilidade Infinita da Coração de Ouro. É isto.
O Círculo
2.6 587 Assista AgoraUm dos piores filmes que já assisti, com certeza o pior desse ano até o momento.
Fiquei o filme inteiro esperando que algum tipo de crítica fosse ser feita, mas, adivinhem só, não teve nenhuma???
Os personagens são rasos, o roteiro é fraco e deixa de aproveitar (deliberadamente) um monte de oportunidades boas para um debate razoável sobre redes sociais, simulacros digitais, armazenamento de dados e privacidade. Ah, e o desfecho é completamente absurdo e anticlímax.
Enfim, recomendo pra quem quiser passar bastante raiva.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraNão via a hora de assistir La La Land desde a primeira vez em que vi o trailer. Tudo nele me cativou e a expectativa foi crescendo aos montes, conforme as semanas iam passando e nada do filme estrear. Imaginem o meu contentamento ao descobrir ontem que a estréia havia sido antecipada em uma semana e que o filme seria exibido hoje.
Fui correndo para o cinema e, embora o trailer já denunciasse, agora posso dizer com certeza que La La Land é um dos filmes mais visualmente lindos que já assisti. As coreografias são muito bem ensaiadas, a fotografia é deslumbrante, a trilha sonora é uma dádiva aos ouvidos (sobretudo as músicas no piano, que, em diversos momento, me deixaram arrepiada) e a paleta de cores afaga o coração.
Como o filme homenageia os clássicos, há alguns clichês típicos de musicais, que não chegam a incomodar (mas, como gosto do gênero, talvez eu seja suspeita para falar). A atuação do Ryan Gosling é boa, porém quem realmente rouba a cena é a Emma Stone: que performance! Achei ela extremamente expressiva, com seus grandes olhos verdes refletindo tudo o que sua personagem sentia.
Contudo, a melhor parte do filme definitivamente são os dez minutos finais, quando, em uma espécie de retrospectiva, revemos a história do casal. Não apenas isso, vemos também tudo o que poderia ter sido e não foi; pois ao se escolher um caminho, abre-se mão de todos os demais. E, ainda que seja triste pensar que eles poderiam ter tido uma realidade diferente juntos, é igualmente satisfatório saber que estão felizes em suas existências separadas porque conseguiram realizar seus sonhos.
Em um desfecho muito lúcido e comovente, La La Land nos mostra as alegrias e os dissabores de viver a vida como ela é. Já estou louca para assistir outra vez!
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraComecei o filme com os olhos marejados. Terminei o mesmo com os olhos marejados.
A conclusão é de deixar qualquer um sem palavras. Além de, após as luzes do cinema se acenderem e você ser obrigado a emergir de volta à realidade, instigar o desejo de debater a vida, o universo e tudo mais com a pessoa mais próxima. Literalmente.
Porém, mais do que para ser pensado, Arrival é um filme para ser sentido. É um filme para se mergulhar de cabeça e sentir no íntimo a imensidão do cosmos, a exuberância da linguagem em sua multiplicidade de signos e a complexidade do tempo.
Denis Villeneuve não se cansa de nos surpreender.
Coerência
4.1 1,3K Assista AgoraQueria fazer um comentário sério sobre o filme ou que, ao menos, contribuísse para a reflexão a que o mesmo se propõe, mas a verdade é que eu:
1- Ainda não tenho certeza de que entendi tudo completamente;
2- Entrei em crise existencial e comecei a questionar absolutamente tudo e todos;
3- Estou morrendo de medo de ir dormir e ser morta e substituída por uma outra eu, de uma das milhares de realidades paralelas existentes.
P.S.: Este filme pode causa paranoia, ansiedade e alto nível de desgraçamento mental.
Toast: A História de uma Criança com Fome
3.6 503 Assista Agora"No matter how bad things get, it's impossible not to love someone who made you toast. Once you've bitten through that crusty surface, to the softer underneath and tasted the warm salty butter, you're lost forever."
E eu tomando chocolate quente e comendo uma torrada com manteiga bem nessa cena. A torrada ficou até mais gostosa. <3
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraDe longe o longa-metragem vai superestimado dessa awards season.
É um bom filme? É. As atuações são ótimas, a direção também. A fotografia, então, nem se fala. Mas não, não é o melhor entre os indicados ao Oscar (que, aliás, esse ano errou rude em algumas das categorias da premiação).
Quanto ao famigerado Oscar do DiCaprio, ele merecia tê-lo ganho há muito mais tempo, por trabalhos mais primorosos. Na minha humilde opinião, a atuação dele em The Revenant fica muito atrás da do Eddie Redmayne em The Danish Girl. Mas é só a minha opinião, né. Quem decide mesmo é a Academia. Espero que a mesma seja sensata.
Cadê Você, Bernadette?
3.4 146 Assista AgoraFiquei felicíssima em saber que um dos livros mais divertidos que li nos últimos tempos será adaptado para o cinema. Só não podem pisar na bola, por favor.
Mas acho que não será esse o caso, a começar pelo fato de que escolheram ninguém mais ninguém menos do que Cate Blanchett para interpretar a Bernadette. Não poderiam ter pensado em alguém mais perfeita para o papel! Esse filme promete!
Dois Lados do Amor - Ele
3.8 33Indo na contramão da maioria dos comentários, confesso que gostei mais de assistir a perpectiva do Conor dos acontecimentos do que a da Eleanor. Mas penso que foi apenas por questões pessoais, uma vez que ambas as versões abordam ângulos diferentes de um relacionamento desgastado pelo trauma da perda.
Se por um lado o Him se concentra na relação amorosa e na tentativa de Conor de seguir em frente e encontrar sentido em uma vida sem Eleanor; por outro, o Her dá ênfase à como Eleanor lida com a depressão e ao processo de redescoberta (e até mesmo de reinvenção) de si mesma ao qual ela dá início. Os dois são igualmente angustiantes e extremamente dolorosos, cada um por motivos distintos.
Nesse sentido, creio que uma das versões pode ter maior ou menor efeito sobre o expectador de acordo com suas experiências individuais. E esse é um dos grandes méritos do projeto, para além, é claro, da engenhosidade de produzir dois filmes sobre pontos de vista diferentes de uma mesma história.
Aliás, alguns recursos foram utilizados de forma muito interessante para particularizar cada versão, como a fotografia e a paleta de cores opostas dos filmes. As próprias discrepâncias entre os diálogos de cenas comuns às duas versões demonstram que cada pessoa se lembra de (e romantiza) de modo diverso o mesmo evento. Ned Benson evidenciou isso com primor.
De Volta Para o Futuro
4.4 1,8K Assista AgoraTrinta anos depois, lá fui eu finalmente assistir De Volta para o Futuro. E meu único arrependimento é não ter assistido esse filme extraordinário antes! A história prende o espectador de tal forma que literalmente me fez ficar ~~on the edge of my seat.
O filme como um todo é espetacular, mas a parte que me fez surtar completamente foi a cena em que o Marty está tocando Jhonny B. Goode e um dos integrantes da banda, Marvin Berry, liga para o seu primo Chuck! "You know that new sound you're looking for? Well, listen to this!". Sério, que momento maravilhoso para o cinema e para o rock clássico!
No mais, ainda estou admirada (e muitíssimo contente) com a genialidade de Robert Zemeckis e Bob Gale. If you put your mind to it, you can accomplish anything!
Cidades de Papel
3.0 1,3K Assista AgoraUma das raras exceções em que o filme, apesar dos cortes e adaptações, se mostra melhor do que o livro. Fiquei realmente satisfeita pelo final ter sido extendido e tornado mais acessível e crível.
No final da contas, acho que o maior mérito do filme foi passar de forma muito mais delicada e otimista o que o John Green tentou fazer no livro (sem querer desmerecer o trabalho do autor, do qual, aliás, gosto um bocado). Pra completar, a trilha sonora, escolhida a dedo, faz qualquer um querer ir correndo baixá-la antes mesmo de o filme terminar.
As Sufragistas
4.1 778 Assista AgoraOlha, não sei se vou conseguir controlar a emoção quando finalmente puder ver o filme. Só de assistir o trailer já fiquei com os olhos marejados. :x
O Universo No Olhar
4.2 1,3KMinhas palavras não podem expressar as sensações que esse filme causa no expectador. Até mesmo porque muitos aqui já manifestaram o quão esmagadoramente belo I Origins (para não mencionar sua trilha sonora) realmente é. Então deixo aqui uma reflexão que fiz e que gosto de pensar que seria um futuro plausível para o Ian e a Salomina.
Uma vez que os pais da menina faleceram e ela se tornou órfã, escolhi acreditar que o Ian tentou adotá-la, provavelmente recebendo ajuda da Priya para que isso se realizasse. Após "se reencontrarem" ambos viveram juntos enquanto isso foi possível, ou seja, enquanto um ou outro não pereceu.
Para muito além do amor romântico, eles tinham uma conexão transcendental e estavam destinados a estarem juntos. Afinal, seus átomos sempre se conheceram e sempre se amaram.
Já guardo um carinho imenso por esse filme de tirar o fôlego.
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraComo não amar esse filme? Tudo nele é absolutamente genial: a organização secreta que se baseia na ordem dos cavaleiros da távola redonda, o vilão caricato que tem língua presa e hematofobia, as cenas ensandecidas de violência gráfica no melhor estilo Tarantino, a técnica de filmagem em ação rápida e, claro, a sátira aos filmes de espionagem.
Kingsman é um daqueles filmes loucamente divertidos que te fazem sair do cinema com um sorriso largo no rosto e totalmente mindblown.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraÉ sério que alguém acha que a atuação do Ben Affleck nesse filme foi realmente boa? A única razão de o terem escolhido para interpretar o Nick é que, sendo o péssimo ator que é, seria perfeito para representar o personagem na (maioria da) primeira parte do livro: alguém que não consegue demonstrar emoções.
Embora não deixe transparecer tristeza ou luto,
Nick deixa vir à tona toda a raiva que sente ao descobrir que Amy estava tentando incriminá-lo.
Sinceramente, a impressão que fica é a de que Nick é um grande otário (opinião que ouvi de várias pessoas que assistiram ao filme, e pude comprovar eu mesma ao também fazê-lo).
Nesse ponto, também culpo um pouco a própria adaptação para o cinema,
incapaz de transmitir de forma satisfatória as razões para Nick ter decidido ficar ao lado da "piranha psicótica".
God Help The Girl
3.6 238Toda a espera foi recompensada: God Help the Girl conta com atuações primorosas dos três atores principais, uma direção incrível do Stuart Murdoch e uma trilha sonora tão esplêndida que chega a arrancar suspiros. Tudo se encaixa perfeitamente bem e o filme retrata temas cativantes (a doença da Eve, o amor pela música, as dificuldade de se lidar com a vida adulta e futuros incertos, etc) de forma muito delicada. A quantidade de feels que o mesmo me fez sentir não está no gibi. Sério.
Fui só eu ou mais alguém chorou copiosamente quando a Eve contou pro James sobre a moça que cortou o cabelo dela e que praticava cura cristã? Talvez tenha a ver com o fato de eu ser kardecista, mas achei essa cena muito tocante.
God Help the Girl é, pra mim, uma das melhores produções do ano. Nunca me senti tão grata pela existência de um filme.
P.S.: Outra coisa que achei sensacional foi o Barry Mendel ter sido escolhido como produtor. O filme ficou até com uma paleta de cores parecida com os do Wes Anderson. <3
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KAssisti o filme ontem e hoje, parando para pensar melhor nos simbolismos do mesmo, me dei conta de algumas coisas.
A primeira foi que até mesmo quando o Wes não fala de família, ele fala de família. Um tema constante na filmografia do diretor são as relações familiares e em The Grand Budapest Hotel não foi diferente: dessa vez, porém, ele trata da família que nós, e não o destino, escolhemos para nós mesmos. Os personagens principais do filme, M. Gustave e o Zero (além da própria Agatha), apesar de não possuírem família, tem a si mesmos porque são, como eles mesmos dizem, "irmãos". Achei isso muito bonito.
Mas o Wes também veio, por assim dizer, mais "sombrio" nesse filme, com mortes que me lembraram as do Tarantino (embora nem de longe tão violentas e sanguinárias); talvez por, de alguma forma, serem também morbidamente cômicas.
Por último, quem sabe para compensar os outros filmes em que cachorros foram suas vítimas, dessa vez o bichinho morto pelo diretor foi um gato. :~~
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KO filme é impecável, como todos os do Wes Anderson. Só queria ressaltar aqui algo que achei bastante interessante em The Grand Budapest Hotel: a metalinguagem. Eu AMO histórias com narradores, e esse filme usou e abusou desse recurso. Mas o que me chamou atenção mesmo foi o diretor ter utilizado isso como forma de colocar uma história dentro da outra. Foi simplesmente brilhante.
De resto, o filme foi lindo e o elenco estava maravilhoso. Wes nunca decepciona. <3
Viagem a Darjeeling
3.8 430 Assista AgoraEm se tratando de um filme do Wes Anderson, acho que não preciso me demorar em elogios sobre a qualidade da fotografia e das técnicas de filmagem (até porque isso já foi apontado extensivamente nos comentários), além da trilha sonora que sempre parece cair como uma luva. No entanto, queria ressaltar a sensibilidade e delicadeza do mesmo (repleto de simbolismos), bem como a profundidade dos personagens principais. Sério, é quase impossível não se identificar com pelo menos um dos três irmãos (ou até mesmo com um pouquinho de cada um deles, como foi o meu caso).
Com relação aos signos espalhados ao longo do filme, dois me chamaram mais a atenção e me deixaram bastante curiosa sobre seus significados:
1- Por que o Jack estava o tempo inteiro (ou quase) com os pés descalços enquanto Peter e Francis permaneciam calçados? Será que tem algo a ver com o fato de certas religiões enterrarem seus mortos assim (o que me fez lembrar da teoria Paul is Dead imediatamente), ou é delírio meu?
2- O que será que pesou na escolha de cores dos dois trens do filme? Considerando que se atribui significado a cada tonalidade, existe algum motivo específico para o primeiro trem ser azul e o segundo ser vermelho? Será que tem algo a ver com a mudança na relação entre irmãos?
P.S.: Btw, vocês já pararam pra pensar que talvez o Bill Murray fosse o pai deles?
Um Divã Para Dois
3.5 755 Assista AgoraComo outras pessoas já disseram aqui, a cena dos votos de renovação do matrimônio da Kay e do Arnold na praia é muito bonita.
No entanto, outra cena que também achei linda foi aquela em que eles estão no consultório do Dr. Feld e contam sobre a vez em que transaram na cozinha quando a Kay estava grávida. Não que isso tenha algo de mais, é só que a forma como eles falavam e reagiam ao se lembrar daquilo (em uma época em que seu amor não requeria esforços e era incondicional) me pareceu tão sincera e real que me emocionou bastante. :~~
Sedução
3.6 567Para aqueles que mencionaram aqui um suposto roteiro "morno", "fraco" e até mesmo com "furos", fica a seguinte reflexão: o filme não tem como título original Cracks a toa. Certas partes do quebra cabeça (e com essa metáfora me refiro ao passado da Miss G e as possíveis explicações para seu comportamento e sua personalidade) foram deixadas de fora de propósito. Nem tudo tem que ser claro e mastigado.